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THE FUTURE
’S = O futuro
IS EVERYONE
é de todos. 09/02/2018
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Editorial
A “arte de empobrecer alegremente”!
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oi a 1 de Agosto de 2004 que a Gazeta Rural conheceu ‘a luz do dia’. À época muitos me questionaram sobre a aposta, numa altura em que falar de agricultura era, como alguém me disse, “encomendar a alma ao diabo”. Então, pensei, que assim seja. Naquela altura falar de agricultura, produtos locais, regionais ou endógenos, do mundo rural, de agricultura convencional, biológica ou biodinâmica era uma coisa menor. Falar de carne de Kobe era muito pior. Coisas finas, sem importância, que muito poucos valorizavam. Abordar as questões do ambiente, falar de sustentabilidade, de alterações climáticas, de vinho, de gastronomia ou de harmonização era coisa para gente “de outro nível”. Só mesmo para gente ‘culta’, naquele ‘nicho’ de mercado onde só alguns entravam. Tudo isto debaixo do princípio de que ser agricultor era a “arte de empobrecer alegremente”. 14 anos volvidos o mundo mudou, os conceitos mudaram e as pessoas também. Já é, diria, ‘chic’ falar de agricultura, de produtos endógenos, de gastronomia, de vinho e até há quem faça gala de ser... crítico disto e daquilo, sem nada perceber da poda. Ouvi até dizer, pela boca de quem dizia ser crítico de vinho, gastronomia e afins, numas quantas revistas e jornais, que “o Encruzado é uma casta fantástica da Bairrada”. Ora, eu, que ainda não percebo nada disto, descobri que apesar do Encruzado ser uma casta nobre do Dão e a melhor casta de brancos do mundo, confesso que ando ‘caído’ pelo ‘Borrado de Mosca’ lá das minhas bandas. O que me chateia mesmo é ver que ainda há gente que se gaba daquilo que não sabe e fala daquilo que não conhece, muitas vezes sem respeito por aqueles que lhe permitem comer, perdão, degustar, um bom cozido à portuguesa, - regado com o melhor azeite do mundo, - uma grande posta de vitela, ou vitelo, sei lá, um dos nossos fantásticos enchidos, um excelente queijo português (seja ele qual for), tudo isto acompanhado com o melhor vinho do mundo. Curvo-me perante aqueles que diariamente trabalham a terra, que lavram a vinha ou que se levantam de madrugada para ordenhar o gado, tudo isto 365 dias por ano. Estes são os críticos, aqueles que percebem da poda e da redra. São os heróis, aqueles que sujam as mãos na terra, que não têm hora para deitar ou acordar. Todos aqueles que este ano deitam contas à vida, com as agruras do tempo, - as malfadadas alterações climáticas, - a deitarem por terra o fruto do seu trabalho, no vinho, na fruta e outros produtos da terra. A estes, quem lhes vale? Cá por mim, passado todo este tempo, e sem falsa modéstia “só sei que nada sei”. Nasci na terra, no meio da terra, andei descalço, fresei, lavrei, semeei, plantei, reguei, cortei o trigo e o centeio, engoli a pragana, podei a videira, cavei a vinha, fiz a redra, enxofrei, engoli o pó, curei as videiras, colhi as uvas, calquei-as no lagar e provei o primeiro vinho da bica. Sim, nasci na terra, na Quinta do Barreiro, ali para as bandas da Silvã de Baixo, a minha terra, mas com orgulho nas minhas raízes e nos valores que os meus pais me incutiram. Sei que nos últimos 14 anos fiz… Gazeta. Sei, porém, que esta é, também, a “arte de empobrecer alegremente”, mas garanto-vos que tem sido tudo A-gosto. José Luís Araújo
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Momento
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o ano em que se assume como “Capital Europeia do Folclore”, Viseu aposta na Feira de São Mateus a ‘extensão’ do Europeade.
Sumário 05 06 07 08 10 12 14 16 18 19 24 28
Região Demarcada de Vinho do Dão com quebra significativa de produção Douro e Alentejo escapam à quebra na produção de vinho em 2018
Produtores de pequenos frutos com prejuízos significativos Agrival espera 150 mil visitantes e um volume de negócios de 10 milhões de euros
Cuca Roseta e João Pedro Pais são cabeças de cartaz das Festas da Cidade de Mangualde Festas do Concelho de Penalva destacam vinho e outros produtos locais
Anjos e HMB são cabeças de cartaz das Festas de São Bernardo em Sátão
Festas dos Remédios querem recuperar a grandiosidade de outrora Moraleja abre portas para a Feira Raiana Feira do Vinho do Dão em Nelas ‘dividida’ por Sub-regiões Vinhais tem um novo parque aventura e percurso pedestres Governo lança concurso para apoiar inovação agrícola e rural
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Feira de São Mateus abriu as portas para 39 dias de muita animação
Vinho da Talha é candidato a património Imaterial da Humanidade
Confraria Grão Vasco presente na II Entronização em Manaus
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FICHA TÉCNICA Ano XIII | N.º 321 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Sara Cruz (Jornalista Estagiária) Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa | Carlos Neves Departamento Comercial: Luís Cruz Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www. gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 120.000 exemplares Versão Impressa: 1500 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
É uma das mais afectadas
Região de Vinho do Dão com quebra significativa de produção
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Região do Dão deverá ter uma quebra na produção de Vinho que poderá chegar, nalgumas regiões, aos 40%, variando de sub-região, em relação a 2017. Os incêndios de Outubro do ano passado, o míldio, o oídio, o black rot e o escaldão verificado no início de Agosto são os ‘responsáveis’ pela quebra de produção que se verificará este ano e que só terá dados conclusivos aquando das vindimas. Na área da Adega de Silgueiros “apontamos para uma quebra de 30 a 40%, em relação a 2017”, adiantou o presidente Fernando Figueiredo, que salientou que nesta estimativa estão incluídas a perdas resultantes das vinhas que foram afectadas nos incêndios de 2017. As condicionantes do clima verificadas este ano e as doenças que daí resultaram são as causas pontadas pelo dirigente. Já na Adega de Penalva do Castelo a quebra é, segundo José Clemente, menos significativa e deverá andar entre os 20 e os 30%, admitindo, contudo, que “possa ser maior”. “Até o lavar dos cestos é vindima, como diz o povo, mas o vinho continua a perder-se na vinha”, refere o presidente da Adega. José Clemente sita o exemplo das suas vinhas, em que “os tratamentos foram feitos atempadamente, na altura correcta e com os produtos aconselhados, e temos numa das vinhas as uvas a perderem-se mais do que nas restantes”. Segundo o dirigente cooperativo, “as condições meteorológicas este ano não foram propícias para a vinha” e esta quebra de produção significa um prejuízo de muitas centenas de milhares de euros. As quebras de produção não são iguais em toda a região. Na área da Adega de Mangualde a estimativa de perdas é superior a 20%. Segundo o seu presidente da Cooperativa, António Mendes, “numa fase inicial a vinha sofreu com o desavinho e posteriormente, devido ao tempo demasiado húmido, houve ataques de míldio”. Por sua vez na área da Adega de Vila Nova de Tazem estima-se que a quebra de produção ronde os 25%. Segundo o presidente da Cooperativa, Hermínio Félix, o míldio e o escaldão são as causas principais, salientando que houve algum desavinho por altura da floração. Com vinhas nos concelhos de Viseu, Nelas e Carregal do Sal, a Lusovini também admite quebras de 30 a 35%. Segundo a enóloga Sónia Martins, o desavinho foi o que mais afectou a produção, a que se juntou o míldio e escaldão. Já Álvaro Castro, com vinhas no sopé da Serra da Estrela, diz que a quebra de produção deverá andar pelos 10%, especialmente por causa do desavinho em algumas castas. O produtor diz que foi pouco afectado pelo míldio e o escaldão, que conseguiu controlar. www.gazetarural.com
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Segundos dados do Instituto da Vinha e do Vinho
Douro e Alentejo escapam à quebra na produção de vinho
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produção de vinho em Portugal deve baixar este ano cerca de Na restante região as perdas andarão entre os 3% face à campanha anterior, para um volume total próximo 40 e os 50%. dos 6,512 milhões de hectolitros. Ainda assim, sublinha o Instituto “O ciclo vegetativo das videiras está atrasado da Vinha e do Vinho (IVV), a previsão é de um valor “muito próximo duas a três semanas, pelo que as condições clida média das cinco últimas campanhas”. A campanha promete ser matéricas nos meses de Agosto e de Setembro mais fraca para os produtores, prevendo-se uma redução de 3% serão determinantes na quantidade e qualidade para 6,5 milhões de hectolitros. Beiras e Dão são as regiões mais da colheita”, acrescentou o IVV, que tem agora afectadas pelo clima adverso, com perdas em 10 das 14 regiões o antigo vice-presidente, Francisco Toscano Rito. portuguesas. No ano passado, os vinhos portugueses voltaram Numa nota informativa partilhada pelo instituto público, a prea “encher o copo” nas exportações. As vendas ao visão aponta para uma quebra de produção na maioria das 14 reexterior subiram 7,5% e ascenderam a 778 milhões giões portuguesas. As excepções serão Alentejo, Algarve e Açode euros, valendo um novo recorde ao sector depois res, que até deverão crescer devido ao “bom desenvolvimento do recuo no ano anterior. Franceses, ingleses e amevegetativo das videiras”. O Douro continuará a ser a região com ricanos continuam a ser os maiores apreciadores. maior produção no país, numa dimensão equivalente à anterior apesar da acordada redução do “benefício” no vinho do Porto. Na região de Trás-os-Montes e segundo Ana Alves, enóloga da CVR, o feedback dado pelos produtores aponta para uma Produção de vinho por região quebra na ordem dos 20%, comparativamente à produção do (Previsão IVV 2018/2019) ano de 2017. “Só no final da campanha é que podemos ter a Minho: -5% (919 mil hectolitros) certeza porque o tempo continua muito quente, não sabemos Trás-os-Montes: -15% (73 mil hectolitros) como se vai aguentar até lá.” A maior quebra na produção Douro: 0% (1.449 mil hectolitros) está prevista para a região de Valpaços, tendo a maior perBeira Atlântico: -17% (216 mil hectolitros) centagem de perda dos cinco concelhos que compõem a subTerras do Dão: -25% (234 mil hectolitros) -região. Terras da Beira: -30% (133 mil hectolitros) As previsões feitas pelos diferentes organismos regionais Terras de Cister: -10% (49 mil hectolitros) evidenciam que as Terras da Beira (-30%) e as Terras do Dão Tejo: -5% (616 mil hectolitros) (-25%) foram as mais afectadas pelas condições meteoroLisboa: -5% (1.165 mil hectolitros) lógicas verificadas ao longo desta campanha, que favorePenínsula de Setúbal: -5% (499 mil hectolitros) ceram os ataques de míldio e de oídio que são apontados Alentejo: 15% (1.098 mil hectolitros) como os “principais responsáveis” pela quebra estimada Algarve: 10% (17 mil hectolitros) de produção. Madeira: -11% (38 mil hectolitros) Na Beira Interior, nomeadamente na área da Adega de Açores: 20% (6 mil hectolitros) Pinhel, estima que as perdas na produção atinjam os 50%.
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Condições climatéricas e mosca afectaram produção
Produtores de pequenos frutos com prejuízos significativos
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ano não está a ser de feição para os produtores de pequenos frutos, com quebras de produção significativas. As condições meteorológicas e a drosófila são as principais causas, a que se juntou o atraso no início da campanha, com mais de duas semanas. A produção de fruta, em termos de volume, manteve a média de anos anteriores, mas a colocação da mesma no mercado foi afectada. Miguel Coelho, técnico de pequenos frutos e produtor de mirtilo na região de Viseu, revelou à Gazeta Rural que as produções “sofreram um atraso entre 15 a 30 dias sobre os prazos normais. Foram, em termos absolutos, as expectáveis, mas não em termos de utilização”. Acrescentou que devido à meteorologia, com muita humidade durante longos períodos de tempo e a falta de sol, “o tempo útil do fruto na prateleira foi bastante reduzido, pelo que a venda e exportação de produto para os mercados tradicionais foi pequena ou quase nula, como aconteceu nos mercados mais longínquos, como era espectável”. A juntar às condições climatéricas adversas, as produções sofreram com podridões e com ataques da mosca drosophila suzukii. Miguel Coelho explicou que “este ataque deveu-se ao facto da fruta amadurecer muito rápido e não se conseguir apanhar a tempo. Muita ficou no campo e os ataques foram maiores”, refere. Com este cenário, “não se conseguiu comercializar toda a fruta produzida, dado estar demasiado macia, mole ou por amadurecer, devido a condições meteorológicas estranhas”. Com prejuízos nas plantações, a comercialização do fruto também foi afectada e “os preços ressentiram-se, caíram, porque se atrasou a produção”, referiu aquele produtor, salientando que “entrámos no mercado em competição directa com o norte da Europa, o que fez com que o preço na exportação tenha caído”, refere. Na zona de Sever do Vouga, as plantações de pequenos frutos sofreram maioritariamente com ataques da mosca drosófila. O presidente da Mirtilusa afirmou que “a campanha deste ano não poderia estar a correr pior, não houve doenças, mas o fruto sofreu ataques da mosca”. José Sousa acrescentou que “houve, também, problemas na entrega de fruta ao comercializador e ao cliente final”. Até final de Agosto, a Mirtilusa está a receber fruta e só posteriormente poderá quantificar a quebra de produção e fazer contas aos prejuízos.
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Em Penafiel, de 17 a 26 de Agosto
Agrival espera 150 mil visitantes e um volume de negócios superior a 10 milhões de euros
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Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel vai receber de 17 a 26 de Agosto a XXXIX Agrival - Feira Agrícola Vale do Sousa, um dos maiores certames do sector agrícola do país. Conta com cerca de 350 expositores, espera mais de 150 mil visitantes e um volume de negócios estimado de 10 milhões de euros. O vereador da Câmara de Penafiel, responsável pelo certame, mostra-se convicto de que a edição 2018 do certame repita o êxito de anos anteriores. Adolfo Amílcar Moreno coloca a Agrival entre os quatro maiores certames dedicados ao sector agrícola do país, num concelho onde a produção de vinho verde representa 25% do volume de exportações da Região Demarcada, seguida da cebola, que no Vale do Sousa tem grande expressão.
nha no patamar que já atingiu, porque o sucesso destas organizações atinge picos, e pode haver oscilações, o que não queremos que aconteça na Agrival. GR: Que expectativas tem em número de expositores e visitantes? AAM: Teremos cerca de 350 expositores, tal como em edições anteriores, alguns novos, que substituem outros que vão saindo. Quantos aos visitantes, o ano passado rondaram os 150 mil, número que este ano esperamos ultrapassar, o que é muito relevante, tendo em conta a dimensão e o espaço onde se realiza a feira. Outra questão, não menos importante, é o volume de negócios. Na Agrival concretizam-se muitos negócios, tanto efectivos, durante os 10 dias da mesma, mas também muitos outros que resultam de contactos feitos na Feira. Estamos a falar num volume de negócios estimado a rondar os 10 milhões de euros, o que é que muito significativo para a economia da nossa região.
Gazeta Rural (GR): O que mais destaca no programa da Agrival deste ano? Adolfo Amílcar Moreno (AAM): A edição deste ano, em termos de destaque, diria que não tem uma situação que mereça maior relevo em relação a anos anteriores. A nossa principal preocupação, ano após ano, é ter o cuidado de a manter no patamar elevado que já atingiu e com grande sucesso a todos os níveis, desde a organização aos negócios que nela se fazem. Por outro lado, e não menos importante, manter a sua matriz agrícola, pois foi assim que ela nasceu, embora ao longo dos anos se tenha adaptado aos novos tempos, tal como GR: Em que patamar colocaria a Agrival no panooutros sectores de actividade. Essa matriz agrícola é muito rama dos grandes eventos agrícolas do país? forte, tal como a Mostra Nacional de Gastronomia, em que AAM: A Agrival é, sem dúvida, a maior feira agrícola, e temos o cuidado de que reflita o melhor que temos, mas não só, do norte do país. A nível nacional, neste âmbito, também os grandes concertos, com nomes de primeiro plaestá entre as quatro maiores, como a Feira Nacional de no e que são uma mais valia na atracção de visitantes. Não Agricultura, em Santarém, a Ovibeja, em Beja, e a Expofahá nenhum evento no país em que os concertos não tecic, em Cantanhede. Estas serão as quatro maiores feiras nham influência na atracção de mais público. nacional de âmbito agrícola. Em todos estes aspectos, nestes pormenores, temos Nós mantemos, ao longo dos anos, uma grande exposempre grandes cuidados para que o certame se mantesição de gado bovino, as últimas novidades no sector da
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maquinaria agrícola e o mundo rural sempre presente. Mantemos os concursos com grande participação, como o da cebola. Para se ter uma ideia, comercializam-se na Agrival cerca de 400 toneladas de cebola da região do Vale do Sousa. Temos também o concurso do melão de casca de carvalho, da broa de milho e do pão de ló. Todos estes concursos nós vimo-los mantendo ao longo dos anos, e em crescendo, com mais participantes, nomeadamente no melão, que, com a criação da Confraria do Melão Casca de Carvalho, teve um aumento significativo de produtores na região do Vale do Sousa. Um produto que é tão nosso, que se produz até Braga e Barcelos. Por todos estes fatores que enunciei, a nossa feira tem uma forte matriz agrícola. GR: O facto da Agrival dedicar um dia a cada concelho do Vale do Sousa é um factor agregador da região, que é determinante para seu sucesso? AAM: Naturalmente que sim, até porque esta feira recebe expositores de todo o país, sendo que a grande maioria é oriunda dos concelhos do Vale do Sousa e Tâmega. Temos a grande maioria dos produtores de cebola da região de Penafiel, mas também de Paredes e Lousada; os produtores de melão do concelho, mas também de Felgueiras e Lousada. Portanto, esta região é muito forte e rica. Unidos somos muito mais fortes e a feira torna-se diferente do que se a pensássemos apenas com um cariz local. A Agrival é um certame do Vale do Sousa, o que a torna cada vez mais forte.
AAM: Naturalmente o vinho verde, porque, sem dúvida alguma, o concelho de Penafiel é um produtor de excelência nos vinhos verdes brancos, sendo responsável por cerca de 25% das exportações nacionais deste produto, o que mostra a importância deste sector. Obviamente que todos os nossos produtores dão a sua contribuição para atingirmos aquele valor, mas não posso deixar de destacar a Quinta da Aveleda, que está sedeada em Penafiel, e que contribuiu em muito para a importância deste sector no concelho e para que se atinjam números daquela dimensão. O vinho verde é um produto de excelência, que lidera a produção agrícola no concelho, seguido da cebola do Vale do Sousa; nomeadamente a cebola Garrafal, típica da nossa região e que já está certificada. Produzimos também kiwi; pequenos frutos, como mirtilo e framboesa, entre outros produtos agrícolas de qualidade.
