A GAZETA DO PEREQUÊ-AÇU ESPECIAL
Do Terminal prá cá a realidade é outra
DTPK
UBATUBA - SP ANO I - Nº 0 JUNHO/2018
A VOZ DO NOSSO BAIRRO
O bairro é a nova fronteira do desenvolvimento de Ubatuba O Carnaval foi o abre alas e resgatou a tradição festiva e cultural do bairro
Eu moro onde você passa férias
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REIVINDICAÇÃO
Moradores pedem a revitalização de praça A praça Tereza Cesar foi concebida para abrigar a t i v i d a d e s d e l a z e r, culturais e esportivas destinadas à recreação dos moradores e turistas, mas está abandonada. Comerciantes e moradores reclamam que o local poderia ser mais atrativo e ter melhor iluminação para
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ESPORTES
desenvolver atividades noturnas. A Pr e f e i t u r a a l e g a a revitalização da praça está na programação para ser implementada entre as prioridades no calendário de obras para o bairro, mas ainda não tem um data para iniciar as obras.
Destaque Capital do Surfe Bairro ganha a primeira Escola Municipal de Surfe de Ubatuba Página 7
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Homenagem do jornalista Celso Teixeira Leite, morador no bairro do Perequê-açu, ao artista Bigode(foto), que morreu em 2015 e deixou um importante legado para as gerações futuras. Essas e outras histórias do nosso bairro podemos contar com a participação dos leitores(as). Saiba como na Página 6.
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TRADIÇÃO CAIÇARA
Paçoca Picaré: banana e farinha... pesca certa, peixe certo ÚLTIMA PÁGINA
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Ubatuba, junho de 2018
A GAZETA DO PEREQUÊ-AÇU
Editorial
Curiosidade
INDICADOR PROFISSIONAL
A voz do nosso bairro O jornal Gazeta do Perequêaçu nasce com a missão de divulgar informações de interesse público que valorizem a comunidade e a cultura tradicional caiçara do bairro e da região. Dar voz aos moradores e promover a convivência pacífica, contribuindo para melhorar a qualidade de vida; defender a cidadania e o respeito ao patrimônio público; contribuir com a defesa da cidadania e do meio ambiente, dando transparência aos atos dos agentes públicos e dos poderes constituídos, quer seja para divulgar seus feitos e projetos, assim como cobrar a responsabilidade pelos maus feitos e os não feitos. Enquanto veículo de comunicação comunitária, visa valorizar o convívio e fomentar as relações interpessoais incentivando a participação de todos(as) nas decisões coletivas. A Gazeta do Perequê-açu se dispõe publicar a opínião de todos, desde que não seja ofensiva, desrespeitadora, que incitem o ódeio e a discórida, ou vá de encontro à cultura de paz.
A origem do nome do bairro
Perequê-açu Perequê-açu, assim como muitas palavras que conhecemos, é de origem tupi-guarani que foi incorporada no idioma português falado no Brasil. De acordo com dicionaristas famosos e estudiosos, a origem da nossa lingua a palavra Perequê é a junção de duas expressões pira + iquê. Pira significa peixe e iquê é entrada logo
piraquê que passou a ser chamado de perequê. açu significa grande, portanto Perequê-açu é o lugar de entrada de peixe. Também há outras versões no dicionário para Perequê, que significa grande confusão. Mas também é aceitável a explicação de que Perequê seja um local calmo de fácil atração para embarcações de pesca e de lazer.
Com o dedo na ferida A responsabilidade civil de cada dia O cidadão põe a boca no trombone e reclama, e com toda razão, para cobrar do poder público, ações de zeladoria no bairro como a coleta de lixo, inclusive seletiva, iluminação, calçamento, água e esgoto para ter uma vida digna e de qualidade. Mas, no momento em que o seu móvel (sofá, cama, guardaroupas etc.) e utensílios domésticos (fogão, churrasqueira velha e outras bugigangas) viram lixo em sua casa a primeira atitude é descartar em qualquer lugar, na esquina mais próxima, na beira do córrego, enfim sem qualquer cuidado com o meio ambiente em que vive.
