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Vindima na Adega de Penalva dá vinhos de “grande qualidade”

Com uma quebra de produção de 12%

Pela sub-região do Dão de Castendo já terminaram as vindimas e as expectativas são elevadas. O presidente da Adega de Penalva do Castelo diz que as uvas recebidas na campanha deste ano permitem a produção de vinhos de grande qualidade, tanto nos brancos como nos tintos. José Frias Clemente, em entrevista à Gazeta Rural, destaca a Touriga Nacional, que é “um caso à parte”.

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JFC: As uvas das castas tintas nobres da região do Dão que recebemos na adega, como o Jaén, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Pinheira, são de ótima qualidade, mas tenho de salientar a Touriga Nacional, que é das melhores dos últimos anos e um caso à parte, pois a vindima foi feita após as chuvas e com tempo bom.

Gazeta Rural (GR): Como foi a vindima deste ano?

José Frias Clemente (JFC): Tivemos uma vindima razoavelmente boa. Os primeiros dias não foram os melhores, devido às condições climatéricas, com alguma chuva, mas nas últimas semanas recebemos uvas de grande qualidade, com vinhos exemplares. Diria que a vindima deste ano, na globalidade, correu-nos muito bem e esperamos vir a ter vinhos de grande qualidade.

Quanto à quantidade, tivemos uma quebra de 12%, que para nós é relativamente pequena. Na campanha de 2021 tivemos mais vinho, mas de menor qualidade. Diria que estamos muito satisfeitos com a vindima deste ano.

GR: Esta vindima deixa a Adega de Penalva tranquila, com uma quebra de produção pequena, tendo em conta que noutras região a quebra foi mais significativa?

JFC: Temos vinhos suficientes e bons, que é importante, agora é preciso vendê-los. A guerra na Ucránia trouxe problemas ao setor e todos temos estado a sofrer com a situação. Esperamos que tudo venha a correr bem, mas nesta altura vivemos tempos difíceis, com a subida dos fatores de produção, em parte devido aos preços dos combustíveis, como os produtos enológicos e fitossanitários, mas também a distribuição. Tudo isto vem, de certo modo, prejudicar grandemente os sócios da adega. Tentamos aumentar os preços dos nossos vinhos, mas o mercado não está a aceitar muito bem, embora tenhamos de o fazer.

GR: A vindima dos brancos ainda foi em setembro?

JFC: Sim, mas uma grande parte dos tintos também. Os vinhos brancos apresentaram-se com baixas graduações, mas com uvas sãs, o que é um bom prenúncio para a qualidade desses vinhos, embora nalguns tivéssemos que lhe aumentar o grau alcoólico, com a aplicação de mostos concentrados retificados, que são permitidos, e assim, podemos dizer, temos vinhos brancos com a qualidade que desejávamos nesta campanha. De referir que algumas vindimas foram feitas em condições de chuva.

GR: As vindimas feitas em outubro deram vinhos de ótima qualidade? GR: O mercado de exportação está a aumentar?

JFC: Estávamos a ir bem. A pandemia não afetou muito as nossas vendas, mas com a situação atual está a afetar-nos, não só nas exportações. Não tínhamos vendas previstas para a Rússia, mas estávamos em negociações para a venda de alguns vinhos para aquele país, o que acabou por não se verificar devido ao início da guerra. Esperamos que a guerra termine, para bem de todos nós, pois nas exportações houve uma quebra significativa nas vendas, que também se verifica no mercado interno, embora em menor dimensão.

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