Edição 88

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ANO 4 - Nº 88 Março de 2017

EDITORIAL

Todos contra a reforma da previdência

NOTÍCIAS DA BASE

Sindicato participa da campanha contra a reforma da Previdência Foram realizadas várias ações para mobilizar a categoria e conscientizar a população contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer Página 3

A reforma da Previdência, que está sendo imposta pelo Governo Federal, significa um grande retrocesso nas leis que protegem os trabalhadores e tira nossos direitos, com claro interesse em atingir apenas a nossa classe, sempre mais oprimida e que mais necessita da aposentadoria.

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ANÁLISE

Reforma da Previdência: ataque aos direitos das mulheres Página 4

Secretaria promove atividades em homenagem ao Mês da Mulher O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, por meio da Secretaria da Mulher programou uma série de atividades para celebrar o mês de Mulher. Acompanhe as ações que foram desenvolvidas pelo coletivo de mulheres do Sindicato. No dia 23, será realizado o 5º Encontro da Mulher Metalúrgica. Página 4


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O Metalúrgico

Março de 2017

OPINIÃO

EDITORIAL

Governo está perdendo debate da Previdência Hernani Lobato, CSE VW, presidente do Sindicato

Todos contra a reforma da previdência

A reforma da Previdência, que está sendo imposta pelo Governo Federal, significa um grande retrocesso nas leis que protegem os trabalhadores e tira nossos direitos, com claro interesse em atingir apenas a nossa classe, sempre mais oprimida e que mais necessita da aposentadoria. O governo afirma a necessidade da reforma e discute dificultar apenas o beneficio dos trabalhadores, mas não toca nos textos e benefícios que defendem outras classes, como a política. Sim, a intenção deles é apenas prejudicar os trabalhadores mais humildes e que carregam o desenvolvimento e a produção desse país nas costas. Trabalhamos, contribuímos e nos dedicamos diariamente para sustentar as nossas famílias e vislumbrando um futuro no qual possamos ficar tranquilos, com uma aposentadoria digna. Mas a reforma da previdência vai, de forma trágica, interromper tudo que sempre almejamos para nossas vidas e de nossa família e sem a menor consideração por parte do Governo Federal, que está tratando a previdência dos trabalhadores, como se fosse um fardo a ser carregado pelo governo. Ser contra a reforma da previdência é estar do lado do trabalhador

O governo Temer está perdendo o debate público a respeito da reforma da Previdência, a PEC 287, que está para ser votada pelo congresso no mês de março e abril. A proposta reforma dificulta as aposentadorias e retira direitos históricos da classe trabalhadora, e atinge diretamente às mulheres. Temer está com dificuldades de convencer os representantes da comissão especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência. Deve fazer um apelo pela aprovação e acertar limites de concessões do governo diante das resistências à proposta. As centrais sindicais que tem representação no congresso estão se mobilizando para evitar que a PEC seja

Grazy Rodriuges, CSE-LG, e Secretária da Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté

votada na forma original. O que mais pega na proposta da reforma é a igualdade na contagem de tempo de idade mínima para homens e mulheres. O teto de 65 anos e o tempo de contribuição dos atuais 35 anos para 49 anos. O governo não tem dúvida de que precisa agilizar essa reforma para evitar o desgaste natural da equipe do governo que está envolvida nas delações. A agenda política vai ficar mais negativa. Nesse contexto, aumentam as pressões para que a equipe econômica produza boas notícias. Nem a enxurrada de dinheiro público injetada nos meios de comunicação está convencendo a população de que essa reforma é boa.

O governo Temer quer inverter a prioridade de votação e aprovar a toque de caixa a reforma trabalhista que modifica 12 pontos da CLT, permite às empresas terceirizar atividades fins e que o acordado prevaleça sobre a lei. Com o argumento de que a reforma trabalhista é necessária para gerar empregos, o governo vai retirar direitos e mais uma vez o trabalhador vai pagar a conta.

EDUCAÇÃO

Unimes faz aula inaugural para mais de cem alunos no Sindicato

Mais de cem alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação compareceram na sede do Sindicato para a aula inaugural do polo Unimes/Sindicato para o ano letivo de 2017. O vice-presidente do Sindicato, Biro Biro, e a diretora Grazy Rodrigues CSE-LG, representaram a direção do Sindicato.