A GAZETA
DO PEREQUÊ-AÇU A VOZ DO NOSSO BAIRRO
Editor José Alfredo Rodrigues Contato agazetadopereque@gmail.com Cel.: 99167-5660
SUBSEDE UBATUBA Tel.: (12) 3833-9386 Rua Maranhão, 349
Dr. Daniel de Oliveira Lucena Dra. Samantha Bernadinelli Lucena CRO 89.731/SP
CRO 89.360/SP
Rua dona Maria Alves, 462 - centro- sobreloja - Ubatuba (12) 99651-6857
(12) 3833-1737
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Economia
GAZETA
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DO PEREQUÊ-AÇU
O Perequê-açu é a bola da vez. O bairro conta com a infra-estrutura necessária para oferecer qualidade de vida a seus moradores fixos, flutuantes e turistas.
A nova fronteira do desenvolvimento urbano de Ubatuba A proximidade com o centro da cidade e a facilidade de acesso marcaram o Perequê-açu como praia de turismo popular, o que justificou a construção do Terminal Turístico Municipal, único no município, com estrutura para recepcionar turistas de um dia, popularmente chamados de farofeiros. Essa fama se estendeu para todo o bairro, o que afastou o interesse dos grandes investimentos imobiliários prejudicando o crescimento do comércio. Os investimentos foram direcionados para outros bairros como o Itaguá e a Praia Grande, por exemplo. A mesma proximidade com o centro da cidade e a facilidade de acesso, que no passado foram impecilhos para o desenvolvimento do bairro, agora atrai mais moradores e com isso o bairro retoma o seu crescimento. O Perequê-açu concentra um grande número de moradores fixos e flutuantes, um comércio amplo e diversificado. Conta com uma infra-estrutura de serviços e equipamentos públicos invejávei s , a e x e m p l o d o Te r m i n a l Turístico Municipal que passou a ter utilidade. Isso torna o Perequê-açu um dos mais importantes bairros de Ubatuba, não só pela beleza natural de sua orla mas por sua tradição e pelo desenvolvimento
que atingiu. Ubatuba já experimentou vários ciclos de expansão urbana. Há pouco mais de duas décadas, surgiram bairros que sequer existiam. Hoje, esses bairros abrigam uma grande concentração de moradores e veranistas. O Perequê-açu, por sua vez ao longo dos anos foi deixado de lado, até mesmo pelo Poder Público que não investiu nas benfeitorias para melhorar a vida dos moradores. Os moradores e o comércio local, com muita luta, conseguiram conquistar as melhorais necessárias para o bairro. ‘‘Mas é preciso mais ainda’’, desabafa um comerciante que preferiu não se identificar. O bairro surge como opção moradia e investimentos por oferecer qualidade de vida para seus moradores fixos, flutuantes e turistas. O bairro conta também com outros equipamentos públicos, como escolas, centros esportivos, a Guarda Civil Municipal, a UBS etc. No Terminal, o vilão da história, foi instalado o Centro de Formação Profissional, que oferece cursos gratuitos de formação e qualificação de mãod e - o b r a . Ta m b é m a b r i g a a Comtur (Companhia Municipal de Turismo de Ubatuba).
O Terminal Turístico Municipal , o vilão da história, hoje é um importante equipamento social para os moradores do bairro e da cidade.
Programação cultural e atividades esportivas abrem alas ao Perequê-açu O Carnaval de 2 0 1 8 s e r á lembrado na história de Ubatuba como o ano do Perequê-açu.Isso porque a prefeitura decidiu realizar a festa no bairro, concentrando a programação no Terminal Turístico.
Segundo a Comtur, foram mais de 50 mil pessoas. O balanço das ocorrências registradas pela Guarda Civil Municipal foi animador. Representantes do comércio fixos questionaram a presença crescente de sazonais e ambulantes, mas comemoram o resultado dos eventos.
Cotidiano Lei municipal que autoriza taxa de locação temporária atinge proprietários de imóveis O projeto de lei de autoria do Executivo Municipal que permite a cobrança de contrapartida de proprietários de imóveis de aluguel temporário foi aprovado pela Câmara de Vereadores. A lei ganhou o apelido de "Cama e Café”, em referência à estadia temporária. O secretário de Turismo da cidade, Luiz Antônio Bischof, defensor a lei, proprietário da Pousada Manobra e presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sinhores) do município, afirma que a lei ainda precisa de ajustes, principalmente quanto à caracterização no se refere a “leitos”, que
podem ser interpretados como cama, quarto ou cômodos do imóvel. A nova lei está causando polêmica e preocupação aos donos de casas de locação temporária e de proprietários de pousadas informais, que alugam quartos e suítes no bairro. O secretário Bischof, esclarece que ainda serão feitas pequenas mudanças na lei, entre elas, a especificação do que são essas acomodações, se é leito ou cômodo, já que é o principal motivo da confusão dos proprietários de imóveis de aluguel para temporada. É comum em Ubatuba,
principalmente nas comunidades tradicionais, as famílias saírem de suas próprias casas para alugar na temporada e ter uma renda extra. Há quem defenda a lei, por entender que é positiva para o município, que passa a arrecadar mais com essas locações e aplicar esse fundo em benefícios para a população.
Para dirimir dúvidas sobre a nova lei e seus efeitos práticos, está programada uma audiência pública com todos os interessados. A audiência ainda não tem data para ser realizada. Segundo sua assessoria de comunicação da Prefeitura, esse é o momento para se encontrar um ponto de equilíbrio entre a legislação e a população.
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A GAZETA DO PEREQUÊ-AÇU
Especial Do Terminal Pra Ká... O rap é o canto das ruas. Um protesto, um alerta, um grito de desespero da população transformado em poesia e rimas.
DTPK
"Eu moro onde você passa férias" por Leandro Cruz
“Quando chove é só lama, com a bike sem paralama / Não precisa de Silk Screen a própria rua que estampa / O logotipo de quebrada fácil de reconhecer / Nas costas das camiseta os pingo marrom degradê / Pode crer, mais uma cria do Perequê”, rimam eles na música Do Terminal Pra Ká, cujas iniciais dão nome à trupe. O terminal ao qual se refere o título, é o Terminal Turístico de Ubatuba, no meio do PerequêAçu, o limite geográfico entre o centro turístico e a periferia. DTPK canta as belezas naturais de Ubatuba, mas não deixa de exigir respeito, tanto por parte dos turistas quanto por parte do poder público, lembrando que “lá na quebrada falta melhorar esgoto, asfalto, saúde, escola, uns vivendo bem outros cheirando cola”. A pegada engajada e combativa das letras que denunciam os problemas sociais da periferia de Ubatuba está presente na maioria das músicas, uma vez que antes de pensarem em montar um grupo de rap, Lorens, Confector, Flaah, Tagarela e Ninho se juntaram em 2012 para fazer uma
associação que lutasse por melhorias no bairro. Mais tarde, perceberam que as melhores ferramentas para isso eram o ritmo e a poesia. Sempre apoiando causas sociais, o grupo esteve recentemente apoiando a greve dos professores do Estado em um ato pela Educação na pista de skate da praça Capricórnio, mesmo lugar onde gravaram seu primeiro videoclipe. O grupo conhece bem os problemas da exploração dos trabalhadores por patrões como mostra a letra de Escolhas “é correria 24 horas por dia das/ 7 da matina as 4 da madrugada / Meu tempo é precioso, bem mais do que cê pensa / Minha hora vale mais do que apenas 2,50 / Que é oferecido pelo mínimo salário”. Em contraponto ao mundo de fantasias das atuais modinhas de ostentação, o rap canta a realidade nua e crua do homem da periferia, que se escolhe ser trabalhador restam poucas opções além de “ser pedreiro o mês inteiro e no final dinheiro não dá”. Diante de uma realidade tão dura, “pros moleque é normal,
