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Lage Grande volta a receber a Feira do Porco e do Enchido de Meruge
from Gazeta Rural nº 418
by Gazeta Rural
O fim de semana de 12 e 13 de novembro, Meruge, no concelho de Oliveira do Hospital, recebe a edição 2022 da Feira do Porco e do Enchido, que anualmente atrai milhares de pessoas, tendo como polo de atração, para além dos produtos expostos, da gastronomia e do programa de animação, a imponência da Lage Grande.
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O presidente da Junta de Freguesia de Meruge, João Abreu, destacou, em entrevista à Gazeta Rural, as novidades desta edição.
Gazeta Rural (GR): O que há de novo na Feira do Porco e do Enchido de Meruge?
João Abreu (JA): É um certame que se renova anualmente, mantendo as suas características de genuinidade e ligação à etnografia e aos usos e costumes da nossa terra.
Todos os anos procuramos inovar. Este ano temos grupos novos, que vão fazer a sua estreia na Feira, contamos a colaboração do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, que vai entrar na encenação da Feira Romana, tendo em conta que o concelho, na Bobadela, tem o principal anfitrião romano do país e a estrada romana passa por Meruge.
Há vestígios consistentes de que no São Bartolomeu existiu uma importante vila romana, com vários objetos que ali foram descobertos e que estão expostos no nosso museu. Todos os anos, do programa da Feira, consta uma recriação, este ano centrada na presença dos romanos.
Das novidades há também o Eco Rand do concelho, com a participação do Clube Atlético de Oliveira do Hospital, que está a ter uma grande adesão. Vamos ter também alguma inovação na decoração do espaço, com a colaboração voluntária das pessoas da aldeia, com umas mantas que vão cobrir as ruas.
GR: Meruge recuperou uma tradição, partindo da designação “Terra dos Porqueiros”?
JA: Sim. Recuperámos esse anátema, que se tornou numa mais-valia de promoção turística. Hoje a Feira do Porco e do Enchido é conhecida em todo o país, pela sua genuinidade, pela diversidade de propostas que não transigem com a tradição, com os usos e costumes e com a gastronomia tradicional. Aliás, neste ponto de vista recuperámos para o património da gastronomia tradicional o arroz de suã, que uma confraria registou abusivamente e indevidamente, mas que não tem nada a ver com o que se faz em Meruge, os torresmos à Moda de Meruge, cozidos na caçoila e servidos com batata à racha, bem como o arroz-doce de anis que facultamos a quem nos visita. Somos um dos poucos eventos, talvez o único, que oferece um espaço para as crianças, com modelagem de balões, insufláveis e os passeios de burro para as crianças, que vêm desde a primeira edição com enorme sucesso. GR: A feira, para além de um espaço de compra e venda, oferece um conjunto de atrativos diversos, nomeadamente no que aos grupos de animação diz respeito? JA: Sim. Teremos os Fanfarra Caustica, os Bardoada, um grupo de Palmela com bombos e gaitas de foles, e os cantares do desafio, com o Borguinha. No sábado à noite haverá um espetáculo com um grupo de etnografia e folclore da Academia de Coimbra, que no domingo farão uma mostra de danças tradicionais, bem como o Almanaque, que é um grupo de teatro de rua, que anima a feira. Há depois a exposição e venda de enchidos, queijos, produtos da terra, exposição e mostra de porco bísaro, o artesanato e as tasquinhas com aqueles pratos que atrás referi, para além de muita animação. Teremos também um espaço de adoção de cães e gatos.
GR: A imponência da Lage Grande marca a feira?
JA: Naturalmente, para além de lhe dar uma beleza extraordinária. A Lage Grande é a nossa sala de visitas, um anfiteatro natural que exploramos para vários espetáculos, para além de ser um orgulho para nós termos no nosso território um monumento natural daquela envergadura, pelo reconhecimento da sua relevância como ‘Monumento Municipal’ e depois seguiremos outros tramites. À volta da Lage Grande estão vários polos de interesse, como a junta de freguesia, o museu, a associação, entre outros. Aliás, a arquitetura das casas à sua volta diz bem da sua antiguidade e importância.