Jornal Oficina Brasil DIESEL - outubro 2010

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DIESEL REPARADOR Edição 28 • Out/2010 • Uma revista:

Na oficina:

Volvo FH-12 Peso-pesado apresentou problemas de deslocamento do conjunto de trem de força após colisão traseira

Entrevista

EDITORIAL

Para o gerente de Pós-Vendas da Volvo, Carlos Pacheco, caminhão que não frequenta mais a oficina da rede também merece ser bem cuidado

Gestão

Investimento em motorista é fundamental para se obter o melhor resultado financeiro de toda a operação do transporte rodoviário



EDITORIAL

REPARADOR DIESEL | OUTUBRO DE 2010

Índice

Oportunidades em diesel As oficinas da cidade de São Paulo que trabalham com mecânica diesel têm uma excelente oportunidade de ampliar a clientela com a inspeção ambiental veicular. Dados da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente indicam que em média, 50% dos veículos leves com placas entre 1 a 6 realizaram a inspeção, sendo que 38% deles foram reprovados na primeira vistoria. Entre os ônibus, os números são melhores: em média, 60% dos proprietários de veículos com placas de 1 a 6 atenderam ao chamado da prefeitura, com índice médio de reprovação na primeira vistoria de 25%. Já entre os caminhões, até o momento foram vistoriados os veículos com finais de placa 1 e 2, sendo que o índice de comparecimento está em apenas 26,4% dos carros com placa 1, e 24,3% dos caminhões com placa 2. Além disso, 46,7% dos caminhões com placa 1 e 47,1% dos com final de placa 2 foram reprovados na primeira vistoria. Estes números indicam que ainda há muito trabalho a ser feito e, por isso, é preciso estar preparado. Não por acaso apresentamos nesta edição uma matéria sobre dicas e

Expediente DIREÇÃO Presidente: Cássio Hervé Secretária: Solange Ferreira Roberto Tel: (11) 2764-2895/ 2898 solange.roberto@grupogerminal.com.br DIRETOR COMERCIAL Eduardo Foz Tel: (11) 2764-2873 eduardo.foz@grupogerminal.com.br

marketing direto

cuidados da utilização de descarbonizantes químicos para a limpeza de motores. Esta pode ser uma alternativa para evitar abrir o motor, mas não dispensa o trabalho do bombista, apenas complementa. Na seção técnica, temos a estreia de um novo colaborador, Hailton Viana, especialista em motores diesel e ciclo Otto, além de um expert em emissões de gases. Nesta edição, Viana ensina a fazer o ajuste de débito dos injetores Common Rail Bosch. Na avaliação de oficina um pesopesado: Volvo FH-12 Globetrotter que levou uma pancada na traseira e teve o conjunto de trem de força deslocado para frente, necessitando, assim, de muita intervenção para voltar a circular. Já nas páginas de Gestão, mostramos a importância do investimento no motorista como forma de se obter o melhor resultado financeiro do equipamento. Afinal, do que adianta ter um bom caminhão se quem dirige não sabe operar o veículo de forma correta?

REDAÇÃO Jornalista responsável: Alexandre Akashi - MTB 30.349 editor@grupogerminal.com.br Repórter: Bruna Paranhos Consultor Técnico: Arthur G. Rossetti e Marco Antônio S. Souza redacao@grupogerminal.com.br Tel: (11) 2764-2862 PRODUÇÃO/INTERNET Coord. de Marketing: Daniela Pelosi Assistente de produção: Eduardo Muniz Analista Web: Tiago Lins Estagiário Web: Murilo Santiago producao@grupogerminal.com.br ATENDIMENTO Gerente: Ernesto de Souza ernesto.souza@grupogerminal.com.br CONTATOS COMERCIAIS: Alessandra Macedo alessandra.macedo@grupogerminal.com.br

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Boa leitura, Alexandre Akashi Editor

Aliandra Artioli aliandra.artioli@grupogerminal.com.br Carlos Souza carlos.souza@grupogerminal.com.br Assistente: Shelli Braz shelli.braz@grupogerminal.com.br Estagiária: Alessandra Del Moro alessandra.delmoro@grupogerminal.com.br ASSINATURA E DATABASE Gerente: Mônica Nakaoka monica.nakaoka@brasildireto.com.br Assistente: Alexandre P. Abade alexandre.abade@brasildireto.com.br

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Entrevista Carlos Pacheco, gerente de Pós-Vendas e Desenvolvimento de Concessionárias da Volvo

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Gestão Treinamento no motorista garante melhores resultados

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Reparador Diesel Volvo FH-12 Globetrotter vai parar na oficina depois de acidente

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Consultor RD Descarbonização de motores Diesel: dicas e cuidados

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Técnica Regulagem de débito de injetores Common Rail

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Artigo Atenção e cuidados no dia a dia da oficina

Tiragem desta edição: 20 mil Distribuição nos Correios por meio de qualificado database: 18.802 O Oficina Brasil e o Caderno Pesados oferecem garantias exclusivas para total segurança do investimento dos anunciantes: Auditoria IVC (Instituto Verificador de Circulação) e BDO Trevisan (custos com distribuição). Filiado a:

CENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR

Luana Cunha e Talita Araújo De 2ª a 6ª, das 9h às 17h30 Tels: (11) 2764-2880 / 2881 leitor@oficinabrasil.com.br PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Prol Editora Gráfica Ltda.

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ENTREVISTA

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Na Volvo oficina independente é cliente É fato que os veículos, depois de alguns anos, deixam de frequentar as oficinas da rede concessionária. Na Volvo, isso não é um problema, mas, sim, uma oportunidade de negócios. Em entrevista exclusiva, o gerente de Pós-Vendas e Desenvolvimento de Concessionárias da América Latina, Carlos Pacheco, revela como a montadora rentabiliza com a venda de peças para os reparadores independentes

Alexandre Akashi A Volvo é a quarta maior montadora de caminhões e ônibus no Brasil em volume de vendas, tendo comercializado este ano (de janeiro a agosto) cerca de 10,5 mil unidades, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores). Presente no Brasil desde a década de 1930, a Volvo iniciou a produção local em 1979, em Curitiba (PR). A partir de então, a montadora tem se destacado como uma das principais fornecedoras de caminhões pesados

e semipesados do País. Com uma rede concessionária bem estruturada, a marca não dispensa o relacionamento com o reparador independente, pois enxerga nele um consumidor de peças. “Temos uma responsabilidade, como fabricante de caminhões, e gostaríamos que as peças que fornecemos atingissem todos os nossos clientes, porque nossa responsabilidade é fazer peças que possam permitir a segurança do veículo”, afirma o gerente de Pós-Vendas e Desenvolvimento de Concessionárias da América Latina, Carlos Pacheco. Em entrevista exclusiva ao Repara-

dor Diesel, Pacheco revela ainda que para atender aos clientes de veículos mais antigos, a Volvo investiu em uma marca paralela de autopeças, chamada DEX, que possui o mesmo nível de qualidade das genuínas, porém com custo mais acessível. “São peças de qualidade, dentro do sistema padrão da Volvo, porém atende o segmento de veículos mais antigos, oficinas e clientes que procuram um custo mais adequando à necessidade dele”, afirma. Confira abaixo a integra da entrevista. Reparador Diesel – Quem é o