seguir o caminho do mal”, lembra uma outra letra. E nessa realidade tensa, muitos inocentes também podem acabar morrendo como lembra a letra de Madruga Tensa: “Até quem não deve nada se esconde quando vê, o farol apagado que pode apagar você. Será que é a blazer dos homens da lei?”. Os meninos do DTPK têm consciência de classe, não esquecem de onde vieram, das ruas enlameadas da periferia: “Eu venho da lama, bem longe da fama onde a fome clama todo fim do mês”, diz uma das letras. Isso não os impede de ousar desafiar as pessoas mais poderosas do país, como os donos da mídia corporativa. “Vim na missão de mostrar pra você o que a mídia distorce pro povo não vê. Nação sem noção pela alienação é a televisão controlando seu ser”, dizem outros versos. Outro tema presente nas letras do coletivo é a preservação da natureza. No hit Onde Você
Passa as Férias, eles fazem um alerta aos turistas: “Então, muito respeito com o meio ambiente. Com nossas ruas e praias e também com nossa gente”. E avisam “senão vai conhecer a fúria caiçara / É só zika do mangue na contenção da parada”. Os integrantes do grupo não descuidam do lado espiritual e fazem menção ao Sagrado em algumas letras como a da música O Importante É Ter Fé. Isso não os impede de criticar lideres religiosos aproveitadores e o uso da religião para propagar o ódio e fazer lobby político, como o deputado Marco Feliciano (PSC), chamado de “racista preconceituoso” na magnifica letra de Morrendo Por Saber Demais. O que Freud chamaria de “mal estar da civilização” é explicado de maneira simples nessa mesma poesia “O sistema te induz a baixar a cabeça pra te deixar iludido, fodido, oprimido que vira bandido ou então depressivo por não se encaixar”
Ouça os sucessos da banda pela internet e baixe gratuitamente Contato para shows: (12) 98857-7998
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12 3832-2795 11 94733-5386 Av. Padre Manoel da Nóbrega, 509 - Perequê-açu
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GAZETA
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DO PEREQUÊ-AÇU
Destaque
Bigode: o humilde e sua arte fantástica Reatratos de Rogério Contrera
CELSO TEIXEIRA LEITE Jornalista e ex-prefeito
Suas mãos não permitem mais esculpir e colocar na madeira a ideia que vai à cabeça. O glaucoma e o reumatismo não deixam, mas o cérebro continua ativo e a passar instruções aos filhos de como lidar com a madeira, a escolha, o corte, a conservação e o instrumento de trabalho. Só não consegue repassar seu dom divino: a arte Em uma casa humilde, no Perequê-Açu, mora Antonio Theodoro da Silva, mais conhecido como mestre Bigode, com sua Joana com quem teve 20 filhos, dos quais 14 vivos, 43 netos e um bisneto. O burburinho na casa é permanente e na hora do almoço o cheiro forte de sardinha frita invade o ambiente. Um cenário tipicamente caiçara. Aos 76 anos, o artesão Bigode é uma das referências mais fortes de Ubatuba com milhares de trabalhos que vão de uma minúscula figa ou de São Francisco, do tamanho de um palito de fósforo, até a estátua da Igreja da Imaculada Conceição, no Perequê-Açu, com mais de 1,70 m. Teve bronquite aos 13 anos que foi curada pulando 9 ondas, se enrolando na areia quente da
