Gazeta Rural nº 318

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é de todos. 09/02/2018

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Sumário

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Grupo Amorim aposta na região do Dão

Feira do Mirtilo “mostra as potencialidades e a importância do sector em Sever do Vouga” Mercado nacional já descobriu o fisális

Produção do mirtilo “está a normalizar” em Sever do Vouga

Ponte de Lima recebe XII Feira do Cavalo Festas Populares fazem de Viseu um destino turístico Mariza e Paula Fernandes confirmados no XIII AgitÁgueda

Anadia Capital do Espumante com 10 dias de festa de tributo ao vinho e à vinha Beira Interior promove XI Concurso de Vinhos

“Preparámo-nos a tempo para as mudanças que se estavam a verificar no mercado”, diz presidente da Adega de Silgueiros Nelas prepara edição 2018 da Feira do Vinho do Dão Vinhos Verdes são os primeiros ‘convidados’ do Tondela Brancos Dão

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Monção e Melgaço recebem primeiro encontro europeu de vinho branco Espaço Visual “tem-se afirmado percebendo os problemas dos agricultores”

Projecto ACROLEA foi o vencedor da quinta edição do Verallia Design Awards

Escolher o futuro da Antárctida pode evitar impactos globais irreversíveis

Investigadores e criadores unem-se para preservar galinhas portuguesas Campanha promove consumo de batata nacional Norte aposta no turismo de natureza para atrair turistas e combater sazonalidade

Castro Marim em “Festa da Cataplana” durante o mês de Junho Seia promove Festa da Transumância e dos Pastores

Arouca volta a recriar a história do seu mosteiro Festival no Alentejo cruza cante e chocalhos com artes contemporâneas

Portugal conquistou 111 medalhas no concurso La Selezione del Sindaco 2018


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Agenda

FESTAS POPULARES Até 24 de Junho Festas Populares fazem de Viseu As populares Cavalhadas de Vildemoinhos enceram as Festas Populares de Viseu. O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, diz que são “um cartaz autêntico”, que faz com que Viseu “se assuma como destino turístico”. De 22 a 24 de Junho e 29 de Junho a 1 de Julho Albergaria conVIDA 2018 Daniela Mercury, Amor Electro, Diogo Piçarra e Anjos são cabeças de cartaz na edição 2018 da Albergaria conVIDA – Feira Regional de Artesanato e Gastronomia de Albergaria-a-Velha.

De 8 a 10 de Julho Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais Ponte de Lima promove a Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais, evento que procura reconhecer a importância do Vinho Verde como um dos produtos endógenos de excelência com grande expressão económica e social e enorme potencial de crescimento.

A 30 de Junho Festa da Transumância e dos Pastores A Câmara de Seia promove no próximo dia 30 de Junho a já tradicional Festa da Transumância, desafiando os participantes a acompanhar os pastores na tradicional subida dos rebanhos à serra da Estrela em busca de melhores pastos.

De 30 de Agosto a 2 de Setembro Feira do Vinho do Dão Um seminário marca o arranque da edição 2018 da Feira do Vinho do Dão, que decorrerá em Nelas de 30 de Agosto a 2 de Setembro. O maior evento de promoção, venda e divulgação do vinho do Dão começa este ano mais cedo e decorrerá durante quatro dias.

De 7 a 29 de Julho XIII AgitÁgueda As ruas da cidade de Águeda vão estar em festa com a décima terceira edição do AgitÁgueda, que decorre de 7 a 29 de Julho. Música, artesanato, gastronomia, animação de rua e eventos desportivos fazem parte de um festival que é um dos mais emblemáticos da região. FEIRAS SECTORIAIS De 4 a 8 de Julho Expo Bairrada A edição deste ano da Expo Bairrada, que decorrerá de 4 a 8 de Julho no Espaço Inovação de Oliveira do Bairro, será marcada por uma aposta inédita na “sustentabilidade ambiental”, anunciou a autarquia bairradina. De 17 a 26 de Agosto “Frutos 2018” O município das Caldas da Rainha promove um evento que em 2017 contou com cerca de 105 mil visitantes. A Feira decorrerá no Parque Dom Carlos I, com diversas actividades, desde a produção agroalimentar, à maquinaria, ao showcooking, ao artesanato e muita animação. EVENTOS VÍNICOS A 19 e 20 de Junho Concurso de Vinhos da Beira Interior Setenta e dois vinhos de 25 produtores da Beira Interior participam no décimo primeiro concurso de vinhos da região, a realizar na cidade da Guarda, organizado pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI).

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De 22 de Junho a 1 de Julho Anadia Capital do Espumante Anadia prepara-se para mais um tributo ao vinho e à vinha. Anadia Capital do Espumante – Feira da Vinha e do Vinho vai decorrer de 22 de Junho a 1 de Julho, na zona do Vale Santo, e tem como cabeça de cartaz a brasileira Ana Carolina, que subirá ao palco a 30 de Junho.

EVENTOS GASTRONÓMICOS Até 30 de Junho Festa da Cataplana em Castro Marim Os segredos da Cataplana, temperada com o “melhor sal do mundo”, regressam ao concelho de Castro Marim, nesta que é a quinta edição da Festa da Cataplana, uma iniciativa da Câmara local, que pretende dinamizar turística e economicamente o território. De 12 a 15 de Julho Festival de Gastronomia do Maranho da Sertã A Sertã vai ser o palco do VII Festival de Gastronomia. Restaurantes, tasquinhas, actividades desportivas, ateliês, concertos e sessões de showcookings são alguns dos ingredientes deste festival onde o Maranho é Rei. EVENTOS DE ÉPOCA De 13 e 22 de Julho “Arouca, História de um Mosteiro” Está de volta o único evento em Portugal que recria a vida quotidiana no interior de um mosteiro feminino. “Arouca, História de um Mosteiro” é o nome do evento que abrirá as portas do Mosteiro de Arouca ao público. De 23 e 24 de Junho II Ammaia Festum - o Renascer de uma Cidade Romana O Município de Marvão e a Fundação Ammaia promovem, nas ruínas da Cidade Romana, em São Salvador da Aramenha, o II Ammaia Festum - O Renascer de uma Cidade Romana, com o intuito de dinamizar, divulgar e valorizar o património histórico-cultural, material e imaterial, do concelho.


Num investimento imediato de mais de um milhão de euros

Grupo Amorim aposta no Dão e compra a Quinta da Taboadela

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Quinta da Taboadela vai mudar de mãos. O Grupo Amorim, que no Douro detém a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, adquiriu a quinta situada na freguesia de Silvã de Cima, Sátão, num negócio que, segundo apurámos, envolve um investimento imediato de 1,125 milhões de euros por parte de Luísa Amorim, a grande mentora da aposta nos vinhos por parte do Grupo Amorim. A Taboadela, com cerca de 45 hectares, foi adquirida aos antigos proprietários nos anos 80 por António de Albuquerque, que nela plantou cerca de 40 hectares de vinha, construiu um hotel rural e uma adega para vinificar as uvas. A quinta era agora propriedade da filha, Rosa Albuquerque. Desde que chegou, em 2005, à Quinta Nova, que pertencera à Burmester, Luísa Amorim, a herdeira mais nova do Grupo Amorim, fez uma verdadeira revolução na Quinta, que hoje é um dos locais mais procurados e emblemáticos do Douro. Para além da produção de vinhos, a aposta passou pelo enoturismo, sendo que, hoje, 90% dos seus clientes são estrangeiros. Segundo apurámos, Luísa Amorim pretende replicar a ideia na Quinta da Taboadela, com a recuperação da antiga casa da quinta e os anexos. Do projecto consta também a ampliação do hotel rural, de oito para 11 quartos; a remodelação do espaço envolvente; a criação de uma loja de venda de vinhos; uma sala de provas e um auditório, para conferências e exposições, com vista sobre os vinhedos. Fonte da Câmara de Sátão confirmou que o negócio está fechado e que já terá dado entrada na autarquia um projecto que visa requalificar os espaços da quinta. Para além disso, os novos proprietários pretendem recuperar e revitalizar as vinhas, requalificar a adega com as mais modernas tecnologias, num investimento global, faseado, de alguns milhões de euros. O presidente da CVR Dão, Arlindo Cunha, confirmou à Gazeta Rural o negócio, considerando que Luísa Amorim “já é uma produtora de referência no Douro”. Daí que, enquanto presidente da CVR do Dão, “fico muito satisfeito com a sua decisão de vir implementar um projecto de superior qualidade na nossa Região e teve, aliás, a amabilidade de me telefonar a comunicar essa decisão”. Arlindo Cunha lembra que a vinda do Grupo Amorim para o Dão “segue-se à de outros dois produtores de referência do Douro, que nos últimos anos também se instalaram no Dão, evidenciando a redescoberta que está a ser feita dos nossos vinhos, pela sua diferenciação, pelo seu carácter e elegância”. O presidente da Câmara de São, Paulo Santos, não se quis pronunciar sobre o negócio, preferindo abordar o assunto mais tarde. Já o presidente da UDACA e do Conselho Geral da CVR Dão considera que esta aposta do Grupo Amorim “é uma mais valia para a região, desde que seja para potenciar a marca Dão”. Fernando Figueiredo aguarda com expectativa a aposta do Grupo Amorim, que, deste modo, vem sustentar o crescimento e a notoriedade que o vinho do Dão tem vindo a ter. Também o presidente da Adega de Penalva do Castelo se mostra satisfeito. José Frias Clemente sustenta que este investimento “é importantíssimo para a região do Dão”, naquela que considera ser “uma das quintas mais importantes” da região do Dão, “bem localizada e excelente para a produção de vinhos de qualidade”. www.gazetarural.com

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No Parque Urbano da Vila, de 28 de Junho a 1 de Julho

Feira do Mirtilo “mostra as potencialidades e importância do sector para Sever do Vouga

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Parque Urbano de Sever do Vouga prepara para receber mais uma edição da Feira Nacional do Mirtilo. Esta Vila do Baixo Vouga quer continuar a afirmar-se como a Capital Nacional do Mirtilo, num concelho onde começam a aparecer novos produtores, mas também com a produção de outros pequenos frutos, como a fisális, amora, framboesa e outros. Para o vice-presidente da Câmara de Sever do Vouga, depois do tempo da divulgação do mirtilo “é tempo de sedimentar e colher os frutos”. À Gazeta Rural, José Manuel Almeida e Costa diz que o concelho “quer afirmar-se, definitivamente, como a Capital Nacional do Mirtilo”, mas também “como especialistas desde sector, que é cada vez mais importante”. Gazeta Rural (GR): Que Feira do Mirtilo vamos ter este ano? José Manuel Almeida e Costa (JMAC): Este certame é a prossecução do que temos feito em anos anteriores. Para além de um aumento de expositores, vamos ter mais eventos técnicos e sessões de show cooking. No âmbito do programa da Feira, e porque está perfeitamente integrado no espírito da mesma, vamos fazer o lançamento oficial de um livro infanto-juvenil, que tem por título “O pequeno país dos frutos”, de João Pedro Mésseder. É professor universitário e um escritor já com créditos firmados no panorama de literatura infanto-juvenil. Em termos de animação vai a habitual, bem como mais um concerto do Festim, a que aderimos desde a primeira hora. Na tarde de Domingo, vamos contar com a presença

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da TVI, com o ‘Somos Portugal’, que promoverá a nossa Feira e levará imagens de Sever do Vouga para todo o mundo.

GR: O domingo é um dia para o publico em geral, mas a Feira está cada vez mais virada para os profissionais do sector? JMAC: Também está. Contudo, agora é tempo de sedimentar e colher os frutos, passe a expressão, dos anos em que houve só a divulgação. Queremos afirmar-nos, definitivamente, como a Capital Nacional do Mirtilo, nos aspectos técnicos, - desde a plantação e acompanhamento do ciclo da planta e maturação do fruto, - mas também à sua certificação e colocação no mercado. Queremos afirmar-nos como especialistas desde sector, que é cada vez mais importante. É evidente que temos a noção, e é consabido, que há zonas do país onde a produção de mirtilo é maior. Contudo, nós queremos marcar a diferença pela qualidade. Temos cá o conhecimento, com os profissionais do sector, desde as plantas, até aos equipamentos usados, desde a colheita do fruto até à sua conservação, à produção dos subprodutos, como doces e licores. Diria que este evento mostra as potencialidades e a importância deste sector para o nosso concelho. Temos aquilo que podemos chamar de ‘fileira do mirtilo’, com a participação dos profissionais do sector em força, com pa-


lestras técnicas para elucidação dos produtores, e publico em geral, dos mais recentes avanços de investigação neste sector, na plantação e na conservação, mas também na comercialização do fruto. GR: O ano passado houve queda de granizo, que afectou a produção, mas segundo apuramos houve resposta positiva das plantas e este ano haverá uma campanha normal? JMAC: Sim. Há um atraso de cerca de duas semanas, devido ao tempo instável e com chuva que se tem feito sentir. Isto tem reflexos, com atraso na produção, mas não afecta o fruto, nem a qualidade do mesmo. Se, como se espera, tivermos sol e dias de calor isso irá contribuir para a maturação mais rápida do fruto e conferir-lhe o açúcar que necessita. Mas em termos de quantidade e de qualidade, pelas informações que temos, não haverá problemas. GR: Sendo Sever a Capital do Mirtilo, há, no entanto, quem faça outras apostas. Tem no concelho uma produtora de fisális. Como olha para esta aposta, num concelho marcado pelo mirtilo? JMAC: Vejo com bons olhos e ficamos muito satisfeitos por haver essas apostas, o que demostra que temos condições fantásticas no sector primário. Parafraseando o livro “O país dos pequenos frutos”, estamos a diversificar. É que, para além do mirtilo e do fisális, temos também produção de amora, de framboesa, de goji, de maracujá e de kiwi, que também poderá ser enquadrado nessa fileira. Vemos esta diversificação com bons olhos, até porque são culturas que se adaptam às características do nosso terreno e do nosso clima. Diria que é uma ‘concorrência saudável’ entre os pequenos produtos.

