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Sumário
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Câmara do Pombal prepara Feira Nacional da Floresta Feira de São Marcos destaca o cavalo e mostra sector agropecuário
“Vamos aproveitar os 35 anos da OVIBEJA para fazermos uma grande feira”, diz presidente da ACOS
Sever do Vouga promove Feira Quinhentista e ‘recua’ até 1514
A festa está de regresso às Aldeias Históricas de Portugal Sabores do Toiro Bravo são atracção gastronómica em Coruche
Saberes e sabores da serra algarvia na Feira do Campo em Furnazinhas
Arcos de Valdevez prepara edição 2018 do Festivinhão Investigação para reduzir impacto do calor e seca na vinha premiada no Douro Enóphilo Wine Fest é “um tributo aos vinhos de Portugal” Debora Corn Mar no bálsamo
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‘Reserva 2015’ da Adega da Corga bem recebido pelos consumidores
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“Agro-Batoréu” e “Quinta da Lapa” vencem Concurso de Vinhos do Concelho de Azambuja
Cartaxo recebeu concursos do Melhor Vinho na Produção do Concelho do Cartaxo e do Tejo Portugal ganhou sozinho todos os prémios da categoria Frutado Verde Ligeiro
Época balnear já começou nas Termas de Sangemil
Fórum para o Futuro da Agricultura ‘pediu’ práticas agrícolas sustentáveis e de produção alimentar saudável
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Região de Barroso foi declarada património agrícola mundial pela FAO
Centro-piloto do sabugueiro nasce para desenvolver produtos alimentares mais saudáveis Clone de castanheiro imune à doença da tinta chega ao mercado Sabores serranos em destaque em sete restaurantes de Tavira
Especialistas nacionais e internacionais vão apontar caminhos para o futuro do turismo Alterações climáticas aceleram aumento da variedade de plantas nos cumes de montanhas
Cerejeiras em Flor proporcionam espectáculo em Resende
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Agenda
FESTIVAIS VÍNICOS E GASTRONÓMICOS Até 30 de Abril Mostra de Doçaria em Tomar Tomar quer assumir-se como o destino mais doce de Portugal. Durante um mês, 18 pastelarias da cidade reúnem-se numa mostra que dá a provar mais de 30 doces locais e conventuais. De 27 de Abril a 1 de Maio Sabores do Toiro Bravo O Município de Coruche promove um evento gastronómico que promove os pratos com carne de touro bravo, como o lombo do touro bravo, a espetada de bezerra brava em pau de louro verde, o rabo de boi estufado, o bife de touro bravo recheado, entre outros. De 1 a 3 de Junho Festivinhão – Festival Enoturístico de Arcos de Valdevez Organizado pela Associação dos Vinhos de Arcos de Valdevez e do Município local, este evento enogastronómico conta com espaço de exposição, espaço de provas de vinhos e apresentações, tasquinhas de petiscos, animação de palco, animação de rua, curso de iniciação à prova de vinhos, entre outras actividades. De 12 a 15 de Julho Festival de Gastronomia do Maranho da Sertã A Sertã vai ser o palco do VII Festival de Gastronomia. Restaurantes, tasquinhas, actividades desportivas, ateliês, concertos e sessões de showcookings são alguns dos ingredientes deste festival onde o Maranho é Rei. FEIRAS SECTORIAIS De 20 a 25 de Abril Feira de São Marcos Alter do Chão vai receber a tradicional Feira de S. Marcos - Festa do Cavalo - IV Feira Agropecuária da Município de Alter do Chão (EPDRAC). O certame conta com mais de 150 expositores de artesanato, uma tenda destinada à gastronomia regional, área de divertimento infantil e zona de exposição de máquinas agrícolas. A 21 e 22 de Abril III Festa da Rosa Albardeira Durante dois dias, o Município de Idanha-a-Nova e a Junta de Freguesia de Toulões promovem animação de rua, música, gastronomia, mercado de produtos regionais,
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ateliers de sementeira e passeios nos campos primaveris de Toulões, a “Aldeia da Rosa Albardeira”. De 27 de Abril a 1 de Maio Ovibeja 2018 “Todo o Alentejo deste mundo” é o slogan que promoveu um certame que atrai agricultores, mas dezenas de milhares de visitantes. Exposição pecuária, boa gastronomia alentejana e os melhores concertos. De 18 a 20 de Maio Feira Nacional da Floresta O Expocentro, em Pombal, recebe um evento que pretende evidenciar o papel da floresta na propulsão da economia, do emprego e do desenvolvimento sustentável; mas também promover Pombal como centro de exposições do sector florestal. De 24 a 27 de Maio Feira Internacional da Cortiça Coruche promove a FICOR, uma feira de actividades económicas direccionada para a floresta, mas também para a promoção da cortiça e do montado, não só na vertente económica, mas também de investigação e inovação. De 15 a 17 de Junho Feira do Campo Alentejano Esta feira agroindustrial, promovida pela Câmara de Aljustrel, já conquistou o seu lugar no panorama regional, do sul do país. De 17 a 26 de Agosto “Frutos 2018” O município das Caldas da Rainha promove um evento que em 2017 contou com cerca de 105 mil visitantes. A Feira decorrerá no Parque Dom Carlos I, com diversas actividades desde a produção agroalimentar, à maquinaria, ao showcooking, ao artesanato, à presença de associações e institutos de promoção regional e nacional, aos espectáculos musicais, entre outras, que proporcionarão oportunidades de negócio. FEIRAS E FESTIVAIS MEDIEVAIS A 28 e 29 de Abril Feira Quinhentista em Sever do Vouga Gaiteiros, dançarinas orientais, saltimbancos e contadores de histórias prometem animar Sever do Vouga durante a Feira Quinhentista, que regressa no último fim-de-semana de Abril.
No Expocentro, de 18 a 20 de Maio
Câmara do Pombal prepara Feira Nacional da Floresta
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Expocentro, em Pombal, recebe de 18 a 20 de Maio a Feira Nacional da Floresta, evento que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. A Feira é organizada pelo Município de Pombal, em parceria com a Associação de Desenvolvimento e Iniciativas Locais de Pombal (ADILPOM), a Cooperativa Agrícola do Concelho de Pombal (COPOMBAL), a Associação de Produtores Florestais de Pombal (APFP) e a Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (RESIPINUS). Evidenciar o papel da floresta na propulsão da economia, do emprego e do desenvolvimento sustentável; criar oportunidades de negócio; sensibilizar públicos alargados para defesa e protecção da floresta; promover debate e informação em diferentes aspectos ligados à fileira da floresta; promover Pombal como centro de exposições do sector florestal são os objectivos deste certame. A feira tem como público alvo toda a fileira florestal e toda a sua cadeia de valor, desde produtores florestais, viveiros, corte e transformação de madeiras e derivados; empresas de máquinas e equipamentos de apoio à produção e exploração; serviços de apoio ao sector florestal; industrias transformadoras de madeira e resíduos florestais; indústrias extractivas, transformadoras e comércio que incorporam matérias-primas provenientes da floresta, como sejam as resinas, o mobiliário, a cortiça, o papel etc.; outros negócios ligados à floresta: turismo, desporto, etc, mas também ao público em geral. A Feira Nacional da Floresta assume-se, também. como um espaço privilegiado de negócio, troca de experiências e apresentação de soluções tecnológicas e de equipamentos para a fileira florestal. Em quatro dias é possível conhecer a Floresta Portuguesa percorrendo nos vários espaços as empresas de ordenamento de território, produção de plantas, certificação florestal, resinas e transformação de madeiras; Há ainda espaço para a formação, e nos workshop’s preparados há um leque variado de oradores. Haverá também demonstrações de máquinas e equipamentos decorrem no interior e exterior do Expocentro, bem como espaço para a gastronomia, artesanato e muita animação.
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Em Alter do Chão de 20 a 25 de Abril
Feira de São Marcos destaca o cavalo Lusitano e mostra sector agropecuário
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lter do Chão vai receber, de 20 a 25 de Abril, a tradicional Feira de S. Marcos - Festa do Cavalo - IV Feira Agropecuária EPDRAC. O Município local juntamente com a Companhia das Lezírias e EPDRAC uniram esforços para criar um programa diversificado que enaltece as tradições agrícolas e culturais deste concelho do norte alentejano. Esta edição é deveras especial, pois comemora os 270 anos da Coudelaria Alter Real, aos quais se juntam os 100 anos da Praça de Touros local. O certame conta com mais de 150 expositores de artesanato, uma tenda destinada à gastronomia regional, área de divertimento infantil, zona de exposição de máquinas agrícolas e muitas mais razões para visitar Alter do Chão. A animação durante a Feira ficará a cargo das associações locais. No palco principal actuarão HMB (dia 21) e Carminho (dia 24). O certame termina com Tradicional Corrida de Touros no dia 25 de Abril. “Este certame é demasiado importante para as gentes do nosso concelho” À Gazeta Rural, a vice-presidente da Câmara de Alter do Chão diz que o Município “tem as melhores expectativas” em relação a este evento, vincando a sua “importância para as gentes do concelho. Tânia Maria Falcão diz que se trata “de uma manifestação cultural das nossas tradições, que queremos afirmar”. Gazeta Rural (GR): Que novidades apresenta a edição deste ano da Feira de São Marcos? Tânia Maria Falcão (TMF): Apresenta várias novidades, nomeadamente no que diz respeito à articulação do espaço. A IV Feira Agropecuária da EPDRAC estará alocada na Casa da Vila, espaço que, apesar de se localizar no perímetro urbano, tem a extensão suficiente para receber toda a dinâmica agropecuária e possui ainda um picadeiro. Também na zona da restauração tivemos preocupação em dar conforto aos restaurantes participantes e aos visitantes. As crianças terão um espaço a elas dedicado. A animação musical, tal como no ano passado, ficará em parte entregue as colectividades do concelho, a restante ficará a cargo de grupos convidados. Os grandes concertos são de excelente qualidade, rompendo totalmente com as edições dos anos anteriores.
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GR: O que representa este certame para o concelho e que expectativas tem para o mesmo? TMF: Este certame é demasiado importante para as gentes do nosso concelho. Trata-se de uma manifestação cultural das nossas tradições que queremos afirmar. A Feira de São Marcos é uma actividade centenária com raízes no período medieval. Foi perdendo muito da sua riqueza genuína no que diz respeito à componente agrícola e pecuária. Por esse motivo, porque é importante manter viva a memória dos anos antepassados, poderemos apreciar uma exposição intitulada “A Feira de São Marcos em Alter do Chão” que estará patente ao público a partir do dia 20 de Abril. Não podemos perder a nossa identidade cultural. O Município tem as melhores expectativas em relação a este evento. Fizemos uma grande aposta na divulgação, estamos empenhados na dinâmica do espaço, temos excelentes produtos da região, temos artesanato, gastronomia e animação de grande qualidade.
GR: O que mais destaca no programa desta edição? TMF: Este ano a Feira de São Marcos é uma organização do Município com a parceria da Companhia das Lezírias e da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Alter do Chão (EPDRAC). Esta parceria é benéfica pela qualidade das iniciativas com que cada um dos parceiros contribuí. Destaco a Companhia das Lezírias, com a Rota Internacional de Dressage, de 20 a 22 de Abril, ao qual se junta o Tradicional Leilão da Coudelaria de Alter, no dia 24 de Abril. A EPDRAC contribui com a IV Feira Agropecuária, de 20 a 23 de Abril, organizada pelos alunos e professores da escola, afirmando a componente educativa e prática deste estabelecimento de ensino. GR: O cavalo e a Coudelaria de Alter são “os motores” para a aposta no turismo?
