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UTAD e empresa de Tondela desenvolvem tecnologia para tratar

AmbiVap venceu um prémio no concurso 4INOVA em 2018

UTAD e empresa de Tondela desenvolvem tecnologia para tratar efluentes da produção de azeite

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A necessidade de tratar eficientemente os efluentes e as águas residuais das unidades de produção de azeite levaram a empresa Tojaltec, de Tondela, e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) a desenvolverem a tecnologia AmbiVap. “Verificando os processos que existiam, confirmámos que o único que está a ser utilizado de forma cabal e por quase todas as unidades são as lagoas de evaporação”, explicou o investigador João Claro, da UTAD.

Nessas lagoas ou tanques de retenção que existem junto às unidades de produção, os efluentes e as águas residuais vão-se acumulando durante a campanha do azeite, no outono e inverno, e depois, naturalmente, vão evaporando com o sol durante a primavera e o verão.

A tecnologia AmbiVap também usa o processo de evaporação, mas otimiza-o, criando um sistema de aproveitamento de energia solar que o acelera. “Se nós compararmos a área de exposição ao sol e a evaporação que estamos a conseguir, estamos a aumentar 200, 300 vezes ou mais”, estimou João Claro. O docente do Departamento de Química da UTAD explicou que, atualmente, “o processo de transformação do azeite é chamado um processo de duas fases”, do qual resulta o azeite e o bagaço húmido. No entanto, “existem sempre escorrências, águas de lavagem, que provocam um efluente ainda rico em compostos orgânicos, as famosas águas ruças”, com uma carga orgânica muito elevada, “cerca de 200 vezes superior” à do esgoto doméstico. “Como é sazonal, é muito concentrado e causa tremendos problemas ambientais, não pode ser descartado num coletor municipal. Estamos muito acima da carga orgânica máxima permitida, mas muito acima mesmo”, alertou. O que acontece muitas vezes, segundo o investigador, é que não evapora toda a quantidade de efluente que é produzida durante a campanha do azeite. “Vamos tendo acumulação de águas e a necessidade de ir aumentando as lagoas de evaporação, a capacidade de retenção, os depósitos, ou então pagando a uma empresa que faça o tratamento para poder descartar este efluente”, contou. João Claro exemplificou com a “imagem impressionante” das lagoas de evaporação de águas ruças existentes em Espanha, visíveis em fotografias aéreas.

De acordo com o investigador, os processos térmicos podem acelerar a evaporação, mas, sobretudo no momento atual, “pagar energia para estar a aquecer as águas e fazê-las evaporar” torna-se incomportável.

Com a tecnologia AmbiVap, que começou a ser desenvolvida em 2018, basta a radiação solar entrar nos cinco coletores em série para que aconteça a evaporação de forma mais acelerada.

“Temos de estar na eficiência máxima em todos os momentos. Na mínima área possível, estar a fazer a receção do máximo de radiação solar possível”, referiu.

Os coletores (em formato de funis gigantes) “estão sempre ali-

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