GR: Penafiel é concelho mais distante da Região Metropolitana do Porto, que tem um sector agrícola forte. O que mais destacaria no sector primário do concelho? www.gazetarural.com
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Mangualde, 31 de Agosto a 2 de Setembro
Cuca Roseta e João Pedro Pais são cabeças de cartaz das Festas da Cidade
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e 31 de Agosto a 2 de Setembro, a cidade de Mangualde estará Programa em festa! As Festas da Cidade, organizadas pelo Município de Sexta-feira, 31 de Agosto Mangualde, prometem encher as ruas com milhares com pessoas para 21h30 – Banda AF – Lg. Dr. Couto assistirem, entre outros espectáculos, aos concertos de Cuca Roseta 22h30 – Cuca Roseta – Lg. Dr. Couto 23h45 – Banda AF – Lg. Dr. Couto (31 de Agosto) e João Pedro Pais (1 de Setembro). O certame terá início na sexta-feira à noite, dia 31, com a actuação Sábado, 1 de Setembro da Banda AF, no Largo Dr. Couto, pelas 21h30, seguindo-se a actua09h00 – Largada de Pombos – Largo Dr. Couto – Organização: Sociedade Columbófila de Manção de Cuca Roseta e, para finalizar, actuará novamente a Banda AF. gualde Já no sábado, dia 1 de Setembro, há festa o dia todo! A manhã 14h30 – IX Torneio Jovem de Xadrez – Largo do começa com a largada de pombos (Largo Dr. Couto) e, à tarde, deRossio correrá o IX Torneio Jovem de Xadrez (Largo Dr. Couto), o Torneio de 17h00 – Torneio de Veteranos – Grupo Desportivo de Mangualde – Estádio Municipal Veteranos (Estádio Municipal) e, no Largo do Rossio, as actuações 17h00 – Rancho Folclórico Infantil “Tia Matilde – Lg. de Ranchos Folclóricos (Rancho Folclórico Infantil “Tia Matilde e Do Rossio “Os Azuraras” de Quintela), a actuação da Alcatuna, do Grupo de 17h30 – Rancho Folclórico “Os Azuraras” de Quintela – Lg. do Rossio Cantares de Pindo e do Grupo de Concertinas do Dão. No mesmo 18h00 – Alcatuna – Lg. do Rossio local, decorrerá o Festival da Bifana e do Rojão. Já no Largo Dr. 18h30 – Grupo de Cantares de Pindo – Lg. do Rossio Couto, a animação volta a partir das 19h30 com a actuação da 18h30 – Fim de Semana Gastronómico Banda VIP, seguindo-se o cantor João Pedro Pais e a Banda VIP Festival da Bifana e do Rojão – Lg. Do Rossio 19h30 – Grupo de Concertinas do Dão – Lg. do Rossio novamente. 21h30 – Banda VIP – Lg. Dr. Couto Domingo, dia 2, a manhã começa com o Concurso Nacional de 22h30 – João Pedro Pais – Lg. Dr. Couto Pesca Desportiva “Cidade de Mangualde”, Largada de perdizes, 23h45 – Banda VIP – Lg. Dr. Couto faisões e patos bravos e com o II Trail “Quinta dos Monteirinhos”. Domingo, 2 de Setembro Durante a tarde, no Largo do Rossio, decorrerão as atuações 07h30 – Concurso Nacional de Pesca Desportiva “Cidas bandas filarmónicas (Associação Humanitária e Cultural dade de Mangualde” – Organização: Casa do Povo de Mangualde de Abrunhosa-a-Velha, Sociedade Filarmónica Lobelhense e 08h00 – Largada de Perdizes, Faisões e Patos Bravos – Sociedade Filarmónica de Tibaldinho), a atuação dos ranchos Organização: Clube de Caça e Pesca folclóricos (“Os Rouxinóis do Dão” de Fagilde, “Os Campone09h00 – II Trail “Quinta dos Monteirinhos” – Organizases de Mesquitela”, “Coração da Beira” e Rancho Folclórico ção: Moimenta do Dão Futebol Clube 15h00 – Actuação de Bandas Filarmónicas – Lg. do Rosde Mangualde), a atuação da Juventuna, bem como a atuação sio de Girafoles. Aqui, decorrerá também o Festival de Sopas de Associação Humanitária e Cultural de Abrunhosa-a-VeMangualde. À noite, decorrerá o concerto da Orquestra de lha Sociedade Filarmónica Lobelhense Câmara Portuguesa “Mundos Cruzados” e o concerto da BanSociedade Filarmónica de Tibaldinho da Time, ambos no Largo Dr. Couto. 16h00 – Actuação de Ranchos Folclóricos Rancho Folclórico “Os Rouxinóis do Dão” de Fagilde – Lg. do Rossio Rancho Folclórico “Os Camponeses de Mesquitela” – Lg. Festas da Nossa Senhora do Castelo do Rossio Rancho Folclórico “Coração da Beira” – Lg. do Rossio Entre os dias 7 e 9 de Setembro, decorrem as Festas da Rancho Folclórico de Mangualde – Lg. do Rossio 18h00 – Juventuna – Lg. Do Rossio Nossa Senhora do Castelo. As Festas, organizadas pela 18h30 – Fim de Semana Gastronómico Santa Casa da Misericórdia de Mangualde com o apoio da Festival de Sopas de Mangualde – Lg. do Rossio Câmara Municipal, decorrerão no Monte Nossa Senhora 18h45 – Girafoles – Lg. do Rossio 21h30 – Concerto da Orquestra de Câmara Portuguesa do Castelo. “Mundos Cruzados” – Lg. Dr. Couto
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De 24 a 26 de Agosto, em Penalva do Castelo
Festas do Concelho destacam vinho e outros produtos locais
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enalva do Castelo vai estar em festa de 24 a 26 de Agosto com as tradicionais Festas do Concelho. Hi-Fi, Tiago Maroto, Fátima Fonseca e Némanus são os destaques, no que toca à animação, mas os reis da festa serão o vinho do Dão de Penalva e os produtos locais. O programa das festas inclui, no domingo, 26 de Agosto, o V Mercado Rural e a V Feira do Vinho “Dão de Penalva”, que inclui a entregas dos prémios que os vinhos do concelho obtiveram no concurso “La Selezione del Sindaco 2018”. O presidente da Câmara de Penalva do Castelo, à Gazeta Rural, destacou o facto das Festas do Concelho serem organizadas, este ano, por duas associações da freguesia de Sezures, num processo de ‘descentralização’, que contam com o apoio da autarquia. Francisco Carvalho espera que as Festas tenham “o mesmo brilhantismo” de anos anteriores e congratulou-se com os prémios que os vinhos do concelho têm obtido em diversos concursos, lamentando, contudo, a quebra de produção, que este ano afectará os produtores. Gazeta Rural (GR): AS Festas do Concelho estão à porta e destacam o vinho e os produtos locais? Francisco Carvalho (FC): Desdobrámos a festa em duas vertentes, a popular e de festividades e a promoção dos produtos endógenos, através da V Feira do Vinho ‘Dão de Penalva’ e o V Mercado Rural de produtos locais, ocasião em que aproveitamos para promover e dar a conhecer o que de melhor se produz no nosso concelho. Na Feira do Vinho os produtores do concelho dão a provar o que melhor têm e que os interessados poderão adquirir. Durante o evento, que integra o programa das Festas do Concelho e que tem lugar a 26 de Agosto, serão entregues as distinções recebidas no concurso “La Selezione del Sindaco 2018”. No Mercado Rural, os produtores
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agrícolas da região de Penalva mostram os seus produtos, onde a presença de fitofármacos é mínima, que os visitantes podem adquirir.
GR: Esses dois eventos estão inseridos no programa das Festas do Concelho, onde a animação é a nota dominante. FC: Naturalmente. Na vertente musical a Câmara Municipal teve em conta os gostos da população, desde os mais novos aos mais idosos, de forma a agradar a todos, tendo sempre em atenção o equilíbrio orçamental. A informação que nos chega é que, de forma geral, a população está satisfeita com o programa e esse é o grande objetivo. Naturalmente que as festas são essencialmente para as gentes do concelho, mas todos quantos vieram de fora são bem-vindos a Penalva do Castelo. As festas, este ano, contam com dois parceiros que são a Associação Recreativa e Cultural Sezurense e o Centro Social e Paroquial de Sezures, que são os organizadores das festas. Esta parceria é uma novidade que o atual executivo implementou. No passado as Festas eram atribuídas às três associações sediadas na sede de concelho: a Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo, os Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo e ao Sport Clube Penalva do Castelo. Acredito que as festas terão o mesmo brilhantismo de anos anteriores. Com este programa, poupando dinheiro com artistas de renome e tendo a praça cheia de gente, estão os objectivos atingidos. GR: Os vinhos do concelho de Penalva do Castelo
foram dos mais premiados no recente concomercialização do vinho, tem que se preocupar e conhecer o ponto curso da Comissão Vitivinícola Regional da situação. A maior parte dos produtores confirma que há uma quedo Dão. Significa isso que tem havido uma bra na ordem dos 20%. Contudo, há uma excepção, pois um produmudança no sector e numa aposta clara em tor, como alguma escala no concelho, disse que este ano terá mais vinhos de qualidade? vinho e de melhor qualidade. FC: Permita-me, mas só posso falar dos cinco Acredito que haverá uma boa produção de vinhos e que para o anos em que estamos à frente do concelho. O acano iremos continuar a dizer que Penalva do Castelo continua na tual executivo tem feito uma promoção activa e senda do êxito da produção de vinhos de qualidade e em quantiefectiva dos nossos produtos. Levamos os nossos dade. vinhos a vários certames e os nossos viticultores sentem que a Câmara lhes dá o apoio necessário, GR: Como se encontra o processo de ligação do concelho não só com o transporte dos produtos e com o pade Penalva do Castelo à A25? gamento dos stands nesses eventos, mas também FC: Esta ligação faz-nos muita falta, de facto. Contudo, atracom esta Feira do Vinho e o Mercado Rural. Nesta vés do melhoramento de uma estrada, que nos custou cerca de edição não haverá as provas ‘profissionais’, pois os 100 mil euros, foi possível atenuar o esforço das populações no produtores recebem um subsídio para que a prova acesso à A25, a nascente do concelho, nomeadamente das podo vinho seja aberta a toda a população. Não há resvoações de Antas, Miuzela, Vila Cova do Covelo e Matela, que foi trição. reduzido em algumas dezenas de quilómetros. A Câmara promove os nossos produtos nos eventos na região, e não só, de diferentes formas. Aproveitamos todas as oportunidades para divulgar o vinho ‘Dão de Penalva’, o nosso “ex-libris” e o produto que mais contribui para a economia familiar, e outros eventos de maior dimensão, como a Feira do Queijo ou a Feira da Maçã Bravo de Esmolfe, onde o vinho do Dão de Penalva está sempre presente. GR: Os últimos dados apontam para uma quebra na produção de vinho. Já tem algum feedback dos produtores do concelho? FC: Naturalmente que quem está à frente de um concelho, em que 60% da sua economia agrícola provém da www.gazetarural.com
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Em Sátão, de 17 a 20 de Agosto
HMB e Anjos são cabeças de cartaz das Festas de São Bernardo
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Vila de Sátão está em festas de 17 a 20 de Agosto, com os tradicionais festejos em Honra de São Bernardo, o padroeiro da Vila. O último dia coincide com o Dia do Município, feriado municipal. O programa tem vários atractivos. Para além de bandas do concelho, destaque para HMB e Anjos, os cabeças de cartaz das Festas. No dia 18, a partir das 12,30 horas, tem lugar o Dia do Emigrante, marcado para o Santuário de Nosso Senhor dos Caminhos, em Rãs. No dia 19, ao fim da tarde, decorrerá o já tradicional Festival da Sopa, que este ano decorre no Largo de São Bernardo. À noite sobrem ao palco os HMB. Para 20 de Agosto, feriado municipal, pela manhã têm lugar a Feira Anual e a Feira do Gado. Para a tarde, entre outras actividades, destaque para a garraiada. À noite os Anjos sobrem ao palco para o encerramento das festas. “Será um ano pobre para a agricultura” Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Sátão destacou a importância dos festejos, que, considera, são “um marco para as gentes do concelho”. Paulo Santos realçou o facto de haver alguma recuperação do sector pecuário, predominante no norte do concelho, mas lamentou que este seja “um ano pobre para a agricultura”, com destaque para a quebra na produção de vinho, como acontece um pouco por toda a região demarcada do Dão. O autarca acredita, “se o pregador não mentir”, que em breve será lançado o concurso para a requalificação da estrada de acesso a Viseu. Gazeta Rural (GR): As Festas de São Bernardo
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eram, há cerca de duas décadas, das maiores da região. O que é representam hoje? Paulo Santos (PS): Eram e continuam a ser das maiores festas nesta altura do ano. Há vinte anos, para além da festa, eram, sobretudo, um local de negócio. Vinham ao Satão os criadores de gado, nomeadamente de bovinos, de toda a região para fazerem as suas transações. Hoje isso ainda se mantem, mas em, menor dimensão, destacando-se mais o aspecto da animação. As gentes do Sátão, e arredores, estão à espera das festas da vila, como se diz nas aldeias, das festas do concelho de Sátão. A Câmara tem-se empenhado para que as festas sejam, de facto, este marco na vida das gentes do nosso concelho e que se acontecem em torno do dia do Feriado Municipal, que é a 20 de Agosto.