praia para depois cair na água fria do mar novamente. Receita dos antigos que deu certo, diz Bigode. A doença o impediu de frequentar a escola e, até hoje, não sabe ler nem escrever. Despertou cedo para a arte do entalhe e os pedaços de guairana, urucana, caixeta e cedro viravam bodoques, piões, revolveres,máscaras de carnaval e, mais tarde com a bronca do pai, mudou para canoas , santos e rabecas ajudando no sustento da família. Durante 20 anos participou da Corrida de São Silvestre chegando em 34º lugar em 1972 competindo pelo E.C.Itaguá. Bigode Era presença obrigatória nas corridas da cidade. O ambiente católico de sua formação foi responsável pela maioria dos trabalhos. Cita com orgulho a escultura do rosto de Jesus Cristo exposta no Vaticano e os 4 santos na Igreja do Pilar, em Taubaté ( São José, Santo Antonio, São Francisco e São Jorge). Alguns dos filhos
trabalham com a parte do acabamento de suas obras ou fabricação de móveis rústicos. Seu realismo fantástico ganha de histórias de pescador e divertem. São situações absurdas inventadas na hora, na certa uma prática herdada do tempo das assombrações. Fala da bicicleta grávida que comprou no Rui e pariu duas bicicletinhas; a briga com o lobisomem quando foi obrigado a segura-lo pelas duas orelhas; do mosquito da dengue com 1 m de altura encontrado no Itamambuca e do caso do revólver de ouro que jogou no mar e foi engolido por uma garoupa, até hoje procurada pelos pescadores da barra. O trabalho de Bigode como escultor é uma das principais referências da história do nosso artesanato e motivo de orgulho da comunidade caiçara.
O texto original está públicado na íntegra no doclek.blogspot.com.br
Antonio Teodoro dos Santos, Bigode, nasceu em 1932 de modesta família caiçara do bairro Perequê-açu. O escultor tornou-se praticante de corridas de média e longa distância, preparandose para a tradicional Corrida de São Silvestre, que disputava todos os anos, em São Paulo. A morte 2015, o colheu após cruel cegueira.
O MELHOR TORRESMO DA CIDADE
Avenida governador Abreu Sodré,1173 Perequê-açu - Ubatuba - SP
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A GAZETA DO PEREQUÊ-AÇU
O Seu Bairro
Moradores pedem a revitalização da praça A praça Tereza Cesar foi concebida para abrigar atividades de lazer, culturais e esportivas, destinadas à recreação dos moradores e turistas, mas está abandonada. O nome da praça é em à mãe do ex-prefeito Eduardo Cesar. O piso está precisando de manutenção assim como a praça de esportes que ficou sem acabamento e a iluminação elétrica está precária. Comerciantes e moradores reclamam que o local poderia ser mais atrativo e ter melhor iluminação para desenvolver atividades esportivas e de recreação noturna. A praça foi equipada com sinal wifi para conexão de internet gratuíta para a
população. ‘Infelizmente as coisas aqui para o Perequê demoram para acontecer e muitas das vezes ficamos apenas com as promessas de melhorias’’, desabafou um morador que pediu para não ser identificado. A Prefeitura alega a revitali-
zação da praça está na programação para ser implementada entre as prioridades no calendário de obras para o bairro, em 2018. Porém, a Prefeitura informou por meio da assessoria de Comunicação que ainda não uma data definida para as obras se iniciarem.
Mundo PET
A presença de animais "de estimação" nas praias Polêmica: levar animal na praia divide opiniões; a lei proíbe e pune os donos(as) de animais Rua Padre Manoel da Nóbrega, 1629 Perequê-açu - Ubatuba - SP
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Para quem gosta da companhia de seus animais na praia, o passeio é divertido e prazeiroso para ambos, tanto para o dono(a) quanto para o animal. Mas há quem se incomode com a presença dos animais domésticos na praia, até porque podem oferecer riscos à saúde, com a transmissão de uma série de doenças, como afirmam especialistas. Mas, entre uma opinião e outra, há ainda a intervenção, ou não, do poder público. Se por um lado a lei permite que a fiscalização possa apreender os animais e multar os donos, por outro lado, esses
Realizar não é e nunca foi uma tarefa fácil...
