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Aguiar da Beira promove Roteiro Gastronómico do Míscaro em 12 restaurantes do concelho

Nos fins de semana do mês de novembro

O município de Aguiar da Beira alterou o figurino do evento que anualmente promove nesta altura do ano dedicado ao míscaro. A edição 2022 passa por um Roteiro Gastronómico, que vai decorrer durante todo o mês de novembro, em 12 restaurantes do concelho, que “têm ao fim de semana um prato à base de míscaro”, adiantou o presidente da Câmara de Aguiar da Beira. Virgílio Cunha, em conversa com a Gazeta Rural, espera que em breve possa surgir uma legislação para disciplinar a apanha dos cogumelos silvestres, que é feita de forma indiscriminada.

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de confeção.

GR: O míscaro que se encontra nos pinhais do concelho, para além do retorno económico que deixa nos restaurantes, a maior parte vai para outras paragens?

VC: Diz bem, pois na região o nosso território é o melhor produtor, com míscaro de excelente qualidade. Vem muita gente da região, nomeadamente dos concelhos circundantes, colher o míscaro, nomeadamente de Viseu e da região de Lafões. Este produto pouco retorno económico cá deixa, para além daquele que fica nos restaurantes e nas unidades hoteleiras do nosso concelho.

Gazeta Rural (GR): Este ano o Certame Gastronómico do Míscaro vai decorrer em moldes diferentes, tornando-se num roteiro gastronómico que decorre durante todo o mês de novembro nos restaurantes do concelho? Virgílio Cunha (VC): Assim é. Nós, este ano, pensámos num figurino diferente, porque ao longo das edições anteriores, nomeadamente no ano passado, verificámos que os restaurantes, as IPSS e as Juntas de Freguesia, já participavam no evento, que era realizado no Pavilhão Municipal, por uma questão de colaboração, para além de não terem as condições ideais para servirem as refeições. Daí termos pensado num novo formato para o evento, baseado num roteiro em que divulgamos ao longo do mês de novembro o ‘rei’ do evento, que é o míscaro. Aderiram 12 restaurantes do concelho, da Vila de Aguiar da Beira e das freguesias de Pinheiro, Penaverde, Carapito e Sequeiros-Gradiz, que se disponibilizaram para terem ao fim de semana um prato à base de míscaro. Contamos com a aderência de muita gente ao almoço e ao jantar nestes dias, para degustar este produto diferenciado produzido no concelho. GR: Uma das questões de que muito se tem falado, mas pouco se tem feito, é na questão do controlo da apanha de cogumelos silvestres, pois não há uma legislação definida? VC: Na verdade, no mandato autárquico anterior, enquanto presidente da Assembleia Municipal, falei nessa questão e entendo que deverá haver uma legislação que proteja e discipline a colheita de cogumelos, porque são colhidos de forma arbitrária e, na maior parte das vezes, estragando as novas culturas. Quem faz a apanha remexe os solos e a manta morta que cobre os cogumelos, às vezes utilizando utensílios agrícolas, bem como sacos de plásticos, o que cria problemas de micorrização dos solos para os anos seguintes. Por sua vez os proprietários vêm as suas matas invadidas, com os solos revoltados, e não recebem nada por isso. À semelhança da legislação que há para a caça ou para a apanha da pinha do pinheiro manso, impunha-se que houvesse um regulamento que disciplinasse a colheita dos cogumelos silvestres. Tenho esperanGR: Já há míscaro? VC: Já começa a haver. Os solos estavam muito secos e quentes e o míscaro quer alguma humidade e frio. Com as chuvas que têm caído nos últimos dias acreditamos que vai haver condições favoráveis para o despoletar do míscaro em quantidade, para termos muita gente a visitar o nosso concelho e para o degustar em diferentes formas ça de que isso possa acontecer em breve, pois há um ano, no Certame Gastronómico do Míscaro, levantei esse problema e houve um deputado da nação que me disse que a Assembleia da República estaria já a tratar disso. A verdade é que, até ao momento, nada sabemos sobre esta matéria.

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