3 minute read

Murtosa organiza festa dedicada ao emigrante

duas regiões de agricultura intensiva e quantificar ção de bordaduras florais ou a manutenção de habitats se- 18 anos o seu impacto nas taxas de visita e na produtivi- minaturais próximos de campos de girassol “mostraram dade do girassol, Sílvia Castro, coautora do estudo efeitos dependentes do contexto paisagístico nas taxas e também investigadora da FCTUC, esclarece que de visita e na produtividade da cultura. Em agroecossisas bordaduras florais foram obtidas “pelo semeio temas fortemente simplificados, estas intervenções podem não de uma mistura de sementes de espécies de plan- ser suficientes ou necessitam de mais tempo para produzirem tas selecionadas. Assim, os insetos polinizadores efeitos significativos. Mas, em regiões onde existe vegetação naalimentam-se do pólen e néctar destas flores, que tural e seminatural, a implementação de bordaduras florais foi florescem antes do girassol, transitando depois uma estratégia de sucesso para promover os polinizadores e a para a cultura agrícola quando esta se encontrar em produtividade do girassol”, destacam. floração”. Segundo as duas investigadoras, este estudo chama a atenção

O trabalho foi realizado em duas regiões de Espa- para a importância da conservação de zonas verdes, naturais ou nha (Burgos e Cuenca), em campos de girassol com seminaturais, numa paisagem agrícola. “Estas infraestruturas vegetação seminatural associada, com bordaduras verdes constituem habitats para os insetos polinizadores, que florais implementadas e sem vegetação. Ao longo de são fundamentais à produção de alimentos. Neste caso espedois anos, a equipa da Universidade de Coimbra, em cífico, a cultura do girassol permite, principalmente, a obtenção colaboração com parceiros da Universidade Autóno- de óleos, mas isso só é possível através de uma polinização efima de Madrid e da Universidade de Burgos (Espanha), ciente”, afirmam Lucie Mota e Sílvia Castro. Isto significa que, registou as taxas de visita de polinizadores, através de notam, “a conservação de habitats naturais permite a manuobservações diretas, e quantificou, quer a produção tenção das comunidades de insetos polinizadores na zona quer o peso das sementes, em 52 campos por ano. agrícola e, assim, uma maior e melhor produção agrícola. Em

Advertisement

Os resultados obtidos, relatam Lucie Mota e Sílvia zonas cujos recursos florísticos disponíveis não sejam sufiCastro, “revelaram variação regional e interanual nas cientes, a implementação de bordaduras florais parece ser taxas de visita, provavelmente devido às diferenças uma boa estratégia agroambiental, combinada com a veestruturais existentes nas paisagens estudadas. Em getação natural já existente. Contudo, em zonas agrícolas Cuenca, região caracterizada por paisagens mais hete- em que exista pouca (ou nenhuma) vegetação natural, esta rogéneas e mais ricas em recursos florísticos, os efeitos estratégia por si só parece não ser suficiente; daí a impordas bordaduras florais foram significativos no segundo tância da preservação de algumas infraestruturas verdes ano de implementação, com taxas de visita e valores de naturais próximo dos campos agrícolas”. produtividade maiores em campos com esta infraestru- Estre trabalho faz parte de um projeto mais vasto, o Polltura verde, em comparação com os campos sem vege- -Ole-GI SUDOE, financiado pelo Programa Europeu Intertação. Contrariamente, na região de Burgos, não foram reg-Sudoe e pelo Programa de Apoio da União Europeia observados efeitos entre tratamentos porque as comu- para a Investigação e a Inovação Horizonte 2020 (Ecostanidades de polinizadores já estavam muito depauperadas ck). Além da UC, participam no projeto a Universidade de e a simples implementação das bordaduras não foi sufi- Burgos, instituição líder do projeto, a Universidade Autónociente para promover os polinizadores nem a produção do ma de Madrid (Espanha), o Institut Nationale de Rechergirassol”. che pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environment e o

As conclusões do estudo evidenciam que a implementa- Centre National de la Recherche Scientifique (França).

This article is from: