ANO II
Jornal mensal sobre a bicicleta, a cultura e a actualidade
pág. 10
Ilustração: Luís Favas
Milano Affresco
Número 15 Abril—Maio 2013 Gratuito
Vae victis – Ai dos vencidos!
Fotografia: João Bentes
Fotografia: Ricardo Filho de Josefina
pág. 12
Faz frio em Milão. Voltámos à capital norte italiana para recordar o frio milanês. Por aqui e por ali vêem-se presenças em duas rodas que rolam pela cidade fria com toda a elegância de uma cidade da moda. As árvores estão despidas e geladas, as ruas húmidas levam à descoberta de uma Dodici Bici Milano que brilha entre as nuvens cinzentas.
Desporto pág.14
Alleycat Pedal Bike Polo
2 • Jornal Pedal • número 15 • Abril-Maio 2013
Editorial
Notícias
Mutação
Há por aí inventores sustentáveis?
A mutação é um conceito que implica, sobretudo, uma transformação. Há, obviamente, um vasto campo de aplicações do entendimento da mutação, mas estabelece-se aqui entender-se a mesma por uma mudança que parte de uma pré-existência. A mudança, por si, implica uma vontade, um alinhamento de pensamentos que empurram para uma acção de fazer de forma diferente. A pré-existência é uma base estruturada que se pretende modificar quanto à abordagem ou ao rumo, não alterando o seu propósito e o seu objectivo. A mutação no sentido consciente da acção é, assim, experimentar a diferença como forma de modificar um estado anterior de um conjunto de ideias com o potencial latente de revolucionar. Quando se sente, pela primeira vez, o calafrio que mistura a adrenalina com o alívio de um equilíbrio num objecto que junta duas rodas alinhadas, a mutação é feita. Tal experiência pode ser até metida no tubo de ensaio, identificando um novo elemento no sujeito à mutação. Isto é, ao aparecimento de um domínio intelectual e físico do equilíbrio em cima de uma máquina que afirma a transformação do sujeito. Este domínio poderá levar, através da prática da repetição da experimentação, à solidificação da mesma. Tal acto tem, por sua vez, o potencial de transformar outros sujeitos que passam a compreender o prazer deste novo domínio e o enriquecimento da sua pré-existência. O Jornal Pedal atira-se aos últimos ventos de Abril num invólucro que afirma uma posição nas prateleiras das papelarias e tabacarias, ao lado dos diários e semanários que se cobrem do mesmo papel ainda que com caras e nomes diferentes. Neste quinze, há secções que se desenrolam pelas dezasseis páginas, passando pelos acontecimentos presentes e futuros onde há oportunidades para inventores e um Pedal que anda em eventos. O bloco de reportagem dá aos olhos a hipótese de ver a alleycat Pedal pelas lentes de três fotógrafos, da urbe lisboeta, que admiramos. No mundo desta edição, há espaço para passear por terras italianas e páginas depois, um espaço para trazer uma política aos pedais. Há desporto ciclável para descobrir, entre tabelas de corrida e anúncios de provas que levam depois a dicas de oficina e ainda à banda desenhada de fazer rir. Tudo isto, documentação que reúne condições ao casulo da mutação. É construí-lo e sair de rodas feitas.
O Teatro Maria Matos procura autores de invenções, engenhocas e ideias que fazem com que o dia-a-dia seja mais sustentável, em casa ou no trabalho. Sistemas de reaproveitamento de água da chuva, de poupança de energia, de reciclagem ou qualquer outra ideia genial amiga do ambiente é bem-vinda pelo Maria Matos. As ideias e experiências devem ser enviadas até ao dia 12 de Maio para teatromariamatos@egeac.pt.
Fotografia: Museu do Desporto do IPDJ
Fotografia: DR
As iniciativas seleccionadas serão mostradas, no âmbito do percurso de bicicleta "Pequenas e Grandes Invenções", que acontecerá no dia 20 de Julho, incluído na iniciativa "Dias da Transição" - um conjunto de conferências e actividades que tem como base ideias sustentáveis que acontece entre Abril e Julho, no Teatro Maria Matos.
Conferência Internacional em Lisboa Entre 15 e 17 de Maio, Lisboa irá receber a XXIV International Cycling History Conference, que terá lugar no Museu do Desporto, no Palácio Foz. Segundo a organização, "nesta conferência propomos que o olhar para o passado nos inspire a reflectir e, porque não, resolver problemas no presente. Neste sentido "Back to the future, a new city velorution?" é a questão de partida para uma reflexão que procura entender, ao longo do tempo, as fracturas e continuidades do significado da bicicleta no interior das diferentes formas de mobilidade: espaciais, afectivas, profissionais, ligadas às idades da vida, lúdicas, consumidoras. Filosoficamente, o projecto da Modernidade funda-se numa utopia cinética que hoje, perante os problemas ambientais que condicionam a saúde pública e põem em causa a integridade da própria vida no planeta, é questionada e o progresso que lhe deu vazão está também ele agora sob suspeição". Perante o aumento dos utilizadores de bicicleta, nas cidades, há uma reconfiguração do significado deste meio de transporte e temos que analisar se estamos perante "uma nova velorution - uma revolução cultural que tem em vista a sustentabilidade na qual a bicicleta é um bom exemplo de como uma tecnologia simples pode ser solução para problemas complexos", segundo fonte da conferência. O programa da conferência inclui ainda duas corridas de bicicleta: a Subida à Glória - uma corrida que se realizou pela primeira vez em 1913 e uma corrida alleycat. O programa detalhado pode ser consultado no site ichc2013.cies.iscte-iul.pt
Documentários portugueses de 3 a 11 de Maio em Lisboa No Panorama - 7ª Mostra do Documentário Português - há filmes para ver entre 3 e 11 de Maio no Cinema São Jorge, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema e, pela primeira vez, no Teatro do Bairro. Há muito por onde escolher: sessões dedicadas a Lisboa, a Guimarães - Capital Europeia da Cultura, ao Festival de Curtas de Vila do Conde, ao Doclisboa, filmes contemporâneos e filmes dedicados ao Cinema Novo da década de 1960 e início de 1970 num total de 82 filmes, 20 curtas e 62 longas-metragens, 17 estreias e 16 primeiras obras. O mítico "Belarmino", de Fernando Lopes, é o filme de abertura, que conta com um momento especial, a actuação do Trio Hot Club de Portugal que participou no filme, em 1964. A sessão de encerramento é dedicada a biografias. São elas "AlmadaNegreiros, Vivo, Hoje", de António de Macedo, "27 Minutos com Fernando Lopes Graça", de António-Pedro Vasconcelos e "Sophia de Mello Breyner Andresen", de João César Monteiro. Neste Panorama, o Pedal não pode deixar de dar uma especial atenção e de chamar a atenção para o filme "Herberto". O realizador é Bruno Sousa que, para além de ser DJ na dupla Bandido$ e, acima de tudo, um fervoroso apaixonado e entusiasta por bicicletas, estreia este documentário no Panorama. Trata-se de um filme que nos mostra a vida de um açoriano de 92 anos que, aos 90, abriu uma fábrica de produtos derivados de soja na ilha do Faial, a sua relação com a mulher, 40 anos mais nova e o dia-a-dia para continuar a lutar por aquilo que idealizou. Bruno Sousa refere que ficou maravilhado quando viu "pela primeira vez o Sr. Herberto numa reportagem da RTP Açores. Estava ali um homem de 92 anos que radiava vitalidade e que tinha começado uma fábrica de produtos derivados da soja nos Açores, uma terra em que os produtos de origem animal dominam os hábitos alimentares. Quis muito saber qual o seu mistério, quem era, como tinha ali chegado e porque tinha aberto a referida fábrica". A estreia é dia 10 de Maio, às 15h, na Sala 3 do Cinema São Jorge. panorama.org.pt
Fotografia: Enrique Diaz
© Daniel Seiffert
teatro
International Institute of Political Murder Hate Radio 7 a 9 maio 21h30
Fotografia: Enrique Diaz
14€ / Com desconto 7€ | M/16
Uma apresentação House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia e do Goethe-Institut
música
Jornal Pedal PRESENTE!
© Peter J. Kierzkowski
O Jornal Pedal co-organizou o evento de apresentação em Portugal da linha Bradley Wiggins da Fred Perry, no Velocité Café, em Lisboa, onde é vendida em exclusivo. A música foi da responsabilidade de CVLT e houve competição de bike sprints com prémios para os vencedores. O Pedal esteve ainda presente num espaço no Yorn Good Time Shopping. Três dias a distribuir jornais num evento com roupas, acessórios, discos aos molhos, demonstrações de bike polo e concertos.
2º aniversário da Massa Crítica de Santa Iria da Azóia Domingo, dia 19 de Maio, a Bicicletada de Santa Iria da Azóia irá organizar um piquenique para comemorar dois anos de existência, junto ao Castelo de Pirescoxe, ponto de partida dos passeios mensais. Segundo a organização, "ao longo destes dois anos e a partir de Santa Iria, a Bicicletada percorreu ruas e estradas desde Alverca até ao Parque das Nações, desde Vialonga até à Bobadela. Apesar do seu carácter "domingueiro", o objectivo é mostrar que a bicicleta é uma opção de transporte válida também nas zonas suburbanas com topografia difícil e urbanismo irregular, onde a maioria das pessoas não imagina o dia-a-dia sem o automóvel. Embora o número de participantes seja variável e oscilante, a Bicicletada realizou-se todos os meses sem falta, fizesse sol ou chuva e assim continuará". Para além do piquenique, haverá actividades relacionadas com a bicicleta, nomeadamente um workshop de segurança e prevenção rodoviária para ciclistas (pela APER – Associação Portuguesa de Educação Rodoviária), uma gincana infantil, cicloficina, uma visita guiada ao Castelo de Pirescoxe (pela ADPAC - Associação de Defesa do Património Ambiental e Cultural de Santa Iria da Azóia) e uma corrida alleycat. Mais informações em: bicicletada-santairia.blogspot.com
William Basinski
Nocturnes
11 maio 22h00 15€ / Com desconto 7,50€ | M/3
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11:02 AM
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10:57 AM
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Abril-Maio 2013 • número 15 • Jornal Pedal • 5
Reportagem Fotografias por Vera Marmelho
1h 05m Ana Roque
0h 38m Pedro Ventura
1h 06m Luís Favas
DNF
Francisco Godinho
6 • Jornal Pedal • número 15 • Abril-Maio 2013
Reportagem 1h 28m
1h 03m Rui Faustino
1h 06m
António Santos
1h 10m Vítor Peixoto
1h 11m Gonçalo Leite
0h49m Nuno Pinhal
0h 41m Filipe Corrreia
1h 08m João Amorim
1h 08m
0h 57m Bruno Sousa
1h 30m
0h 43m Rui Costa
Ana Pérez-Quiroga
João Figueiredo
Geoffrey Marcelino
Abril-Maio 2013 • número 15 • Jornal Pedal • 7
0h 40m
1h 00m
1h 03m
Tiago Carvalho
João Sovelas
1h 05m
0h 52m
1h 04m
0h 58m
0h 44m
1h 11m
Micael Lopes
Daniel Martins
Hugo Quinta
Fábio Gonçalves
Daniel Jordão
Filipe Covão
1' 04"
Miguel Peixoto Filipe Covão
1h 06m Nuno Brazão
0h 42m Miguel Fonseca
1h 11m Rui Teixeira
Fotografia: Enrique Diaz
Fotografia: Enrique Diaz
Fotografia: Enrique Diaz
Fotografia: Ricardo Filho de Josefina
Fotografia: Enrique Diaz
Fotografia: Enrique Diaz
Fotografia: Enrique Diaz
10 • Jornal Pedal • número 15 • Abril-Maio 2013
Mundo
Milano Affresco João Bentes
Faz frio em Milão. Voltámos à capital norte italiana para recordar o frio milanês. Por aqui e por ali vêem-se presenças em duas rodas que rolam pela cidade fria com toda a elegância de uma cidade da moda. As árvores estão despidas e geladas, as ruas húmidas levam à descoberta de uma Dodici Bici Milano que brilha entre as nuvens cinzentas.
“
Fotografia: João Bentes
Estas manhãs ligeiras quase sem pessoas nas ruas de um Sábado, são rasgadas por ciclistas urbanos muito direitos que se passeiam com toda a etiqueta.
F
az tempo que não rolávamos por estas ruas duras que giram em torno do centro milanês mas uma vez pisadas, tudo vem à memória. Há um Duomo no centro, ruas epicêntricas e ruas que cruzam para as portas da cidade. O frio cai aqui como um manto gélido que abranda o movimento urbano e constrói manhãs fantasmas como se tudo se transformasse num filme suspenso. Estas manhãs ligeiras quase sem pessoas nas ruas de um Sábado são rasgadas por ciclistas urbanos muito direitos que se passeiam com toda a etiqueta. Passa um senhor bem tapado com um sobretudo e calças escuras que mostra o sapato bem engraxado preto assente no pedal. A bicicleta é cinzenta e brilha silenciosamente como nova. Surge ainda, atravessando Monte Napoleone, entre montras hiper reluzentes onde o vitrinsmo é uma disciplina bem reconhecida, uma “Madonna” de plumas, chapéu também peludo e uma encharpe que conforta até os que por ela passam. A pedalada é lenta de quem oferece a calma para ser vista, a bicicleta é branca marfim com apontamentos em couro mel. Surge outra e ainda mais outra entre as beldades estacionadas em qualquer pedaço metálico agarrado ao alcatrão do passeio. De quando em quando, sobretudo, junto a estações do metropolitano surgem manchas amarelas. São as bicicletas clones. As bicicletas provenientes conceito de ciclo-partilha que foi
agora instalado em Milão aguardando a exposição mundial de 2015. É reconfortante saber que para quem vem a Milão, tem a oportunidade de palmilhar a cidade com o pé pousado no pedal. Ao olhar em redor, percebe-se que o sistema está a ser utilizado pelos milaneses e por turistas que desencaixam a máquina, montam e se distanciam com suavidade. Passamos pelo meio da Piazza del Duomo, aqui e ali bicicletas encostadas que revelam mais do que a elegante bicicleta italiana. Carretos simples e fixos. Bicicletas customizadas agarradas a cadeados em U. Entre bicicletas estacionadas de um lado e outro do Corso di Porta Ticinese, entramos numa loja de roupa que tem, atrás de uma escada, uma fixed gear escura e minimal. O dono está fora e um amigo indica uma loja que serve de base de um novo culto urbano de Milão. É apenas a 15 minutos dali. Volta-se à rua, há cada vez mais bicicletas estacionadas à medida que a noite avança. Tal como em Lisboa, encaixam-se umas nas outras por falta de parqueamento, ocupando o espaço reclamado pelos peões. Não são indiferentes, são elegantes, umas comidas pelo tempo e outras reflectem vaidade. Exclamam “Silvestrini” ou “Casati”, “Rossignoli” ou “Pinarello”. Até Eduardos “Bianchi” ou Vittorios “Gios”. Passa-se a Piazza XXIV di Maggio, começa-se a ver mais rodas fixas, estacionadas ou em passagem silenciosa entre os carros e carrinhas juntamente com as motoretas do Corso San Gottardo. O
caminho é este, mais dois quarteirões confirmam a chegada ao prometido. A montra está repleta de duas rodas penduradas de cores e formatos variados que se encontram para o factor comum: roda fixa. Colado no vidro, junto à porta pode ler-se “Dodici Cicli Milano”. Ao entrar, o calor interior faz desapertar o casaco pesado e retirar os adereços de protecção térmica. De um lado, mesmo atrás da montra preenchida com bicicletas, está um sofá em roda de uma mesa, um lugar de estar com as bicicletas da Dodici, talvez um lugar de customização, tertúlias ou simplesmente de rodar palavras com amigos. Do outro lado, há mais bicicletas e uma escada para um sobrepiso fechado ao público. Em frente encontra-se um balcão em madeira e logo atrás um Francesco. “Ciao” sai-lhe. Mesmo atrás dele, esconde--se um quadro de ferramentas e, em seu redor, inúmeros utensílios de trabalho em bicicleta. Isto tudo torna este balcão numa espécie de poiso de cozinha, onde podemos observar o chef a confeccionar saborosos pratos de duas rodas. É bonita esta loja que tem nas paredes alguns cartazes de corridas urbanas em Itália e uma e outra fotografia de convívios mesmo ali em frente à montra. Trocamos umas palavras com o Francesco que nos explica alguns desenhos de telaio, quadros italianos. Refere a importância e vantagem de ser uma produção completamente italiana e mostra ainda uma das últimas encomendas de um cliente americano. Sobe as escadas e desce com um telaio doura-
”
do. Conta que foi um pedido especial, que a própria liga de metal escolhida tem aquela cor dourada não sendo aplicada qualquer pintura. “Vai ser enviada amanhã”, diz-nos, mostrando uma embalagem de cartão com “Dodici cicli” estampado na lateral. A conversa é lançada ainda para uma e outra peça fabricada por eles. Entretanto, a rua escurece e é tempo de ir atravessar o frio com algumas pingas geladas. Sai outro “ciao” depois da conversa rápida com o Francesco e abandonamos o templo Dodice com a vontade de prolongar as conversas. A noite oferece aqui e ali luzes que tremem na calçada até pararem junto aos bares e restaurantes de frente ao canal Naviglio Grande. Sair pela noite, mesmo molhada, é ir de bicicleta e, porque estamos em Milão, há adereços próprios para o efeito. Paramos junto à “Le Colonne”, gelataria creperia para um Nutella extra. Na rua vêem-se capas de chuva elegantes desenhadas para a bicicleta, assim como galochas sóbrias que assentam tenuamente sobre os pedais. Vêem-se ainda andantes sobre duas rodas com uma mão ao guiador e a outra no guarda-chuva assimétrico, com uma forma aerodinâmica que corta o vento, facilitando a sua utilização. São seres que flutuam na noite chuvosa com descontracção e naturalidade como fantasmas esvoaçantes e silenciosos. A despedida do frio milanês celebra-se com uma birra, cerveja Peroni entre as “Rossignoli” e as “Silvestrini” a momentos da volta para Portugal.
