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Rui Veloso e Jorge Guerreiro são cabeças de cartaz na Feira de Atividades Económicas

Entre 22 e 24 de julho

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Mogadouro quer afirmar o Festival Terra Transmontana “em toda a região”

O Festival Terra Transmontana (FTT) está de regresso à zona histórica da vila de Mogadouro.

Entre os dias 22 e 24 de julho, a bússola aponta para esta “Terra Trasmontana”, que aposta em afirmar este evento “em toda a região”.

Para o presidente da Câmara de Mogadouro, este evento pretende “promover um acervo vivo da cultura local, lembrando a nossa história e tradições, usos e costumes”, pois António Pimentel, à Gazeta Rural, considera que “é muito importante termos conhecimento do percurso feito até chegarmos aqui e termos a vontade e a capacidade de honrar a nossa ancestralidade”. Aos visitantes, o autarca diz que “três dias de Festival não chegam para descobrir Mogadouro”. Do programa do FTT estaca o Desfile Etnográfico, mas desafia-os a voltar sempre.

Gazeta Rural (GR): Quais os objetivos que a autarquia pretende alcançar com este evento?

António Pimentel (AP): Os principais objetivos a alcançar, com a realização do Festival da Terra Transmontana, são a afirmação do evento no calendário festivo e cultural de toda a região e, ao mesmo tempo, promover um acervo vivo da cultura local, lembrando a nossa história e tradições, usos e costumes, de forma que os residentes mais jovens e todos os visitantes possam conhecer o modo de vida dos nossos antepassados, como vestiam, o que faziam, o que comiam, os seus triunfos e dificuldades. Pessoalmente, penso que é muito importante termos conhecimento do percurso feito até chegarmos aqui e termos a vontade e a capacidade de honrar a nossa ancestralidade.

Assim, podemos catalogar para este evento objetivos ao nível da valorização dos recursos endógenos materiais e imateriais e ao nível da promoção do comércio e do turismo. Se tivéssemos que resumir os grandes objetivos do Festival da Terra Transmontana em duas palavras, estas seriam “valorizar” e “proteger”. cido comercial e turístico se desenvolva em Mogadouro, caso contrário grande parte do benefício que poderia derivar deste e de outros eventos de grande impacto, vai dissolver-se pelos concelhos vizinhos, não impactando de forma significativa em nenhum de nós.

GR: Este festival ‘mostra’ os 750 anos de história, usos e costumes de Mogadouro, mas também da região sudeste de Trás-os-Montes?

AP: Sim, podemos dizer que sim, porque o modo de vida, na atualidade e ao longo da história, é muito semelhante em toda a região.

GR: A pandemia fez com que muita gente que vivia, ou ainda vive, nos grandes centros esteja a procurar outras regiões. Tem havido essa procura no concelho?

AP: Ainda não dispomos dessa estatística ao nível dos concelhos, contudo, a nível nacional, e em particular no norte do país, revela que em 2020 e 2021 houve um aumento da procura por respostas turísticas nas regiões do interior, e, por osmose, também em Mogadouro. Sabemos, pelo feedback direto de alguns alojamentos locais, que no nosso concelho houve muitas pessoas do litoral a passar temporadas em Mogadouro, num fluxo de visitantes maior do que no período pré-pandemia. De um modo geral, não só em Mogadouro, mas em todo o inte-

GR: O que mais destaca na programação deste fes- rior de Portugal, acho que podemos afirmar que a pandemia tival? funcionou como um gatilho para a descoberta do potencial

AP: Essa é uma pergunta difícil, porque, do meu ponto turístico destas regiões. de vista, todas as componentes do FTT são importantes e fazem sentido. A identidade do Festival está muito ligada GR: Com as novas formas de turismo e de trabalho, a cada uma das atividades desenvolvidas, que são muito como os nómadas digitais e outros, o concelho oferece variadas e direcionadas para diferentes grupos de interesse as condições necessárias para este novo tipo de turista? e faixas etárias. Acredito que para as crianças a melhor par- AP: Com certeza. Durante a pandemia tivemos o privite do FTT seja o espaço de diversão infantil, para os aman- légio de receber algumas pessoas que escolheram Mogates da gastronomia serão as tascas populares, instaladas ao douro para viver e trabalhar à distância. Esta é uma forma modo rústico que a linha do evento indica. de trabalho que já todos sabíamos que existia, mas cujo

