Jornal APPEGO N11

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Editorial Editorial

Representantes do atraso Prêmio Excelência

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omo já citou o ex-colega Papiloscopista, Rafael Cunha Fernan des, hoje Gestor, em seu texto intitulado “O muro de Berlim da Polícia Técnica”- Lucas, Capítulo 11, versículo 17: “... Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e casa sobre casa cairá”. A Polícia Técnico-Científica é composta em Goiás por três institutos: Instituto de Identificação, Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal, todos com autonomia e independência para gerir e emitir seus respectivos trabalhos. Seus profissionais devidamente concursados, nível superior, exercem atividade fim específica, não caracterizando, portanto, concorrência de competência entre seus componentes, conforme já se manifestou através do Parecer nº 017/07, datado de 03 de maio de 2007, a Procuradoria Geral do Estado, cito: “11. Neste sentido, impede observar que os papiloscopistas têm atuação independente em relação ao perito criminal, uma vez que também labora na identificação civil, para a emissão de documentos, por exemplo, e também no reconhecimento de cadáveres, cujas conclusões independem da ingerência de outros peritos, vez que tais documentos encerram conteúdo conclusivo. 12. Diante desta perspectiva, entendo que atividade de papiloscopista insere-se no conceito de perícia, tendo em vista que exige especialidade em determinados assuntos, mormente porque atuam em circunstâncias específicas, próprias das atribuições do cargo, e ao final, emitem, em caráter conclusivo, laudo pericial.” Explicar o óbvio é difícil, especialmente quando o receptor faz questão de não entender, isto tem gerado discórdia dentro da Instituição, que vem sofrendo grandes prejuízos pelo posicionamento de um pequeno grupo de Peritos Criminais que se intitulam representantes oficiais da Polícia Técnico Científica, quando na verdade representam o que existe de mais atrasado e arcaico. Antonio Maciel Aguiar Filho Presidente da APPEGO, Papiloscopista Policial, Geógrafo(UFG), especialista em Perícia Ambiental(UCG)

Aniversariantes Setembro Cristiane Borges .................................................................................... 03/09 Elma Guedes ......................................................................................... 05/09 Wargas Guimarães .............................................................................. 05/09 Dulcemar Silva ..................................................................................... 07/09 Luciana Lopes ....................................................................................... 10/09 Marcos Silva .......................................................................................... 15/09 Ana Paula de Paula ............................................................................. 17/09 Arnaldo Lemes ..................................................................................... 18/09 Carlos de Almeida ............................................................................... 19/09 Valter Bonfim ........................................................................................ 19/09 Maria Cecília ......................................................................................... 20/09 Laudilino Nery ...................................................................................... 22/09 Gilson Ribeiro ........................................................................................ 26/09 A APPEGo deseja a todos Parabéns e muitas felicidades!!!!

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Este espaço é destinado a premiar com o título de Excelência qualquer servidor público, seja na esfera Municipal, Estadual ou Federal, dos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário que tenha se destacado em sua área de

atuação. O profissional Excelência é escolhido por uma comissão dentre os candidatos indicados pelos associados da APPEGO (Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de Goiás).

Dr. Paulo Célio Souza Leal, Ouvidor Geral de Justiça, premiado por sua gentileza, educação e espírito público.

Órgão Oficial de Divulgação da Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de Goiás DIRETORIA Presidente - Antônio Maciel Aguiar Filho amafilho@pop.com.br - Cel.: 62.9631-7498 Vice-Presidente – Simone de Jesus 1º Secretário - Geni Paulo do Prado 2º Secretário - Karlos Frederico Lourenço O. Lopes Tesoureiro – José Ramos Neves Diretor de Relações Públicas, Sócio Cultural e Esportivas Sandra Pinheiro Jungermann Rua 66, nº124, Centro - Fone (62) 3229-4884

www.appego.com.br - e-mail: appego@appego.com.br Jornalista Responsável: Dário Álvares - dalvares@brturbo.com.br Produzido por:

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Para leitores especiais A parceria entre a Agência de Propaganda Publique Comunicação Ltda e a Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de Goiás - APPEGO – completa mais de 03 anos de pleno sucesso e total funcionalidade. Sem ônus para entidade e seus associados, a APPEGO dispõe de um jornal moderno e eficiente, elaborado por profissionais sintonizados com as últimas tendências nas áreas de jornalismo e design gráfico. Portanto, o leitor tem em mãos o resultado da união entre uma empresa competente e correta e líderes classistas íntegros e sérios. Tenham todos uma ótima leitura! Atenciosamente, José Roberto Filmari - Diretor da Publique


Especial

Papiloscopista Policial:

atribuições e tarefas típicas P

apiloscopista Policial, profissional altamente qualificado que presta relevantes serviços à sociedade e à justiça. Atribuições segundo a Lei nº 14.657, de 08 de janeiro de 2004 e Decreto nº 6.119/05 Art. 8º São características do cargo de Papiloscopista Policial: atividade de nível superior, envolvendo a execução, orientação, supervisão e fiscalização de todos os trabalhos papiloscópicos de coleta, análise, classificação, subclassificação, pesquisa e arquivamento, emissão de pareceres técnicos, bem como a prestação de assistência às autoridades policiais e aos peritos criminais e promoção do desenvolvimento de pesquisas e estudos objetivando o aprimoramento dos sistemas de identificação.

Síntese das atribuições Colher, classificar e comparar impressões papiloscópicas e outros signos capazes de levar à individualização pessoal. Realizar atividades que visem à identificação humana, objetivando fornecer subsídios para a investigação de natureza criminal e possibilitar a identificação civil; proceder a pesquisas de novos métodos de identificação pessoal que conjuguem eficiência, segurança e respeito aos direitos humanos.

Exemplos de tarefas típicas- Papiloscopista de Classe Especial Atividades técnico-científicas de nível superior compreendendo a execução de: Supervisionar, orientar, fiscalizar e coordenar todas as atividades ligadas às atribuições do Papiloscopista Policial. Orientar a coleta de impressões papiloscópicas; orientar a execução da identificação pessoal, criminal e civil; apoiar e realizar análise, classificação e subclassificação de impressões digitais; orientar e realizar o levantamento de impressões digitais encontradas em locais de crime; orientar e realizar a

pesquisa e o arquivamento de impressões datiloscópicas; orientar e realizar a busca de informações e as pesquisas papiloscópicas e necropapiloscópicas; emitir pareceres papiloscópicos, necropapiloscópicos e documentos específicos de caráter cientifico ou administrativo sobre os trabalhos desenvolvidos; realizar estudos e pesquisas com vistas ao aprimoramento dos trabalhos e ao desenvolvimento de tecnologias no campo das ciências papiloscópicas e de identificação humana; executar, quando necessário, todas as tarefas atribuídas às classes do cargo de Papiloscopista Policial; realizar trabalhos e pesquisas, segundo sua formação profissional; proceder estudos e pesquisas sobre novos métodos de identificação humana que conjuguem eficiência, segurança e respeito aos direitos humanos; ocupar funções de chefia na Superintendência de Polícia- Técnico-Científica e em outros órgãos da Secretaria de Segurança Pública, quando designado; proceder a levantamento e pesquisas papiloscópicas em locais de crimes, dentro da esfera de suas atribuições, segundo normas e regulamentos da Secretaria de Segurança Pública e das instituições e órgãos e especializados, respeitados os condicionamentos legais e ético-profissionais; prestar a colaboração adequada às autoridades judiciárias, civis e militares quando solicitado, bem como aos demais profissionais da área de segurança pública; supervisionar e ministrar instrução sobre as matérias de sua especialidade; desempenhar outras tarefas compatíveis com as atribuições do cargo, inclusive as de natu-

reza administrativa.

Papiloscopista de 1ª Classe Atividades técnico-científicas de nível superior compreendendo a execução de: - Planejamentos de prontuári-

balhos e pesquisas, segundo sua formação profissional; proceder pesquisas de novos métodos de identificação humana que conjuguem eficiência, segurança e respeito aos direitos humanos; ocupar funções de chefia na Superintendência de Polícia- Técnico-Científica e em outros órgãos da Secretaria de Segurança Pública, quando designado; proceder a levantamento e pesquisas papiloscópicas dos locais de crimes, dentro da esfera de suas atribuições, segundo normas e regulamentos da Secretaria de Segurança Pública e das instituições e órgãos especializados, respeitados os condicionamentos legais e ético-profissionais; prestar a colaboração adequada às autoridades judiciárias, civis e militares quando solicitado, bem como aos demais profissionais da área de segurança pública; supervisionar e ministrar instrução sobre as matérias de sua especialidade; desempenhar outras tarefas compatíveis com as atribuições do cargo, inclusive as de natureza administrativa.

Papiloscopista de 2ª classe

os, planilhas, informação de antecedentes criminais, controle de cédulas de identidade, certidões; elaborar e emitir pareceres papiloscópicos, bem como prestar esclarecimentos sobre a identidade de pessoas, quando requisitados por autoridades; realização de levantamentos papiloscópicos dos locais de crime; reprodução da face humana através de computação gráfica; organizar, arquivar e manter os álbuns fotográficos mecânicos ou digitalizados; realizar pesquisas papiloscópicas e necropapiloscópicas, externas e laboratoriais, confeccionando os respectivos pareceres técnicos; realizar estudos e pesquisas com vistas ao aprimoramento de trabalhos e desenvolvimento de tecnologias no campo da ciência papiloscópica; realizar tra-

Atividade técnico–científica de nível superior compreendendo a execução de: Fazer a classificação de impressões colhidas e arquivá-las convenientemente; manter o arquivo datiloscópico, onomástico e monodactilar; realizar a identificação civil e criminal, mediante o preenchimento de prontuários e planilhas, por meios convencionais ou eletrônicos, inclusive quanto aos caracteres qualitativos e cromáticos do indivíduo; elaborar pareceres papiloscópicos e necropapiloscópicos, bem como prestar esclarecimentos sobre a identidade de pessoas, quando requisitados por autoridades; realizar pesquisas papiloscópicas e necropapiloscópicas, externas e laboratoriais, confeccionando os respectivos pareceres; coordenar e desenvolver os trabalhos ligados a papiloscopia em programas estaduais de atendi-

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mento ao cidadão; executar planejamentos de prontuários, planilhas, informes de antecedentes criminais, controle de cédulas de identidade, certidões; realização de levantamentos papiloscópicos dos locais de crime; reprodução da face humana através de computação gráfica; manter organizados e preservar os álbuns e arquivos; proceder estudos com a finalidade de aprimoramento profissional; proceder à análise, pesquisa e arquivamento de individuais datiloscópicas, oriundos de identificação civil ou criminal; ocupar funções de chefia na Superintendência de Polícia Técnico-Científica e em outros órgãos da Secretaria de Segurança Pública, quando designado; proceder à pesquisas papiloscópica dos locais de crimes, dentro da esfera de suas atribuições, segundo normas e regula-

mentos da Secretaria de Segurança Pública e Justiça e das instituições e órgãos especializados, respeitados os condicionamentos legais e ético-profissionais; prestar a colaboração adequada às autoridades judiciárias, civis e militares quando solicitado, bem como aos demais profissionais da área de segurança pública; supervisionar e ministrar instrução sobre as matérias de sua especialidade; e desempenhar outras tarefas compatíveis com as atribuições do cargo, inclusive as de natureza administrativa.

Papiloscopista de 3ª Classe Atividade técnico–científica de nível superior compreendendo a execução de: Realizar o serviço de identificação e zelar pelos equipamentos, documentos e materiais utilizados

ou colhidos na identificação e na pesquisas papiloscópicas e necropapiloscópica; colher, classificar e comparar impressões digitais, palmares e plantares; preparar, examinar e manter o arquivo datiloscópico, onomástico e monodactilar; realizar a identificação civil e criminal, por meios convencionais ou eletrônicos, mediante o preenchimento de prontuários e planilhas, inclusive quanto aos caracteres qualitativos e cromáticos do indivíduo; elaborar pareceres papiloscópicos, necropapiloscópicos e documentos científicos ou administrativos; elaborar relatórios e prestar esclarecimentos sobre a identidade de pessoas, quando requisitados por autoridades; realizar pareceres técnicos papiloscópicos e necropapiloscópicos, externos e

laboratoriais, realização de levantamentos papiloscópicos dos locais de crime; reprodução da face humana através de computação gráfica; manter organizados e preservar os álbuns e arquivos; proceder estudos com a finalidade de aprimoramento profissional; ocupar funções de chefia na Superintendência de Polícia- Técnico-Científica e em outros órgãos da Secretaria de Segurança Pública do Estado, quando designado; prestar a colaboração adequada às autoridades judiciárias, civis e militares quando solicitado, bem como aos demais profissionais da área de segurança pública; ministrar instrução sobre as matérias de sua especialidade; desempenhar outras tarefas compatíveis com as atribuições do cargo, inclusive as de natureza administrativa.

Artigo

Doutores e ''doutores'', as vaidades e os arbítrios do bacharelismo brasileiro Por Marcelo Dolzany da Costa ... Os romanos advertiam: “A cada um o que é seu”. Eu, em minha insignificância cabocla, acresço: “A cada profissional o adequado tratamento”. Juiz pode ser “meritíssimo” e “excelência”, mas será “doutor” apenas quando ... Ao revisitar um songbook onde o jornalista Humberto Werneck descreve a adolescência da “rara unanimidade” Chico Buarque, saboreei um interessante trecho que bem retrata, incidentalmente, as vaidades – e os arbítrios – do bacharelismo brasileiro. O texto narra a detenção de Chico em uma delegacia paulistana, fato que irritou seu velho pai Sérgio, a quem informaram que o responsável pelo abuso “era o doutor fulano”. O velho historiador, indignado, começou a gritar: “doutor o quê? doutor em quê?” Outros mundos também ainda conservam essas vaidades. Médicos após residência já se consideram “doutores”, enquanto engenheiros, que nem residentes foram,

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já incluem o “dr.” mágico nas placas de obras. A releitura daquelas páginas era para lembrar à turma da secretaria da vara que “doutor” é título acadêmico outorgado àqueles que defendem tese de doutorado, assim como “professor” ou “mestre” é de uso exclusivo dos que se dedicam ao magistério após a conclusão do mestrado. Felizmente até a Presidência da República já editou um Manual de Redação onde esse truísmo é reiterado. Também descobri que o “digníssimo” antes do cargo do destinatário é outra bobagem. “Todo agente público tem como requisito de investidura a dignidade, logo é redundância chamá-lo digníssimo”, explica o Manual. Adiante me veio um artigo do magistrado aposentado Aristides Medeiros, que repudia recente mudança do título dos juízes de tribunais regionais federais. Para ele, em incorrigível articulação, o título “desembargador federal” fere a Constituição, que sempre fala em “juízes federais” ou “juízes de tri-

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bunais federais” e reserva o primeiro tratamento exclusivamente aos juízes estaduais de segunda instância, aqueles que julgam os recursos antigamente chamados de “embargos”, daí a explicação do léxico tão arraigado à tradição judiciária brasileira. A assessoria de imprensa do Superior Tribunal de Justiça noticiou que o ministro Sálvio de Figueiredo defenderia naqueles dias sua tese de doutorado. Figueiredo é um dos brasileiros vivos mais respeitados em direito processual e coordenador das pequenas reformas em nossas leis de processo. Aquilo me comprovava que os títulos acadêmicos nascem de família diferente daquela em que brotam os juristas, médicos e engenheiros. Sou daqueles pouco afeitos aos salamaleques, especialmente quando indevidos. Aqui na secretaria não há doutor; mas juiz. Não sou mestre nem doutor. A palavrinha é simples, não oferece riscos nos endereçamentos e nem diminui o respeito, muito menos a responsa-

bilidade. Isto basta: é a prova de que “quem dignifica o cargo é o homem”. Ainda estou longe – e nem chegarei – à perfeição que se exige de quem julga os semelhantes. Já compreendi que títulos não significam respeito e sabedoria é artigo fora de mercado. Os romanos advertiam: “A cada um o que é seu”. Eu, em minha insignificância cabocla, acresço: “A cada profissional o adequado tratamento”. Juiz pode ser “meritíssimo” e “excelência”, mas será “doutor” apenas quando apresentar sua tese a uma banca e esta a tiver merecedora de um doutoramento. Qualquer outro pronome será tola bajulice ou compreensível futilidade dos que prestigiam mais a forma que o conteúdo. Marcelo Dolzany da Costa é bacharel em Direito, juiz federal em Belo Horizonte, exdiretor cultural da Ajufe e atuou no Tribunal da ONU para Crimes de Guerra no Timor Leste. e-mail: dolzany@terra.com.br


Cidade Cidade de de Goiás Goiás

Reconhecimento

Servidores do NRPTC da cidade de Goiás e APPEGO prestam homenagem ao perito criminal Alexandre Pascoal Vêncio pela boa gestão no Núcleo, no período de outubro de 2004 a junho de 2007.

Agradecimentos Quero aqui deixar meus sinceros agradecimentos às seguintes pessoas: Drª Helena Martins Fernandes - Superintendente da Polícia Técnico-científica, Oscar Martins de Oliveira - Gerente de Núcleos e Alexandre Pascoal Vêncio - Supervisor do Núcleo Regional de Polícia Técnico-Científica da Cidade de Goiás, pelo voto de confiança que me proporcionaram, quando me pediram que respondesse pela Supervisão do Núcleo da Cidade de Goiás durante as férias do titular Alexandre. Foi um período difícil, mas prazeroso e de muito aprendizado. De forma muito especial agradeço também todos meus colegas de trabalho: Auxiliares de Autópsia, Auxiliares Administrativos, Jovens do Pró-Cerrado, Médicos Legistas, Motoristas, Papiloscopistas e Peritos, pois só consegui realizar o trabalho da Supervisão de forma satisfatória, graças à colaboração desta equipe que não mediram esforços para desempenharem suas funções com presteza e bom desempenho, a todos vocês um MUI- TO O-BRIGA-DO! Estar na Chefia exige: paciência, dedicação, sabedoria e muita humildade, porque não compreendemos, não conhecemos e nem sabemos de todos os departamentos os quais temos

que lidar com eles, por isso, relacionar-se bem com todos e respeitá-los é fundamental, pois quem nos direciona, orienta e ensina são os servidores de cada departamento. Graças ao bom desempenho de todos, fomos novamente convidadas a aceitar a Supervisão do Núcleo, uma vez que o Perito Alexandre não aceitou mais a função. Inicialmente relutamos, mas depois estabelecemos um pacto entre nós Papiloscopistas do Núcleo (Cláudia, Dinaira e Edileuza), cada uma responderá por seis meses em forma de rodízio, como fui a primeira a ter esta oportunidade, agora será a vez da Edileuza e depois da Cláudia; a elas toda sorte e sucesso com letras e ações maiúsculas. E mais uma vez contamos com a colaboração e o profissionalismo dos colegas deste Núcleo, pois o bom trabalho só aparece se a equipe estiver unida e com objetivos em comum. Dinaira Francisca da Costa Silva Papiloscopista de 2a Classe. Graduada em Direito pela (U FG) e com Licenciatura Plena em Português e Inglês pela (UEG). Pós - Graduada em Planejamento Educacional, Direito Civil e Processo Civil e Pós - Graduanda em Direito Constitucional

Programa de Execução das Medidas Sócio-Educativas O Programa de Execução das Medidas Sócio-Educativas de Nerópolis, coordenado pela Psicóloga Maria José Pereira Goulart, realiza quinzenalmente encontros com os adolescentes juntamente com seus pais e/ou responsáveis, onde são trabalhados diversos temas ministrados pela equipe técnica e por profissionais convidados. No dia 13 de setembro, no auditório da Biblioteca Municipal, foi realizado mais um encontro abordando os seguintes temas: "Profissionalização e mercado de trabalho", ministrado pela Empresária e Administradora de Empresa Srª Wilka, e “Iniciando a cidadania por meio da documentação”, proferido pela Biomédica e Papiloscopista Policial Simone de Jesus, lotada na Superintendência de Polícia Técnica Científica de Goiás. Papiloscopista Policial Simone de Jesus e equipe do Programa de Execução das Medidas Sócio-Educativa de Nerópolis-GO.

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Debates Debates ee Seminários Seminários

II Fórum Nacional sobre Papiloscopia e Institutos de Identificação do Brasil

Paulo, Marcelo, Aleixo e Nelson. Papiloscopistas de Luziânia presentes II Fórum Nacional sobre Papiloscopia e Institutos de Identificação do Brasil

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ealizado no dia 19 de junho, na Câmara dos Deputados em Brasília, o II Fórum Nacional sobre Papiloscopia e Institutos de Identificação do Brasil reuniu representações de associações de papiloscopistas de quinze estados da federação, diversas autoridades e policiais da área de identificação. O evento foi uma iniciativa da FENAPPI - Federação Nacional de Peritos Papiloscopistas, com o apoio do Deputado Federal João Campos, Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara.

Comprometimento político No discurso de abertura do evento, o Deputado Arlindo Chinaglia ressaltou a importância da segurança pública para o país e convidou a todos para conhecer, ver e ouvir as intenções do fórum. Ao final, manifestou seu apoio às reivindicações dos papiloscopistas na criação de um departamento de identificação no Ministério da Justiça, que tem por objetivo os procedimentos da atividade de identificação a nível nacional. O Fórum foi composto por quatro painéis com os seguintes temas: o trabalho da Polícia Civil do Dis-

Deputado Federal João Campos e Papiloscopistas goianos no II Fórum Nacional sobre Papiloscopia e Institutos de Identificação do Brasil trito Federal no acidente do vôo 1907 da Gol, legitimidade da carreira de papiloscopista como perito oficial, desafios governamentais e estruturais dos órgãos de identificação para a implantação do RIC no Brasil e unificação e extinção de carreiras periciais através da lei orgânica das polícias Civil e Federal. O presidente da APPEGO, Antônio Maciel Aguiar Filho, ministrou uma palestra sobre a atividade demonstrando o valor social do papiloscopista no estado de Goiás. Carta de intenções Ao final do encontro, represen-

tantes de diversas associações de papiloscopistas entregaram ao Deputados João Campos a carta do Fórum na qual solicitam a imediata criação de órgão de identificação em âmbito federal, que venha integrar a atividade de identificação e auxiliar os governos na padronização dos procedimentos de identificação. Também na carta foi solicitada a aprovação do Projeto de Lei 6912/06, de autoria do Deputado Marcus Vicente, do Espírito Santo, que prevê a necessidade da presença de dois peritos oficiais para a realização das perícias papiloscópicas.

Ciclo de palestras nas Regionais da Polícia Civil Dando prosseguimento ao objetivo do Seminário “Tecnologia como Ferramenta da Investigação Policial”, realizado no dia 22 de junho e promovido pelo SINDEPOL-GO, o Superintendente de Ensino da Secretaria de Estado da Justiça, Delegado Edílson Divino de Brito, vem promovendo um ciclo de palestras nas Regionais da Polícia Civil com os seguintes temas: Papiloscopia como Instrumento de Investigação-Sistema AFIS (ministrada pelo Papiloscopista Policial e Presidente da APPEGO Antônio Maciel Aguiar

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Filho) e Tecnologia como Ferramenta da Investigação (ministrada pelo Gerente de Sistema e Informação da SSP- Ricardo Vilaverde).

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Dr. Edílson Divino de Brito fala na abertura do evento aos policiais presentes.

Papiloscopista Policial Maciel ministrando palestra aos Policiais da Delegacia Regional de Rio Verde(GO).


Seminário Tecnologia como Ferramenta da Investigação Policial Promovido com grande sucesso pelo SINDEPOL/GO, O Seminário Tecnologia como Ferramenta da Investigação Policial foi realizado no dia 22 de junho, na ASMEGO. Palestrante convidado, o Papiloscopista e Presidente da APPEGO, Antônio Maciel Aguiar Filho, discorreu sobre a Papiloscopia como Instrumento de Investigação no Sistema AFIS.

Palestrante Maciel com a Presidente do SINDEPOL, Delegada Darlene Azevedo, Delegado Antônio Gonçalves e o palestrante e Delegado da PF Antônio Celso dos Santos

Papiloscopistas presentes no Seminário Tecnologia como Ferramenta da Investigação Policial

Gerais

Na imprensa Matérias publicadas nos jornais Diário da Manhã e O Popular demonstram a importância dos trabalhos realizados por papiloscopistas policiais.

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Cultura e Arte

Gerais

A sabedoria do Mestre

Mestra

O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato.

Com o título “Proposta de Gerenciamento para os Resíduos Sólidos Gerados na Farmácia Escola da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás”, a Papilosco-

pista Policial Luciney Carvalho de Sousa, defendeu, no dia 30 de agosto, sua dissertação de mestrado, LINHA 2- Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Parabéns!

Distinção O Deputado Federal João Campos e o presidente da APPEGO, papiloscopista Antônio Maciel, serão palestrantes convidados no IX Congresso Brasileiro de Identificação, Perícias Papiloscópica e Necropapiloscópica, a realizar-se em Porto Velho-RO, no período de 26 a 28 de setembro de 2007.

A implosão da mentira

Sorriso aberto Mais um Natal se aproxima. O desejo é que todos possam usufruir da alegria, beleza e do sorriso contagiante deste lindo bebê, o João Carlos, filho da Papiloscopista Policial Dagmar Maria da Rocha, lotada no IML de Anápolis.

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Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou. Alguém observando se aproximou do mestre e disse: - Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas às vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo? O mestre respondeu: - A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar. Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida e continuou: - Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles!

Fragmento1 Mentiram-me. Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente. E mentem de maneira tão pungente que acho que mentem sinceramente. Fragmento 2 mente, mente, mente. E de tanto mentir tão brava/ mente constroem um país de mentira diária/mente. (Fragmentos do poema A implosão da mentira, do poeta Affonso Romano de Sant’Anna.)

O bicho, meu Deus, era um homem. Manuel Bandeira

Um dia Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra como pensa muito mais nela... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como o “bonzinho” não é bom... Um dia perceberemos que a pessoa que não te liga é a que mais pensa em você... Um dia saberemos a importância da frase: ”Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...” Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim...um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras... Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação. Mário Quintana


Artigo Artigo

O Átomo em benefício da Identificação Criminal Nadiel Dias da Costa , Jânio Figueiredo de Aquino Instituto de Identificação – Polícia Civil do Distrito Federal

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ntre as Ciências Forenses, a Papiloscopia tem se firmado, por mais de um século, como a grande aliada da Polícia Judiciária na solução de crimes. Prova inconteste da presença de uma pessoa em determinado local. Um dos desafios da nova ciência, quando do início de sua utilização como forma de identificação criminal, foi o desenvolvimento de reagentes e processos capazes de produzir contraste, em intensidade e em cores, e possibilitar uma melhor visualização de fragmentos de impressões papilares. Os primeiros reagentes utilizados foram os pós, os quais, ainda hoje, são utilizados em larga escala em todos os países do globo. Os pós podem variar em coloração e em composição, entretanto, os mais utilizados são os pós metálicos, como o pó cinza, utilizado em países como Canadá, EUA, Reino Unido, etc., e o pó preto, muito utilizado no Brasil e mais conhecido como negro de fumo. Sua composição, segundo HENRY C. LEE & R. E. GAENSSLEN, é 60% negro de fumo, 25% resina e 15% terra de fuller. A necessidade de desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias para revelação de impressões papiloscópicas foi crescendo à medida que a ciência tornava-se mais conhecida e acessível para as agências de polícia. Ciências como a Física, a Química e a Biologia trouxeram alternativas viáveis aos trabalhos periciais de revelação de impressões papiloscópicas. A utilização de químicos fluorescentes, principalmente os líquidos, possibilita maior nitidez e contraste das impressões. Essa fluorescência, por sua vez, deverá ser induzida por meio de processos físicos de radiação. A utilização da radiação eletromagnética para revelação de impressões papilares teve sua gênese com os estudos do renomado cientista forense, Dr. E. Roland Menzel, que iniciou seus trabalhos de pesquisa na década de setenta, tendo sua primeira obra, Fingerprint Detection with Lasers, publicada em 1980. Esse trabalho tornou-se uma referência da área, sendo literatura obrigatória para os peritos em impressões papilares. O Instituto de Identificação do Distrito Federal criou, no ano de 2003, a Seção de Laboratório. A seção é responsável pelo exame nos materiais que não oferecem condições de serem periciados no local do crime, seja pela toxidez do reagente a ser empregado, tempo de reação e até mesmo pela necessidade de utilização de técnicas e tecnologias mais apuradas, típicas de um laboratório. A seção vem desempenhando crucial papel e elevando a

perícia papiloscópica no Distrito Federal a um nível de excelência. A Seção de Laboratório tem utilizado reagentes fluorescentes e equipamentos de radiação eletromagnética, que trabalham em comprimentos de luz visível para produzir fluorescência, alcançando resultados comparáveis aos de laboratórios de primeiro mundo. O processo inicia-se com a aplicação do produto fluorescente no suporte primário que, no caso de suportes não porosos, deverá ser prétratado com cianoacrilato (químico que polimeriza as substâncias transferidas pela pele para o suporte primário), partindo-se então para irradiação com equipamento específico. O laser e, posteriormente, os equipamentos de luz forense, que trabalham com comprimento de onda entre 350 e 700 nm (indo do UV de ondas longas até o infravermelho próximo), foram os primeiros aparatos utilizados em processos para elevar o estado de energia eletrônico do sistema químico para indução de fluorescência, possibilitando uma melhor visualização da imagem. Um átomo possui seus elétrons distribuídos em órbitas e estes giram ao redor do núcleo, em suas respectivas órbitas, de forma estacionária (sem emitir ou absorver energia). O processo de excitação dos elétrons ocorre quando esses, sofrendo a ação da radiação incidente, capturam um fóton de energia (menor quantidade de energia que pode ser absorvida ou emitida durante um processo físico). Esse fóton de energia altera o estado dos elétrons que passam do estado estável (de menor energia) para um de excitação (de maior energia). Após uma fração muito pequena de tempo, cerca de 10-8s, ele retorna à órbita de menor energia, emitindo outro fóton, possibilitando a visualização em forma de luz. O trabalho contínuo de absorção e emissão de fótons de energia, a que os elétrons são submetidos, é o que proporciona uma observação contínua da fluorescência do químico, existindo enquanto houver irradiação. Pode-se observar na figura 1 o esquema de absorção e emissão de energia por um átomo.

O esquema acima mostrado tem por base apenas um átomo, e devemos sempre levar em consideração que os produtos químicos possuem sistemas mais complexos onde nem todos os elétrons presentes no composto serão capazes de absorverem fótons. O Laboratório do Instituto de Identificação, com o uso dessa técnica, tem elevado o nível de excelência da perícia papiloscópica no âmbito do Distrito Federal e ajudado a subsidiar tecnicamente autoridades policiais, membros do Ministério Público e autoridades judiciárias na formação de suas respectivas convicções a respeito da autoria de delitos. Muitos fragmentos de impressões papilares estão sendo revelados devido à introdução destas técnicas de aplicação de reagentes e ao uso de tecnologia específica de radiação eletromagnética. Observa-se, na figura 2, o invólucro de um preservativo, marca jontex, periciado no Laboratório do Instituto de Identificação. Na figura 3, observa-se um fragmento de impressão digital questionado (aquele revelado em material proveniente de local de crime) e uma impressão digital suspeita ou questionada (aquela coletada diretamente da pessoa suspeita de ter cometido o ato delituoso), respectivamente, onde foram observadas a convergência das minúcias entre ambas, e foi afirmado, de forma inequívoca, que pertencem a mesma pessoa. Tal exame possibilitou a identificação de uma quadrilha que agia, nas proximidades da cidade de Planaltina, no Distrito Federal, na prática de roubo seguido de estupro.

Não obstante os trabalhos periciais em arma de fogo serem, de certa forma, corriqueiros no Laboratório do Instituto de Identificação, o êxito é muito difícil de ser alcançado devido a uma série de condições, tais como: · Condições do tempo no momento da apreensão; · Condições em que o indivíduo estava portando, em contato com a pele ou não;

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· Tipo de material usado na fabricação da arma; · Estado de conservação; · Forma de acondicionamento de arma e seu respectivo envio ao laboratório do Instituto de Identificação, etc. A bibliografia da Federal Bureal Investigation (FBI) nos exorta que 97% das armas de fogo periciadas, naquela agência, dão resultados negativos devido ao elevado grau de complexidade inerente ao dispositivo letal. A busca de novas técnicas e tecnologias está possibilitando à Polícia Civil do Distrito Federal atingir os índices internacionais nesse tipo de pesquisa papiloscópica. A figura 4 (ao lado), mostra uma pistola, calibre 380, marca taurus e seu respectivo gatilho, periciada no Laboratório do I.I. Na figura 5 pode-se observar um fragmento de impressão digital questionado e impressão digital padrão, respectivamente, sendo o pri-

drão de um criminoso pertencente a uma quadrilha especializada em roubo de carga no Distrito Federal. O Instituto de Identificação do Distrito Federal, com o apoio incondicional do Departamento de Polícia Técnica, da Direção Geral da Polícia Civil e do Governo do Distrito Federal, vem buscando a excelência nos trabalhos periciais papiloscópicos para melhor e fielmente servir a sociedade do DF e, com a disseminação de conhecimentos técnico-científicos, contribuir na segurança pública do Estado Brasileiro.

meiro fruto da perícia papiloscópica realizada na pistola taurus 380, onde foi detectado um fragmento de impressão digital em seu gatilho. O referido fragmento mostrouse convergente com o indicador direito pa-

Referências Bibliográficas: 1. E. R. Menzel, Fingerprint Detection with Lasers, 2° edição, Ed. Marcel Dekker, Inc. 1999. 2. C. Champod, C. Lennard, P. Margot, M. Stoilovic, Fingerprints and other Ridge Skin Impressions, 1° edição, CRC Press, 2004.

Sobre a pena de morte Por Camila de Cássia Ferreira Oliveira Aorigem das penas per-de-se no tempo. Desde que o homem organizou-se em sociedade a necessidade de se instituir penas disciplinadoras existe. Manoel Pedro Pimentel citado por Mirabete diz que informações históricas contidas em relatos antropológicos trazem fortes indícios de que as penas tenham surgido com o caráter eminentemente sacral. Os homens primitivos consideravam as penas como castigos de seres sobrenaturais. Num momento posterior, quando o homem passou a se organizar em tribos, houve a fase denominada Vingança Penal. Quando se cometia um crime o ofensor e seu grupo eram punidos sem proporção à ofensa e em geral eram mortos. Com a evolução da sociedade surge o Talião, que determinava que a reação à ofensa fosse idêntica à mesma. Posteriormente surgiu a Composição, sistema em que o ofensor comprava sua liberdade livrando-se, assim, do castigo. Houve também a fase da Vingança Divina, em que os castigos eram praticados por sacerdotes que infligiam penas severas visando a intimidação. A fase da Vingança Pública ocorreu para dar maior estabilidade ao Estado, aplicando-se duras penas para garantir a segurança do príncipe ou soberano. Foi no período Humanitário, que decorreu do Iluminismo, que se começou a considerar as penas como um problema filosófico e jurídico e foi aí que o fundamento do direito de punir e a legitimidade das penas passaram a ser as questões mais importantes que envolviam as punições. A obra que foi um marco não apenas deste período, mas um marco no direito penal, foi a obra de Cesare Bonesana, o mar-

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quês de Beccaria: Dei delitti e delle pene (Dos delitos e das penas). Nesta obra Beccaria defende que a pena deve ser utilizada não apenas para intimidar o cidadão, mas também para recuperar o delinqüente e, além disso, na passagem mais famosa de sua obra, ele afirma que não é o rigor da pena que previne crimes, mas sim a certeza de sua punição. Houve ainda o período Criminológico que ocorreu no século XVIII e que pregava, num pensamento positivista, que o crime era um fenômeno biológico. César Lombroso foi um dos principais defensores dessa tese. Para ele havia o criminoso nato, que seria meio homem e meio animal e que teria caracteres dos homens primitivos e animais inferiores e que ainda aparecia no nosso tempo. A escola Clássica constituiu a cristalização dos pensamentos de Beccaria e se contrapunha à escola positivista. Para essa escola a pena constitui a proteção aos bens jurídicos tutelados penalmente e a sanção regula-se pelo dano sofrido e tem a finalidade de defesa social. A partir da observação desse breve histórico podemos notar a evolução de alguns aspectos da pena, como, sua aplicação, por quem ela é aplicada e qual sua finalidade. Atualmente é indiscutível que a titularidade do direito de punir é do Estado, que também tem o dever de punir, pois ele é o detentor do monopólio da administração da justiça. Quanto à finalidade, a pena é alvo de várias teorias. A teoria absoluta acredita que a sanção penal tem como fundamento a exigência de justiça, apenas. Já a teoria relativa defende que a pena tem um caráter eminentemente preventivo. Por fim a teoria mista, que é a mais difundida atualmente, faz uma mistura das duas teorias anteriores. Para ela a pena tem natureza retributiva, tem a finalidade de prevenção e também tem

