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Feira do Queijo de Fornos de Algodres decorre este ano junto à Escola C+S

Certame regressa a 26 e 27 de Março

Feira do Queijo de Fornos de algodres vai decorrer junto à escola C+S

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O Município de Fornos de Algodres vai realizar a Feira do Queijo Serra da estrela, certame que regressa a 26 e 27 de Março em modo presencial, depois de ter decorrido nos últimos dois anos em formato digital. A edição de 2022 será realizada junto à escola C+S, dado que o Mercado Municipal está em obras de remodelação.

mas, mas são dignas para uma feira com o prestígio que a nossa tem e que permite a todos os que nos quiserem visitar conhecer os nossos produtores de queijo, mas também outros produtos do concelho.

O presidente da Câmara de Fornos de Algodres garante que, apesar da realização tardia da feira, haverá queijo para responder à procura de visitantes. Manuel Fonseca, em entrevista à Gazeta Rural, mostra-se preocupado com o futuro do setor. O autarca questiona os projetos de promoção do queijo Serra da Estrela, se não houver quem produza este afamado produto.

Gazeta rural (Gr): Como estão os preparativos para a Feira do Queijo deste ano?

Manuel Fonseca (MF): Depois de dois anos em que não foi possível fazer a Feira do Queijo, pensamos que estão reunidas as condições para que a mesma se possa realizar de forma presencial.

Este ano o local será diferente. Em anos anteriores a feira realizava-se no Mercado Municipal, que está em remodelação, pelo que a mesma terá lugar junto à Escola C+S de Fornos de Algodres, com a utilização do pavilhão da escola. As condições não são as mes-

Gr: O adiamento da feira não alterou as condições de realização da mesma, por exemplo em relação ao queijo?

MF: O queijo está garantido na feira. Naturalmente que há alguns problemas, nomeadamente por causa da seca que nos afetou, pois há produtores que viram a sua produção baixar, uma vez que houve pouco pasto. Felizmente a chuva veio e pode vir a

‘compor’ a produção, mas não recupera o que ficou para trás.

Gr: Como está o setor no concelho?

MF: Nos últimos anos houve algum dinamismo, especialmente na certificação das queijarias. Quando chegámos à Câmara havia apenas duas queijarias certificadas. Ao longo deste tempo conseguimos que mais três o fizessem.

No entanto, há um problema que tem a ver com a produção. A

Câmara tem feito o seu trabalho, nomeadamente com a atribuição de um subsídio por cabeça de gado, não só de ovinos, mas também de bovinos, caprinos e outros, mas entendemos que é pouco. O Governo tem que fazer algum trabalho, no caso o Ministério da Agricultura. Foram criados alguns sistemas de incentivos, nomeadamente um que foi apadrinhado pela Inovcluster, de Castelo Branco, que incluía três queijos da região Centro. Contudo, não me parece que tenha os resultados pretendidos, pois, achamos, que o projeto devia ser orientado para o

queijo Serra da Estrela. Esperamos que novas linhas venham a ser postas em cima da mesa, com o objetivo de fixar novos produtores, o que é essencial neste momento.

Trabalha-se muito a promoção do queijo Serra da Estrela, mas é necessário aumentar a produção. É importante criar algumas linhas de financiamento para que produtores mais jovens possam entrar no setor, no concelho de Fornos de Algores e em toda a região demarcada.

Entendemos que o queijo desta região tem que ser valorizado. O preço a que está a ser comercializado não cobre os custos dos produtores, pelo que é importante valorizar o produto, de modo que quem o produz o possa continuar a fazer.

“De que vale promover o queijo Serra da Estrela, se corremos o risco de não haver produto para responder à procura?”

fábricas de queijo e perder-se o saber fazer, esta tradição secular e um produto reconhecidamente de qualidade superior. É essencial criar um mecanismo que permita a que novos produtores, jovens agricultores, se possam instalar no território, de modo a haver maior produção de queijo Serra da Estrela. De outro modo, corremos o risco de andar a promover um produto que existe em quantidades muito pequenas.

Gr: Fornos tem vindo a desenvolver projetos ao nível turístico para atração de gente ao seu território. tem notado os resultados?

MF: Fornos de Algodres tem, neste momento, uma grande capacidade hoteleira, comparativamente com outros concelhos da região. Estamos bem acima da média na Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela. Temos feito um trabalho no sentido de valorizar o que de bom temos, nomeadamente o nosso património natuGr: O que acabou de dizer vai de encontro à opinião do presi- ral e cultural, valorizando também a nossa gastronomia, dente da Câmara de Penalva. de que vale promover o produto, que é importante, e as nossas aldeias. Esse trabalho tem se não houver quem o produza? Ou seja, há projetos que têm o sido feito e em algumas épocas há um retorno bastante ciclo invertido? significativo. E dou como exemplo a Feira do Queijo, MF: Concordo plenamente com o Francisco Carvalho, porque há que atrai bastante gente ao nosso concelho, que vai à que investir em primeiro lugar na produção. Numa determinada al- feira, que visita também outro locais, por cá faz as suas tura houve um esforço muito grande, por parte de várias entidades, refeições ou fica numa das unidades hoteleiras que por no sentido de promover o queijo Serra da Estrela. Esse trabalho foi cá temos. importante, mas agora o que está em causa é a produção. É neces- Em Julho temos por cá a Fornos Youth Cup, um sário criar incentivos para aumentar a produção. De outro modo, de evento que atrai ao concelho alguns milhares de pesque vale promover o queijo, se corremos o risco de, daqui a alguns soas e com retorno económico importante, essencial anos, uma década talvez, não haver produto para responder à procura? para o nosso território, que noutras épocas do ano Corre-se o risco das pessoas que têm as ovelhas entregarem o leite às tem menor fluxo de visitantes

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