Jornal APPEGO N18

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Prêmio Excelência

Editorial

Momento histórico

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epois de exaustivos debates, fundamentais para aparar arestas e solucionar conflitos de forma democrática e madura, Goiás foi o primeiro estado brasileiro a definir suas propostas para uma política nacional de segurança pública. Foram aprovados sete princípios e 21 diretrizes, que serão enviados à etapa nacional da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), além de escolhidos 53 representantes que terão direito a voto. O grande avanço desse processo é possibilitar a construção de uma política para área partindo das bases, ao contrário do que sempre foi feito no nosso país. Com o envolvimento e participação efetiva dos mais variados segmentos da Segurança Pública e sociedade civil organizada definindo o que deve ser prioridade, certamente a possibilidade de atingirmos nossos objetivos será muito mais substancial. A 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, da forma como foi concebida, provavelmente também será um passo importante para uma maior humanização dos órgãos de segurança, que devem servir à defesa do cidadão e não à do poder vigente, e contribuirá para o resgate da cidadania em nosso país.

Jayme Veríssimo Campos, Senador da Republica pelo DEM-MT, premiado pelo seu compromisso, seriedade e capacidade de articulação política.

Simone de Jesus Presidente da APPEGO, Papiloscopista Policial, especialista em necropapiloscopia

Além disso, o evento possibilitará a construção de novas amizades, a troca de experiências e a busca de saídas viáveis para vários problemas que atingem os vários segmentos da segurança pública e reverbera na sociedade. Portanto, mais uma vez a APPEGO estará presente em um momento histórico de construção de uma nova realidade, defendendo os direitos e interesses de nossos associados. Simone de Jesus Presidente da APPEGO

I Encontro Nacional de Necropapiloscopia Nos dias 18 e 19 de junho, a FENAPPI (Federação Nacional dos Papiloscopistas), com o apoio da SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública), realiza o I Encontro Nacional de Necropapiloscopia. O evento será realizado no Hotel Kananxuê, em Goiânia, e visa promover o intercâmbio de serviços e informações específicas ligadas a Papiloscopia e direitos humanos, além de buscar o aprimoramento constante dos serviços prestados. Participarão do encontro Papiloscopistas Policiais Federais e Estaduais de todas as unidades da federação, estudantes universitários e outros profissionais do Sistema de Segurança Pública.

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Este espaço é destinado a premiar com o título de Excelência qualquer servidor público, seja na esfera Municipal, Estadual ou Federal, dos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário que tenha se destacado em sua área de atuação. O Profissional Excelência é escolhido por uma comissão dentre os candidatos indicados pelos associados da APPEGO (Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de Goiás).

Órgão Oficial de Divulgação da Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de Goiás

DIRETORIA Presidente - Simone de Jesus Vice-Presidente –Juliana Pabla Soares Martins 1º Secretário - Antônio Maciel Aguiar Filho 2º Secretário - Jaqueline Santana Santos Tesoureiro – José Ramos Neves Diretor de Relações Públicas, Sócio Cultural e Esportivas Juliano Rodrigues Fontenelle Rua 66, nº124, Centro - Fone (62) 3229-4884

www.appego.com.br - e-mail: appego@appego.com.br Jornalista Responsável: Dário Álvares - dalvares@brturbo.com.br Produzido por:

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Eliziário Rocha, José Albino, Denivaldo dos R. Pereira

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Para leitores especiais A parceria entre a Agência de Propaganda Publique Comunicação Ltda e a Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de Goiás - APPEGO – completa mais de 03 anos de pleno sucesso e total funcionalidade. Sem ônus para entidade e seus associados, a APPEGO dispõe de um jornal moderno e eficiente, elaborado por profissionais sintonizados com as últimas tendências nas áreas de jornalismo e design gráfico. Portanto, o leitor tem em mãos o resultado da união entre uma empresa competente e correta e líderes classistas íntegros e sérios. Tenham todos uma ótima leitura! Atenciosamente, Suelaine Martins Filmari - Diretora da Publique