Mas para mim, como presidente da Câmara Municipal potencial de eficiência desconhecíamos. A experiência de de Mogadouro, o momento de maior destaque é do Des- teletrabalho generalizado ao longo da pandemia tornou file Etnográfico, que contará com grupos das diferentes al- claro que esta é uma opção produtiva e uma boa oportudeias e lugares do concelho, com cortejos temáticos alusivos nidade para as localidades do interior, como nós. a diferentes atividades tradicionais. Haverá quem reproduza a Pretendemos aproveitar este filão e já estamos a criar apanha da azeitona, o cultivo do trigo e a sua transformação condições para acolher este tipo de turista, visitante ou em pão, a pastorícia, a presença templária e muitas outras. residente temporário, nomeadamente, através da criação Enche-me de orgulho dizer que, desde o início do FTT, esta foi de um espaço de coworking, cujo projeto já arrancou. a edição em que tivemos mais inscrições para o desfile etnográfico. Como autarca, satisfaz-me ver as pessoas a participar GR: Que concelhos daria (turísticos, gastronómicos ativamente neste pequeno movimento a favor do registo e da e outros) a quem, pela primeira vez, vem a Mogamemória coletiva. douro? AP: O meu principal conselho é de que venham com

GR: Tendo em conta a posição estratégica de Mogadouro, responsabilidade e que continuem a ter presentes as esta iniciativa é uma montra das potencialidades económicas medidas de prevenção relativamente à transmissão da e turísticas do concelho? COVID-19, que não está, de forma nenhuma, extinta.

AP: Sim, sem dúvida. Contudo, é essencial ir preparando o ter- Depois, digo-lhes que são muito bem-vindos e que ritório com estruturas turísticas e comerciais que possam corres- venham com a mente e o coração aberto para conheponder às expetativas criadas pela realização do FTT. A chegada cer e saber apreciar a singularidade da nossa cultura, de milhares de pessoas durante este fim de semana vai colocar da nossa gastronomia, dos nossos vinhos, do nosso em evidência algumas fragilidades do nosso território, no que diz património e da nossa gente. respeito à capacidade de resposta em alojamento, alimentação, Por fim, digo-lhes que voltem sempre, porque três transporte, etc. Ainda dispomos de poucas unidades empresariais dias de Festival não chegam para descobrir Moganesta área e, para mim, é prioritário criar condições para que o te- douro.

Duas mulheres eleitas para a liderança no mandato 2022-2025

Dora Simões é a nova presidente da CVR dos Vinhos Verdes

Dora Simões foi eleita para o cargo de presidente da direção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para o triénio 2022-2025, contando com Óscar Meireles e Rui Pinto como Vogais, em representação do Comércio e da Produção, respetivamente.

Natural do Porto e licenciada em English for International Business pela University of Central Lancashire, no Reino Unido, Dora Simões conta com um percurso profissional de mais de 25 anos em que se destacam funções de relevo no sector dos vinhos, desde gestão de Marketing na Europa Central da Ernest & Julio Gallo Winery, à Direcção-Geral da ViniPortugal ou a Presidência da Direcção da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), onde lançou e desenvolveu o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) que constitui uma referência a nível nacional e internacional.

Dora Simões foi eleita por unanimidade para suceder a Manuel Pinheiro, presidente da direção da CVRVV durante cerca de duas décadas, na qual assumiu sete mandatos.

Agendado para os dias 17, 18 e 19 de maio

XII Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo realiza-se em 2023

O décimo segundo Simpósio de Viticultura do Alentejo foi agendado para os dias 17, 18 e 19 de maio de 2023. Realizado a cada três anos desde 1988, este é um dos mais importantes fóruns de debate das prioridades para o setor vitivinícola, reunindo participantes provenientes das mais variadas regiões vitivinícolas mundiais.

A iniciativa vai realizar-se no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, em Évora, e pretende colocar em cima da mesa os temas quentes do setor, que vão desde a sustentabilidade até à política agrícola comum (PAC).

O Simpósio de Viticultura do Alentejo é uma iniciativa da responsabilidade da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), da Associação Técnica de Viticultores do Alentejo (ATEVA); da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA); da Direção Regional de Agricultura do Alentejo (DRAPAL); e da Universidade de Évora. A última edição realizou-se em 2019.

Recorde-se que, realizado a cada três anos desde 1988, o Simpósio de Viticultura do Alentejo tem como objetivos a atualização de conhecimentos e apresentação e divulgação dos últimos estudos científicos do setor, promovendo a troca de experiências entre profissionais oriundos de várias regiões vitícolas do mundo.

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