a função de educar e corrigir o condenado. A Lei de Execução Penal brasileira (lei 7.210/ 1984) adota a teoria mista e isso fica evidente a partir da observação dos cuidados previstos nessa lei como, o trabalho do condenado, a assistência ao egresso, a assistência educacional ao condenado, etc. A obrigação de ressocialização do condenado é um dos maiores desafios da política criminal contemporânea e talvez esse seja um dos motivos que leve os governos a ponderar sobre penas mais severas, como a pena de morte. A pena de morte é tão antiga quanto a própria pena. Sua utilização foi muito comum nos povos antigos, na Babilônia, no Egito, no Império Romano, na China e durante a Idade Média em toda Europa. Pela observação dos meios utilizados notamos que muitas vezes a morte era o fim avidamente querido pelos penalizados que passavam por torturas e aflições insuportáveis. A penalidade não era a morte, simplesmente, mas sim a dor e o sofrimento extremo. Citaremos a seguir algumas modalidades de pena de morte que existiram ao longo da história e que exemplificam esses suplícios. A fatiação consiste em matar a vítima fatiando-a ou despelando-a. Foi utilizada na França e Inglaterra no século XIV, era previsto no Código Theresiana de 1769 da Áustria. Foi utilizada também no Oriente durante a 2º guerra e no Vietnã. O despedaçamento consiste em cortar os membros do condenado. Foi muito utilizado na França e Espanha durante o século XVIII. A empalação consiste em fazer penetrar no corpo do condenado, pelo orifício anal, um pedaço de pau pontiagudo e faze-lo atravessar o corpo da vítima, de preferência sem ferir letalmente órgão algum, para prolongar o sofrimento. Foi utilizado na Europa Central no século XVIII e na Rússia, Tailândia, Pérsia


e Turquia até 1832. Um instrumento muito utilizado na França e também na Prússia foi a roda. Esta consistia numa cruz sobre uma roda em que o condenado tinha seus membros amarrados em suas barras. Com o girar da roda o condenado tinha seus membros arrebentados. Quando se fala em pena de morte na atualidade nós pensamos em mortes rápidas e sem sofrimento, entretanto existe ainda hoje a aplicação de penas como o apedrejamento. Em geral esse tipo de pena é aplicada em crimes contra a honra praticados por mulheres e os países que a adotam são o Irã, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, entre outros. Outras penas de morte utilizadas atualmente são a cadeira elétrica, no EUA, a forca, na China, Guatemala e Iraque, a injeção letal, no EUA, a decapitação, na Arábia Saudita, China, Guatemala e Iraque e o fuzilamento, no EUA, China, Somália, Taiwan, Uzbequistão, Guatemala, Vietnã e Brasil, no caso de guerra declarada (artigo 5º, inciso XLVII, alínea a da Constituição Federal e artigo 707, caput do Código de Processo Penal Militar “Art. 707. O militar que tiver de ser fuzilado sairá da prisão com uniforme comum e sem insígnias, e terá os olhos vendados, salvo se o recusar, no momento em que tiver de receber as descargas. As vozes de fogo serão substituídas por sinais”). Em 2005 o país que mais executou foi a China. Foram pelo menos 1770 mortes por injeção letal ou fuzilamento. O Irã ficou em segundo lugar em execuções, foram 94 por apedrejamento ou forca. Depois vem a Arábia Saudita, com 86 execuções, os EUA, com 60 execuções e em quinto lugar o Paquistão com 31execuções. Como vimos a pena de morte é antiga, mas apesar disso trata-se de um tema extremamente atual. Acaloradas discussões se formam quando grupos de opiniões divergentes a esse respeito se encontram e, no Brasil, com as constantes ondas de violência e com a constatação de que crimes bárbaros já não são raros, a população civil e a opinião pública debatem o assunto e acaba ventilando-se a hipótese da adoção desse tipo de pena no Brasil. Antes de se posicionar frente a este assunto é importante que se observe e analise os argumen-

Reflexão

tos favoráveis e os contrários a esse tipo de pena. A seguir vamos expor alguns argumentos de ambos os lados. Os defensores da pena de morte citam a violência exacerbada como um forte motivo para a instituição da pena de morte. A existência de criminosos irrecuperáveis, com personalidade psicopática, é outro argumento. Genival Veloso França conceitua personalidade psicopática como sendo uma perturbação da afetividade e do caráter enquanto a inteligência se mantém normal ou acima do normal. Ele afirma que nesses casos o regime de internação para tratamento especializado é o que melhor se dispõe até agora no sistema penal moderno para este tipo de pessoas e que, neste grupo, a incidência criminal é demasiadamente elevada. Nos casos de psicopatas amorais, perversos, ele afirma ainda que todas as medidas de reeducação e de recuperação têm-se mostrado inúteis. A superlotação nos presídios e a, praticamente, impossibilidade de devolver à sociedade condenados ressocializados é uma dificuldade governamental que também compõe o rol dos argumentos dos favoráveis a pena de morte. Já os contrários a pena de morte afirmam que, em países em que essa pena é utilizada, a criminalidade não sofreu nenhuma redução. A impossibilidade de reparação do erro judiciário na condenação de inocentes é um forte argumento, pois, nesses casos o próprio Estado se transforma em assassino. Rebatendo o argumento dos defensores da pena de morte de que esta é barata, há opositores a essa pena que afirmam que a ação judiciária nos EUA, por exemplo, que leva à pena capital é avaliada entre 1,5 e 6 milhões de dólares, o que seria 3 a 9 vezes maior que o custo de quarenta anos de encarceramento. No Brasil, como já foi dito, a pena de morte só está prevista para os casos de guerra declarada. Em tempos de paz, portanto não haverá no país esse tipo de pena e essa garantia expressa na Constituição Federal (artigo 5º, inciso XLVII) trata-se de cláusula pétrea, não podendo ser abolida ou alterada por Emenda Constitucional. Sendo assim, a pena de morte só