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cliente da Volvo e o que a marca tem feito para melhorar os custos de manutenção dos veículos que ela oferece no mercado? Carlos Pacheco – Nossos clientes são compradores ou potenciais compradores da marca Volvo na América Latina. Com relação ao custo de manutenção, fazemos investimentos nos produtos de tal forma que eles produzam melhor disponibilidade, potencializando a utilização dos veículos a partir das necessidades dos clientes, o que resulta em um menor número de paradas. Um exemplo disso é a extensão do período de troca de óleo e filtros. Também trabalhamos no sentido de estender a vida útil dos componentes com o avanço das tecnologias. Um exemplo disso são os motores eletrônicos, que tem durabilidade muito maior que a geração anterior. RD – Quando você fala que o cliente da Volvo é potencial de comprador de caminhão e ônibus, como você divide isso entre frotista e motorista individual. Você tem um percentual de quanto cada um representa na cartela de clientes? CP – Sim, nós temos. Existe uma divisão entre grandes frotistas, médios e pequenos frotistas. Os grandes são em menor número, mas em quantidade maior de veículos. As pequenas frotas representam as empresas familiares que têm entre um e cinco caminhões. Entre seis e 50, são as médias, a partir daí são as grandes frotas. RD – Sabe dizer em números a porcentagem? CP – Os cliente de pequenas frotas representam 93% do total, ou seja, até cinco caminhões. As empresas

ENTREVISTA

medias e grandes ficam com os 7% restantes, apesar de que concentram a maior quantidade de veículos. RD – Como são os serviços oferecidos hoje pela Rede Volvo para esse público? CP – Temos vários tipos de serviços. Um deles é o contrato de manutenção que oferece ao cliente atendimento em todo o território nacional, pela rede de concessionária. Nesse contrato ele pode ter diferentes variações, uma que inclui somente a parte de manutenção preventiva e as trocas de fluidos, óleos e filtros. Tem outro que inclui, além disso, a parte de motriz, trem de força, caixa de câmbio etc. E outro mais abrangente que inclui o veículo na totalidade. Esses planos de manutenção são feitos sob medida para o cliente, de acordo com a aplicação e o tipo de veículo que ele tem.

“O VOSP é um sistema que otimiza a manutenção do veículo”

RD – Como funciona isso? CP – Ao comprar o veículo, ele responde um questionário e nosso sistema calcula o melhor plano. Temos o Blue, que é o mais simples, o segundo é Silver, e o terceiro é Gold. Muitos clientes preferem não fazer o plano de manutenção, mas querem o aconselhamento conforme a necessidade dele. Nós temos um sistema integrado com toda rede concessionária chamado VOSP, esse sistema informa o tipo de aplicação dele, onde via-

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ja, quantos quilômetros viaja, quantas viagens realiza, tipos de topografia. Isso alimenta o sistema e orienta o tipo de manutenção que deve ser feita. Uma vez que ele faz manutenção planejada, ele tem o ponto certo de fazer o serviço preventivo e a manutenção dele. RD – Quem adquire um veículo seminovo também pode contratar esse sistema? CP – Perfeitamente. Ele não é exclusivo para veículos novos, mas também para seminovos. Se o cliente compra o caminhão e quer fazer o planejamento do veículo dele, ele pode procurar a concessionária autorizada que fará a entrevista para conhecer os hábitos dele. Além disso, o frotista também pode refazer o planejamento da manutenção quando muda o tipo de produto transportado, pois isso ocorre com frequência conforme a época do ano. RD – O plano de manutenção é muito diferente conforme o tipo de carga? CP – Sim, porque são vários fatores que pesam na manutenção. Quando pensamos em manutenção, normalmente pensamos em valores fixos. No automóvel é passado numa média que os fabricantes têm. Com o VOSP você sai da média e entra no tipo de operação. Um exemplo: quem trabalha no setor canavieiro, não faz uma quilometragem muito longa, mas trabalha com alta carga e com muita poeira em ciclos seguidos. O VOSP dá oportunidade de otimizar. RD – Na experiência com esse produto, como ele evolui com a idade do veículo? A manuntenção fica mais proibitiva?


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ENTREVISTA

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CP – Na teoria, quanto mais velho o produto, maior o custo. É como a gente, quanto mais velho, mais cuidado. Nos veículos não é diferente. Há o desgaste, mesmo com a manutenção. As peças não são eternas. Quanto mais alta a idade do veículo, mais gastos. Agora, existe uma curva. Em algum momento, o veículo novo, a manutenção é preventiva e depois, você faz trocas preventivamente, como disco de embreagem, motor. Nesses momentos que atinge componentes mais altos, o preço fica mais alto.

CP – Sim. Quando buscam outras fontes que não são da rede autorizada, obviamente eles precisam de peças de reposição, e as oficinas normalmente são nossos clientes. Nós temos uma responsabilidade, como fabricante de caminhões, e gostaríamos que as peças que fornecemos atingissem todos os nossos clientes, porque nossa responsabilidade é fazer peças que possam permitir a segurança do veículo. Isso porque um caminhão velho sem manutenção é um problema de segurança, e também ao meio ambiente.

RD – Existe algum estudo que indica qual a idade que o veículo não frequenta mais o tipo de planos que vocês fazem, e partem para a reparação alternativa? CP – Temos alguns parâmetros que nos orientam, mas isso depende de cada tipo de aplicação. Um caminhão de mineração, por exemplo, tem vida útil mais curta de que o que está na estrada. Esse é um comparativo que pode se alterar. O caminhão novo é vendido a alguns segmentos de mercado que demandam máxima disponibilidade do veículo, após alguns anos vai para o mercado secundário ou terciário, em setores que são menos preocupados com a disponibilidade. À medida que ele vai passando para o secundário ou terciário ele tem menos relação com a rede genuína. Mais ou menos acontece isso no mercado rodoviário a partir de 10 anos aproximadamente.

RD – E para quem não procura

RD – E esses veículos que não tem tanto relacionamento com a concessionária, que tipo de estratégia vocês têm para continuar a rentabilidade com esses veículos? A venda de peças é uma alternativa?

“Temos um negócio de peças de segunda linha chamado DEX para atender veículso mais antigos”

mais as peças genuínas? CP – Nestes casos, temos um negócio de peça de segunda linha chamado DEX (www.dexpecas.com.br), que são peças de qualidade, dentro do sistema padrão da Volvo, porém atende o segmento de veículos mais antigos, oficinas e clientes que procuram um custo mais adequando à necessidade dele. RD – Vejo a montadora sempre preocupada em equipar os veículos com os melhores itens de mercado. O consumidor brasileiro já está adepto à essas tecnologias? CP – Está sim. Isso é fato. Quando fizemos o lançamento desses produtos fizemos test-drive com potenciais clientes. Eles ficaram bastante impressionados com isso e muitos deles tendem a caminhões equipados com isso. O que chamou muito atenção foi o sistema que atende o motorista sonolento, porque muitos acidentes acontecem na estrada pelo sono do motorista, pela monotonia do trabalho. Muitos se interessam porque sabem que convivem com esse problema. RD – Existe alguma interação entre pós-vendas e engenharia na hora de executar novos projetos na Volvo? CP – Sim, isso é um fato. Estamos envolvidos em todos os projetos, participamos desde os primeiros requisitos. Fazemos parte de tudo até o encerramento do projeto. Isso é importante porque se não fizer, o pós-venda fica desfalcado, e não podemos correr o risco de não ter gente treinada, de faltar peça, não ter a tecnologia de reparação necessária e tudo mais. Por isso o pós-venda deve ser envolvido desde o inicio.


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RD – Com relação a cadeia de suprimentos fora da montadora, qual a opinião da Volvo com relação a concorrência? CP – Nossa posição é muito simples. Temos uma responsabilidade e vemos dessa forma. A Volvo como montadora entrega um veículo ao mercado, mas a responsabilidade não termina ai. Nossa responsabilidade é manter o veículo nas condições que entregamos, nos sentimos responsáveis e por isso nós devemos disponibilizar peças e serviços pelo sistema de concessionárias e de logística das quais nós nos responsabilizamos para que o veículo tenha as condições operacionais garantidas que ele tinha quando saiu da fábrica. RD – O DEX é uma prova disso? CP – Sim. É a prova que nós ten-

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tamos manter um relacionamento com os veículos de segundo dono. RD – A montadora sofre com peças piratas? CP – Infelizmente sim. Essa questão é critica, pois são peças sem nenhum tipo de responsabilidade, que surgem no mercado apenas por oportunidade. Nossa experiência mostra que as peças piratas são cosméticas. As que encontramos e colocamos no laboratório não chegam nem perto das peças genuínas. O único apelo é o preço. Quem compra peça pirata tem dor de cabeça. RD – De uma forma geral os veículos atuais apresentam mais eletrônica embarcada. Essas novas tecnologias tem tornado as reparações mais complicadas ou não?

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CP – No inicio parecia mais complicada porque não era conhecida, mas à medida que se conhece, fica mais fácil. Um exemplo disso são os primeiros eletrônicos, quando se fazia o diagnóstico por luzes. Hoje em dia, temos a informação muito mais clara. No caminhão Volvo, o painel mostra escrito em português. À medida que a tecnologia avança, tem mais informação. No futuro, já mostrará tudo o que acontece com o veículo, um resumo das funções. Quem sabe daqui um tempo, o motorista está no caminhão e a fábrica já se dá conta que o caminhão precisa de reparação e manda uma mensagem para ele direto no painel. Não estamos muito longe disso, veremos isso dentro de poucos anos. (Colaborou: Bruna Paranhos)


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em foco

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Volvo inicia testes de ônibus híbrido

A Volvo bus Latin America iniciou no brasil uma série de testes com seu novo ônibus híbrido, movido a eletricidade e a diesel. O veículo, um chassi 7700 Hybrid, está rodando em Curitiba na linha Interbairros 2, uma rota de 42 quilômetros que conecta diversos bairros e terminais de parada. Os testes serão realizados posteriormente em outras cidades brasileiras. Na capital paranaense, a parceria envolve também a uRbS, empresa responsável pela gestão do transporte coletivo urbano da cidade. O veículo rodará em Curitiba durante três semanas. Chamada de ‘Híbrido em Paralelo’, o ônibus tem dois motores, um a diesel e outro elétrico, que funcionam em paralelo ou de forma independente. O motor elétrico é utilizado para arrancar o ônibus e acelerá-lo até uma velocidade de aproximadamente 20 quilômetros

por hora, e também como gerador de energia durante as frenagens. O motor diesel entra em funcionamento em velocidades mais altas. A cada vez que se acionam os freios, a energia de desaceleração é utilizada para carregar as baterias. Quando o veículo está parado, seja no trânsito, em pontos de ônibus ou em semáforos, o motor diesel fica desligado. Estudos da Volvo demonstram que o tempo que o veículo fica parado pode representar até 50% do período total de operação do ônibus. Durante todo esse tempo, não há emissões de poluentes, pois o motor diesel se apaga completamente. Menor consumo, menos poluentes O sistema híbrido da Volvo proporciona uma redução no consumo de combustível de até 35%. Já a diminuição

das emissões de poluentes que saem do escape pode variar de 80% a 90%, na comparação com motores a diesel convencionais. A alta potência do motor elétrico possibilita a instalação de um motor diesel menor e mais econômico. O sistema híbrido da Volvo reduz não somente as emissões de CO2 (gás carbônico, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa), mas também de NOx (Óxidos de Nitrogênio, responsáveis por alergias e ardência nos olhos, por exemplo) e de materiais particulados (a fumaça, entre outros). Além da demanda por soluções ambientalmente corretas, o híbrido é uma excelente solução para os altos preços de combustíveis de origem fóssil, que devem atingir níveis ainda maiores no futuro em razão do esgotamento das reservas naturais.


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Vendas da Ford Transit atinge 2,5 mil unidades A Ford Transit atingiu a venda de 2, 5 mil unidades em setembro e já é dona de 7,2% da participação do mercado de veículos comerciais com as versões furgão, van de passageiros e chassi. Segundo Oswaldo Jardim, diretor de Operações da Ford Caminhões na América do Sul, a propaganda boca a boca tem sido

um dos motivos da crescente procura do veículo pelos frotistas. “A Transit é o melhor produto na sua categoria, completíssimo, com excelente qualidade e também o mais avançado em itens de segurança. Com o aumento da frota e das restrições de circulação nos grandes centros ela tem seduzido cada vez mais clientes. Os profissionais estão sempre trocando informações entre si e buscando as

melhores soluções para o seu negócio”. Manutenção barata Outro fator que favorece as vendas da Transit é o baixo custo de manutenção. Ela foi apontada pelo Cesvi Brasil – Centro de Experimentação e Segurança Viária –, como o veículo utilitário com o menor custo de reparação do segmento. Essa classificação considera não só o custo das peças, mas também o valor da mão de obra, o tempo de serviço e o coeficiente de danos em caso de acidente.


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A Castrol lançou o novo CRB Turbo SAE 15W-40, com tecnologia sintética e com exclusiva formulação Termo Top. O aditivo foi desevolvido especialmente para proteger o motor das altas temperaturas e condições severas de serviço. O novo produto proporciona econômica, com menor remonta e dispensa necessidade de esfriamento do motor antes de desligá-lo. Produtos de tecnologia sintética já são uma realidade para caminhões zero km, porém estão distantes dos carreteiros, que ainda não trocaram seus veículos por mais novos. Cerca de 60% da frota circulante possui mais de 16 anos. Esses caminhões apresentam consumo de lubrifcante acima da média inviabilizando o uso de viscosidades mais baixas presentes nas ofertas de produtos sintéticos atuais. A grande inovação da Castrol é oferecer os benefícios da tecnologia sintética associados à proteção as altas temperaturas na viscosidade SAE 15W-40, evitando a queima de óleo e permitindo o

acesso dessa tecnologia ao caminhoneiro brasileiro. Para caminhões mais rodados ou mais novos, que circulam em trânsito pesado, percorrem trechos íngremes com subidas e descidas, com carga elevada e sob temperaturas altas, como na maioria das regiões brasileiras, Castrol CRB Turbo 15W-40 oferece a solução única, reduzindo os custos com manutenção pelo desgaste prematuro - graças ao ESCUDO PROTETOR TERMO TOP -, menor remonta entre as trocas e menor consumo de combustível nas paradas. Castrol CRB Turbo 15W-40 pode ser encontrado em postos de gasolina, truck centers, trocas de óleo, lojas de peças, oficinas mecânicas e outros pontos de venda, em tambor de 200 litros, bombona de 20 litros e embalagens de 4 litros e de 1 litro.

Divulgação

Castrol tem lubrificante sintético para motores diesel

IEEE faz sistemas inteligentes de transporte Com a incorporação de nova segurança, wireless, sensores, robótica e outras tecnologias em sistemas de transporte, o IEEE está possibilitando uma forma mais inteligente e segura de viagem aos usuários. Membros do IEEE no mundo todo utilizaram sistemas de comunicação sem fio e simulações com robôs para desenvolver veículos e estradas que analisam situações do trânsito, auxiliando na resposta humana com relação à pista. Com a gestão de tráfego e modelagem, inteligência computacional, gestão de mobilidade, entre outras práticas da engenharia, o IEEE está

tornando possível a comunicação entre os carros e dispositivos de pista para detecção de riscos e redução de acidentes, bem como desencadear uma resposta emergencial, se necessário. O IEEE possui um número grande de soluções tecnológicas para transporte que beneficiam a humanidade, como Desenvolvimento de “rodovias elétricas”, com estações de recarga para veículos elétricos ao longo do percurso; Adaptação do controle de tráfego, baseado em pesquisas com o simulador robótico; Exploração de métodos matemáticos para resolver a segurança viária e controlar os desafios

dos sistemas de assistência ao motorista; Sensores de wireless, baseados em sistema de alerta precoce para prevenção de colisão entre veículos; Melhorar o treinamento em tempo real, por meio da comunicação sem fio de banda larga; Avanços do motor linear de sistemas de transporte movidos por suspensão magnética, propulsão ou “maglev” – tecnologia para o transporte de massa mais sustentável; Desenvolvimento de controles e processos para reduzir a exposição dos sistemas inteligentes de transporte aos ataques de vândalos e Abordagens básicas em sistemas de transporte artificial.