Usiminas demite trabalhador em vias de aposentadoria; Convenção Coletiva de Trabalho garante direito à estabilidade De acordo com o diretor Paulo Alves da Silva, CSE-Usiminas, a empresa demitiu no último dia 2/2, um trabalhador que estava para se aposentar. Segundo ele, foi um atitude arbitrária da empresa descumprindo o Convenção Coletiva de Trabalho que garante estabilidade aos trabalhadores em vias de aposentaria. “Vamos tomar as providências cabíveis, por meio do Jurídico do Sindicato” afirmou Paulo. A Convenção Coletiva de Trabalho

REFORMA TRABALHISTA

garante estabilidade aos empregados que estiverem a um máximo de 12 meses da aposentadoria por idade, por tempo de serviço e que contem com um mínimo de cinco anos de trabalho na mesma empresa, fica assegurado emprego ou salário durante o período que faltar para se aposentarem. Aos empregados que estiverem a um máximo de 18 meses da aposentadoria e que contem com mais de 10 anos de trabalho na mesma empresa, fica as-

segurado emprego ou salário, durante o período que faltar para se aposentarem. Caso o empregado dependa de documentação para comprovação do tempo de serviço, terá 45 dias de prazo a partir da data da notificação e 75 dias no caso de aposentadoria especial. O contrato de trabalho destes empregados(as) somente poderá ser rescindido por mútuo acordo ou pedido de demissão.

Publicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, sob a responsabilidade do Departamento de Comunicação e Imprensa, contato (12) 2123-4310 - Rua Urupês, 98 - Chácara do Visconde Taubaté Presidente do Sindicato Hernani Lobato

Diretora de Imprensa Claudia Albertina Marques da Silva

www.sindmetau.org.br

imprensa@sindmetau.org.br

Editor/Redação José Alfredo Rodrigues

Arte/Diagramação Walter Faria

facebook.com/metalurgicostaubate

ENERGIA

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) bateu o martelo e definiu em R$ 62,2 bilhões o valor de indenizações a transmissoras de energia. O consumidor vai arcar com esta fatura nas contas de luz até 2025. O valor do reajuste que será efetivamente pago pelo consumidor, porém, depende de outras variáveis que afetam a conta de luz — como subsídios, custo de geração da energia de Itaipu, comportamento do dólar, entre outros — e é definido de acordo com cada distribuidora.

IMPOSTO DE RENDA

A Receita Federal já esta recebendo a declaração de imposto de renda de pessoa física. O prazo de entrega das declarações vai até 28 de abril. Neste ano, terá que declarar quem recebeu rendimentos superiores a R$ 28.559,70.


O Metalúrgico

Março de 2017

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MOBILIZAÇÃO

Sindicato participa da campanha contra a reforma da Previdência Deputada Pollyana Gama debate a Previdência com o Sindicato

A convite da diretoria do Sindicato, a deputada federal Pollyana Gama (PPS) participou de um debate na

sede do Sindicato, na segunda-feira, dia 6. Pollyana é a única representante da cidade, com direito a

votar na projeto da reforma da Previdência. Embora o partido da deputada, o PPS, esteja na base aliada ao governo, isto é, favorável à proposta de reforma, ela disse que ainda não definiu seu voto. A deputada foi questionada por vários dirigentes e trabalhadores presentes ao debate. “Precisamos discutir e entender melhor esse projeto e apresentar possíveis alternativas”, afirmou a deputada Pollyana.

ATO CONTRA A PREVIDÊNCIA - O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté participou do Dia Nacional de Protesto contra a Previdência e Trabalhista que reuniu mais de 300 mil pessoas na avenida Paulista em São Paulo, no último dia 15 de março.

Sindicato entrega abaixo-assinado na CNM/CUT contra a reforma O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Valmir Marques, Biro Biro, entregou na segunda-feira, 13, as 5.534 assinaturas coletadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté ao presidente da CNM, Paulo Cayres, que as encaminhou ao presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, em Brasília. O Sindicato fez uma campanha para colher assinaturas nas principais empresas da base e também na praça dom Epaminondas. A FEM/CUT coletou mais de 50 mil assinaturas em todo os Estado de São Paulo. Para divulgar a campanha

Presidente discursa na Tribuna livre na Câmara contra a reforma da Previdência, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté instalou um outdoor na avenida Charles Schnneider, na altura da Faculdade Anhanguera. O Sindicato também im-

primiu 100 mil panfletos, para distribuir nas empresas da base e na cidade, além de distribuir também o jornal O metalúrgico com conteúdo voltada à conscientização sobre a reforma da Previdência.