TMF: Em Abril de 2018, ao comemorarmos tor turístico a explorar e o 270º aniversário da Coudelaria, conseguidinamizar o turismo equestre no nosso concelho, existirá um mos facilmente analisar a grandiosidade e o efeito de alavancagem na economia local e regional. enraizamento do grande símbolo deste concelho, que é o Cavalo. A Coudelaria atravesGR: Como está o sector primário do concelho e o que pesa sou várias gerações, guerras, revoluções e na economia de Alter do Chão? mudanças governamentais. TMF: Ao falarmos de agricultura, num concelho do norte alenHoje em dia, derivado de vários factores e tejano, não podemos descurar o facto de estarmos localizados opções políticas, esta instituição está a léguas numa zona central do distrito de Portalegre, onde a variável do que já foi outrora. Foi com grande esforço, “água” tem um peso enorme no tipo de agricultura desenvolvida e a vontade de querer fazer mais e melhor por pelos nossos empresários. Alter do Chão, que o actual executivo, ainda anO nosso tecido empresarial agrícola assenta principalmente tes de assumir funções, contra várias “forças e em culturas condicionadas pelo facto de ainda não determos os bloqueios”, conseguiu colocar Alter do Chão no mesmos recursos hídricos ou infraestruturas que possam pomapa de prioridades do Governo em termos de tenciar o forte investimento numa cultura de regadio e a possiinvestimento. Este processo materializou-se no bilidade de serem instaladas indústrias agro-alimentares. actual projecto “Revive – Coudelaria de Alter”. O concelho de Alter do Chão é caracterizado por uma esNo dia 23 de Abril irá ser disponibilizado internatrutura empresarial predominantemente familiar e empresas cionalmente, o caderno de encargos para que um de pequena dimensão, onde se investe principalmente em investidor privado, possa protocolar com o Estado forragens, olivais, montado, uma aposta constante na vinha, a concessão de uma série de imoveis, para fins tupecuária e um investimento estrangeiro crescente em olival rísticos. superintensivo. É um concelho de terras fortes e bastante Alter do Chão terá como posicionamento estratéprodutivas. gico, um nicho de mercado turístico, direccionado Para potenciar o aproveitamento das elevadas taxas de para um público, da classe média/alta nacional e esprodutividade que os nossos solos apresentam, uma intrangeiro, bastante atractivo. fraestrutura como a muito falada Barragem do Pisão teria Este investimento e dinamização turística não um impacto de extrema importância no crescimento e dedetém uma importância apenas relacionada com a senvolvimento agrícola e empresarial do concelho. criação de mais postos de trabalho, mas também no O Município tem participado, juntamente com outros do reforço da oferta turística actual. distrito de Portalegre e diversas instituições de extrema Nos últimos seis meses, através da nossa equipa importância para o desenvolvimento do sector agrícola, técnica, dos promotores turísticos e empresários do em acções periódicas com alguns governantes, no senticoncelho, temos a clara percepção de que Alter do do de colocar na agenda de prioridades, e no orçamento Chão voltou a estar na “moda”. de Estado, a construção da tão esperada barragem. Neste momento existe um claro aumento de visitanSendo o concelho de Alter do Chão o maior beneficiátes esporádicos ou que pernoitam, que procuram o que rio da construção desta infraestrutura, a economia local de melhor se faz no Alentejo, que vai desde a nossa irá sofrer positivamente, uma alavancagem necessária fabulosa gastronomia ou equitação até a áreas como, a para inverter o factor desertificação e podermos dinareligião ou arqueologia. mizar, o sector agro-alimentar e turístico a nível disCom a existência de um grande e reconhecido promotrital. www.gazetarural.com
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Rui Garrido, presidente da ACOS - Agricultores do Sul
“Vamos aproveitar os 35 anos da OVIBEJA para fazermos uma grande feira”
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o ano em que a OVIBEJA comemora 35 anos, Rui Garrido, o presidente da ACOS - Agricultores do Sul, considera que a feira “mantém a sua traça original” e que continua a ser o fórum privilegiado de “discussão e de reivindicação” dos agricultores e da sociedade alentejana. Com um cartaz de espectáculos “melhorado” para assinalar a efeméride, o presidente da ACOS revela que a edição deste ano da OVIBEJA vai ser também marcada pela cerimónia de homenagem a Manuel de Castro e Brito, anterior presidente da ACOS, falecido há dois anos, e que consistirá na atribuição do seu nome ao Parque de Feiras e Exposições de Beja, onde se realiza a OVIBEJA, conforme decisão já tomada pela Câmara de Beja sob proposta da ACOS. Gazeta Rural (GR): Todos os anos quando chega a Primavera, anuncia-se também a OVIBEJA. Esta é a XXXV OVIBEJA, um número redondo e, mais uma vez, uma OVIBEJA importante… Rui Garrido (RG): Sim, é uma OVIBEJA importante, desde logo por serem 35 anos, mas também porque aproveitando serem esses 35 anos queríamos fazer aqui uma homenagem ao nosso falecido e saudoso Manuel de Castro e Brito. Inclusivamente temos isso agendado com a Câmara, ou seja, dar o seu nome ao Parque de Feiras e Exposições de Beja, onde se realiza a OVIBEJA. GR: Portanto, isso vai acontecer nesta edição da OVIBEJA? RG: Estamos a preparar as coisas neste sentido. Em princípio a cerimónia de atribuição do nome será feita no dia de abertura da OVIBEJA. Aproveitando a passagem dos 35 anos, estamos a preparar também um livro sobre o que foi a OVIBEJA ao longo dos tempos onde iremos, com certeza, destacar o que de mais importante aconteceu. Vamos também fazer uma exposição temática mostrando como foram as várias as OVIBEJAS e homenagear alguns dos nossos directores que já partiram. Portanto, vamos aproveitar estes 35 anos para fazermos um exercício de memória sobre a OVIBEJA e sobre aqueles que a têm feito. Para esta OVIBEJA especial, quisemos também melhorar os espectáculos nocturnos. Julgo que conseguimos um bom cartaz, composto só por artistas de 1ª linha. GR: Um olhar de memória e comemorativo dos 35 anos do percurso da OVIBEJA. No entanto, em ge-
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ral, o olhar da OVIBEJA tem estado sempre muito centrado no futuro. Este ano é excepção? RG: Claro que não. Todos os anos tentamos idealizar algo de novo, tentamos imaginar coisas novas, embora a traça da feira este ano fique muito semelhante àquilo que foi, nomeadamente, no ano passado. Continuámos a investir no Campo da Feira, que vai ter mais acessos, não só para a maquinaria que ali está em exposição, mas também para as pessoas que nos visitam. Estabelecemos uma parceria com sete empresas que ali instalaram campos de demonstração dos seus produtos, nomeadamente de várias culturas aqui da região, tais como cereais, favas, ervilhas, colza, etc., com o objectivo de dinamizar aquela zona, virada para um público mais profissional, no seguimento do que já vínhamos a fazer em anos anteriores. Vamos manter o Pavilhão do Cante com uma outra exposição dedicada ao património local, e o Pavilhão Institucional, tal como fizemos no ano passado, sem “comes e bebes”. Estes estarão todos juntos perto do Pavilhão Terra Fértil. A nossa temática vai continuar a ser virada para a internacionalização dos nossos produtos de origem vegetal, não só culturas anuais, mas também fruticultura, olivicultura, etc.
GR: Culturas também ligadas ao regadio, a Alqueva? RG: Sim, muito ligadas ao regadio, mas não só, porque nunca nos podemos esquecer que o Alentejo não é só o Alqueva, nem os outros pequenos regadios privados que por aí há. O nosso Alentejo é mais. O que sobra dos regadios, são dois milhões e oitocentos mil hectares que não têm água e que representa o interior desertificado, a floresta, a pecuária extensiva etc; nunca poderemos esquecer esta realidade. Mantemos este ano o nosso Concurso Internacional de Azeites, que está classificado como um dos melhores, senão o melhor, concurso a nível mundial, sendo que o Júri, constituído por cerca de quatro dezenas de especialistas, volta a reunir-se em Beja. Aproveitamos também a reunião do júri para realizarmos a Rota do Azeite
do Alentejo. A ideia é convidar jornalistas nacionais e estrangeiros para conhecerem e avaliarem os bastidores do concurso de azeite e a importância do sector do olival e do azeite no Alentejo. VIII CONCURSO INTERNACIONAL DE AZEITES GR: Este concurso é uma mais-valia para a OVIBEJA? RG: Tem uma grande mais-valia para nós porque é o único concurso internacional de azeites que se faz em Portugal. O concurso mais conhecido mundialmente é o Mário Solinas, que se realiza em Madrid; o nosso é um concurso que tem um regulamento muito idêntico e que, no ano passado, teve, inclusivamente, mais amostras de azeite do que o Solinas. Recebemos mais de 160 azeites e ficaram apurados cerca de 150. É um concurso já de renome internacional que recebeu recentemente uma distinção pela revista “World Best Olive Oils”, que, anualmente elege os 100 melhores azeites do mundo. Nesta eleição, um azeite premiado naquele concurso espanhol, ou no nosso, será mais pontuado do que os que obtiverem prémios idênticos, noutros concursos mundiais. Associado ao dia em que faremos a entrega dos prémios do Concurso de Azeites, na OVIBEJA, faremos também mais um seminário internacional virado para a fileira do azeite.
como é o caso do Roxo e Odivelas, ainda que muito dependentes deste, também já não necessitarão de receber tanta água da EDIA. Uma palavra para dizer que esta água comprada à EDIA fica muito cara às associações, sendo o seu custo reflectido, depois, no preço final da água aos regantes. O caso mais preocupante, fora do EFMA, é a barragem da Nossa Senhora da Rocha, que se encontrava apenas a 20% da sua capacidade. No Alto Alentejo, onde tem chovido mais, penso que as campanhas de regadio, privados e públicos, já poderá ocorrer de forma normal.
GR: E que mais vamos ter na OVIBEJA? RG: Dentro das actividades lúdicas, vamos também melhorar o nosso programa de cavalos, uma actividade que traz muita gente à feira. Iremos ter, novamente, atrelagens e estamos a tentar que haja um campeonato ibérico de horseball. Portanto, em síntese, queremos ter uma OVIBEJA dinâmica, à qual os expositores adiram, mais uma vez, em força – no ano passado tivemos o maior número de expositores de sempre - e que seja uma grande feira nestes seus 35 anos.
GR: A ACOS gere o Parque de Feiras e Exposições em conjunto com a Câmara de Beja. Este ano há um novo presidente da autarquia. Como tem sido o relacionamento entre as duas entidades? RG: Já tivemos uma reunião com a Câmara, porque se impunha. Não só porque somos sócios na gestão do Parque, mas também porque há uma série de assuntos que têm que ser tratados e que já vinham de trás, com o anterior presidente, nomeadamente a conservação do parque a vários níveis, desde arruamentos a casas de banho, limpeza, etc. Nesta reunião encontrámos uma boa recepção e vontade de colaborar, pelo que esperamos continuar a ter com esta Câmara um bom relacionamento, como, aliás tivemos com as anteriores. No entanto, algumas destas obras que nós queríamos que se fizessem antes da OVIBEJA, julgamos que só se vão conseguir realizar na próxima edição da feira.