Luta Classista

PLC 204/08, a proposta do relator Senador Jayme Campos e o novo PLS 244/09

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PLC 204/08 que tratava da re gulamentação da perícia ofici al, passou sem a inclusão dos Papiloscopistas. No entanto, é bom que se esclareça que a decisão foi fruto da posição firme e intransigente do relator Senador Jayme Campos, desde o primeiro instante favorável a inclusão da categoria dos Papiloscopista. Inclusive em sua primeira emenda, tendo por base a posição da SENASP que já define o Papiloscopista como perito oficial de natureza criminal, juntamente com o perito criminal e o médico - legista, propôs a inclusão e a unificação de todos como perito oficial. Diante da resistência dos peritos criminais e médicos legistas, apresentou nova emenda, mais manteve a

p o sição favorável à manutenção dos Papiloscopistas. Entretanto, os peritos criminais, beneficiados pela situação do PLC 204/08, de Arlindo Chinaglia, do PT, ter ficado 11 anos em discussão na câmara, conseguiram passar sem a emenda do relator, mais com o compromisso de todo o governo apoiar um novo projeto, a parte, para atender os Papiloscopistas que são, no entendimento de todos os Senadores, também peritos oficiais no desenvolvimento de suas atividades específicas. Assim, apresentado pela Senadora Ideli Salvati, do PT, tramita em caráter de urgência no Senado o PLS 244/09, que certamente resolverá definitivamente o problema de todos os profissionais em Papiloscopia do Brasil.

Imagens da mobilização e visitas a senadores da CCJ e chefe de gabinetes durante a votação do PLC 204/08

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Luta Classista

Greve dos Policiais Civis e Policia Técnica de Goiás

Papiloscopistas na assembléia que deliberou pela greve por tempo indeterminado Realizada no dia 17 de março, no pátio das delegacias especializadas, a Assembléia Geral dos Policiais Civis deliberou sobre Greve Geral por tempo indeterminado, tendo como justificativa o não pagamento, por parte do governo, da data base referente aos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008 e o resíduo salarial, além de melhores condições de trabalho. Respeitando a legislação vigente, a greve teve início no dia 23 de março, permanecendo ativos apenas 30% dos serviços essenciais. A assembléia contou com a participação de um grande número de policiais da capital e do interior, além da presença de todos os presidentes de classes da polícia civil e policia

Presidente da APPEGO, Simone de Jesus, e Presidente da FENAPPI, Antonio Maciel, fazem uso da palavra durante a manifestação técnica: UPOPOCI, SINPOL, APPEGO, ASPEC e APOLITEC.

Estiveram também presentes à manifestação o representante da

FEIPOL e do presidente da FENAPPI.

Projeto de Lei do Senado Nº 244, de 2009 Dispõe sobre a condição de perito oficial dos papiloscopistas em suas perícias específicas e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Respeitadas à iniciativa legislativa e a competência do Poder Executivo a que estejam vinculados, são peritos oficiais para fins cíveis e criminais nas suas áreas específicas, os Papiloscopistas e demais servidores públicos com denominações equivalentes, que exerçam atividades de perícias papiloscópicas e necropapiloscópicas.

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Art. 2º No exercício da atividade de perícia oficial do Papiloscopista lhe é assegurada autonomia técnica e científica, exigido concurso público com formação de nível superior. § único. Os Papiloscopistas e equivalentes que ingressaram sem exigência do diploma de curso superior até a data de entrada em vigor desta Lei continuarão a atuar exclusivamente nas respectivas áreas para as quais se habilitaram. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Atualização

Presidente da FENAPPI participa de evento em Teresina-PI

Auditório da SEBRAE, local do 7º Seminário Popular do Piauí

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SINPOLJUSPI (Sindicato dos Policiais Civis Penitenciários e Servidores da Secretaria de Segurança e da Justiça e Cidadania do Estado do Piauí) - realizou, nos dias 17 e 18 de abril, o “7º Seminário Popular do Piauí – Em discussão: a Segurança Pública sob o Estado Democrático de Direito”. O objetivo do evento foi discutir a segurança pública em um contexto geral e apresentar propostas de solução para os problemas existentes. O evento contou com a presença de diversos conferencistas nacionais, entre eles o presidente da Cobrapol, Jânio Gandra, que falou sobre “Carreira única dos policiais civis e seu reflexo na Constituição Federal”; o deputado federal Eduardo Valverde, que tratou da “PEC 308 (Polícia Penal)”; o advogado Ademar Bastos, sobre “medidas alternativas à prisão frente a falência do sistema penitenciário”;o arcebispo de Teresina, Dom Sérgio da Rocha, sobre “ Fraternidade e Segurança Pública”; o ministro do STJ, Nilson Naves, sobre “A eficácia das decisões judiciais e o princí-