O presidente do Sindicato, Hernani Lobato, ocupou a Tribuna Livre da Câmara de Vocês nesta segunda-feira, dia 06, para expor a posição contrária do Sindicato e da CUT ao projeto de reforma da Previdência. Hernani afirmou que os trabalhadores são os mais afetados sempre, a classe mé-

dia e os mais pobres. Na quarta-feira, dia 08, o Sindicato participou da audiência pública proposta pela Câmara de Vereadores para debater os impactos da reforma de Previdência para a classe trabalhadora. O vice-presidente do Sindicato, Valmir Marques, Biro Biro, representou o Sindicato.


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O Metalúrgico

MÊS DA MULHER

Secretaria promove atividades em homenagem ao Mês da Mulher Para encerrar as atividades programadas para o mês da Mulher, o Sindicato promove no próximo dia 23, o 5° Encontro da Mulher Metalúrgica, cujo tema será a Reforma da Previdência.

O Sindicato, por meio da Secretaria da Mulher promoveu uma série de ações para celebrar o Dia Internacional da Mulher. No dia 8 de março, data em que comemora o dia internacional de luta, o coletivo de mulheres do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté se fez representar no ato realizado pela CUT, em São Paulo, que reuniu milhares de mulheres trabalhadoras de diversas categorias.

A secretaria da Mulher promoveu o 3° Chá das Aposentadas, dia 17, com a realização de palestras e sorteios de brindes e confraternização entre as com-

panheiras. Mais de 50 companheiras metalúrgicas aposentadas participaram do evento. Na ocasião, as dirigentes sindicais do CSA (Comitê Sindical dos

Aposentados), Margarida e Marinalva foram homenageadas pela Secretaria da Mulher pela trabalho e dedicação à luta pelos direitos das mulheres.

CIPA 2017

NOTÍCIAS DA BASE

Eleita a Cipa 2017 dos trabalhadores da Schenk

Os companheiros Dênis Anderson Gomes, Diogo de Novaes Santos, Carlos Ro-

berto Pedro e Marcio Alexandre Duarte foram eleitos titulares para a Cipa do Trabalhadores da Schenk. O diretores Odair Viriato (CSE-Daido) e Edenilson de Abreu, Liu, CSE-SM acompanhram o processo eleitoral.

PLR 2017

Eleita a Comissão de PLR 2017 da Leadec/Voith

CIPA da SM - Foram eleitos os companheiros para a Cipa dos Trabalhadores da SM - Titulares: Wesley Pereira dos Santos, Fernando Donizetti Nogueira, Welington dos Santos e Jorgimar Roque Marques. Suplentes: Cristovão da Silva, Moisés Ribeiro e Ulisses Garcia.

Tel.(12) 3632.0556 / 98287.8898 Os companheiros Renato de Carvalho Oliveira, e-mail: pelicanoacademia@gmail.com

Fernanda Alessandra Torquato e Valdir Monteiro Rua Marques do Rabicó, nº 24 - Chác. do Visconde - (Próx. ao Sítio) Taubaté SP foram eleitos para representar os trabalhadores(as).

ANÁLISE Reforma da Previdência:

ataque aos direitos das mulheres

Parte 1: o impedimento à aposentadoria Igor Pinheiro*

A proposta atual de reforma da previdência quer e igualar a idade mínima e o tempo de contribuição das mulheres com a dos homens. Superficialmente, parece até justo igualar as condições já que ambos têm capacidade física e mental para exercer profissões até essa idade, mas ela comete um erro gritante e penaliza severamente as mulheres, pois ela não leva em consideração o quão machista é a nossa sociedade e o quanto ela desvaloriza as tarefas destinadas às mulheres. É de responsabilidade do sexo feminino os afazeres domésticos no país, incluindo criar os filhos. De acordo com o IPEA (Mulheres e trabalho: breve análise do período 2004–2014), 90% das mulheres realizam tarefas domésticas cotidianamente a uma média de 25,3 horas semanais enquanto que apenas 51% dos homens realizam afazeres domésticos

a uma média de 10,9 horas/semana em 2014. Cabe destaque que estes números mantiveram-se estáveis durante todo o milênio. Ora, se é de responsabilidade das mulheres a criação dos filhos e o cuidado da casa, nada mais justo que ela se aposentar antes dos homens, até porque, em tempos de gestação, a mulher se afasta do mercado de trabalho ou do emprego, mas não deixa de cumprir o seu papel na reprodução dos valores da sociedade. Logo, aumentar o tempo de contribuição e a idade mínima para as mulheres é, indiretamente, um desincentivo a elas se tornarem mães, agravando ainda mais, inclusive, o problema de envelhecimento populacional, principal motivo do governo golpista para encaminhar a reforma. Igor Pinheiro é Técnico da Subseção do DIEESE dos Metalúrgicos de Taubaté e Região

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