5 minute read

Festival da Lampreia decorre em 12 restaurantes de Penacova

De 26 de Fevereiro a 1 de Março

Festival da Lampreia 2022 decorre em 12 restaurantes de Penacova

Advertisement

Penacova vai ser local de paragem obrigatório, de 26 de Fevereiro a 1 de Março, para os amantes da lampreia, um prato “de excelência, com segredos culinários passados de geração em geração”.

A Capital da Lampreia promove um festival, onde os comensais poderão degustar este prato, confeccionado de diferentes formas, nomeadamente o arroz de lampreia, em 12 restaurantes do concelho, que aderiram à iniciativa. Contudo, para quem não puder passar naquele período, a época da Lampreia decorre em Penacova até ao mês de Abril, havendo também a opção “takeaway”.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penacova espera uma boa adesão de visitantes a este festival, que está consolidado. Álvaro Coimbra promete que o concelho está a trabalhar em eventos diferenciados lá para o próximo Verão.

Gazeta Rural (GR): Penacova realiza o Festival num ano em que, diz-se, há menos lampreia?

Álvaro Coimbra (AC): No contacto que tive com proprietários de restaurantes do concelho, percebi que este ano há menos lampreia, por causa da seca prolongada.

De qualquer forma, tal como acontece desde meados dos anos 90, organizamos mais um Festival da Lampreia, que conta com a adesão de 12 restaurantes, com a particularidade deste ano mantermos a opção “takeaway”, como aconteceu durante o período de pandemia, em que as pessoas podem adquirir um kit, levando para casa o arroz de lampreia quase pronto a comer.

GR: Este ano, aos restaurantes aderentes, juntaram outros operadores do concelho?

AC: Sim. Pela primeira vez temos o envolvimento de duas dezenas de outros operadores turísticos, porque isso faz parte da nossa estratégia turística. Deste modo, vamos oferecer aos visitantes, que vêm a cada um dos 12 restaurantes, a possibilidade de se habilitarem a uma estadia num alojamento local, uma experiência numa empresa de desporto aventura, ou outra, e a voltarem a um dos restaurantes aderentes.

Com isto, temos o envolvimento de outros operadores nesta operação do Festival da Lampreia, que vai durar quatro dias, aproveitando o feriado de 1 de Março, terça-feira de Carnaval. Esperamos uma afluência grande, com os restaurantes a trabalharem quase sem limitações. Virada a página da pandemia, acho que há condições para termos um grande festival.

GR: A realização de eventos, de diferente natureza, são o ponto de partida para atrair gente ao concelho?

AC: Como em qualquer ponto do país, a realização de eventos atrai pessoas e faz crescer a economia local. O que queremos é fazer diferente. Estamos em negociações para a realização de dois ou três eventos, que poderão acontecer nos próximos meses, e que acho vão ser diferentes do que tem sido feito, porque acho que hoje as pessoas são cada vez mais exigentes. Se queremos atrair vários públicos, de diversos pontos do país, temos que apostar em eventos diferentes, diferentes do formato habitual, e é isso que estamos a tentar fazer.

O Festival da Lampreia é um formato que não é preciso mudar muito, porque a receita é eficaz, mas em termos de eventos próximos, até para explorar um bocadinho a nossa paisagem, temos algumas ideias, que vamos concretizar já a partir do próximo Verão.

GR: nomeadamente?

AC: Como são coisas que ainda não estão fechadas não posso adiantar, mas temos algumas coisas interessantes.

Elevado há dois anos a Património Cultural Imaterial da Humanidade

Entrudo chocalheiro sai à rua em Trás-os-Montes

As ruas da aldeia transmontana de Podence voltam a ter o colorido e a algazarra dos caretos com o regresso do tradicional Entrudo Chocalheiro, elevado há dois anos a Património Cultural imaterial da Humanidade.

O Carnaval “mais genuíno de Portugal”, como reclama esta aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, tem quatro dias, com várias atividades, entre 26 de Fevereiro e 01 de Março, e os caretos à solta e a chocalhar as mulheres, com os chocalhos que trazem à cintura dos coloridos fatos, amparados por paus para as tropelias e disfarçados com as típicas máscaras de ferro. “Este ano também queremos marcar o início do fim da covid com o Carnaval dos caretos de Podence”, afirmou o presidente da Associação dos Caretos de Podence, António Carneiro, vincando que todas as atividades vão ser feita ao ar e foram planeadas de acordo com as recomendações da direção-Geral da Saúde (dGS).

Não haverá concertos, como era habitual no programa das festas, mas há caminhadas, passeios de bicicleta todo-o-terreno num território que é Geoparque, passeios de barco na albufeira do Azibo, animação de rua, exposições, mercado tradicional e as experiências de ser careto e pintar a própria máscara, entre outras atividades.

Os Caretos de Podence foram elevados, pela UNESCO, a Património Cultural Imaterial da Humanidade, em Dezembro de 2019, e ainda festejaram o Entrudo Chocalheiro de 2020 com um “mar de gente” na pequena aldeia, a que se juntou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Poucas semanas depois o novo coronavírus chegou a Portugal e, em 2021, obrigou os Caretos de Podence a ficaram às janelas e varandas da aldeia para assinalar o Entrudo, que este ano volta a sair à rua. “É muito importante porque as pessoas, com a pandemia, têm necessidade de haver alegria, de haver festa, e acho que é importante sair deste tempo cinzento que foram estes dois anos de pandemia sem haver este tipo de manifestações culturais”, considerou António Carneiro.

Os caretos “garantem o colorido, garantem a alegria” e voltam a chamar os emigrantes que sempre regressaram à terra nesta data para se associarem à tradição e vestirem o fato dos tradicionais mascarados. “Virão muitos emigrantes descendentes de Podence, que se vêm associar e é um orgulho para eles também estarem presentes”, salientou o presidente da associação, que espera também muitos outros visitantes, até porque o Entrudo coincide com outras festas, como a amendoeira em flor, no sul do distrito.

A divulgação do programa do Entrudo Chocalheiro coincidiu com uma tomada de posição da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes que continua a recomendar a não realização de eventos que juntem muitas pessoas nesta região.

Em reação à posição da CIM, da qual também faz parte o município de Macedo de Cavaleiros, o responsável pela festa dos Caretos, António Carneiro, vincou que o Entrudo de Podence é todo feito ao ar livre e semelhante a outros eventos temáticos que se realizam noutros municípios. “O Entrudo é uma festa de rua e, como há feiras e outros eventos, acho que se justifica a realização deste evento com todas as preocupações que a DGS impõe nestas situações”, considerou.

Os mais emblemáticos mascarados das tradições transmontanas têm representado Portugal em eventos internacionais com presença em 10 países e, em Março, vão apresentar-se na Expo Dubai.

This article is from: