4 minute read

Marcha de Ozanam ressalta o testemunho do leigo que esteve ao lado dos mais pobres

FUNDADOR DOS

VICENTINOS NASCEU HÁ

Advertisement

210 ANOS. MEMBROS

DESTE MOVIMENTO

UNIRAM-SE PARA DIVERSAS ATIVIDADES

E A MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS NA PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO, NA REGIÃO IPIRANGA ROSEANE

No domingo, 16, na Paróquia São Vicente de Paulo, no bairro Moinho Velho, aconteceu a Marcha de Ozanam, organizada pela Comissão de Jovens do Conselho Metropolitano de São Paulo da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), os Vicentinos.

Em uma caminhada por algumas ruas do bairro, foram recordados o legado, o testemunho de fé e as obras de misericórdia do Beato Frederico Ozanam, um dos fundadores da SSVP, bem como as ações dos Vicentinos à população em situação de vulnerabilidade.

Participaram os representantes do Conselhos Metropolitano Central, Sudeste, Sul, Oeste, Leste, Norte, das comissões de Campo Limpo, Osasco, Suzano, Santos, São Vicente, Mogi das Cruzes, Santo André, Jundiaí, Indaiatuba, Guarulhos, São Bernardo e de Teresina (PI).

Como gesto concreto da Marcha, os participantes doaram alimentos que serão destinados às obras sociais da Paróquia, e fraldas geriátricas aos lares de idosos assistidos pelos Vicentinos.

A Servi O Do Irm O Que Sofre

A Sociedade de São Vicente de Paulo foi fundada em 1833, em Paris, na França, por seis jovens universitários católicos, entre os quais o Beato Antônio Frederico Ozanam.

Trata-se de uma organização civil de cristãos leigos dedicada ao serviço da caridade. Tem como objetivo aliviar o sofrimento das pessoas carentes. A SSVP está presente em 150 países, auxiliando diariamente cerca de 30 milhões de pessoas, por meio da dedicação dos cerca de 800 mil confrades (homens) e consócias (mulheres).

No Brasil, a SSVP surgiu em 1872 e hoje conta com cerca de 20 mil conferências, com aproximadamente 153 mil membros.

“No País, os Vicentinos mantêm creches, escolas, projetos sociais, lares de idosos. Semanalmente, milhares de famílias em situação de necessidade são bene ciadas pelos projetos, além de atuar em situações emergenciais provendo alimentos, roupas e remédios para pessoas carentes”, destacou Inês Regina Vieira, presidente do Conselho Metropolitano dos Vicentinos em São Paulo.

Inês falou que a entidade atua ancorada em três pilares: o assistencial, o promocional e o salví co: “Ajudar de forma assistencial, não assistencialismo, ajudando a saciar a fome; de maneira promocional, auxiliando a sair da atual situação; e salví ca, introduzindo-os no caminho da evangelização”.

PATRONO DA MARCHA

O Beato Frederico Ozanam nasceu em 1813, em Milão na Itália. De família católica, desde cedo sentia-se incomodado com as realidades de pobreza à sua volta. Em 1833, com apenas 20 anos, fundou, em Paris, com seis companheiros, as Conferências de São Vicente de Paulo, com a missão de visitar as famílias carentes e cultivar nelas a espiritualidade cristã.

Marido e pai, professor e literato, e leigo comprometido, dedicou sua vida ao serviço caritativo às pessoas pobres e à expansão das conferências vicentinas no mundo.

Faleceu em 8 de setembro de 1853, aos 40 anos, e foi beati cado em 1997 por São João Paulo II.

Padre João Carlos Portes, CM, Vigário Paroquial, ressaltou que o patrono da marcha é um sinal importante da presença e atuação dos leigos nas atividades da Igreja: “Ozanam foi um leigo engajado na causa dos irmãos abandonados. Seguindo seu exemplo, temos os Vicentinos que, engajados, movem ações que enaltecem as obras de misericórdia, e, assim, tantos leigos nas diversas pastorais que não medem esforços no acolher e cuidar dos que se encontram à margem”.

Jovens Em A O

Matheus Maciel, 32, é coordenador dos jovens Vicentinos. Ele lembrou que a Marcha acontece na capital paulista há vários anos e que antes tinha o itinerário da Igreja de Santa E gênia, na região central, até a Catedral Metropolitana. Devido à pandemia, a Marcha foi suspensa e agora retornou ao formato presencial, tendo como ponto de apoio a Paróquia São Vicente de Paulo.

“A Marcha é um momento de reunir os membros, celebrar a fé e compartilhar as vivências das atividades desempenhadas em cada grupo”, falou, recordando que o ideal de Ozanam era “abraçar o mundo numa rede de caridade”, e estar próximo às pessoas sofredoras.

“Ozanam foi um leigo que dedicou a sua vida pela causa do povo pobre. Na atual conjuntura, com tantas pessoas e famílias em situação de pobreza, é impossível não ajudar”, disse, recondando que a visita às famílias é o ponto ápice da missão vicentina.

Matheus Maciel ressaltou que, em média, 450 jovens atuam nas ações do Conselho Metropolitano de São Paulo dos Vicentinos.

O jovem mencionou que a vocação de Frederico Ozanam era ir até os pobres, encontrá-los nas suas casas, com respeito e fraternidade: “Queremos manter esse sonho vivo por meio das visitas semanais às famílias e pelos tantos projetos espalhados pela entidade no mundo”, Kamila Yuriko Kanbara, 18, desde pequena acompanha os pais nas ações realizadas. Na caminhada, ela recordou que visitar as famílias é um momento de renovação da fé. “É uma experiência diferente. Meus amigos da escola me perguntam porque eu vou à Igreja e vou à casa dos pobres, e eu respondo: é minha vocação servir, no pouco que posso. Sinto que na escola sou uma presença evangelizadora”, mencionou.

TESTEMUNHO DOS LEIGOS

Ao nal da caminhada, houve a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga; e pelo Padre João Carlos Portes.

Na homilia, Dom Odilo ressaltou o testemunho e o legado de Ozanam. “Leigo engajado, dedicou-se à causa dos mais pobres, servindo com amor e pautado nos ensinamentos do Evangelho”, disse, recordando as obras de misericórdia narradas no capítulo 25 de São Mateus.

“A prática das obras de misericórdia é a chave para o céu. Somos convocados pelo próprio Cristo a praticá-las em favor dos irmãos. Há duas maneiras de pô-la em prática: no âmbito pessoal e a partir da caridade organizada”, disse, mencionando que este é um dos apelos feitos ao longo do sínodo arquidiocesano.

O Arcebispo enfatizou que a caridade organizada “é fruto do Evangelho, se multiplica, agrega e estimula a todos para o compromisso e para a ação”. Ele também enalteceu as iniciativas dos leigos em “participar do discipulado de Jesus em prol do irmão”.

O Purpurado agradeceu a presença e atuação dos Vicentinos e encorajou-os na missão aos que se encontram à margem da sociedade. “Sejam misericordiosos e não se cansem de fazer o bem”.

This article is from: