Gazeta Rural nº 325

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s de uga o mê o V o d r e m Sev do país. E s ntes. o t n o p s ntes adere vário a r m u e a t e s u e r q desta nos 16 ia está em la Rota do Cabrito m o n o r t s A ga o pe ca marcad fi o r b u t u O


Agenda

Feiras Agrícolas

Eventos Vínicos

De 5 a 14 de Outubro Festa das Adiafas 2018 A “Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve” reúne anualmente, na vila do Cadaval, gastronomia, exposições, espectáculos e actividades equestres. A isto, juntam-se diversos espaços de conversa acerca do sector produtivo, bem como o anual Concurso de Vinhos Leves de Lisboa.

De 19 a 21 de Outubro Wine In Azores Está marcado para Outubro o maior evento vínico, gastronómico e empresarial dos Açores. Marcado para o Parque de Exposições de Santana, no Norte da Ilha de São Miguel, vai comemorar o décimo aniversário.

De 19 a 21 de Outubro Feira da Maçã de Armamar Armamar promove a Festa da Maçã, um dos produtos de excelência que se produzem neste concelho duriense. Capital da “Maçã de Montanha”, Armamar realça o facto de nele se produzir um dos frutos mais consumidos a nível mundial, em circunstâncias muito especiais, com reflexos directos no produto final.

Nos fins-de-semana de Outubro VII Rota do Cabrito de Sever do Vouga É já uma tradição que se repete todos os anos nesta altura. Sever do Vouga, no mês de Outubro, promove a “Rota do Cabrito”, uma especialidade que poderá ser apreciada durante todos os fins-de-semana de Outubro nos 16 restaurantes aderentes.

A 21 de Outubro XXIII Feira da Maçã Bravo de Esmolfe O Centro de Exposições de Produtos DOC, em Esmolfe, recebe a XXIII Feira da Maçã Bravo de Esmolfe, uma iniciativa da Câmara de Penalva do Castelo e da Freguesia de Esmolfe, com a colaboração da Promoção de Frutas e Legumes da Beira Alta (FELBA).

De 4 e 6 de Outubro Prove Viseu Dão Lafões O III “Prove Viseu Dão Lafões”, que vai decorrer em Mangualde, será um polo de atracção turística. O evento inclui mercado gourmet, conversas sobre vinho, degustações em restaurantes e sessões de cozinha com chefes conhecidos do público, como Chakall, Cristina Manso Preto e Diogo Rocha.

Eventos sectoriais De 5 a 7 de Outubro Feira da Caça & Gastronomia As Termas de Monfortinho, no concelho de Idanha-aNova, vão receber a V Feira da Caça & Gastronomia, um evento ímpar e com a melhor animação. Palestras, montaria, cozinha ao vivo, exposições de cães, concursos gastronómicos, demonstrações de caça, tiro desportivo e feira de produtos regionais e cinegéticos são algumas das propostas para os três dias. De 26 e 28 de Outubro IX Feira da Caça de Mértola Gastronomia, conferências, concursos, exposições, animação musical e caçadas são algumas das actividades de um certame que, segundo a autarquia, “atrai milhares de amantes da actividade cinegética”. O certame terá no pavilhão desportivo da “vila museu”, numa organização da Câmara de Mértola www.gazetarural.com

Eventos Gastronómicos

De 19 a 21 de Outubro Rural Castanea A Rural Castanea - Festa da Castanha de Vinhais realizase anualmente no fim do mês de Outubro e tem a duração de três dias. Este evento pretende valorizar a castanha, promove-la gastronomicamente e potenciar a sua produção.

De 26 e 28 de Outubro Festa da Castanha de Sernancelhe A Terra da Castanha promove mais uma edição de um evento que promove e divulga um dos produtos mais ricos do seu património agrícola, que é a castanha e a variedade Martaínha.