Abril-Maio 2013 • número 15 • Jornal Pedal • 11
Conversa com Jacopo Volpe Dodici Cicli Milano
Fotografia: João Bentes
João Bentes
Quem está por de trás da Dodice? Bom, que pergunta engraçada. Por de trás da Dodici Cicli Milano, mas também a meio e à frente, estou eu, Jacopo Volpe, nascido em Vicenza, em 1976, desde sempre apaixonado por bicicletas e pelo Design, de uma forma geral. Andavas de bicicleta enquanto criança? Onde era isso? Felizmente tenho a sorte de ter nascido numa cidade pequena de província onde não há tráfego automóvel e onde as crianças podem brincar na rua. Assim, antes da bicicleta, o skate sempre foi o meu companheiro e daí veio a minha paixão pela bicicleta. Como surgiu o interesse profissional pela bicicleta? Eu sempre tive uma forte predisposição para tudo o que fosse manual. Em pequeno passava tempo a desmontar e montar objectos. Mais tarde, na adolescência, montei uma pequena carpintaria para fazer algum dinheiro extra e aos 25 desmontava e montava Vespas durante os intervalos do meu trabalho como designer em roupas. Percebi o quanto o contacto com as coisas mecânicas me fazia sentir bem. Ao mudar-me para Milão, percebi que a Vespa, que era tão rápida e prática entre as províncias, era bastante desconfortável numa cidade grande como Milão. Queria um meio que me transportasse rapidamente pela cidade e então pensei nas bicicletas dos meus amigos em Nova Iorque. Tive que ir procurando o que havia disponível no mercado, comprei as peças e montei a bicicleta. Seguidamente comecei a montar outras, de amigos que me pediam ajuda e uma coisa levou à outra. Doze bicicletas. Qual é a origem do nome de Milano Dodici Cicli e porquê? O nome é uma fórmula mágica. Porque funciona. Quantos são na loja? Neste momento, na loja há sempre uma pessoa que
toma conta do e-mail e da parte web. Há uma pessoa que é o mecânico. Depois há alguns amigos que se revezam para nos darem uma mão. Houve um período em que a minha irmã ajudou um pouco com a logística. A Dodici dedica-se apenas a modelos fixos ou são concebidos outros modelos para fins urbanos? Eu adoro as bicicletas de uma maneira geral. A Dodice é uma marca intimamente ligada à roda fixa, mas diz-se que num futuro próximo podemos vir a estender a colecção ao cliclocross, BMX e qualquer outra coisa com rodas. Os quadros são Dodice e alguns componentes também. Onde está a fábrica? Como é o processo até uma encomenda estar pronta? Trabalhamos com dois fabricantes de quadros ambos em Veneto, em que um funciona com alumínio e outro com aço. As rodas são produzidas em Lombardia. Os quadros são produzidos e armazenados pelo pintor, também na região de Veneto, são depois ordenados conforme os pedidos dos clientes e enviamos por correio ou entregamos na loja. Desenhamos os quadros com eles a fim de obter sempre a impressão das pessoas que depois os utilizam com o fim de aumentar a qualidade dos produtos para as próximas gerações. Têm pedidos de todo o mundo? Para onde já enviaram bicicletas Dodice? Para se ter uma boa ideia de exemplos de envios internacionais é acompanhar o nosso blog em dodicicicli.tumblr.com. Eu diria que, exceptuando África e América do Sul, enviamos bastante para todos os outros locais onde temos um monte de fãs. Ásia, Coreia, Malásia, Estados Unidos, Europa e algumas das nossas Dodice andam também pela Rússia! Isso entusiasma-me muito! A loja existe já há cinco anos. A Dodice está a transformar Milão? Certamente. Há mais pessoas a andar de bicicleta, alguns até venderam o carro, outros mudaram o estilo de vida e muitos têm reconhecido o que fazemos. Espero que continue assim para sempre. Qual a bicicleta Dodice de que se orgulham mais? Adoro todas as bicicletas que construímos. Adoro as que fiz e as que ainda vou fazer são as que gosto mais. Onde se encontra Portugal no cenário das bicicletas urbanas? Ja estive em Portugal para surfar e acho que é um lugar bonito, óptimo para andar de bicicleta. Espero que haja um bom crescimento da utilização urbana das bicicletas.
Fotografia: João Bentes
Qual é o lugar perfeito para uma volta de fixed gear? O mundo. Qual a alleycat mais desejada? Uma que nunca acaba, que dura o dia todo e todos os dias, que funciona por todo o mundo. Qual é a tua bicicleta ídolo? São muitas as que me roubaram o coração. É muito difícil escolher uma.