pio da Segurança Jurídica” ; o secretário de Segurança Pública do Piauí, Robert Rios, sobre “Segurança Pública na visão do Governo” e o presidente da Federação Nacional dos Papiloscopistas, Antônio Maciel Aguiar Filho, que abordou “A importância da Papiloscopia na investigação criminal”. O Presidente da FENAPPI falou sobre os processos de identificação humana, sua evolução até chegar o processo Papiloscópico, considerado o mais importante e eficiente quando se trata de identificação de massa. Falou também sobre a nova tecnologia AFIS (ou Sistema Automático de Impressões Digital, do inglês Automatic Fingerprint Identification Sistem) que representa, segundo ele, um grande avanço na identificação criminal, se constituindo, portanto, numa verdadeira ferramenta de investigação criminal. A seguir abordou as diferentes atividades periciais papiloscópicas desenvolvidas pelo Papiloscopistas, quais sejam: perícias em local de crime, envolvendo a revela-

Presidente da FENAPPI, Antonio Maciel, Presidente da COBRAPOL, Jânio Gandra, e o Dr. Nazareno Weimar Thé

Presidente da FENAPPI concede entrevista ao vivo ao telejornal local da TV do Meio-Norte ção, levantamento e pesquisa; perícia em documentos de identidade, constatando o alarmante numero de falsidades ideológicas; perícia em objetos, demonstrando a importância do laboratório para a busca de autoria de delitos e a perícia necropapiloscopica, responsável por levar dignidade, respeito e paz a inúmeras famílias, cujos entes queridos vieram a

falecer, muitas vezes em condição de ignorado. Por último falou da Reprodução Facial Humana, cujos trabalhos envolvem o retrato falado, projeção de envelhecimento, rejuvenescimento, reconstituição facial e laudo prosopográfico. O palestrante participou também de entrevistas ao vivo em rádios e na TV do Meio-Norte.

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Especial

Papiloscopistas na 1ª Conferência Nacional de Segurança Publica

Papiloscopistas presentes na Conferência Livre, realizada no auditório da SSP

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o dia 18 de março, a Comissão Organizadora da 1a Conferência Nacional de Segurança Publica (Conseg) em Goiás reuniu-se no auditório da Secretaria Estadual de Segurança Pública. A mobilizadora da 1a Conferência Nacional de Segurança Pública,

Sra. Daisy Cordeiro, consultora do Ministério da Justiça junto aos Estados de Goiás, Tocantins e o Distrito Federal, demonstrou a metodologia a ser aplicada em todas as etapas: municipal, estadual e nacional. Durante toda a tarde do mesmo dia, policiais civis e militares, representantes da

Várias categorias participaram dessa primeira fase policia técnica, Papiloscopistas, guardas municipais e promotores de policia comunitária, entre outros, debateram sete eixos temáticos e começaram a elaborar as propostas e sugestões que seriam apresentadas pelo estado durante a Conseg. A Conseg foi idealizado para

acontecer em três etapas: municipal, estadual e nacional. Nos meses de abril e maio foram realizadas as etapas municipais. Em junho, nos dias 5, 6 e 7 a estadual, no Centro de Convenções. Em agosto, em Brasília, ocorrerá a etapa nacional, com 52 representantes goianos.

Conferência Livre dos Papiloscopistas A Conferência Livre dos Papiloscopistas, organizada pela APPEGO, foi iniciada com uma apresentação acerca da 1ª CONSEG feita por Simone de Jesus, integrante da Comissão Organizadora Nacional, que agradeceu a participação dos profissionais papiloscopistas presentes ao evento. Os participantes foram então divididos em dois grupos, que fizeram uma leitura do Texto Base e dos Eixos Temáticos 2, 3 e 4, e passaram ao debate de cada eixo. Ao final, cada grupo apresentou aos demais os seus princípios e diretrizes e todos de-

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bateram e priorizaram, por meio de votação, as contribuições. “A avaliação dos Papiloscopistas participantes da Conferência Livre foi extremamente positiva e demonstrou o envolvimento dos trabalhadores nas questões de Segurança Pública”, analisou Simone de Jesus. Ao final, os participantes se comprometeram realizar reuniões mensais para a promoção de estudos e discussões sobre Segurança Pública. Foi solicitado o encaminhamento de todas as propostas para as Conferências Estadual e Nacional.

Democracia: Papiloscopistas na votação das diretrizes e princípios

Participação: Papiloscopista Ane recebendo certificado da Presidente Simone


Conferência Livre dos Trabalhadores da Segurança Pública

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o dia 16 de maio, no auditório do Instituto de Criminalística, foi a vez da Conferência Livre dos Trabalhadores de Segurança Publica. O evento contou com a presença da Superintendente da PTC, Helena Fernandes, do Coronel Edson, ex-Comandante Geral, e atual assessor da SENASP, de representantes da Policia Rodoviária Federal, Guarda Municipal, Policia Civil, Comissão Organizadora Estadual e da presidente da Comissão do evento e presidente da APPE-

GO, Simone de Jesus. Pela manhã foi realizada a palestra “Repressão Qualificada da Criminalidade”, ministrada pelo Professor da UFG, UCG e Juiz de direito Dr. Adagmar José. Segundo avaliação da Comissão Organizadora, a participação dos servidores dos mais variados segmentos da segurança foi expressiva e contribuiu muito para a definição dos princípios e diretrizes dos eixos temáticos da Conferência Nacional de Segurança Pública, marcada para o período de 27 a 30 de agosto.

Coronel Edson fala aos presentes durante a abertura do evento

Vista parcial do auditório

Representantes das entidades dos trabalhadores em segurança pública

Presidente da APPEGO e da Comissão Organizadora, Simone de Jesus, acompanhada dos animados integrantes da Guarda Municipal

Votação dos princípios e diretrizes

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Especial

1ª Conferência Eletiva de Goiás

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conteceu no dia 05 de junho, no Centro de Cultura e Convenções, a abertura da Conferência Eletiva de Goiás para a escolha de representantes para a 1ª CONSEG (Conferência Nacional de Segurança Pública). O governador Alcides Rodrigues e o Secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller, entre outras autoridades, estiveram presentes ao evento. A Papiloscopista e presidente

da APPEGO, Simone de Jesus, integrou a mesa como representante de todos os trabalhadores da Segurança Publica de Goiás, e fez um discurso objetivo e sincero, elogiado inclusive pelo Governador Alcides Rodrigues. Goiás foi o primeiro estado a realizar a etapa eletiva para o encontro nacional, que acontecerá em Brasília no mês de agosto. Durante o evento representantes da sociedade civil, do poder público e dos trabalhadores reuni-

ram-se para elaborar propostas capazes de assegurar a segurança pública como direito humano fundamental. Dentre os palestrantes, a Coordenadora Nacional da 1a CONSEG, Regina Miki, que falou sobre o papel dos municípios nos resultados de Segurança Publica, Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz (SP), Preto Zezé, da Central Única de Favelas (CUFA) e a professora Jaqueline Muniz(UFRJ) que de maneira original abordou

a Gestão Democrática. Como resultado concreto foram eleitos sete princípios e 21 diretrizes, que serão encaminhadas para a etapa nacional. Foram eleitos também os conferencistas que representarão a sociedade civil e os trabalhadores da Segurança Publica. No segmento da Perícia Oficial de natureza criminal, que tinha duas vagas, foram eleitos com expressiva votação os Papiloscopistas Juliana Pabla e Antonio Maciel.

