Gazeta Rural nº 425

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www.gazetarural.com 1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 425 | Periodicidade Quinzenal | 28 de Fevereiro de 2023 | Preço 4,00 Euros Dão Lafões ‘mostra-se’ aos turistas • Parque Urbano do Touro recebe Feira do Fumeiro do Demo • Aguiar da Beira homenageia pastores e produtores de queijo • Oliveira do Hospital realiza Festa do Queijo Serra da Estrela • Feira Franca mostra produtos e natureza de Mogadouro

FEIRA FRANCA DIVULGA OS PRODUTOS DA TERRA E A NATUREZA DE MOGADOURO

Mogadouro recebe, nos fins de semana de 4 e 5 e 11 e 12 de março, a Feira Franca dos Produtos da Terra e do Artesanato – Amendoeiras em Flor, o maior cartaz turístico do concelho nesta altura do ano. O presidente da Câmara de Mogadouro diz que este certame “abre o ciclo anual de eventos” que o município “dedica à promoção e dinamização dos recursos locais”.

FICHA TÉCNICA

Ano XIX | N.º 425

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A)

E-mail: jla.viseu@gmail.com

Telemóvel: 968 044 320 (chamada para rede móvel nacional)

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Ana Pinto

Sede de Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Telefone: 232 436 400 (chamada para a rede fixa nacional)

E-mail : gazetarural@gmail.com

Web: www.gazetarural.com

ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade:

Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo

Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda

R. Cap. Salomão, 121 - Viseu

Telefone: 232 411 299 (chamada para a rede fixa nacional)

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

04 Gastronomia e Enoturismo são as propostas principais de Viseu Dão Lafões na BTL

06 Parque Urbano do Touro recebe edição 2023 da Feira do Fumeiro do Demo

08 Câmara de Mértola organiza as primeiras Jornadas da Caça

10 Há cabrito em seis restaurantes do concelho de Penalva do Castelo

11 Aguiar da Beira homenageia pastores e produtores de queijo do concelho

12 Há sável em vinte sete restaurantes de Vila Franca de Xira

14 Feira Franca mostra produtos da terra e a natureza de Mogadouro

16 “Coruche à Mesa” mostra gastronomia típica do concelho

18 Festival de Peixes da Figueira da Foz destaca o sável e a lampreia

19 Festa do Queijo Serra da Estrela acontece no centro de Oliveira do Hospital

20 Dão e Bairrada recebem Fórum Regional de Enoturismo

22 Freguesias vinhateiras vão ter ‘via rápida’ como “Aldeias de Portugal”

24 ANPROMIS comemorou 35 anos e realizou Congresso Nacional do Milho

26 Câmara quer classificar Vale do Guadiana e a Serra de Serpa como ‘SIPAM’ da UNESCO

28 Exportações da Fileira do Pinho alcançam novo recorde em 2022

30 Amendoeira em flor considerada poderosa atração dos territórios do Côa

32 Município de Foz Côa e CP promovem turismo ferroviário e a cultura

33 Projeto-piloto promove alimentação sustentável na CIM Viseu Dão Lafões

34 Rota dos Moinhos de Portugal foi oficialmente criada

35 Candidatura do queijo Serra da Estrela DOP a património da UNESCO está em preparação

36 Festival do Cogumelo da Parreira promove produto endógeno da charneca

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Há fumeiro e sabores da Beira até ao primeiro fim de semana de março

Centro de Portugal é destino nacional convidado na Bolsa de Turismo de Lisboa

sumário

De 1 a 5 de março na Bolsa de Turismo de Lisboa

Gastronomia e Enoturismo são as propostas principais de Viseu Dão Lafões na BTL

O chef do restaurante Mesa de Lemos vai protagonizar uma sessão de showcooking e de prova de vinhos do Dão logo no arranque da feira, às 12,30 horas de 1 de março. Uma vez que o reforço da presença digital é uma aposta forte da participação, Diogo Rocha estará acompanhado da conhecida atriz e apresentadora Liliana Santos, num momento de interação que irá marcar o primeiro dia do stand de Viseu Dão Lafões.

À semelhança do que aconteceu na edição anterior, Viseu Dão Lafões vai dispor de um espaço próprio na BTL. Situado no Pavilhão 2 da Feira Internacional de Lisboa (FIL), o espaço apresentará uma programação recheada de momentos de interesse

para os visitantes, tendo como base a diversidade de produtos turísticos da região e as principais valências turísticas dos 14 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal. O Turismo Ativo, Desportivo e de Natureza é outro eixo essencial da estratégia de promoção e ocupa também um lugar de referência na programação. Desde logo, o próprio espaço do stand remete o visitante para a presença da Natureza, emulando, de forma simbólica, um bosque com árvores. Está também presente um baloiço, ideal para fotografias “instagramáveis”, que convida a visitar as magníficas paisagens da região. Todo o stand é também ladeado pela representação das ecopistas, imagem de marca do território. Não faltarão também momentos de degustação gastronómica de sabores regionais e provas de vinhos do Dão, da responsabilidade de escolas profissionais, das confrarias gastronómicas e de restaurantes do território.

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Diogo Rocha, único chef com Estrela Michelin na região Centro de Portugal, é uma das estrelas da programação da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre de 1 a 5 de março. A gastronomia, este ano potenciada pelo recente Mapa dos Segredos Gastronómicos, e o Enoturismo são dois eixos centrais do programa.

Programa diversificado durante cinco dias

No primeiro dia da programação do espaço, além do showcooking com Diogo Rocha, há a destacar as apresentações de alguns eventos que irão acontecer em 2023, por parte dos municípios de Vouzela, Viseu e Castro Daire. Ao fim do dia haverá lugar à inauguração oficial do stand, a partir das 16,30 horas.

O segundo dia da BTL tem como momentos mais altos a apresentação do projeto Craft – Turismo Criativo em Viseu Dão Lafões e a sessão “O Enoturismo e a Rota do Vinho do Dão”, além da continuação das apresentações dos principais destaques dos municípios, desta vez a cargo das autarquias de São Pedro do Sul, Tondela e Aguiar da Beira. Ainda no âmbito da estratégia de reforço digital, há a salientar nesse dia a presença da modelo e empresária Diana Pereira no stand.

de um ano de recuperação, que foi o de 2022, queremos que 2023 seja um ano de franco crescimento, captando novos públicos e mercados e impulsionando as dormidas e as receitas da atividade turística”, afirma Fernando Ruas.

“Ao longo dos cinco dias de feira, os 14 municípios da CIM vão ter a oportunidade de mostrar os eventos e produtos com que se querem afirmar no mercado turístico. Estou certo de que os visitantes vão ficar agradados com o que vão encontrar”, acrescenta Fernando Ruas.

Espaço tem mais de 200 metros quadrados

As propostas dos municípios de Castro Daire, Oliveira de Frades, Mangualde e Nelas assumem o protagonismo no terceiro dia de feira, enquanto Vila Nova de Paiva, Sátão, Carregal do Sal e Penalva do Castelo são os destaques do quarto dia. A programação de Viseu Dão Lafões na BTL termina, no quinto e último dia, com momentos dedicados aos municípios de Sátão e Santa Comba Dão.

Estimular aumento de visitantes

O stand de Viseu Dão Lafões tem como base a forma hexagonal que compõe o logótipo da CIM. O núcleo central abre para o exterior as principais áreas da proposta: Cultura – Gastronomia & Vinhos – Show Room, interligadas por um percurso elevado que se destaca e que representa as ecopistas e a área do Turismo de Natureza. Enquanto os espaços do piso térreo configuram espaços de proximidade, o percurso elevado explora o aspeto cenográfico da paisagem, quer natural quer urbana, que caracteriza a região, permitindo uma diferente perspetiva das diferentes áreas do stand e da própria feira. O elemento natural estende-se a todas as áreas, conjugando plantas naturais com diferentes materialidades para obter um sentido orgânico, rústico e moderno.

Fernando Ruas, presidente da CIM Viseu Dão Lafões, considera que a participação na BTL tem como grande objetivo estimular o aumento de visitantes e de dormidas na região, captando novos mercados, depois de um ano de recuperação. “O espaço da CIM Viseu Dão Lafões vai ser um espaço privilegiado para este território mostrar aos visitantes e aos profissionais da área do Turismo as principais mais-valias turísticas que tem para oferecer, e que fazem desta uma região de referência a vários níveis. Depois

A agenda de programação completa da presença da CIM Viseu Dão Lafões na BTL 2023 estará disponível no site oficial do evento, em www.btl.fil.pt, no site Visit Viseu Dão Lafões, em www.visitviseudaolafoes. pt, e nas páginas de Facebook e Instagram da CIM. A participação em tempo real poderá, também, ser acompanhada nas redes sociais.

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Nos dias 11 e 12 de março, em Vila Nova de Paiva

Parque Urbano do Touro recebe edição 2023 da Feira do Fumeiro do Demo

O Parque Urbano de Touro, no concelho de Vila Nova de Paiva, recebe a XI Feira do Fumeiro do Demo, uma iniciativa do Município de Vila Nova de Piava e da Freguesia de Touro, que vai decorrer nos dias 11 e 12 de março.

O certame promove e divulga o fumeiro, um dos produtos tradicionais da região, mas também outros produtos locais, o artesanato e a gastronomia. Do programa de animação destaque para Ruizinho de Penacova, Quim Barreiros, Sérgio Lucas e Rouxinol Faduncho. No dia 12, o programa Aqui Portugal, da RTP1, é transmitido em direto da Feira do Fumeiro.

“Estamos a contar com um grande fim de semana no Touro”

O presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva, em entrevista à Gazeta Rural, espera que seja “uma grande feira” e “uma bela mostra do melhor que nós temos e conseguimos fazer”. Paulo Marques espera que haja bom tempo, para levar muita gente ao

Parque Urbano de Touro.

Gazeta Rural (GR): Que Feira do Fumeiro do Demo espera ter este ano?

Paulo Marques (PM): Há semelhança do ano passado, acredito que será uma grande feira, com dois dias plenos de atividades e de muita animação. Será uma mostra e venda dos nossos produtos gastronómicos, com destaque para o fumeiro, e uma bela mostra do melhor que nós temos e conseguimos fazer, bem como a nossa forma de bem receber. Estamos a contar com um grande fim de semana no Touro.

GR: Tem uma estimativa do número de visitantes que passa pela feira?

