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Papa envia o Cardeal Zuppi em missão de paz à Ucrânia e à Rússia
FILIPE DOMINGUES
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA
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Após boatos que indicavam uma nova tentativa do Papa Francisco de mediar esforços de paz na guerra da Ucrânia, invadida pela Rússia há mais de um ano, o Vaticano con rmou no sábado, 20, que o Santo Padre escolheu o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o Cardeal Matteo Maria Zuppi, como seu representante em negociações que buscam levar ajuda humanitária e promover um cessar-fogo.
A missão, cujas modalidades ainda estão sendo estudadas, vai ser organizada em parceria com a Secretaria de Estado da Santa Sé. Sem dar mais detalhes sobre o teor dessa missão, o Vaticano in- formou que o objetivo é “contribuir para amenizar as tensões no con ito na Ucrânia, na esperança, jamais abandonada pelo Santo Padre, de que isso possa dar início a percursos de paz”.
MISSÃO ESPECIAL
Espera-se que o Cardeal Zuppi vá a Kiev e a Moscou, para se encontrar com autoridades locais e líderes das igrejas cristãs dos dois países, na esperança de unir forças para conter a guerra.
Ele não é o primeiro cardeal enviado pelo Papa em missão especial desde que a guerra começou. Nos últimos meses, também o Cardeal Konrad Krajewski, Prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade, e o Cardeal Michael Czerny, Prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, zeram parte de forças-tarefa especí cas para o reconhecimento de áreas em conito e para o envio de ajuda humanitária à Ucrânia.
Desta vez, dizem analistas, o Papa preferiu escolher alguém um pouco mais distante do Vaticano, o que talvez lhe dê mais trânsito junto a alguns grupos locais na Rússia e na Ucrânia. Além de presidente da CEI, o Cardeal Zuppi é Arcebispo de Bolonha, na Itália. Membro da Comunidade de Sant’Egidio, um movimento laical de Roma reconhecido internacionalmente por sua atuação junto aos pobres e imigrantes, mas com nomes importantes também na diplomacia e na política, Dom Zuppi participou de mediações de paz em Moçambi- que nos anos 1990 e é uma pessoa com boa articulação tanto nas bases quanto no alto escalão de instituições da sociedade civil.
No retorno da viagem à Hungria, em 30 de abril, o Papa Francisco já havia sinalizado que existia uma missão “em curso” para ampliar seus esforços de reconciliação e paz na Ucrânia, mas à época declarou que a questão ainda não podia ser tornada pública. É sabido que Francisco vem usando todos os meios à sua disposição para tentar interromper o con ito na Ucrânia, tanto pelo diálogo multilateral quanto pela oração. Em 13 de maio, o Pontí ce recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e tem mantido um canal direto com os diplomatas da Rússia.
Guido Schäffer e Irmã Tereza Margarida: dois brasileiros
O processo de canonização de dois brasileiros avançou mais um passo na última semana. O Papa Francisco autorizou o reconhecimento das chamadas “virtudes heroicas” de Guido Vidal França Schä er, seminarista uminense morto em 2009, e da Irmã Tereza Margarida do Coração de Maria, religiosa carmelita mineira. O Dicastério para as Causas dos Santos publicou os decretos no sábado, 20.
Isso quer dizer, inicialmente, que ambos passam a ser considerados “veneráveis”. Trata-se do primeiro grande reconhecimento que a Igreja confere a uma causa. Após a investigação realizada em nível diocesano sobre a fama de santidade de uma pessoa – autorizada pelo bispo diocesano – o processo é apresentado ao Dicastério, no Vaticano. Uma vez aberto o processo, o el admirado publicamente passa
Quando
a ser chamado “servo de Deus”.
Em seguida, estuda-se cuidadosamente a sua vida e trajetória, buscando as “virtudes heroicas”. Se demonstradas, a causa vai adiante. A próxima etapa seria a beati cação, que normalmente requer o reconhecimento de um milagre realizado por intercessão da pessoa “venerável”. Caso seja um mártir, esse milagre não é sempre necessário.
A beati cação autoriza a devoção em nível local –na diocese de origem – e a canonização, a última etapa, que requer um segundo milagre, permite a devoção em toda a Igreja.
Quem S O Eles
Guido Schä er nasceu em Volta Redonda (RJ), em 1974. Formou-se médico e trabalhou
Você Pergunta
coisas que machucam as pessoas.
Eis a dúvida que recebi do Mário
Rogério Leme: “Quando a gente discute com alguém, ca nervoso e acaba dizendo maledicências contra a pessoa, desejando coisas ruins a ela, mesmo que nos arrependamos, essa atitude traz consequências para nossa vida?”.
Bela pergunta! De fato, todos nós, em momentos de ira, naqueles momentos em que alguém nos tira realmente do sério, podemos dizer
Mas passados esses momentos, a gente percebe que exagerou. Todos nós, por mais duros que sejamos, temos uma consciência que nos acusa e grita: “Ei! O que que você fez? O que você disse? Para que você foi dizer isso?”
O problema é que a consciência nos acusa, mas, infelizmente, o orgulho não nos deixa pedir perdão, pedir desculpas, dizer: “Olha, foi num momento de branco na minha cabeça que eu disse aquilo, me perdoe. Eu estou envergonhado do que disse”.
Mário, você me pergunta se esses destemperos verbais trazem alguma consequência, eu vou dizer uma coisa: trazem se eles se repetem continuamente e nós não nos damos conta deles. Eles vão nos tornando pessoas amargas, nos afastando dos outros, nos isolando. Ninguém gosta de estar perto de uma pessoa que vive de cuspir maldição e de falar e desejar o mal aos outros. Por isso, é bom que a gente se policie, que conte até dez antes de dizer alguma coisa.
Sobre falar dos outros, fazer aquilo que chamamos de maledicência, há uma