GR: A pecuária foi perdendo alguma relevância ao longo dos anos. Como está hoje? PS: Nalguns aspectos está a recuperar e a autarquia tem-se preocupado com isso. Este ano atribuímos um subsídio para os ovinos e caprinos, precisamente dando um contributo para serviços obrigatórios que os produtores têm que ter, nomeadamente, as vacinas, o acompanhamento pelos veterinários. Neste sentido, estabelecemos um contrato com a Cooperativa Agrícola de Vila Nova de Paiva e com a Associação de Criadores de Gado da Beira Alta. Estas duas entidades vão prestar o serviço de vacinação e acompanhamento dos animais, com a autarquia a assumir parte dessa despesa. Além disso, mantemos nas Festas da Vila o
afetado. Isso deve-se ao trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos anos? PS: No ano passado fomos, de facto, uma ilha. Não podemos dizer que isso se deve só ao empenho da autarquia, dos Bombeiros e da GNR. Isso tem a ver, muitas vezes, com fenómenos da natureza. Não há dúvida de que há uma maior consciencialização das pessoas e felizmente tem havido mais vigilância e mais formação. No Desde 2014 que temos o programa “Aldeia segura, pessoas seguras” implantado. Em cada aldeia há alguém da protecção civil local, que está identificado, e que se houver um incêndio conduz as viaturas dos bombeiros pelos melhores acessos e para facilitar o combate. Nós temos tido esta preocupação. Contudo, repito, ninguém pode dizer que no concelho não temos fogos porque isso se deve ao nosso trabalho. Efectivamente houve, mas também sabemos que às vezes há factores exteriores que, por mais trabalho e empenhamento que haja, são impossíveis de controlar. Temos que estar atentos e vigilantes. GR: Temos que falar na malfadada estrada de acesso a Viseu. Qual o ponto de situação? PS: Usando uma expressão popular, e mesmo referindo-me a um ministro, “se o pregador não mentir...”, e estou esperançado que não. Há concurso pecuário, em que os produtores, para além de um prémio cerca de dois meses, numa reunião da CIM Viseu de presença, através de veterinários competentes que estão no Dão Lafões em que o senhor Ministro do Planeacertame, é atribuído um prémio aos três melhores exemplares de mento e das Infraestruturas, Pedro Marques estecada raça. ve presente, em que foi tratado o assunto do IP3, aproveitei para lhe colocar a questão da ligação GR: No setor primário, e nos últimos tempos, o Sátão esa Viseu, uma vez que o senhor primeiro ministro, teve nas bocas do mundo com a compra da Quinta da TaAntónio Costa, em Fevereiro do ano passado, no boadela por parte do grupo Amorim. Isto foi uma injeção Entroncamento, nos garantiu que havia sete mide moral para o Sátão e para as suas gentes? lhões de euros reservados para este itinerário e PS: Sim, sem dúvida nenhuma que é uma injecção de moral. que as obras se iniciariam em 2018. Era o programa Atendendo ao grupo que é e às potencialidades que tem, acredi‘Aproximar’. Nessa reunião da CIM lembrei isso ao to que seremos uma referência na produção de vinho do Dão e senhor ministro. Ele respondeu, não ao presidenno enoturismo, uma vez que as casas da quinta irão ser recupete da Câmara de Sátão, mas a todos, uma vez que radas. Isso, para além de trazer turistas ao concelho, cria posesta estrada nacional interessa também a todos os tos de trabalho, que é muito importante para o nosso concelho concelhos a norte e nascente, que durante o primeie uma das grandes preocupações da autarquia. ro semestre deste ano o projecto estaria concluído até à zona do Mundão e que no segundo semestre a GR: Há quebras significativas na produção de vinho obra iria a concurso. Foi o ministro que, acompanhado na região. Tem algum feedback dos produtores do concelho? do secretário de Estado, o assumiu. Ainda não estou PS: Sim. Há uma quebra bastante grande. Sabemos que convencido, uma vez que esta situação se arrasta há este ano, no que diz respeito à agricultura, vai ser um ano muitos anos, mas estou esperançado que desta seja pobre e no vinho, quem não tratou as vinhas as vezes nede vez. cessárias terá muito menos. Mesmo aqueles que fizeram os tratamentos a tempo e horas não vão ter a produção que GR: Será uma obra nova ou a requalificação da desejavam. Sabemos também que, sobretudo as zonas de actual? Silvã, Rio de Moinhos e São Miguel de Vila Boa, o vinho é PS: É a requalificação da estrada actual. Não sendo um factor económico de grande importância, pelo que esta o ideal, acredito que nos vai resolver muitos dos problequebra afecta muita gente. mas. Vai diminuir o tempo de ligação a Viseu, pois uma grande parte do traçado terá uma via para veículos lenGR: O ano passado ficou marcado pela vaga de intos, pesados ou tractores, cêndios que assolaram a região, mas o Sátão não foi www.gazetarural.com
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Em Lamego de 23 de Agosto a 9 de Setembro
Festas dos Remédios querem recuperar a grandiosidade de outrora
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cidade de Lamego vai voltar a estar em festa. De 23 de Agosto a 9 de Setembro revivem-se as tradições d’“A Romaria de Portugal”, as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios. 2018 marca uma nova viragem na concepção da organização do maior e mais grandioso evento do Município de Lamego. Muda o recinto da feira para a Praça D. Dinis (Largo do Centro Multiusos) com o objectivo de dar maior dignidade a todos aqueles que desenvolvem a sua actividade comercial e visitam a cidade, muda a divulgação da programação, por exemplo, com a criação de um sítio próprio na Internet e a realização de acções de promoção “fora de portas” e muda também o envolvimento das diversas entidades locais, concertando esforços em prol de um objectivo comum, que são umas Festas organizadas, seguras e dignas. Muitos anos depois, a sua organização foi ainda devolvida à sociedade civil, tendo sido criada uma Comissão, composta por lamecenses de várias sensibilidades. Ao longo de 18 dias, será oferecido um programa variado, onde a música impera, com a actuação de grandes nomes nacionais, como Amor Electro, Toy, Cuca Roseta e outros, mas também vão decorrer, como é tradição, outros momentos que fazem desta Romaria um evento ímpar no país, como a Marcha Luminosa, a Batalha das Flores, a Grande Noitada e, no último dia, o Fogo Preso. De características únicas no mundo, o ponto alto dos festejos volta a ser a Majestosa Procissão do Triunfo, na qual os andores são puxados por juntas de bois, segundo uma tradição muito antiga, sancionada, em 1952, pela Sagrada Congregação dos Ritos. “As Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios são um enorme património imaterial das tradições religiosas e pagãs do povo Lamecense. O orgulho de viver esta festa é também a maior manifestação de paixão, diria mesmo amor, pela Romaria de Portugal que a sua população lhe dedica e que desafia mesmo os visitantes a associarem-se”, sublinha Ana Catarina Rocha, presidente da Comissão de Festas e Vereadora da Cultura. Também o vice-presidente da Câmara de Lamego destaca que, “mau grado uma conjuntura financeira menos favorável e obrigados a restrições severas, queremos devolver o orgulho neste acontecimento que se deverá constituir como o principal evento de cariz popular e religioso da região, com repercussão no país”. A apresentação pública da edição 2018 das Festas dos Remédios decorreu no Salão Nobre do Teatro Ribeiro Conceição, com a participação de diversos artistas e grupos que prometem emprestar um brilho muito especial aos festejos, com uma forte adesão de convidados e público em geral.
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Concurso reúne vários especialistas, enólogos e jornalistas
Agosto é o mês do tomate coração de boi no Douro
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Entre 30 de Agosto e 2 de Setembro
Moraleja abre portas para a Feira Raiana
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Feira Raiana, cujo local de realização é alternado entre Portugal e Espanha, decorre este ano em Moraleja, Cáceres, entre 30 de Agosto e 2 de Setembro e conta com mais de uma centena de expositores. Este certame representa um dos melhores exemplos da cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, e um dos mais emblemáticos eventos do Interior de ambos os países, atraindo, a cada edição, largos milhares de visitantes, empresários e turistas. “A organização está a preparar um certame que promova as empresas, produtores, turismo e cultura de ambos os lados da Raia, com uma importante representação do concelho de Idanha-a-Nova”, refere em comunicado o município de Idanha-a-Nova. O certame decorre alternadamente em Idanha-a-Nova e em Moraleja (Cáceres), sendo organizada em conjunto pelos dois municípios. “Face ao sucesso desta parceria, a mesma é apontada como excelente exemplo da cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha”, lê-se na nota. Este ano, decorre no Parque Fluvial Feliciano Vegas, em Moraleja, num recinto de 35 mil metros quadrados, o que permitiu multiplicar por três a superfície inicial. A organização está a preparar um certame que permita promover as empresas e serviços de ambos os lados da Raia, bem como os produtos agroalimentares de qualidade. A Feira Raiana é um certame de cooperação transfronteiriça, com um conteúdo multissectorial, onde predomina a indústria e o comércio, o turismo e a gastronomia de ambos os lados da fronteira.
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Douro dedica o mês de Agosto ao tomate coração de boi que será o protagonista de um concurso, nos pratos dos restaurantes e numa festa de aldeia, numa iniciativa que pretende valorizar este produto das hortas durienses. Nesta terceira edição, o Concurso Tomate Coração de Boi realiza-se no dia 24 de Agosto e o palco para a prova é a Quinta do Vallado, no Peso da Régua. O concurso “visa contribuir para a valorização e promoção deste produto”, que encontra no Douro as condições ideais para o seu amadurecimento, “bem como revitalizar a tradição das hortas de quinta nesta região vinhateira”. “São estas virtudes naturais que os produtores de vinho do Douro valorizam quando mantêm vivas as hortas de quinta e a produção do tomate, ainda que numa escala familiar e de produção local. É este também um modo de promover o território, a sua diversidade de produto e originalidade”, salientou a organização. O concurso reúne vários especialistas para elegerem o melhor tomate da temporada, desde chefes de cozinha como Vítor Sobral, Miguel Castro e Silva e Leopoldo Calhau, enólogos ou jornalistas. A par do concurso, e durante todo o mês de agosto, a organização convida os restaurantes da região a participarem no “Mês do Tomate”, propondo a inclusão nas ementas de pratos inspirados neste produto.