PM: Sendo uma feira aberta, sabemos que por lá passam muitos milhares de pessoas. O ano passado não foi o melhor, pois tivemos um fim de semana em que o tempo não ajudou. Nesta edição, com uma nova normalidade, acredito que voltaremos a ter muita gente a visitar a feira, a degustar a nossa gastronomia e a comprar os nossos produtos locais. Esperemos que o tempo ajude.

GR: O setor do fumeiro tem vindo a ganhar ‘raízes’ e está em

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crescimento no concelho?

PM: Claramente. Tem sido uma das alavancas do nosso desenvolvimento. Há várias empresas que se têm constituído em Vila Nova de Paiva à volta do fumeiro, umas destacam-se mais do que outras, além de que fazem diferentes tipos de enchidos e diferentes formas de confeção. Tudo isto tem ajudado na criação de postos de trabalho e à divulgação do melhor que por cá se faz nesta área.

GR: Nesse quadro, o regresso de alguns emigrantes ao concelho tem ajudado?

GR: Há obras a decorrer em várias zonas do concelho. É um sinal de vitalidade?

PM: Claro que sim e não podemos ficar parados, cumprindo as necessidades das nossas populações, umas mais básicas que outras, mas é para isso que nós cá estamos.

Com os nossos presidentes de junta, temos de estar sempre atentos às necessidades das pessoas. Em cada lugar há sempre melhorias a fazer e vamos estar sempre em sintonia com as nossas populações para suprir as suas necessidades e até criar valências que antes não tinham, para melhorar e enriquecer o nosso território.

PM: Tem havido o regresso de pessoas mais jovens, que querem apostar no nosso concelho em diferentes atividades, sendo a produção de fumeiro uma das possibilidades. Naturalmente muitos ainda estão em fase de estudo, sabendo que da nossa parte têm sempre as portas abertas para os tentar ajudar a instalar, para que aqui fiquem e por cá constituam família.

GR: O ministro da Economia diz que é preciso criar polos de atratividade e de conhecimento no interior para o seu desenvolvimento. É o caminho certo?

PM: Ouvi essas declarações e é isso que temos tentado fazer. Dou-lhe um exemplo claro: Concorremos à criação de um Centro Tecnológico na nossa Escola Secundária, um projeto muito interessante na área da informática, que pode ou não ser aceite. É um projeto do Agrupamento de Escolas, apoiado pelo Município, e é um exemplo do que podemos ou não ter no futuro. Nós não nos resignamos com o que temos, pois queremos sempre mais e muitas vezes ‘fora da caixa’, coisas que muitas vezes não seriam para nós por sermos um concelho pequeno, de baixa densidade, mas queremos sempre ir mais além.

GR: Para dar esses passos as novas tecnologias são importantes, nomeadamente a internet de alta velocidade e o 5G?

PM: Aquilo que temos discutido ao longo do último ano em vários ministérios, e a minha preocupação neste momento ainda não é o 5G, é ter cobertura de rede móvel em todo o concelho, que não há, e a partir daí ir para o 5G. Dos contactos feitos, disseram-me que até 2025 estaria tudo tratado, tendo sido lançado um concurso internacional. As perspetivas são até 2025 termos a cobertura de rede cem todo o concelho.

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Até ao próximo dia 5 de março

Centro Histórico de Almeida recebe Mercado à Moda Antiga

O Centro Historio de Almeida recebe até ao próximo dia 5 de março o “Mercado à Moda Antiga”, no Antigo Quartel das Esquadras. A atividade, organizada pela Divisão de Turismo da Câmara de Almeida, visa reunir no mesmo espaço produtores e expositores com produtos endógenos (mel, compotas, doces, bolos, pão, azeite, licores, frutos secos, hortaliça…) e artigos de coleção, antiguidades e velharias (balanças, moedas antigas, máquinas de escrever, livros antigos…). Haverá ainda animação itinerante que irá percorrer as ruas do centro histórico e uma atuação musical no Coreto do Jardim.

O Município de Almeida volta a apostar na organização do “Mercado à Moda Antiga”, uma vez que para além da compra, venda e troca, o evento constitui um motivo de atracão e de animação, dinamizando ao domingo o comércio instalado na zona.

Entre os meses de março e outubro

Câmara de Mértola organiza as primeiras Jornadas da Caça

Mértola realiza as primeiras Jornadas da Caça, que têm como objetivos a dinamização do setor cinegético, a defesa e identidade deste território, o reforço da sustentabilidade da marca ‘Capital Nacional da Caça’ e a criação de uma relação de proximidade permanente entre este setor e a autarquia.

Esta primeira edição, que se desenvolve entre março e outubro, conta com um conjunto de iniciativas diversificadas, como ações de formação, caçadas, colóquios e visitas a Zonas de Caça, que envolvem caçadores, futuros caçadores, gestores cinegéticos e outras pessoas ligadas ao setor.

Em todas estas iniciativas proporciona-se o convívio e encontro de caçadores/gestores cinegéticos, com o objetivo de partilhar os problemas atuais, na perspetiva de encontrar soluções conjuntas e concertadas. Sendo as características e condições de cada ação divulgadas atempadamente.

As primeiras Jornadas da Caça são organizadas pela Câmara de Mértola, em parceria com a Escola de Caça, Pesca e Natureza, Escola Profissional ALSUD, ICNF e algumas Zonas de Caça do Concelho.

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No fim de semana de 11 e 12 de março

Há cabrito em seis restaurantes do concelho de Penalva do Castelo

Seis restaurantes do concelho de Penalva do Castelo aderiram ao “Fim de Semana do Cabrito”, evento promovido pela Câmara de Penalva do Castelo, que vai decorrer nos dias 11 e 12 de março.

Com a dinamização desta iniciativa gastronómica, a autarquia de Penalva do Castelo “pretende que, nos restaurantes do concelho, os visitantes possam desfrutar de refeições que são autênticas experiências da gastronomia local, potenciando ao mesmo tempo, dinâmicas que permitam a consolidação da imagem e identidade do Concelho de Penalva do Castelo en quanto destino turístico, divulgando os produtos en dógenos, saberes, sabores e tradições do território”. Os estabelecimentos de restauração aderentes são O Templo, Familiar, Pizzaria da Lameira, Parador Casa da Ínsua, Jaime Sérgio e Recordo, terão em destaque na sua ementa a iguaria principal, o Cabrito, acompanhado de outros sabores genuínos. Os comensais que se deslocarem a estes estabelecimentos de restauração naquele fim de semana habilitam-se ao sorteio de um almoço/jantar para duas pessoas.

Ordem da Cabidela junta amantes à volta deste prato tradicional

A receita de cabidela tem quatro ingredientes essenciais, mas as variações sobre este prato tradicional português são inúmeras, de croquetes a sobremesas, um desafio lançado pela Ordem da Cabidela, que junta chefes e amantes da gastronomia em todo o país.

A Ordem da Cabidela “é uma estrutura informal que agrega pessoas que são amantes da gastronomia e que usa a cabidela como metáfora”, descreveu Paulo Amado, da Edições do Gosto, sobre a ordem, criada em 2016 e que já reúne mais de mil “irmãos”. “A cabidela é uma receita enraizada em todo o território português, com algumas nuances. Tem origem na zona de Braga, que é o ‘frango pica no chão’, mas pelo país inteiro fazem-se cabidelas”, referiu o promotor. Arroz, vinagre, sangue e galinha são os ingredientes básicos deste prato, mas, “partindo desta ideia de metáfora, há cozinheiros que por vezes se interessam em apresentar uma receita em que é o arroz o rei, mas leva um pouco de vinagre, ou que destacam o vinagre, o sangue, ou uma ou outra carne”, comentou.

Os membros da ordem reúnem-se em jantares, em todo o país, em que “um chefe anfitrião recebe outros chefes”, sempre com uma preocupação de equilíbrio de género e da origem dos cozinheiros. “Há uma mistura entre estrelas Michelin e restaurantes regionais, entre abordagens clássicas e mais arrojadas”, explicou Paulo Amado.

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Receite tem quatro ingredientes essenciais

Com o objetivo promover e divulgar o queijo Serra da Estrela DOP e homenagear os homens e as mulheres pastores e produtores de queijo, que fazem destas atividades o sem modo de vida, o Município de Aguiar da Beira organiza a 5 de março, a Festa do Pastor e do Queijo da Serra, em Mosteiro, na freguesia de Pena Verde.

A festa inclui exposição e concurso pecuários de ovinos, da raça Bordaleira, e de caprinos, uma mostra e prova de queijo e de um almoço regional abertos a toda a comunidade. Há ainda um programa de animação variado com atuação de grupos locais.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Aguiar da Beira, diz que o queijo produzido na região de Mosteiro “é muito sui-generis, devido às pastagens e ao clima”. Virgílio Cunha salientou que o efetivo ovino no concelho estabilizou nos últimos anos.

A 5 de Março, em Mosteiro, Pena Verde

Aguiar da Beira homenageia pastores e produtores de queijo do concelho

VC: No nosso concelho o efetivo de ovinos estabilizou há já alguns anos. Temos cerca de cinco mil ovelhas, sendo que nem todas são Bordaleira ou Churra Mondegueira. Há outras raças nos rebanhos. Contudo, para o queijo Serra da Estrela, como sabemos, o que conta são a Bordaleira e a Churra Mondegueira. Como sabemos, o subsídio faz parte do rendimento dos agricultores. Ora, se aumentar o subsídio para as raças autóctones da região é possível que as pessoas possam primar por ter no seu efetivo Bordaleira ou Churra Mondegueira, que têm uma maior bonificação, e com isso aumentar o efetivo destas raças. Por outro, devemos considerar que o queijo Serra da Estrela também está a valorizar, com o aumento do preço, pelo que esta pode ser também outra das razões para a crescente procura daquelas raças.

Gazeta Rural (GR): O que traz de novo esta edição da festa do Pastor e do Queijo?

Virgílio Cunha (VC): O que pretendemos com esta realização é divulgar e valorizar em primeiro lugar o produto, que é o queijo. Dizer que o queijo produzido na região de Mosteiro, na freguesia de Penaverde, é muito sui-generis, devido às pastagens e ao clima. Não é melhor nem pior que os outros, mas é diferente e muito apreciado. Portanto, temos de promover este produto endógeno, por outro lado, valorizar as queijarias que se dedicam à sua produção de forma artesanal.

A feira é de apenas um dia, dedicado a todos quantos no nosso concelho se dedicam a esta atividade e não queremos dispersar-nos para outras ações, que não seja divulgar o queijo, premiar os melhores exemplares das raças de ovinos e caprinos, que são os ‘ingredientes’ que estão à volta do queijo ali produzido.

GR: A realização do Campeonato do Mundo de Juniores de Orientação, em Aguiar da Beira em 2022, foi considera “Personalidade do Ano” pela Confederação de Desporto de Portugal, sendo também apontado como o melhor de sempre. Que importância tem este galardão?

VC: Esse galardão, atribuído na XXVI Gala, que decorreu no Estoril, é um tributo ao nosso território. Se por um lado o que esteve em causa foi a organização do campeonato, que em primeira linha foi da Câmara Municipal, com outros coorganizadores, como a Federação Portuguesa de Orientação, a Federação Internacional de Orientação e o Clube de Orientação de Estarreja.

GR: Numa altura em que há uma procura crescente de ovinos de raça Bordaleira, como está o efetivo ovino no concelho?

Esta atribuição é motivo de regozijo, mas é um tributo às condições que o nosso território oferece para a prática desta modalidade, bem como o clima. O que os atletas, as seleções e os treinadores valorizam é a qualidade dos nossos percursos, que consideram dos melhores do mundo, para a prática desta modalidade desportiva.

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Durante todo o mês de março Há sável

em vinte sete restaurantes de Vila Franca de Xira

Vinte sete restaurantes do concelho de Vila Franca de Xira vão participar durante o mês de março em mais uma edição gastronómica de promoção do sável, sendo esperados perto de oito mil visitantes.

A campanha de Gastronomia “Março, Mês do Sável”, existe no município de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa), desde 1989 e pretende promover o sável frito com açorda de ovas, um dos pratos mais típicos da região. No total, serão 27 os restaurantes, localizados em várias partes do concelho, que terão durante o mês de maio este prato na sua ementa.

O vereador com o pelouro do Turismo na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, António Félix, sublinhou que “este evento é muito importante” para o município, uma vez que “o sável serve de pretexto para que os visitantes venham conhecer o concelho”.

“Vila Franca de Xira tem a vantagem de se situar a escassos 20 minutos de Lisboa e aquilo que pretendemos é que os visitantes possam conjugar o prazer de saborear uma boa refeição com outras oportunidades de fruição cultural e de lazer”, sublinhou.

Nesse sentido, o autarca explicou que, este ano, a Câmara de Vila Franca de Xira estabeleceu um conjunto de parcerias com operadores privados para proporcionar um “roteiro turístico aos apreciadores de sável”. Todos os fins de semana serão disponibilizadas atividades como passeios de barco, a cavalo, observação de aves ou visitas a museus e monumentos.

“O ano passado foram servidas perto de oito mil doses de sável e esperamos que este ano possam ser servidas mais. Espero que possam vir a Vila Franca de Xira degustar esta iguaria e conhecer as belezas do concelho”, atestou.

Sabores do Campo em destaque nos Fins de Semana

Gastronómicos de Moura

Os Sabores do Campo estão em destaque, a 4 e 5 de março, nos Fins de Semana Gastronómicos, que estão de regresso ao concelho de Moura. Os restaurantes aderentes à iniciativa irão apresentar nas suas ementas pratos típicos elaborados com ingredientes provenientes do campo, como por exemplo os espargos e os cogumelos. Estarão devidamente identificados nos materiais promocionais, bem como com o selo “Moura Terra Mãe do Azeite do Alentejo”.

Neste ano de 2023 o Município de Moura continua a sua aposta na promoção da gastronomia regional, enquanto bem imaterial do património cultural de Portugal. Promover a gastronomia regional e os produtos locais enquanto elementos diferenciadores e autênticos da região e promover a marca territorial “Moura Terra Mãe do Azeite do Alentejo”, são os objetivos desta iniciativa.

Os próximos Fins de Semana Gastronómicos de Moura terão como temáticas os Pratos de Borrego (7 a 9 de abril), o Pão e Azeite (3 e 4 de junho), Tomate à Mesa (5 e 6 de agosto) e os Pratos de Caça (26 e 27 de novembro).

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A 4 e 5 de março, nos restaurantes do concelho

Nos fins de semana de 4 e 5 e 11 e 12 de março

Feira Franca divulga os produtos da terra e a natureza de Mogadouro

Mogadouro recebe, nos fins de semana de 4 e 5 e 11 e 12 de março, a Feira Franca dos Produtos da Terra e do Artesanato – Amendoeiras em Flor, o maior cartaz turístico do concelho nesta altura do ano.

O presidente da Câmara de Mogadouro diz que este certame “abre o ciclo anual de eventos” que o município “dedica à promoção e dinamização dos recursos locais”. António Pimentel, à Gazeta Rural, diz que é um evento “consolidado”, que este ano muda de local e regressa à Alameda Nossa Senhora do Caminho.

Gazeta Rural (GR): O que traz de novo esta edição da Feira Franca dos Produtos da Terra 2023?

António Pimentel (AP): Esta é a trigésima sexta edição da Feira. Trata-se de um evento que há muito tempo se encontra consolidado no calendário anual do município, pelo que a componente tradicional se sobrepõe à de inovação.

Este certame abre o ciclo anual de eventos que o nosso município dedica à promoção e dinamização dos recursos locais, tendo como foco apoiar os produtores locais no escoamento dos seus produtos e apoiar as empresas da área do alojamento, restauração e comércio a lotar os seus espaços.

Este ano a feira vai regressar à Alameda Nossa Senhora do Caminho, depois de se ter realizado no Jardim Duarte Pacheco ao longo de muitos anos. Esta nova localização pode constituir uma novidade em relação às edições anteriores, tal como a in-

trodução de um espaço infantil no recinto da Feira Franca. O facto de o evento se realizar num recinto delimitado, e de dispor de um espaço onde as famílias podem distrair as crianças, será mais um ponto de atratividade desta feira, que pretende oferecer aos visitantes uma experiência de passeio, compras e imersão cultural passada num ambiente descontraído, seguro e diverso.

GR: O que destaca do programa do evento e quais as expectativas?

AP: Não destaco nenhum momento do programa do evento, porque entendo que é o todo que torna o certame completo. No entanto, pessoalmente, assinalo a atuação da Banda Filarmónica dos Bombeiros Voluntários de Mogadouro, na sessão de abertura, como um dos pontos altos desta edição da Feira Franca. A Banda Filarmónica é um dos ícones culturais do nosso concelho, primando pelo profissionalismo e pela qualidade das atuações, sendo um motivo de orgulho para todo o município, e também para mim.

Estão também previstas várias atividades complementares na área do desporto, que agregam várias centenas de atletas em modalidades como a caminhada, os trilhos ou o BTT.

Os passeios organizados pela vila, em carros antigos ou através do clube motard, também estarão presentes este ano, tal como os nossos grupos de gaiteiros, pauliteiros, cavaquinhos, a Tuna da Universidade Sénior e outros grupos de música tradicional, que vão animar a Feira Franca e os seus visitantes durante os dois fins de semana previstos pra a sua realização.

GR: Este é um cartaz turístico desta época. O que representa o setor da amendoeira no concelho?

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AP: O setor da amendoeira oferece a Mogadouro, e a vários outros concelhos da fronteira nordeste de Portugal, um recurso muito versátil, pelas suas utilizações ao nível da gastronomia, do comércio e do turismo.

Enquanto produto turístico, a amendoeira permite o desenvolvimento de diversas rotas baseadas no turismo de paisagem, de natureza ou no agroturismo. Durante os meses de fevereiro e março são comuns os “comboios” de autocarros que circulam pelas nossas estradas para apreciar os quadros naturais, alvos e imensos, criados pelos hectares de amendoeiras que se repetem em socalcos, encostas e planícies do nosso concelho.

e a cultura genuinamente mogadourenses.

Não posso deixar de referir também a grande qualidade da nossa gastronomia, que pode ser apreciada em qualquer dos nossos restaurantes, todos eles mestres na confeção das melhores iguarias transmontanas, inspiradas na natureza e no saber regional, os ingredientes perfeitos para uma experiência gastronómica irrepetível.

GR: Num ano em que a vida volta à normalidade, que outros eventos estão previstos para este ano?

AP: Temos vários eventos previstos para 2023. Alguns mais vocacionados para a cultura ou para o desporto, outros mais virados para o comércio, mas todos eles constituem ótimas oportunidades para vir (re)visitar Mogadouro.

A par do seu valor como catalisador de eventos e de atividade turística, a amêndoa é um dos principais produtos agrícolas do nosso território. De facto, o concelho de Mogadouro ocupa a segunda posição entre os concelhos com maior superfície agrícola dedicada ao amendoal em todo o nordeste transmontano.

GR: Na região tem-se aproveitado todo o potencial que a amêndoa pode trazer à economia local?

AP: Ao longo dos últimos anos o amendoal reforçou a sua presença e a amêndoa consolidou-se na fileira dos frutos de casca rija em Portugal, tendo vindo gradualmente a aumentar a sua produtividade e a ganhar cada vez mais importância no âmbito da máquina socioeconómica local.

Em maio vamos realizar, pela primeira vez, o certame internacional Vinhos da Raia/Vinos de la Raya, que tem por objetivo a promoção das atividades e produtos vitivinícolas. Junho será um mês repleto de eventos desportivos, como o Drag Racing, ou os Campeonatos de Ciclismo de Estrada. Julho traz-nos o grande Festival da Terra Transmontana e o Festival Aéreo Red Burros Fly-in. Em outubro realizamos a tradicional Feira dos Gorazes e em novembro repetimos o Encontro Micológico. De forma muito resumida, este é o calendário que todos devem apontar e lembrar no momento de marcar as férias ou uma escapadinha de fim de semana. Nós por cá, continuamos a trabalhar na melhor forma de receber e surpreender quem nos visita e também quem aqui vive todo o ano.

O aumento da procura e do preço da amêndoa nos mercados internacionais influenciou a tendência de produção agrícola local. A amêndoa já fazia parte das nossas culturas tradicionais, mas nos últimos anos, fruto dos incentivos e das tendências comunitários, assistimos a um forte aumento do investimento na reconversão de antigos amendoais, na instalação de novos pomares com recurso a tecnologias modernas e também na indústria transformadora, o que permitiu melhorar a produtividade e conferir um novo dinamismo ao sector.