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A 24 e 25 de Novembro Vin&Cultura em Ervidel A edição de 2018 da Vin&Cultura, que vai decorrer na freguesia de Ervidel, tem como objectivo revitalizar o mundo rural, promover os produtos agrícolas do concelho e especialmente o vinho que se produz nesta freguesia e em todo o concelho.

De 5 a 7 de Outubro V Feira da Caça & Gastronomia A Câmara de Idanha-a-Nova e a União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo estão a preparar um evento irresistível em torno da caça, da gastronomia e da melhor animação. De 5 a 7 de Outubro Festival Gastronómico “Alvaiázere Capital do Chícharo” O XVI Festival Gastronómico “Alvaiázere Capital do Chícharo” e evento integrado na Feira Agrícola, Florestal, Industrial, Pecuária e de Artesanato (FAFIPA). A componente gastronómica marca este evento, nas tasquinhas presentes no recinto, rede de restaurantes aderentes e pelos produtores de produtores regionais. De 11 a 13 de Janeiro de 2019 Feira Gastronómica do Porco O município de Boticas prepara já a edição 2019 de um certame que vai na vigésima primeira edição e que se irá realizar de 11 a 13 de Janeiro de 2019, como habitualmente no Pavilhão Multiusos de Boticas.


‘18 MANGUALDE

4, 5 e 6 de Outubro Largo Dr. Couto

Restaurantes com Degustações

Mercado Gourmet

Conversas Sobre Vinho

Cozinha ao vivo com os chefes DIOGO ROCHA 04.OUT CHAKALL 05.OUT CRISTINA MANSO PRETO 06.OUT

ENTRADA LIVRE

Diogo Rocha

Chakall

Cristina Manso Preto

Conheça o programa detalhado em

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Momento A

Assembleia Municipal (AM) de Sever do Vouga aprovou a atribuição da medalha de mérito municipal autárquico – Grau Ouro aos antigos presidentes de Câmara e AM que exerceram funções entre 1977 e 2017. A cerimónia de entrega, que decorreu no Centro de Artes e Espectáculo, ficou marcada pela ausência de Severo de Carvalho, que recusou receber o galardão.

Sumário 05 06 07 09 10 12 14 16 17 18 20 22 24 25 26 27 28 30 31 32 33 35 36 38

Prove Viseu Dão Lafões vai acontecer em Mangualde Termas de Monfortinho recebem Feira da Caça & Gastronomia

Rota do Cabrito passa por 16 restaurantes de Sever do Vouga Município lança a marca Azambuja – Terra do Torricado

Festival Gastronómico promove “Alvaiázere Capital do Chícharo” ANIL promove e testa o que há de melhor nos queijos em Portugal

Estimativa indica quebra de 25% na produção vinícola nacional

Beira Interior promove vinhos em cinco cidades espanholas

Produção de vinho nos Açores vai quadruplicar em cinco anos Vinho do Dão está bem e cresce no mercado externo Portugal tem crescido na produção de vinho e em valor Viseu Estrela à Mesa conquistou Festa das Vindimas e trouxe milhares ao Rossio

Ouro branco de Castro Marim inspira projectos e candidaturas Presidente da ANCOSE preocupado com futuro da profissão de pastor

Criada primeira federação nacional de entidades gestoras florestais

Fileira do pinheiro garante emprego em zonas onde não há ninguém FicaVouga recebeu a classificação de “EcoEvento Terra Fria Transmontana está cada vez mais quente

Mais de 50.000 pessoas visitaram a Agroglobal Feira de São Mateus 2018 foi palco de reencontros ao longo de 39 dias Sever do Vouga homenageou antigos autarcas

Confraria Grão Vasco homenageou personalidades da região Viagem da videira ao copo mostra cultura do vinho em Coimbra e Anadia Feira da Lousã aberta a mel sem certificação

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Ficha técnica Ano XIII | N.º 325 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural. com/estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


Com a presença dos chefs Chakall e Diogo Rocha, de 4 e 6 de Outubro

III Prove Viseu Dão Lafões vai acontecer em Mangualde

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“Prove Viseu Dão Lafões”, que vai decorO autarca evidenciou a arte de bem receber da região e recordou rer em Mangualde de 4 a 6 de Outubro, também ensinamentos do avô. “Se Lisboa e o Porto e todas as grandes será um polo de atracção turística. O evento cidades têm agendas culturais, o nosso território está a crescer nesse inclui mercado gourmet, conversas sobre visentido, com um forte empenho por parte do Turismo do Centro, das nho, degustações em restaurantes e sessões comunidades intermunicipais e das autarquias, mas precisamos muide cozinha com chefes conhecidos do público, to que a comunicação social valorize o território. Não apenas por um como Chakall, Cristina Manso Preto e Diogo Rocapricho de caridade por termos tido problemas, mas sim pela genuicha. nidade dos nossos produtos e da arte de receber bem, com grande A paisagem, a natureza e a excelência dos simpatia, grande educação e especialmente grande educação para vinhos e dos produtos de Viseu Dão Lafões são com as mulheres. Era isso que o meu avô dizia”, evocou. os argumentos de peso que fazem da região um Momentos antes, o presidente da CIM Viseu Dão Lafões e anfipolo de atracão de excelência. Com objectivos trião da iniciativa, Rogério Mota Abrantes, deu as boas vindas a claros de expansão de influência territorial e de todos os presentes convidando-os a degustar uma seleção dos crescimento do sector, a Comunidade Intermunimais apreciados vinhos da região. “Somos 14 municípios unidos cipal (CIM) Viseu Dão Lafões deu a conhecer a sua em torno de um denominador comum de grande ligação terriestratégia num jantar de promoção do evento Protorial, de excelência na arte de bem receber, na qualidade dos ve Viseu Dão Lafões. produtos locais, num grande empenho, e este evento, este ano O restaurante Zambeze, em Lisboa, foi o palco em Mangualde, vai reforçar o posicionamento de Viseu Dão Laescolhido para esta apresentação, acompanhada fões como destino turístico nas escolhas dos turistas nacionais dos melhores sabores, aromas e texturas da região e internacionais.” Dão Lafões, que dezenas de convidados ligados ao O presidente do Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machameio político, empresarial, mediático e gastronómido, sublinhou algumas ideias fundamentais a reter no âmbito co tiveram possibilidade de descobrir e degustar. da iniciativa. “Acreditamos que somos capazes de vos sedu“O Prove Viseu Dão Lafões representa a qualidade zir, bem como aos portugueses e a todos os que quiserem codo território, não só em Viseu, cidade de excelência, nhecer o território, para irem visitar a cidade de Mangualde e mas de todos os municípios. Este será um evento de aquele que vai ser o Prove Viseu Dão Lafões. É um evento de valorização dos vinhos certificados do Dão, do queijo caraterísticas semelhantes a outros que se fazem na fileira, da Serra da Estrela DOP, dos enchidos, do mel, dos mas com idiossincrasias de uma região e fortíssimos atribufrutos vermelhos, dos frutos secos, da doçaria, da tos. As marcas de referência de vinhos do Dão, o enoturisnossa gastronomia. Empenhámo-nos fortemente para mo, a gastronomia, alavancados num território que permite que, através do quadro comunitário, pudéssemos apredesfrutar e que quer e está a afirmar-se no turismo ativo de sentar aos portugueses e aos estrangeiros que nos vêm natureza e numa influência crescente no panorama turístico visitar, um produto diferente. É um evento de excelênnacional religioso e de bem-estar diferenciado”. cia, muito bem organizado, planeado e tudo faremos O Prove Viseu Dão Lafões é organizado pela CIM Viseu para que todos os caminhos, no primeiro fim de semana Dão Lafões, com produção da Essência do Vinho e os apoios de outubro, venham dar a Mangualde e à região Viseu do Turismo Centro de Portugal, Câmara Municipal de ManDão Lafões”, revelou o presidente da Câmara de Mangualde e Comissão Vitivinícola Regional do Dão. O projecto gualde, João Azevedo. é co-financiado pelo programa operacional “Centro 2020”. www.gazetarural.com