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A borgWarner turboSystems brasil, possui uma Divisão de Remanufaturados, a qual fornece turbos e conjuntos centrais de sua linha de produtos, com permanente orientação tecnológica para os distribuidores e postos de serviços autorizados. uma peça remanufaturada é aquela que, após muito uso no veículo, volta à fábrica para ser reconstruída após criteriosa avaliação dos itens que podem ser aproveitados. Para isto são aplicados os mesmos parâmetros de qualidade do produto novo, resultando numa peça mais barata e com a mesma garantia de um produto similar novo. O processo O processo de remanufatura começa com a primeira avaliação do turbo usado, feita nos postos de serviços borgWarner, que irão classificá-lo conforme seu nível de desgaste. Os cascos enviados para a fábrica são limpos e suas peças avaliadas. Mancais, anéis e eixo são sucateados sem análise e substituídos por peças novas. Eixos novos são soldados no rotor da turbina e usinados com a medida standard - fundamental para a durabilidade. Os rotores também são substituídos se estiverem danificados. Ainda será sucateada a carcaça central da turbina e do compressor, caso apresentem sinais de superaquecimento, trincas, desgastes ou excesso de depósito de carbono e outras partículas. O processo de remanufatura de um turbo é acompanhado por procedimentos e dispositivos de qualidade da borgWarner, durante todas as suas etapas, o que impede que a peça passe de uma fase para outra sem estar em conformidade com as especificações técnicas exigidas. tais exigências rigorosas é que permitem à empresa fornecer a mesma garantia do turbo novo para o turbo remanufaturado por ela. O principal é que o turbo remanufaturado borgWarner tem uma relação custo/benefício significativa, seja para o autônomo ou para o frotista, por representar um custo bem menor de manutenção, sem perder a qualidade do produto, além de contar com uma rede nacional de assistência técnica da fábrica.

Divulgação

BorgWarner tem Divisão de Remanufatura de turbos para motores diesel


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A Iveco apresentou no 63º IAA - Salão Internacional do Transporte, em Hannover, Alemanha, o Eurocargo Híbrido, equipado com os elementos característicos da marca Coca-Cola Enterprises, um dos clientes mais importantes da Iveco mundial. O Eurocargo Híbrido vem chamando a atenção do público que visita o estande da Iveco em Hannover. Para os veículos de uso exclusivamente urbano, a tração elétrica proporciona benefícios tanto para o usuário como para a sociedade. Quando surge a necessidade de percursos fora do perímetro urbano, o veículo híbrido Diesel-elétrico representa sem dúvida a melhor solução. Com a tração totalmente gerada pelo motor elétrico ou pelo motor a diesel – ou até pela combinação de ambos – o que a primeira vista pode parecer uma solução de compromisso resulta ser, ao final, uma solução inovadora. A tração híbrida é uma fonte de notáveis benefícios no que diz respeito ao conforto para o motorista e na economia de combustível, gerando uma economia de despesas que pode, em alguns casos, deixar o transporte 30% mais barato. Com estes resultados contribuem três importantes características: sistema de frenagem regenerativo, função para-e-anda e motor a diesel reduzido. Versões O novo Eurocargo Híbrido, disponível nas versões de 7,5 e 12 t de PBT (Peso Bruto Total), está equipado

Divulgação

Iveco apresenta EuroAcargo Híbrido na Alemanha

com uma cadeia cinemática dieselelétrica paralela, que permite a realização de atividades de transporte e distribuição de mercadorias dentro do perímetro urbano com a máxima eficiência e com um consumo 30% menor se comparado ao desempenho dos veículos convencionais a diesel. A versão de 12 t, exposta no salão, utiliza o motor Tector de 16 válvulas e 4 cilindros EEV, com potência máxima de 180cv, está equipado com gerador elétrico de 60cv (44 kW), câmbio automático de 6 velocidades e baterias de íon-lítio com capacidade nominal de 1,9 kWh. A versão de 7,5 t utiliza o motor Tector de 16 válvulas e 4 cilindros EEV, com potência máxima de 160cv, com câmbio e gerador e

baterias como na versão de 12 t. As funcionalidades do sistema do caminhão abrangem: o arranque do veículo em modalidade elétrica; o arranque automático do motor a diesel se solicitado pelo motorista; a inserção do motor elétrico na fase de aceleração e durante percursos em vias íngremes; a função para-e-anda; e um sistema de frenagem regenerativo que intervém durante a desaceleração. A carga útil se reduz em apenas 200 kg quando comparada a de modelos com motores a diesel. Uma inovação adicional deste veículo consiste na intervenção automática do freio-motor durante a desaceleração, adiantando-se à aplicação do freio de serviço.


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Randon inaugura banco próprio

Rodo Linea é sucesso na 9ª Feira de Cubatão

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Empresas Randon, que já conta com a Randon Consórcios e que foram criados como instrumentos para a promoção de serviços financeiros diferenciados para clientes e fornecedores. “A iniciativa surgiu a partir da percepção da oportunidade de agregação de valor e eficiência à sua cadeia comercial”, afirma o presidente. A nova empresa do braço financeiro das Empresas Randon, que opera em instalações independentes, em Caxias do Sul, teve seu projeto de criação iniciado há mais de dois anos. A autorização do banco Central do brasil para sua constituição foi concedida em meados do terceiro trimestre de 2009.

A Rodo Linea participou da 9ª. Feira de Cubatão, em São Paulo. Mais de 1,5 mil profissionais do setor de transportes visitaram o estande da empresa e buscaram informações sobre o portfólio dos produtos da marca e conhecer, de perto, os diferenciais dos implementos expostos, o Porta Conteiner 40’ e o basculante 25m3. Segundo o gerente Regional de Vendas da Rodo Linea para a Grande São Paulo, Rudimar Pagliarin, o ciclo de eventos com caminhoneiros é muito importante para a Rodo Linea estreitar o laço com os profissionais. Para o gerente, uma das atrações do estande, que fez tanto sucesso quanto os implementos, foi o jogo de basquete. “Os caminhoneiros aproveitam estes intervalos para se divertir com os amigos e algumas vezes até a família, e para a Rodo Linea é uma satisfação promover esta interação com o profissional que roda com os produtos da marca”, finaliza. Divulgação

Inaugurado em setembro, o banco Randon é o primeiro banco brasileiro ligado a uma implementadora de produtos para transporte e logística. A empresa oferece financiamentos a bens de capital, notadamente reboques, semirreboques e produtos correlatos ao setor de transporte de cargas produzidos pela Randon. Com capital inicial de R$ 25 milhões, os financiamentos serão compostos por repasses do bNDES, Crédito Direto ao Consumidor e capital de giro. Para o diretor presidente das Empresas Randon, David Abramo Randon, o banco Randon se soma ao segmento de serviços financeiros das

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gestão

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Fotos: Paulo Dimas

Investimento no motorista melhora desempenho profissional Empresas, montadoras e prestadoras de serviço já oferecem ações voltadas ao motorista