Enquanto presidente da Câmara tive o cuidado de criar incentivos próprios do Município para incentivar a plantação de amendoal, apoiando as ações de preparação dos terrenos e a sua plantação, através de Regulamento próprio da autarquia, porque não tenho qualquer dúvida de que esta é uma fileira es tratégica para a economia do meu concelho.

GR: Este certame promove também os produtos da terra, numa época em que predomina o fumeiro e o queijo?

AP: É correto. São muitos e bons os produtos da terra que po dem ser apreciados e comprados na nossa Feira Franca. Temos o fumeiro e os queijos, mas também o azeite e os vinhos, o mel e a doçaria, o pão, o folar e as compotas e, claro, o artesanato típico, inspirado nesta encantadora simplicidade do mundo rural. No dia 11 de março temos prevista uma sessão de partilha de ideias com os agentes locais sobre o projeto ‘Origem:Mogadouro’, uma iniciativa totalmente baseada nos produtos locais e vocacio nada para a sua promoção. O projeto funciona como uma marca chapéu que agrega o que de melhor pode ser feito, visto, sentido e vivido neste concelho, unindo o território sob este signo de qualida de e distinção, que identifica os produtos, as empresas, os lugares

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“Esta é uma fileira estratégica para a economia do meu concelho”

De 3 a 5 de março, em 10 restaurantes aderentes

“Coruche à Mesa” mostra gastronomia típica do concelho

A gastronomia típica de Coruche vai estar à mesa em 10 restaurantes do concelho, na trigésima terceira edição das Jornadas de Gastronomia, que vão decorrer no fim de semana de 3 a 5 de março.

O programa, que promete ainda animação e música, recorda também o legado deixado pelo gastrónomo coruchense José Labaredas, que em 1999 editou o livro “Coruche à Mesa e Outros Manjares”, contribuindo para a salvaguarda da cultura gastronómica coruchense. As ementas são disso testemunho.

No fim de semana de 3 a 5 de março, dedicado a homenagear a gastronomia típica local, as “Jornadas de Gastronomia – Coruche à Mesa” reúnem dez dos mais prestigiados restaurantes coruchenses, que apresentam numerosas propostas gastronómicas irrecusáveis ao palato, mantendo os pergaminhos da tradição e tendo como referência a obra do coruchense José Labaredas.

Coruche terá a mesa posta para dar a provar a riqueza da sua gastronomia nos restaurantes Cantinho da Sandra, Coruja Chef, Fonte de Pau, O Coruchense, O Farnel, Ó Manel, Ponte da Coroa, Sabores de Coruche, Stein Grill e Páteo Sorraia.

Entre as propostas de pratos tradicionais nos cardápios das casas que se associam ao certame gastronómico, registadas no livro “Coruche à Mesa e Outros Manjares”, contam-se receitas como sopa de feijão-frade do Couço, febra e cachola de azeite e vinagre, espetadas de vitela brava em pau de loureiro, bacalhau assado com migas, ensopado de borrego ou favada com nacos de vitela brava, tudo acompanhado de vinhos regionais.

Além dos mais genuínos sabores ribatejanos, as iguarias do receituário regional estendem-se à cozinha alentejana, evidente em pratos como entrecosto com migas, cabrito frito à lavrador, carne de porco de alguidar com migas do pingo ou ainda sável frito com açorda de ovas. À sobremesa não deverá faltar arroz-doce, bolo branco e bolos de mel e nozes, entre outras delícias. Tal como, em tempos idos de vigoroso trabalho no campo, quando a lavoura era compensada com uma cozinha rica e cuidada, as Jornadas de Gastronomia sublimam os produtos regionais que ainda hoje assumem protagonismo.

A obra “Coruche à Mesa e outros Manjares”, de José Labaredas, que inspira as Jornadas de Gastronomia, inclui uma recolha exaustiva do receituário regional, povoada por valiosas referências a pessoas e outros saberes, entre as quais um estudo erudito sobre a gastronomia em Gil Vicente. São ainda ali publicados estudos sobre o fumeiro e os enchidos portugueses, as feijoadas lusas e até sobre a gastronomia na obra de Eça de Queiroz.

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De 3 a 12 de março, nos restaurantes locais

Festival de Peixes da Figueira da Foz destaca o sável e a lampreia

O sável e a lampreia estão em destaque no XXXII Festival de Peixes da Figueira da Foz, uma iniciativa da Associação Figueira Sabor a Mar, que vai acontecer de 3 a 12 de março nos restaurantes aderentes.

“Apesar da sua escassez este ano, devido às condições climáticas que se têm feito sentir, estamos em plena época do sável e da lampreia, que é uma daquelas iguarias que desperta amores e ódios de igual intensidade: para combater a repulsa e experimentar ou para consumar a paixão”, refere a organização, em comunicado.

Para a Associação Sabor a Mar, a lampreia “é uma especialidade gastronómica que faz as delícias dos seus apreciadores e arrasta muita gente por este país fora na procura dos melhores locais que a confecionam”.

A foz do rio Mondego “é um local estratégico destas espécies, onde, nesta época, são vários os pescadores que se dedicam à pesca da lampreia, que dizem ser mais saborosa quando capturada antes da desova”. O ciclóstomo entra no estuário do Mondego na Figueira da Foz e sobe o leito do rio para desovar. O sável é tam-

bém um peixe migrador, que deixa o mar para subir os rios na época da reprodução.

Segundo o comunicado, a construção de barreiras ao longo do Mondego (que são as mesmas para a lampreia) “tem sido apontada como uma das principais causas para a redução acentuada destas espécies, embora há anos que abunda à entrada da barra da Figueira da Foz, quando se prepara para subir o rio”. “Por estas razões, a Figueira da Foz é uma cidade com tradição nestas especialidades gastronómicas como sável frito com açorda, sável de escabeche com açorda, arroz de lampreia, lampreia à bordalesa e folhado de lampreia, entre outras.

O presidente da Associação Figueira Sabor a Mar, Mário Esteves, apelou a todos os empresários da restauração para se inscreverem no Festival de Peixes, “porque quanto maior for a participação, maior é o êxito”.

Durante o ano, seguem-se os festivais da Raia, de 14 a 23 de abril, das Caldeiradas, de 16 a 25 de junho, da Feijoada de Búzios, de 8 a 17 de setembro, e do Bacalhau e derivados, de 17 a 26 de novembro. “São 50 dias de festivais de peixe na Figueira da Foz em 2023”, sublinha o comunicado.

Nos dias 11 e 12 de março

Festa do Queijo Serra da Estrela vai decorrer em pleno centro de Oliveira do Hospital

Oliveira do Hospital promove a edição 2023 da Festa do Queijo Serra da Estrela em pleno centro da cidade. Considerada “a maior Festa do Queijo de Portugal”, vai ter lugar nos dias 11 e 12 de março, contando como habitualmente com “centenas de expositores” de produtos endógenos.

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital diz que este evento é responsável pela atração de “muitos milhares de visitantes ao concelho”. José Francisco Rolo acrescenta que “dá uma enorme centralidade a um produto de grande excelência como o queijo Serra da Estrela, assim como a outros produtos endógenos, gerando grandes condições de negócio e riqueza para os seus produtores”.

O autarca salientou que a feira tem a particularidade de “ser uma grande alavanca da economia local”, dando como exemplo as elevadas taxas de ocupação que normalmente se registam nos setores da restauração e da hotelaria. “Vamos todos empenhar-nos na edição de mais uma feira com sucesso, e que mostre ao país o nosso enorme potencial turístico e gastronómico, projetando igualmente uma imagem de grande dinamismo e vitalidade dos nossos produtores, sustentou.

que os visitantes irão encontrar no recinto da festa, centrado no Largo Ribeiro do Amaral e estendendo-se a algumas ruas próximas.

Provas de queijo e vinhos do Dão, tosquias, fabrico de queijo ao vivo, exposição animal fazem parte da programação, que aposta também na promoção do artesanato local. Diferentes artesãos do concelho de Oliveira do Hospital farão demonstrações ao vivo das suas artes. A animação cultural e musical “será uma constante”, com a presença de dezenas de grupos do concelho e da região, que irão atuar pelo recinto da festa e nos vários palcos instalados no certame. Os visitantes poderão ainda assistir a “showcookings”, que terão como base o queijo Serra da Estrela e outros produtos locais de qualidade.

O queijo Serra da Estrela DOP vai ser o “rei” da festa, mas a ele juntam-se centenas de expositores de produtos endógenos, enchidos, vinhos do Dão, mel, artesanato e gastronomia. Para o segundo fim de semana de março estão a ser preparadas várias iniciativas,

A Festa do Queijo Serra da Estrela tem início a 11 de março, às 9 horas, com a transmissão em direto do programa Terra-a-Terra, da TSF. Já na tarde de 12 de março, a emissão do programa “Somos Portugal” da TVI, irá mostrar “a maior festa do queijo do país” nos ecrãs de televisão de Portugal e do estrangeiro.

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O Solar do Vinho do Dão, em Viseu, é o palco do sexto Fórum Regional de Enoturismo, a 8 de março, às 14,30 horas, enquanto no dia seguinte, o Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia, recebe a edição seguinte. A iniciativa é da Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO) e a Ageas Seguros, em parceria com as Comissões Vitivinícolas Regionais nacionais (CVR).

Nos dias 8 e 9 de março em Viseu e Anadia

Dão

e

Bairrada

recebem Fórum Regional de Enoturismo

Com esta iniciativa, a APENO continua a sua caminhada em prol do Enoturismo, abrindo as portas aos agentes económicos das várias regiões vitivinícolas portuguesas para se debaterem os problemas e as soluções num setor que cresce de ano para ano a nível nacional.

Os Fóruns Regionais de Enoturismo têm viajado por vários pontos do país. Foram cinco fóruns, em 2022, bem-sucedidos que decorreram nas regiões de Lisboa Tejo, Setúbal, Alentejo e Algarve. Março é o mês do Fórum Regional do Dão e da Bairrada, nos 8 e 9, no Solar do Vinho do Dão e no Museu do Vinho da Bairrada.

Descentralizar tem sido a palavra-chave da APENO e da Ageas Seguros para se fazer mais e melhor pelo Enoturismo em Portugal. Por isso, a missão, desta vez, é abrir portas a ciclos de debates, em que o foco é discutir os pontos fortes e fracos do enoturismo nacional, com o intuito de se encontrarem soluções para fazer crescer ainda mais um setor já de si em franca expansão, mas com muito mais ainda para dar em território português.

Como primeira associação nacional dedicada em exclusivo ao setor, a APENO, em parceria com a Ageas Seguros, convida assim os agentes económicos das várias regiões vitivinícolas nacionais para debaterem o Enoturismo no mesmo palco, em sessões abertas ao público em geral. A associação viajará de terra em terra para ouvir os principais problemas das diversas regiões e para encontrar, em conjunto, novas abordagens para se fazer o melhor Enoturismo.

“É com muito entusiasmo que nos juntamos, mais uma vez, a uma iniciativa com a APENO. Queremos reforçar o nosso posicionamento no setor de Enoturismo, junto destes profissionais, contribuindo para um setor mais seguro e sustentável. É nosso compromisso estar presentes na vida das Empresas de uma forma relevante, próxima e emocional”, reforça Gustavo Barreto, membro da Comissão Executiva

do Grupo Ageas Portugal.

Por sua vez Maria João de Almeida, presidente da APENO, diz que a associação “nasceu há apenas dois anos, mas já reúne entre os seus associados os melhores players do Enoturismo a nível nacional, sendo que continuamos a crescer todos os dias. Fala-se muito de Enoturismo, mas ainda ninguém tem definições nem números que ajudem a compreendê-lo, entre outras questões que têm de ser debatidas. E, obviamente, a APENO tem estado focada em resolver estas questões e em criar bases sólidas de trabalho para que Portugal seja considerado uma região de referência no Enoturismo a nível mundial”. Nestas sessões, “que fazemos com as CVRs de cada região, ainda teremos uma sessão de formação relacionada com a Prevenção e Gestão do Risco como chave de eficiência do Enoturismo, assim como uma mesa-redonda que irá reunir agentes económicos com espaço para debate. Tenho a certeza de que o resultado será muito positivo, remata Maria João de Almeida.

Já Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão, sustenta que “o Enoturismo é essencialmente uma descoberta dos territórios vinhateiros e, nesse plano, o Dão com a sua história centenária tem muito para mostrar”.

Por sua vez Pedro Soares, presidente da CVR da Bairrada, salienta que “será um prazer recebermos na nossa região este fórum regional, em primeiro lugar, pela importância da partilha do conhecimento que se gera sempre nestes fóruns e depois para reforçar o Enoturismo como complemento da economia do próprio setor vitivinícola”, afirma.

São oradores na sessão em Viseu, para além dos dirigentes da APENO, Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão; Manuel Queirós, diretor de Turismo da Taboadella; Sónia Martins, presidente do Conselho de Administração da Lusovini e um membro da Entidade do Turismo do Centro.

Por sua vez em Anadia, para além de elementos da organização, são oradores Pedro Soares, presidente da CVR da Bairrada; Ana Paula Teixeira, responsável de Enoturismo da Quinta do Encontro; António Nogueira, gestor da Casa do Canto e um dirigente da Entidade do Turismo do Centro.

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Protocolo entre ATA e AMPV aplica-se a 117 municípios

Freguesias vinhateiras vão ter ‘via rápida’ para classificação como “Aldeias de Portugal”

É uma parceria inédita entre a Associação do Turismo de Aldeia (ATA) e a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). O objetivo é impulsionar o potencial turístico dos territórios vinhateiros rurais, acelerando o processo de classificação desses povoados como “Aldeias de Portugal”. No prazo de um ou dois anos, a lista de aldeias classificadas poderá assim passar das atuais 49 para mais de 250.

A Associação do Turismo de Aldeia (ATA) vai assinar a 1 de março com a Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) um protocolo que agilizará o processo de classificação das freguesias de tradição vinhateira que pretendam ser reconhecidas como “Al-

deias de Portugal” e assim beneficiar do reconhecimento que essa chancela representa em termos de genuinidade do território. A marca é gerida pela ATA, que conta atualmente com 49 aldeias classificadas em Portugal e propôs à AMPV uma parceria que ambas as entidades reconhecem como “mutualmente benéfica”, já que persegue o objetivo comum de preservar e promover “o património material e imaterial que é identitário da história e da cultura portuguesas, em particular no que se refere ao mundo rural e ao vinho”.

Na prática, o acordo entre as duas instituições vai funcionar como “uma via rápida para análise de candidaturas” por parte da ATA. Até aqui, essa entidade recebia a proposta de cada aldeia individualmente e só então iniciava a verificação dos pré-requisitos; com o novo acordo, passa a receber candidaturas previamente analisadas pela AMPV, o que logo na fase inicial do processo representará dossiês mais completos, sobre territórios que a organização vinhateira já terá validado relativamente a critérios como ruralidade, tradição agrícola e oferta gastronómica e vínica. Para Teresa Pouzada, presidente da ATA, essa “abertura a novos territórios e a candidaturas mais rápidas” é “encorajadora e estimulante” porque antecipa “o crescimento da comunidade representada por duas instituições que partilham dos mesmos valores, das mesmas ambições e da mesma paixão por aldeias tão únicas

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e especiais do panorama nacional”. Defendendo que a tradição vinícola é “claramente indissociável” da ruralidade portuguesa e da história agrícola e económica do país, a presidente da ATA lembra que o vinho luso constitui uma das principais exportações nacionais e afirma: “Toda a oferta turística que explore as origens de um produto com esta boa reputação será certamente um fator de atratividade para o turista nacional e estrangeiro, e, nesse contexto, as freguesias vinhateiras poderão oferecer aos visitantes programas mais autênticos e genuínos sobre a vinha, a transformação da uva e as tradições relacionadas com matéria-prima e produto final”.

ranque deste processo os nossos atuais 117 municípios indicarem duas a três freguesias com tradição vitivinícola, só nesta fase inicial estaremos a falar de 200 a 300”, antecipa.

Processo de classificação tem de envolver a comunidade da aldeia

Já José Arruda, secretário-geral da AMPV e porta-voz dos 117 municípios que constituem essa estrutura, reconhece “um potencial enorme à marca ‘Aldeias de Portugal’” e revela-se otimista quanto ao “contributo que este projeto com a ATA representa para a valorização dos territórios de baixa densidade”. Por isso mesmo, defende: “Ao associarmos a este projeto a nossa recém-criada Rede das Freguesias Vinhateiras de Portugal e ao trabalharmos em conjunto, estamos a criar ainda mais potencialidades para a promoção do turismo de proximidade”.

A oferta local de gastronomia, vinhos e outros produtos regionais é critério de avaliação na candidatura à classificação como “Aldeias de Portugal”, mas a comissão de especialistas constituída para verificar esses requisitos analisa ainda outros aspetos, como o estado de conservação do edificado local, o seu património histórico e cultural, a acessibilidade viária ao povoado e a oferta de atividades ligadas à agricultura e ao setor primário. A ATA aprovará as aldeias que cumpram a maioria desses requisitos e evidenciem uma proporção adequada de fatores de atração turística, mas, independentemente disso, o que não poderá faltar ao processo é o comprometimento da população local numa missão de valorização que se pretende partilhada e integrada.

Quanto ao número de povoados com tradição vinícola com potencial efetivo de classificação como “Aldeias de Portugal”, José Arruda é comedido nas expectativas, mas ainda assim prevê uma significativa adesão, na proporção precisa da nova Rede de Freguesias Vinhateiras. “Se no ar-

Nessa perspetiva, todas as candidaturas implicam a criação de um comité de representantes da aldeia, nomeadamente da câmara municipal e junta de freguesia, das associações locais, dos proprietários e comerciantes, e de outros agentes relevantes com participação ativa na vivência real da comunidade. Caberá a esse coletivo acompanhar todo o processo de classificação e fazer a devida ligação à restante comunidade, até porque, como defende Teresa Pouzada, “não adianta ter um projeto de valorização e desenvolvimento para uma aldeia se a população dessa mesma aldeia não tiver interesse nele nem se quiser envolver neste esforço comum”.

ANPROMIS comemorou 35 anos e realizou Congresso Nacional do Milho

No ano em que celebra 35 anos, a Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS) mobilizou cerca de 900 pessoas, dos quais 300 alunos, para participarem no XIV Congresso Nacional do Milho, que decorreu em Santarém, revelando assim mais uma vez a reconhecida capacidade mobilizadora da organização.

Em Santarém, cidade que se designa como capital da agricultura de regadio, foram muitos os agricultores, técnicos e académicos que se juntaram para discutir vários temas desde o papel da agricultura na geopolítica mundial até ao PEPAC, passando pelo regadio e a energia, questões centrais na agricultura nacional.

O XIV Congresso Nacional do Milho foi também um momento para assinalar os 35 anos da ANPROMIS, com um vídeo comemorativo e, à semelhança do que aconteceu no 25.º aniversário, ex-ministros da agricultura juntaram-se para debater o futuro da agricultura portuguesa.

Após dois dias de debate, a ANPROMIS conclui que o congresso “revelou, mais uma vez, a grande capacidade mobilizadora da fileira do milho que como nenhuma outra no nosso país, mobiliza

pessoas e dinamiza iniciativas e sustentou que a agricultura é essencial para a segurança alimentar do mundo. Num mundo que vive uma situação geopolítica imprevisível, é importante a Europa garantir a segurança alimentar dos seus cidadãos e definir uma estratégia agrícola que defenda os Estados-membros”.

Além disso, “os desafios do setor agroalimentar passam também por assegurar que os mais desfavorecidos continuam a ter acesso a alimentos produzidos de forma segura e com qualidade, sendo que a situação geopolítica mundial traz novos desafios aos agricultores que têm de continuar a produzir alimentos, apesar dos custos crescentes da energia e dos fatores de produção”.

A ANPROMIS lembra que o agricultor “é um agente energético, tende a produzir energia, mas compra também muita dela. A energia é assim um dos grandes desafios dos agricultores de regadio pelo que urge pensar novas estratégias, sendo que uma delas passa por produzir a própria energia com a colocação de painéis fotovoltaicos nas explorações agrícolas”.

Por outro lado, “a água e o desenvolvimento rural estão indiscutivelmente ligados no mediterrâneo, pelo que não podemos conceber um desenvolvimento territorial sem uma agricultura bem implementada e que traga rendimento aos agricultores. Num período marcado pelas alterações climáticas, o nosso país deverá apostar de forma decidida na expansão de novas áreas regadas, no reforço das reservas de água existentes e na reabilitação

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Iniciativa decorreu em Santarém

de alguns dos perímetros de rega mais antigos”.