Dir-lhe-ei que, por conhecimento pessoal, GR: E a laranja, que toda a gente diz que a de Sever é de houve pessoas da minha geração que se forexcelente qualidade? maram e se licenciaram, sendo que a fonte de A produção caiu e há alguns laranjais semiabandonados? O rendimento dessas famílias era a venda da laque se pode fazer? ranja. Foi e poderá continuar a ser importante JMAC: É uma pergunta curiosa. Há décadas, e lembro-me disso, na economia do concelho. já se falava no potencial da laranja, principalmente a que se produzia em algumas freguesias ribeirinhas do nosso concelho, que eram GR: E a Bolsa de Terras, como está? muito produtivas. JMAC: A Bolsa de Terras que existe é gerida Houve uma tentativa, há algumas décadas, de explorar o sector pela AGIM e tem sido um sucesso. Há muitos hecdo sumo de laranja, mas não passou da intenção. Recentemente tares novos a serem roteados e plantados, curiovoltou-se a falar nisso e a própria Cooperativa chegou a pensar samente, com jovens produtores, alguns com curnisso. Uma outra cooperativa, criada há pouco tempo, com sede sos superiores, licenciados, que vêem na fileira do em Sever do Vouga, está a colocar essa hipótese, mas objectivamirtilo uma oportunidade de se afirmarem. mente ainda não há nada. Vemos com bons olhos, e com agrado, a ligação A nossa laranja pode não ser atractiva em termos visuais, mas dos nossos jovens à terra, que faz com que fiquem é de excelente qualidade, doce e sumarenta. Penso que se apos‘agarrados’, digamos assim, ao concelho, em vez tarmos na sua produção e no tratamento das árvores, - e, como de saírem para outros locais. Estamos muito satisdisse, vêem-se laranjais totalmente abandonados, as árvores feitos, pois a Bolsa de Terras tido muito sucesso, de com doenças que podem afectar a qualidade do fruto, podemos que resultam, todos os anos, novas plantações, em ter aqui mais uma oportunidade. áreas muito significativas.

Av. Comendador Augusto Mar�ns Pereira, 63 | 3740-254 Sever do Vouga | Telef.: 234 551 888

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Sandra Figueiredo já ampliou a exploração em Sever do Vouga

Mercado nacional já descobriu o fisális

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andra Figueiredo iniciou há cerca de cinco anos a produção de fisális em Sever do Vouga. Enquanto todos se viravam para o mirtilo e outros pequenos frutos, a agora agricultora a tempo inteiro decidiu apostar num fruto que já vem com… embrulho. A produtora começou por exportar toda a sua produção, mas nos últimos anos “o mercado nacional está a descobrir a fisális, principalmente os vegetarianos, vegans e desportistas, pois é um fruto muito baixo em carboidratos, tem vitaminas que não são facilmente encontradas noutros frutos e tem benefícios para a saúde, que estão comprovados”, referiu Sandra Figueiredo à Gazeta Rural. “O ano passado cheguei a vender uma tonelada por semana para o mesmo hipermercado”, salientou. Com uma produção a rondar as 10 toneladas, a produtora vai continuar a vender para o mercado interno, mas com alguma exportação para a Holanda. O mercado externo está mais competido e Sandra diz que hoje “compensa mais o mercado nacional”. O fisális tornou-se um fruto mais conhecido e descoberto pelos chefs de cozinha, sendo “óptimo para a decoração de bolos e para saladas”, refere Sandra Figueiredo, acrescentando que a cozinha gourmet “está a utilizar bastante o fisális, porque é um fruto bonito e diferente”. O ciclo de produção do fisális é curto, pelo que de dois em dois anos as plantas têm que ser substituídas. Questionada sobre um possível aumento da produção, Sandra Figueiredo é cautelosa, pois tem dificuldade em encontrar mão de obra para a apanha. Para satisfazer os seus clientes, trabalha com outros produtores a quem compra o fruto. Dedicada a tempo inteiro à agricultura, Sandra Figueiredo diz que a terra “é um chamariz, é um trabalho agradável e um desafio, pois todos os dias se fazem conquistas”. Na Capital do Mirtilo produzir fisális é como ‘uma lança

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em África’. “Sinto-me um ser estranho, completamente à parte daquilo que é o resto da produção no concelho e isso nota-se quando vou fazer formações. Nas reuniões de produtores, só lá está a Sandra a produzir fisális, o resto produz mirtilo”. A produção de fisális em Portugal está mais centrada na região de Leiria, mas, diz Sandra Figueiredo, “já há na região norte produtores com alguma dimensão”.


Diz José Sousa, presidente da Mirtilusa

Apanha do mirtilo “está a iniciar-se com duas semanas de atraso”

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menos de duas semanas da Feira Nacional do Mirtilo, e com a chegada do sol, a produção de fruto está a normalizar, mas a campanha iniciou-se com atraso. “A apanha está a iniciar-se com duas semanas de atraso, mas temos que aceitar o que o clima dita”, refere o presidente da Mirtilusa, convicto de que este atraso “não irá dificultar a comercialização, nem o preço final”. Se a chegada do sol ajuda à maturação, José Sousa diz que “os primeiros frutos têm poucas horas de sol e não serão os melhores, pois não terá o brix (teor de açúcar) necessário”. Contudo, acrescenta, “estou convencido que isso irá normalizar, após uma semana de sol”, garantindo que não faltará fruto na Feira do Mirtilo, “embora nela se faça cada vez menos negócio”, pois a venda “tem vindo a diminuir de ano para ano”. “No início vendia-se muito mirtilo, quando este fruto era novidade em Portugal e era produzido no concelho de Sever de Vouga e pou-

co mais”. Agora, “com a produção generalizada e disseminada pelo país, já vem menos gente para comprar fruto”, justifica o dirigente. O presidente da Mirtilusa diz que na Feira “há muitas actividades, algumas já pouco relacionadas com produção de mirtilo”, sustenta. Questionado sobre a importância da mesma, José Sousa diz que “neste momento não sei trás alguma coisa de útil aos produtores de Sever de Vouga”. Em sua opinião, “a mesma deveria ser aberta apenas a produtores de pequenos frutos locais e a actividades associadas”. Para justificar a queda da venda de fruto na feira, o dirigente diz que a cooperativa a que preside viu, nos últimos anos, reduzido o seu espaço para metade. “A Mirtilusa sempre trabalhou com quatro stands na feira, para exposição e venda de fruto e plantas”, mas “neste momento temos apenas dois”, admitindo não participar na feira do próximo ano. “Com o valor que pagamos pelos stands e os gastos associados, a Mirtilusa perde centenas de euros na Feira do Mirtilo”. José Sousa diz ter conhecimento que “alguns produtores e transformadores de fruto estão a reduzir a sua presença e alguns a desistir da feira, porque perdem dinheiro”.

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De 28 de Junho a 2 de Julho

Ponte de Lima recebe XII Feira do Cavalo

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onte de Lima prepara a décima segunda edição da Feira do Cavalo, evento que, pela sua qualidade e visibilidade, faz parte do calendário equestre nacional e internacional. Classificado como Evento do Ano pelos Prémios Alto Minho Business Awards 2017, a Feira do Cavalo de Ponte de Lima mantém a aposta numa estratégia de investimento na componente equestre, dinamizada pela Município de Ponte de Lima. Mais uma vez, as expectativas deste evento são elevadas, já que atrai cavaleiros e criadores, nacionais e internacionais, com destaque para a presença internacional, colocando Ponte de Lima como uma das capitais do circuito equestre internacional. Do programa equestre destaca-se o Concurso Internacional de Dressage, Concurso de Modelo e Andamentos, Critérios de Cavalos Novos, Campeonato de Portugal de Dressage Senior e Para-dressage, para além da jornada da Taça de Portugal de Dressage, Equitação de Trabalho, Horseball e Atrelagem. No dia da abertura oficial, a 28 de Junho, realiza-se a Gala da Escola Portuguesa de Arte Equestre.

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De 28 de Junho a 1 de Julho

Diogo Piçarra e Piruka são destaque nas festas da cidade de S. Pedro do Sul

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. Pedro do Sul vai estar em festa durante quatro dias, de 28 de Junho a 1 de Julho, com muitos momentos de animação, com um programa diversificado de artistas e com entrada gratuita. Música e animação, com tasquinhas, espaço infantil e muitas diversões são as propostas. As Festas da Cidade de S. Pedro do Sul foram apresentadas no Salão Nobre da Câmara Municipal pelo vice-presidente Pedro Mouro e pelos vereadores Teresa Sobrinho e Nuno Almeida. No dia 28 de Junho, Dia da Juventude, o programa promete uma grande noite com “Piruka” um dos novos talentos do panorama musical com milhões de visualizações no youtube. Antes, a nova artista “Maria” vai apresentar os seus singles “Crash” e “Junction” e agitar o público mais jovem. Os Dj’s Peter Sky e 2Funksoul terminam a noite deste primeiro dia do maior evento da cidade. No Cineteatro Jaime Gralheiro estará patente a Mostra de Expressões Artísticas da ASSOL (Associação de Solidariedade Social de Lafões). Neste dia os primeiros 500 jovens, até aos 25 anos, a chegar ao recinto a partir das 20,30 horas recebem uma t-shirt promocional do concelho. No Feriado Municipal, dia 29 de Junho, realiza-se a tradicional homenagem aos funcionários da autarquia com 25 anos de serviço e ainda a entrega de prémios de mérito empresarial. A noite vai ser de Marchas Populares, com nove marchas a desfilar desde o Pavilhão Municipal até à Avenida da Liberdade. A noite continua com o Grupo de Concertinas “Os Vouguinhas”, DJ The Boss e Dj Louis T. Diogo Piçarra é o artista que sobre ao palco a 30 de Junho. Vencedor do concurso “Ídolos” em 2012, é um dos nomes mais sonantes da música portuguesa da actualidade. Os Djs Sara Santini e Johnny The Bass terminam aquela que promete ser uma grande noite das Festas da Cidade. No último dia realiza-se a “Caminhada da Liga Portuguesa Contra o Cancro” e o XXI Festival Nacional de Ginástica. À noite a Tuna da Universidade Sénior e o cantor popular Victor Rodrigues prometem terminar as Festas da Cidade em grande.


Até 24 de Junho, na “Cidade Europeia de Folclore”

Festas Populares fazem de Viseu um “destino turístico”

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s populares Cavalhadas de Vildemoinhos enceram as Festas Pogóricos, sendo seis artísticos e cinco tradiciopulares de Viseu, que têm início com a Festa das Freguesias de nais. O desfile, em que participam cerca de 800 Viseu, que tem por palco o Parque Aquilino Ribeiro. O presidente da pessoas, arranca pelas 15 horas e será acomCâmara de Viseu, Almeida Henriques, revelou que as Festas Popupanhado por grupos de bombos, fanfarras, um lares da cidade vão sair à rua durante uma semana, propondo “um grupo de pauliteiros e a tradicional “Dança da cartaz autêntico”, que faz com que Viseu “se assuma como destino Morgadinha”. turístico”. As Cavalhadas de Vildemoinhos deste ano te“Vamos ter um programa autêntico, com eventos muito conceirão em cortejo 28 carros artísticos, tradicionais tuados e de grande tradição que, com o nosso apoio, têm vindo a e institucionais. O presidente das Cavalhadas de fazer um ‘upgrade’ e a consolidarem-se do ponto de vista local, naVildemoinhos, Ramiro Figueiredo, revelou que cional e até internacional. Isto permite que hoje Viseu já se conscomparativamente com a última edição, “os carros titua como destino durante as festas populares e já não falamos tradicionais duplicaram”. só do S. João do Porto ou do Santo António em Lisboa”, sustentou. Este ano, a comissão organizadora promove tamNa apresentação das festas, Almeida Henriques revelou que as bém o “Concurso das Varandas Enfeitadas de S. tradições populares e culturais da cidade de Viseu saem à rua de João”, em que a comunidade é convidada a decorar 15 a dia 24 de Junho e incluem no seu cartaz a Festa das Freguea rigor as suas varandas, janelas e portas. sias, as Marchas dos Santos Populares e as Cavalhadas de Teivas e de Vildemoinhos. EUROPEADE já mexe “O investimento municipal nas Festas Populares de Viseu ascende a 135 mil euros, entre apoios directos às associações e Estão abertas, até 20 de Junho, as inscrições para custos de produção e logística. É um valor bastante substana praça de alimentação que se instalará no Mercado cial”, considerou. 2 de Maio, durante o EUROPEADE, o maior Festival EuO arranque está agendado com a Festa das Freguesias, que ropeu de Folclore. O evento, que decorrerá entre os levarão ao parque Aquilino Ribeiro “uma verdadeira mostra da dias 25 e 29 de Julho, trará a Viseu mais de 5 mil partiidentidade local do concelho”, com as 25 freguesias a promocipantes e cerca de 10 mil visitantes, provenientes de verem a sua etnografia, gastronomia e património. 24 países. Por estes dias, também a cidade-jardim vai A “Cidade Europeia de Folclore” conta, ao longo de nove celebrar o melhor da sua identidade, apresentando as dias, com mais de 40 horas de programação e 40 grupos musuas danças e cantares tradicionais e dando a provar os sicais e artísticos, que inclui um desfile etnográfico, marchas sabores únicos da região. populares e as tradicionais cavalhadas. “Este cartaz é uma No Mercado 2 de Maio, praça histórica da cidade e oportunidade de ouro para descobrir e viver por dentro a auponto de encontro para viseenses, visitantes e turistas, tenticidade da cultura tradicional de Viseu e da Beira Alta”, nascerá uma praça de alimentação em ambos os pisos afirmou o presidente da Câmara de Viseu. superior e inferior. Este será um local privilegiado para Ainda englobado na Festa das Freguesias, irá decorrer as iguarias regionais, mas haverá também lugar para a o concurso “Sabores & Aromas Tradicionais de Viseu”, na presença de petiscos típicos da “comida de rua” e oferta tarde de sábado, em que a mostra de sabores será posta à gastronómica variada. Está previsto o funcionamento desprova pelo chef Hélio Loureiro. te espaço gastronómico entre os dias 23 e 29 de Julho, no Segundo o presidente das Cavalhadas de Teivas, Amaperíodo das 12 às 24 horas. dor Oliveira, o cortejo será constituído por 11 carros alewww.gazetarural.com

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De 7 a 29 de Julho as ruas da cidade de Águeda

Mariza e Paula Fernandes são nomes confirmados no XIII AgitÁgueda

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tudo pronto para receber bem as pessoas”. Hoje, s ruas da cidade de Águeda vão estar em festa com a décima refere o autarca, o festival tornou-se “numa festerceira edição do AgitÁgueda, que decorre de 7 a 29 de Juta da cidade”, onde “as pessoas vêm para serem lho. Música, artesanato, gastronomia, animação de rua e eventos surpreendidas e podem sê-lo a qualquer momendesportivos fazem parte de um festival que é um dos mais embleto. É isso que procuramos”, sustenta. Edson Sanmáticos da região. tos diz que serão quatro fins-de-semana com um Com um cartaz musical que todos os anos integra grandes no“cartaz forte”, numa aposta grande em algumas mes nacionais e internacionais, oferece uma programação destinatemáticas. da a públicos de todas as idades e com entradas gratuitas. “A dinâmica é trazer coisas dentro da mesma teO sucesso deste evento além-fronteiras, confirmado com a remática, mas envolvidas de outra maneira. As pescente atribuição do selo FEST300 2018 – The World’s Best Festisoas sabem para o que vêm, sabem que vão ser vals, coloca-o na rota mundial dos festivais por medias nacionais, surpreendidas e a surpresa aparece em qualquer internacionais e redes sociais. “A ideia foi sempre criar um conmomento”, refere Edson Santos, que realça a parceito diferente dos festivais que existiam aqui à volta”, referiu ceria com a CP, com comboio turístico que sai de o vice-presidente da Câmara de Águeda à Gazeta Rural. É que, Aveiro, que o ano passado “teve um sucesso enordiz Edson Santos, “em Águeda não nos preocupamos só com os me”. Em resumo, acrescenta, “são 23 dias de especespectáculos, o cartaz é importante, mas queremos que toda a táculos, 23 dias em que vamos ter 36 associações a cidade se sinta envolvida neste festival”. Neste sentido, “comemostrar a sua gastronomia, onze bares, tasquinhas, çámos a agitar as ruas, com arte urbana e com a colocação de tudo para surpreender quem nos visita”. chapéus, que nos deu mais promoção a nível nacional e interPara além dos espectáculos, onde estarão presennacional”. tes também projectos locais, o AgitÁgueda inclui uma “Na altura queríamos algo nas ruas que colocasse as pesÁrea AgitaKids, destinada aos mais jovens, e ainda soas a parar e a olhar para a cidade. Iniciámos com um muperformances, espectáculos de rua, o encontro dos ral, baseado numa lenda local, e percebemos que as pessoas Homens-Estátua, o Carnaval Fora D’ Horas, palco com paravam, gostavam e discutiam a própria cidade, acabando DJ’s e tasquinhas que mostrarão o melhor da gastronopor criar uma grande envolvência”, sublinhou Edson Santos. mia do concelho. Os chapéus vieram depois. “Percebemos que o impacto foi brutal e, a partir daí, começámos a desenvolver e a apostar mais nessa ideia”, acrescentou. O cartaz é o seguinte: Tudo isto não foi fácil, nomeadamente a adaptação do comércio a uma nova realidade, que hoje tem impacto eco08 de Julho - 22:00 - Tim e Orquestra 12 de Abril nómico, uma vez que o festival decorre por toda a cida14 de Julho - 22:30 - Mariza de, com várias actividades e muita animação de rua, mas 15 de Julho - 22:00 - Bárbara Bandeira “procuramos sempre dinamizá-las junto ao comércio local, 20 de Julho - 22:30 - Diogo Piçarra para que este possa usufruir dessas iniciativas”, salienta 27 de Julho - 22:30 - Blaya Edson Santos, sustentando que “houve uma mudança de 29 de Julho - 22:00 - Paula Fernandes mentalidades e as pessoas têm um gosto enorme em ter

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De 22 de Junho a 1 de Julho, na zona do Vale Santo

Anadia Capital do Espumante com 10 dias de festa e tributo ao vinho e à vinha

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nadia prepara-se para mais um tributo ao vinho e à vinha. Anadia Capital do Espumante – Feira da Vinha e do Vinho vai decorrer de 22 de Junho a 1 de Julho, na zona do Vale Santo, e tem como cabeça de cartaz a brasileira Ana Carolina, que subira ao palco a 30 de Junho. Do cartaz contam, também, Rui Veloso (dia 22), Tiago Bettencourt (dia 25), Meninos da Sacristia, com Rui Pregal da Cunha (dia 26), Virgul (dia 27), Carminho (dia 28), Richie Campbell e DJ Isabel Figueira (dia 29). Nota para o facto da Câmara de Anadia, entidade promotora do certame, dedicar o placo 2 às 10 freguesias do concelho, onde estas darão a conhecer aos visitantes “o que de melhor se faz na sua terra, em termos culturais”, referiu o vice-presidente da Câmara. Quanto ao figurino da Feira, Jorge Sampaio diz que a organização “tenta todos os anos ter coisas diferentes e este ano vamos mudar o espaço de exposição, o local dos stands e a zona dos espumantes, dando lugar a uma grande praça de alimentação, onde vamos juntar os espumantes e a gastronomia”. Para o autarca, “todos os anos tentamos inovar, fazer diferente para que a feira continue atractiva”, admitindo que “nos próximos anos vai haver mais alterações”, referindo que “estamos a trabalhar em algumas coisas que queremos implementar em 2019”. “Acho que vamos dar um salto muito grande na área dos produtores e do espumante”, salientou. Numa região de excelencia para a produção de espumantes, os últimos anos ficaram marcados pela aposta na marca ‘Baga Bairrada’. Para Jorge Sampaio “cada vez mais temos que fazer primeiro, apostar na qualidade e a Bairrada tem, nos últimos anos, feito um grande caminho nesse sentido”, pois “diferenciamo-nos das outras regiões”, sustentando que “da junção da Baga (casta) e da Bairrada nasceu uma marca fabulosa, que nos diferencia definitivamente do resto do país”. Fazer uma feira melhor todos os anos é um dos desejos da organização, que, contudo, se vê a braços com a questão do espaço do Vale Santo. “Atingimos o limite em número de expositores e não queríamos mudar de sítio, pois achamos que aquele é um local fantástico para a feira, pelo que não vamos crescer em número de expositores,

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mas vamos reorganizá-los de forma diferente”, referiu o vice-presidente da Câmara de Anadia, que espera uma adesão “muito elevada” de visitantes. “O nosso objectivo é sempre aumentar”, porém “o mais importante é podermos responder com qualidade, para que as pessoas vivam boas experiências e saiam com vontade de voltar”, frisou Jorge Sampaio.


A realizar nos dias 19 e 20 de Junho, na Guarda

Concurso de vinhos da Beira Interior com 72 vinhos de 25 produtores

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etenta e dois vinhos de 25 produtores da Beira Interior participam no décimo primeiro concurso de vinhos da região, a realizar na cidade da Guarda, organizado pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), com o apoio da Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA) e da Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB). Segundo a organização, esta edição, que vai decorrer no Solar do Vinho da Beira Interior, na cidade da Guarda, conta com 72 vinhos a concurso, entre brancos, tintos e rosados das categorias DO (Denominação de Origem) Beira Interior e IG (Indicação Geográfica) Terras da Beira, de 25 produtores. O concurso, que pela primeira vez será realizado com recurso a uma aplicação informática criada para o efeito, tem como principal objectivo a promoção e a divulgação “do que se faz de melhor na Beira Interior”. “Os vinhos admitidos no referido concurso serão avaliados em prova cega por um júri, composto por enólogos, escanções, membros da hotelaria e restauração, críticos de vinhos, membros das câmaras de provadores de outras comissões vitivinícolas”, adianta a CVRBI. O júri do concurso será presidido pelo crítico de vinhos Aníbal Coutinho, a quem caberá coordenar a prova. Aos vinhos premiados no concurso da CVRBI serão atribuídas medalhas de ouro, prata e a grande medalha de ouro, que distinguirá “o melhor vinho da Beira Interior”. Os resultados do XI Concurso de Vinhos da Beira Interior serão conhecidos no dia 07 de Julho, durante um jantar de gala a realizar no edifício do Seminário do Fundão. A CVRBI tem sede na Guarda e abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde existem 60 produtores de vinho, sendo quatro adegas cooperativas e 56 produtores particulares. www.gazetarural.com

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Presidente da Adega de Silgueiros e as 10 medalhas de ouro no concurso da CVR Dão

“Preparámo-nos a tempo para as mudanças que se estavam a verificar no mercado”

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Adega de Silgueiros foi o produtor mais premiado no último concurso de “Os Melhores Vinhos do Dão no Produtor”, promovido pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão. Dos 12 vinhos que levou a concurso, 10 receberam a medalha de ouro, o que deixou o presidente Fernando Figueiredo muito satisfeito com o trajecto realizado. Em conversa com a Gazeta Rural, o dirigente cooperativo destaca a aposta feita na qualidade, ‘obrigando’ os produtores a seguir essa estratégia, que agora colhe os seus frutos. “Penso que nos preparámos a tempo para as mudanças que se estavam a verificar no mercado e os prémios são o resultado dessa aposta”, referiu, realçando também o trabalho que tem vindo a ser levado a cabo pela CVR Dão na promoção e divulgação da região, o que se traduziu num aumento dos vinhos certificados. Gazeta Rural (GR): A Adega de Silgueiros foi dos produtores mais premiados no recente concurso da CVR Dão. É o reflexo da estratégia que definiu há alguns anos? Fernando Figueiredo (FF): Sim, a estratégia está a dar os seus frutos. De facto, não havia razão nenhuma para que uma adega com a dimensão de Silgueiros e com a transformação que foi levada a cabo pelos associados na reestruturação das vinhas e com a plantação de mais castas nobres, não viesse a dar os seus resultados. Penso que nos preparámos a tempo para as mudanças que se estavam a verificar no mercado e os prémios são o resultado dessa aposta. Por outro lado, dos vinhos premiados, nenhum tem uma quantidade inferior a dez mil litros. Temos hoje mais vinhos em quantidade e em qualidade e por isso na nossa publicidade utilizamos a frase: “Qualidade toda Certificada”. A este concurso candidatámo-nos com 12 vinhos e dez receberam medalhas de ouro. GR: Como reagem os sócios da Adega à transformação verificada? FF: Tratando-se de uma Adega Cooperativa temos vários tipos e níveis de sócios. Temos grandes e pequenos viticultores, sendo que as idades mais elevadas estão a nível dos viticultores de produção média e abaixo da média. Foram acima de tudo os médios e os grandes viticultores que investiram na reconversão das suas vinhas e apostaram fortemente na qualidade das uvas entregues. Estes estão satisfeitos, porque vêem reconhecido o seu esforço e o retorno do seu investimento. Os mais pequenos não fizeram essa reconversão e por isso sentem-se em grande parte insatisfeitos, infelizmente. É neste grupo de sócios que se verifica o abandono das explorações. Contudo, a ideia que temos é que há satisfação em geral por parte dos nossos associados. GR: Quando falámos pela primeira vez, tinha acabado de assumir a presidência da Adega, disse que