GR: Este ano foi, no início, um ano particularmente seco, depois começou a chover. As coisas melhoraram? RG: Sim. Muitas das nossas preocupações, desapareceram com estas últimas chuvas. Ninguém esperava que na nossa região chovesse mais de 200 mm. A área semeada para alimentação animal foi menor, muitas vezes com deficientes germinações, as reservas alimentares foram praticamente consumidas, pastagens ainda não havia. No entanto, quer estas, quer as culturas arvenses anuais, iam vivendo com a pouca chuva que ocorria, mas as reservas hídricas, quer para abeberamento pecuário, quer para regadio, eram nulas. Estávamos à beira de uma situação dramática e catastrófica. Neste momento, na nossa região, há condições para aquelas culturas anuais de sequeiro se desenvolverem, água para o gado está garantida, o Alqueva já recebeu 750 milhões de m3 e as barragens ligadas ao sistema do EFMA,
GR: Outra das questões em agenda, em termos de melhoramentos, tinha a ver com a melhoria da zona de restaurantes. Isso tem a ver mais com a ACOS? RG: Sim. Tem a ver connosco. Estamos a tratar disso, não faremos tudo num só ano, serão precisos dois ou três anos, no sentido de melhorar essa área da feira. OLIVAL E AMENDOAL, AS PRINCIPAIS CULTURAS GR: Qual é o ambiente que se vive hoje em torno da agricultura alentejana? No regadio sente-se alguma euforia em termos de exportação. É consistente? RG: O regadio tem perspectivas de futuro, enquanto tudo o que é sequeiro está igual ao que era há muitos anos atrás, seja a pecuária, sejam os cereais, embora hoje em dia quase já não se façam cereais de sequeiro, a não ser para pastagens. Tirando essa área, ficamos com a zona irrigada por Alqueva que, felizmente, está a produzir. Mas, mesmo aqui, há uns anos víamos a paisagem alterada com a existência de muitos Cont. >> pivots de rega, isso hoje já não se verifica. www.gazetarural.com
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Hoje em dias vemos mais plantações. Tudo isto tem a ver com os preços das principais culturas anuais. Sejam cereais, sejam oleaginosas (girassol ou colza), seja milho, todas mantêm preços muito baixos, pouco competitivos, e o agricultor é levado a fazer outro tipo de culturas. Por outro lado, os sectores do azeite e da amêndoa, continuam de boa saúde financeira (na nossa região, estão plantados seis a sete mil hectares de amendoal). Portanto, o agricultor é levado a fazer este tipo de culturas permanentes – também se têm feito algumas nogueiras e outras fruteiras - em detrimento das culturas anuais. Felizmente que há alguns sectores que estão bem e aqui na zona do Alqueva. GR: E o milho? RG: Hoje em dia a área de milho diminuiu bastante, não só pela via do seu preço de venda, que já mencionámos, mas também porque exige níveis de água muito elevados, ficando a sua cultura muito cara. GR: E como está o sector agro-pecuário alentejano? RG: Dentro da pecuária há uma fileira que se tem mantido estável nos últimos anos e que está relacionado com o porco alentejano, nomeadamente para quem tem condições para o fazer, ou seja, para quem tem montado. O porco engordado a bolota vale dinheiro, o outro já não. Muitos destes porcos são transformados em Espanha, mas é um sector cujos preços dão defesa ao agricultor. Já os bovinos e os ovinos mantêm-se aos preços que tinham aqui há muitos anos atrás. Uma exploração pecuária, na minha opinião, para ser rentável tem que ser extensiva, ter dimensão. Quanto mais tentarmos intensificar, pior é. Exige gastar mais dinheiro em alimentação, sementes, adubos, etc., e as defesas para o agricultor são menores. GR: Mas a transformação animal continua, em grande parte, a ser feita fora da região. RG: Continua, de facto, a ser assim, com a excepção de alguma transformação ao nível do porco alentejano e do leite de ovelha e de cabra. No âmbito da comercialização de animais, a título de exemplo, a ACOS, por vontade dos nossos associados, iniciou recentemente o comércio de borregos através da parceria com uma cooperativa espanhola, que está aqui na Andaluzia, e neste momento estamos a exportar borregos para lá. Aqui bem perto da fronteira, têm um centro de engorda e alguns desses borregos, depois, até serão comercializados para Portugal, uma vez que esta cooperativa tem relações comerciais com supermercados portugueses. Se esta nossa parceria continuar a correr bem, como tem corrido até aqui, provavelmente a ACOS fará aqui o seu próprio centro de engorda, como forma de obtermos as mais valias correspondentes. GR: E como está o sector dos bovinos? RG: Nós fazemos leilões de bovinos aqui na ACOS que também têm corrido bem até agora. Mas nos últimos leilões temo-nos apercebido de que há uma espécie de cartelização dos preços. Por isso, estamos também a considerar replicar o que fazemos com a comercialização dos borregos, com uma outra cooperativa espanhola, mas em termos de bovinos. Com os borregos é tudo muito transparente. São comercializados em função duma bolsa que existe na Extremadura. Quando um produtor nos chega aqui com um lote de borregos, nós temos a referência da bolsa da semana anterior e as variações não são muito grandes. O preço é pago com base nessa bolsa e, na Extremadura, o preço do borrego tem estado 10 ou 12 euros acima daquilo que é o preço do borrego em Portugal, e por isso compensa e tem corrido bem. INOVAR SEM DESCARACTERIZAR GR: Voltando à OVIBEJA há quem diga que a feira se tem vindo a descaracterizar como feira agro-pecuária, ao abrir-se a uma diversidade de sectores de
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actividade. Aceita esta crítica? RG: Não. Antes pelo contrário. Eu acho que temos tentado manter a OVIBEJA dentro daquela traça que era a da OVIBEJA original. A OVIBEJA sempre foi um pouco de tudo. Continuamos a ter uma exposição pecuária muito digna, com vários concursos associados às raças autóctones e à tosquia, e estamos a dinamizar cada vez mais aquele espaço a que chamamos o Campo da Feira, onde actualmente ocorre a exposição de máquinas e equipamentos, tornando-o mais profissional. Nós queremos manter a OVIBEJA assim, com a traça que sempre teve, atraindo cada vez mais empresas ligadas à comercialização de produtos, sementes, químicos, etc., que tenha um cariz profissional, mas que seja a OVIBEJA que sempre foi.
GR: A OVIBEJA tem sido, também, sempre uma voz reivindicativa e não acomodada. A OVIBEJA vai manter-se neste registo que era muito a linha de Manuel de Castro e Brito? RG: Também. A OVIBEJA sempre foi e há-de continuar a ser um fórum de discussão dos problemas. Os temas e as preocupações que forem, em cada feira, de actualidade, havemos de os discutir sempre com quem cá vier, sejam dirigentes partidários, deputados, ministros, primeiros-ministros ou presidentes. Há-de ser sempre um fórum de discussão dos problemas e um fórum reivindicativo. Os nossos discursos de abertura tentam sempre abordar as principais temáticas da altura e aquilo que mais nos preocupa tanto na agricultura, como para a região. Nunca fugimos a discutir um problema seja com quem for. A OVIBEJA há-de continuar a ser também esse fórum.
GR: A OVIBEJA faz agora 35 anos. Num horizonte de mais cinco anos o que pode mudar na OVIBEJA? RG: Temos que tentar ser sempre, e cada vez mais, imaginativos para que em cada ano consigamos, pelo menos, introduzir algo de novo, porque não se consegue, nem queremos, mudar radicalmente a feira. Desde logo, por ser impossível e, depois, porque o actual modelo tem sido bem sucedido, onde as pessoas se sentem bem, gostam de estar e visitar. E é esta mistura, que passa por ser um fórum informativo, reivindicativo, de resolução de problemas, de negócios, um espaço diversificado, onde também há muita coisa que não tem nada a ver com a agricultura. Ao nível mais pessoal, gostava que a OVIBEJA mantivesse sempre aquilo que é a sua essência e as suas características, mas poderá continuar a tornar-se mais profissional. Quem sabe, fazermos aqui um ano dedicado só a uma área ou apenas a um tema específico duma determinada fileira agrícola. São coisas de que já temos falado e que poderemos ir pensando e idealizando.
GR: Em vez de ser tão variada, concentrar tudo sob um determinado tema? RG: Por exemplo.
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No fim-de-semana de 28 e 29 de Abril
Sever do Vouga promove Feira Quinhentista e ‘recua’ até 1514
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centro de Sever do Vouga vai recuar à José Manuel Almeida e Costa (JMAC): Esta Feira vem no época quinhentista, no fim-de-semana de seguimento das comemorações dos 500 anos de atribuição do Foral 28 e 29 de Abril, com um evento que que assinala a Sever do Vouga, em 2014, e que contou com um bom acolhimento uma importante data na construção da identidade por parte das gentes do concelho. Estas fizeram sentir ao Executivo concelhia, que foi a atribuição do Foral ao concelho Camarário de que gostariam que um evento desta natureza se pelo Rei D. Manuel I, a 29 de Abril de 1514. prolongasse no tempo. Assim, o centro da Vila vai ser ‘inundado’ por As pessoas atribuíram uma grande importância a esta data, gaiteiros, dançarinas orientais, saltimbancos e para além de todo o aspecto lúdico da feira, nomeadamente contadores de histórias prometem animar quem, por ser uma recriação de época. Um aspecto que entenderam naqueles dias, passar por Sever do Vouga, num como muito importante, foi o envolvimento das gentes do nosso evento organizado pela autarquia local, em parceria concelho, através das Associações Culturais e Recreativas que as com a associação AlbergAR-TE e Associação representam, que, de ano para ano, têm contribuído em maior de Artesãos, e que conta com a participação da quantidade e qualidade nessas comemorações, pois sentem-se comunidade severense através das suas associações como uma parte integrante das mesmas, mas também como culturais e recreativas. Teatro, música, dança, circo, ‘motores’ deste evento. jogos populares e tradicionais e artífices e regatões Face a tudo isto, a autarquia entendeu que deveria ir vão animar o Jardim do Lago, que terá tabernas de encontro a estes anseios, pelo que, aproveitando as com iguarias de épocas passadas, numa verdadeira comemorações de atribuição do foral, entendemos que este viagem no tempo que irá transportar os visitantes seria um evento marcante e incluí-lo no nosso plano de para um ambiente feito de História e histórias, numa actividades culturais e, daí, que tenhamos apostado na sua altura em que as lampreias eram usadas como forma realização. de pagamento de impostos. GR: Que expectativas tem, tendo em conta a Os severenses “atribuíram uma grande participação e o envolvimento da comunidade? importância a esta data” JMAC: Temos boas expectativas. Já há algum tempo que estamos, com a Associação AlbergAR-TE, a trabalhar com a Em conversa com a Gazeta Rural, o vice-presidente da comunidade, a fazer ensaios, a preparar as indumentárias e Câmara de Sever do Vouga tem “boas perspectivas” para notamos, da parte das associações aderentes, um interesse esta edição. Almeida e Costa destaca “o envolvimento da e curiosidade muito grandes em participar e envolver as comunidade” severense, num evento que pretende atrair pessoas na organização desta festa. visitantes ao concelho. GR: Este é o segundo de um ciclo de eventos, o Gazeta Rural (GR): Qual o objectivo da realização primeiro foi o Festival da Lampreia, que prossegue deste evento? em Junho, com a Feira do Mirtilo, e no mês seguinte
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com a realização da Ficavouga. São eventos marcantes, que procuram atrair gente ao concelho? JMAC: Sem dúvida, mas com outra nota: É que na Feira do Mirtilo integramos outros eventos, que já fazem parte do nosso programa cultural, como o Festival das Guitarras Mágicas. Temos também, - e nisso somos um Município pioneiro, - o FESTIM, cujo primeiro concerto decorre no âmbito da Feira do Mirtilo, seguindo nos fins-de-semana subsequentes. Teremos, também, a segunda edição do Festival de Cinema, que este ano será mais alargado. Como referiu, a Feira Quinhentista antecede um conjunto de eventos, que se prolongam até ao início do mês de Agosto durante o período estival, num conjunto de organizações culturais tendentes
Av. Comendador Augusto Mar�ns Pereira, 63 | 3740-254 Sever do Vouga | Telef.: 234 551 888
quer a cativar e envolver a comunidade severense, quer a atrair visitantes que, e sem esquecer os imigrantes, nesta altura nos visitam. GR: Olhando para a Feira do Mirtilo. Como antevê esta campanha, depois do ano complicado de 2017? JMAC: A informação que dispomos é que, nesta altura, ainda é prematuro antever o que pode acontecer. Uma coisa é certa, as condições climatéricas que se têm feito sentir não vão prejudicar a produção, tendo em conta o desenvolvimento da planta verificado até agora, que se espera venha a atingir os níveis equivalente a anos anteriores. GR: Haverá novidades na Feira do Mirtilo deste ano? JMAC: É a continuação daquilo que temos feito. Iremos ter, incluindo no programa, o FSETIM e o Festival das Guitarras Mágicas, e, no último dia, um programa de televisão.
Programa começa no Piódão, a 21 e 22 de Abril
A festa está de regresso às Aldeias Históricas de Portugal
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festa está de regresso às Aldeias Históricas de Portugal! Depois do sucesso do ano passado, as 12 aldeias históricas vão voltar a receber o Ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa”, entre Abril e Dezembro, com um formato que promete muitas novidades e ainda mais animação. Música, gastronomia, animação de rua, História e estórias, oficinas e muita, muita festa são os traços comuns que vão ligar as 12 aldeias, cada uma com a sua personalidade característica e singular, mas que em conjunto oferecem experiências únicas a quem os visita. Como ponto de partida da iniciativa “12 em Rede | Aldeias em Festa” está sempre algo que pertence à memória colectiva de cada aldeia. Tanto pode ser uma personagem, uma lenda ou um conto tradicional, como um acontecimento histórico ou um elemento patrimonial. As histórias e estórias das Aldeias Históricas de Portugal vão sair dos livros e do imaginário da comunidade. São símbolos distintivos e únicos, intimamente ligados a cada aldeia, que se transformam em programas com múltiplos pontos de interesse, capazes de criar recordações inesquecíveis nos habitantes e em quem vem de visita. São 12 eventos, onde os participantes serão convidados a serem residentes temporários. Cada programa, com a duração mínima de dois dias, contará com a participação activa da comunidade em que acontece, em estreita colaboração com artistas profissionais. Será também dado um foco especial à especificidade dos produtos distintivos das aldeias. A festa começa no Piódão e só acaba em Belmonte Este ano, cabe à Aldeia Histórica do Piódão, no concelho de Arganil, a honra de ser a primeira aldeia a receber o ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa”. “Estrada Real: A Longa Caminhada” é o tema central do programa, que recorda as dificuldades que sentiam os comerciantes medievais que, em carros de bois, transportavam produtos entre Coimbra e a Covilhã, num percurso pela Serra do Açor que tinha tanto de agreste e perigoso como de encantador. Depois do Piódão, o ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa” prosseguirá com eventos nas restantes 11 Aldeias Históricas de Portugal. O evento passará por Almeida (18 e 19 de Maio), Sortelha (1 e 2 de Junho), Linhares da Beira (13 a 15 de Julho), Marialva (20 e 22 de Julho), Castelo Novo (27 a 29 de Julho), Castelo Rodrigo (31 de Agosto e 1 de Setembro), Castelo Mendo (14 e 15 de Setembro), Trancoso (5 a 7 de Outubro), Idanha-a-Velha (1 e 4 de Novembro), Monsanto (9 e 11 de Novembro) e, finalmente, Belmonte (7 a 9 de Dezembro). Serão nove meses de grande animação e que levarão milhares de visitantes às 12 Aldeias Históricas de Portugal. Não falte!