12 • Jornal Pedal • número 15 • Abril-Maio 2013
Política
Vae victis – Ai dos vencidos! Tiago Carvalho
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Se queremos, como comunidade, generalizar realmente a bicicleta como meio de transporte urbano, devemos reconhecer que a satisfação máxima das condições de ciclabilidade pode ser mais exigente do que os critérios propagados por nós, ciclistas resilientes.
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Ilustração: Luís Favas
A
tertúlia com o investigador inglês Dave Horton na Ler Devagar, a convite da MUBi, introduziu alguns tópicos que deverão merecer atenção por parte da comunidade ciclista em Portugal. O ambiente era informal e os presentes eram os habituais nestas questões, mas as consequências de uma cavaqueira pública incluem a saída tímida de listas de discussão virtuais para as primícias de um pensamento crítico sobre ciclabilidade no seio da sociedade civil. E será nessa exposição a perspectivas díspares que o pedalar pode sair revigorado e apto a resistir aos ardis e cavilações a que o poder o tem votado. Ao avocarem um convite à auto-reflexividade que os ciclistas enquanto grupo têm da sua identidade e do seu papel social, as categorias introduzidas por Dave Horton são polémicas, mas igualmente profícuas para motivos de esclarecimento. Pretendo aqui expô-las e expandi-las para o caso nacional e manter que, apesar de todo o zunzum mediático e cultural que a popularização da bicicleta tem carreado, estamos num momento sensível para a sua definitiva instalação institucional. Comecemos por um breve escólio ao que foi referido supra: "comunidade ciclista em Portugal" e "caso nacional". Estes termos, se analisados de perto, parecem ser vazios de conteúdo. Porque haver uma partilha material de um objecto por vários indivíduos, neste caso a bicicleta, não é necessário nem
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suficiente para haver uma comunidade a ele vincada. Há objectos imateriais, como as crenças, que são partilhadas por várias pessoas, formando essa participação a própria base comunitária; se eu, porém, partilhar o balcão com fulano para uma bica, tampouco poderemos ser considerados uma comunidade. Porque uma comunidade pressupõe uma postura assumidamente promotora de valores éticos associados a uma cultura material, isto é, hierarquiza quais os modos consentâneos de habitar a res publica e, por isso, é eminentemente uma aposta política. Ora, é difícil conceber o que é que haverá de comum, neste sentido, aos praticantes de BTT, de BMX, aos estradeiros, aos adeptos das fixies e aos ciclistas que pendulam entre casa e trabalho, só para nomear algumas famílias do mundo das bicicletas. Para começar, nenhuma delas é estanque e podem profundamente diferir na maneira como negoceiam o espaço rodoviário através da bicicleta. Pedalar pode ser amiúde apenas um passatempo ronceiro ou associado ao lazer em ambiente natural e não tem de estar conotado com uma reinvindicação orgulhosa ou uma apologia das qualidades da bicicleta. Pressupor que há uma comunidade onde há um conjunto de pessoas a pedalar é erróneo. O segundo aspecto diz respeito a uma falácia comum sobre a representatividade na defesa da bicicleta. A expressão "caso nacional" elide o facto de a bicicleta ser hoje advogada na sua maioria por associações e organizações das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, em que a densidade de serviços e residências permitiu o assomo da bicicleta como meio de transporte competitivo, enquanto o decorrente confronto com o tráfego rodoviário permitiu precisamente a sua agremiação; são estas as condições que criam, em Lisboa e Porto, as várias subculturas da bicicleta e que Horton detalhou para o caso inglês; nas restantes povoações do nosso país, a promoção da bicicleta surge enquadrada em programas autárquicos e universitários de curto alcance e penetração; além do mais, enfrenta condições urbanísticas, populacionais e orográficas bastantes diversas. A EN 125, por exemplo, atravessando várias cidades algarvias do barlavento ao sotavento, é bordejada por enxames de bicicletas e está entre as mais mortíferas do país, mas não constitui, contudo, uma das preocupações dessas associações, cujo horizonte de acção é por demais motivado por problemas específicos à cidade de Lisboa, em especial. Como em muitos outros domínios, o contexto particular da capital é empolado mediaticamente até ganhar a conotação de uma representatividade extensível a todo o território, quando nada o justifica. Lisboa não é nem deve ser o país, mas no campo da intervenção política em políticas cicláveis como expressão de uma comunidade, é dela que promanam os grupos de pressão em políticas pedonais e cicláveis, por via da FPCUB, MUBi e ACA-M. Sabê-lo é só reconhecer que a genealogia das propostas apresentadas às edilidades, e ao próprio
parlamento na questão da revisão do Código da Estrada, rege-se fatalmente pelo engenho em universalizar o particular de situações concretas; é pois necessário acautelar uma generalização excessiva a um território que não é de todo isomórfico ao chão de origem. Ao contrário da física, as estratégias de implementação e divulgação da bicicleta não se guiam por inequívocas leis universais e fórmulas precisas de causa-efeito; a complexidade e a participação locais serão sempre os factores determinantes, para lá da opinião de gurus e respectivos sequazes. O palco de Lisboa é particularmente lauto porque reúne uma massa crítica de ciclistas inseridos em fortes subculturas identitárias da bicicleta e activistas informados e instruídos que reclamam várias benfeitorias cicláveis contra todos os costumeiros escolhos de inércia política e interesses automobilísticos. Pela usança do automóvel na sociedade portuguesa e pela maneira como a cidade tem sido sucessivamente configurada aos seus ditames, pugnar pelo direito ao transporte em bicicleta na capital torna este prélio simbólico e prenhe de significados para a expansão da bicicleta para outros concelhos. Repare-se, por exemplo, nos experimentos ridículos do vereador Nunes da Silva com uma mini-rede de aluguer de bicicletas eléctricas; uma brincadeira que pode levar a percepção social a identificar investimento público em bicicletas com a simples delapidação de recursos, a par de outras tantas ciclovias menoscabadas; ou nas imagens de um folheto de 1963 do ACP que atestam o seu arreigado atavismo para com os ciclistas; o Código da Estrada serôdio que ainda temos, mormente nas hierarquias que conserva, é o reflexo de uma duradoura institucionalização de privilégios motorizados e que merece ser desobedecida diariamente. A crítica à automobilidade é, pois, tão flagrante que não é necessário sentir na pele a latência insidiosa de emissões poluentes, de uma colisão ou de todos os benefícios do pedalar. Mas ser um ciclista urbano ajuda, de facto, a determinar os juízos informados sobre os malefícios do automóvel, bem como propostas construtivas, na medida que é algo que subsiste em todos aqueles que durante largos minutos vivem as contrariedades dos seus percursos diários. Eis aquela categoria de ciclistas que Horton designa como "resilientes", porque insistem em demonstrar à sociedade como é possível, adoptando uma condução defensiva e outras estratégias, pedalar a par dos automóveis: em todas as estradas, em todos os pisos, com todos os níveis de trânsito. O académico inglês sublinha que a identidade destes ciclistas é devida e mantida graças a pressões exteriores que exigem assim alguma especialização, como uma confiança assertiva, tolerância controlada a riscos, gosto pela adrenalina e uma boa condição física, compatível com a sua classe etária e de género, maioritariamente, abaixo dos 35 anos e masculina. O corolário é que em Lisboa a ausência da bicicleta como meio de transporte massificado é concomitante à existência de ciclistas resilientes. A bici-
"Campanha de 1963 do ACP para a observação do CE "Portugal a pedal eradisfarçado, Portugal radical " dobrado..." pelos ciclistas: amigo inimigo
cleta só se torna identitária porque a sua adopção é necessariamente beligerante. Contraste-se esta posição com a de alguém que conduz um automóvel em Portugal ou uma bicicleta na Holanda. Nenhum deles se definirá como "condutor" ou "ciclista" já que tais actividades são perfeitamente espontâneas porque acessíveis à maioria da população, independentemente da idade, condição física ou confiança. Horton pede que reconheçamos que estas condicionantes da identidade das subculturas do ciclismo urbano podem limitar a abrangência da bicicleta como projecto político. Se queremos, como comunidade, generalizar realmente a bicicleta como meio de transporte urbano, devemos reconhecer que a satisfação máxima das condições de ciclabilidade pode ser mais exigente do que os critérios propagados por nós, ciclistas resilientes. Todos conhecemos outros menos temerários que se apeiam da bicicleta em certos trajectos, que a abandonam em definitivo depois de uma queda, ou que circulam pelo passeio. Quantos mais ci-
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A crítica à automobilidade é pois tão flagrante que não é necessário sentir na pele a latência insidiosa de emissões poluentes, de uma colisão ou de todos os benefícios do pedalar.
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"Campanha de 1963 do ACP para a observação do CE pelos ciclistas: amigo disfarçado, inimigo dobrado..."
clistas destes não haverá no armário? A pedra-de-toque de cada novato começará sempre pela avaliação subjectiva da sua segurança. Manter a perspectiva resiliente, por moda ou por dogma, é dizer que o ciclista contigente deverá esforçar-se por se adaptar à cidade, porque a existência de outros ciclistas resilientes demonstra que pedalar é exequível. Sair deste casulo identitário é necessário para expandir a bicicleta a idosos, crianças e a todos aqueles que a ponderam como meio de transporte mas que ainda temem industriar-se nela. Sabemos hoje que nenhuma cidade com níveis elevados de adesão à bicicleta rejeitou a adopção de infra-estrutura segregada, a par de um pacote multivalente de medidas de acalmia e restrição do tráfego. A questão está em saber se estas são politicamente verossímeis de executar numa cidade à porta de eleições e dominada por um vereador da mobilidade cujos sonhos envolvem a construção de mais túneis; podemos também reconhecer com maturidade que aquelas receberão usualmente a predilecção de políticos e vereadores pelo sentido de "obra feita" que encerram. As vantagens de vias reservadas à bicicleta, se combinadas com a não obrigatoriedade da sua utilização, são principalmente duas: 1) captam de modo inclusivo e pedagógico mais adeptos para a bicicleta, enquanto os adestram para percursos noutras ruas sem separação do tráfego; 2) sinalizam que a autarquia destinou um quinhão do seu erário para prover a bicicleta de mais condições físicas de circulação. Porque combater o domínio motorizado apenas no plano legislativo, através da revisão do Código da Estrada, é ignorar que a pressão sob os ciclistas e peões se pratica e exerce mais pelo "desenho" actual das artérias urbanas do que pela sua desobediência consciente pelos automobilistas. Se pudermos ver mais miúdos e graúdos a pedalarem, mais óbvio se tornará ao poder que as reivindicações dos seus aderentes são legítimas e desejáveis. Será também um reconhecimento de que há mais bicicletas do que apenas a nossa.
14 • Jornal Pedal • número 15 • Abril-Maio 2013
Desporto Pedro Ventura vence 1ª Alleycat Pedal
Classificação
P
edro Ventura foi o vencedor da 1ª Alleycat Pedal, com o magnífico tempo de 38 minutos, seguido de Micael Lopes e Filipe Correia, que chegaram ao mesmo tempo, entre os 40 e os 41 minutos. A melhor classificada feminina foi Ana Roque, que fez o percurso em 65 minutos, ficando em 19º na classificação geral. Esta alleycat realizou-se por ocasião do primeiro aniversário do Jornal Pedal e comemorou-se a andar de bicicleta por Lisboa. 41 participantes fizeram um percurso por cidade em duas rodas que acabou numa festa de aniversário conjunta do Pedal e do Grémio do Carmo. O grupo dos "estafetas por um dia" partiu do Largo do Intendente e cada um tinha que escolher o percurso mais rápido passando pelos seguintes checkpoints: Velo Culture Lisboa, Velocité Café, Mega Aventura, Quiosque de Refresco/Bike Check, RodaGira, BikeIberia, BinaClínica até terminar na Praça da Figueira. Pedro Ventura, fundador da primeira empresa portuguesa de estafetas de bicicleta, referiu ao Pedal que desde que começou a participar em alleycats, "ainda antes de ter criado a Camisola Amarela, em 2009, até à do Pedal, esta deverá ter sido a mais competitiva a nível de participantes" e fez uma breve descrição do que se passou: "depois de um ínicio meio caótico com os checkpoints a serem lançados pelo ar, logo de ínicio formou-se o grupo da frente que acabou por ser bastante idêntico ao longo de toda a corrida, acabando por separar-se só no final. De referir que, da maioria desse grupo, vestem, já vestiram ou vestirão a Camisola Amarela. Os outros ou têm também uma bicicleta amarela de alumínio inspirada nos táxis de Nova Iorque ou têm bicicletas de estrada de carbono, equipam-se com POC's e SH-AM45 SPD e
Fotografia: Ricardo Filho de Josefina
Luís Gregório
vivem a paixão das bicicletas de montanha há mais tempo que eu". O vencedor refere ainda que "houve momentos bem interessantes do ponto de vista das técnicas que se desenvolvem enquanto estafeta de bicicleta, pena que o nosso Brunelle aka João Pinheiro se tenha feito só acompanhar de um microfone para acompanhar a prova, pena que não tivesse ficado gravado em vídeo, mas ficará para sempre gravado nas memórias de quem participou". Pedro Ventura destaca ainda o bom ambiente: "acima de tudo, foi um evento no qual reencontrei amizades que a vida leva a que não consiga estar mais vezes com elas, e no qual imperou um espírito competitivo amigável e saudável". A bicicleta que o levou à vitória "é uma bicicleta de estrada clássica portuguesa da marca com sede ao lado da Casa da Música no Porto, adaptada para uso urbano por Nuno Pinhal. E que bicicleta/geometria aquela! Com travões, mudanças e tudo"! O prémio escolhido pelo vencedor foi a t-shirt oficial da alleycat, com ilustração de Luís Favas. Quanto à prestação de outros participantes, Pedro Ventura destaca Rui Costa, "que é o melhor biker urbano de fixed, com participação em todas as alleycats de fixed brakeless, a ter sempre boas classificações e a varrer a concorrência a subir".
Bike Polo em Cracóvia Hardcourt Bike Polo Championship EHBPC Cracóvia 28 a 30 de Junho (por confirmar) Campeonato Ibérico Saragoça 11 e 12 de Maio Campeonato Nacional Lisboa 18 e 19 de Maio
S
A festa, com respectiva entrega de prémios, aconteceu no Grémio do Carmo ao som de Bandido$, Sonja, Señor Pelota, Pan Sorbe, Trol2000 e Orange Evolution. Houve prémios para os vencedores e outros sorteados entre todos os participantes: cerveja Sovina Grémio do Carmo, vale Bang Bang Tattoos, ciclo cap Lucky Basterds, roda RodaGira, selim Brooks edição especial Bike Tech, vale Bike Check, vale Velo Culture, vale RoundSquare, refrescos Quiosque de Refresco, t-shirt Marcado 560, vale inscrição FPCUB, jersey da equipa nacional FPC, inscrição no campeonato Brompton 2013, chainrings RCICLA, conjunto de roupa interior térmica Mega Aventura, vale BikeIberia, punhos ESP Grips BinaClínica, óculos de sol PartyGlasses e vale Velocité Café. Vera Marmelo tirou retratos aos participantes, antes da corrida, Ricardo Filho de Josefina fotografou quem ia passando pela Praça das Flores e Enrique Diaz captou momentos durante a corrida e durante a festa no Grémio do Carmo. O Jornal Pedal não pode deixar de agradecer a todos os que tornaram este evento possível: todos os apoios, participantes, DJs, quem fotografou, quem filmou e um especial obrigado ao "super" Marco Costa do Grémio do Carmo.
erá no fim-de-semana de 28 a 30 de Junho de 2013, a edição do European Hardcourt Bike Polo Championship (EHBPC), em Cracóvia e, pela primeira vez, Portugal terá uma vaga de acesso directo. Depois de já ter recebido o torneio November Sun, organizado em Novembro de 2012 - realizado simultaneamente com o Bicycle Film Festival de Lisboa - a Junta de Freguesia de Benfica disponibilizou o seu ringue de patinagem para o torneio de qualificação portuguesa para o Campeonato da Europa. No site leagueofbikepolo.com, o maior agregador de grupos e colectivos que praticam a modalidade, existem já quatro locais registados em Portugal, onde grupos jogam bike polo. Lisboa, Porto, Avanca e Lagos são os locais onde, actualmente, existem jogadores e de onde sairão as equipas para se defrontarem num torneio que se espera ter oito equipas. É, no entanto, aberto a qualquer equipa em Portugal que se deseje inscrever e o formato será adaptado consoante o número total de equipas inscritas.
Class.