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o vinho que não serve para ser certificado, com IG ou DOC, é transformado e vendido como mosto amuado. GR: Como olha para a transformação que houve no Dão nos últimos 10 anos? Fala-se muito na falta de promoção da região ou isso já é uma falácia? FF: Como sabe, além de presidente da Adega de Silgueiros e da UDACA, sou também presidente do Conselho Geral da CVR Dão, assistindo e participando nos debates internos sobre a região. Tenho pois que reconhecer e elogiar o executivo da CVR Dão, pois têm-se dado passos muito importantes no sentido de recuperar e desenvolver a imagem do vinho do Dão. Todos conhecem a situação financeira que no início foi encontrada, protelando ações de marketing e comunicação, necessárias à projeção da imagem dos Vinhos do Dão. Houve, efectivamente, um crescimento grande do vinho certificado na região nos últimos anos. Em 2017 houve um aumento de 18%, o que é muito positivo. A Adega de Silgueiros por apenas vender vinho certificado, tem sido um contribuinte bem ativo para este crescimento. Falta agora que o mercado nacional reconheça isto mesmo e analise de facto as vantagens comparativas que os nossos vinhos têm em relação a outras regiões do país ou do estrangeiro. Os resultados espelham o esforço de promoção da CVR Dão. Está a ser neste momento desenvolvido um plano com uma definição estratégica para a região e aí saberemos o que todos queremos da região do Dão. Participei em algumas reuniões e o responsável da área comercial e de marketing da UDACA, Bruno Cardoso, tem participado nos grupos de trabalho da sua área. Penso que será uma Mais-valia para a região no seu todo!

a mesma estava numa situação financeira difícil. Hoje é, provavelmente, uma das mais estáveis no país. Como olha para este trajecto e para esta recuperação? FF: Não considero que seja a mais estável. Diria que está equilibrada financeiramente, mas há coisas a mudar e que nos falta fazer. Temos um projeto, no âmbito do PDR 2020, que só agora candidatámos, porque nunca quisemos dar passos maiores que as pernas. Entendemos que era a altura ideal para fazer novos investimentos, nomeadamente na renovação da parte administrativa, sala de vendas, sala de provas e outros espaços fundamentais para que a Adega seja enquadrada no lugar que merece na Rota dos Vinhos do Dão. Todo o investimento que temos feito, e não tem sido nada pequeno, com fundos próprios e financiamento bancário quando necessário, tem sido naquilo que é pouco visível e apenas pode ser percecionado pela qualidade dos vinhos que produzimos, nomeadamente equipamentos de recepção das uvas, transformaGR: Voltando à Adega de Silgueiros. Como ção, fermentação, temperaturas controladas, em suma em todo está o mercado nacional e internacional? o processo de vinificação. Os prémios que temos recebido são FF: A nossa aposta tem sido no mercado naciobem a prova disso. Podemos dizer que temos hoje a tecnologia nal onde, quer na distribuição tradicional, quer nas necessária e suficiente para produzir com alta qualidade. grandes superfícies, temos crescido bastante. NatuOutras coisas, menos importantes no nosso ponto de vista, ralmente que não descuramos a exportação, embotêm ficado para trás. Tenciono neste mandato terminar aquilo ra em menor volume e, às vezes, de forma indirecta. que projectámos, que é dar uma imagem diferente da Adega e Brasil, China e Europa são os principais mercados enquadrarmo-nos de pleno direito na Rota dos Vinhos do Dão. para onde exportamos. Em termos globais a exporApenas para clarificar, devemos ser dos poucos operadores tação representa apenas 10%. Consideramos que a económicos, no sector do vinho, que só apresentam no merUDACA deve ser a empresa do setor cooperativo que cado, com a marca Silgueiros, vinhos certificados. Isto é, todo nos deve representar nos mercados internacionais.

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De 30 de Agosto a 2 de Setembro

Nelas prepara edição 2018 da Feira do Vinho do Dão

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m seminário marca o arranque da edição 2018 da Feira do Vijunto de alojamentos locais de grande qualidanho do Dão, que decorrerá em Nelas de 30 de Agosto a 2 de de”, para além “da gastronomia e dos nossos viSetembro. Aquele que é o maior evento de promoção, venda e dinhos, que têm um carácter muito próprio, numa vulgação do vinho do Dão começa este ano mais cedo e decorrerá região que sabe receber”. durante quatro dias, sendo que a abertura ao público só ocorrerá Desafiar os visitantes da feira a conhecer o na tarde de 31 de Agosto. enoturismo da região é um dos objectivos da edi“Vamos começar a feira de 2018 com um seminário composto ção deste ano. “Falamos muito dos desafios que por cinco debates, o primeiro dos quais em torno das oportunidauma rota das aldeias vinhateiras, -verdadeirades do enoturismo na Região Demarcada do Dão e nada como famente expandida ao país e a todas as suas regiões zê-lo em Santar, lugar vinhateiro por excelência, pela sua dimendemarcadas, - poderia trazer de valorização dos são histórica e patrimonial, mas especialmente pela paisagem territórios e dos circuitos turísticos”, refere Sofia das vinhas que envolvem a freguesia de Santar e Casal Sancho”, Relvas, sustentando que “precisamos disso e de adiantou a vice-presidente da Câmara de Nelas, Sofia Freitas. atrair turistas ao interior, que não é nem despovoaA vila de Santar receberá dois debates, no primeiro dia, no do, nem amorfo, mas sim com muita vida, que prefinal dos quais os participantes vão poder percorrer os jardins cisa de gente a visitá-lo para desenvolver a sua ecoassociados ao projecto Santar Garden Village. O primeiro dia nomia local”. A autarca acredita “que o crescimento terminará com um jantar no Paços dos Cunhas, durante o qual da rota das aldeias vinhateiras pode fazer toda a diserão entregues os diplomas dos dez melhores tintos e os dez ferença e nós temos Santar para ser, de facto, o lumelhores brancos da Feira, num concurso de vinhos que vai gar vinhateiro do Dão e não vamos deixar de explorar acontecer durante o primeiro dia e que conta com um painel essa oportunidade no evento deste ano”. de provadores de reconhecido mérito, tal como o ano passaDo programa da Feira do Vinho do Dão destaque do. para o sempre renovado espectáculo “As músicas que Na sexta-feira, dia 31, acontecerão mais dois debates, com os vinhos Dão”, de António Leal, que promete, mais a sessão oficial de abertura a acontecer pelas 15 horas, que uma vez, surpreender os visitantes. inclui o último dos cinco debates e a abertura do certame ao público. “Contamos ter uma feira melhor que as anteriores, com mais produtores, com uma dinâmica reforçada em termos de enoturismo”, apontou Sofia Freitas, salientando que o certame contará com “parceiros locais vocacionados para o enoturismo e que terão um espaço diferenciador na feira”. É que, acrescenta, é um evento “que promove a região vínica, mas também a região enoturística, onde todos nos enquadramos”. Portanto, “queremos que a dimensão do enoturismo cresça no nosso evento, pois temos um con-

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Terceira edição vai ter lugar no Parque Urbano, a 7 de Julho

Vinhos Verdes são os primeiros ‘convidados’ do Tondela Brancos Dão

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Região Demarcada dos Vinhos Verdes é a objectivo de, dentro de dois anos, Tondela Brancos Dão chegar “pra‘convidada’ do Tondela Brancos Dão, cuja ticamente aos brancos do país inteiro”. terceira edição tem lugar a 7 de Julho, e promete Tondela aposta, desta forma, em reavivar a tradição da produção dar a provar vinhos de 35 produtores das regiões dos vinhos brancos, que em tempos chegou a merecer “a atribuição demarcadas do Dão e dos Vinhos Verdes a cerca de muitos prémios”. Após um período em que os brancos foram de três mil pessoas. “completamente esquecidos”, a ponto de “terem sido arrancadas No Parque Urbano de Tondela, o evento deas vinhas brancas para plantar tintas”, como recorda o vereador, corre durante um dia inteiro e propõe cruzar vicomeçam a surgir os frutos de uma nova fase para o vinho branco. nhos brancos e verdes com a gastronomia local, “Muitos fizeram novos plantios e começam a surgir muitos pronomeadamente o peixe. O programa inclui provas dutores já com brancos, crescendo bastante nessa produção, que comentadas e sessões de ‘showcooking’. está a ganhar promoção e mercado. Mas ainda é preciso fazer “Este ano, chegámos ao entendimento de que muito por eles”, assume Pedro Adão. estava na altura de dar maior escala ao evento e Até porque os incêndios de 2017 também afectaram algumas torná-lo quase nacional”, explica o vereador da Câvinhas na região e Tondela Brancos Dão surge como incentivo mara de Tondela para o Desenvolvimento Económiaos produtores. “É preciso voltar a dar força a estes produtores, co, Pedro Adão. para ganhar escala e não baixar os braços. Acreditamos que Através da parceria com a Comissão Vitivinícola possa haver algum prejuízo devido aos incêndios, mas todos Regional do Dão, o apoio da ViniPortugal e, este ano, continuam a produzir e, os que sofreram, fizeram candidaturas o convite feito à Região Demarcada dos Vinhos Vere estão já a apostar em novas plantações para que rapidamendes, o município de Tondela assume a ambição de ser te recuperem o património perdido”. “o centro nacional dos vinhos brancos”. Os brancos do Dão são produzidos no vale entre a Serra do “Há brancos de muita qualidade no país e cada um Caramulo e a Serra da Estrela, “o que lhes dá uma exposição tem a sua diferença. Queremos fazer aqui um evento solar que permite grandes resultados”, tanto “em produção que seja único”, afirma Pedro Adão, apontando para o tardia como em vinhos novos”, nota o vereador.


Nos dias 21 e 22 de Julho, naquela sub-região

Monção e Melgaço recebem primeiro encontro europeu de vinho branco

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sub-região Monção e Melgaço vai receber dias 21 e 22 de Julho o Uma opinião partilhada pelo presidente da primeiro encontro europeu de vinhos brancos, que contará com Câmara de Monção, António Barbosa, que cona presença de 36 produtores, oito dos quais estrangeiros. siderou que o encontro europeu “vem reforçar “É um evento inédito em Portugal e na Europa e vai decorrer na a afirmação do território no conjunto internaciosub-região Monção e Melgaço. O que pretendemos dizer é que esta nal”. “Este evento pretende colocar-nos em pataé uma grande região europeia de produção de vinhos brancos que mares idênticos aos dos vinhos de topo mundial, ombreia com outras regiões europeias”, afirmou o presidente da tanto mais que os especialistas defendem que a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Macasta Alvarinho estará entre as três melhores de nuel Pinheiro. brancos do mundo. Também se pretende afirmar O responsável, que falava na apresentação do evento, adiantou este território pelas suas condições únicas”, disse que a primeira edição da iniciativa “Monção & Melgaço – The Whio autarca social-democrata. te Experience” é orientada para um público mais exigente e conhecedor de vinhos”. “O objectivo é afirmar a sub-região Monção Feira do Alvarinho de Monção e Melgaço como um centro de excelência de produção de vinhos brancos”, frisou Manuel Pinheiro. António Barbosa adiantou que a edição 2018 da O presidente da CVRVV adiantou que o evento vai contar com feira do Alvarinho vai decorrer entre 29 de Junho e a presença de “alguns dos melhores produtores europeus de 1 de Julho, com uma programação que inclui provas, vinho branco”. “Ao juntarmos, nos dois dias deste encontro, os conferências e animação musical. melhores produtores de Monção e Melgaço com os melhores Adiantou que este ano a “novidade” é o novo esprodutores da Europa estaremos a posicionar-nos para a nova paço do evento, no Parque das Caldas, junto ao rio estratégia que pretendemos desenvolver, de diversificação. O Minho e na envolvente das muralhas do concelho. “É objectivo é inscrever a sub-região num segmento superior”, um cenário incrível. Monção esteve durante muitos sustentou Manuel Pinheiro, acrescentando que apesar de ser anos de costas voltadas para o rio Minho, essa beleza aberto ao público o encontro é direccionado “a especialistas natural. Queremos mostrar o vinho e o património imem vinhos”. portantíssimo que é o rio e as muralhas”, referiu. Bárbara Roseira, do departamento de marketing da CVRNa edição vão participar 29 produtores de vinho AlvaVV, explicou que o evento contará com 36 produtores, oitos rinho, 20 tasquinhas com produtos tradicionais, fumeideles oriundos da Hungria, Áustria, Alemanha e França. ros, queijaria e doçaria e 20 expositores destinados a O evento decorre num espaço a instalar no Parque das Calinstituições e artesanato. das - junto às muralhas e ao Rio Minho - em Monção, que junDe acordo com números da CVRVV, a sub-região de tamente com o concelho vizinho de Melgaço, onde também Monção e Melgaço tem uma área total de 45 mil hectadecorrerão acções no âmbito deste evento, constituem a res, 1.730 dos quais cultivados com vinha, sendo que a sub-região considerada o “berço” da casta Alvarinho. casta Alvarinho ocupa cerca de 1.340 hectares. A subO encontro, cujo ingresso custará 10 euros, não preten-região tem no mercado 253 marcas de verde, produzide fazer “concorrência” aos eventos de promoção do Aldas por 2.085 viticultores e 67 engarrafadores. Por ano, os varinho organizados pelas Câmaras, mas antes “ser um dois concelhos produzem 10,2 milhões de litros de vinho complemento”. verde (74% branco, 10% tinto e 3% rosé).