Ação da CCR Nova Dutra visa saúde do motorista

Bruna Paranhos

Flávio Benatti, presidente da NT&C Logística

O profissional das estradas tem uma vida estressante. Não é fácil ficar horas no trânsito ou dirigir por dias até o destino. Investimentos no bem estar, na capacitação e em treinamentos específicos oferecem diversos benefícios que vão além da melhoria da questão profissional, garante também qualidade de vida. Por isso, montadoras, transportadoras, sindicatos e empresas de gerenciamento de rodovias investem em programas voltados ao motorista, como cursos, ações de saúde, concursos, entre outras atividades, pois os motoristas profissionais são os seus maiores parceiros. É importante que o motorista se sinta valorizado, principalmente nos dias atuais, onde a mão de obra está difícil. “Investir no motorista é um trabalho de manutenção. As coisas evoluem muito rápido e ele precisa de treinamento, pois veículos estão

cada vez mais modernos e com muitos equipamentos eletrônicos”, disse Luiz Carlos Podzwato, superintendente do Setcepar (Sindicato das Empresas de transporte de Carga no Paraná). O investimento vale à pena, pois é uma maneira de valorizar o profissional. Cursos de capacitação auxiliam o motorista a melhorar condução dos veículos, tornando a viagem a mais econômica possível. Além disso, é importante integrar o motorista às novidades tecnológicas, investir em cursos de informática e de sistemas atuais. Com esses investimentos o profissional aprende mais, dirige melhor, gera economia e qualidade na empresa “Os caminhões atuais não são como os antigos, mais duros. Sabendo dirigir, gera uma economia de 6% no consumo de diesel, e muitos não sabem disso” afirma Podzwato. Segundo Podzwato o investimento é compensado na economia dos veículos e na permanência dos profissionais na


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empresa, pois há reconhecimento profissional. “Vale o investimento por que os profissionais são mais valorizados, e com isso, têm melhores condições de trabalho”, concluiu. Cuidado com a Saúde O investimento na saúde do motorista também é importante. Motoristas com boa qualidade de vida trabalham melhor, mais dispostos e isso colabora com a diminuição de acidentes. Muitas vezes o profissional se esquece de ir ao médico, por exemplo, principalmente pela falta de tempo e isso é perigoso. uma pesquisa do Ministério da Saúde revelou que a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. A cada cinco pessoas que morrem entre 20 e 30 anos, quatro são homens. Homens vivem em média sete anos menos que as mulheres. O investimento em Saúde diminui o número de motoristas afastados, o que acarreta prejuízos para as empresas. Luiz Carlos Podzwato ressalta que é preciso ficar atento à saúde do motorista. Segundo ele, é essencial que as empresas possuam informações, a fim de levar o motorista a ter uma vida mais saudável. tudo isso influencia no trabalho, nas viagens e a qualidade de vida do profissional na hora de pegar a estrada. “É o motorista quem representa a empresa na estrada, ele é a referência. É papel da empresa orientar sobre os malefícios que a bebida, o cigarro, o uso de arrebites, o mau posicionamento dos bancos, podem causar”, afirmou. Ação uma ação simples e que faz a diferença para o profissional é Programa Estrada para a Saúde promovida pela CCR NovaDutra. A atividade é destinada ao bem-estar do motorista profissional e, desde 2001, oferece gratuita-

Ford tem unidade móvel de odontologia disponível ao caminhoneiro

mente aos caminhoneiros o trabalho de uma equipe de médicos e enfermeiros que realizam exames clínicos na beira da estrada. “O motorista esquece-se de cuidar de si próprio na correria do dia a dia. O programa é uma maneira de levar a ele uma atenção especial. Eles são responsáveis por 58% do transporte brasileiro. Quanto mais se cuida da saúde, mais segurança temos na estrada. Já atendemos motoristas com início de infarto, e ele não sabia”, revela Carla Fonazaro, da CCR Nova Dutra. Além disso, também conta com a parceria da empresa de manutenção preventiva de veículos Carro 100% e Caminhão100% , em parceria com o Sindirepa, que realiza a verificação sistema de freios, suspensão, pneus, faróis, além de outros itens essenciais dos caminhões. A ação já atendeu mais de 19 mil motoristas profissionais. As atividades são desenvolvidas por meio de parcerias com universidades, escolas da área de saúde, prefeituras, empresas e instituições ligadas à área de transportes e acontecem uma vez por mês, as quartas e quintas-feiras. A intenção da empresa é a médio e longo prazos contribuir para a reedu-

Luiz Carlos Podzwato, superintendente do Setcepar

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Fotos: Paulo Dimas

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Volvo tem programa de treinamento chamado “Transformar”

cação e mudança de hábitos dos caminhoneiros, o que representaria uma grande conquista social. Motoristas com boa qualidade de vida trabalham melhor, o que colabora para a redução dos índices de acidentes na rodovia. Cursos e capacitação Com objetivo do curso de reduzir a falta de 90 mil motoristas profissionais que existe hoje no país, a Scania em parceria com a Fabet (Fundação Adolpho bósio de Educação no transporte) promove o Programa Caminhão Escola básico. As aulas possuem três módulos e são ministradas em Mairinque, São Paulo, e em Concórdia, Santa Catarina. Os cursos contam com 15 caminhões cedidos pela montadora para as aulas prática, equipando os laboratórios de mecânica e fornecendo material didático, além de apoio financeiro. O Sindicato das Empresas de transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) inaugurou neste ano o Instituto Setcepar de Educação no transporte, que tem como objetivo proporcionar treinamento às empresas de transporte que quiserem capacitar ainda mais sua equipe de motoristas. São 44 horas-au-

la em cinco dias, onde são abordados temas como ética, postura profissional, respeito ao meio ambiente, qualidade de vida, direção responsável, condução econômica, segurança operacional, primeiros-socorros, dentre outros aspectos da função. O curso já atendeu 200 profissionais. Segundo o presidente da NtC&Logística, Flávio benatti, investir no motorista profissional é sempre um ganho. “Não tenho a menor dúvida que em toda profissão é necessária a qualificação. Quando são assistidos, o profissional é qualificado e isso muda a qualidade de vida do motorista e da família dele”, ressaltou. O Conselho Regional do Estado de São Paulo do SESt SENAt (CRSP) desenvolve projetos para que as unidades operacionais (28 no Estado) possam oferecer treinamentos aos motoristas profissionais. O Programa de Desenvolvimento Profissional - Especialização do Motorista - formado pelos cursos de Excelência Profissional para Motoristas do transporte de Cargas e Condução Segura e Econômica, que visa melhorar a performance do motorista de caminhão no volante. Ele bus-

ca desenvolver atitudes defensivas dos motoristas no trânsito, economia de combustível e demais itens agregados, como pneus, por exemplo, além de proporcionar oportunidade para conhecer as novas tecnologias que estão disponíveis em sua ferramenta de trabalho, que é o caminhão. Desde 2009, o programa já 696 motoristas em cursos de Excelência no transporte de Cargas e Direção Segura e Econômica. Para se ter uma ideia, em 2009, o índice médio de redução de troca de marca dos treinandos, chegou a ser de 50,9%, sendo o maior número registrado de 70,8% e o menor de 16,5%. A redução média do uso do combustível foi de 9,8%, sendo o maior índice de 24,5% e o menor de 0,6%. Na avaliação do uso dos freios a média de redução apresentada foi de 58,6%, sendo o maior índice de 88,8% e o menor 15,5%. Para 2010 está previsto o treinamento de 788 motoristas em todo o Estado. benatti ressalta ainda que investir em capacitação é um ganho também para a empresa. “No mercado, uma empresa com profissionais qualificados e formados adequadamente é diferenciada, porque os profissionais são mais bem preparados, sabem lidar com o cliente, com o embarcador da empresa que

Scania também apoia cursos na Fabet


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presta serviço”, disse. Montadoras também investem Investir programas eleva a auto-estima do motorista. Algumas montadoras promovem anualmente ações voltadas aos profissionais das estradas. As ações contam com atendimento à saúde, dicas de mecânica, cursos profissionalizantes, entre outros. A Ford possui há 11 anos uma unidade móvel de atendimento odontológico gratuito aos caminhoneiros e comunidades carentes de todo o brasil. Com 11 anos de existência, o projeto Sorrindo com a Ford já atendeu mais de 34 mil caminhoneiros e 10 mil pessoas nas comunidades e realizou mais de 120 mil procedimentos, entre consultas, profilaxias, raspagens, restaurações, cirurgias e emergências. Além disso, promoveu palestras para mais de 80 mil crianças em 155 escolas e distribuíram mais de 125mil kits de higiene bucal. No total, percorreu 316.805 km e visitou 366 municípios de 22 estados brasileiros. A Scania promove a competição “Melhor Motorista de Caminhão do brasil”, criada e organizada pela Scania com o objetivo de promover mais segurança nas estradas e eficácia no setor de transporte. O evento está na terceira