Das conclusões deste congresso ficou evidente que “a ajuda ligada prevista no âmbito do PEPAC para o milho grão e para o milho silagem constitui um sinal bastante positivo para esta fileira. Revela-se, no entanto, fundamental que a mesma vá sendo ajustada em função do decréscimo do pagamento base previstos para esta cultura até 2026”.

A ANPROMIS defende que “é imperioso que o PEPAC na sua vertente ambiental (eco-regimes e medidas agro-ambientais) seja ajustado às reais necessidades do sector agrícola, nomeadamente com a criação de uma medida no âmbito da agricultura de precisão”. Por outro lado, “ao nível da Produção Integrada e da medida do Uso Eficiente da Água é imperioso que tanto as normas como as tabelas de dotação de rega, sejam ajustadas à realidade agrícola nacional, sob pena de se excluir deste apoio uma vasta área do nosso território”.

concentração da oferta, são fundamentais à competitividade da agricultura portuguesa e o seu contributo deve ser reconhecido através do reforço das suas atribuições no âmbito do novo PEPAC, discriminado muito positivamente os agricultores que comercializam a sua produção através delas”.

Assim, “face aos crescentes efeitos das alterações climáticas que se fazem sentir em grande parte do território europeu, a Assembleia Geral da CEPM que reuniu no âmbito deste Congresso, concluiu que a União Europeia deve olhar para o regadio de uma forma muito mais atenta e desassombrada, pois a falta de precipitação está a afetar um número crescente de Estados-membros. A CEPM registou com especial agrado a decisão do Tribunal Europeu de considerar as técnicas de mutagénese in vitro como não estando sujeitas à Diretiva dos OGM, o que facilitará certamente a implementação das Novas Técnicas Genómicas no espaço europeu com evidentes benefícios para o sector do milho”.

Este congresso realçou que “as Organizações de Produtores (OP), como estruturas essenciais para a

Deste modo, “urge o Ministério da Agricultura reforçar o seu peso político dentro da orgânica do Governo, de forma a defender com a devida veemência um sector que se revela tão importante para a coesão do nosso território”.

Revelou o presidente da Câmara à Gazeta Rural

Câmara quer classificar Vale do Guadiana e a Serra de Serpa como ‘SIPAM’ da UNESCO

A Câmara de Serpa está a trabalhar para classificar a região do Vale do Guadiana e a zona da Serra como Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial (SIPAM), que o presidente da autarquia considera de grande importância para o concelho. Com programa SIPAM, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) ajuda a preservar o patrimônio agrícola que protege a biodiversidade essencial ao nosso meio ambiente, proporcionando meios de subsistência para as comunidades rurais.

João Efigénio Palma, em entrevista à Gazeta Rural, falava da importância do setor primário do concelho, mas também do sucesso que foi mais uma edição da Feira do Queijo do Alentejo, num ano em que bateu o record do número de participantes, com 140 expositores, com queijos DOP de diferentes regiões do país e da vizinha Espanha, mas também na afluência de visitantes.

Gazeta Rural (GR): A Feira cumpriu o objetivo?

João Efigénio Palma (JEP): Sim, estava cá tudo o que estava à espera nos 140 expositores. Para nós é muito gratificante ter este número de stands, não por ser um recorde, mas isto mostra a importância que a feira tem, bem como a adesão dos empresários e dos visitantes. Significa também que é uma aposta ganha.

GR: Enquanto presidente de Câmara, como se sente realizando uma das mais importantes feiras do queijo do país?

JEP: Sinto isso com orgulho, mas temos de reconhecer que isto é fruto da dinâmica dos nossos empresários, do trabalho realizado pela comissão promotora da feira e também dos trabalhadores da autarquia, que se empenham para realizar este evento. Agora, é gratificante porque este evento começa a ter ‘nome’ e a atrair cada vez mais visitantes e isso, para nós, é importante, porque promovemos os produtos locais, que são de qualidade, mas também o concelho, a cultura, com o Cante, e o patri-

mónio, porque além de estarmos a divulgar o que de melhor temos, como o vinho, o queijo, os enchidos, o azeite e o mel, estamos também a promover o território, como a paisagem, o património construído.

GR: Trazendo a esta feira queijos de todo o país e da vizinha Espanha?

JEP: É verdade. Trazemos à nossa feira queijos DOP de vários regiões do país, como Azeitão, Serra da Estrela e outros, mas também da vizinha Espanha, o que mostra a projeção da feira, que não se resume a ser uma ‘feirinha’ da região.

GR: Quem vem a Serpa vê olival, mas o setor primário do concelho é muito mais que isso?

JEP: É. O olival atingiu uma grande predominância, acima de tudo porque é superintensivo e marca profundamente a paisagem. Contudo Serpa tem muito mais do que olival. Continuamos a ter as produções tradicionais, como o olival e a pecuária, mas também uma zona, talvez porque o Alqueva não chegou lá, ainda com a natureza intacta, como é o Vale do Guadiana, e a Serra de Serpa, com montado e pecuária extensiva, que é a região de excelência onde é produzido o leite para o queijo de Serpa.

GR: Essa zona é especial para o concelho?

JEP: Claro que sim, porque é a zona onde predomina ainda o nosso modo de vida tradicional, porque reflete a flora da região. Neste aspeto, está a haver um trabalho importante no sentido de tentar classificar essa zona como Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial (SIPAM). Estamos a fazer um esforço neste sentido, para, com esse reconhecimento, contribuir para que as pessoas continuem ali a viver e a explorar o que há muitos anos fazemos.

GR: É preciso defender e manter vivas essas zonas rurais do interior?

JEP: Naturalmente que sim. O interior precisa de desenvolvimento, precisa de novas produções, precisa de indústria, mas também necessitamos de manter o património natural dessas regiões.

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Representou, no último ano, 3,4% das exportações nacionais

Exportações da Fileira do Pinho alcançam novo recorde em 2022

Os últimos indicadores de Comércio Internacional do Instituto Nacional de Estatística (INE), analisados pelo Centro PINUS, revelam um aumento que supera em mais de 581 mil milhões de euros o valor registado em 2021, ano em que também se registou um recorde no histórico das exportações portuguesas da Fileira do Pinho em mais 437 milhões de euros (+25% comparativamente a 2020).

A Fileira do Pinho representou, no último ano, 3,4% das exportações nacionais e 37% das exportações das indústrias da Fileira Florestal. “Estamos bastante satisfeitos com a evolução crescente das exportações na Fileira do Pinho e com um maior reconhecimento externo dos produtos de alto valor acrescentado produzidos em Portugal. Este crescimento afirma a capacidade de adaptação e a resiliência das empresas deste setor”, evidencia João Gonçalves, presidente do Centro PINUS.

De salientar que estes resultados refletem o aumento da procura de madeira e de resina de pinho justificadas por tendências como o aumento da utilização de madeira em construção ou em embalagens de papel usadas nas vendas online e impul-

sionadas pelas políticas de substituição de produtos da base fóssil.

O subsetor do ‘mobiliário’ continua a destacar-se como o que mais exporta, alcançando em 2022 também um novo recorde de mais 933 milhões de euros (+26%). Nesse mesmo ano, os subsetores “papel e embalagem” e “painéis” alcançaram 586 milhões de euros e 240 milhões de euros, respetivamente, o que representou para ambos os setores um crescimento de 24% e a “madeira” exportou 522 milhões de euros (+18%).

“O aumento das exportações em valor é muito expressivo, mas, em volume, as exportações de alguns subsetores devem ter estagnado ou caído, nomeadamente o dos painéis de madeira (madeira, resinas, energia). Tal reflete o impacto do aumento do custo das matérias-primas a que assistimos em 2022, especialmente depois da invasão da Ucrânia pela Rússia”, analisa Rui Correia, CEO da Sonae ARAUCO, um dos associados do Centro PINUS.

Adicionalmente, a “resina” também cresceu 19%, com vendas ao exterior no valor de 201 milhões de euros (+19%). “Há razões para olharmos para estes números com otimismo por todos os factos apresentados anteriormente sobre a resina natural portuguesa e pelo aumento da procura por produtos naturais e sustentáveis em todo o mundo”, salienta Marco Ribeiro, presidente da RESIPINUSAssociação de Destiladores e Exploradores de Resina.

“Além disso, Portugal integrando a Resina Natural no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mostra a sua crença no setor e

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As exportações de bens da Fileira do Pinho aumentaram 28% e alcançaram o valor recorde de 2,7 mil milhões de euros em 2022. Representou, no último ano, 3,4% das exportações nacionais e 37% das exportações das indústrias da Fileira Florestal.

incentiva a produção e a exportação de produtos florestais, incluindo a resina natural, como parte de sua estratégia de desenvolvimento sustentável”, acrescenta. Os ‘pellets’ continuam a ser o subsetor com menos impacto nas exportações da Fileira do Pinho, mas, em 2022, foi o subsetor que teve o maior crescimento com 59% face a 2021, totalizando mais 108 milhões de euros de vendas ao exterior. O aumento da procura internacional de pellets enquadra-se no contexto de disrupção do setor energético provocado pela guerra na Ucrânia.

Com base nos dados apurados pelo Centro PINUS, o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão, João Ferreira do Amaral comenta que “2,7 mil milhões de euros representam cerca de 1,2% do PIB&quot. Trata-se de um valor extraordinário que revela o excelente momento da indústria da Fileira bem como a sua capacidade de inovação e de inserção no mercado mundial. O crescimento é tanto mais significativo quanto se segue a um crescimento já muito elevado em 2021 (25%)”.

Segundo o economista, “a capacidade da indústria fica assim amplamente demonstrada, tornando-se cada vez mais urgente uma política efetiva e continuada de desenvolvimento florestal, em particular do pinheiro-bravo, para que as limitações da produção de matéria-prima não ponham em causa o dinamismo da indústria”.

A ascensão nas vendas ao exterior da Fileira do Pinho em 2022 acompanhou o crescimento de 23% de exportações nacionais de bens e o desempenho positivo das exportações nacionais das restantes indústrias florestais que também registaram um aumento de 28%, comparativamente a 2021.