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De 27 de Abril a 1 de Maio, na antecâmara da Feira Internacional da Cortiça
Sabores do Toiro Bravo são atracção gastronómica em Coruche
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uma iniciativa do Município de Coruche, vai decorrer de 27 de Abril a 1 de Maio, o festival gastronómico “Sabores do Toiro Bravo” nos restaurantes aderentes. Este evento promove a carne de toiro bravo. Assim, ali pode degustar o lombo do touro bravo, a espetada de bezerra brava em pau de louro verde, o rabo de boi estufado, o bife de touro bravo recheado, entre outros. O presidente da Câmara de Coruche diz que esteve evento gastronómico “abre o apetite” para Feira Internacional da Cortiça (FICOR), que o município promove de 24 a 27 de Maio. Francisco Oliveira, à Gazeta Rural, elencou um conjunto de actividades que vão decorrer no âmbito da FICOR, com destaque para as questões do clima. Gazeta Rural: O “Sabores do Toiro Bravo” serve de lançamento para a FICOR? Francisco Silvestre de Oliveira (FSO): Este certame gastronómico é a primeira iniciativa com impacto do ano, a que seguirão outras, como a FICOR. Esta é uma feira de actividades económicas direccionada para a floresta, mas fundamentalmente para a promoção da cortiça e do montado, não só na vertente económica, mas também de investigação e inovação e onde são debatidos temas GR: Falou nas questões climáticas. Em que como os problemas que actualmente afectam o montado, nomeamedida influenciam o montado e que preocudamente as alterações climáticas, mas também questões de inopações isso trás? vação para as novas aplicações da cortiça e da fileira. FSO: Apesar das chuvas que caíram e que, de Ainda recentemente tivemos uma excelente notícia para o nosalguma forma, estabilizaram os níveis freáticos, so concelho, que foi a instalação de uma fábrica de telemóveis, isso não deixou de nos preocupar. O que percebeque tem na sua composição e nalguns componentes a aplicação mos é que as alterações climáticas têm influência da cortiça. Percebemos, com isso, que as questões da tecnolonaquilo que são as estações do ano, tal como as cogia estão associadas a um património natural riquíssimo que é o nhecemos. O que é um facto, é que no Alentejo e no montado e a cortiça. Portanto, a FICOR tem esta versatilidade de Ribatejo a incidência de períodos de seca prolongatocar todas as áreas e estabelecer, na plataforma de transacção, dos coloca em causa a sustentabilidade do montado os preços para a cortiça nesta campanha. nestas regiões, que apresenta alguma mortandade. Paralelamente àquilo que são as actividades complementares Obviamente que é preciso regenerar e criar novas da FICOR, há também uma componente cultural e música que condições para que os montados se possam instalar. preenche os quatro dias da feira, nomeadamente o Coruche Para combater esta medidas sabemos que existem Fashion Cork, um desfile de moda, onde estarão presentes a projectos inovadores, como a rega do montado, o que inovação e a criatividade dos estilistas, associado à utilização vem demonstrar que se podem encurtar os ciclos e dar da cortiça num sem número de aplicações. outra capacidade de resiliência às plantas para sobreCoruche é líder de uma iniciativa sobre o montado e a cortiviverem às alterações do clima, que são violentas e, ça. Trata-se de uma candidatura ao PROVERE, que tem como nalgumas circunstâncias, extremas, que encurtam ciobjectivo a promoção do montado de sobro e da cortiça. Vai clos de produção, uma vez que o sobreiro cresce muito ser uma oportunidade para Coruche e de todos os parceiros mais depressa se for regado. 2017 foi uma no complicadeste território onde o montado de sobro e da cortiça são um do de consequências gravosas não só para os produtofactor importante, em termos de área de negócio, de susres florestais, mas também para os agricultores, nomeatentabilidade, de valor autóctone e de turismo, promovendo damente as zonas de pastorícia. iniciativas que estão a ser levadas a cabo no âmbito deste O Município de Coruche tem a Estratégia Municipal para projecto, onde, para além de entidades públicas, como os as Alterações Climáticas aprovada e que visa mitigar as municípios, fazem parte empresas e associações do secquestões relacionadas com o clima, uma vez que o nosso tor. Estamos a desenvolver uma estratégia para tornar esconcelho vive muito do sector primário, quer do regadio, tes territórios mais visitados, conhecidos e desenvolvê-los quer da área florestal. economicamente, mas de uma forma sustentada. www.gazetarural.com
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Nos dias 21 e 22 de Abril, no concelho de Idanha-a-Nova
III Festa da Rosa Albardeira vai animar Toulões
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oulões vai receber, nos dias 21 e 22 de Abril, a III Festa da Rosa Albardeira, um fim de semana cheio de cor e animação dedicado a esta planta rara e de grande beleza. Durante dois dias, o Município de Idanha-a-Nova e a Junta de Freguesia de Toulões promovem animação de rua, música, gastronomia, mercado de produtos regionais, ateliers de sementeira e passeios nos campos primaveris de Toulões, a “Aldeia da Rosa Albardeira”. Na tarde de sábado, dia 21, haverá animação por todo o recinto e pode até aprender a semear a sua própria Rosa Albardeira. Destaque ainda para o Encontro “Rosa Albardeira, oportunidade para Toulões”, pelas 16 horas, que abordará as potencialidades desta planta. Para o serão a proposta é uma Noite de Fados com Rui Vaz e Carla Linhares. Na manhã de domingo, realiza-se o Passeio Pedestre da Rosa Albardeira (inscrições 277 202 900) ou, para quem preferir, o Passeio a Cavalo (inscrições: 968 211 496/968 696 038). A animação de rua está a cargo dos Chibatas e da Marafona Encantada. Na parte da tarde, voltam os ateliers e a animação em torno da Rosa Albardeira, mas também a música em palco com grupos do concelho de Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da Música da UNESCO. Às 17,30 horas, haverá uma animada aula de Zumba e, pelas 18 horas, sobem ao palco as populares “Bombocas”, para um concerto cheio de energia e boa disposição.
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No concelho de Castro Marim, a 22 de Abril
Saberes e sabores da serra algarvia na Feira do Campo em Furnazinhas
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povoação de Furnazinhas, no concelho de Castro Marim, volta a ser palco da Feira do Campo. O repto é o contacto com a natureza e a descoberta dos saberes e sabores da serra algarvia, onde se preserva ainda a autenticidade de outros tempos. O evento tem lugar a 22 de Abril. O dia começa pelas 9,30 horas com um inesquecível passeio pedestre pelas ruas empedradas e pelas casas de xisto de Furnazinhas, pelas antigas minas de cobre nas encostas voltadas a sul e com as deslumbrantes panorâmicas sobre a Barragem de Odeleite. Durante a tarde, as ruas da localidade enchem-se de saberes e sabores e de muita animação. Fazer passeios de burro ou visitar os animais da quinta, mas também apreciar o artesanato e a gastronomia e aprender a fazer o afamado pão caseiro e o tradicional queijo da serra algarvia, são algumas das possibilidades desta iniciativa. Quem pretender participar no passeio pedestre, deverá inscrever-se através do email geral@jf-odeleite.pt ou pelo telefone 281 495 148. A inscrição é obrigatória, tem um custo de 10 euros e garante pequeno-almoço, seguro e almoço. A Feira do Campo é uma iniciativa da Junta de Freguesia de Odeleite, Associação Social da Freguesia de Odeleite, Câmara de Castro Marim, Clube de Caçadores das Furnazinhas e população local.
Evento comemora 10 anos de ‘business & pleasure’
Wine in Azores 2018 promete ser “o maior e melhor evento de sempre”
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Pavilhão de Exposições, em Santana, na ilha de São Miguel, nos Açores, vai receber de 19 a 21 de Outubro o Wine in Azores, que este ano comemora o décimo aniversário. “Será, sem dúvida, o maior e melhor evento de sempre” e “as comemorações decorrerão com pompa e circunstância que uma data tão importante exige”, promete a organização. Este é o maior e melhor certame empresarial dos Açores e está colocado entre os maiores e melhores eventos da especialidade em Portugal. “No ano passado contamos com 110 stands de vinho mais 90 stands das outras actividades económicas e mais de 20.000 visitantes”, refere Joaquim Coutinho, da Gorgeous Azores, que promove o evento. É, na sua essência, uma feira de promoção de vinhos, onde os produtores mais carismáticos de Portugal vão dar os seus produtos à prova. “Quem visitar a feira terá direito a provar os vinhos dos produtores presentes e o prazer de os conhecer pessoalmente”, refere a organização. Outra das actividades do evento são as sessões de showcookings, elaborados pelos melhores chefes a nível nacional e internacional. Esta é uma arte de cozinhar ao vivo, tornando-se num “espectáculo” que pretende ser interactivo entre os cozinheiros e o público, havendo lugar à troca de opiniões e, naturalmente, à degustação dos pratos confeccionados. Na edição de 2018 já estão confirmadas as presenças dos Chefs Rui Paula, Renato Cunha, André Magalhães, António Loureiro e o chef Pasteleiro Francisco Gomes. Mas outros atractivos no evento, como as afamadas “Tascas Gourmet”, onde os visitantes e expositores poderão provar toda uma paleta de iguarias, ou a Zona Empresarial, onde empresas de sectores não ligados ao vinho e à gastronomia podem expor e vender os seus produtos. “Este festival é único e irreverente”, diz Joaquim Coutinho. É que com nove edições consecutivas, não para de surpreender. Baseado num conceito que o influencia fortemente, como é ‘business & pleasure’, tem sido um sucesso ano após ano. “A prova deste sucesso reside, principalmente, no aumento de produtores inscritos, bem como nas críticas com que a imprensa o tem brindado”, salienta o organizador, acrescentando que “o conceito demonstra a grande preocupação com a parte comercial e promocional dos produtos presentes na feira, bem como com o bem-estar dos visitantes, primando pelo bem receber e pelo requinte único e inimitável”. Wine in Azores Terceira é já em Maio Entretanto, a Gorgeous Azores prepara o II Wine in Azores Terceira, que vai decorrer de 25 a 27 de Maio, em Angra do Heroísmo. Depois de em 2017 o evento ter sido repartido pelo Centro Cultural e de Congressos e pela Praça Velha, este ano terá lugar no novo Parque de Exposições da Ilha Terceira, permitindo uma maior concentração de pessoas e expositores. Joaquim Coutinho diz que será “um megaevento”, que irá ocupar mais área que o Wine in Azores, em Ponta Delgada, e que contará com cerca de 60 produtores de vinhos do continente e ilhas. “Estabelecemos uma parceria com a Câmara de Comércio, que irá ocupar uma parte dos cerca de sete mil metros quadrados de pavilhão com uma feira de multiactividades económicas, onde marcarão presença praticamente todas as grandes empresas da Terceira”, salientou. www.gazetarural.com
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Cerimónia decorrerá a 20 de Abril, no Regia Douro Park, em Vila Real.
Investigação para reduzir impacto do calor e seca na vinha premiada no Douro
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nvestigadores de três universidades do Norte vão receber, a 20 Em cada ano, o prémio ADVID recebe o nome de Abril, o prémio ADVID, instituído pela Associação de Desende uma personalidade que tenha sido marcante volvimento da Viticultura Duriense, pelo desenvolvimento de espara o desenvolvimento da vitivinicultura da mais tratégias de mitigação dos efeitos do calor e seca nas vinhas do antiga região demarcada do mundo. Douro. O prémio ADVID 2016 homenageia Pedro Amaro A ADVID, sediada em Vila Real, instituiu em 2007 um prémio (1926-2014), professor catedrático do Instituto Suanual para atrair investigadores de diversas áreas científicas para perior de Agronomia, condecorado com a Ordem as especificidades técnicas, culturais e sociais da vitivinicultura da Instrução Pública, que foi presidente do Instituda Região Demarcada do Douro (RDD). to Nacional de Investigação Agrária e do Conselho Na oitava edição, o prémio ADVID foi atribuído à investigação Europeu de Herbologia. que tem como tema “a aplicação exógena de caulino aumenta Segundo a associação, Pedro Amaro foi “pioneiro a capacidade antioxidante e o teor de compostos fenólicos em em Portugal no ensino da fitofarmacologia, herboloextractos de folhas e frutos de videira sob stresse estival”. gia e protecção integrada, e o principal responsável Este trabalho foi desenvolvido por uma equipa de investipela implementação das estratégias de protecção e gadores das universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro produção integrada na produção vegetal, com espe(UTAD), do Porto e do Minho, tendo como objectivo “o estudo cial ênfase e sucesso na cultura da vinha”. O valor do da aplicação foliar do caulino como estratégia para reduzir o prémio é de cinco mil euros e a cerimónia de atribuiimpacto do calor e da seca nas vinhas do Douro”. O caulino é ção decorrerá a 20 de Abril, no parque de ciência e uma “argila inerte que dá um aspecto esbranquiçado às folhas tecnologia - Regia Douro Park, em Vila Real. das videiras e funciona como uma espécie de protector solar A ADVID é uma associação privada, sem fins lucratida videira. vos, criada pelas principais empresas de vinho do PorA ADVID referiu que as “alterações climáticas que se têm to com o objectivo de contribuir para a modernização feito sentir, como ondas de calor, altas intensidades de luz e da viticultura do Douro e melhoria da qualidade dos défice hídrico, estão a tornar-se ameaças importantes em vinhos. muitas áreas vitícolas de todo mundo” e que “a implementação de estratégias de mitigação económicas e eficientes é crucial para a produção de vinhos ‘premium’, mantendo-se a produtividade”. A investigação foi desenvolvida por Lia-Tânia Dinis, Sara Silva Bernardo, Artur Jorge da Silva Conde, Diana Pimentel, Helena Maria Fernandes Ferreira, Luís Félix, Hernâni Gerós, Carlos Manuel Correia e José Moutinho-Pereira, das três universidades do Norte do país.
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A 21 de Abril no Salão Nobre do Hotel Ritz, em Lisboa
Enóphilo Wine Fest é “um tributo aos vinhos de Portugal”
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Salão Nobre do Hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa, vai receber a quarta edição do Wine Fest, evento vínico que agora apresenta nova designação e marca - Enóphilo Wine Fest - e que se realiza já no próximo dia 21 de Abril, a partir das 15 horas. Este é um evento para quem gosta de vinho e um dos mais aguardados pelos apreciadores. É organizado pelo Wine Club Portugal, de Luís Gradíssimo, e reúne um alargado número de expositores, distinguindo-se pela elevada oferta qualitativa, num verdadeiro tributo aos vinhos de Portugal. Afirmar a qualidade dos vinhos portugueses e surpreender os apreciadores é um dos grandes objectivos da organização. Luís Gradíssimo escolheu criteriosamente os produtores presentes no Enóphilo Wine Fest Lisboa 2018 e garante “que será uma experiência vínica alargada e abrangente, por entre as mais de 200 referências de vinhos de Portugal continental e ilhas”. O evento vínico que vai ter em prova vinhos tranquilos, espumantes e fortificados, estando já confirmadas as presenças de 47 produtores de norte a sul de Portugal, sem esquecer Madeira e Açores. Da região dos Vinhos Verdes estarão presentes as empresas Lima Smith; Vinho Verde Young Projects (Vale dos Ares, Quinta de Santiago, 100 Igual e Cazas Novas); Quinta do Regueiro; Quinta do Ferro e Quinta do Outeiro. De Trás-os-Montes serão dois os produtores: Casal Faria e Vinhos Romano Cunha. Também a norte, vindos do Douro, e muito aguardados estão a Quinta da Rede; Esmero; Vinilourenço; Luís Seabra; Somnium; Maçanita Irmãos e Enólogos; Dalva & Quinta de Ventozelo (Douro e Vinhos do Porto) e Blackett (Vinhos do Porto). A região de Távora-Varosa marca presença com o produtor Hehn & Meireles. Depois segue-se a Bairrada com Quinta das Bágeiras, Casa de Saima, Quinta dos Abibes; o Dão com Casa da Passarella; Quinta da Fata; Quinta de Lemos; Quinta do Mondego (Munda); e a Beira Interior com Quinta do Cardo. A região Tejo assinala duas presenças com a Casa Cadaval e Pinhal da Torre; seguida de Lisboa com a Quinta do Rol, a Quinta de Pancas, Infinitude, Quinta do Lagar Novo e Casal Santa Maria. António Saramago, um dos mais aclamados enólogos e produtores de Portugal, também confirmou presença, levando os seus vinhos tranquilos e Moscatel de Setúbal, também da Península de Setúbal a Quinta do Piloto e a Herdade do Cebolal, prometem fazer as delícias dos “provadores”. E ainda, poderão ser provados vinhos nascidos mais a sul de Portugal, no Alentejo: Nunes Barata, Vinha das Virtudes, Lima Mayer & Companhia, Herdade do Arrepiado Velho, Fita Preta e Joaquim Arnaud (que também levará os seus vinhos Lisboa, Bairrada e Moscatel de Setúbal). Do Atlântico, ninguém deixará de querer provar os vinhos Barbeito, da Madeira; os vinhos Czar e os vinhos da Azores Wine Company, dos Açores. Para abrilhantar o programa, vão realizar-se três ‘Provas Especiais’ no Enóphilo Wine Fest Lisboa 2018. Será uma oportunidade única de provar vinhos e espumantes verdadeiramente fabulosos. Os bilhetes já estão disponíveis on-line e na rede de aderentes TicketLine, locais habituais como as Fnacs ou Wortens a nível nacional. www.gazetarural.com
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Poesia
Mar no bálsamo, no sabor saudade
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amos falar de vinho? Que tal começar pelo olfato? Tudo principia com a percepção de que seu olfato não está treinado, ele é prestativo, porém sem destreza. O vinho aborda o nariz numa explosão de aromas: jasmim, manga, pêssego, especiarias. Entretanto você não sabe dizer exatamente se é uma fruta madura ou verde. Canela é um perfume de esperança se distingue na inspiração do alento. Após treinar a charada, ela gira e contorna cada vez mais curiosa e você vai observar que o vinho que está a tomar guarda cheiros de acetona e fruta vermelha madura, outro mostra fragrância de pimentões, frutas frescas e capim-limão. É um mundo de poesia quando se abre uma garrafa de vinho! E ainda nem o tomamos, permanecemos a articular simplesmente em relação ao bálsamo. A língua já está insana para sentir os sabores da bebida em visual rubi ou em amarelo-palha. Sinta o primeiro gole e dê a sua percepção: no instante o poema prosseguirá a proferir amor ou descontinuará. Às vezes o perfume é irônico e o gosto é de paixão, ou seja, o vinho fala de mar no cheiro, mas no sabor fala de saudade. Em suma, a fragrância constitui demasiado perfume e o sabor é rude, no paladar o vinho compõe um abarrotado de notas e no aroma exala apenas um acorde; o paladar pode também combinar com o que o aroma previu. O líquido na taça em tom vermelho granada, amarelo-esverdeado ou âmbar é um alfarrábio repleto de versos. Vamos fazer um teste? Tome um vinho de sua preferência, depois me conta que cheiros você encontrou. E não dê limites para as descrições, elas vão desde cheiro de sapato até o cheiro da casa da avó no Natal. É tudo brincadeira, lúdico mesmo, sem erro ou acerto, sinta o cheirinho e se divirta. Débora Corn Poetisa (Curitiba)
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Um vinho com sabor a história
Terceiro Ateliê promove Callum d´Oleiros
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Oriundo de vinhas com mais de 40 anos
terceiro Ateliê da iniciativa “Dez Freguesias, Dez Experiências”, agendado para o próximo dia 28 de Abril, na freguesia de OleirosAmieira, em Oleiros, irá dar destaque ao vinho Callum - um vinho histórico, proveniente de uma casta autóctone deste concelho, e ao mel, sendo o mais frequente na região o de urze, marcando a doçaria tradicional. O ateliê é organizado conjuntamente pelo Município de Oleiros e Junta de Freguesia de Oleiros-Amieira, contando com o apoio de oito associações locais que irão assim promover dois dos ícones da cultura e gastronomia da freguesia. A actividade inicia-se pelas 9 horas, no Jardim Municipal de Oleiros, de onde parte o passeio pedestre interactivo que contempla várias experiências ao longo do percurso que tem uma forte componente à descoberta da ribeira. Este culmina com um almoço vínico e com a recriação histórica “A romanização do vinho e as festas báquicas”, a cargo da Companhia de Teatro Viv´Arte. Contando com o envolvimento de diversas associações, com o apoio do Geopark Naturtejo, espera-se que o ateliê revele, uma vez mais, os activos naturais e paisagísticos do território, assim como o seu património histórico - etnográfico, valorizando a identidade da freguesia. Recorde-se que a actividade integra o projecto intermunicipal Beira Baixa Cultural, promovido pela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu / Portugal 2020. Os interessados em participar podem inscrever-se até ao dia 20 de Abril, na Casa da Cultura de Oleiros, presencialmente ou por telefone (272 680 230). O mote está lançado.
‘Reserva 2015’ da Adega da Corga bem recebido pelos consumidores
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Adega da Corga, em Pindo, no concelho de Penalva do Castelo, lançou recentemente o ‘’Reserva 2015’, um vinho que tem vindo a receber rasgados elogios dos consumidores. Com uma produção de cerca de oito mil garrafas, este vinho, produzido com a casta Touriga Nacional, fez um estágio de dois anos em cuba e meio ano em garrafa. Apresenta uma cor rubi intensa, mostrando um aroma com notas de ameixa preta, um sabor fresco de mirtilo e um final de boca complexo e persistente. “Este vinho vem na sequência daquilo que temos vindo a fazer, numa aposta cada vez maior na qualidade, mas também na casta rainha do Dão”, referiu Rafael Formoso, o enólogo da quinta, salientando o facto deste néctar ser oriundo “de vinhas de Touriga Nacional com mais de 40 anos, viradas para o rio Dão”. Isso, refere o enólogo, “está bem presente neste vinho”. Produzido apenas “em anos em que achamos que tem potencial de garrafa”, isso justifica, sustenta Rafael Formoso, a produção de apenas oito mil garrafas, “o que mostra a selecção rígida que fazemos das nossas uvas e lotes para este vinho”, num total de cerca de 150.000 litros produzidos na adega.
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O melhor tinto e melhor branco da colheita 2017
“Agro-Batoréu” e “Quinta da Lapa” vencem Concurso de Vinhos do Concelho de Azambuja
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Agro-Batoréu, de Aveiras de Cima, com o melhor tinto, e honrosa para Agro-Batoréu e SIVAC, ambas Agrovia “Quinta da Lapa”, de Manique do Intendente, com o de Aveiras de Cima, e para o Estabelecimento melhor branco, foram os grandes vencedores do XXXVI Concurso Prisional de Alcoentre. de Vinhos do Produtor do Concelho de Azambuja. No setor dos tintos, com trinta e cinco amostras A cerimónia de entrega de prémios teve lugar num jantar concorrentes, o primeiro lugar foi para a Agrooferecido a todos os produtores participantes e os resultados Batoréu, de Aveiras de Cima; o segundo lugar para foram divulgados na abertura da XIV “Avinho – Festa do Vinho e José Mata, de Aveiras de Cima; e o terceiro para das Adegas”, que animou Aveiras de Cima, e durante a qual os José António Capão, também de Aveiras de Cima. premiados darão visibilidade aos troféus conquistados. Referência, ainda, a sete menções honrosas: para Reforçando a aposta nesta iniciativa, a Câmara de Azambuja António José Abreu, SIVAC, Acácio Abreu Ricardo e atribuiu prémios monetários de 250 euros aos terceiros, 500 José Luís Oliveira, todos eles da freguesia de Aveiras euros aos segundos, e 750 euros aos primeiros classificados, de Cima; para David Henriques Vieira e Vinhos quer em brancos quer em tintos. Além de promover os bons Pingalim, ambos de Alcoentre e outra menção honrosa vinhos locais, a economia e o nome do concelho, estes prémios para José Manuel Silvério, de Maçussa. procuram prestigiar o concurso recompensando a qualidade O painel de provadores avaliou os vinhos do trabalho e a dedicação dos produtores. concorrentes no modelo habitual de “prova cega” Apresentaram-se neste concurso, organizado pelo e foi composto por cinco enólogos de reconhecida município com a colaboração das juntas de freguesia, meia competência, Carlos Pereira, Hernâni Magalhães, Jorge centena de vinhos com maior afluência de tintos. De acordo Páscoa, Sérgio Oliveira e Cruz Ferreira. com os provadores convidados, a colheita 2017 pode ser A participação destes profissionais enquadra, considerada de muito boa qualidade, justificando-se que igualmente, a colaboração institucional com o Município para além do pódio tenham sido atribuídas sete menções de Azambuja de várias entidades ligadas ao setor, como honrosas nos vinhos tintos e três nos brancos. são a Associação de Municípios Portugueses do Vinho, Nos doze vinhos brancos a concurso, a vitória foi para a Viticartaxo, a Associação Portuguesa de Enologia e a o produtor Agrovia “Quinta da Lapa”, de Manique do Comissão Vitivinícola Regional do Tejo. Intendente; o segundo lugar para a casa Vinhos Pingalim, de Alcoentre; e o terceiro para a Sociedade Agrícola Vale de Fornos, de Azambuja. Destaque, ainda, com menção www.gazetarural.com
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Vencedores serão conhecidos a 27 de Abril
Cartaxo recebeu concursos do Melhor Vinho na Produção do Concelho do Cartaxo e do Tejo
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Centro de Promoção Vitivinícola do Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo recebeu enólogos e especialistas que provaram 54 vinhos tintos, 42 vinhos brancos e 17 vinhos rosé, para dois concursos que vão premiar o Melhor Vinho na Produção do Concelho do Cartaxo e do Tejo. As provas dos dois concursos tiveram José Rodrigues como presidente do júri e este contou com mais onze provadores – Carlos Sardinha, Pedro Gil, Helena Mira, Verónica Pereira, Francisco Cruz Ferreira, Alice Simões, Rita Conim, Gisela Machado, Carmen Santos, Maria Vicente e Maria Lucinda Abrantes. Para o presidente da Câmara do Cartaxo e da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, que tem sede no concelho, “a crescente presença de produtores nos dois concursos, assim como a qualidade dos vinhos que apresentam, demonstram a importância do concurso”, referiu Pedro Magalhães Ribeiro, explicando que em 2018 “voltámos a ultrapassar o número de vinhos apresentados”. Os 56 produtores, 32 dos quais de fora do concelho, entregaram 113 amostras. Sérgio Oliveira, técnico municipal da área de Desenvolvimento Económico e Empreendedorismo e enólogo e um dos responsáveis pela organização dos concursos, assegurou que “a qualidade dos vinhos apresentados voltou a marcar as amostras que recebemos”. Para o enólogo, esta é uma oportunidade para as casas agrícolas testarem “os seus vinhos, apresentando-os a um júri de competência reconhecida e exigente”. As sessões de prova contaram com a participação de alunos da Escola Profissional do Vale do Tejo – Nuno Rai-
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mundo e Leandro Branco –, que estiveram acompanhados pelo professor José Pereirinha. As provas contaram ainda com o apoio de Eduardo Abade, responsável pelo sistema informático de classificação dos vinhos e dos técnicos da área de Informática do município. A logística necessária para os dois dias de provas, ficou a cargo dos trabalhadores do Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo. A cerimónia de entrega dos prémios dos dois concursos, terá lugar no âmbito da Festa do Vinho & do Chocolate, que decorrerá de 27 de Abril a 1 de Maio no Pavilhão Municipal de Exposições. Este ano, para além da entrega de prémios, vai ainda ser possível provar os vinhos vencedores nas várias categorias – no que vai ser a primeira prova de vinhos da Festa.
