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Estarreja apresenta plano de adaptação às alterações climáticas

nhados, mesmo que passe uma nuvem eles mantêm-se”, porque, nos 365 dias do ano, “têm as coordenadas da posição do sol”, acrescentou. Segundo o investigador, a tecnologia tem ainda outra vantagem comparativamente às lagoas de evaporação: “Nessas águas ruças vai sempre alguma quantidade de gordura, de azeite”, que “cria uma película à superfície que ainda dificulta a evaporação”.

“Neste caso, da tecnologia AmbiVap, além de otimizarmos muito o processo de evaporação, não temos esse problema. O nosso efluente entra em contacto direto com o permutador de calor, onde é feita a Com a definição das medidas prioritárias transferência de calor, ele aquece de forma eficiente e as ações-chave para depois ser evaporado”, explicou. A tecnologia AmbiVap venceu, em 2018, um prémio no concurso 4INOVA e depois recebeu um financia- Estarreja apresenta mento do COMPETE 2020 - um investimento elegível de 311 mil euros, que resultou num incentivo FEDER de cerca de 215 mil euros - que permitiu fazer a linha plano de adaptação de evaporação de cinco coletores em série. O proprietário da empresa de máquinas industriais Tojaltec, Cândido Roque, disse que, consoante a quan- às alterações tidade de efluentes e águas residuais, uma unidade de produção de azeite teria de investir “entre os 30 e os 50 mil euros” para ter esta tecnologia. climáticas

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Os cinco coletores em série (cada um tem o potencial de aumentar em cerca de 20 graus a temperatura) são “a unidade básica”, sendo depois preciso ver se será apenas A Câmara de Estarreja apresentou o Plano Munipreciso uma ou várias. cipal de Adaptação às Alterações Climáticas, que

João Claro avançou que, para além do tratamento dos constitui um instrumento de gestão do território efluentes e das águas residuais das unidades de produ- que integra um plano de ação com a definição das ção de azeite, esta tecnologia pode ser usada para aquecimento de águas. medidas prioritárias e as ações-chave e projetos a

“Durante o desenvolvimento do projeto, percebemos que desenvolver na adaptação às alterações climátimuitas empresas utilizam água para a produção do vapor cas. ou utilizam águas quentes para algum processo”, contou Isabel Simões Pinto, vereadora do Ambiente da Câmara o docente, acrescentando que, neste âmbito, “poderá ser de Estarreja, salientou o compromisso da autarquia para também uma solução interessante para quem pretenda com a sustentabilidade ambiental, ao apresentar o doáguas a uma determinada temperatura”. cumento. “Esta é uma das preocupações da Câmara de

Cândido Roque explicou que, neste momento, estão a aca- Estarreja que, ao longo dos anos, tem vindo a sensibilizar bar de ser processados “os dados que foram sendo obtidos a comunidade e a assumir compromissos para a sustenpelo sistema protótipo” e que o futuro dependerá do mercado. tabilidade ambiental”, disse a vereadora.

“Mediante esses dados, vamos ver que melhorias podem Isabel Simões Pinto salientou que o plano deste dia existem no sistema e depois, no futuro, apresentar isto a po- apresentado “surge da articulação com várias entidatenciais clientes ou propor a investidores que queiram olhar des, para uma atuação responsável, tratando-se de um para a tecnologia e, percebendo que há futuro, queiram fazer plano transversal aos vários setores e atividades. “As algum investimento para escalar este negócio e para tornar pessoas estão hoje mais conscientes em relação às isto eventualmente numa empresa nova”, afirmou. alterações climáticas e queremos vincar o nosso compromisso de adaptação”. Declarou. Sofia Martins, da empresa que elaborou o plano, expôs as perspetivas que se colocam de mudanças climáticas a que o município não ficará imune, nomeadamente quanto ao aumento da temperatura média, às ondas de calor e noites tropicais e ventos fortes e tempestades capazes de afetar infraestruturas. Identificou como setores prioritários a intervir os recursos hídricos, a agricultura e floresta, o ordenamento do território, o plano financeiro, a saúde e a segurança de pessoas e bens. Os recursos hídricos são os que mais medidas têm previstas no plano, que passam pela reutilização das águas domésticas para fins agrícolas, o aproveitamento das águas pluviais para a rega de espaços públicos, a redução das perdas da rede e a escolha de espécies autóctones e menos exigentes de rega nos espaços ajardinados.

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