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Ourique promove feira para afirmar o Porco Alentejano

De 25 a 27 de Março, tendo Pinhel como convidado

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Ourique vai receber a edição 2022 da Feira do Porco Alentejano, certame que é a “expressão das tradições do mundo rural”. Vai aconteceu de 25 a 27 de Março, tendo Pinhel como município convidado.

visita de Ourique à Feira das Tradições.

O cartaz de espetáculos tem Barbara Bandeira, Áurea e Toy, três nomes grandes do atual panorama musical nacional. O programa inclui o seminário sobre “Alterações climáticas: o impacto da seca na agropecuária extensiva”, o primeiro Concurso de Linguiças Caseiras da feira, e uma apresentação e prova “Os vinhos de Pinhel e o porco alentejano”.

“Há que continuar a remar rumo ao futuro e à produção de produtos de excelência”

A feira é um momento de festa e de afirmação de Ourique, enquanto capital do Porco Alentejano. O certame organizado pela Câmara Municipal e Associação de Criadores do Porco Alentejano (ACPA) destaca e promove toda a fileira, mas também um território de grande potencial, apesar das várias vicissitudes, com a pandemia e a seca.

Depois de dois anos de ausência, o certame regressa com cerca de uma centena de expositores e à espera de muitos milhares de visitantes. O município de Pinhel é o convidado, retribuindo a

O presidente da Câmara de Ourique, em conversa com a Gazeta Rural, diz que depois de dois anos, em que o certame não se realizou, a “expectativa do regresso é bastante alta”. Marcelo Guerreiro salienta também os efeitos da seca e da pandemia no setor, que acredita ainda tem “potencial para continuar a ser dinamizado e a crescer”.

Gazeta rural (Gr): Ourique volta a promover a Feira do Porco

Alentejano. Que expectativa tem?

Marcelo Guerreiro (MG): Durante dois anos a feira não se realizou, devido à situação que atravessamos, mas a expectativa do regresso é bastante alta, em primeiro lugar por aquilo que referi, depois porque temos muita vontade de realizar o certame e uma

esperança maior de poder regressar ao nosso quotidiano e às atividades normais da nossa comunidade.

Por isso, esperamos que seja um grande momento, que seja um evento maior, que reflita aquilo que tem sido a preparação do mesmo e, mais importante, que tenha muito público.

Gr: A cerca de duas semanas da feira, acredita que nessa altura estejamos numa fase mais adiantada, naquilo que são as recomendações relativamente à pandemia?

MG: Esperamos que tudo possa estar mais tranquilo, pois o caminho que tem sido feito, nessa matéria, vai nesse sentido. Acreditamos que estão reunidas todas as condições para a realização do evento.

Gr: O setor vive um momento difícil, não só pelos efeitos da seca, mas também pelo aumento dos fatores de produção. Que feedback tem dos criadores de porco Alentejano?

MG: O momento é difícil, especialmente pelos efeitos da seca, minorados com as chuvas que caíram, mas que são insuficientes. Depois temos a pandemia, que trouxe alguns problemas ao setor, pois estávamos num momento muito bom, muito positivo, numa altura em que estava num período alto e a pandemia veio trazer um conjunto de problemas e a seca veio agravar bastante as condições das explorações agropecuárias, porque a maioria são de sequeiro.

De qualquer modo, há que continuar a remar rumo ao futuro e à produção de produtos de excelência. A nossa forma de diferenciação tem que ser essa, com a produção de produtos de altíssima qualidade.

O momento é muito complicado relativamente à questão da seca, mas com a entreajuda de todas as entidades irá ser ultrapassado e poderemos continuar a produzir este produto de excelência, como é o porco Alentejano.

Gr: Confunde-se bastante porco preto com porco Alentejano, que não é, de todo, a mesma coisa. O porco Alentejano já tem, no seu entender, o reconhecimento que lhe é devido, enquanto raça autóctone portuguesa?

MG: São coisas diferentes e no grande público essa ‘confusão’ e esse aproveitamento ainda existe. O porco Alentejano é uma raça autóctone portuguesa, com um processo de produção, controlo e transformação acompanhado desde o nascimento até ao momento final da transformação, o que é diferente do que é designação de porco preto. Essa diferenciação, e essa percepção, ainda não existe no grande publico e é por isso que faz todo o sentido continuar a promover o porco Alentejano e a dinamizar momentos, como é o caso da Feira que vamos levar a cabo, que contribuem fortemente para a afirmação desses mesmos produtos.

“Somos um concelho rural, onde a produção agropecuária tem uma importância muito significativa” Gr: Como está, nesta altura, o setor agroalimentar no concelho?

MG: Nesta área existe um conjunto de produtores agropecuários muito significativo, com especial enfoque no porco Alentejano, mas também em outras produções, como ovinos e bovinos, e por isso somos um concelho rural, onde as produções agropecuárias tem uma importância muito significativa. Naturalmente associado a isso temos a transformação de produtos, nomeadamente através da Montaraz de Garvão, que tem um impacto muito importante no concelho. Diria que nos últimos anos os setores agropecuário e agroalimentar têm evoluído de forma muito positiva, mas ainda existe potencial para continuar a ser dinamizado e a crescer.

Gr: este ano tem Pinhel como concelho convidado da Feira do Porco Alentejano?

MG: Estabelecemos uma parceria entre Ourique e Pinhel, dois concelhos com realidades diferentes, mas também com muitos desafios em comum, próprios de municípios rurais e do interior e, por isso, em boa hora se estabeleceu essa parceria. O concelho de Ourique esteve representado na Feira das Tradições, em Pinhel, a promover o porco Alentejano, com degustações acompanhadas com vinhos de Pinhel, e que na Feira do Porco Alentejano se irão repetir. Por isso, o que une os dois municípios do interior, e do mundo rural, são os desafios que têm pela frente e que, apesar da distância, muitos deles são comuns.

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