No VIII Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja
Portugal ganhou sozinho todos os prémios da categoria Frutado Verde Ligeiro
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ortugal arrecadou, sozinho, os três primeiros prémios e as três menções honrosas na categoria de Frutado Verde Ligeiro do VIIII Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja. Com quatro categorias em escrutínio, esta foi a única com todos os prémios para um único país, revelando uma tendência da qualidade dos azeites nacionais. Os resultados dão conta de nove prémios para Portugal e onze para Espanha. A concurso estiveram azeites de 13 nacionalidades. O Júri do Concurso, constituído por cerca de 40 peritos de 12 países, apreciou 150 amostras concorrentes. A concurso estiveram azeites das categorias Frutado Maduro, Frutado Verde Ligeiro, Frutado Verde Médio e Frutado Verde Intenso. Espanha ganhou os três primeiros prémios na categoria de Frutado Maduro, enquanto que Portugal obteve duas menções honrosas. Nas categorias de Frutado Verde Médio e Frutado Verde Intenso os prémios dividem-se entre Espanha, Portugal, Itália e França. Entre o rigor das normas observadas pelo único concurso português de âmbito internacional, destaca-se a autenticação das amostras por uma entidade idónea independente, o uso de recipiente de vidro escuro, sem rótulo e com sistema de abertura inviolável, o uso de um código de identificação anónimo, sendo os azeites ainda acompanhados de uma análise química e de uma análise organoléptica emitida por um painel de provadores reconhecido pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). O Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja, com o patrocínio exclusivo do Crédito Agrícola, é, juntamente com o Mario Solinas, do COI, exemplo internacional dos critérios de autenticidade no ranking “World’s Best Olive Oils”. Com base neste reconhecimento, os três primeiros classificados, bem como as três menções honrosas em cada categoria a escrutínio na edição deste ano do Prémio CA Ovibeja beneficiam de 10 pontos extra, comparativamente aos premiados nos restantes concursos internacionais realizados em todo o mundo. O Concurso Prémio CA Ovibeja é organizado pela ACOS, em colaboração com a Casa do Azeite e com o patrocínio exclusivo do Crédito Agrícola.
LISTA DE PREMIADOS FRUTADO MADURO País
Nome
PRÉMIO
ESP
ACEITES ORO BAILÉN GALGÓN 99, S.L.
1º - OURO
ESP
HACIENDA QUEILES S.L.
2º - PRATA
ESP
Casas de Hualdo, SL
3º - BRONZE
PT
ELOSUA PORTUGAL - PRODUTOS ALIMENTARES, S.A. (SOVENA)
MENÇÃO HONROSA
PT
FILIPE JOSÉ DE ALBUQUERQUE ROBOREDO MADEIRA
MENÇÃO HONROSA
IT
CARAPELLI FIRENZE S.P.A.
MENÇÃO HONROSA
FRUTADO VERDE LIGEIRO PT
SOVENA PORTUGAL - CONSUMER GOODS, S.A.
1º - OURO
PT
SOCIEDADE AGRÍCOLA VALE DE OURO, S.A. (SOVENA)
2º - PRATA
PT
TRÁS-OS-MONTES PRIME, LDA.
PT
J. PORTUGAL RAMOS VINHOS, S.A.
MENÇÃO HONROSA
PT
ARVÓLEA, SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA.
MENÇÃO HONROSA
PT
OLIVAIS DO SUL, S.A.
3º - BRONZE
MENÇÃO HONROSA
FRUTADO VERDE MÉDIO Casas de Hualdo, SL
1º - OURO
IT
Paolo Bonomelli - Boutique Olive Farm
2º - PRATA
FR
MOULIN OLTREMONTI SARL
ESP
ESP
PT
ESP
3º - BRONZE
SCA. ALMAZARAS DE LA SUBBÉTICA
MENÇÃO HONROSA
Vitor Guedes, S.A.
MENÇÃO HONROSA
CAPRICHO DEL FRAILE / FRAILE LLANOS DEL CASTILLEJO, S.L.
MENÇÃO HONROSA
FRUTADO VERDE INTENSO FRANTOIO ROMANO S.R.L.
1º - OURO
ESP
KNOLIVE OILS, S.L.
2º - PRATA
ESP
Casas de Hualdo, SL
ESP
SCA. OLIVARERA LA PURÍSIMA
MENÇÃO HONROSA
ESP
VENCHIPA, S.L.
MENÇÃO HONROSA
ESP
ACEITE ARODEN HISPANIA, S.L.
MENÇÃO HONROSA
IT
3º - BRONZE
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Para mais informações contacte: nome e contactos da pessoa que acompanha o assunto Logótipo / nome do concessionário endereço 1 / endereço 2 / código postal tel. / fax. / email
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Situadas na freguesia da Lajeosa do Dão, em Tondela
Época balnear já começou nas Termas de Sangemil
J
á se iniciou a época balnear nas Termas de Sangemil, localizadas na freguesia da Lajeosa do Dão, depois do habitual período de paragem para renovação das instalações. Na cerimónia de reabertura, o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, sublinhou a pretensão de continuar a potenciar e valorizar as Termas de Sangemil, que considera “um centro de negócio estratégico” para a freguesia e para a região. “É sabido que este balneário termal, ao longo dos últimos anos, evidencia sinais de exploração que são negativos: não é novidade. São negativos na exploração financeira, mas não deixa de ter um impacto social e económico que lhe está adjacente”, referiu o autarca, destacando a necessidade da “execução de novos furos de captação”. “Depois de um trabalho intenso dos serviços, com téc-
nicos especializados da Universidade de Coimbra, já está concluído o estudo que localizará os novos furos, que terão profundidade três vezes superior aos que hoje existem”, acrescentou José António Jesus. Nesta ocasião, o edil adiantou que está a ser ponderado dar utilidade ao segundo piso do balneário, “na área do tratamento termal ou, eventualmente, na área do alojamento”. As Termas de Sangemil têm como primeira indicação terapêutica as patologias do foro reumatológico e algumas patologias músculo-esqueléticas como osteoartrites e espondiloses. Como segunda indicação, destinam-se ao tratamento de patologias das vias respiratórias superiores (ORL), como sinusites, faringites, amigdalites, rinites, entre outras.
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Juntou 1200 participantes em Bruxelas
Fórum para o Futuro da Agricultura ‘pediu’ práticas agrícolas sustentáveis e de produção alimentar saudável
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XI Fórum para o Futuro da Agricultura ONU, relativo a 2017. “Os objectivos de desenvolvimento sustentá(FFA), juntou em Bruxelas 1.200 particivel da ONU - Agenda 2030 - não estão a ser atingidos, porque são pantes que apelaram à acção conjunta da sodemasiado ambiciosos”, afirmou Hilal Elver, defendendo que “preciedade para encontrar soluções concretas a cisamos de transitar para sistemas de produção alimentar alternanível mundial para um futuro saudável, através tivos, baseados na agroecologia e em soluções “climate smart’”. de práticas agrícolas sustentáveis e de produção As consequências das alterações climáticas na economia global alimentar saudável. e na produção de alimentos foram abordadas por vários dos confeO FFA é a maior conferência europeia sobre rencistas. Prevê-se que em 2050 existam 1,4 biliões de refugiados agricultura e é uma iniciativa conjunta da Syngendo clima, uma situação que pode e deve ser revertida através de ta, da European Landowners’ Organization (ELO) compromissos internacionais envolvendo governos, ONG, invese da Fundação RISE. A edição 2018 reuniu líderes tigadores e empresas. políticos, empresas e representantes da sociedade A presidente da Universidade de Wageningen, Louise Fresco, civil para um debate alargado sobre os grandes desugeriu a criação de um Painel Intergovernamental para a Agrisafios actuais da agricultura e da alimentação, num cultura e Alimentação, com a bênção da ONU e validado pela momento em que é necessário agir para pôr em prácomunidade científica, que crie consenso político, à semelhantica os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável ça do que já acontece com o Painel Intergovernamental para as da ONU e em que se inicia um novo ciclo de reforma Alterações Climáticas (IPCC). “Temos que avançar neste sentida Política Agrícola Comum (PAC). do para que no final do século a cadeia de valor alimentar na A Rainha da Jordânia, Nor Al Hussein, conhecida Europa seja um exemplo para o mundo”, apelou esta responpelo seu trabalho internacional de activista dos Disável. reitos Humanos, proferiu a conferência de abertura Alexandra Brand, responsável global de sustentabilidade da do FFA 2018, sublinhando que o mundo não deve esSyngenta, lembrou que o FFA é um palco de troca de ideias quecer que a equidade no acesso à tecnologia para sobre estes temas e demonstra como o sector privado está produção de alimentos é fundamental para evitar cona avançar para a resolução dos problemas, dando o exemplo flitos sociais e combater o fenómeno da subnutrição, do The Good Growth Plan da Syngenta. “O acesso a inforque afecta uma em cada nove pessoas a nível mundial. mação científica aberta e transparente sobre agricultura “Devemos transitar para um sistema de produção de alie alimentação é vital para que todos os cidadãos tenham mentos mais eficaz, mais equitativo e mais sustentável, acesso a alimentos seguros e a preços acessíveis», disse dando mais oportunidades às mulheres e aos jovens”, Alexandra Brand. apelou a monarca. A este propósito Hilal Elver, representante da ONU para A agricultura europeia pode sobreviver sem a PAC? o Direito à Alimentação, afirmou que a insegurança alimentar aumentou 11% a nível mundial, afectando 815 Na última sessão os palestrantes foram convidados a milhões de pessoas, de acordo com o último relatório da responder à questão: “A agricultura europeia pode so-
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breviver sem a Política Agrícola Comum?”. Phil Hogan, comissário europeu para a agricultura e desenvolvimento rural, respondeu que a PAC é necessária para que os cidadãos europeus continuem a ter alimentos de elevada qualidade e acessíveis, mas requer uma abordagem mais ambiciosa nos benefícios ambientais que proporciona, tal como maior simplificação e integração das medidas. “Reduzir o nível de produção agrícola não é o caminho certo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, a solução passa por um novo modelo de Greening, mais adaptado às condições locais de cada Estado-membro, que fixe objetivos e meça os benefícios ambientais alcançados», afirmou Phil Hogan. Janez Potočnik, presidente do FFA2018, resumiu o propósito desta conferência. “Temos o dever de inspirar os líderes mundiais a alcançar um futuro saudável, transformando os nossos modelos agrícolas e económicos e criando uma verdadeira mudança para atingirmos os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Todos nós, dos agricultores aos consumidores, dos políticos aos empresários, devemos contribuir para uma mudança de paradigma na forma como pensamos e agimos, que nos conduza à segurança alimentar e ambiental”, sustentou. Thierry de l’Escaille, secretário-geral da European Landowners’ Organization (ELO), disse que “os agricultores europeus estão na linha da frente do que respeita a produzir comida saudável em explorações agrícolas amigas do ambiente. Os nossos associados estão mais do que disponíveis para fazer parte da solução, mas devem ser devidamente recompensados pelo seu esforço. Se a Europa pretende ser mais amiga do Ambiente, deve garantir uma actividade económica próspera no mundo rural”.
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Foi a primeira candidatura do género em toda a Europa
Região de Barroso declarada património agrícola mundial pela FAO
A
região do Barroso, que se estende pelos municípios de BotiAs principais actividades são a criação de gado cas e Montalegre, foi declarada património agrícola mundial e a produção de cereais, o que deu origem a um pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agrimosaico de paisagem em que as pastagens anticultura (FAO). A cerimónia de entrega do certificado realiza-se no gas, as áreas de cultivo (campos de centeio e hordia 19 de Abril, em Roma, Itália, cidade onde está sediada a FAO. tas), os bosques e as florestas estão interdepenO território do Barroso foi designado primeiro sítio Sistema Imdentes. portante do Património Agrícola Mundial (GIAHS) em Portugal. O comunitarismo é ainda um dos valores e costuTrata-se de uma iniciativa da FAO para a promoção e preservames característico desta região, intimamente assoção do património agrícola. ciado às práticas rurais de vida colectiva e à neces“É das melhores notícias que recebemos nos últimos tempos. sidade de adaptação ao meio ambiente. É o reconhecimento por parte da FAO da forma como produO processo de candidatura à classificação do Barzimos os nossos produtos, bem como da paisagem deste terroso foi iniciado em 2016 pela Associação de Desenritório”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de volvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT), tendo Boticas, Fernando Queiroga. Para o autarca, trata-se de um sido, depois, formalizada junto da FAO pelo Ministério “reconhecimento que vai catapultar os produtos, bem como da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. atrair mais turismo à região”. A candidatura envolveu ainda a Direcção Regional O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, olha de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), a Universipara esta distinção como uma “alavanca de desenvolvimento dade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Unique é preciso, agora, saber exponenciar” e que premeia “o versidade do Minho (UM). trabalho esforçado, desenvolvido em condições difíceis, num Os sítios GIAHS (Globally Important Agricultural Heterritório também muito difícil”. ritage Systems) são sistemas agrícolas vivos, envolven“Pode potenciar o desenvolvimento turístico, económico, do as comunidades humanas numa relação intrincada social e cultural das nossas terras. Pode ser um farol que com o território, com a paisagem cultural e agrícola, bem chame a atenção para o Barroso. Mas esta distinção é tamcomo com o ambiente biofísico e social. bém uma responsabilidade para os autarcas”, frisou. A FAO é uma organização intergovernamental que tem O Barroso é uma região agrícola dominada pela produção como objectivos alcançar a segurança alimentar para topecuária e pelas culturas típicas das regiões montanhosas, dos e garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos onde se mantêm as formas tradicionais de trabalhar a terde boa qualidade para que possam levar uma vida activa ra ou tratar os animais. e saudável.
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5 | 6 | 7 SETEMBRO 2018 Valada do Ribatejo
Nรณs
semeamos...NEGร CIO!
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Investigação do Departamento de Química da Universidade de Aveiro
Centro-piloto do sabugueiro nasce para desenvolver produtos alimentares mais saudáveis
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riar um centro-piloto no concelho de Tarouca dedicado à invesSabugueiro contra as diabetes tigação do sabugueiro com vista ao desenvolvimento de produtos alimentares saudáveis e ao incremento da economia local e Na génese do SambucusValor está a investinacional é este um dos grandes objetivos do SambucusValor, que gação realizada por Ângelo Salvador, do Deparjunta a Universidade de Aveiro (UA) a várias empresas e associatamento de Química da UA. “Identificámos pela ções do sector agroalimentar. primeira vez na baga e na flor de sabugueiro deNascido este mês, o projeto teve como ponto de partida a deszenas de compostos bioativos benéficos para a coberta na UA de que as bagas e as flores do sabugueiro têm comsaúde humana”, congratula-se Ângelo Salvador postos químicos que têm efeitos benéficos para a saúde, nomeaque, desde 2012, ano em que iniciou o Doutoradamente no controlo da diabetes. mento em Química, tem investigado os potenciais Com sede em Tarouca, onde o arbusto está fortemente implanefeitos de uma alimentação enriquecida com extado, o projeto pretende tirar partido do facto de em Portugal tratos daquele arbusto. existirem culturas de sabugueiro com boa capacidade de adapCom testes realizados para já em animais, Ângetação às condições naturais e de cultivo. O sabugueiro, antevê a lo Salvador revela que o enriquecimento da respeUA, “pode funcionar como uma excecional fonte de matéria-pritiva dieta com diferentes extratos de baga e de flor ma para o desenvolvimento de produtos alimentares de valor de sabugueiro, entre compostos fenólicos, esteróis acrescentado, em linha com as atuais tendências de mercado, e terpénicos, permitiu reduzir os níveis glicémicos nomeadamente a valorização de produtos naturais, locais, sauem jejum e otimizar o trabalho da insulina. Concludáveis, práticos de consumir, e que confiram prazer e bemsões que permitem antever que o arbusto pode ter -estar”. um “impacto potencial no controlo, através da dieta, Assim, o SambucusValor visa o desenvolvimento de produde uma patologia que atualmente afeta milhões de tos alimentares de valor acrescentado a partir do sabugueiro, pessoas em todo o mundo”. com vista a aumentar a sua penetração nos mercados interno O enriquecimento da alimentação com extratos da e externo. Este projeto “pretende contribuir para a valorizabaga de sabugueiro, lembra Ângelo Salvador, “não ção integrada deste recurso endógeno português com base poderá ser encarado como um tratamento, mas como na criação de indicadores de qualidade e de estratégias de parte integrante de uma dieta saudável e variada”. Tal, produção e transformação sustentáveis, nomeadamente ti“potencia a prevenção e, possivelmente, o controlo da rando partido das competências e recursos instalados nas doença”. entidades parceiras, e que deverão conduzir à criação de um centro piloto do sabugueiro potenciador deste desenO trabalho de doutoramento realizado por Ângelo volvimento”. Salvador no Departamento de Química teve orientação Para além da equipa de investigadores dos Departamencientífica de Sílvia Rocha e de Armando Silvestre, das tos de Química e de Engenharia Mecânica da UA, também unidades de investigação Química Orgânica, Produtos o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Naturais e Agroalimentares (QOPNA) e CICECO-Instituto a Inovterra, a InovFood, a Publindustria, a Oldland e Alberde Materiais de Aveiro. to Carvalho Neto fazem parte do SambucusValor.
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Criado por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Clone de castanheiro imune à doença da tinta chega ao mercado
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nvestigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) criaram um clone de castanheiro imune à doença da tinta, que destruiu em 20 anos cerca de um milhão destas árvores em Portugal, e que vai agora ser colocado no mercado. Um grupo de especialistas da academia transmontana, em Vila Real, desenvolveu um porta-enxerto, o “ColUTAD”, que foi recentemente testado com a colaboração de dezenas de agricultores e que, segundo a universidade, se confirmou ser “resistente à doença”. “A UTAD encontrou assim o antídoto contra a doença para ser usado nas novas plantações de castanheiros, e, tal como uma pessoa vacinada contra uma doença lhe fica imune, assim acontece com os soutos que recebem estes porta-enxertos”, afirmou hoje, em comunicado, José Gomes Laranjo, investigador e docente do departamento de biologia e ambiente. Segundo explicou, o clone é um castanheiro híbrido resultante do cruzamento entre o castanheiro europeu “Castanea sativa” e o japonês “Castanea crenata”. Depois de plantados, acrescentou, funcionam como “barreira à progressão da doença” e mesmo que a plantação “seja feita em terrenos já invadidos por ela, está provado que o novo castanheiro não morre”. O clone vai ser colocado, agora, nos circuitos comerciais. Para o efeito, foi assinado um protocolo de transferência da gestão dos direitos comerciais para a Serviruri - Prestação de Serviços Técnicos Agrícolas, uma empresa do sector viveirista que tratará da sua multiplicação e comercialização. Por cada planta vendida, a UTAD irá receber uma percentagem financeira, que irá reverter para o aprofundamento do estudo do “ColUTAD” e obtenção de mais porta-enxertos resistentes. A doença da tinta foi responsável pela destruição, nos últimos vinte anos, de “perto de um milhão de castanheiros” em Portugal. Esta doença é causada por um fungo que ataca as raízes e acaba por levar à morte da árvore. As alterações climáticas, que têm provocado cada vez mais no período de Verão um excesso de calor e secura das terras, foram determinantes para o agravamento dos efeitos da doença, afectando cerca de oito mil hectares de soutos. O clone, que vai ser comercializado, resultou de investigações desenvolvidas ao longo de várias décadas. Na base do trabalho está, segundo a academia transmontana, o contributo do investigador Columbano Taveira Fernandes nos anos 50 do século passado, e, nos anos 80, de investigadores da UTAD, como o antigo vice-reitor António Lopes Gomes, Carlos Abreu, Luís Torres de Castro e Alberto Santos. www.gazetarural.com
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Breves ° Breves ° Breves ° Breves ° Breves °
No âmbito do programa StartUP Visa
VougaPark certificado para acolher empreendedores estrangeiros
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incubadora do VougaPark - Centro de Inovação foi certificada para acolher e apoiar jovens empreendedores de todo o mundo que queiram abrir uma empresa inovadora em Sever do Vouga. O apoio é dado no âmbito do StartUP Visa, um programa criado pelo Governo que pretende atrair para Portugal investimento, talento e capacidade de inovação. O StartUP Visa funciona como um visto de residência para imigrantes empreendedores que lhes permite criar ou mover a sua startup para o nosso país. Trata-se de um dos programas mais inovadores a nível europeu para atracção e captação de talento internacional. Os empreendedores internacionais que queiram ter acesso ao StartUP Visa e obter uma autorização de residência e trabalho poderão candidatar-se através de uma plataforma online. Cabe às incubadoras, avaliar o potencial económico e inovador das candidaturas, tendo em conta o seu grau de inovação, potencial de crescimento e de criação de emprego qualificado, escalabilidade do negócio e potencial de mercado e, ainda, as perspectivas de fixação em Portugal, após o término do programa. O processo será fiscalizado pelo IAPMEI.
Festas dos Remédios em Lamego já tem data e cartaz A edição 2018 das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios já tem data de realização e imagem gráfica de apresentação. “A Romaria de Portugal”, um dos maiores eventos religiosos e sociais do país, realiza-se este ano de 23 de Agosto a 9 de Setembro, em Lamego. De características únicas no mundo, a imponência e reputação das Festas dos Remédios fazem dela “A Romaria de Portugal”, na qual os rituais religiosos e profanos se misturam numa harmonia perfeita. A recentemente empossada Comissão de Festas, presidida por Ana Catarina Rocha, vereadora da Câmara de Lamego, tem por objectivo “revesti-las da grandiosidade de outrora” e renovar a programação de eventos.
“Mercado da Terra” em Santo António das Areias O Município de Marvão promove, em colaboração com o Forti(ficar) Marvão e a Freguesia de Santo António das Areias, nos dias 21 e 22 de Abril, o IV Mercado da Terra - Feira das Actividades Económicas de Marvão. Este certame realiza-se no âmbito das tradicionais Festas de São Marcos, em Santo António das Areias, e decorre, entre as 10 e as 20 horas, no Mercado Municipal e espaço envolvente. Esta iniciativa tem como principais objectivos, dar a conhecer o que de melhor se faz e produz no concelho de Marvão, promover as empresas, produtores e artesãos marvanenses, potenciar negócios e estimular a economia local. O Mercado da Terra vai contar com mais de 40 expositores, com os produtos hortícolas, doces, licores, queijos, enchidos, sabonetes, azeite, vinho ou mel. A inauguração oficial do Mercado da Terra está agendada para as 10 horas de sábado, dia 21. No domingo, dia 22, às 17 horas, “Zé do Pipo” sobe ao palco para um espectáculo de música popular portuguesa 34 www.gazetarural.com que promete ser bem divertido e animado.
Festival de Gastronomia Serrana decorre até 22 de Abril
Sabores serranos em destaque em sete restaurantes de Tavira
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ecorre até 22 de Abril, em Tavira, o Festival de Gastronomia Serrana. Pelo décimo quinto ano os sabores do interior do concelho poderão ser degustados nos setes restaurantes aderentes de Cachopo, Santa Catarina da Fonte do Bispo e Tavira. Os apreciadores da cozinha tradicional, dos produtos locais e da época, assim como do estilo de vida mediterrânico têm ao dispor nos restaurantes aderentes diferentes pratos característicos da região. Sopas, saladas, orelha de porco, queijos e enchidos integram as entradas dos menus dos vários restaurantes, os quais apresentam no seu cardápio javali, galo do campo, açorda de galinha, borrego, porco, veado, cozido de grão, devidamente, acompanhados por vinhos da região. Pêras em calda de vinho, torta de batata-doce, mousses de café e figo, gelado de queijo de cabra, bolo de mel e fruta da época completam as ementas. Todos os que se deslocarem até aos estabelecimentos aderentes e provarem as ementas do Festival poderão habilitar-se, por sorteio, a uma estadia num alojamento turístico da região, assim como usufruir de uma actividade de animação turística.