apoiam o evento, que gostaram da sua organização por sub-regiões, fazendo com que a Feira do Vinho do Dão seja a feira da região e por a única divisão ser pelas sete sub-regiões que compõem a Região Demarcada de Vinho do Dão, a que juntamos este ano a região de Lafões, que certifica os seus vinhos na Comissão Vitivinícola Regional do Dão. Quem visitar à feira, este ano, vai ter essa informação estruturada e vai ter orientação de provas livres. Da parte da Câmara de Nelas, que assume a grande responsabilidade de organizar esta feira à 27 edições seguida, a nossa missão, a nossa responsabilidade e a nossa satisfação é termos uma grande feira, com mais produtores, mas essencialmente com uma grande diversidade na qualidade que os vinhos desta região têm e que estão presentes em Nelas, nos três dias de feira. GR: Organizar a feira por sub-regiões é uma forma de marcar a diferença e de mostrar que os vinhos são diferentes? SR: Temos sete sub-regiões e uma Indicação Geográfica (IG), que é Lafões, que a partir da Portaria de Dezembro de 2017 foi incluída na região. Claro que temos essa diversidade e temos regiões com mais produtores do que outras, mas essa é a realidade. O facto de queEm Nelas, de 30 de Agosto a 2 de Setembro rermos demonstrar a diversidade, não é para desvalorizar as regiões, que estão mais ou menos representadas, mas sim para defender uma região de vinhos de Portugal, que é o Dão, que tem as suas características, a sua diversidade de vinhos e que temos que defender como uma das melhores regiões de vinhos do país e do mundo. omeça dia 30 de Agosto em Nelas a grande mostra de vinho O que nos interessa enaltecer é a grandiosidade do Dão, um certame promovido pela Câmara de Nelas que da região, pela qualidade e variedade de vinhos este ano apostou em dar novos motivos para produtores e visitanque oferece. A quem os prova e compra, tem nesta tes comprovarem a excelência da região, mas especialmente a feira a oportunidade de os discutir com os vários diversidade dos vinhos que ela produz. enólogos, com os vários produtores que estarão A vice-presidente da Câmara de Nelas, Sofia Relvas, confirmou presentes e tem oportunidade de os discutir nas à Gazeta Rural que o certame terá uma formato diferente, não provas comentadas. Tem também a oportunidade só com os produtores divididos por sub-regiões, como também de chegar à feira e saber que dos vinhos presentes um conjunto de outros motivos que levarão os visitantes ao cerno certame, há dez melhores brancos e dez melhotame. res tintos. A feira está organizada para quem vem conhecêGazeta Rural (GR): Confirma-se de que, este ano, será -la e para quem vem conhecer os vinhos da região. O uma feira diferente? objetivo é que a região cresça, cresçam as cotas de Sofia Relvas (SR): Acredito que sim e essa é a expectativa. mercado, cresça nos diversos eventos onde o vinho Foram lançados os dados para uma grande feira, que este ano do Dão marca uma forte presença. A Câmara de Nelas dura mais um dia, o primeiro, dedicado aos profissionais, a pretende convidar o maior número de jornalistas, de Santar, com a realização de um Fórum de Enoturismo, e com investidores, de líderes de opinião e de grupos com ino jantar oficial da Feira. teresse na área do vinho. O primeiro dia começa com o concurso de vinhos da Feira Numa lógica de certame profissional de vinhos, natudo Vinho do Dão, que tem um painel de jurados muito diverralmente que há muito mais para fazer, mas ainda assificado, desde jornalistas, bloggers, líderes de opinião, prosim voltamos a dar elementos de valorização da Feira prietários de adegas e enólogos. Estamos muito satisfeitos do Vinho do Dão e que se desenvolve numa festa de gascom a adesão dos produtores ao concurso, o que reflete a tronomia e de animação cultural, fazendo com que nos aposta que foi feita, a partir do ano passado, numa grande três dias tenhamos pessoas que acorrem a Nelas, porque homenagem ao engenheiro Alberto Vilhena, onde os melhoquerem provar bons vinhos, mas também querem poder res vinhos, tinto e branco, são distinguidos com esse troféu harmonizá-los na Praça da Alimentação com a gastronoque é patrocinado pela Verallia. O feedback que sentimos, mia da região e conviver numa noite de espetáculo marada parte dos produtores, mostra que estão satisfeitos, que vilhoso que teremos nos dias do certame.
Feira do Vinho do Dão ‘dividida’ por Sub-regiões
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Nos dias 18 e 19 de Agosto
Há Festa na Aldeia em Talhas
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aldeia de Talhas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, recebe mais uma edição do ‘Há Festa na Aldeia (HFA). Trata-se de um projecto de dinamização rural de territórios que, pela geografia, foram estrangulados ao longo do tempo. A ATA - Aldeias de Portugal, em parceria com a CORANE, o Município de Macedo de Cavaleiros, a Junta de Freguesia de Talhas e o Geopark Terras de Cavaleiros são os promotores da iniciativa, que só é possível com o comprometimento de todos. Tendo em conta a sua localização e as particularidades de cada região, desenhou-se uma iniciativa que permitisse, recuperando os usos e saberes tradicionais, reforçar economicamente estas regiões, promover o emprego e desenvolver o turismo. Baseada na teoria da ‘mudança’, uma estratégia que coloca os habitantes das aldeias como principais agentes, são feitas várias formações ao longo do ano para que a promoção do espaço se ligue directamente ao desenvolvimento e capacitação das pessoas. Durante os festivais Há Festa na Aldeia são apresentados os resultados do trabalho da comunidade. A marca HFA mostra o que de melhor se faz nestes territórios: a descoberta do património, gastronomia, artesanato e música regionais, a provar que o que é nacional é mesmo bom, sobretudo as pessoas, as que fazem e acontecem, as que visitam e todas as que se entregam em gesto de amor. O ciclo de festas começou em Junho, em Vilarinho de São Roque (Albergaria a Velha). Depois, Paradela (Miranda do Douro); Porto Carvoeiro (Santa Maria da Feira); Burgo (Felgueiras). Até Outubro, ainda Há Festa nas aldeias de Ul (Oliveira de Azeméis), Rio de Onor (Bragança) e Castromil (Paredes).
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Especial Agroglobal
Eduardo Diniz, director-geral do Gabinete de Planeamento Políticas e Administração Geral
Portugal luta “contra cortes na PAC”
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ortugal pode perder 500 milhões de euros na PAC, entre 2021 e 2027, e ser obrigado a um esforço adicional de cofinanciamento de 700 milhões de euros saídos do Orçamento do Estado. Eduardo Diniz, director-geral do Gabinete de Planeamento Políticas e Administração Geral (GPP), explica o que propõe a Comissão Europeia e qual a posição do Governo para defender a Agricultura nacional. P: Qual o impacto para Portugal da proposta de orçamento da PAC pós-2020? Eduardo Diniz: Para Portugal, à semelhança do orçamento para toda a Política Agrícola Comum (PAC), está em causa um corte, sobretudo no II Pilar. No I Pilar há um ganho por via da convergência externa. Face a estas propostas iniciais, que ainda vão ser sujeitas a negociação, há um corte global que rondará os 500 milhões de euros para o período de 2021-2027. P: É proposto um reforço do orçamento do I Pilar da PAC para Portugal? ED: Sim, e é positivo. Manteve-se o princípio da convergência externa, ou seja, um aproximar à média europeia (260 / ha) do montante que os agricultores portugueses recebem por hectare (200 /ha). Já a intensidade da convergência não será tão positiva. Num mercado interno e único, a necessidade de uma concorrência mais leal aconselharia a que essa intensidade fosse maior. P: Portugal é obrigado a maior esforço de cofinanciamento da PAC? ED: É proposta uma obrigatoriedade de cofinanciamento nacional que faria com que a despesa pública duplicasse. Estão em causa (na proposta da Comissão Europeia) mais de 700 milhões de euros, no período 2021-2027, provindos do Orçamento do Estado. É um pouco contraditório
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haver políticas europeias muito restritivas e uma certa disciplina do ponto de vista orçamental e, por outro lado, por via de cortes de fundos comunitários, ser exigido a Portugal um maior esforço do seu Orçamento do Estado. Portugal manifestou disponibilidade em contribuir para o orçamento europeu, ajudando a manter políticas emblemáticas, como é o caso da PAC e da Política de Coesão.
“Estão em causa mais de 700 milhões de euros, no período 20212027, provindos do Orçamento do Estado”
P: Qual o alcance real da ‘nacionalização’ da PAC? ED: A chamada grande flexibilidade que é proposta pela CE refere-se mais à conjugação das medidas existentes, do que propriamente a uma total flexibilidade, liberdade para os Estados-membros. Obviamente, que pondo cada Estado membro diferentes intensidades em diferentes tipos de ajudas, a PAC torna-se muito diversificada ao longo do território europeu. A questão do cofinanciamento no II Pilar, sendo tão elevado, pode também indiciar alguma pressão no sentido de a política se tornar menos europeia. Contudo os princípios e os objetivos, e mesmo o controlo que a CE vai exercer sobre os planos estratégicos que cada Estado-membro vai apresentar, dão ainda um cariz extraordinariamente comum a esta política agrícola.
P: O Greening é banido na PAC após-2020. O que muda quando a exigências ambientais? ED: O greening vai acabar (houve consenso de que não foi bom nem para os agricultores nem para as ONGs) e as mudanças passarão por 2 iniciativas: uma é o reforço da condicionalidade aos agricultores, temos receio e vamos pugnar nas negociações mais técnicas para que não seja um processo tão complexo para os agricultores, a outra é pela introdução dos ecoregimes no I Pilar da PAC, ou seja, a possibilidade de se criarem medidas ambientais anuais, de maior largo espectro. P: Qual a margem de manobra do Governo para negociar? ED: Existem 2 níveis de debate e negociação: o dos recursos financeiros, que a nosso ver terão de ser reforçados, pois consideramos que o corte proposto para a PAC é superior ao corte líquido que a saída do Reino Unido implica. A outra negociação será dos regulamentos e obrigações técnicas, que pugnaremos para que sejam adaptados à nossa agricultura. P: Quando é expectável uma decisão final sobre o orçamento e a PAC? ED: Há uma grande pressão para que o orçamento seja decidido antes das próximas eleições europeias (agendadas para Maio de 2019). É até muito importante, porque as autorizações de despesa no I Pilar estão garantidas, mas não as do II Pilar, e mesmo em termos de dinâmica europeia não ter o orçamento durante 8 meses em 2019 seria muito mau. A decisão sobre os regulamentos da PAC propriamente ditos vai ser um processo mais demorado, dificilmente estarão todos vigentes em 2021.
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Parque Biológico comemora 10 anos
Vinhais tem um novo parque aventura e percurso pedestres
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Parque Biológico de Vinhais, no distrito de Bragança, oferece a partir de hoje novas atracções com a inauguração de um parque aventura e percurso pedestres no ano em que comemora o décimo aniversário. O município transmontano investiu 307.500 euros, financiados por verbas comunitárias a 85%, nas novas valências integradas num projecto com o nome de “Núcleo do Lobo Ibérico”. A fauna e a flora do Parque Natural de Montesinho, que se estende pelos concelhos de Bragança e Vinhais, estão representadas no Parque Biológico que se tornou numa atracção turística, com alojamento em “bungalows”, e uma aposta na natureza. Esta aposta é agora reforçada com os novos projectos “que proporcionam actividades a todos os que querem usufruir de momentos ligados à natureza, desporto e aventura”, como divulgou o município. O Parque Aventura tem como principal objectivo a promoção da actividade física ao ar livre com um conjunto de actividades para crianças e adultos como arvorismo, slide, escalada, paintball, tiro ao arco, tiro com zarabatana e cama de rede. As actividades são acompanhadas por monitores especializados e o arvorismo tem um sistema de segurança inovador (Equipamentos Certificados - Koala), que permite realizar os percursos com total segurança, afiança a autarquia. O Parque Biológico de Vinhais permite num passeio de pouco mais de um quilómetro conhecer a fauna e flora de Montesinho, reunindo 23 raças autóctones de animais, desde o corso, veado ou javali, a aves como a águia ou a perdiz, ou os domésticos burros e galinhas. A flora é mais vasta com mais de meia centena de variedades catalogadas com os nomes científicos e vulgares. O Parque Biológico de Vinhais é também um espaço de educação ambiental e de montra de outros recursos naturais como os cogumelos silvestres aos quais foi dedicado um Centro Micológico
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5 | 6 | 7 SETEMBRO 2018 Valada do Ribatejo
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semeamos...NEGร CIO!