Scania promove o concurso “O Melhor Motorista de Caminhão do Brasil”

edição e é um exemplo de responsabilidade social. A competição leva às regiões mais distantes do País lazer e atividades gratuitas, como corte de cabelo, exames de glicemia e pressão, espaço de recreação para crianças, além de oferecer palestras de higiene bucal. O grande vencedor da disputa ganha um pacote de prêmios denominado “um Caminhão de Prêmios”, com aparelhos eletrônicos, móveis e eletrodomésticos, em um valor estimado de R$ 25 mil. A Volvo disponibiliza em seu site um Simulador de Custo Operacional Eletrônico para auxiliar o transportador brasileiro a conhecer um pouco mais a realidade do seu negócio e a planejar melhor sua operação. O simulador oferece, de forma interativa, o cálculo de custo operacional e tem a intenção de promover interação e a simulação. Nele, o motorista pode visualizar o custo por quilômetro, para isso, o usuário preenche os campos com dados de sua operação, como preço de compra, preço do diesel, e impostos, entre outros. Além disso, a montadora possui programas como o “transFormar”, um treinamento que visa o comprometimento dos motoristas com um

trânsito mais seguro nas estradas, mas também está dirigido para uma condução mais econômica. A metodologia do programa está baseada no gerenciamento de riscos e voltada ao comportamento do motorista nas diferentes etapas da viagem, desde o planejamento e a implementação das verificações, passando pela operação propriamente dita, até a avaliação final dos resultados da viagem. A MAN Latin America oferece atividades de treinamento. Os cursos técnicos são ligados a manutenção corretiva e preventiva, além dos treinamentos sobre a operação dos caminhões e ônibus, chamados de Direção Econômica e Defensiva. Os interessados devem procurar a concessionária mais próxima para informações. Além disso, a empresa investiu na expansão dos serviços oferecidos pela rede e a preocupação com a acomodação e conforto dos motoristas, por isso, ampliou e modernizou suas instalações em concessionária para oferecer aos motoristas melhores condições de acomodação, como salas de espera com equipadas, entretenimentos, dormitórios, refeições, entre outros.


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Após acidente, Volvo FH-12 Globetrotter precisou de muitos reparos O veículo sofreu uma colisão na traseira e com isso o conjunto trem de força foi deslocado para frente Arthur Gomes Rossetti

A Auto Mecânica Vilela, situada na zona leste de São Paulo e pertencente ao reparador Levi Vilela, recebeu um Volvo FH12 motor D13A de 400cv ano 2007 que recentemente havia sido recuperado de uma colisão na parte traseira, acarretando uma série de problemas mecânicos, incluindo um alto ruído metálico quando em funcionamento. Além dos reparos corretivos, foram trocadas também peças para manutenção preventiva. Motor O motor que equipa a unidade avaliada é o D13A de 400cv com injeção eletrônica direta. Esta série de 13 litros pode ser capaz de gerar também 440cv, 480cv ou 520cv em outras versões de caminhões da linha FH. tratase de um projeto europeu, de alta tecnologia e robustez. Devido o caminhão ter sido envolvido em um acidente que o atingiu na parte traseira, o conjunto trem de força foi ligeiramente deslocado para

frente, ocasionando a quebra de diversos itens, como coxins e suportes do motor, sensor de pressão do turbo localizado no coletor de admissão, que permitia a perda de pressão de sobrealimentação, pescador de óleo do carter feito em material plástico, conectores elétricos e por último, a principal e mais onerosa avaria, o desalinhamento entre cabeçote e bloco do motor, resultante na perda de todas as engrenagens responsáveis pelo sincronismo mecânico do motor, localizadas na parte traseira do bloco. Com a colisão o cabeçote produzido em uma única peça de ferro fundido avançou exatamente 1mm em relação ao bloco. O motor funcionava sem apresentar perda de compressão, mas o desalinhamento foi retransmitido à placa afixada entre o bloco e cabeçote, que serve de base para a engrenagem intermediária do sincronismo mecânico. Com a engrenagem trabalhando ‘torta’, todas as demais foram forçadas também e tiveram os dentes avariados. Alguns dentes chegaram a quebrar e por pouco não houve maiores danos no sistema. O ruído gerado

por este problema era insuportável, de elevada altura e semelhante ao ‘ronco’ gerado por um pinhão e coroa desajustados em um diferencial. Antes de os reparadores perceberem o problema do desalinhamento entre bloco e cabeçote, que aparen-


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Vista superior do motor eletrônico D13A de 400cv

temente parecia ser algo característico do motor, um novo jogo de engrenagens foi aplicado, mas o problema persistiu. Após a segunda desmontagem, a avaliação foi mais criteriosa e o problema foi logo identificado. Vilela desabafa que “muitas vezes a corre-

ria do dia a dia somada à pressão do proprietário do caminhão que necessita estar com ele o quanto antes, nos deixa um pouco ‘cegos’ perante um problema como este. Fica aqui a dica para os colegas reparadores, que ao se depararem com problemas inédi-

19 Fotos: Divulgação

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tos na oficina, avaliem muito bem as possíveis soluções com o máximo de atenção e serenidade, para evitar fazer o retrabalho.” Como o caminhão não podia ficar mais nenhum dia parado, a ordem para a solução foi inserir uma chapa


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de alumínio especial com 1,1mm de espessura justamente entre a placa intermediária e o cabeçote, que no momento do torque assentou e eliminou o vão. Desta maneira a placa intermediária ficou 100% alinhada e o problema de esforço excessivo entre os dentes das engrenagens foi eliminado. Para colocar o conjunto no ponto é simples. basta alinhar as duas ‘bolinhas’ de referência encravadas na engrenagem do eixo comando de válvulas com a ‘bolinha’ menor no canto inferior direito do cabeçote, e as duas ‘bolinhas’ encravadas na engrenagem do virabrequim com a única ‘bolinha’ encravada na engrenagem intermediária inferior. O reparador deverá ficar muito atento no momento de apertar os parafusos da engrenagem intermediária inferior e a engrenagem intermediária superior, pois ambas possuem o miolo excêntrico, ou seja, permitem que a distância livre entre os dentes de todo o conjunto seja ajustada. Veja na tabela 1 as folgas ideais entre os dentes das engrenagens. A trinca no corpo do pescador de óleo ocasionava uma sucção deficiente, que em determinados momentos gerava o acendimento da luz de advertência de baixa pressão de óleo do motor, devido à entrada de ar. Mesmo com a avaria, as peças móveis do motor não chegaram a ficar danificadas. Dois sensores que o reparador deverá ficar atento e que podem apresentar problemas são o de rotação, localizado na parte superior da caixa seca e o responsável pelo momento e ordem da injeção de combustível, localizado na parte inferior da engrenagem do comando de válvulas. Neste projeto o sistema de freio motor está acoplado a parte traseira da carcaça quente do turbocompressor. A peça ostenta uma válvula de acionamento pneumático comandada pela

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Sensor de pressão do turbocompressor

Sensor de rotação

Sensor de distribuição do momento e ordem de injeção

Carcaça quente do turbocompressor com freio motor integrado

Suportes e coxins do motor quebram em caso de colisão para preservar a segurança da cabine

A durabilidade do conjunto está diretamente relacionada ao perfeito ajuste da folga entre dentes