Resultados da etapa eletiva de Goiás para a 1ª CONSEG Representantes eleitos pelos Trabalhadores Ademar Luiz de Oliveira, Antonio Carlos F. dos Santos, Darlene Costa A. Araújo, Waldir Soares de Oliveira, Ana Mauritania S. de Castro, Rubens Alexandre do Carmo, Cezar Pacheco de Araújo, Lorival Camargo, Edson José Maria Júnior, Felisberto Rodrigues Tavares, Claiton Divino de S. Coelho, Junio Cezar Gontijo, Juliana Pabla Soares Martins, Antonio Maciel Aguiar Filho, Jorimar Antonio Bastos Filho, Fabricio Bonfim de Sousa

Os sete princípios votados pelos conferencistas - Incrementação orçamentária de verbas (federais, estaduais e municipais) em ações de prevenção de desastres e políticas de segurança pública. - O controle e a fiscalização da segurança privada devem ser realizados pelos órgãos de segurança pública. - Segurança pública deve ser uma política de estado e não de governo formulada com a participação de toda a sociedade organizada garantida a inte-

gralidade das políticas públicas.

te em relação aos Direitos Fundamentais.

-O sistema penitenciário deve ser gerido por estruturas administrativas próprias e autônomas com orçamento independentes, respeitando as características regionais.

- Valorização da família como instituição criadora de princípios e costumes sociais.

-A Política Nacional de Segurança Pública deve ser pautada no respeito à dignidade do profissional de segurança pública, com a promoção, valorização e qualificação permanen-

- A segurança pública dever estar orientada na solução pacífica de conflitos e na promoção de uma cultura de paz respeitando a diversidade cultural, racial, geracional, étnica, de gênero, orientação sexual, bem como na democratização do acesso à justiça.

Ciência

Papiloscopista ministram mini-curso na UEG Atendendo solicitação dos estudantes de Química da Universidade Estadual de Goiás, os peritos oficiais de natureza criminal da Policia Técnico Cientifica de Goiás, Papiloscopista Maciel e o Perito Criminal Donizete, pelo segundo ano consecutivo ministraram o mini-curso “A

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Importância da Química e da Papiloscopia na Elucidação de Crimes”. Segundo a organização do evento da V Semana de Química, realizada entre os dias 9 e 13 de junho, as 60 vagas disponíveis foram preenchidas em trinta minutos, tamanho o interesse dos universitários.


Especial

As 21 diretrizes eleitas pelos conferencistas - Criação do Ministério Público de Segurança Pública. - Padronizar em norma federal de segurança contra incêndio e pânico das edificações. - Vincular no orçamento um percentual mínimo de repasse aos entes federados, destinado à segurança pública. - O Sistema Prisional deverá ter o seu quadro de servidores penitenciários efetivos, sendo específico a eles a sua gestão, devendo ser implementada a EC 308 e a criação da Polícia Penal, observando a proporcionalidade de agentes e reeducandos de acordo com a OIT. - Implementar o ciclo completo de polícia. - Estabelecer um piso salarial nacional, com a participação de todos os entes federativos, primando, inclusive, pela assistência habitacional e jurídica dos agentes de segurança. - Alocar investimentos aos órgãos integrados ao atendimento em emergências e em tecnologias para expandir o número de cidades e populações atendidas. - Implementar novas tecno-

logias como o registro único de identificação civil e criminal (RIC) e o sistema de informações geográficas. - Investir e criar programas de profissionalização, geração de emprego e renda, educação, comunicação, saúde, alimentação, moradia e lazer para as juventudes, priorizando os grupos vulneráveis, com o envolvimento do poder público e privado, para evitar que os jovens continuem como uma das principais vítimas da violência, no sentido de promover a segurança pública. - Possibilitar maiores investimentos em recursos humanos e tecnológicos a Polícia Técnico-Científica, bem como promover a sua autonomia com maior acessibilidade à perícia oficial. - Garantir na gestão de segurança pública, mecanismos de combate e prevenção ao racismo, homofobia, machismo e todas as formas de preconceitos e discriminações. - Garantir um sistema a seguridade social específico aos trabalhadores de segurança pública com atenção especial ao acompanhamento integral a saúde biopsicossocial e aos casos de invalidez decorrente

do serviço, com remuneração integral. - Criar ouvidorias de segurança pública, fortalecendo as já existentes, obedecendo aos critérios: mandato de dois anos, lista tríplice, autonomia administrativa e financeira e ouvidor não policial. Assegurando o funcionamento das defensorias públicas e dos conselhos. - Garantir a aposentadoria integral aos agentes de segurança pública, no caso de invalidez permanente, adquirida no exercício da função ou em razão dela. - Criar e implantar, tanto no ensino regular, quanto na educação profissional da segurança, disciplinas que promovam a cultura da paz, o respeito aos direitos humanos e a solução pacífica dos conflitos. - Garantir que o controle social nas três esferas do governo (federal, estadual e municipal), contemple a diversidade de orientação sexual, gênero, raça e etnia, geracional, respeitando a especificidade regional e a paridade entre trabalhadores, gestores e sociedade civil.