Refere a Associação de Desenvolvimento Regional local

Amendoeira em flor considerada

“poderosa atração” dos territórios do Côa

A Associação de Desenvolvimento Regional (ADR) Territórios do Côa considerou que a amendoeira em flor é “uma poderosa atração” turística dos municípios de Vila Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo.

“A amendoeira em flor tornou-se uma das atrações naturais mais importantes nos meses de fevereiro e março na zona transfronteiriça entre os rios Côa e Douro, razão pela qual os municípios portugueses de Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa - associados da Territórios do Côa - ADR, programaram uma série de atividades para seduzir os turistas e visitantes portugueses e espanhóis”, referiu a coordenadora da associação.

Segundo Dulcineia Catarina Moura, “em ambos os concelhos, que fazem fronteira com as províncias espanholas de Zamora e Salamanca, a amendoeira começou a florir, como de costume, o que surpreende os visitantes, uma vez que se trata de uma explosão floral que envolve grande parte do território com as cores rosa e branca da flor da amêndoa”.

Para a associação Territórios do Côa, com sede em Vilar Formoso, “este momento proporcionado pela Natureza e pela garantia de uma oferta cada vez mais abrangente e de qualidade a cargo dos municípios e dos agentes privados é uma oportunidade para os turistas e visitantes virem até à região e tomarem conhecimento do potencial identitário deste esplendoroso território”.

Dulcineia Catarina Moura referiu que, no caso do concelho de Vila Nova de Foz Côa, o “Festival das Amendoeiras” decorrerá até 5 de março, com atividades especiais durante os fins de semana.

O vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, Pedro Duarte, referiu que a autarquia pretende utilizar o programa concebido para “atrair todo o tipo de público”, com especial destaque para os espanhóis.

Já no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, limítrofe do Parque Natural das Arribas do Douro Espanhol, o município concebeu um programa específico para turistas durante a época das amendoeiras em flor. “Para além de uma feira com expositores de todo o tipo de artesanato local, Figueira terá atividades musicais, visitas guiadas às amendoeiras em flor e eventos desportivos, tais como um Raid TT”, referiu a Territórios do Côa.

O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso recordou que o festival das amendoeiras em flor está na sua 82.ª edição e é o cartaz turístico “mais antigo da região”.

A Associação de Desenvolvimento Regional Territórios do Côa, com sede em Vilar Formoso, tem como associados os municípios de Penamacor, Sabugal, Almeida, Pinhel, Trancoso, Mêda, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa.

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Na edição de 2023 do programa das Amendoeiras em Flor

Município de Foz Côa e CP promovem turismo ferroviário e a cultura

O município de Foz Côa, no distrito da Guarda, e a CP estabeleceram uma parceria para promover o território que junta o turismo ferroviário e a cultura para a edição de 2023 do programa das Amendoeiras em Flor.

“Na edição de 2023 da rota da Amendoeiras em Flor foi estabelecida uma parceria entre a CP e a Câmara de Vila Nova de Foz Côa para a promoção do território, juntando turismo ferroviário e cultura. Trata-se da primeira Rota a ser adaptada ao novo modelo de turismo ferroviário promovido pela CP”, indicam os promotores da iniciativa. De acordo com a mesma fonte, o objetivo passa por conhecer a região do Douro a bordo de um comboio histórico e com vista privilegiada para as amendoeiras, onde será possível degustar doces tradicionais deste território duriense.

A Rota Turística das Amendoeiras em Flor é uma das mais antigas levadas a cabo pela CP – Comboios de Portugal. A iniciativa apresentada no Centro de Alto Rendimento (CAR) do Pocinho, contou com a presença do presidente da CP, Pedro Moreira, e do presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, João Paulo Sousa, que destacaram “a importância histórica da linha do Douro e desta região, que é Património Mundial da Humanidade”. “Estes novos produtos turísticos da CP têm como objetivo uma nova política de turismo ferroviário e, ao mesmo tempo, a coesão territorial”, referiu Pedro Moreira, frisando ainda que “esta viagem, a bordo do comboio Miradouro, é a forma mais sustentável de conhecer e visitar esta região classificada como Património Mundial”. O presidente da CP reiterou que esta experiência só é possível “porque os trabalhadores da CP conseguiram recuperar as

panorâmicas e históricas carruagens que, infelizmente, estavam abandonadas”.

Já o presidente da Câmara de Foz Côa, João Paulo Sousa, destacou a importância histórica que a linha do Douro tem para toda a região duriense e em especial para o concelho de Foz Côa. “O município [de Foz Côa], em parceria com a CP, decidiram este ano reformular o programa da Rota das Amendoeiras em Flor, e estruturar um programa turístico exclusivo para o concelho de Foz Côa”, afirmou João Paulo Sousa na apresentação desta iniciativa turística. Segundo o autarca, o município de Foz Côa, “pretende seduzir o turista que escolhe a ferrovia para visitar este território do Douro Superior, e contemplar o espetáculo natural que são as Amendoeiras em Flor”. Estão programadas sete viagens. O percurso será feito pela linha do Douro, entre Porto-São Bento e o Pocinho, e faz-se todos os sábados e domingos até 18 de março. Os participantes vão poder desfrutar do espetáculo que é ver as amendoeiras em flor e também visitar o Museu do Côa, um dos maiores museus portugueses, que celebra o encontro dos dois patrimónios mundiais da região: a Arte Pré-histórica do Vale do Côa e a Paisagem Vinhateira do Douro.

A grande novidade desta edição é o facto de os passageiros puderem degustar doces regionais, artesanais e típicos do Marco de Canaveses durante a viagem. Na ida, vão provar as famosas Fatias do Freixo, uma iguaria de origem conventual com uma tradição de dois séculos. Estes doces são ‘herdeiros’ do pão-de-ló e são produzidos desde 1819, pela Casa dos Lenteirões, com apenas ovos, açúcar e farinha.

Já durante a viagem de regresso, será possível saborear as não menos famosas cavacas (ou Doces do Freixo) do Marco de Canaveses, também produzidas pela Casa dos Lenteirões, que aposta na preservação da qualidade das receitas e produtos, e cujos doces eram presença obrigatória nos banquetes dos reis.

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Projeto-piloto promove alimentação sustentável na CIM Viseu Dão Lafões

Iniciativa tem como objetivo promover a dieta mediterrânica e combater o desperdício alimentar nomeadamente junto da comunidade escolar da região, investimento ultrapassa os 240 mil euros. Desenvolvido numa parceria alargada entre os Grupos de Ação Local (GAL) e a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, este ambicioso projeto-piloto, assente na produção e no consumo locais, pretende, a longo prazo, contribuir para a adoção de uma nova estratégia alimentar na região. O projeto “Identidade Alimentar em Viseu Dão Lafões” resulta de uma candidatura conjunta ao Plano Nacional da Alimentação Equilibrada e Sustentável (PNAES) de cinco entidades e tem como foco principal de atuação um projeto piloto em algumas escolas da região. O investimento total ultrapassa os 240 mil euros.

Os objetivos gerais do projeto consistem na promoção da dieta mediterrânica e da literacia alimentar, assim como a educação e o combate ao desperdício alimentar, através de ações de sensibilização para uma alimentação sustentável e equilibrada.

Para alcançar estes objetivos, associaram-se os quatro GAL que intervêm no território abrangido pela Comunidade Intermunicipal. Mais concretamente, estão envolvidas a Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Serras do Montemuro Arada e Gralheira (ADRIMAG) (Castro Daire e São Pedro do Sul) que é a entidade coordenadora da parceria, a Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD) (Aguiar da Beira, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão), a Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) (Oliveira de Frades, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela) e a Associação de Desenvolvimento Local (ADICES) (Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Tondela), e a CIM Viseu Dão Lafões que integra os 14 municípios da região.

Com a iniciativa “Identidade Alimentar em Viseu Dão Lafões”

Com investimento superior a 260 mil euros

Rota dos Moinhos de Portugal foi oficialmente constituida

Foi oficialmente constituída a rede nacional Rota dos Moinhos de Portugal, desenvolvida pelos Municípios de Nelas, Albergaria-a-Velha, Águeda, Sever do Vouga e Vagos, após a distinção do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) e do Turismo de Portugal e garantido o financiamento público.

A apresentação da rota teve lugar nos Paços do Município de Albergaria-a-Velha, sendo a autarquia local a entidade líder do projeto, que vai implicar, numa primeira fase, um investimento de 269 mil euros, 90% dos quais financiados pelo Turismo de Portugal.

A Rota dos Moinhos de Portugal propõe trabalhar os moinhos e os elementos a si associados como um produto turístico, com as ações a incidir inicialmente nos cinco municípios fundadores do projeto, mas com a ambição de integrar outros municípios e entidades que têm como objetivo a preservação e a promoção do

património molinológico nacional. Com a criação da rota pretende-se estruturar e centralizar a oferta existente que permita aos turistas visitar os destinos de forma informada, usufruindo de um ecossistema que lhes permita viver a experiência na sua plenitude.

Com um produto turístico inclusivo e acessível, prevê-se capacitar os territórios, valorizar as comunidades locais e os seus saberes, atraindo assim mais fluxos de visitantes. Com mais turistas a circular numa rota abrangente, unida pelo seu património molinológico, é possível aumentar a estadia, o número de dormidas e consequentemente as receitas dos agentes turísticos, enquanto se preserva um património único.

Nos municípios de Albergaria-a-Velha, Águeda, Nelas, Sever do Vouga e Vagos existem, atualmente, 34 moinhos visitáveis, bem como vários programas de experiências (oficinas de confeção de pão, desportos radicais, visitas encenadas, trilhos, eventos temáticos) e percursos de visitação que podem ser mais bem estruturados e potenciados numa lógica de trabalho em rede. Salienta-se igualmente que nos cinco municípios existem 37 empreendimentos turísticos, 169 alojamentos locais, 32 agentes e animação turística e 242 restaurantes.

Até ao final de 2024, a Rota dos Moinhos de Portugal vai implementar ações, como criar e definir o referencial de qualidade e os critérios para a adesão à Rota dos Moinhos; capacitar os aderentes e agentes económicos; desenvolver e estruturar programas de visitação e experiências; criar a identidade gráfica, materiais comunicacionais e sinalética; e desenvolver ações de promoção e comunicação.

