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O que será do prédio Grupo Escolar ‘Conde de Moreira Lima’ desativado há dois anos?

Felipe Rodrigues Freelancer feliperodrigues@jornalvalevivo.com.br

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As portas trancadas e o alto mato que cercam o prédio centenário e patrimônio histórico, que abrigou por quase 100 anos a escola Conde de Moreira Lima, na região central de Lorena, mostram a força do tempo com o espaço desativado que reúne centenas de memórias e lembranças de milhares de lorenenses.

Desde o fim do ano letivo de 2020, o prédio histórico encontra-se sem função, quando a antiga gestão decidiu transferir a unidade escolar para um novo endereço, que antes era ocupado pelo SESI, no bairro São Roque.

Em comunicado à época, a mudança foi justificada por “oferecer melhor estrutura aos alunos”. Com isso, o centenário e histórico prédio ficou “à disposição da nova gestão que poderá conferir ao local o uso que julgar mais conveniente”, finalizou.

Mas afinal, quais são os planos para o prédio centenário?

Um pouco sobre a história da escola centenária e referencial

O mato alto toma conta do prédio centenário

O Grupo Escolar Conde de Moreira Lima, que inicialmente recebeu o nome de 2º Grupo Escolar de Lorena, foi criado por decreto do dia 30 de janeiro de 1918, pelo então presidente do Estado de São Paulo (como eram chamados os governadores), Dr. Altino Arantes.

O início da construção se deu em 1912. Trata-se de uma das 126 escolas públicas construídas pelo Governo do Estado de São Paulo entre os anos de 1890 e 1930 que compartilham significados cultural, histórico e arquitetônico.

Segundo o que consta no portal da Prefeitura de Lorena, o projeto do prédio foi previsto e assinado inicialmente pelo engenheiro e arquiteto, Manuel Sabater, em 1911. O mesmo foi implantado nas cidades de Ribeirão Preto e Monte Alto, construção semelhante sem alteração de fachada.

Anos após o funcionamento, em novembro de 1926, a escola trocou de nome, passando a se chamar “Grupo Escolar Conde de Moreira Lima”, devido a uma justa e honrada homenagem a um dos mais ilustres e importantes personagens da história da cidade, falecido quatro meses antes.

Referência no ensino, em 1935 a unidade contava com 358 alunos matriculados. No entanto, somente em 2001, a escola foi municipalizada por meio da Lei de 2.325 de 01 de janeiro de 1997, passando, a partir de então, a ser administrada pela Secretaria Municipal da Educação. Com a fachada diferenciada das demais unidades da cidade, o prédio escolar foi tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) em setembro de 2011.

Destaca-se a qualidade do conjunto caracterizado pela técnica construtiva simples, consolidando o uso de alvenaria de tijolos e por uma linguagem estilística que simplificou os atributos da tradição clássica acadêmica.

Memórias que não se apagam Os cadeados enferrujados que agora fecham as portas do casarão, não bloqueiam as memórias vividas por centenas de ex-alunos que se alfabetizaram e se formaram na unidade.

Mais que conteúdos disciplinares compostos e obrigatórios na grade curricular, a escola Conde também era palco de comoção e alegria. Quem não se lembra das cantatas natalinas feitas por alunos do ensino fundamental na escada do jardim?

Nas redes sociais, lorenenses esperam por uma resposta sobre o que será transformado o “antigo Conde”. “Prédio histórico, mas sem conservação e carente de iniciativas públicas para o fortalecimento de sua história e importância para a cidade”, lamentou uma internauta em uma recordação da unidade.

Não é o único! Vale ressaltar que outros prédios históricos se encontram nestas condições. O Solar, que também leva o nome do Conde Moreira Lima, encontra-se desativado desde 2021, devido às más condições.

No entanto, a boa notícia é que em setembro do ano passado, o Termo de Intenções para Restauração e Ampliação do prédio foi assinado pelo prefeito Sylvio Ballerini (PSDB), pela Vice-reitora do Unifatea, Ir. Zenilde Fontes, e pela Secretária de Cultura e Turismo de Lorena, Juliana Barbosa. Estando agora na etapa de captação de recursos financeiros para a execução das obras.

Entretanto, o Solar Baptista D’Azevedo, também importante para a história e cultura da cidade, segue fechado e sem uma definição, desde a compra da Prefeitura, em outubro de 2020.

Vale ressaltar que valorizar um patrimônio histórico é fundamental para preservar a memória coletiva. É também uma forma de reconhecer a contribuição de gerações passadas, garantindo que essas experiências não sejam esquecidas e que possam continuar sendo compartilhadas por aqueles que estão por vir.

A Prefeitura de Lorena foi questionada sobre as atuais condições da estrutura do prédio Grupo Escolar ‘Conde de Moreira Lima’. Além disso, a reportagem indagou sobre os projetos futuros para o patrimônio histórico, mas até o fechamento desta edição, não tivemos as respostas.

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