Márcio Gonçalves Maciel Presidente da ACIU
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Na praia, animais domésticos se misturam com animais de rua
mesmos responsáveis não cuidam dos animais de rua, que vagueiam livremente pela praia, oferecendo riscos ainda mais sérios à saúde
pública, espalhando lixos pelas ruas, defecando e dormindo na areia da praia. Também não há uma ação eficiente de castração e controle de zoonoses. A lei municipal proíbe animais nas praias. A fiscalização do Centro de Zoonoses pode até apreender o animal, de acordo com lei, além da multa que o dono terá que pagar. Na praia do Perequê-açu, a multa varia de R$ 220 a R$ 1,6 mil, sendo que o infrator tem 10 dias para recorrer.
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Esportes
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GAZETA DO PEREQUÊ-AÇU
Perequê ganha a primeira escola municipal de surfe A praia do Perequê-açu foi a primeira escolhida para abrigar o projeto da Escola Municipal de Surf de Ubatuba. O projeto, que conta com recursos do governo federal será desenvolvido em três etapas. A primeira etapa, já em andamento, é a construção do prédio da Escola de Surfe do Perequê-açu. Depois serão construídas mais duas sedes: uma na praia Grande e a outra na região Sul, na praia do Sapé. De acordo com o coordenador de Surf da secretaria municipal de Esportes, professor Fabio Lima (no destaque), essa é uma antiga reivindicação da comunidade ligada ao esporte local. ‘‘Afinal estamos na Capital do Surfe - título outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo’’. Segundo ele, a Prefeitura, ainda não tem uma data definida para a inauguração
Escolinha comemorou 23 anos de fundação do prédio da escola, cuja obra teve início em 2017. ‘‘Acredito que até julho poderemos inaugurar o prédio da escolinha’’, antecipa ele. Atualmente a Escola Municipal de Surf tem cerca de 540 alunos, divididos nos três núcleos. No Perequê-açu, são 220 alunos. Metade dos alunos da escolinha é da rede pública municipal. Fabinho destaca a importância a parceria com a secretaria de Educação para o projeto Surfe nas Escolas.
Perequê-açu - Ubatuba
Quiosque
Porções Aperitivos SOM AO VIVO
Entrevista
Jacob: a lenda viva do surf de Ubatuba José Alberto Jacob, o Jacob, ex-morador e apaixonado pelo bairro, é uma referência no mundo do surfe. Foi atleta, árbitro e encarregado do setor de surfe da Secretaria Municipal de Esporte e treinador dos principais atletas profissionais da cidade. Hoje, Jacob é secretário-adjunto de Municipal de Esportes Jacob começou no surfe ainda na década de 70. ‘‘Na época havia meia dúzia de surfistas na cidade’’, conta ele. Chegou a competir, mas se dedicou à organização. No final da década de 70 promoveu o FISU (Festival Interno de Surf de Ubatuba) e participou da fundação da AUS (Associação Ubatuba de Surf) e por conta do Sundek mais importante festival internacional de surf realizado em Ubatuba, no ano de 1982 começou a atuar como árbitro de competições. ‘‘No período de 86 a 94, com Augusto Mota, fiz pintura e laminação de pranchas na Hidroflex’’, lembra ele. A HF é uma das mais antigas ‘fábricas’ de pranchas de surf da cidade, localizada no bairro. Em 94, o então prefeito Paulo Ramos criou o setor de surf da Secretaria Municipal de Esportes e Jacob foi escolhido por meio de eleição para ser o encarregado. ‘‘Foi assim que começamos com
a Escolinha Municipal de Surf e com isso deixei também de participar nas arbitragens das competições, depois de mais de 15 anos,’’ afirmou. A aula inaugural da escolinha foi no dia 4 de abril de 1995, na praia Grande, com 30 alunos, 15 de manhã e 15 à tarde. ‘‘Com o advento da escolinha começaram a despontar os talentos, com isso a necessidade de engajar os moleques nas competições e foi daí que me tornei técnico’’, explica. Jacob treinou os principais atletas de Ubatuba que sagraramse campões nacionais e internacionais, como Filipe Toledo e Guigui que disputam a elite mundial do surf. Além desses, Jacob treinou outros tantos atletas masculino e feminino ao longo de sua carreira. Vale lembrar que muitos desses atletas profissionais do surf que representam a cidade de Ubatuba são do Perequê-açu e começaram a surfar aqui na praia. No último dia 05 de abril, Jacob foi nomeado secretário adjunto de Esportes. ‘‘Agora, na c o n d i ç ã o d e g e s t o r, vislumbramos a ampliação do esporte para todos, com olhar diferenciado e para todo o município de Ubatuba’’.
José Alberto Jacob, o Jacob, nasceu aos 5 de setembro de 1963, na cidade de Embu, na Grande São Paulo e veio para Ubatuba com 5 dias de vida. É filho da dona Leonor e do escultor Jacob. Passou toda sua vida no bairro do Perequê-açu, onde surfou as primeiras ondas. Atualmente compartilha suas atividades entre a Secretaria Municipal de Esportes e o Café Embaúba, no centro da cidade.
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Tradição Caiçara
Culinária
A pesca com picaré na praia do Perequê-açu
Aída Maria Furtado
Alguns pescadores do bairro contam, que na época em que a pesca era liberada, eles passavam o picaré ‘‘ para ‘matar’ tainhas, no mês de junho’’, conta o pescador Deco. O Picaré é uma rede de arrasto vertical com umas 30 braças de comprimento e 3 braças de altura, atada a duas varas nas laterais, que se arrasta na arrebentação da praia, puxada por duas ou mais pessoas. A braça é uma medida muito utilizada pelas comunidades tradicionais, equivalente ao tamanho dos braços de um homem adulto, ou seja, em torno de 1,80 metro. Um pescador segura um extremo no raso, enquanto o outro entra no mar preparando o cerco e ambos puxam a rede para a praia. IMPORTANTE: antes de sair para pescar, embarcado ou não, consulte a legislação. Verifique se o equipamento que está usando é o correto e procure sempre a orientação de alguém experiente.
Lavico - pescador artesanal do bairro do Perequê-açu
Personagem Deco: ‘‘a gente passava o arrasto scador na praia, para matar tainhas...’’ DecoP erecorda os tempos em que a pesca de arrasto com o picaré era permitida. ‘‘Agora a lei não deixa mais’’, lamenta ele.
MERCADO PAULINO Av. padre Manoel da Nóbrega,1649. Perequê - Açu - Ubatuba - SP
(12) 3832-6763
A Paçoca de "São Pedro” A banana sempre fez parte da culinária caiçara, principalmente em pratos de peixe e frutos do mar. Nas festas tradicionais, a banana se destaca em bolos e doces. Saiba como preparar a paçoca de ‘‘São Pedro’’ (porção para uma pessoa) A receita da família de Júlio César Mendes Ingredientes: • 02 bananas nanicas (ou d’água) maduras grande. • 01 xícara de Farinha de Milho • Canela em Pó, ao gosto. • 01 colher de sopa de Manteiga
• 01 colher de sopa de Mel (pode ser melado, ou açúcar) Modo de fazer: Em uma frigideira derreta a manteiga, coloque as bananas cortadas em rodelas, coloque o mel, coloque a farinha de milho amassando em seguida até formar uma massa(paçoca), acrescente a canela em pó (ao gosto) e deixa dar uma tostada, virando de uma lado para o outro. Pode ser acompanhada com café, leite, chás, quentão, vinho quente.