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José Martino e os 25 anos da EV

A Espaço Visual “tem-se afirmado percebendo os problemas dos agricultores e apresentando soluções”

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justamente considerada uma das consultoras que mais tem contribuído para o desenvolvimento da agricultura em Portugal nos últimos 25 anos. A Espaço Visual (EV) está a comemorar as bodas de prata e, José Martino, - o seu mentor, - tem um olhar diferente do sector primário nacional. Apostado em estar sempre mais à frente, o CEO da EV não se cansa de pregar no deserto, porque isso tem-lhe permitido ver melhor e onde pode estar uma oportunidade. Foi assim como o mirtilo e, mais recentemente, com o pistácio. Em entrevista à Gazeta Rural, José Martino sublinha que a EV “tem-se afirmado percebendo os problemas dos agricultores e apresentando soluções”. Numa visão mais global, considera que há várias agriculturas em Portugal, mas salienta a forma diferente de olhar para o sector. “Tenho uma preocupação muito grande com o interesse público e acho que as ajudas que existem deveriam estar desenvolvidas na lógica de criar mais valor”, sustenta. Gazeta Rural (GR): A Espaços Visual (EV) está a comemorar 25 anos. O que mudou na agricultura portuguesa neste quarto de século? José Martino (JM): A agricultura portuguesa tornou-se mais profissional, adoptou um conjunto de culturas que a EV ajudou a promover, que são mais rentáveis e mais ajustadas, por exemplo, ao interior e às alterações

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climáticas. Permitimos também captar fundos públicos de apoio ao investimento e ao rendimento para vastas regiões do interior, sobretudo no âmbito da agricultura familiar, que se tornou no motor de desenvolvimento para os micro, pequenos e médios agricultores. Mais recentemente a EV apostou na assistência técnica, na digitalização, no apoio e na prestação de serviços de contabilidade, no acompanhamento das obrigações fiscais e de gestão. Fizemos também uma aposta na maior capacitação dos empresários e dos chefes de exploração, mas também dos operadores especializados, porque entendemos que o caminho passa por aqui. Quanto maior for a competência dos players, que estão agricultura e nas suas fileiras, maior é o resultado económico-financeiro das actividades. Ou seja, a competência dos empresários melhorou imenso com a EV ao longo destes 25 anos. Deu também resposta ao nível dos licenciamentos. Neste período muita coisa mudou do ponto de vista da burocracia, dos licenciamentos e do cumprimento das obrigações dos agricultores. Neste campo, a EV acabou por ser uma ferramenta útil e prática que desobrigou os agricultores a não serem peritos em legislação e burocracia. A alternativa era não cumprirem as suas


obrigações por falta de conhecimento ou de disposição para esse efeito.

conjunto de empresários e empreendedores que percebem e desenvolvem essas actividades. Têm lógicas de funcionamento, de estar, de desenvolvimento das actividades completamente diferentes. Do ponto de vista da EV, é um player na consultoria agrícola em Portugal incontornável, é, também, uma das maiores consultoras do país, que não está localizada na capital, que está longe, geograficamente, do poder e que se tem afirmado com uma estratégia muito própria, que é perceber os problemas dos agricultores, dos empresários e das regiões, apresentando soluções em função do tipo de agricultor, da região e das necessidades dos empresários. Essa é a mais valia da EV, uma vez que tem conseguido diversificar o seu posicionamento no tipo de serviços que presta, que é uma gama ampla, olha para o agricultor e tenta encontrar soluções para os seus problemas, numa lógica de eficácia, de prestação de serviços, de fazer com que o agricultor possa cumprir as suas obrigações legais, possa tirar o melhor partido dos fundos públicos, quer no apoio ao investimento, quer no apoio ao rendimento, que possam desenvolver as suas actividades cumprindo a legislação ambiental e, no fundo, tornando os agricultores mais modernos, mais competitivos, usando uma ferramenta que podem utilizar.

GR: A mentalidade do agricultor português mudou nestes 25 anos? JM: Mudou. Por outro lado está-se a segmentar. Há ainda quem esteja agarrado ao passado, mesmo alguns empresários que entraram recentemente para a agricultura, outros há que estão a perceber as mudanças do mercado e que o perfil do produto é que faz a diferença de rentabilidade, a sua capacidade de gestão, porque prevenir erros é fundamental e controlar os custos é imprescindível. Esta segmentação está-se a fazer num conjunto alargado de empreendedores que entraram nos últimos 10 anos, mas também do ponto de vista de um conjunto mais estreito de empresários, que já cá estavam há mais de uma década. Esta segmentação vai-se fazer sentir cada vez mais, porque quem é capaz de perceber a produção e o negócio, de ter controlo de custos, de perceber que tipo de perfil de produto a determinado custo gera determinada rentabilidade, vai perdurar e aumentar a sua dimensão. Quem está neste segmento consegue ser mais competitivo, está a fazer investimentos e a alargar a sua actividade. Penso que, nos próximos anos, este segmento se vai notar nas estatísticas da agricultura.

GR: Vi-o, há uns anos, empenhado na fileira do mirtilo e vi-o, mais recentemente, apostado na divulgação do pistácio, como uma solução para as regiões do interior, norte e centro. É esta percepção dos momentos e o facto da EV estar fora dos centros de poder, que lhe permite estar com uma visão mais à frente e mais abrangente? JM: Eu, e a EV, tenho uma preocupação muito grande com o interesse público e achamos que as ajudas que existem deveriam estar desenvolvidas na lógica de criar mais valor, de perceber quais as actividades que têm melhor aptidão para as regiões, o nível da rentabilidade que podem gerar, que acesso e que potencial de mercado podem ter e que futuro podem ter. Isto é: não há dinheiro para tudo, pelo que tem que haver prioridades. A nossa prioridade é a rentabilidade da agricultura, no caso, de quem usufrui dos serviços da EV. Temos uma cultura como o mirtilo que se pode ajustar a vastas regiões do país, a parcelas mais pequenas, a explorações de menor dimensão, que tem um forte potencial de GR: A EV começou a norte, em Gondomar, e tem mercado da exportação, mas se eventualmente vier a sofrer uma delegação em Beja. Temos duas agriculturas um a crise no exterior tenho a convicção de que terá um fordiferenciadas. Como olha para estes dois mundos? tíssimo potencial no mercado interno daqui a alguns anos. JM: Olho por aquilo que caracterizo e, não me canso É nossa obrigação promover, dar a conhecer e mostrar os de o dizer, com as Agriculturas de Portugal. Ou seja, em bons exemplos nestas culturas. função das regiões, temos um conjunto de actividades Mais recentemente, estudamos um vasto leque de que têm maior aptidão para essas regiões e temos um actividades agrícolas e concluímos que o pistácio é uma www.gazetarural.com

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excelente oportunidade de uma actividade agrícola rentável, com forte potencial de mercado, para o interior. Daí, a nossa aposta na busca do conhecimento técnico internacional, na promoção da cultura, na divulgação, nas dezenas de sessões que fizemos ao longo de todo o território e no seu posicionamento. Se tivéssemos uma lógica que não fosse fazer bem, neste momento já teríamos colocado pistácio desde a areia do litoral ao alto da Serra da Estrela. O que fizemos foi comprar dados climáticos, que deviam ser de acesso publico e gratuitos, onde gastámos uns largos milhares de euros, fizemos uma zonagem, um estudo climático ao longo do país, e chegámos à conclusão que o pistácio tem excelentes condições nas regiões de interiores de Bragança a Beja. Além da divulgação, apostamos em ajudar a plantar, em ter campos experimentais, num forte conhecimento da actividade, porque achamos que é possível desenvolver o país de forma equilibrada, mas para isso é preciso encontrar as actividades mais competitivas para as regiões mais pobres e deprimidas. Tal como o pistácio, provavelmente outros frutos secos, o olival organizado de outra maneira, bem como outro tipo de agricultura, como a biológica. A aposta na EV, além de estudar as actividades, é também a animação, a divulgação, e demonstração e, nalguns casos, o próprio apoio ao investimento em alguns produtores, no sentido de poderem serem explorações modelo, de demonstração dessas actividades. Pensamos que muito do que fazemos é serviço público, que não deveria ser pago pelas nossas receitas dos serviços, mas sim pelo Estado, porque o que nós acreditamos é que para vastas regiões, se queremos fazer desenvolvimento rural, tem que se fazer desenvolvimento agrícola e, sem este, não vai haver desenvolvimento rural, tampouco desenvolvimento económico e isso, para nós, é a via mais certa. Esperamos que, porque acreditamos nisto, com as nossas acções de catequização conseguiremos convencer os políticos de que a via é esta e que as parcerias público-privadas na promoção do desenvolvimento serão a melhor estratégia para desenvolver o interior. Vamos prosseguir o nosso caminho, com uma aposta cada vez maior no interior, nas regiões mais deprimidas e fazer o que tem que ser feito para desenvolver Portugal e fazer dele um país desenvolvido como os portugueses ambicionam e têm direito.

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Concurso contou com a participação de 98 alunos do ensino superior

Projecto ACROLEA foi o vencedor da quinta edição do Verallia Design Awards

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projecto ACROLEA, apresentado por LEA (Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha do InstiPaulo Oliveira da Escola Superior de Artuto Politécnico de Leiria) tes e Design das Caldas da Rainha do Instituto 2º prémio - Rúben Lopes (1 500 €) – Projecto OLIVE LEAF (FaculdaPolitécnico de Leiria, foi o vencedor da quinta de de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto) edição do Verallia Design Awards, cujo tema foi 3º prémio - Daniel Leal (1 000 €) – Projecto ÁUREA (Faculdade de “Azeite, transparente como o vidro”. Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto) Promovido pela Verallia Portugal, a edição des4º prémio - Joana Alvim, Diogo Gonçalves e Fábio Silva (Grupo) te ano contou com a participação de 98 alunos de (500 €) – Projecto CORVO (Escola Superior de Artes e Design das 15 instituições de ensino superior. Os 79 projecCaldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria) tos foram avaliados e votados por colaboradores 5º prémio - Hugo Martins (300 €) – Projecto AURUM (Escola Supee chefias da Verallia, clientes e parceiros, que de rior de Artes e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico alguma forma estavam ligados ao tema. de Leiria) Para apresentar um projecto inovador, os candidatos familiarizaram-se com a essência e potenForam atribuídas 5 Menções Honrosas: cialidades do material e do processo vidreiro. Os candidatos orientaram os projectos em função do 1ª André Oliveira – Projecto OLIVA (Escola Superior de Educapúblico-alvo e tiveram em consideração as quesção do Instituto Politécnico de Coimbra) tões económicas relacionadas com o lançamento de 2ª Simone Machado – Projecto BASALGUEIRO (Escola Superior uma garrafa em vidro. de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra) A gala de entrega de prémios decorrer no Centro 3ª Tânia Filipe Ferreira, Ana Ricardo e Beatriz Batista (Grupo) – de Artes da Figueira da Foz e o palco enfatizou tudo Projecto GOLD (Escola de Artes da Universidade de Évora) quanto era tradicional, vintage e rústico. Esta deco4ª Cristiano Narciso e Cátia Carvalho (Dupla) – Projecto UNIO ração só foi possível através do apoio dado por Tiago (Escola Superior de Design do Cávado e Ave (IPCA) & Escola de Covelo, proprietário do Praça 18, que disponibilizou Arquitectura da Universidade do Moinho toda a decoração do seu restaurante tão singular. 5ª José Sousa e António Fernandes (Dupla) – Projecto SWIFoi neste ambiente descontraído e informal, que TCH (Escola de Artes da Universidade de Évora) Miguel Babo, o apresentador da cerimónia, conversou Todos os vencedores (5 melhores projectos + 5 menções com algumas das principais referências figueirenses honrosas) receberam um livro: “The Design Of Everyday Thincomo a Rosa Amélia, proprietária de uma das marisgs” (Autor: Donald Norman); uma garrafa NOMADIC da Sequeiras com maior notoriedade na Figueira da Foz. lective Line; um livro do ano da Verallia; uma brochura das No final da cerimónia foram conhecidos os 10 premia“Tendências do Ano 2019” da Selective Line, uma assinatura dos, todos alunos do Ensino Superior da área das Artes digital de 1 ano à Revista Oleovitis/Enovitis e uma assinatue do Design. ra digital de 1 ano da Revista Gazeta Rural, bem como um 1º prémio – Paulo Oliveira (2 000 €) – Projecto: ACROCertificado de Participação. www.gazetarural.com

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Revela um estudo publicado na reputada revista Nature

Escolher o futuro da Antárctida pode evitar impactos globais irreversíveis As mudanças na região Antártica vão ter consequências no resto do planeta e na Humanidade. As escolhas feitas na próxima década vão certamente afectar a Antárctida e o mundo a longo prazo, revela um estudo publicado na reputada revista Nature. Os autores, todos vencedores do prestigiado prémio Tinker-Muse para a Ciência e Política na Antártida, são especialistas em diversas disciplinas científicas, incluindo biologia, oceanografia, glaciologia, geofísica, ciências climáticas e política. José Xavier, docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador do Centro de Ciências do Mar e Ambiente (MARE), foi vencedor deste prémio em 2011 e é o único cientista português a participar neste artigo. O estudo contrasta duas narrativas sobre o futuro da Antárctida, a partir da perspectiva de um observador em 2070 olhando para trás, para os últimos 50 anos. Cada narrativa realça as ramificações a longo prazo das decisões tomadas hoje. Esses cenários baseados em ciência representam futuros alternativos plausíveis, em vez de previsões. Na primeira narrativa, as emissões de gases de efeito de estufa continuam a aumentar, o clima continua a aquecer, e as acções políticas são poucas para responder aos factores sociais e ambientais na Antárctida. Neste contexto de elevadas emissões, aquela região sofrerá mudanças rápidas, com consequências no resto do mundo: em 2070, o aquecimento causou o degelo e acelerou o aumento do nível global do mar, alterou os ecossistemas marinhos e o aumento ilimitado do uso humano na Antárctida degradou o ambiente e introduziu pestes invasivas. Na segunda narrativa, acções ambiciosas são adoptadas para limitar as emissões dos gases de efeito de estufa e estabelece políticas para reduzir a pressão antropogénica no ambiente, abrandando a taxa de mudança na Antárctida. Neste contexto de baixas emissões - acções rápidas e efectivas para a redução de emissões de gases e imple-

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mentação de políticas para minimizar mudanças na Antárctida -, as plataformas de gelo mantêm-se intactas, há um abrandamento do aumento do nível global do mar, os ecossistemas mantêm-se intactos e a pressão humana na Antárctida é gerida apropriadamente. José Xavier, co-autor do artigo da Nature, realça que esta pesquisa “permitiu-nos compreender quais são as grandes ameaças que enfrentamos hoje na Antárctida, como o degelo e a acidificação dos oceanos, e também as suas consequências no resto do mundo, como no nível da água do mar global”. O docente e investigador da UC deixa o alerta e diz que “o que se decidir politicamente em relação ao ambiente na próxima década vai ter consequências para as gerações seguintes. Ainda estamos a tempo de agir, mas está a escassear...”.


