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Cultura & Turismo
from Edição 306
*Walter Cezar Addeo
ambiente, também estão a ignorar os perigos para o planeta de uma alteração radical no clima, no regime de chuvas, no desaparecimento da cobertura vegetal, no derretimento das calotas polares e na qualidade das águas. As cidades tornam-se insalubres, quentes e desagradáveis de viver. Desabrigados das chuvas marcam um encontro todos os anos nas manchetes dos jornais. E assim afundamos todos. Na questão climática ninguém se salva sozinho. Então o que fazer? Primeiramente ensinar nas escolas a importância do ecossistema do planeta e que somos todos responsáveis por ele. Exigir dos administradores o mapeamento de todas as áreas de proteção ambiental da cidade para que sejamos seus fiscais perenes. Precisamos conhecê-las e zelar por elas. Exigir um programa de reflorestamento sistemático de nossas ruas e praças. Que as licenças de construção na cidade respeitem o distanciamento legal das margens de rios e ribeirões de maneira efetiva. Que as águas dos esgotos recebam tratamento adequado antes de serem devolvidas aos rios. Que o suprimento de água à população tenha seus níveis de análise constantemente auferidos para que não comprometam a saúde da população. Que a qualidade do ar que respiramos seja adequado e não nos faça adoecer. Enfim que o saneamento básico se aprimore e atinja os níveis preconizados pelos tratados internacionais e nacionais. É hora de sanear a cidade. Mas, sanear a cidade também depende de nós. Nós somos os grandes fiscais do ecossistema de nossa cidade. Nós somos os passageiros deste navio. Se nosso meio ambiente adoecer, não ha - verá botes salva-vidas para ninguém. Cuidar da cidade é cuidar de nós, das nossas famílias e da geração que virá. Cada um tem sua parcela de responsabilidade na saúde da cidade. A cidade é um corpo vivo que pode adoecer. Cabe a nós zelar pela sua integridade. Ar, água, vegetação, administração inteligente da ocupação do solo e dos detritos urbanos constituem o sistema circulatório do corpo da cidade. O meio ambiente é nosso segundo corpo coletivo. Cada cidade pode começar criando associações civis de defesa do meio ambiente. A partir delas, atua-se nas Câmaras Legislativas para o aprimoramento das leis ambientais da cidade e obriga-se o Executivo a cumprir as leis já existentes. Um meio ambiente saudável significa uma cidade em interação harmônica com a natureza que está sendo expulsa por um capitalismo predador que pensa a cidade apenas como um imenso parque de construções e de estacionamentos
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*Mestre em Filosofia pela USP. Membro da APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte. Autor de “Um Passeante pelas Mostras de Arte: Ensaios Críticos”, Editora Penalux. Escritor e ensaísta. waddeo@uol.com.br para carros. Ela é muito mais do que isso. Ela é o lugar dos afetos e onde aprendemos a ser cidadãos responsáveis. Nossa maioridade como seres humanos se deu nas cidades. Ela vale nossos esforços.