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Em Idanha-a-Nova, de 5 a 7 de Outubro

Termas de Monfortinho recebem Feira da Caça & Gastronomia Até ao próximo dia 14 de Outubro

Festival da Ostra decorre em vinte e dois restaurantes de Setúbal

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inte e dois restaurantes de Setúbal participam no Festival da Ostra 2018, que decore até 14 de Outubro, iniciativa que inclui uma degustação comentada, na Casa da Baía. O certame, promovido pela Câmara de Setúbal, com os apoios da Docapesca, da Makro e da Lallemand, proporciona ementas especiais em duas dezenas de estabelecimentos de restauração que, desta forma, contribuem para a promoção deste molusco produzido localmente. O Festival teve inicio a 29 de Setembro, com a chef Patrícia Borges a dirigir uma aula de culinária, na Casa da Baía. A fechar o festival gastronómico, a mesma especialista conduz, a 14 de Outubro, às 18 horas, igualmente na Casa da Baía, uma degustação comentada. O Festival da Ostra integra um ciclo de eventos gastronómicos dinamizado pelo município no âmbito da marca Setúbal – Terra de Peixe com o objectivo de divulgar sabores e tradições da cozinha setubalense e, em simultâneo, estimular a restauração local e promover o concelho enquanto destino turístico de excelência.

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os dias 5, 6 e 7 de Outubro, as Termas de Monfortinho, no concelho de Idanha-a-Nova, vão receber a V Feira da Caça & Gastronomia, um evento ímpar e com a melhor animação. Palestras, montaria, cozinha ao vivo, exposições de cães, concursos gastronómicos, demonstrações de caça, tiro desportivo e feira de produtos regionais e cinegéticos são algumas das propostas para os três dias. Boa restauração e animação musical também não vão faltar. No dia 5 de Outubro, o destaque vai para a Grande Noite de Fados (19,30 horas), seguida do grupo Essência Flamenca. No dia 6 os concertos estão a cargo do projecto Cantigas do Festival, que traz músicas do Festival da Canção (19h00) e de Gabriel (21 horas). No dia 7 a Feira da Caça & Gastronomia fecha com Mónica Sintra, após as actuações dos grupos Raia Beiroa, Rancho Folclórico de Penha Garcia, Brisas do Tejo e Cantigas d’Aldeia, Ainda de registar a palestra “Reflexão sobre o estado da Caça” no dia 5 às 18 horas; a Montaria no dia 6 a partir das 8,30 horas; e tiro desportivo no Clube de Tiro de Monfortinho no dia 7 a partir das 9 horas. Uma iniciativa do Município de Idanha-a-Nova e da União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo, co-financiada pelo programa INTERREG V-A España-Portugal Taejo Internacional 2014-2020.


Durante todos os fins-de-semana de Outubro

VII Rota do Cabrito passa por 16 restaurantes de Sever do Vouga

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já uma tradição que se repete todos os anos nesta altura. Em Sever do Vouga, o mês de Outubro traz aos restaurantes do concelho, a “Rota do Cabrito”. A especialidade poderá ser apreciada durante todos os fins-de-semana de Outubro (6/7, 13/14, 20/21 e 27/28). Esta iniciativa, promovida pela Câmara de Sever do Vouga, visa, sobretudo, estimular a economia local através da promoção e divulgação dos sabores da cozinha tradicional. Considerando a experiência resultante das edições anteriores, francamente positiva, quer pela adesão dos visitantes, quer pela satisfação manifestada pelos empresários da restauração local, a autarquia de Sever do Vouga voltou a desafiar os agentes locais para aderirem às Rota do Cabrito, dinamizando assim mais uma edição da iniciativa. Com esta rota pretende-se valorizar um produto endógeno de grande qualidade, contribuindo assim para a manutenção da tradição gastronómica local, reforçando, ainda por esta via, a identidade cultural do território. São sabores preservados ao longo de gerações que os visitantes poderão encontrar à mesa de 16 restaurantes que integram a rota. Este ano, os apreciadores terão oportunidade de experimentar a versatilidade do cabrito. Assado em forno a lenha, grelhado, caldeirada, chanfana ou assado no forno com castanhas e arroz de miúdos. Uma variedade que vem completar o vasto e rico património gastronómico de Sever do Vouga, em que também se destaca a vitela assada com arroz do forno, o peixe do rio, lampreia e, ainda, os rojões. www.gazetarural.com