Nome
Tempo
1º
Pedro Ventura
0h 38m
2º
Micael Lopes
0h 40m
3º
Filipe Correia
0h 41m
4º
Miguel Fonseca
0h 42m
5º
Rui Costa
0h 43m
6º
Eduardo Mendonça
0h 44m
7º
Daniel Jordão
0h 44m
8º
Nuno Pinhal
0h 49m
9º
Fábio Gonçalves
0h 52m
10º
António Pedro
0h 56m
11º
Eliseu Almeida
0h 56m
12º
Bruno Sousa
0h 57m
13º
Hugo Quinta
0h 58m
14º
Tiago Carvalho
1h 00m
15º
Diogo Tavares
1h 01m
16º
João Sovelas
1h 03m
17º
Rui Faustino
1h 03m
18º
Filipe Covão
1h 04m
19º
Ana Roque
1h 05m
20º
Daniel Martins
1h 05m
21º
Luís Favas
1h 06m
22º
João Figueiredo
1h 06m
23º
Nuno Brazão
1h 06m
24º
Rui Henrique
1h 07m
25º
Vasco Pereira
1h 07m
26º
João Amorim
1h 08m
27º
Geoffrey Marcelino
1h 08m
28º
Zé Maria Silva
1h 09m
29º
João Pinto
1h 10m
30º
Vítor Peixoto
1h 10m
31º
Rui Teixeira
1h 11m
32º
Miguel Peixoto
1h 11m
33º
Gonçalo Leite
1h 11m
34º
Alexandre Casado
1h 14m
35º
António Santos
1h 28m
36º
Ana Pérez-Quiroga
1h 30m
37º
Pedro Santos
1h 34m
38º
Francisco Fernandes
1h 34m
39º
Luís Alexandre
1h 46m
DNF
Francisco Godinho
-
DNF
Pedro Bernardino
-
É a primeira vez que se realiza um torneio com um âmbito nacional tão alargado e espera-se que seja o impulso necessário para a modalidade ganhar praticantes e competitividade em território nacional. Depois das participações em alguns campeonatos noutras cidades da Europa, as equipas “Hienas” e “Flibusteiros” acabaram por se desintegrar, sendo que alguns dos membros fazem agora parte de novas equipas, como os “Estrondeira” ou os “Lynxes” - que participarão no próximo Campeonato Ibérico (Saragoça, 11 e 12 de Maio). Para o Campeonato Nacional, a realizar no fim-de-semana de 18 e 19 de Maio, ainda não há equipas definidas ou inscritas, mas espera-se que as formações de Avanca, Porto e Lagos se juntem às de Lisboa para um fim-de-semana cheio de bike polo na “arena” António Livramento – um ringue com as condições perfeitas para a prática deste desporto em bicicleta. António Borges Cruz
16 • Jornal Pedal • número 15 • Abril 2014
Yehuda Moon
Produtos
Dicas
Posicionamento do selim
Cranks Sugino rd2 Track Crank de 165mm em alumínio forjado, chainring em alumínio maquinado com 46 ou 48 dentes: Disponível em prateado e preto. 110€ bicirodagira.com
T-shirt Mercado 560 Edição limitada a 31 t-shirts de homem e 10 t-shirts de mulher, resultante da colaboração com o artista Bráulio Amado e o Jornal Pedal. T-shirt 100% algodão. Disponível nos tamanhos S, M, L, XL. 15€ mercado560.com
Ilustração: Sofia Morais
Ganchos para pedais Zéfal 15.90€ (par) binaclinica.com
Ajustes no selim Muitas das pessoas que usam bicicleta não dão muita atenção aos ajustes do selim. Estes são fundamentais para melhorar a eficiência da pedalada e tornar a experiência de condução mais agradável.
que dá mais conforto ao ciclista. Esta poderá ser horizontal ou com uma ligeira inclinação descendente na direcção do guiador. Nunca deverá estar inclinado para trás, pois irá pressionar intensamente a zona pélvica.
Altura A altura ideal do selim é aquela que permite uma pedalada em que a perna não fique completamente esticada, nem demasiado encolhida. Um utilizador novo, poderá colocar o selim 2 a 3 cm abaixo da altura ideal de forma a aumentar o seu nível de confiança quando em cima da bicicleta.
Posição horizontal Os carris do selim permitem uma ligeira movimentação horizontal relativamente ao espigão do selim. Este ajuste é de ordem mais técnica e deve ser efectuado se acharmos que para uma pedalada mais eficiente usualmente nos tentamos sentar ligeiramente mais atrás ou mais à frente. A posição horizontal do selim pode ser conjugada com o ajuste do guiador, em altura e avanço.
Inclinação A inclinação do selim deve ser aquela
NÚMERO QUINZE – ABRIL-MAIO 2013 Ficha Técnica: Director: Bráulio Amado (BA) ba@jornalpedal.com Director Adjunto: Luís Gregório (LG) lg@jornalpedal.com Editor: João Pinheiro (JP) jp@jornalpedal.com Redacção: João Bentes (JB) jb@ jornalpedal.com, Tiago Carvalho Colaboraram nesta edição: Fotografia: Ricardo Filho de Josefina, Vera Marmelo, Enrique Diaz Ilustração: Luís Favas, Sofia Morais, Bráulio Amado Textos: António Borges Cruz Banda Desenhada: Rick Smith Revisão: Helena César Design e Direcção de Arte: Estúdio HHH Comunicação: Helena César hc@jornalpedal.com Departamento Comercial e-mail: info@jornalpedal.com tlm: 915044437/933514506 Distribuição: Algarve: Bike Postal, Markko Bike Messenger. Por to: Roda Livre JORNAL PEDAL é uma marca registada / Morada: Praça Gonçalo Trancoso 2 – 2 esq, 1700-220 Lisboa Tel: 933514506/915044437 e-mail: info@jornalpedal.com web: facebook.com/JornalPedal / jornalpedal.com / twitter.com/ JornalPedal Impressão: Empresa Gráfica Funchalense S.A. funchalense.pt | email: geral@egf.com. pt Tel. 219677450 Fax 219677459 Tiragem: 5.000 exemplares Depósito Legal: 340117/12 O JORNAL PEDAL faz parte da Cooperativa POST postcoop. org Jornal Pedal é uma publicação gratuita que não pode ser vendida.