- O Sistema Penitenciário deve implementar novos modelos de construção prisional mais eficazes, que garanta a separação da população carcerária por módulos de acordo com os níveis de periculosidade e segurança, bem como a criação de uma defensoria pública específica. - Criar conselhos em segurança pública nas três esferas governamentais, com a participação paritária da sociedade civil e dos trabalhadores. - Agravar a pena dos delitos contra agentes de segurança pública. - Proporcionar espaços gratuitos e regulares nos meios de comunicação para a inserção positiva das ações de segurança pública em favor da cultura da paz, mobilizando e sensibilizando os agentes e a sociedade civil acerca da responsabilidade de cada vetor social na propagação da cultura da paz. - A adoção de recursos tecnológicos existentes para a realização da revista prisional, tais como raio x, espectômetros e outros, procurando atender sempre os princípios da dignidade da pessoa humana.

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Opinião e idéias

Alcoolismo – doença social Por Gerson Inácio

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lcoolismo é uma doença. Mas que verdade difícil de ser aceita. É difícil para o seu portador que, a qualquer custo (e geralmente o custo é alto), segue negando para todos e para si a sua existência. Michael Jackson acabou de ser informado de seu câncer de pele. Sua reação – como seria a de qualquer ser humano normal – foi dispor-se ao tratamento, ainda que este ocorra entre os inúmeros shows já agendados, mesmo porque foi diagnosticado no início. Com o alcoólatra não acontece o mesmo. Treze por cento dos que bebem desenvolvem esta doença e o diagnóstico é, inicialmente, feito pelos familiares e amigos do bebedor que observam alterações no seu comportamento. Qual é a reação? Negar: “Que é isto? Bebo quando quero e paro quando quero”. Mais tarde, já por razões físicas até, o médico pergunta-lhe: “Por que você não para de beber?”. Esta pergunta simples mereceria uma resposta simples, mas não. A ofensa por ela transmitida é de difícil descrição. Diante da autoridade médica argumenta que se a esta-

tística acima é verdadeira, ele está no grupo dos 87%, mas no seu íntimo já chutou o balde: “Quer saber, bebo com o meu dinheiro e ninguém tem nada com isto”. Verdade difícil de ser aceita pela sociedade que, neste carrossel da dependência, não percebe que fabrica o alcoólatra para, em seguida, rejeitá-lo. Que acha simples considerar tudo uma questão de “vergonha na cara”, ainda que quem afirme isto muitas vezes seja um fumante que não consegue parar de fumar, um jogador que não consegue parar de jogar, um mentiroso que não consegue parar de mentir, um paquerador compulsivo, um internauta compulsivo, um comedor compulsivo,... Você já ouviu dizer que pimenta nos olhos dos outros é refresco? Trata-se da 3ª doença que mais mata, perdendo apenas para o câncer e as doenças do coração. Afirmações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Agora vamos aos fatos. É responsável pela maior parte dos acidentes de trabalho, alguns redundando em morte. Será que estas mortes são classificadas como sendo por alcoolismo? Com os acidentes de trânsito a proporção é maior. Será

que as vítimas do álcool no volante são classificadas como mortes por alcoolismo? As da violência doméstica? As dos altos índices de violência urbana? Enquanto escrevia o presente texto e pensei em ilustrar as interrogações acima, abri um jornal e, assim por acaso, encontrei a seguinte matéria: “O fim da noite de sábado acabou em tragédia para cinco amigos de Trindade que vieram a Goiânia se divertir. Quando retornavam para casa, por volta das 5h50 de ontem, o carro em que estavam, o Celta placas KEW 3151, dirigido por Sebastião Ferreira Adorno Neto, de 22 anos, colidiu com um poste de energia elétrica na Avenida Castelo Branco, no Setor Rodoviário. O acidente provocou a morte de três dos cinco jovens. Sebastião Ferreira Adorno Neto, de 22 anos, que conduzia o veículo, foi submetido ao teste do bafômetro por policiais do Batalhão de Trânsito. A aferição indicou a presença de 0,28 miligrama de álcool por litro de ar expelido nos pulmões, quantidade superior à permitida pela Lei Seca (0,1 miligrama de álcool por litro de ar)”. O Popular de 18 de maio de 2009. Diante destas ponderações,