5 | 6 | 7 SETEMBRO 2018 Valada do Ribatejo

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semeamos...NEGร CIO!

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Há quatro raças autóctones em risco de extinção

Investigadores e criadores unem-se para preservar galinhas portuguesas

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nvestigadores da Estação Zootécnica Nacional, polo de Santarém do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, estão, com uma associação de criadores, a tentar recuperar as quatro raças autóctones de galinhas existentes em Portugal, retirando-as do risco de extinção. Virgínia Ribeiro, da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Barrosã (AMIBA), entidade detentora dos quatro livros genealógicos das raças de galinhas portuguesas, disse que, actualmente, não chegam aos 5.000 os animais com as características exemplares destas raças, o que leva a que se encontrem em risco de extinção. Esta situação levou a que, em 2012, a AMIBA estabelecesse um protocolo de colaboração com a Estação Zootécnica Nacional (EZN), entidade do INIAV responsável pela investigação e desenvolvimento experimental em produção animal, detentora do Banco Português de Germoplasma Animal, para a constituição de um núcleo, na Fonte Boa, no Vale de Santarém, para garantir a preservação das quatro raças. Uma das investigadoras da EZN envolvida no projecto, Inês Carolino, disse que, além da criação do núcleo, esta parceria permitiu a realização de vários estudos, nomeadamente, para registo de dados biométricos e a caracterização genética das quatro raças, percebendo as diferenças entre elas. Das quatro raças existentes -- Amarela, Branca, Pedrês Portuguesa e Preta Lusitânica -, a Branca é a que apresenta um menor número de efectivos (com apenas 900 reprodutoras em todo o país), afirmou Virgínia Ribeiro. Inês Carolino referiu a dificuldade em “manter as raças em linha pura” por frequentemente se encontrarem misturadas, cruzando-se na reprodução, realçando o papel do Estado na Virgínia Ribeiro referiu o trabalho que tem sido feiconservação das raças autóctones. to para a introdução destes animais na agricultura O trabalho das duas entidades tem passado ainda pela sensustentável, “porque, pela sua rusticidade, pela sua sibilização dos criadores para colaborarem nesse esforço, noresistência considerável a doenças, pelo baixo invesmeadamente separando os animais nas explorações, de fortimento nas instalações, pelo fácil maneio, são anima a evitar que as raças se cruzem. mais completamente integrados, sendo um rendimenUma das acções de sensibilização aconteceu na Feira Nato acrescentado às outras actividades da exploração”. cional da Agricultura, com uma adesão de produtores que A técnica da AMIBA referiu ainda o aumento da prosurpreendeu as responsáveis. “Estas galinhas estão muito cura por parte de consumidores cada vez mais “preoligadas à agricultura sustentável” e à agricultura familiar, cupados com novas doenças e com uma alimentação disse Inês Carolino, realçando o “valor acrescentado” que saudável” e que “querem ver de onde vêm e como são representam, nomeadamente pela produção de carne e criados” os produtos que consomem. Por outro lado, ovos “a muito baixo custo”. apontou o interesse turístico gerado pelas raças autóc“Muitas vezes estas galinhas são produzidas quase com tones, criadas no seu meio natural, já que há uma procuo excedentário da exploração, com o que vai sobrando e ra crescente pelo que “é original”. com o que se vai alimentar na natureza. Não dependem Virgínia Ribeiro salientou a existência em Portugal de muito de rações, nem de água e não poluem”, disse, sa50 raças autóctones, o que representa “uma diversidade lientando que estão “muito associadas a uma agricultura imensa” num país “tão pequeno” a que se tem que “dar do tipo biológico” e que são “cada vez mais procuradas”. valor”.

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Ministro da Agricultura disse que batata ajuda a equilibrar a balança agroalimentar nacional

Campanha promove consumo de batata nacional

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ministro da Agricultura afirmou que a digestão. E é um alimento que faz parte da dieta Mediterrânea”. campanha de promoção da batata produA campanha tem ainda como parceiro a Associação Portuguesa de zida em Portugal quer sensibilizar os portugueNutrição e conta com o apoio do Ministério da Agricultura e, segunses para o consumo e assim ajudar a equilibrar do António Gomes, “tem um impacto positivo para o ambiente, em a balança agroalimentar nacional. “Trata-se de comparação com a batata de outras origens”. uma campanha de promoção, que felizmente Já a directora-geral adjunta da APED, Mónica Ventura, explicou vem a par de outras que estão em curso para que o apoio à produção nacional tem sido “um dos focos do trabaoutros produtos agrícolas, cujo objectivo é prolho” da associação, pelo que realçou a importância deste tipo de mover a produção nacional. É preocupação do Goiniciativas de cooperação. “O objectivo é valorizar a batata nacioverno equilibrar no horizonte de uma legislatura nal que se destaca pela sua qualidade e pela relevância no cona balança agroalimentar nacional”, afirmou Luís texto da economia agrícola do país”, disse. Capoulas Santos, que falava à margem do lançaCapoulas Santos referiu ainda que se tem assistido a “um aumento da campanha de incentivo ao consumo de mento crescente” das exportações portuguesas, e que o sector batata portuguesa, cujo mote é “Batata Portuguesa agrícola “tem vindo a contribuir para esse objectivo, se bem que - Nasce à Sua Porta”. nem sempre seja fácil de alcançar, porque quando melhora o A Porbatata - Associação da Batata de Portugal e rendimento das famílias aumentam também as importações”. a Associação Portuguesa de Empresas de DistribuiApesar disso, o ministro garantiu que “a agricultura portução (APED) apresentaram, em Lisboa, a campanha guesa está a responder bem”, e que existem “muitas e boas de incentivo ao consumo de batata nacional que vai iniciativas” das diferentes fileiras do sector e, neste caso, com estar em cerca de 700 lojas do país, com o propósito esta campanha, da fileira da batata. “Existe em Portugal uma incentivar o consumo. produção de batata de excelente qualidade que e necessário O presidente da Porbatata, António Gomes, defenlevar aos consumidores desde que devidamente identificada deu que os portugueses devem comer batata nacional, quanto à origem. E uma vez que muitos dos produtores são justificando que “chega mais rápido ao prato, porque é produtores de pequena escala, interessa que se estabeleçam produzida próxima do local de consumo. É fresca, tem circuitos comerciais curtos, porque os pequenos agricultores muito boas características nutritivas e organolépticas têm alguma dificuldade em ter volume de produção que gae implica menos horas de transporte e menos gastos ranta com regularidade o escoamento para as grandes suem energia de conservação que a batata importada”. perfícies”, lembrou Capoulas Santos. Para além disso, prosseguiu, “não tem um grama de gorPortugal produz cerca de 45% a 50% da batata consumidura, tem boa quantidade de vitaminas, com a vitamina da, sendo que das 500.000 toneladas produzidas exporta C, e minerais, como o potássio. Sacia, graças ao amido anualmente cerca de 100.000 e no total consome cerca que contém, um hidrato complexo e é também de fácil 900.000 toneladas por ano. www.gazetarural.com

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Consórcio “Norte Natural” apresentado em Ribeira de Pena

Norte aposta no turismo de natureza para atrair turistas e combater sazonalidade

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primeira plataforma (HUB) de Turismo de Natureza em Porque até agora trabalhavam de forma isolada”. tugal foi apresentada em Ribeira de Pena, unindo entidades Artur Cardoso exemplificou com a criação de ropúblicas e privadas numa estratégia que visa aumentar a estada tas que vão unir as várias áreas e referiu que vão média do turista e combater a sazonalidade no Norte. ser espalhados pontos de logística pelo território, O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior onde os turistas encontrarão ajuda para partirem Moreira, afirmou que este território se assume “como o grande à descoberta da região e elencou o “vasto territódestino, a seguir aos Açores, em termos de turismo de natureza”. rio” que há para descobrir, com levadas, cascatas, “O turismo de natureza é, claramente, um dos principais produrios, percursos pedestres ou de BTT. tos estratégicos deste território”, sublinhou. Esta plataforma pretende também ajudar as emFoi, precisamente, para organizar e alavancar este produto que presas ligadas ao sector a ganhar escala e a cresentidades públicas e empresas privadas se uniram no consórcio cer, sem aumentar os custos, criando mais empre“Norte Natural”, que lançou o HUB, que está a ser operacionaligos e dinamizando o território. zado pela Cooperativa de Turismo de Natureza (TNCOOP). Melchior Moreira afirmou ainda que a melhor forEm Ribeira de Pena, concelho com área inserida na serra do ma de proteger o território contra incêndios “é, preAlvão, vai ficar instalado o Centro Natura que assume o eixo de cisamente, utilizá-lo”. ligação e de cruzamento das várias áreas naturais e protegidas De acordo com um estudo feito pelo Turismo do do Norte, como os parques naturais do Alvão, do Montesinho e Porto e Norte de Portugal, no aeroporto Francisco Sá do Douro Internacional, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Carneiro, 35% das pessoas que viajam para este desas Montanhas Mágicas e a zona do Alto Minho. “O objectivo é tino procuram actividades ligadas ao sector da natuaumentar a estada média do turista na região e combater a reza. sazonalidade em turismo”, salientou Melchior Moreira. O perfil do turista da natureza é maioritariamente O HUB apresenta-se como um centro de ligação e organiportuguês, seguido do espanhol, é jovem e solteiro. zação de todas as actividades de animação turística, potenMelchior Moreira referiu que está também a crescer a ciado por mais de 20 empresas sediadas na região Norte. procura por parte de casais, dos 35 aos 50 anos, com O presidente da TNCOOP, Artur Cardoso, salientou que o filhos. “HUB é o resultado de uma estratégia regional” que “visa O consórcio “Norte Natural” junta a Turismo do Porto potenciar os parques e áreas naturais” e “colocar em evie Norte de Portugal, o Instituto de Conservação da Natudência os grandes recursos naturais que o território tem”. reza e Florestas, as várias comunidades intermunicipais O responsável frisou que o “trabalho vai passar a ser da região, associações de desenvolvimento e empresas feito em rede para potenciar os parques e áreas naturais, de animação turística.

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Com assinatura do conceituado chef italiano Franco Soave

Squisito é o novo restaurante do Palácio do Gelo Shopping

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á não é preciso viajar até Itália para provar as mais deliciosas iguarias típicas da cozinha italiana. O restaurante SQUISITO abriu no terceiro piso do Palácio do Gelo Shopping e leva até Viseu os sabores genuínos da cozinha italiana, com assinatura do chef Franco Soave, que garante as melhores especialidades de Itália e a autêntica pizza napolitana confeccionada em forno de lenha. Em italiano, SQUISITO significa delicioso, requintado, perfeito. E é exactamente essa a promessa do novo restaurante do Palácio do Gelo Shopping, onde a gastronomia italiana vai assumir todo o seu esplendor com deliciosas pastas, requintados risotos, saborosas pizzas e sobremesas, delicados gelados italianos e tantas outras iguarias que apenas os refinados sabores de Itália conseguem proporcionar. As propostas gastronómicas do novo espaço da Visabeira Turismo convida à degustação de pratos confeccionados com produtos provenientes directamente da origem e assinados por chefes e pizzaiolos, que pretendem elevar a gastronomia italiana a uma experiência memorável repleta de sensações únicas. Uma experiência original “A palavra mestra será sempre captar os clientes pelo sabor e pela experiência criada numa unidade que será a única da região a utilizar um forno a lenha, de marca e construção italiana, e que utiliza um sistema de forno rotativo, garantindo uma uniformidade e qualidade constantes” adiantam os responsáveis do SQUISITO. “A diferenciação passará muito pela utilização de ingredientes sempre genuínos, bem como pela produção e execução artesanal das massas frescas utilizadas nas pizzas e pastas”, sublinham. Forno a lenha ocupa espaço central num ambiente arquitectonicamente italiano O restaurante funcionará todos os dias entre as 12 e as 23 horas, num ambiente tipicamente italiano, desenhado de acordo com alguns dos princípios da arquitectura italiana. As abóbadas, que ajudam a definir os diferentes espaços do restaurante, a utilização de acabamentos de pintura tradicionais focada em tons de verde e o recurso a madeiras, azulejos biselados e pedras mármores brancas, são alguns dos apontamentos que conferem um toque especial na decoração deste espaço. O balcão das pizzas assume uma posição central no espaço, sendo o forno a peça de destaque de todo o restaurante, encontrando-se de frente para a entrada, garantindo assim uma aproximação dos clientes à cozinha e permitindo uma visibilidade total sobre todo o processo de confecção. Junto à entrada existirá ainda uma loja de produtos italianos, para venda ao público, permitindo aos fãs desta gastronomia a compra de alguns ingredientes tradicionais de Itália. Todas as iguarias confeccionadas no SQUISITO poderão vir a ser saboreadas fora de portas, através do serviço take away.