Fórum “Vê Portugal” na Guarda a 7 e 8 de Maio
Especialistas nacionais e internacionais vão apontar caminhos para o futuro do turismo
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Guarda vai receber, nos dias 7 e 8 de Maio, a quinta edição do Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”. Esta é uma iniciativa anual do Turismo Centro de Portugal, que junta especialistas de várias áreas para conversarem e debaterem sobre o presente e o futuro do turismo interno. A cidade mais alta do país sucede a Viseu, Aveiro, Coimbra e Leiria, capitais de distrito que acolheram as edições anteriores, sempre com grande sucesso. Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, sublinhou a importância do turismo interno para a economia nacional, durante a apresentação do programa, que aconteceu em dois locais: Guarda e Lisboa. “O mercado interno está cá o ano inteiro. Representa mais de dois milhões de dormidas, está 365 dias disponível para vir à região Centro de Portugal e é muito diverso, uma vez que procura produtos tão variados como a gastronomia e o enoturismo, o turismo activo, a natureza, o património e a cultura”, disse. Ao longo dos dois dias do Fórum Vê Portugal, especialistas nacionais e internacionais abordarão no Teatro Municipal da Guarda a situação actual do turismo interno e lançarão pistas para o futuro, integrados em seis painéis. A sustentabilidade das regiões mais afastadas dos centros de decisão, assunto muito em foco na sociedade portuguesa, é um dos vértices do programa do encontro, que oferece temas tão aliciantes como: “Turismo de Natureza: Que Desafios Para a Sustentabilidade?“; “Turismo de Interior – Desafios e Tendências”; “Inovação, Competitividade e Coesão”; “Novas Tendências na Promoção dos Destinos”; “Novas Tendênsegundo ano consecutivo, o Turismo Centro de Portucias da Procura Turística”; e “Património e Turismo, uma Relação gal irá homenagear personalidades que se destacaEstratégica?”. ram no sector turístico nacional e regional. Entre os vários oradores, destacam-se Miguel Freitas, seNo jantar serão também entregues os Prémios de cretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural; Concurso de Empreendedorismo Turístico “José MaFrancisco Martín Simón, director-geral de Turismo da Junta da nuel Alves”, instituídos pelo Turismo Centro de PortuExtremadura (Espanha); Domingos Xavier Viegas, coordenador gal, e que visam apoiar projectos inovadores no sector do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Faculdade do Turismo com implementação na região, assim como de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra; João os Prémios de Teses Académicas que incidam sobre o Paulo Catarino, coordenador da Unidade de Missão para a VaCentro de Portugal. lorização do Interior; Paula Araújo da Silva, directora-geral do O Turismo Centro de Portugal é a entidade que estruPatrimónio Cultural; Ana Abrunhosa, Presidente da Comissão tura e promove o turismo na Região Centro do país. Esta de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro; os é a maior e mais diversificada área turística nacional, bloggers Carlos Bernardo e Nelson Carvalheiro; ou o cineasabrangendo 100 municípios, e tem registado um intenta Ruben Alves, entre muitos outros. so crescimento da procura interna e externa. É a região a escolher para quem pretende experiências diversificaTurismo homenageia personalidades das, pois concilia locais Património da Humanidade com em Jantar de Gala a melhor costa de surf da Europa, termas e spas idílicos, locais de culto de importância mundial e as mais belas alÀ semelhança da edição anterior, o Jantar de Gala “Vê deias. Portugal” será um dos momentos altos do programa. Pelo www.gazetarural.com
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Segundo um estudo publicado na revista Nature
Alterações climáticas aceleram aumento da variedade de plantas nos cumes de montanhas
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número de espécies de plantas que nos últimos 10 anos chegou ao topo das montanhas europeias aumentou cinco vezes em relação ao período 1957-1966, uma aceleração ligada ao aquecimento global, segundo um estudo publicado na revista Nature. Juntando dados sobre 302 picos europeus, compilados ao longo de 145 anos, conclui-se que a aceleração do número de espécies nos topos das montanhas está “inequivocamente ligada ao aquecimento global”, dizem os cientistas. O aquecimento global, acrescentam, está a levar as plantas a procurarem habitats no cimo das montanhas, até agora reservados apenas para as espécies mais resistentes. A equipa internacional de investigação verificou um aumento do número de espécies de plantas em 302 picos europeus no último século e meio, mas também descobriu que esse aumento está em aceleração, o que demonstra que a flora está a tentar acompanhar as consequências do aumento dos impactos antropogénicos (provocados pelo homem) no sistema da Terra. Entre 1957 e 1966 o número de espécies em cada um dos 302 picos aumentou em média uma espécie, enquanto na última década foram, em média, mais de cinco as novas espécies que se moveram para os lugares mais altos. O estudo não mostra se essas novas plantas dos cumes estão a afectar as que durante séculos aí viveram, mas admite que isso pode estar a acontecer ou que acontecerá no futuro. “Algumas das espécies que se adaptaram às frias e rochosas condições dos cumes das montanhas vão provavelmente desaparecer a longo prazo. Não têm mais para onde ir e não se podem desenvolver com a rapidez suficiente para competir com as recém-chegadas, mais altas e mais competitivas em climas mais quentes”, disse Manuel Steinbauer, principal autor do estudo, da Universidade de Erlangen-Nuremberga, Alemanha. Mas mesmo que as espécies dos cumes das montanhas não estejam em perigo é preocupante o aumento dos efeitos das alterações climáticas, que serão mais fortes em 2100, contrapôs Jens-Christian Svenning, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. O estudo foi conduzido por investigadores de 11 países europeus e apenas podia ser feito na Europa porque só esta tinha dados sobre a movimentação das plantas desde 1870.
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Município promove visitas guiadas, até final de Abril
Cerejeiras em Flor proporcionam espectáculo em Resende
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té ao final de Abril, o Município de Resende promove visitas guiadas pela Rota das Cerejeiras em Flor, num percurso de rara beleza proporcionado pelo manto branco das cerejeiras em flor que cobre as encostas do rio Douro nesta altura do ano. É na primavera que a flor de cerejeira cobre as encostas do rio Douro, em Resende, num admirável manto branco de flores que apela aos sentidos. Assim, a Rota da Cerejeira em Flor proporciona-lhe um passeio em tons de branco, onde terá oportunidade de admirar as magníficas paisagens desta região e conhecer todos os detalhes relativos à fileira da cereja. Do programa consta uma visita guiada ao Museu Municipal de Resende e uma viagem pelas freguesias de São João de Fontoura, São Pedro de Paus, Barrô e São Martinho de Mouros, que inclui uma visita guiada ao Centro Interpretativo da Cereja, onde se usufrui de uma vista privilegiada sobre a Serra do Marão e o rio Douro. Durante o percurso, uma técnica mantém o diálogo com os visitantes e explica o desenvolvimento da fileira da cereja. As inscrições encontram-se abertas para grupos com o mínimo de 20 pessoas, sendo que poderá obter mais informações em cm-resende.pt ou através do telefone 254 877 200. Depois das Cerejeiras em Flor, o Município de Resende celebra a sua afamada cereja, com o habitual Festival da Cereja que este ano decorre nos dias 2 e 3 de Junho, numa mostra que apresenta o delicioso fruto sempre acompanhado de animação popular.
De 3 a 6 de Maio, no Largo do Centro Multiusos
Lamego junta cavalos e mundo rural num grande evento
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Câmara de Lamego junta este ano, pela primeira vez, num único evento, a organização da Grandiosa Feira de Santa Cruz e da Feira Agrícola de Lamego, com o objectivo de reforçar a projecção destas iniciativas e, com isso, atrair mais público e aficionados pela arte equestre e pelo mundo rural. De 3 a 6 de Maio, a maioria das actividades decorre no Largo do Centro Multiusos e no interior desta infraestrutura. Como sempre, as populares Corridas de Passo Travado e de Galope Amador, o Concurso de Salto de Obstáculos, a Gala Equestre - Miguel Fonseca, o Concurso Pecuário de Raça Arouquesa, os desfiles e passeios de charretes e a demonstração de equitação clássica, entre muitas outras actividades, regressam no âmbito da realização da Gran-
diosa Feira de Santa Cruz. Mas, ainda há mais para descobrir e apreciar: a tradicional Feira Anual, a Noite de Fados e as aulas de equitação abertas à população na Av. Dr. Alfredo de Sousa. Conhecida popularmente por “3 de Maio”, este certame visa valorizar a arte equestre e promover o convívio e a boa disposição entre a população. Por outro lado, o mundo rural promete apresentar, mais uma vez, no Centro Multiusos, o seu melhor cabaz de produtos durante a Feira Agrícola de Lamego. Com a presença já confirmada de muitos produtores e empresas, reunirá num único espaço os melhores vinhos, azeites, frutas, enchidos, alfaias agrícolas e muitos outros produtos da região do Douro. Do programa de actividades, destaca-se ainda a realização de provas de vinho comentadas e as jornadas técnicas que reúnem no mesmo local profissionais e oradores de prestígio, constituindo um espaço privilegiado de negócios e partilha de experiências. Sob o lema “O Reencontro do Douro”, o acesso a este certame será gratuito pela primeira vez.
Com o projecto “14 freguesias, 14 experiências”
Ciclo de eventos mantem vivas as tradições populares em São Pedro do Sul
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“Fabrico do Pão-de-ló” em Aveloso, na freguesia de Sul, é a experiência que inicia as “14 Freguesias, 14 Experiências”, no próximo dia 21 de Abril. O projecto “14 freguesias, 14 experiências” têm como objectivo manter vivas as tradições populares oferecendo a oportunidade de reviver as práticas e os valores culturais e gastronómicos do mundo rural. As 14 freguesias do concelho de S. Pedro do Sul voltam a ser palco de recriações culturais do mundo rural, numa organização conjunta do Município e da Termalistur e o apoio das juntas de freguesia e associações locais. O projecto inclui actividades relacionadas com a resinagem, o ciclo do linho, a malha do milho ou o fabrico da broa e todas as experiências incluem animação, lanche e transporte desde as Termas de S. Pedro do Sul. Programa: 21 de Abril | Fabrico do Pão-de-Ló | Aveloso, Sul 5 de Maio | Sementeiras | Manhouce 26 de Maio | Resinagem | Figueiredo de Alva 2 de Junho | Fabrico da Broa | Santa Cruz da Trapa e S. Cristóvão de Lafões 16 de Junho | Malha do milho | Pindelo dos Milagres 14 de Julho | Ciclo do linho | Rompecilha, S. Martinho das Moitas e Covas do Rio 4 de Agosto | Da cera ao mel | Carvalhais e Candal 23 de Setembro | Desfolhada | Mosteirinho, Pinho 29 de Setembro | Vindimas | Vila Maior 13 de Outubro | Carolas | Bordonhos 27 de Outubro | Laranja | Valadares 4 de Novembro | Magusto de S. Martinho | Serrazes 24 de Novembro | A Polifonia de Lafões | S. Félix 21 de Dezembro | Experiências Doces de Natal | S. Pedro do Sul www.gazetarural.com
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Nos meses de Abril, Maio, Junho e Julho
Espaço Visual comemora 25 anos com ciclo de conferências
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consultora agrícola Espaço Visual, uma das mais prestigiadas do mercado, está a celebrar os seus 25 anos de existência, com a organização, durante os meses de Abril, Maio, Junho e Julho, de um ciclo de conferências. Estas sessões, abertas ao público, irão debater, entre outros temas da actualidade agrícola, o novo quadro comunitário e as ajudas à agricultura portuguesa, assim como as perspectivas de crescimento e desenvolvimento dos agricultores portugueses nos próximos 25 anos. Os oradores a convidar serão figuras de dimensão nacional, reconhecidas e prestigiadas personalidades do mundo rural, cujos nomes estão já assegurados mas ainda no “segredo dos deuses”. José Martino, CEO da Espaço Visual, afirma que a empresa tem uma responsabilidade social e de serviço público, pelo que defende uma estratégia de criação de eventos e iniciativas destinadas a não só colocar os temas agrícolas na agenda mediática mas também a contribuir para o esclarecimento e formação dos agricultores portugueses. A Espaço Visual vai estender as comemorações dos seus 25 anos por todo o país, nomeadamente Gondomar, onde tem a sua sede, Lisboa e Beja, onde possui uma delegação que está já a preparar a próxima Ovibeja, entre os dias 27 e 30 de Abril. www.gazetarural.com
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