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Ateliers de cultura e gastronomia promovidos pelo Município
Segredos da tigelada desvendados na Praia Fluvial de Aldeia Ruiva
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s segredos da tigelada de Proença-a-Nova foram desvendados na Praia Fluvial de Aldeia Ruiva na oficina de cultura e gastronomia realizada sob a orientação do chef Rui Lopes que apresentou um pouco da história associada àquela que é uma das principais especialidades gastronómicas da região e o modo de fazer. Ovos, açúcar, leite de cabra, mel, raspa de limão, farinha e canela Através do projecto Taste Up em pó são os ingredientes usados para alcançar o sabor característico da tigelada, com pequenas variações consoante o tipo de mel, de leite e ovos escolhidos. Os mais de 20 participantes puderam assim aprender a receita à medida que iam misturando todos os ingredientes directamente no caçoulo de barro e, no final, levaram consigo a tigelada que fizeram. Enquanto as tigeladas coziam, fez-se a prova de duas variações da receita da autoria do chef Rui Lopes, uma delas com queijo de cabra e pimenta rosa e outra com castanha, utilizando produtos tradicionais do concelho – os soutos eram frequentes na paisagem de Proença-a-Nova até há algumas décadas. Luís Farinha, do Mel Doce Paixão, apresentou os diferentes tipo de mel existentes na Incubadora de Negócios do Município de Alregião, do de rosmaninho ao multifloral, e de outros produtos, vaiázere é parceira do projecto Taste Up, um como o pólen - alimento multivitamínico. programa de aceleração desenhado para apoiar Os ateliers de cultura e gastronomia, realizados no âmbito do projectos de empreendedorismo na área do Turisprograma Beira Baixa Cultural, co-financiado pelo Centro 2020 e mo Gastronómico, anunciou hoje a autarquia. Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, Numa nota de imprensa, a autarquia liderada por regressam em Setembro e Outubro, com a realização do ciclo do Célia Marques, informa que o concelho de Alvaiázepão (a 22 de Setembro, inserido no Festival do Plangaio e do Mare vai receber um dos bootcamps, a 11 e 12 de Ouranho) e novamente dos segredos da tigelada (a 27 de Outubro, tubro, onde será administrada formação intensiva durante a Feira da Tigelada e do Mel). durante dois dias, não só na área de gestão, como em áreas mais focadas no turismo, gastronomia e culinária. Segundo a autarquia, o programa destina-se a empreendedores que queiram recuperar um saber ou sabor com tradição ou que tenham um negócio, tecnológico ou não, com objectivo de “sustentar o desenvolvimento do turismo gastronómico”. O projecto também se dirige a empreendedores que pretendam modernizar antigos negócios de família e que “visem gerar negócios assentes na recuperação de tradições na área da culinária e gastronomia típica, nomeadamente em territórios de baixa densidade, ou a profissionais do sector gastronómico que pretendam desenvolver um produto inovador”. O projecto é promovido pela entidade de consultoria especializada Territórios Criativos, pela Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia, e o Turismo de Portugal.
Alvaiázere investe em negócios na área do turismo gastronómico
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Ao fixar o limite máximo das ajudas da PAC em 5.000 euros
Confederação Nacional da Agricultura defende que Estatuto da Agricultura Familiar exclui muitas explorações
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Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considera que o Estatuto da Agricultura Familiar, criado pelo Governo, exclui muitos detentores de explorações ao fixar o limite máximo das ajudas da PAC em 5.000 euros. “Nos ‘Requisitos para o reconhecimento’, o Artº 5º, alínea c) é demasiado limitativo. Ao contrário de outras situações em que o limite máximo se reporta unicamente ao montante das ajudas directas, agora determina como limite máximo 5.000 euros decorrentes das ajudas da PAC [Política Agrícola Comum] incluídas no pedido único, excluindo assim muitos e muitos detentores de explorações agrícolas familiares [e] produtores de raças autóctones”, disse, em comunicado, a confederação. A CNA lamentou também que o título não reconheça nem aponte “medidas específicas que valorizem” o papel da mulher “como pilar da família agrícola, da actividade da exploração e da dinamização do mundo rural”. Adicionalmente, a confederação da agricultura considerou negativo que o prazo da entrada em vigor do diploma tenha sido alargado de 30 para 90 dias. “Ainda mais negativo é o facto de ter sido eliminado o artigo que dava o máximo de seis meses a cada membro do Governo para regulamentar as medidas necessárias à implemende competências e a serviços destinados à agritação do Estatuto”, frisou. cultura familiar através do espaço cidadão. O Governo consagrou o estatuto da agricultura familiar, que esPara receberem o título, os responsáveis agríteve em consulta pública entre Dezembro de 2017 e Janeiro de colas têm de ter mais de 18 anos, um rendimento 2018, num decreto-lei publicado recentemente em Diário da Recolectável igual ao inferior ao quarto escalão do pública. imposto do rendimento de pessoas singulares e A atribuição deste título de reconhecimento permite o acesso não podem receber um montante superior a 5.000 a medidas de políticas públicas de apoio às actividades de exeuros decorrentes das ajudas da Política Agrícola ploração agrícola e florestal e no âmbito de programas operaComum (PAC). cionais financiados por fundos europeus, bem como medidas de Além disto, os candidatos devem ser titulares de carácter excepcional que contribuam para o “ordenamento do uma exploração agrícola familiar que se situe em território e a preservação da actividade agrícola florestal nas prédios “rústicos ou mistos” e que utilize mão-dezonas desfavorecidas”. -obra familiar em percentagem igual ao superior a Para além disto, permite aceder a um regime simplifica50% do total. do em matéria de licenciamento das unidades de produção; Segundo o diploma em causa, na sequência da conaos mercados e aos consumidores; a um regime específico sagração do estatuto, foi criada a Comissão Nacional de contratação pública para fornecimento de proximidade para a Agricultura Familiar (CNAF), presidida pelo mide bens agroalimentares; a um regime de reconhecimento nistro da Agricultura, Capoulas Santos, e composta por das organizações de produtores; as linhas de crédito e a um representantes das áreas tuteladas pelos ministros das “procedimento especial simplificado e de custos reduzidos Finanças, Justiça, Adjunto, Educação, Trabalho, Saúde, relativo ao registo de primeira inscrição de aquisição, de rePlaneamento, Economia, Ambiente e Mar. conhecimento da propriedade ou de mera posse de prédios Fazem igualmente parte da CNAF representantes dos rústicos”. Governos Regionais da Madeira e dos Açores, da AssoPor último, o estatuto confere a possibilidade de aceder a ciação dos Jovens Agricultores de Portugal, da Confeapoios específicos de formação; a benefícios na utilização deração dos Agricultores de Portugal, da Confederação de gasóleo colorido ou marcado; a condições “mais favoNacional da Agricultura, da Confederação Nacional das ráveis” em matéria de seguros agrícolas; a um incentivo à Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, gestão eficiente de custos e à utilização de energias renoda Confederação Nacional dos Jovens Agricultores e do váveis; ao regime fiscal e da segurança social adequado à Desenvolvimento Rural. agricultura familiar; a acções desenvolvidas pelos centros www.gazetarural.com
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Em parceria com a Confederação dos Agricultores de Portugal
ACOS promove novos cursos de formação a partir de Setembro
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ACOS - Associação de Agricultores do Sul está a preparar nova oferta formativa a iniciar a partir do próximo mês de SetemNo valor de um milhão de euros bro, na sua maioria co-financiada no âmbito do Portugal 2020, através de parceria com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Entidade formadora certificada, há vários anos, pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), a ACOS vai ao encontro das necessidades formativas dos agricultores e das empresas, nas áreas da produção animal, olival, vinha, regadio, mecanização, turismo rural, entre outras temáticas da atualiMinistério da Agricultura lançou um concurso, no valor de dade, valorizando o conhecimento técnico e reum milhão de euros, destinado a apoiar o trabalho desenvolforçando as competências dos ativos do setor vido pelos centros de competências do sector florestal e agroaliagrícola. mentar na área da inovação agrícola e rural. A ACOS dá especial atenção aos jovens agricul“O concurso destina-se a financiar os vinte centros de competores promovendo, nesse sentido, ações de formatências já constituídos no território continental e, entre as operação base e complementar, conforme os critérios da ções apoiadas, está a implementação de agendas de inovação e legislação em vigor. investigação e a realização de sessões de trabalho com o objecAo nível do reforço da empregabilidade da região, tivo de actualizar o levantamento de necessidades de inovação a ACOS vai realizar novos cursos Educação e Formado sector agrícola e zonas rurais, promover a transferência de ção de Adultos (EFA) com dupla certificação, escolar conhecimento para o sector, criar redes de parceiros e incorpoe profissional. Estas ações de formação destinam-se rar a inovação em toda a actividade”, disse, em comunicado, o a pessoas com idade igual ou superior a 23 anos e Ministério liderado por Capoulas Santos. com o 9º ano de escolaridade. O concurso, que é financiado pelo Programa de DesenvolviOs Cursos de Técnico/a de Produção Agropecuária mento Rural (PDR) 2020, tem como prioridades a aplicação, e Técnico/a Vitivinícola, conferem habilitação escolar acompanhamento e avaliação das medidas de política de deao nível do 12º ano, carta de tratorista e cartão de senvolvimento rural e promoção do trabalho qualificado e em aplicador de produtos fitofarmacêuticos. rede entre os diversos agentes. Os apoios aos formandos, no âmbito do co-financiaDe acordo com o Ministério da Agricultura, os centros de mento, compreendem bolsa de formação, subsídio de competências agregam agentes económicos de uma área alimentação, seguro de acidentes pessoais e, se aplicáestratégica, entidades do sistema científico nacional e auvel, deslocações e acolhimento. tarquias, com o “objectivo de potenciar a competitividade e A Coordenadora do Serviço de Formação Profissional inovação das empresas”. sublinha que “a ACOS faz um balanço bastante positivo Do mesmo modo, estas entidades visam o desenvolvida formação realizada neste primeiro semestre de 2018, mento científico e tecnológico, “aumentando a produtividaquer pelo número de formandos certificados, quer pela de das culturas e inovando nos produtos agroalimentares aposta ganha numa formação de qualidade”. e florestais”. Ana Carapinha salienta ainda que “a ACOS oferece forAs candidaturas ao concurso decorrem até ao dia 28 mação profissional certificada de elevada qualidade em de Setembro e podem ser submetidas através da página todo o Alentejo, contando com um vasto leque de parcewww.pdr-2020.pt. rias com entidades do sector agroalimentar regional”.
Governo lança concurso para apoiar inovação agrícola e rural
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Para Visitar
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Num investimento global, para três anos, de 613.200,00 euros
Câmara de Sever do Vouga iniciou trabalhos de limpeza das faixas de gestão de combustível
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Câmara de Sever do Vouga já iniciou os traCouto a Parada, Estrada Municipal 328-1, Estrada da Gândara a balhos de gestão das faixas de combustível. Pessegueiro, Estrada da Gândara ao Alto da Serra (ponto de água), A intervenção está a ser feita junto às redes viárias Estrada da Foz às Minas do Braçal e do Braçal à Senhorinha; Estrae zonas industriais. Cerca de três dezenas de espada de Silva Escura ao limite com Ribeira de Fráguas; Estrada de ços serão alvo de limpeza, no âmbito das medidas e Silva Escura às Bouças e Estrada de Dornelas ao Rio Bom – Aresacções a desenvolver no âmbito do Sistema Naciotal. Relativamente às zonas industriais, os trabalhos irão iniciar, nal de Defesa da Floresta Contra os Incêndios e do brevemente, na zona industrial de Cedrim (Cedrim e Paradela) e Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incênprosseguirão nas restantes zonas industriais de Irijó e de Sanfins dios (PMDFCI). Trata-se de um investimento global (Rocas do Vouga), Padrões, Pedras Negras e Gândara (Sever do para três anos de 613.200,00 euros. Vouga), Decide e Arestalfer (Silva Escura e Dornelas) e Talhadas Enquanto entidade responsável pela rede viária mu(Talhadas). nicipal, a autarquia vai providenciar a gestão de comA Câmara de Sever do Vouga, em nota enviada, “agradece bustível numa faixa lateral de terreno confinante com a colaboração de todos os proprietários e produtores floresa rede viária, numa largura não inferior a 10 metros. tais no sentido de garantir o acesso às suas propriedades das Já nas zonas industriais, a gestão de combustível em entidades responsáveis pela gestão de combustível”. A autarredor dos aglomerados será providenciada numa faixa quia recorda ainda que o material lenhoso será torado, sende 100 metros, definida no PMDFCI, aprovado e em vido a remoção dos locais de intervenção da responsabilidade gor. Os trabalhos incluem a remoção do mato e o corte dos proprietários ou produtores florestais, arrendatários e de arvoredo, de forma a cumprir o afastamento entre usufrutuários. Estes, podem e devem, sempre que possível as copas das árvores de acordo com a legislação actual. acompanhar os trabalhos e proceder à remoção dos mateOs troços a serem intervencionados são a Estrada Nariais que possuam valor comercial, devendo fazê-lo dentro cional 16, Estrada Nacional 333, Estrada do Cortez à Frádo prazo máximo de 15 dias úteis, após a gestão de comgua, Estrada de Talhadas ao Cortez, Estrada do Cortez a bustível, findo o qual, o material lenhoso será depositado, Vide, Estrada Nacional 328 a Paçô (EM 572), Estrada de provisoriamente e sem critério de identificação, em local a Cedrim à Recochinha, Estrada de Santo Adrião, Estrada definir e reverterá a favor da Câmara Municipal. de Pessegueiro a Couto de Esteves, Estrada de Sanfins à A planta da faixa de gestão de combustível pode ser conMouta, Estrada de Sanfins ao Arestal, Estrada de Nespesultada junto do Balcão Único da Câmara Municipal, entre reira ao Arestal, Estrada da Barragem (Cruzamento da EM as 9h00 e as 16h00, no site do Município de Sever do Vouga 569 à Barragem), Estrada do Couto a Lourizela, Estrada do e ainda nas sedes das respectivas juntas de freguesias.
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Diz o especialista em território José Manso
Incêndios em Portugal difíceis de ultrapassar mesmo com planeamento
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especialista em território José Manso afirmou que o país “muito dificilmente” conseguirá ultrapassar o problema dos fogos, mesmo com planeamento e muitos recursos, acrescentando que Portugal deveria apostar em espécies arbóreas de crescimento lento e menos inflamáveis. O professor catedrático da Universidade da Beira Interior disse que o país tem de “evoluir no planeamento, no ordenamento”, mas que mesmo assim está convencido de que Portugal “dificilmente” resolverá esta questão. José Manso referiu que países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Suécia (que enfrentaram incêndios recentemente), “têm dificuldade em controlar estas situações”, mesmo “com um bom cadastro, com meios financeiros e com recursos técnicos e logísticos avultados”. Falando especificamente do incêndio de Monchique, o especialista disse acreditar que o mesmo resultou de “uma sequência de erros no planeamento, no ordenamento da floresta e do país, que se foram cometendo ao longo do tempo”. “Isto associado depois com a emigração, com o abandono dos campos, com a falta daqueles gados, sobretudo cabras, que muitas vezes comiam as ervas e o mato, conduz-nos a esta situação”, acrescentou. José Manso referiu também que a zona de Monchique é “muito arborizada” e “muito irregular”, pelo que é difícil combater os incêndios rurais. Outra questão particular do Algarve, notou o especia-
lista, são as opções de habitação dos cidadãos estrangeiros, que “gostam por vezes de ter casas isoladas no meio do campo, no meio da floresta”. “É evidente que todos nós gostaríamos de ter uma vivenda no campo, isolada, com certas condições, mas isso precisa de um planeamento bem feito e precisa de limpezas permanentes à volta das casas”, destacou. “As pessoas limitam-se a ter um terreno, a apresentar um projeto, implantar a casa e muitas vezes não ligam efetivamente ao que a rodeia e à proximidade de ervas, mato e de florestas”, acrescentou. O especialista em território, demografia e despovoamento considerou também que é “fundamental” que Portugal aposte noutras espécies, “nomeadamente espécies de crescimento lento”, como o castanheiro ou o carvalho, que “são mais dificilmente inflamáveis” do que o eucalipto, por exemplo.
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Manifestantes pediram a demissão da administração da Lactogal
Produtores de leite denunciam fecho de 160 explorações este ano
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ais de meio milhar de produtores de leite pediram a demissão que não há capacidade de resolverem ou de da administração da Lactogal, empresa agroalimentar porolharem para o produtor de uma forma diferentuguesa, que acusam estar a prejudicar o sector que este ano já te, decidimos manifestarmo-nos e isto porque perdeu mais de 160 explorações de leite. “Já temos contabilizadas a Lactogal tem necessidade de reduzir 60 mi160 explorações que fecharam desde o dia 01 de Janeiro até hoje”, lhões de litros de leite à produção e, além disso, avançou Jorge Oliveira, presidente da Associação de Produtores de reduzir um cêntimo ao produtor”, medidas que Leite de Portugal (APROLEP). têm “impacto considerável nas explorações”, O presidente da APROLEP e as várias centenas de produtores de afirmou. leite que se manifestaram no Porto pediram a demissão de CaA título de exemplo, a redução de um cêntimo simiro de Almeida, o presidente da administração da Lactogal, numa exploração que produza “75 mil litros de acusando-o de “ganhar 60 mil euros por mês”, mas não saber preleite por mês representa 750 euros”, explica Maparar o sector para as “exigências do mercado” e deixar que as risa Costa, referindo que esses 750 euros seriam explorações encerrem. “A Lactogal normalmente não fala com o “salário de uma pessoa da exploração” que já ninguém. Com os produtores muito menos. Isso só mostra que desde 2015 passa por períodos “muito negativos”, aquela administração está obsoleta”, acusa Jorge Oliveira, concomo todo o sector. A APROLEP garante que esta siderando que a mesma tem de ser “mudada” e tem de “tomar manifestação foi “primeira de muitas iniciativas” se outro rumo”. a Lactogal não mostrar “nenhuma mudança”, desigSegundo Jorge Oliveira, a Lactogal “não se preparou para as nadamente a demissão do Conselho de Administraexigências do mercado” e isso é demonstrado pelas medidas ção e do seu presidente que tem “79 anos” e não que têm sido tomadas, como as “baixas de preço de leite e re“tem visão estratégica”, não tem “capacidade de indução da produção”, e as consequências estão à vista com os ternacionalização” e “o marketing não funciona”. encerramentos das explorações. A Lactogal, empresa agroalimentar portuguesa es“Casimiro [de Almeida] para a rua, a luta continua” ou “Inpecializada em lacticínios e seus derivados, foi fundasucesso da Lactogal abre portas ao leite estrangeiro” foram da em 1996 pela União das Cooperativas de Produtoalgumas das frases inscritas nas faixas levantadas pelas váres de Leite Entre Douro e o Minho e Trás-os-Montes rias centenas de trabalhadores e produtores do sector do lei(AGROS), UCRL, a LACTICOOP – União das Cooperativas te em Portugal, todos vestidos com uma ‘t-shirt’ branca com de Produtores de Leite entre Douro e Mondego, UCRL, a frase “Preço Justo à Produção”. “A lavoura em defesa do e a PROLEITE/MIMOSA e tem o objectivo de produzir e leite nacional”, “Buzine para apoiar a luta dos produtores de comercializar nos mercados nacional e internacional leite”, “Basta de ditadura na produção de leite” ou “Paguem lacticínios e outros bens alimentares através das suas a quem trabalha” eram outras das frases que se podiam ler marcas. com os produtores de leite a gritaram à administração que Os produtores de leite em Portugal tomaram recenteo tempo “esgotou” e que se deve demitir. mente conhecimento da decisão da Lactogal em baixar Marisa Costa, vice-presidente da APROLEP, referiu que a um cêntimo por litro de leite a partir de 1 de Agosto deste Lactogal não tem qualquer “visão estratégica” para o leite ano, propondo ainda aos produtores pagar-lhes para deportuguês. “Há muito tempo que estamos descontentes sistirem de fornecer leite ou reduzirem os seus contratos, com o trabalho desenvolvido pela Lactogal. No entanto, por forma a diminuir a recolha anual em 60 milhões de tentámos desenvolvê-lo internamente (…), mas vendo litros de leite.
