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XII Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo realiza-se em 2023

Pode vir a tornar-se um instrumento valioso

Investigador da UTAD criou dispositivo sensor para deteção precoce de fogos florestais

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O professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), António Valente, desenvolveu um dispositivo sensor preparado para antecipar alertas de ignições nas florestas, o que pode vir a tornar-se um instrumento valioso na prevenção e combate dos fogos florestais.

Este projeto, inserido nas atividades do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), de que a UTAD faz parte, assenta na conceção de um pequeno aparelho, do tamanho de um telemóvel, tendo António Valente desenvolvido os “nós autónomos de sensorização”, isto é, segundo o investigador, “os módulos de hardware que contêm sensores de temperatura, humidade, pressão atmosférica e de CO2 e que transmitem os dados através de uma rede sem fios LoRaWAN”.

Assim, ao ser detetada precocemente uma ignição,

e contando com uma rede eficaz de comunicações, podem ser mobilizados mais cedo os meios de combate ao incêndio e minorados os seus danos. Encontrando-se já em fase experimental de aplicação simulada em territórios estratégicos, espera-se conhecer em breve os seus resultados. Embora se trate de um novo “vigilante da floresta”, é de referir que o mesmo dispositivo foi concebido igualmente para aplicações ligadas à agricultura. Segundo António Valente, especialista em dispositivos LoRaWAN, “a agricultura inteligente em geral, mas principalmente quando os campos agrícolas são muito heterogéneos, como é o caso da Região Demarcada do Douro, requer um grande número de sensores para obter um controle efetivo e, assim, aumentar a produtividade”.

Trata-se de “sensores de baixo custo e, essencialmente, fáceis de instalar e manter”, podendo ser utilizados para medir diversos parâmetros ambientais, tais como “temperatura do solo e do ar, velocidade, rajada e direção do vento, teor de água no solo, tensão da água e condutividade elétrica, radiação solar, precipitação, pressão atmosférica e contagem de relâmpagos”.

No concelho de Penalva do Castelo

Associação de Lusinde promove Agenda Cultural para combater despovoamento

A Associação ‘A Eira’ promove durante este verão uma agenda cultural com o intuito de provocar encontros e diálogos entre as pessoas, de forma a combater o despovoamento e isolamento das aldeias.

“Estamos numa freguesia onde quase não existia nada e acabamos por nascer, em 2020, com pessoas da aldeia, que se preocupam com as questões do despovoamento e abandono das terras, com o objetivo de promover iniciativas culturais”, contou o presidente da associação.

Carlos Rodrigues disse que a ‘A Eira’ nasceu em Lusinde, uma aldeia que dá nome a uma das freguesias de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, e que, “à semelhança de outras aldeias do interior, tem uma população muito idosa”. “Nascemos para lhes dar alguns motivos para saírem de casa, encontrarem-se e partilharem as suas ideias e conversarem de forma descontraída. No fundo, queríamos promover o convívio entre as pessoas da aldeia”.

Depois de terem proporcionado em algumas noites do verão de 2021 sessões de cinema e alguns serões musicais, a coletividade promove este ano uma segunda edição de “Verão n’A Eira” com mais atividades. “Este ano, decidimos manter, porque, de forma surpreendente, tivemos uma forte adesão por parte das pessoas por onde andámos e até

alargámos um pouco mais. E vamos ter também ‘workshops’ de teatro sensorial, jogos tradicionais e conversas”, contou. Carlos Rodrigues adiantou que as conversas terão como foco “as questões do interior e do mundo rural”, e que vai haver também um “ciclo de cinema documental com alguns documentários que têm pontes de contacto com a realidade” de

Lusinde. “De alguma forma, este cinema tem a ver connosco e com questões sociais para que o cinema comunique melhor com o nosso público-alvo, que é de uma faixa etária muito elevada, tendo em conta as nossas populações”, disse. A agenda cultural acontecerá, “essencialmente, ao fim de semana, durante os meses de julho, agosto e setembro, com exceção para os documentários que serão durante a semana, porque acontecem na biblioteca municipal” de Penalva do Castelo.

“Também iremos ter iniciativas com jogos tradicionais e aí contamos com as colaborações das pessoas, junto das quais estamos a fazer recolhas de informações para podermos promover os jogos que mais lhes dizem”, contou.

O presidente da Associação ‘A Eira’ admitiu ainda que um dos objetivos que a coletividade tem é a de “criar sinergias com outras associações do concelho para promover iniciativas conjuntas a circularem nas aldeias” de Penalva do Castelo.

O programa do Verão n’A Eira pode ser consultado na sua página na internet (https://aeira.net/verao_eira_2022/) e, este ano, as iniciativas percorrem as localidades de Lusinde, Penalva do Castelo, Esmolfe, Sezures, Encoberta e Ínsua.

Câmara apresentou Carta Gastronómica de Viseu

O Solar do Vinho do Dão, em Viseu, foi o palco para a apresentação da Carta Gastronómica de Viseu, que mostra uma ‘viagem’ pelo receituário tradicional do concelho, desde o seculo XVI até à atualidade.

O livro contém receitas, mas também textos que contam histórias, num convite para uma viagem pelos saberes e sabores da gastronomia mais genuína, que se praticava noutros tempos e que agora se procura preservar. “É um documento com o registo de 157 receitas populares da nossa região, resultado de um vasto trabalho de entrevistas, pesquisa e recolha de informação realizado ao longo dos anos no concelho de Viseu”, referia um nota da autarquia viseense.

“Muito do que somos tem a ver com o que praticamos no nosso dia a dia, através das refeições, e cada uma dela tem uma história. Estas receitas levam-nos ao passado e trazem saudades”, disse o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas.

Da doçaria conventual, como as Castanhas de Ovos e o Creme de Água, ao rancho à moda de Viseu; dos produtos agrícolas mais genuínos, que se cultivavam (e cultivam) nos quintais, aos apetrechos utilizados; da cozinha dos pobres à dos mais abastados, a Carta Gastronómica de Viseu é um documento que perpetuará a memória do gosto, que nos leva às nossas origens, mas também à dos nossos pais e avós. “É no dedo e no paladar que está o segredo”, referiu Alberto Correia, que lembrou “a importância da qualidade dos produtos e do saber fazer”.

Alberto Correia, antropólogo, foi um dos investigadores e redatores do livro, que, frisou, “é de muita gente, uma obra coletiva”. A fotografia é de José Alfredo e contou com textos de Paulo Barracosa, Luís da Silva Fernandes, Carlos Silva, Rui Monteiro e Rosário Pinheiro.

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