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Última Hora No concelho de Idanha-a-Nova

Segura celebra sucesso da III Festa das Migas

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terceira Festa das Migas, na aldeia raiana de Segura, Idanha-a-Nova, recebeu uma grande moldura humana, formada por muitos visitantes dos dois lados da fronteira. A receita para o sucesso foi simples mas irresistível: 32 migas a concurso, animação para toda a família e o Tejo Internacional, ali tão perto, a convidar a uma visita mais demorada. Miga de peixe, tomate, feijão ou tostada foram algumas das receitas que todos tiveram a oportunidade de provar, numa organização da Câmara de Idanha-a-Nova e da União de Freguesias de Zebreira e Segura. “Idanha é conhecida por muitos bons motivos e a gastronomia de excelência é um dos principais”, refere Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, que recorda as distinções mais recentes do receituário idanhense: 1º lugar no concurso da RTP Cook Off - Duelo de Sabores; finalista nas 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa e ainda no mês passado conquistou o prémio para Livro de Gastronomia do Ano. Por isso, Os 17 restaurantes aderentes irão Armindo Jacinto considera que “faz todo o sentido promover a nossa gasapresentar dois tipos de cataplana tronomia, com eventos que dinamizam a restauração, a hotelaria, os produtores e empresários do concelho”. Também o presidente da União de Freguesias de Zebreira e Segura, Daniel Fonseca, agradeceu a todos os que contribuíram para o êxito da Festa das Migas e aos muitos visitantes que puderam apreciar a gastronomia tradicional e passar um dia muito agradável. Entre as migas a concurso, o júri elegeu como vencedora, em prova cega, a Miga de Peixe à Pescador, do Restaurante Senhora do Almortão, de Idanha-a-Nova. O segundo lugar foi para Emília Moreira (Monfortinho) e a sua Miga d’Avó; em terceiro ficou o Restaurante Cabra Preta (Castelo Branco), com a Miga de Alho c/ Bacalhau. Na sua terceira edição, a Festa das Migas afirmou-se como um excelente cartaz turístico e cultural, integrado na estratégia de cooperação transfronteiriça do Interreg Espanha-Portugal e da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. s segredos da Cataplana, temperada com o “melhor sal do mundo”, regressam ao concelho de Castro Marim, nesta que é a quinta edição da Festa da Cataplana, uma iniciativa da Câmara local, que pretende dinamizar turística e economicamente o território. O evento pretende promover e fomentar a economia e a gastronomia locais, atraindo os visitantes que já procuram Castro Marim pela qualidade das suas praias, mas também um público diferenoão Pedro Pais é o cabeça de cartaz das Festas do Município ciado, que procura a qualidade e o diferencial gasem Armamar. No dia 22 de Junho, o artista dará o espectácutronómico, impulsionando a dinâmica económica lo que marca a abertura das Festas em honra de São João. antes do pico do Verão, nos meses de Julho e Agosto. A partir das 10 e meia da noite vão ouvir-se os temas que marSão 17 os restaurantes aderentes e irão apresencam os vinte anos de carreira que o cantor completa em 2018. tar, pelo menos, dois tipos de cataplana, com preços Esperam-se, entre armamarenses e visitantes, muitas centeatractivos e diferenciadores. Apesar da de marisco nas de pessoas que hão-de lotar o largo do tribunal, palco dos ser das cataplanas mais procuradas, os restaurantes espectáculos das festas. estão a preparar também cataplanas de polvo, bacaO programa das festas sanjoaninas preenche-se com as tralhau, tamboril, cabrito e lombinho de porco. dicionais marchas populares na noite de 23, este ano serão “Castro Marim tem uma riqueza cultural, paisagíssete. No dia 24 é feriado municipal e ao fim da tarde uma tica e gastronómica que deve ser promovida numa extensa procissão, composta pelos padroeiros das localidaúnica frente, em conjunto. Esta iniciativa vem compledes do município e numerosos quadros bíblicos, percorrem mentar a oferta de sol e de praia que já oferecemos e é as principais artérias de Armamar. também uma forma de potenciar os recursos humanos A par disso há muita diversão, o cheiro a sardinha assada que os restaurantes têm que empregar para superar a anda no ar, num ambiente em que a música é rainha. A João crescente e intensa procura nos meses de Julho e AgosPedro Pais, juntam-se os nomes de Ciklone, Sérgio Lopes, to”, realçou a vice-presidente e vereadora da Cultura da Chave D’Ouro e Grupo Arkadia Câmara de Castro Marim, Filomena Sintra.

Castro Marim em “Festa da Cataplana” durante o mês de Junho

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João Pedro Pais abre o São João em Armamar

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Dia 26 de Junho, com sessões em Macedo de Cavaleiros e Mogadouro

Espaço Visual promove pistácio em Bragança

No próximo dia 30 de Junho seja pastor por um dia Espaço Visual (EV), empresa de consultoria agrícola, vai realizar duas sessões públicas de esclarecimento sobre projectos de investimento na cultura do pistácio. Assim, privilegiando o distrito de Bragança, a EV vai estar, no dia 26 de Junho, nos concelhos de Mogadouro (14,30 horas, no Auditório da Casa da Cultura) e Macedo de Cavaleiros (17,30 horas, no Auditório do Centro Cultural), para proCâmara de Seia promove no próximo dia 30 de Junho a já tramover o pistácio, uma cultura que, segundo o dicional Festa da Transumância, desafiando os participantes a CEO da EV, José Martino “tem grande potencial acompanhar os pastores na tradicional subida dos rebanhos à serra de rentabilidade”. da Estrela em busca de melhores pastos. “Estamos a fazer um trabalho de pesquisa e Realizada em estreita articulação com os pastores do concelho, a prospecção internacional destas actividades altransumância é uma prática ainda muito enraizada na comunidade ternativas, sejam agrícolas ou agro-industriais, pastoril local, com o objectivo único de deslocar os rebanhos para assim como a análise e validação dos respectivos locais que oferecem melhores condições de pasto, neste caso para dados estatísticos, adaptação aos solos e climas a montanha. de Portugal, mercados, etc. bem como construA proposta é para partir à descoberta de uma das mais simbóção do modelo técnico económico de produção licas actividades do pastoreio: a transumância. Pela sua autene comercialização, rentabilidade e elaboração do ticidade e experiência única, esta é também uma das Festas de plano de desenvolvimento estratégico», assegura Montanha que consubstancia o Plano de Animação da Rede de José Martino. Aldeias de Montanha. É neste contexto que se insere estas sessões púA viagem tem início no largo da Câmara de Seia, local onde o blicas de esclarecimento, cuja entrada é livre, mas gado proveniente das terras chãs (Santa Comba, Folgosa, Maceicom inscrição prévia. Sobre as regiões onde o clima ra) se concentra, pelas 7,30 horas, atravessando a cidade e sué mais favorável à prática desta cultura, José Martibindo à montanha pelos seculares caminhos da transumância, no afirma que “só tem aptidão climática as regiões em direcção àquela que é a aldeia dos pastores, o Sabugueiro. de Portugal com muito frio de Inverno e muito calor Pelo caminho estão preparadas degustações gastronómicas, de Verão, baixa humidade relativa e precipitação de como a típica merenda do Alforge, um almoço com os pastores Abril a Setembro”, ou seja, regiões confinadas dentro e um programa de animação. dos distritos de Bragança, Vila Real, Guarda, Castelo A anteceder a subida à serra, uma semana antes, a 24 de Branco, Portalegre, Évora e Beja. Junho, celebra-se na aldeia da Folgosa da Madalena a Festa Para José Martino, “a cultura do Pistácio constitui dos Pastores, com a romaria das ovelhas à Festa de São João. uma alternativa de investimento muito rentável, tendo Aqui, ao final da tarde, os pastores acompanhados dos rebaem conta os baixos custos de instalação, custos de pronhos, vindos das várias aldeias, cumprem a tradição, desfidução facilmente controláveis, fruto pouco perecível e lando, à vez, em volta da capela de São João Batista, pedindo uma procura crescente por parte do mercado mundial”. ao padroeiro um bom ano de pasto e protecção para o gado. Para o efeito, as ovelhas ostentam os maiores e melhores chocalhos e são enfeitadas com “peras e cabeçadas”.

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Seia promove Festa da Transumância e dos Pastores

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Última Hora

Com programa alargado e algumas novidades

Arouca volta a recriar a história do seu mosteiro

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Em São Salvador da Aramenha, nos dias 23 e 24 de Junho

Marvão promove II Ammaia Festum - o Renascer de uma Cidade Romana

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Município de Marvão e a Fundação Ammaia promovem, a 23 e 24 de Junho, nas ruínas da Cidade Romana, em São Salvador da Aramenha, o II Ammaia Festum - O Renascer de uma Cidade Romana, com o intuito de dinamizar, divulgar e valorizar o património histórico-cultural, material e imaterial, do concelho. Esta animação histórica na Cidade Romana de Ammaia, classificada como Monumento Nacional desde 1949, alia Património e Cultura, numa estratégia integrada e diferenciadora, com o intuito de potenciar o crescimento do sector turístico e incrementar o número de visitantes. O II Ammaia Festum arranca no dia 23, às 17 horas, com um mercado de rua, espectáculos de recriação histórica romana, acampamentos de legionários, lutas de gladiadores, figuras mitológicas, comédia, música e dança. Para as 18 horas está agendado o Modus Vivendi Ammaiensis (uma visita guiada ao Museu e Ruínas, com momentos de recriação do quotidiano da Cidade Romana), mas o ponto alto do primeiro dia de Ammaia Festum, será o espectáculo NOX, a Deusa da Noite, com início às 21,30 horas. Um concerto com o grupo Albaluna encerra o primeiro dia do evento. No domingo, dia 24, o evento começa às 15 horas com um mercado de rua, espectáculos de recriação histórica romana, acampamentos de legionários, lutas de gladiadores, figuras mitológicas, comédia, música e dança. Uma hora depois inicia-se o Modus Vivendi Ammaiensis (uma visita guiada ao Museu e Ruínas, com momentos de recriação do quotidiano da Cidade Romana). Para as 18 horas está agendado o espectáculo Munera Gladiatora, com que se encerra a segunda edição do Ammaia Festum.

stá de volta o único evento em Portugal que recria a vida quotidiana no interior de um mosteiro feminino. “Arouca, História de um Mosteiro” é o nome do evento que abrirá as portas do Mosteiro de Arouca ao público, entre os dias 13 e 22 de Julho. Serão quase dez dias de festa e de uma viagem no tempo até ao século XVIII. Este ano o programa é mais alargado e apresenta algumas novidades. Para além do aumento do número de dias de programação, em 2018 “Arouca, História de um Mosteiro” abarca dois momentos distintos: “Retratos do Barroco” e “Recriação Histórica”. O primeiro decorre de 13 a 18 de Julho. Ao longo destes dias, o Mosteiro de Arouca será o palco da transmissão de saber e experiências da época barroca. O visitante terá a oportunidade de descobrir os espaços conventuais ao mesmo tempo que poderá saborear a doçaria de Cister, assistir a concertos e espectáculos de teatro, tomar parte num jantar barroco e saber mais sobre iluminura e farmácia daquela época. A verdadeira recriação da vida quotidiana no interior do Mosteiro de Arouca – “Recriação Histórica” - começa a 20 de Julho e prolonga-se até ao dia 22. A vila veste-se a rigor para a festa de S. Bernardo. Viaja-se até ao tempo em que as freiras habitavam o convento. As monjas voltam a respeitar os seus tempos de oração no cadeiral, regem a sua vida na sala do capítulo, dedicam-se às artes e aos cuidados médicos. Chegam individualidades de toda a parte que se cruzam com o povo que, sem sair da sombra do mosteiro, canta e dança enquanto descansa do labor dos seus ofícios. Revivem-se episódios das lutas liberais, mas também momentos da vida religiosa, com destaque para a eleição da abadessa, figura de poder religioso e temporal por estas terras, para a tonsura, o momento em que as noviças renunciam às vaidades do mundo, cortando os cabelos e largando as suas vestes laicais, e para a morte da última freira. Apesar da lonjura, religiosas e povo sentem as repercussões do mais destrutivo sismo de que há registo em Portugal: o terramoto de 1755, em Lisboa.

