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Carrazedo de Montenegro recebe XXV Feira da Castanha Judia

Nos dias 04 a 06 de novembro, no concelho de Valpaços

Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, vai receber a XXV Feira da Castanha Judia, de 4 a 6 de novembro, evento que pretende promover e divulgar um fruto que é uma importante fonte de rendimento para muitas famílias daquele território.

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A vereadora da Câmara de Valpaços, Teresa Pavão, disse que este certame ajuda a “escoar os produtos locais”, é um “incentivo à produção local” e permite “alavancar a economia do concelho”.

Pelo recinto espalhar-se-ão 80 expositores, 50 dos quais terão à venda produtos endógenos como castanha, vinho, azeite, mel ou folar. A autarca salientou que o programa da feira inclui a realização dos tradicionais magustos, um bolo de castanha de 600 quilos e ainda um concurso de castanha. Perspetiva de quebra de produção, mas castanha é de “boa qualidade”

Em Valpaços perspetiva-se uma “quebra de produção” nesta campanha, principalmente por causa da seca que se fez sentir este ano, mas o fruto “é de grande qualidade”, de acordo com produtores e autarcas.

O presidente da Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros, concelho de Valpaços,

António Costa, disse que se prevê uma colheita na “ordem das oito a 10 mil toneladas” de castanha nesta zona inserida na Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela. O autarca acrescentou que, num ano normal a produção é de cerca de “12 mil toneladas”. A apanha da castanha começou um pouco mais tarde na zona de Valpaços e está a intensificar-se neste território onde se situa a maior mancha de castanha judia da Europa. Este é também um fruto que foi afetado pela seca que se fez sentir este ano. A floração foi boa, mas o calor intenso que se fez sentir em julho e em agosto, aliado à falta de água, atingiu os ouriços, alguns dos quais caíram, mas o fruto que sobreviveu é, segundo afirmaram os autarcas e produtores, de “qualidade”.

A chuva que caiu em setembro e nestes últimos dias ajudou o fruto e a árvore. Para António Costa, esta é uma castanha que enche o olho de qualquer pessoa”, destacando as suas características de calibre, brilho e sabor. “Normalmente temos entre duas a três castanhas por ouriço e, neste caso, é uma e o resto não vingou, não houve possibilidade de elas se poderem desenvolver como deveria ser”, afirmou Gualberto Costa, produtor de castanha judia, na DOP Padrela.

O agricultor fez também questão de salientar que a castanha que se está a colher é “de boa qualidade”, destacando as características da judia desde a “apresentação ao sabor”.

Neste território, para além da seca, também os incêndios atingiram os soutos e a falta de mão-de-obra é outra das dificuldades que os produtores têm de enfrentar, já que é preciso apanhar o fru-

to num curto espaço de tempo e a população deste território está muito envelhecida.

Produtores queixam-se de “grandes prejuízos” devido aos incêndios

Alguns produtores de castanha dos concelhos de Murça e Valpaços queixam-se de “quebras de produção” e um “grande prejuízo” devido ao incêndio que, em julho deste ano, deflagrou em Murça e se estendeu aos concelhos de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.

“Arderam-me castanheiros que tinham 30 anos e outros com 5, 6 anos que estavam a começar a dar castanha. Uma grande parte foi embora, ardeu”, afirmou Ernesto Eira, de 70 anos e agricultor em Curros, aldeia do concelho de Valpaços.

O produtor recordou o incêndio que deflagrou no concelho vizinho de Murça, a 17 de junho, que foi considerado o segundo maior do país e que queimou 7.184 hectares. “Foi a primeira vez que eu vi o diabo à minha frente. Não foi fácil para quem viveu isto aqui”, contou.

O fogo atingiu-lhe 1.100 castanheiros do total de 2.300, mas salientou que a maior parte das árvores afetadas eram já adultas e já estavam a dar castanha. “É um prejuízo bastante grande”, lamentou.

O incêndio destruiu muito trabalho feito nos últimos anos, como novas plantações, de onde esperava, nos próximos dois a três anos, colher “30 a 40 mil euros de castanha”. Ernesto Eira espera, agora, poder vir a ter uma “ajuda do Governo” para “plantar novamente os soutos”. “Espero que o Estado ajude em pelo menos algumas despesas”, apontou.

A poucos quilómetros de distância, na aldeia de Jou, concelho de Murça, Gualberto Costa, disse que também perdeu “cerca de 300 dos 700 castanheiros” para o incêndio, árvores que “estavam “em plena produção”. “Este é um bom ano em qualidade, em quantidade é que é muito reduzido em função também dos incêndios que houve e de outras situações, por causa das alterações climáticas e por tudo isso, realmente, a produção é bastante mais reduzida”, salientou, frisando que estas são situações que se “têm que ultrapassar com resiliência”.

O produtor disse que as alterações climáticas neste território já são uma realidade e que têm tido “uma influência muito grande nas produções”.

O ano fica também marcado pela seca e calor intenso, embora a chuva, que caiu em setembro e nestes últimos dias, tenha vindo dar uma ajuda ao fruto e à árvore. “Normalmente temos entre duas a três castanhas por ouriço e, neste caso, é uma e o resto não vingou, não houve possibilidade de elas se poderem dinamizar como deveria ser”, salientou.

O produtor fez questão de salientar que a castanha que se está a colher é “de boa qualidade”, destacando as características da judia desde a “apresentação ao sabor”.

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