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Segundo José Pinto, presidente da Freguesia de Monteiras
Calor afastou visitantes da Feira da Senhora da Ouvida
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vaga de calor que se fez sentir levou a uma menor afluência de visitantes e comerciantes à tradicional feira anual da Senhora da Ouvida, na freguesia de Monteiras, em Castro Daire, que todos os anos se realiza no início de Agosto. A feira continua a atrair milhares de visitantes. Contudo, este ano as altas temperaturas que se fizeram sentir afastaram muitas pessoas e comerciantes, facto assinalado pelo presidente da freguesia de Monteiras, José Pinto. Apesar de se situar numa zona de planalto, junto à capela de Nossa Senhora da Ouvida, ao lado da A25, o intenso calor que se fez sentir fez com que muitos comerciantes não pudessem expor os seus produtos. José Pinto afirmou que “se notou uma menor afluência de pessoas à freiras, mas também de expositores”. Os cantares ao desafio e as lutas de bois voltaram a ser os pontos altos da feira e que atrai milhares de pessoas, que se apetrecharam contra as altas temperaturas para não faltar à festa. Chapéus, boinas, leques, guarda-sóis e garrafas de água, foram apetrechos utilizados na luta contra o calor. Há algumas décadas a emigração levou muitos habitantes desta freguesia do concelho de Castro Daire a procurar melhores condições de vida. Restam os mais idosos, mas a esperança existe, pois a escola primária da freguesia ainda é frequentada por 18 crianças. Este cenário leva a que o autarca acredite num futuro melhor, de desenvolvimento da freguesia, maioritariamente virada para o sector agrícola, mas que dispõe de uma zona industrial. Durante a romaria foi promovido um abaixo assinado para exigir ao poder central a reabilitação da estrada que faz ligação entre Castro Daire e Alvarenga, uma via com muitas curvas, que consideraram fundamental para o desenvolvimento daquela zona do concelho. www.gazetarural.com
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Certame destaca o folclore, a restauração e a sustentabilidade
Feira de São Mateus abriu as portas para 39 dias de muita animação
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Feira de São Mateus já mexe com a cidade de Viseu. O dia de “viseufolk”, que durante os 39 dias do certame abertura foi de enchente, tal como o primeiro fim de semana. recebe espetáculos de um total de 80 grupos reA abertura oficial ficou a cargo do presidente da Câmara de Viseu, gionais, nacionais e internacionais. Almeida Henriques, tendo com convidado o novo bispo de Viseu, O palco Santander acolheu o Festival InternaD. António Luciano, bem como muitas outras individualidades e cional de Folclore, com a presença de represenautarcas da região. tantes da Argélia, Chile, Quénia, República Checa, Após o autarca viseense ‘ter dado luz à feira”, houve muita cor, Sérvia, Rússia, Espanha, Coreia do Sul e Portugal. alegria, marchas populares e um grande espectáculo de fogo de “Em 2018, em tudo o que fazemos pomos um boartificio, bem como uma não menos brilhante actuação do Coro cadinho de folclore”, disse Jorge Sobrado, vereador Mozart. O fim de semana foi abrilhantado por Amor Electro, Rada Cultura e Turismo da Câmara de Viseu, que é quel Tavares e um Festival Internacional de Folclore. também o gestor da Feira de São Mateus. A “guardiã das feiras populares” do país está de volta para Segundo o autarca, “das portas até ao coração da mais uma edição inesquecível, onde as novidades não se esgofeira, dos grandes pórticos de luz com sensivelmente tam. O Gestor da Feira de São Mateus, Jorge Sobrado, afirmou sete metros de altura até ao interior do pavilhão mulque “a inauguração foi um reencontro muito especial do públitiusos, toda a feira irá ilustrar essa grande tradição co com aquela que é a feira popular histórica de referência do voltada para a etnografia e o folclore”. país”. Viseu assumiu-se este ano como “Cidade Europeia Este ano, a Feira de São Mateus apresenta um cartaz cultudo Folclore”, tendo recebido, no final de Julho, o fesral de referência e um conjunto de novidades imperdíveis. É o tival internacional Europeade. Jorge Sobrado explicou caso do novo Bairro da Restauração, um espaço mais atractique, para além das “imponentes portas de luz renovavo e seguro que irá promover a gastronomia da região, e da das com o tema do folclore”, haverá motivos alusivos implementação de copos reutilizáveis em PVC, de papeleiras no recinto e “uma exposição dedicada à identidade dos com separação de lixo e estacionamento para bicicletas, entrajes de Viseu” no pavilhão multiusos. tre outras práticas mais amigas do ambiente. O Bairro da Restauração vai ter quatro restaurantes de grande dimensão e outros de média dimensão, com “Reencontra-te em Viseu” vista para a avenida central, resgatando a tradição - o “Picadeiro”. Em relação ao novo Bairro, Jorge Sobrado Este ano, a feira tem o mote “Reencontra-te em Viseu”, afirma “Viseu é uma cidade gastronómica e era muito imestando previstos concertos, espetáculos, folclore, artesaportante que a Feira de São Mateus fizesse justiça a essa nato, diversões, concursos e dias temáticos, que acontemarca e a essa tradição de comer bem. Sabemos que em cem numa área de 75 mil metros quadrados de recinto. anos passados não foi assim, mas acreditamos que esta Na feira de São Mateus uma das novidades é o palco infraestrutura será um empurrão”.
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A pensar na sustentabilidade ambiental, este ano será introduzida a obrigatoriedade de copos reutilizáveis, “erradicando 261 mil copos de plástico que tinham uma utilização única”, acrescentou. Segundo Jorge Sobrado, outras novidades são as estações de bicicletas, com 40 postos de estacionamento gratuitos, e o serviço educativo (que funcionará durante a tarde e início da noite) promovido pela Viseu Marca, Águas de Viseu e Oceanário de Lisboa. Na opinião do vereador, a Feira de São Mateus é “a menina dos olhos de Viseu”, devido a uma “amálgama feliz e poderosa de imaginários, de marcas, de reencontros, de experiências, em que cabem os furos da Regina, as enguias, as farturas, as diversões, o folclore” e os concertos. O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, reconheceu que é um autarca feliz porque “entre muitas outras coisas, tenho na cidade que represento e governo, um evento que tem um orçamento de 1 milhão e 700 mil euros”, sem investimento público, e “a promessa dos nossos gestores que este orçamento chegará ao fim e não só se cobrirá a si próprio, mas ainda dará lucro”. No ano passado a feira recebeu 1,2 milhões de visitantes, números que a organização e a autarquia esperam este ano ultrapassar. A Feira de São Mateus abriu a 9 de Agosto e decorre até 16 de Setembro. É uma iniciativa do Município de Viseu, com organização executiva da VISEU MARCA.
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Câmara de Serpa apoia projecto
Vinho da Talha é candidato a património Imaterial da Humanidade
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Câmara de Serpa assinou um protocolo de cooperação institucional e técnica, no âmbito do projeto de candidatura do “Processo Tradicional de Produção de Vinho de Talha a Património Cultural Imaterial da De 22 a 25 de Maio de 2019, em Goiânia Humanidade”, promovido pela Câmara Municipal de Vidigueira. Tendo em conta a importância histórica, cultural e social do vinho da talha, os municípios e entidades subscritoras deste protocolo vão começar a trabalhar no sentido de fundamentar e apresentar a proposta de inscrição do processo tradicional de produção de vinho no Alentejo, o vinho de talha, no Inventário Nas preparativos do II Congresso Luso-Brasileiro de Horticultura cional do Património Cultural Imaterial e poste(CLBHort2019) já começaram. Desta vez, o CLBHort decorre riormente, na apresentação de uma candidatura de 22 a 25 de Maio de 2019, em Goiânia, no Brasil. Trata-se de uma a Património Cultural Imaterial da Humanidade, organização conjunta da Associação Portuguesa de Horticultura, num processo que deverá rondar os três anos. da Associação Brasileira de Horticultura, da Sociedade Brasileira Nesta fase inicial será feito um mapa dos lode Floricultura e Plantas Ornamentais e da Sociedade Brasileira cais onde existe produção do vinho da talha, bem de Fruticultura. como todo um trabalho de investigação, cujos Realizado a cada dois anos, um ano em Portugal e outro no resultados passarão a constar do Inventário NaBrasil, o Congresso Luso-Brasileiro de Horticultura é um fórum cional. Aos municípios envolvidos cabe ainda dede divulgação de conhecimento e troca de experiências sobre finição de medidas de preservação e salvaguarda, pesquisa e inovação nos diferentes ramos da Horticultura (em que constarão de um plano inserido no processo sentido lato), no Brasil e em Portugal. de candidatura, e serão adequadas a cada comuNesta segunda edição o tema do CLBHort é “Pesquisa e Inovanidade. ção em Diálogo com as Empresas”, estando este fórum aberto à Para o Alentejo este projeto é de extrema imporparticipação de investigadores, técnicos e empresários dos ditância, pois irá valorizar mais um dos produtos de ferentes ramos da Horticultura que atuam em todos os países excelência, uma vez que tradicionalmente é uma de língua oficial portuguesa. A programação do congresso conzona vitivinícola, sendo ainda possível encontrar petempla workshops, conferências, plenárias, mesas-redondas e quenos produtores que utilizam os métodos tradiciovisitas técnicas. nais em todo o Alentejo. A primeira edição do CLBHort teve lugar em Lisboa, de 1 a 4 de Novembro de 2017, promovendo o encontro entre 250 cientistas e empresários focados na “Inovação ao serviço dos negócios”.
Brasil recebe II Congresso Luso-Brasileiro de Horticultura
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Confraria dos Sabores Luso Amazónicos já tem 40 elementos
Confraria Grão Vasco presente na II Entronização em Manaus
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ma delegação da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, composta pelo Almoxarife José Ernesto Silva e António Meneses, marcou presença no segundo Capítulo de Entronização da Confraria dos Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’. O evento decorreu no salão de eventos do Luso Sporting Club, criado em 1912. A cerimónia foi presidida por Humberto Figueiredo, presidente da Confraria dos Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’, e por José Ernesto Silva, almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. Foram entronizados 12 novos Cavaleiros, que se juntam aos 28 confrades da primeira entronização. Na cerimónia estiveram presentes Vítor Vilhena da Silva, presidente do Hospital Beneficente Português; Flávio Vilhena da Silva, presidente do Luso Sporting Club; Daniel Oliveira, vice-presidente do Luso Sporting Club, entre outros convidados e amigos. Na entronização António Humberto Figueiredo foi nomeado comendador da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, em reconhecimento pelo excelente trabalho que tem feito na comunidade local e por ter sido o “motor” da criação da Confraria de Manaus. Na ocasião, foi também atribuído o Título de Cavaleiro a Flávio Vilhena da Silva, actual presidente do Sporting Clube da Manaus. Por sua vez, José Ernesto Silva recebeu o título de Comendador da Confraria dos Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’. Também Eliete Farias, já Titular Confrádica da Confraria de Saberes e Sabores ‘Grão Vasco’, recebeu o escudete e a respectiva Taça de Cavaleiro desta Confraria. Humberto Figueiredo, presidente da Confraria dos Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’, um beirão de Moimenta da Beira, destacou a importância do trabalho desenvolvido em prol da divulgação da cultura e gastronomia portuguesa naquela região da Amazónia, desafiando os novos confrades a serem seus ‘embaixadores’. Já José Ernesto Silva destacou o trabalho que Humberto Figueiredo tem vindo a desenvolver na divulgação dos valores confrádicos, mas também “por tudo aquilo que tem feito em prol da nossa Confraria, sobretudo pela forma abnegada como trata e vive as recordações da nossa terra”. O Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores ‘Grão Vasco’ sensibilizou os presentes para a importância de promover e divulgar as suas raizes portuguesas, aproveitando a ocasião para agradecer a Valdir Duarte Alecrim e esposa “a forma carinhosa com que nos recebeu e tratou”. A apresentação da cerimónia esteve a cargo de Joaquim José do Carmo Silva, ex-presidente do Conselho da Comunidade Portuguesa no Amazonas, enquanto a animação esteve a cargo do confrade António Carlos Felício. www.gazetarural.com
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Última Hora
XI Feira Histórica de Serpa de 17 a 19 de Agosto
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erpa regressa ao passado de 17 a 19 de Agosto, com a realização da XI Feira Histórica, sob as égides dos Besteiros do Conto de Serpa. Todo o centro histórico da cidade vai reviver um momento do reinado de D. Dinis, o Cerco de Portalegre, no qual os Besteiros do Conto de Serpa se destacaram pela sua organização e valentia. Teatralizações da época, animação musical, recriações, demonstrações de besteiros no Castelo, danças, artesanato, palestras, espetáculos de fogo, tasquinhas com manjares tradicionais, entre muitos outros, vão animar todo o centro histórico da cidade, desde a Praça da República até ao Castelo, passando pelo Largo dos Condes de Ficalho. Para a autarquia, a escolha do tema é uma forma de dar a conhecer a importância desta milícia de besteiros, que, de acordo com alguns historiadores, poderá ter estado na origem e organização do Exército português. O tema desta Feira Histórica retrata a operação militar na qual se destacou a participação dos Besteiros do Conto de Serpa, durante o Cerco de Portalegre, sendo que a partir desta data, todas as cartas de privilégios atribuídas por D. Dinis às milícias existentes passaram a ter por base as concedidas aos Besteiros do Conto de Serpa, como forma de enaltecer a organização desta milícia exemplar. A Feira Histórica será mais um dos momentos altos no concelho, uma vez que além dos visitantes que procuram Serpa, envolve ainda o movimento associativo e o comércio local.
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