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Liturgia e Vida

DOMINGO ‘IN ALBIS’

16 DE ABRIL DE 2023

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‘A paz esteja convosco’

Padre Jo O Bechara Ventura

tãos a força e esperança para que se mantenham firmes na fé e para que construam um mundo renovado, em suas vidas pessoal e social.

Dom Odilo também exortou que os fiéis jamais deixem de anunciar o verdadeiro sentido da Páscoa, ou seja, que Cristo Ressuscitou.

(Colaborou: Camila Mariana)

No Evangelho do Domingo na Oitava da Páscoa, Jesus ressuscitado faz duas visitas aos Apóstolos que se encontravam “a portas fechadas” e “com medo” (Jo 20,19), numa situação de reclusão e temor. Por três vezes, o Senhor lhes disse: “A paz esteja convosco!” sano de São Paulo, e cujas propostas da assembleia sinodal bem como os indicativos da carta pastoral que ele lançou em 25 de março destacam a urgência da recuperação da transmissão da fé nas famílias e de um permanente processo de catequese nas paróquias e comunidades. Pediu, ainda, que os católicos deem valor e atenção à voz da Igreja e não àqueles que buscam colocar a instituição e o Papa em descrédito.

Não era um simples apoio motivacional. Jesus insistiu – “A paz esteja convosco!” – porque Ele veio ao mundo para trazer a paz. No seu nascimento, os Anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!” (Lc 2,14). Na sua morte, Ele “restabeleceu a paz pelo seu sangue derramado na cruz” (Cl 1,20). O Senhor veio para reconciliar os homens com Deus e, por consequência, entre si.

Afinal, o pecado é o que gera a divisão da alma e da sociedade. Dele provém os homicídios, roubos e a violência, mas também os medos, aflições, tristezas e desesperações que cindem os corações e roubam a paz. Por isso, no Evangelho, depois de dizer “A paz esteja convosco”, o Senhor instituiu o “Sacramento da Paz”, a Confissão: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20,22s). No Céu, libertos de uma vez por todas do pecado e da divisão interior que traz consigo, viveremos um amor perfeito a Deus, cujo fruto será uma paz que supera todo entendimento.

Por fim, exortou que os fiéis refletissem, especialmente naquele dia, sobre o sacrifício de Cristo na cruz em favor de todos: “Olhando para Cristo na Paixão, devemos sentir o desejo de conversão, de mudança de vida para melhor”, enfatizou.

JESUS RESSUSCITADO CAMINHA CONOSCO TODOS OS DIAS

Faz-nos companhia em nossa solidão e nos ampara nas angústias. Fala-nos de muitos modos e nos faz compreender os desígnios de Deus. Aquece nosso coração e renova nossa esperança. Nós o acolhemos em nossa casa, mas foi ele quem nos acolheu primeiro.

Que a celebração da Páscoa nos leve a uma renovada experiência da presença do Senhor Ressuscitado no meio de nós!

FELIZ E SANTA PÁSCOA!

Porém, já neste mundo, a busca pela santidade consiste em uma cotidiana busca pela paz de Cristo. Não à toa, na Última Ceia, o Senhor disse: “Eu vos deixo a paz, a minha paz vos dou; não como o mundo dá, Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração, nem se intimide” (Jo 14,27). A paz é fruto da caridade de Jesus, que recebemos no Batismo e nos demais sacramentos. Assim como a caridade, ela não é simplesmente um sentimento bom, mas um dom de Deus que deve ser buscado e exercitado.

A manutenção da paz em situações difíceis supõe um contínuo exercício da fé, da esperança e do amor. Exige que nos esqueçamos de nós mesmos e deixemos de lado a imaginação, os temores e a preocupação com o futuro. Para se receber a paz, são necessárias algumas atitudes que por si mesmas nos unem a Deus e ao próximo: a oração contínua, o pensamento voltado para os demais, o otimismo, a alegria, a fortaleza de ânimo, a confiança no Senhor. A paz requer também a humildade de recomeçarmos sua busca com simplicidade sempre que a perdermos!

Ao contrário do que a maioria pensa, a paz não é o resultado espontâneo de circunstâncias externas favoráveis! A paz é fruto de uma árdua e contínua luta interior que se alicerça em dois fundamentos: a esperança na vida eterna e a certeza de que somos filhos de Deus. Jesus, o Príncipe da Paz (cf. Is 9,5), é o maior exemplo disso. Diante do cansaço, das calúnias, da injustiça e da morte, Ele manteve a paz, ainda que atormentado pela dor. Ao Se reencontrar com os Apóstolos após a Ressurreição, não usa de dureza ou indignação, apesar de muitos deles terem fugido no momento difícil... Apenas diz: “A paz esteja convosco!”. E nós Lhe dizemos: Dai-nos a Vossa paz!

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