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Última Hora

De 7 a 29 de Julho, na região de Évora e Beja

Festival no Alentejo cruza cante e chocalhos com artes contemporâneas

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spectáculos com propostas artísticas mação do fim de semana de abertura, o festival arranca, a 7 de Julho, inspiradas no cante alentejano e nos em Évora, mas também em Estremoz e Castro Verde. chocalhos preenchem a segunda edição do As actividades em Évora incluem um desfile pelo centro histórico e Alentejo - Festival Internacional de Artes, em a actuação de grupos corais na Praça do Giraldo, local onde vai estar Julho, que tem Évora como palco central, mas uma mostra do fabrico de chocalhos das Alcáçovas. abrange outras localidades da região. Para a Igreja dos Remédios, na mesma cidade, está previsto um O festival, promovido pela Companhia de concerto original com Chocalhofone, um instrumento formado por Dança Contemporânea de Évora (CDCE), reachocalhos artesanais, de diferentes tamanhos e timbres, dirigido e liza-se de 7 a 29 de Julho e aposta na difusão criado pelo maestro Christopher Bochmann. e promoção do cante alentejano e da arte choO concerto ‘Campaniça do Despique’, com o músico Pedro Mestre, calheira, dois patrimónios imateriais do Alentejo violas campaniças e o Grupo de Cantares da Aldeia Nova de S. Benclassificados pela UNESCO. O evento tem como to, é a outra proposta para Évora, no primeiro dia. “palco central” a cidade de Évora, cujo centro Já em Estremoz, o Teatro Bernardim Ribeiro acolhe um ‘workshop’ histórico também está classificado, neste caso de dança contemporânea, enquanto, em Castro Verde, o Auditório como Património Mundial, pela Organização das Municipal recebe também um ‘workshop’ de dança contemporâNações Unidas para a Educação, Ciência e Cultunea, mas interligado com chocalhos. ra (UNESCO). Para o dia seguinte, a 8 de Julho, está programado para Évora o Mas a programação, acrescentou, chega tam‘Baile dos Candeeiros’, um espectáculo de dança contemporânea bém a outros três concelhos do distrito (Estremoz, pela companhia Radar 360, na Praça do Sertório, e em Estremoz Redondo e Reguengos de Monsaraz) e a Castro acontece o espectáculo ‘Chocalhando’, com dança contemporâVerde e Vila Verde de Ficalho (Serpa), no distrito nea, o DJ Fat Inch e um grupo de chocalheiros, no Teatro Bernarde Beja. “O festival fomenta o cruzamento da lindim Ribeiro. guagem do cante e dos chocalhos com outras artes A restante programação ainda não foi revelada, mas, segundo contemporâneas e patrimónios edificados” das locaa organização, o certame inclui, ao longo do mês, expressões lidades abrangidas, referiu a organização. de rua, espectáculos de música tradicional e contemporânea, Do cartaz, continuou, fazem parte “obras originais dança, exposição de fotografia e conversas e oficinas, sendo as criadas ou remontadas a partir da temática do fespropostas dirigidas a públicos dos vários escalões etários. tival, direccionadas para espaços ao ar livre”, com a O festival é co-financiado pelos programas Alentejo 2020 e participação de artistas de Portugal e da Bélgica. SePortugal 2020, assim como pelo Fundo Europeu de Desenvolvigundo a companhia de dança, que divulgou a programento Regional, com o apoio da Câmara de Évora.

FICHA TÉCNICA

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Ano XIII | N.º 318 307 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 www.gazetarural.com

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Nos fins-de-semana de 22 a 24 de Junho e 29 de Junho a 1 de Julho

Daniela Mercury e Amor Electro são cabeças de cartaz do Albergaria conVIDA 2018

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Com um cartaz de grande qualidade

Expo Bairrada regressa em Julho com aposta na sustentabilidade ambiental

aniela Mercury, Amor Electro, Diogo Piçarra e Anjos são cabeças de caredição deste ano da Expo Bairrada, que decorrerá de 4 a 8 de Julho no taz na edição 2018 da Albergaria conVIDA Espaço Inovação de Oliveira do Bairro, será marcada por uma aposta – Feira Regional de Artesanato e Gastronoinédita na “sustentabilidade ambiental”, anunciou a autarquia bairradina. mia de Albergaria-a-Velha. A “furacão da Tony Carreira, Raquel Tavares, Pedro Abrunhosa, Matias Damásio e José Bahia” e “rainha do axé” sobe ao palco da Cid são os cabeças de cartaz da feira anual, que mantém o preço simQuinta da Boa Vista/Torreão na noite de 1 bólico de 1,5 euros por bilhete, à excepção do dia 04, em que decorre o de Julho, num concerto com muita energia, espectáculo de Tony Carreira, que terá um custo de cinco euros. em que revisita os maiores êxitos de uma “A Expo Bairrada 2018 é uma aposta no que é verdadeiramente patricarreira com quase três décadas. mónio do concelho e da região, como a indústria cerâmica, a agricultura A Albergaria conVIDA 2018 é uma iniciatie a enologia e a gastronomia”, garante o presidente da autarquia bairrava organizada pela Câmara Municipal e vai dina, Duarte Novo. decorrer pela primeira vez em dois fins de seO autarca promete que, nesta edição, “a feira vai regressar às suas mana seguidos – de 22 a 24 de Junho e de 29 origens e às tradições da região, quer económicas, quer culturais e etde Junho a 1 de Julho. Ao longo dos seis dias, nográficas”, apostando também na sustentabilidade ambiental do ceros visitantes podem contar com tasquinhas tame. com o melhor da gastronomia regional, artesaEsse “regresso às origens” será acompanhado por “um novo posicionato de qualidade, animação de proximidade e namento e imagem renovada”, destacando-se, segundo a autarquia, infantil, DJ sets e oito concertos no palco prin“a componente de participação empresarial e agrícola do concelho”. cipal com grupos locais e artistas de renome. A autarquia garante ainda que a feira irá “realçar a componente amA 22 de Junho, os franceses La Caravane Pasbiental, ao nível da sustentabilidade do próprio evento”. se tomam conta da Quinta da Boa Vista com uma A Expo Bairrada é um dos 71 eventos nacionais que conseguiram mistura bem particular de rock, música cigaobter o “Sê-lo Verde 2018”, garantindo financiamento para a aplicana, rap, ska e umas “pitadas” de chanson franção de medidas de valorização e promoção da vertente ambiental, çaise. O concerto faz parte do Festim – Festival garante o executivo municipal. Intermunicipal de Músicas do Mundo. A primeira Das várias iniciativas, a autarquia destaca a oferta de copos reunoite acaba com o DJ Set Zorgan + Helder Pereira. tilizáveis a todos os visitantes, entregues à entrada, de forma a No sábado, a noite começa com Funk You Brass reduzir o número de copos de plástico descartáveis utilizados no Band, seguindo-se Amor Electro. O primeiro fim de certame, e a oferta de cinzeiros portáteis aos fumadores e a cosemana da Albergaria conVIDA encerra com Diogo locação de cinzeiros altos de exterior em vários pontos do Espaço Piçarra, também com um Inovação, para evitar a contaminação do solo e recursos hídricos novo trabalho para apresentar, o EP Abrigo. da área. Um segundo concerto Festim abre os espectácuA Câmara vai ainda disponibilizar 14 pontos/bebedouros de los do fim de semana de 29 de Junho a 1 de água potável, da rede pública, para consumo dos visitantes, e coJulho. Os Boban Markovic Orkestar vêm da Sérvia e locará painéis solares no edifício do Espaço Inovação, para aprotrazem música cigana no seu estado mais veitamento da energia solar e, desta forma, reduzir a factura puro, alucinante e arrebatador. A seguir, não se energética. perde o ritmo com o DJ Set 4Handz. Ainda no âmbito ambiental, o município de Oliveira do Bairro A 30 de Junho, os ritmos tradicionais do Folk Celta e a empresa ERSUC vão oferecer aos expositores sacos para a são a primeira proposta da noite com os recolha selectiva de resíduos recicláveis. No final do evento, o Polk, seguindo-se o regresso dos Anjos a Albergariapeso da totalidade dos resíduos recolhidos será revertido em -a-Velha. dinheiro, que será entregue a uma instituição de solidariedade No último dia ninguém vai parar Daniela Mercury e social do concelho. os seus ritmos brasileiros, com forte influência afro; e A organização vai também disponibilizar um autocarro com é para continuar a dançar pela noite dentro com o DJ capacidade para 49 lugares, para transportar visitantes entre Raul Lemos. o Espaço Inovação e a cidade e as cinco vilas do concelho, Os concertos no palco principal da Quinta da Boa Viscom viagens de ida e volta, entre as 20 e as 3 horas. “Esta ta/Torreão têm início às 22,30 horas, com medida tem como objectivo promover a chamada mobilidade excepção nos dois sábados, em que a animação musiverde, com partilha de transporte e consequentes benefícios cal com grupos locais começa uma hora ambientais e ecológicos”, garante a autarquia dirigida por mais cedo. O espectáculo de Daniela Mercury é o único Duarte Novo. com entrada paga.

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Última Hora É a vinha mais alta de Portugal, a 1.075 metros de altitude

Vinhos Mont’Alegre apostam na exportação para a América do Norte

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projecto Mont’Alegre plantou a vinha mais alta de Portugal, a 1.075 metros, estagia os vinhos em altitude, em Montalegre, e está a apostar na exportação para a América do Norte e o Canadá. O enólogo Francisco Gonçalves disse que a vinha plantada em Montalegre, no distrito de Vila Real, é a “mais alta de Portugal” e considerou que se trata de um “passo gigantesco na viticultura nacional”. O responsável, que falava em Boston, durante uma missão empresarial impulsionada pelo projecto “Norte - com um pé dentro...”, explicou que a primeira vinha do projecto tem dois hectares e prevê que a primeira vindima seja feita em 2020. Montalegre nunca foi uma área de vinha. Ali neva muito e há também muitas geadas, mas Francisco Gonçalves acredita que as alterações climáticas que se estão a verificar criam condições para o crescimento das videiras e para a produção de vinhos diferentes. “É uma vinha pensada para esse fim. A área foi seleccionada, a própria terra, a exposição e as castas, maioritariamente brancas”, frisou. Francisco Gonçalves referiu que, neste momento, os vinhos Mont’Alegre são produzidos de uvas compradas nas zonas de Chaves e do planalto mirandês, sub-regiões de Trás-os-Montes. O enólogo faz o acompanhamento da vinha, vinifica no local de origem e, depois, leva o vinho para estagiar “em altitude” na adega construída em Montalegre. São “pormenores” como este que, na sua opinião, diferenciam os vinhos. “Nós preservamos o carácter da região, da vinha, a mineralidade e a frescura. Depois, o facto da oxigenação ser menor em altitude, a pressão atmosférica e as temperaturas baixas fazem com que o vinho adquira características diferenciadoras”, explicou. As diferenças são a “nível aromático”, dos vinhos “mais elegantes” e “mais frescos”. Natural de Montalegre, Francisco Gonçalves deixou uma empresa ligada ao sector do Vinho do Porto, onde trabalhou durante 15 anos, e quis apostar na terra natal, desenvolvendo o projecto em conjunto com o irmão, Paulo Gonçalves, desde 2015. “É um projecto de vinhos em Trás-os-Montes, na nossa terra Natal e onde efectivamente não existe vinho”, frisou. O projecto é complementado com uma unidade de turismo rural, a Casa da Avó Chiquinha, onde também associam o vinho à gastronomia. A estratégia passa, agora, por um aumento da produção, para as 85 mil garrafas, e pela internacionalização. As vendas são feitas maioritariamente em Portugal, mas também no Brasil, Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Alemanha, França, Suíça e Croácia. E é para impulsionar as vendas para os EUA e o Canadá que o projecto de vinhos de Montalegre integra a missão empresarial, que, depois de passar por Nova Iorque e Boston, segue viagem para Toronto. O “Norte - com um pé dentro...” está a ser desenvolvido pela Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR), com sede em Vila Real.

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Vinhos do Dão obtiveram oito medalhas no concurso

Portugal conquistou 111 medalhas no concurso “La Selezione del Sindaco” 2018

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s vinhos portugueses conquistaram 111 medalhas no concurso “La Selezione del Sindaco” 2018, realizado em Itália. Os néctares nacionais receberam 12 medalhas Grande Ouro, 73 de Ouro e 26 de Prata. Os vinhos italianos foram os mais premiados e conquistaram 271 medalhas. A região do Dão obteve cinco medalhas de ouro e três de prata, sendo que a Península de Setúbal foi a região portuguesa mais medalhada, com o Malo Moscatel de Setúbal 5 Anos a ser o vinho mais pontuado do concurso com 95 pontos. Na região do Dão houve oito vinhos medalhados, cinco com a medalha de ouro e três com a de Prata. Adega da Corga Touriga Nacional 2015 e Casa da Passarela A Descoberta Colheita Branco 2017 foram os mais pontuados com 88 pontos. Seguiu-se o Adega de Penalva Tinta Pinheira, com 87,6, Quinta da Espinhosa 2015, com 87,4, e o Milénio, da Adega de Penalva, com 87 pontos. Todos estes vinhos receberam a medalha de ouro. Com a medalha de prata foram galardoados o Quinta dos Penassais Grande Reserva 2015, com 86,4 pontos; o Picos do Couto Grande Escola 2012, da Sociedade Agrícola Castro de Pena Alba, com 86,2, e o Adega de Penalva Reserva 2012, com 85,6 pontos. Organizado pela Associação Italiana Città del Vino, pela Recevin – Rede Europeia das Cidades do Vinho e pela Iter Vitis, La Selezione del Sindaco é um concurso de vinhos de características especiais, assente na participação conjunta dos produtores e dos municípios onde estão inseridos. Esta parceria entre órgãos públicos e empresas privadas contribui para a consolidação de políticas de promoção dos vinhos e dos seus territórios de origem. www.gazetarural.com

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