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Estrelacoop já iniciou o processo

Candidatura do queijo Serra da Estrela DOP a património da UNESCO está em preparação

A Estrelacoop - Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela iniciou o processo de candidatura do queijo Serra da Estrela DOP (Denominação de Origem Protegida) a Património Imaterial Mundial da UNESCO, disse o seu presidente. Segundo Joaquim Lé de Matos, o processo tem dois momentos - o primeiro relacionado com a criação da equipa técnica e científica que vai preparar a candidatura e o segundo diz respeito à angariação de fundos para suportar a preparação do processo a submeter à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

lho de preparação da candidatura “é capaz de demorar um ano e meio, dois anos”. “Eu até apontava para 2024 [para] que nós já tenhamos o processo todo completo, mas é todo um trabalho [que está] ainda por realizar, e vamos trabalhar para isso”, prometeu. Joaquim Lé de Matos referiu que já reuniu com as “potenciais pessoas que vão fazer parte da coordenação da equipa técnica e científica”. O propósito da Estrelacoop é ver reconhecido o processo do “saber fazer” do queijo Serra da Estrela, produzido com leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, e que remonta ao século XI.

“Já temos uma equipa identificada e neste momento estamos na fase de angariação de fundos. É um processo oneroso, mas a Estrelacoop está a dar os passos de forma que isto seja uma realidade”, disse aquela responsável.

O presidente da Estrelacoop gostaria que este ano estivesse fechado o processo relacionado com a equipa técnica e as fontes de financiamento da candidatura. Já o traba-

O dirigente adiantou que na candidatura serão envolvidos todos os parceiros relacionados com a produção do queijo Serra da Estrela DOP, incluindo as Câmaras Municipais que integram a Região Demarcada (Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu).

A Estrelacoop, que tem sede em Celorico da Beira, no distrito da Guarda, é o agrupamento gestor da DOP dos queijos Serra da Estrela e Serra da Estrela Velho, do requeijão Serra da Estrela e do borrego Serra da Estrela.

Na Chamusca o primeiro fim de semana de março é marcado pelo Festival do Cogumelo da Parreira. O certame, que já vai na sua sexta edição, apresenta este ano um espaço dedicado exclusivamente à confeção de sushi, decorre no centro da charneca ribatejana da Chamusca e junta gastronomia, petiscos, animação musical, cozinha ao vivo, passeios e workshops, exposição de produtores e de agentes económicos do setor.

De 3 a 5 de março, no concelho da Chamusca

Festival do Cogumelo da Parreira promove produto endógeno da charneca

O VI Festival do Cogumelo da Parreira realiza-se este ano de 3 a 5 de março. O evento de dinamização e promoção territorial, com base num produto endógeno da charneca, o cogumelo, é organizado em parceria pelo Município da Chamusca e pela União de Freguesias de Parreira e Chouto. Este evento foi criado há seis anos com o objetivo de promover um produto típico do concelho da Chamusca, que tem um peso relevante na economia local da freguesia da Parreira e localidades limítrofes.

O certame conta com a realização de sessões de showcooking, com a presença de chefs de cozinha de destaque, entre os quais José Maria Lino (3 de março), Chef Executivo no Restaurante Vila Hotel e proprietário da “Mercearia do Zé Maria” (Benavente), onde comercializa produtos tradicionais de várias regiões do país (queijos, vinhos, enchidos, azeites, doces, conservas e afins), que vem confecionar uma Paella Vegetariana de Cogumelos; Fernando Semedo (4 de março), conhecido como “Chef Sem Medo”, proprietário e Chef da boutique The Cookie Cake, inaugurada em setembro do ano passado, em São Bento (Lisboa) e Fábio Bernardino (5 de março), Chef e professor na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.

Uma das novidades deste ano é o espaço Sushimelo, dedicado exclusivamente à confeção de Sushi pelo Chef Rafael Castanheira, que criou o conceito ‘MoiSushi’, um serviço de “sushi confecionado no domicílio”, que leva a gastronomia japonesa à casa dos clientes.

A animação musical está garantida com os concertos de Baila Maria (3 de março), Maninho (4 de março) e de Emanuel Moura (5 de março). A música promete continuar pela noite dentro, com o espetáculo dos Funk Boys e do DJ African Groove, sexta-feira e sábado, respetivamente.

O programa inclui ainda o workshop “Cultivo de Cogumelos” (4 março), demonstração de “Como cozinhar cogumelos desidratados” pela micológica Marta Ferreira, passeios micológicos, no dia 4 de março, sob a orientação da engenheira Marta Ferreira (10H00) e no dia 5 de março sob a orientação do engenheiro Ricardo Torres (10H00).

O VI Festival do Cogumelo da Parreira conta ainda com um encontro de Motores (4 de março às 10 horas) e um encontro de Sketchers (5 de março às 10 horas), com um espaço de pinturas faciais para crianças, com expositores locais e nacionais, artesanato e espaço de restauração. Do programa faz parte, também, a realização do concurso “Caixa Mistério em Família 2023” (5 de março). O certame decorre no recinto de festas da Parreira e tem entrada é livre.

Rua Capitão Salomão, nº 121-123 | 3510-106 VISEU | Telefone: 232 411 299 | E-mail: novelgrafica1@gmail.com (chamada para a rede fixa nacional)

Há fumeiro e sabores da Beira até ao primeiro fim de semana de março

Cerca de 70 expositores marcam presença na edição 2023 da Feira do Fumeiro, dos Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, numa iniciativa do Município de Trancoso e da Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA). O certame prolonga-se até ao primeiro fim de semana de março.

Na sessão de abertura, o presidente da Câmara de Trancoso salientou que “a agricultura, a alimentação e a veterinária são fundamentais para o país e em particular para o nosso concelho”, pois “só com o cultivo da terra e graças ao trabalho árduo das mulheres e dos homens que, com muitas dificuldades ao longo de todos os dias do ano, tratam dos animais, cuidam das hortas, das vinhas, dos soutos, dos olivais, das plantas e das florestas é que se conseguem produzir os produtos de excelência que aqui estão expostos nesta feira”.

Amílcar Salvador deixou uma palavra de alento “aos agricultores, aos pastores, às queijeiras e aos empresários e trabalhadores das empresas do ramo dos enchidos, do fumeiro e dos laticínios”, pois “todos merecem a nossa homenagem, a nossa ajuda e o apoio do Governo e do poder local”.

O autarca de Trancoso lembrou que “Trancoso é uma terra de grandes feiras, de grandes mercados e de grandes eventos”, recordando que este ano “assinalamos os 750 anos da Feira de S. Bartolomeu, criada em agosto de 1273 por D. Afonso III”. Amílcar Salvador disse que a feira decorrerá de 11 a 20 de agosto e que “estão já previstas diversas iniciativas, a realizar ao longo de todo o ano, para comemorar este evento com a dignidade que merece”.

5 a 7 de Setembro 2023 agroglobal.pt Santarém
No Pavilhão Multiusos de Trancoso

Com dois espaços de cerca de 1.000 metros quadrados

Centro de Portugal

é destino nacional convidado na Bolsa de Turismo de Lisboa

A Turismo Centro de Portugal (TCP) assumiu-se como uma das “protagonistas” da BTL, dispondo de dois espaços, com um total de cerca de 1.000 metros quadrados (m2), para mostrar aos visitantes e profissionais do setor “as principais valências e mais-valias turísticas da região e dos municípios que a compõem”.

A entidade regional de turismo, que congrega 100 municípios, terá um stand principal com 918 m2, prometendo “surpreender pela operacionalidade, arrojo e atratividade do espaço, que procura sair dos lugares-comuns, e tornar a visita ao stand ela própria uma experiência”, observou a TCP.

Acrescentou que o espaço instalado no pavilhão I da Feira Internacional de Lisboa (FIL) “será o palco de um vasto programa de animação e de apresentações de múltiplos projetos, representativos dos principais produtos turísticos da região e que estão alinhados com as tendências da procura turística e do comportamento do consumidor”.

Estarão presentes no stand principal da TCP as oito comunidades intermunicipais da região Centro (Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Médio Tejo, Oeste, Região de Aveiro, Região de Coimbra, Região de Leiria e Viseu Dão Lafões), sete Redes Colaborativas – iNature, Aldeias do Xisto, Aldeias Históricas de Portugal, Aldeias de Montanha, Rota Histórica das Linhas de Torres, Terras da Transumância e Caminhos da Fé no Centro de Portugal -, as cinco Comissões Vitivinícolas (Bairrada, Beira Interior, Dão, Lisboa e Tejo) e quatro instituições e associações (Centro de Portugal Film Commission, Estações Náuticas, Universi-

de Turismo de Lisboa (BTL), que se realiza de 1 a 5 de março na FIL - Feira Internacional de Lisboa. A região repete o estatuto, após já o ter sido em 2018, e que lhe permite ter a maior presença de sempre.

da

dade de Coimbra e Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior).

O stand integra ainda o município nacional convidado da edição 2023 da BTL (Aveiro), seis espaços de ativação institucional – município de Castanheira de Pera, New Hand Lab, Museu do Caramulo, Termas Centro, Gliding Barnacles e Licóbidos - e 14 empresas do setor turístico.

De acordo com o comunicado, a conceção do espaço “obedeceu a cinco princípios fundamentais”: a sustentabilidade (dos materiais do stand e de todas as iniciativas), a digitalização (com recurso constante às novas tecnologias de comunicação e informação), redes colaborativas (com parcerias com diversos atores regionais e nacionais), a diversidade (com múltiplos produtos turísticos e projetos a marcar presença na programação) e a Criatividade e a Inovação, argumentando os promotores que “em todos os cantos do stand haverá espaço para criar e inovar”.

Pela primeira vez, a TCP terá um espaço complementar ao stand principal na BTL, denominado “Inovar e Empreender”, que irá reunir “um conjunto de ‘startups’ e incubadoras de empresas do Centro de Portugal, que representam alguns dos melhores exemplos de inovação e empreendedorismo ligados ao setor turístico” da região, adianta.

Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, observou que o stand principal pretende “promover a grande diversidade da região Centro de Portugal, de forma concertada, identitária e coerente”, agrupando num só espaço todas as marcas regionais “tanto em termos de território, como em termos de produto turístico”.

Por outro lado, o dirigente da TCP notou que ao ser destino nacional convidado da BTL, a entidade regional de turismo poderá “mostrar de forma ainda mais assertiva a dinâmica que se vive na atividade turística da região”.

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A Turismo Centro de Portugal é “Destino Nacional Convidado” da edição deste ano
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