Tabela 1 Folga entre dentes da engrenagem intermediária superior e engrenagem do eixo comando de válvulas: 0,05mm a 0,15mm Folga entre dentes da engrenagem da bomba de óleo: 0,05mm a 0,40mm Folga entre dentes das demais engrenagens: 0,05mm a 0,17mm Folga máxima de desgaste da engrenagem intermediária: 0,05mm Torques de aperto das engrenagens de distribuição Engrenagem motora do virabrequim: 24Nm + ou – 4Nm Engrenagem intermediária inferior regulável: (Fase 1) 25 + ou – 3Nm (Fase 2 aperto angular) 110° + ou – 5° (aperte sempre em ‘x’) Engrenagem intermediária superior regulável: (Fase 1) 35Nm + ou – 4Nm (Fase 2 aperto angular) 120° + ou – 5° (aperte sempre em ‘x’) Engrenagem do comando de válvulas: (Fase 1) 45Nm + ou – 5Nm (Fase 2 aperto angular) 90° + ou – 5° Engrenagens motora, bomba de alimentação de combustível e direção hidráulica: 100Nm + ou – 10Nm Engrenagem motora compressor de ar: 200Nm + ou – 50Nm


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RepaRadoR diesel

Pescador de óleo trincado

Referência eixo comando

Engrenagens de distribuição custam mais de R$ 18 mil o jogo

Chapa calço em alumínio entre a placa intermediária e bloco e cabeçote

Válvula pneumática de acionamento da caixa de transferência

Dentes quebrados

Referências virabrequim

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ECu, que impede parcialmente a saída dos gases de escapamento no momento das frenagens. Caso o caminhão apresente sintomas de engasgos, baixo desempenho, dificuldade de partida, entre outros relacionados ao sistema de alimentação, troque todos os filtros, pois nesta linha eles são extremamente sensíveis a entupimentos. Lembre-se desta simples verificação antes de considerar um possível defeito eletrônico gerado na memória de avarias do scanner, que possivelmente existiu perante uma restrição. Segundo Vilela, “a linha de motores D13A é muito econômica e robusta, mas o único ‘porém’ da linha Volvo é o alto preço das peças, acima da média quando comparado ao seus concorrentes diretos”, ao comentar sobre o preço do jogo de engrenagens de sincronismo do motor, que superou os R$ 18 mil. Transmissão O sistema de embreagem possui um disco simples de 430mm de diâmetro externo, e apresentou fim de vida útil com ligeira patinação quando carregado. Outro problema diagnosticado foi o não funcionamento da caixa de transferência, localizada na caixa de marchas. Ela possui uma válvula pneumática que controla o funcionamento das marchas reduzidas, que se mostrou emperrada. Direção, suspensão e habitáculo Em consequência da colisão, a suspensão traseira teve alguns itens trocados, como feixe de molas e amortecedores. Na dianteira nenhuma avaria foi detectada, assim como o sistema de direção e habitáculo. Segundo a montadora, dentro de sua categoria os caminhões da família FH são os mais seguros do mundo.


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Reparador Diesel

CADERNO PESADOS | outubro DE 2010

ficha tĂŠcnica


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Reparador Diesel

ficha tĂŠcnica

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COLSULTOR RD

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Descarbonização e flushing, cautela em primeiro lugar Tomando os devidos cuidados estes serviços podem evitar a necessidade de desmontar um motor prematuramente

Análise de opacidade: antes do procedimento, era visível a necessidade de ajustes na Hyundai HR

Marco Antonio Silvério Junior Dois sistemas que dividiram opiniões por muito tempo voltam a tona com a inspeção veicular e as dúvidas continuam. É possível afirmar que ambos apresentam grandes riscos, em alguns casos justificáveis, a questão está em saber quando é a última saída e como se precaver de um possível agravamento da situação. O fato é que os riscos existem e é preciso muita cautela e analise antes de oferecer o serviço ao cliente, mes-

mo como manutenção preventiva em um motor bem cuidado, pois não há recomendação da montadora, então como justificar um serviço invisível para que o motor continue do jeito que está?. Muitas oficinas independentes e autorizadas cheios de boas intenções, ou não, levam fama de ‘empurrador de serviços’ por não apresentar uma boa explicação ao dono do veículo. Descarbonização A carbonização é formada por resíduos de combustível e lubrificante não

queimados que se depositam na câmara de combustão, cabeça do pistão e válvulas, podendo gerar má vedação da câmara e pré detonação da mistura ar combustível que causam má queima e consequente emissão de fumaça e perda de desempenho. A descarbonização pode ser feita de duas formas, uma é através do próprio sistema de alimentação do veículo, ou seja, interceptando a linha de combustível e aplicando o produto no lugar do óleo diesel e deixar o motor trabalhar normalmente. A outra forma é aplicar o produto


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direto no coletor de admissão enquanto o motor funciona com óleo diesel, mas aqui todo cuidado é pouco e deve ser feito por profissional treinado e que possa acompanhar todo o processo. Os motores ciclo diesel não têm restritores de ar (borboletas de aceleração), a rotação é controlada através do fornecimento de combustível, então se por descuido do aplicador o conteúdo for aspirado pelo motor, o mesmo irá ‘disparar’, ou seja, a rotação irá subir descontroladamente e se o fornecimento de ar e combustível não forem interrompidos o prejuízo será grande. Para minimizar este risco, deve ser utilizado um restritor na entrada do coletor de admissão e uma válvula dosadora para fazer o controle da quantidade de produto que irá ser aspirada pelo motor. Este método também permite a limpeza do coletor e valvulas de admissão. É bom se preocupar com a forma como estes resíduos são removidos, eles devem ser queimados na combustão, pois se forem simplesmente deslocados para o escapamento poderão causar um desbalanceamento da turbina ou entupimento do catalisador, mas se o produto for de qualidade chegará ativo ao escapamento ajudando até a limpar o mesmo. Flushing O flushing é utilizado em diversos sistemas hidráulicos e significa enxaguar, escoar ou simplesmente limpar. Nos veículos é aplicado em transmissões, direção hidráulica, ar condicionado, sistema de arrefecimento e lubrificação do motor, onde é adicionado um produto ao óleo que será retirado do motor para dissolver os resíduos, assim quando for adicionado um lubrificante novo, este não será contaminado. Que um sistema limpo tem funcionamento superior não há dúvidas, mas o problema está em onde os resíduos

CONSULTOR RD

Caso 1: Pajero teve emissão de fumaça reduzido após flushing

Antes da realização do flushing uma análise criteriosa deve ser feita

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CONSULTOR RD

retirados vão parar. Nos veículos modernos as galerias de lubrificação são cada vez menores por isso é válida uma boa analise através do bocal de abastecimento de óleo, quando possível, e dos respiros, que irão dar uma idéia do estado interno do motor. Segundo Helber Pasinatto, técnico automotivo da Iso tech, nos motores ciclo diesel a formação de borra tende a ser mais pastosa, e por isso mais fácil de dissolver, por isso há menos risco de entupimento, mas alerta que o aplicador deve estar sempre atento ao barulho do motor durante o processo e ao esgotar o óleo, caso haja excesso de resíduos é recomendado a retirada do carter e tampa de válvulas para uma limpeza mais completa. Redução de fumaça Acompanhamos na oficina Especidiesel, localizada no bairro de Pirituba em São Paulo, dois casos onde todo trabalho de revisão e manutenção da bomba injetora, bicos entre outros já haviam sido feitos, então a descarbonização e o flushing foram testados. O primeiro foi uma Mitsubish Pajero 2.5 turbodiesel ano 2000 com 160.000 km rodados reprovada na inspeção duas vezes por excesso de fumaça, mesmo após a descarbonização a opacidade medida foi de 2,02 m-1 sendo que o limite estabelecido no teste foi 1,85m-1, então o bombista Marcos Aurélio tavares partiu para a aplicação do flushing e já durante a aplicação do produto se pode notar aparente redução da fumaça preta durante as acelerações. Após a conclusão foi feito um teste no opacimetro que indicou nas dez acelerações solicitadas opacidade média de 1,70 m-1 indicando que o veículo seria aprovado na inspeção. Esta redução pode ter sido causada segundo Helber devido eliminação de carbonização presente nos anéis do

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Caso 2: Hyundai HR teve fumaça reduzida após descarbonização

Coletor de admissão antes e depois da descarbonização

pistão que impediam perfeita vedação da câmara de combustão. O segundo caso foi um Hyundai HR 2.7 ano 2004 com 120.000 km que ainda não havia sido levada para a inspeção, porém a emissão de fuma-

ça estava muito próxima do limite que para este modelo é 1,00 m-1 então após uma prévia analise foi constatado que o motor estava em condições de ser submetido a descarbonização e flushing. Após o serviço o opacimetro


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ETiqUETa COm íNDiCE DE OpaCiDaDE

No restritor de ar no coletor de admissão e válvula dosadora para controlar fornecimento de combustível

LimiTES DE OpaCiDaDE paRa aNaLiSE DE fUmaça

A resolução n 16 do CONAMA estabelece que os motores diesel devem ser homologados e certificados quanto ao índice de fumaça (opacidade) em aceleração livre conforme Norma de AbNt NbR 13.037. Este índice é usado como parâmetro para regulagem dos motores e avaliação do estado da manutenção. O valor numérico do índice é declarado numa etiqueta adesiva, quadrada, de cor amarelada, com dígitos pretos e duas casas após a vírgula (dígito decimal e centesimal), localizada obrigatoriamente no batente traseiro da porta dianteira direita.

O limite de opacidade utilizado para inspeção deve ser o declarado na etiqueta localizada batente traseira da coluna b (porta do passageiro), conforme resolução do CONAMA n° 016/95 e para veículos fabricados em datas anteriores a vigência desta resolução são estabelecidos os limites máximos de opacidade da tabela abaixo: Motores aspirados ou turboalimentados com LDA Altitudes até 350m 1,7 m-1 Acima de 350m 2,5 m-1 Motores turboalimentados sem LDA Altitudes até 350m 2,1 m-1 Acima de 350m 2,8 m-1

precisou apenas de sete amostras para concluir que o veículo estava aprovado com média de 0,47 m-1. Conclusão Alguns reparadores encontraram a hora e o jeito certo de utilizar estas ferramentas, e as utilizam com frequência como complemento aos serviços de manutenção de rotina, pois uma carbonização causada por falhas de ignição

por exemplo, com certeza irá retornar se a falha não for solucionada. Para os mais conservadores, uma boa é encarar estes métodos como uma alternativa quando a abertura do motor já foi decretada, ou no caso da descarbonização quando constatado uma falha na vedação da câmara de combustão devido a carbonização presente nas válvulas, aproveitando também para retirar o excesso de fuligem

Além da etiqueta CONAMA muitos veículos tem o índice de fumaça no compartimento do motor

do sistema de escapamento, e uma câmera especifica para visualizar o motor internamente pode ser uma boa idéia até mesmo para mostrar a necessidade e os resultados ao seu cliente, deixando de ser um problema invisível. É sempre bom buscar marcas reconhecidas e que podem prestar todo o apoio e informação necessária para que o produto seja solução e não um novo problema.


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técnica

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Ajuste do débito dos injetores Common Rail

Texto elaborado por Hailton Viana Junior Instrutor técnico hailtonviana@hotmail.com 019-81071129

Os injetores CRI (Common Rail Injector) bosch são os que apresentam mais possibilidades de ajuste do débito de injeção. Conforme a figura e a tabela de pontos de ajuste você pode facilmente alterar a quantidade de débito do injetor. No total, são cinco pontos de ajuste: • Ajuste do débito de plena carga - feito através do calço do curso da agulha do bico injetor; • Ajuste do débito de marcha lenta: feito através do calço da mola da agulha do bico injetor; • Ajuste de carga parcial: feito através da arruela que ajusta a distância do induzido na bobina; • Ajuste da pré-injeção: feito através da arruela que ajusta o curso da esfera; e

• Ajuste da carga parcial: feito também através do calço da mola do induzido, porém este ajuste altera também a quantidade de retorno do injetor. Note na tabela que sempre um ajuste causa uma pequena alteração em outro ponto, por isso é preciso se estabelecer uma sequência para que um ajuste não estrague o outro. Para se realizar o ajuste do débito do injetor primeiro temos que comprovar que a estanquiedade está dentro dos limites, caso contrario o trabalho será em vão. Para realização dos testes é preciso utilizar um equipamento que simule a situação real do veículo, ou seja, uma bancada capaz de gerar a pressão máxima de trabalho bem como o pulso de injeção idêntico ao usado

O débito dos injetores não devem ter diferença superior a 5% entre si


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pelo veículo. Não é possível realizar o ajuste apenas como o tradicional teste de bico.

TÉCNICA

Deve-se ainda seguir uma tabela de procedimento de teste e valores nos quais os injetores devem ficar dentro

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dos limites estabelecidos Muito importante é que além dos injetores ficarem dentro desta tabela eles não podem ter uma diferença entre si maior que 5% do débito de injeção. É sempre aconselhável que se substitua o bico injetor para realização do ajuste do débito do porta injetor, pois você pode acabar tendo que desregular o porta injetor todo em função de um bico com problemas de vazão. A experiência tem mostrado que em média a durabilidade de um bico injetor fica em torno de 100.000km a 150.000km. A recomendação para que o sistema trabalhe sempre sem ter problemas é de se fazer uma manutenção preventiva a cada 100.000km. Nesta manutenção troca-se a esfera, o reparo, os orings e o bico injetor. Na próxima edição falaremos sobre reparo do porta injetor. Até lá.


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artigo

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Segurança, a melhor ferramenta dos reparadores

Joana Kfuri é coordenadora de Marketing da IRWIN®, multinacional americana que atua no ramo de ferramentas. É graduada em Administração pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e tem MbA de Estratégia de Vendas e Marketing pela FGV.

A oficina, muitas vezes, é a segunda casa do mecânico. Até porque, muitos nessa profissão, extremamente requisitada e com volumosa carga de urgências, passam mais tempo trabalhando do que no próprio lar. Porém, há vários fatores de risco dentro do ambiente profissional que podem colocar a segurança, produtividade e tranqüilidade desse trabalhador em xeque. Por isso, a preocupação com a integridade e saúde do mecânico já está se tornando uma rotina dentro das oficinas. Fique atento às dicas de segurança: • A utilização de equipamento de proteção individual é imprescindível. Coloque-os antes de começar todas as atividades e só os retire após o término do trabalho. • Não brinque em serviço. Mesmo que isso possa soar como sinônimo de um ambiente “sem graça”, é importante ter em mente que qualquer distra-

Uso de equipamentos de proteção individual deve ser uma rotina no trabalho

ção pode provocar acidentes graves. • Evite transportar ferramentas afiadas ou pontiagudas no bolso. O ideal é ter uma mala de ferramentas adequada para o transporte desses equipamentos ou mesmo um cinto multiuso feito em material especial. • Seja organizado! Deixar o seu equipamento espalhado pelo chão pode causar um imprevisto indesejado, como um acidente, tanto com você como com um colega de serviço. • Ao manusear peças pesadas, utilize sapatos adequados e especiais para esse tipo de necessidade. Os mais indicados para essas atividades são os de biqueira de aço. • O uso de óculos de segurança, protetores de ouvido e avental de lona também são itens indispensáveis na oficina.

• Ao movimentar ferramentas de corte afiadas ou pontiagudas mantenha-as voltadas à direção oposta ao corpo, sempre atento as pessoas ao seu redor. Nunca as guarde sem capa de proteção, misturadas com ferramentas mais seguras, em locais como gavetas, caixas ou maletas de ferramentas. É muito comum que as pessoas procurem utensílios pelo tato, de forma que uma ferramenta perigosa misturada a outras é garantia de acidentes, principalmente se o profissional estiver distraído. • Portanto, só utilizar ferramentas de qualidade não basta. É preciso estar prevenido a todo o momento. Afinal, ter segurança e trabalhar com tranquilidade é uma dos pilares para o sucesso da sua oficina e de sua carreira.




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