poderá existir no Brasil sob a égide de outra Constituição que preveja tal possibilidade. A despeito das proposições constitucionais, a maioria da população brasileira é a favor da pena de morte. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Datafolha nos dias 19 e 20 março de 2007 em 236 municípios do país, 55% das pessoas pesquisadas são a favor da adoção da pena de morte, 40% são contra e 5% são indiferentes ou não souberam opinar. A partir dessas breves considerações, concluiremos este artigo fazendo uma sugestão aos leitores. A nossa sugestão é que nós, como cidadãos, formadores de opinião ou não, olhemos a nossa volta e observemos a realidade que nos circunda. Analisemos a realidade do sistema prisional, o tratamento que o preso recebe, as experiências e os modelos de tratamento de condenados de outros países e também analisemos a nós mesmos, nossas dúvidas, inseguranças e convicções. A partir do momento que cada um determina suas necessidades, determina-se a necessidade da população, que é quem compõe o nosso Estado Democrático de Direito e é quem toma todas as decisões no nosso país. Notas 1 Cf. Julio Fabbrini MIRABETE. Manual de direito penal. São Paulo: Atlas, 2002. P. 35. 1 Cf. Pierre DARMOM. Médicos e assassinos na Belle Èpoque: a medicalização do crime. RJ: Paz e terra, 1991. P. 35. 2 Cf. Fernando da Costa TOURINHO Filho. Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2004. P. 283. 1 Cf. Celso BUBENECK. Sobre penas de morte. Prática Jurídica. Brasília, Ano VI, número 60, p. 10-20. 2 Marcos NOGUEIRA. Super respostas. Que tipo de penas de morte são usadas atualmente? Superinteressante. São Paulo, Ano XX, número 238, p. 48-49. 1 Genival Veloso FRANÇA. Medicina Legal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2001. P. 400. 2 Cf. Celso BUBENECK. Sobre penas de morte. Prática Jurídica. Brasília, Ano VI, número 60. P. 21. 3 Disponível em www1.folha.uol.com.br/folha/ brasil/ult96u90987.shtml. Camila de Cássia Ferreira Oliveira, Papiloscopista Policial lotada no Instituto de Criminalística

Avanços tecnológicos Por José Ramos Ao longo dos anos, várias foram as formas de identificação de seres humanos, tais como: Ferrete, Mutilação, Tatuagem, Fotografia etc. Atualmente, com o avanço das tecnologias, alguns recursos de identificação estão sendo disseminados pelo mundo. Os quatro mais adotados são os seguintes pela ordem de adoção: Primeiro: Leitura das impressões digitais, representando 43,6% dos sistemas empregados.

Segundo: Dispositivos de reconhecimento da face, com 19% do mercado. É feito com sistema de câmeras digitais que capta as características individuais, com base numa fusão lógica da geometria do rosto da pessoa com a estrutura da pele. Terceiro: Leitura da íris. Consiste no mapeamento da parte colorida do olho, no qual existem 249 pontos de diferenciação. Tais como as impressões digitais, esses elementos hão de alterar com o tempo. Segundo estudos, a possibilidade de duas pessoas terem o mesmo padrão de íris é

de uma em 7 bilhões, este sistema é ainda restrito devido o alto custo, mas o seu sucesso pode chegar à taxa de 96%. Quarto: Leitura das veias da palma da mão. O mapeamento das veias e por meio de um aparelho desenvolvido pelo Fujitsu, que capta, através de um sensor, todo o desenho das veias. Mas já existem tecnologias que usam até o cheiro das pessoas como instrumento de identificação. José Ramos, Papiloscopista Policial lotado no Instituto de Identificação.

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Esporte Esporte

I Campeonato de Futsal

Vice-campeã: Criminal

Equipe Campeã: Dactiloscopia Com o apoio do Deputado Federal João Campos e da Deputada Estadual Flávia Morais, a APPEGO idealizou e promoveu o I Campeonato de Futsal-2007. A equipe da Dactiloscopia sagrou-se a grande campeã da com-

petição, ficando com a segunda colocação a equipe da Criminal e em terceiro lugar, a equipe da Confecção. A disputadíssima final aconteceu na manhã do dia 14 de julho, no Ginásio da Polícia Civil.

Principais artilheiros da competição: Artilheiro: Édio (Datiloscopia) ............................................ 13 Gols Luiz Carlos (Confecção) ...................................................... 10 Gols Cristiano (Criminal) ............................................................. 09 Gols Maciel (Datiloscopia) ........................................................... 08 Gols Diogo (Datiloscopia) ............................................................. 06 Gols

Humor Diplomático O velhinho esta nas últimas. O padre esta a seu lado para darlhe a extrema-unção. Ele lhe diz ao ouvido: - Antes de morrer, reafirme sua fé em nosso Senhor Jesus Cristo e renegue o Demônio. Mas o velhinho fica quieto. O padre pergunta: Por que você não quer renegar o Demônio? - Enquanto eu não souber para onde eu vou, não quero ficar mal com ninguém!

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Testamento O médico atende um velhinho milionário que tinha começado a usar um aparelho de audição. - E aí, seu Almeida, está gostando do aparelho? - É muito bom. - Sua família gostou? - Ainda não contei para ninguém, mas já mudei meu testamento três vezes. Honestidade Dois homens caminhavam em um cemitério quando um deles leu em uma lapide: ”Aqui jaz um homem honesto e advogado competente.”. E comentou com o amigo: - Desde quando estão enterrando

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Terceira colocada: Confecção

duas pessoas juntas numa mesma cova? Ponto de vista Um cliente suado, com as roupas sujas de sangue, entra no escritório do advogado, esbaforido: ”Doutor, doutor. Só o senhor pode me salvar agora. Acabei de matar minha mulher” O advogado, tranqüilo, responde: ”Perai. Não é assim. Estão dizendo que você matou sua mulher...” Pai herói A portuguesinha de 10 anos vai pescar com o pai e volta com o rosto todo inchado.

A mãe, assustada, pergunta: - Minha filha, que houve? - Foi um marimbondo, mamãe... - Ele te picou? - Não deu tempo. O papai o matou com o remo.


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