não tenho dúvida em afirmar que o alcoolismo é, há muito tempo, a doença que mais mata, pois atinge não só o seu portador, mas também pessoas que não têm nada com o problema, ou será que dependendo do dia que abrisse o jornal a minha sorte seria outra e não encontraria ilustração para o meu propósito? Telefones úteis: A.A.: (62) 3223-0445, Al-Anon: (62) 32244439, CEREA: (62) 3258-1146 Gerson Inácio é papiloscopista, lotado no Instituto de Identificação, concluindo no CEFET-GO o curso de Tecnologia em Construção Civil, sempre prestou trabalho voluntário no campo do alcoolismo em instituições como Pax Clínica, Casa de Eurípedes, Hospital de Urgências de Goiânia e Hospital da Polícia Militar.

A mulher no contexto da Segurança Pública Por Jaqueline Santana Santos Nesse momento em que a segurança pública se põe em debate dentro de uma visão mais humanística, em decorrência da proposta da I Conferência Nacional de Segurança Pública, eu busquei olhar para dentro e fazer uma retrospectiva destes quase dez anos trabalhando na área. Eu tinha vinte anos quando fui chamada a tomar posse no quadro de Papiloscopistas da Polícia Cientifica, estrutura que à época

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pertencia à Polícia Civil. Eu me lembro bem. O mundo tal como ele se apresenta hoje para mim, tinha uma configuração bastante diferente. Até então eu não lia a realidade como uma enorme colcha de retalhos a partir dos quais formamos as diversas identidades de homem, mulher, negro, branco, heteroafetivo, homoafetivo e assim por diante. Eu também não reconhecia a força homogeneizadora que busca romper essa diversidade social. Havia em

mim muita ingenuidade. Ainda assim eu logo percebi que a Segurança Pública era um lugar prioritariamente masculino. É com facilidade que percebemos isso. Mas é também com naturalidade que lidamos com este fato. Como se em verdade a segurança pública devesse ser um assunto reservado para homens. Obviamente, não há uma regra tácita que reprima a participação de mulheres nesse contexto. Isso atentaria contra a Carta Magna, que prevê a igualdade

entre os sexos. Mesmo assim, dentro de uma ordem simbólica, homens e mulheres assumem posições diferentes conforme se distribuam na sociedade. Embora a luta feminista tenha produzido uma maior participação social das mulheres e sua inserção no mercado de trabalho, podemos observar que essa participação não ocorre de maneira equilibrada em todas as suas instâncias. Nós bem sabemos, e são os dados estatísticos que apontam para isso, que as mulheres,


mesmo possuindo maior escolaridade, ainda são remuneradas de modo inferior aos homens. Tal circunstância deriva do fato de que as mulheres têm menos acesso a cargos de liderança, ficando sua participação restrita à base da pirâmide. Essa divisão sexual do trabalho, que ocorre de modo geral em toda sociedade, também se reproduz na estrutura dos órgãos da Segurança Pública. Nesta, raramente uma mulher ocupa uma posição de poder. Via de regra, o quantitativo feminino é direcionado para atividades operacionais. E como tradicionalmente nesta área, os gestores deliberam sem consulta aos trabalhadores,

deste fato decorre que as decisões na Segurança Pública têm gênero. E é masculino. Quais as conseqüências que esse tipo de monopolização das decisões acarreta para a sociedade é mais difícil dizer. Será que teríamos um modelo mais humanizado de segurança pública se as mulheres tivessem mais poder de decisão? É praticamente impossível prever. No entanto um aspecto precisa ser levado em conta. Essa força homogeneizadora da realidade que citei antes tende a tornar invisível tudo o que é diferença. Acontece que a nossa sociedade constitui não só diferença mais desigualdade. E por mais que essa desigualdade não

seja visível, ela está lá produzindo seus efeitos. Raramente analisamos a violência contra a mulher como um problema social decorrente da desigualdade de gêneros. As soluções que buscamos para o problema implicam quase exclusivamente em formas de atuação no indivíduo. Mas como problema social, este tipo de violência requer medidas mais sistêmicas de combate. Nós nunca paramos para pensar o quanto a construção social da mulher como um ser frágil e dependente é fator gerador de violência. Não pensamos porque não conseguimos enxergar esta evidência. Estamos cegos pela naturalização da violência domésti-

ca. E assim, encerrada no silêncio, a mulher se vê suscetível às mais variadas formas de agressão, tanto física quanto psicológica. Neste sentido, quem melhor do que uma mulher para identificar essa dor que também é sua? Uma dor que não precisa ir ao outro para ser reconhecida porque se reconhece em si mesma. Uma dor que por analogia, se reconhece em qualquer forma de discriminação. Enquanto sujeito passivo da violência e da exclusão, a mulher carrega também em si o maior agente transformador desta realidade. Jaqueline Santana Santos é Papiloscopista Policial

Papiloscopista na imprensa

Papiloscopistas constatam fraudes e falsificações Sempre atentos no desempenho de suas atividades, os Papiloscopistas Policiais frequentemente surpreendem fraudadores e falsários de documentos, o que tem levado a um grande número de prisões, muitas vezes noticiadas na imprensa.

Acidente aéreo IML de Recife cria força-tarefa para identificar corpos de vítimas do voo 447. Papiloscopistas integram equipe Segundo a assessoria da secretaria, se os 228 corpos forem levados ao IML, um local alternativo à sede do instituto será montado para abrigar as equipes técnicas ou os serviços do IML que não estejam ligados à identificação das vítimas do voo 447 serão

transferidos para hospitais públicos da região. Além de contar com 329 papiloscopistas, 105 médico legistas e 167 peritos, o instituto recebeu o reforço de oito policiais federais especialistas na identificação de corpos. Cinco deles são de

Brasília e três de Recife. A princípio, foi definido que, caso seja necessário recorrer a exames de reconhecimento por DNA, eles serão realizados pela PF. Um médico, um auxiliar legista, um perito criminal e um datiloscopista já estão em Fer-

nando de Noronha, para onde os corpos já resgatados estão sendo levados. Na ilha, os técnicos coletarão material que possa auxiliar no reconhecimento das vítimas. Fonte: UOL Notícias

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Sociais

Homenagem Mais recente aposentada da categoria, a Papiloscopista Gildete Marinho recebeu merecida homenagem dos colegas na sede na APPEGO e no Instituto de Identificação. Gildete se aposenta após longos anos dedicados aos trabalhos papiloscópicos. A diretoria da APPEGO deseja muita saúde, paz e descanso à recém aposentada.

Pós-graduação

APPEGO Humor Deficiência providencial Convocado para a guerra no Afeganistão, o jovem foi submetido a um exame oftalmológico. - Consegue distinguir as letras daquele quadro? - perguntou o médico. - Daqui não, meu capitão. - E assim mais perto? - Também não, - respondeu maroto. Finalmente, a meio metro de distância, o rapaz conseguiu ler. Pois bem - disse o médico. - Você serve para o combate corpo a corpo.

Dividindo o carro

Professor Fernando de Jesus, de Criminalística, com o grupo de papiloscopistas ao final de mais um módulo da pós-graduação lato sensu em perícia criminal.

Conversa entre dois velhos amigos: - Estás com carro? - Sim, não... mais ou menos... - Mas homem, o que é isso? - Olha, é da minha mulher quando vai às compras. É do meu filho quando vai emcontrar com a namorada. É da minha filha quando vai à discoteca. E é meu quando não tem gasolina!

Nação familiar A minha família é como uma nação - diz um sujeito ao colega de trabalho. - A minha mulher é a ministra das finanças, a minha sogra a ministra da guerra e a minha filha, a ministra dos negócios. - Parece interessante - responde o amigo. - E qual é a tua função? - Eu sou o povo, limito-me a pagar.

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