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“Mercado das 3 Culturas” conta com mais de seis dezenas de pontos de venda

Marvão celebra fundação com o XIII Festival Al Mossassa

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um regresso ao passado, a vila de Marvão recua até ao séc. IX para reEntre os dias 5 e 7 de Outubro cordar as suas origens e o ambiente vivido na época, numa celebração cultural única. O Festival Al Mossassa - Festa da Fundação -, que se realiza nos dias 5, 6 e 7 de outubro, pretende ser uma homenagem a Ibn Marúan, figura ímpar e visionária, rebelde fundador de Marvão e da vizinha Badajoz. Durante três dias, a vila do Alto Alentejo é invadida por recriações históricas, espetáculos de música, dança, fogo, artes circenses, aves de rapina, cidade de Alcácer do Sal recebe, entre os dias 5 e 7 de Outubro, serpentes, artesãos a trabalhar ao vivo, jogos mais uma edição da Feira Nova de Outubro, cumprindo uma medievais para crianças, mercadores, tabertradição que remonta ao século XVIII para promover os produtos nas e muito mais. Com atividades e animação locais. itinerante e de palco, para todas as idades. O certame, que “obrigatoriamente” coincide com o primeiro doEntre toda a envolvência medieval e cultural, o mingo do mês de Outubro, de acordo com um decreto régio da Rai“Mercado das 3 Culturas” apresenta cerca de 60 nha D. Maria I, é promovido pelo município, desde 1782, de forma pontos de venda, onde será possível encontrar “ininterrupta”, explicou o presidente da Câmara de Alcácer do Sal, um vasto leque de produtos e objetos relacioVítor Proença. nados com as culturas islâmica, judaica e cristã. “A Feira Nova de Outubro nasceu de uma Provisão de 1782, enCom o objetivo de recriar o ambiente de um merviada à Câmara de Alcácer do Sal, determinando que no primeiro cado típico da época, o “Mercado das 3 Culturas” domingo de Outubro de cada ano haveria uma feira franca por vai estar situado na parte alta da vila de Marvão. três dias”, lembrou o autarca. A inauguração oficial da décima terceira ediRealizado no Parque de Feiras e Exposições de Alcácer do Sal, ção do Festival Al Mossassa está agendada para o evento tem vindo a ganhar o seu espaço e, atualmente, além as 11h00 de sexta-feira, dia 5 de outubro, junto ao de “fechar o ciclo de feiras tradicionais” no litoral alentejano, é edifício dos Paços do Concelho. Após a cerimónia considerado “uma das marcas identitárias” do concelho. de inauguração do certame e no âmbito das come“É uma feira com muitas tradições e que tem uma componenmorações da Implantação da República Portuguesa, te lúdica, com os divertimentos habituais, mas também tem o a Assembleia Municipal de Marvão promove, na sala vestuário, o calçado, a louçaria, os barros, frutos secos e muita das sessões do antigo Tribunal (Casa da Cultura), a animação com tasquinhas, bares, exposição de produtos locais Tertúlia “A 1.ª República e outras histórias da justiça”, e artesanato”, acrescentou o autarca. com António Canêdo Berenguel. Este ano, a Feira Nova de Outubro é marcada pelas comemorações dos 800 anos do concelho de Alcácer do Sal, que estão a ser assinalados, segundo a autarquia, com uma “nova perspectiva da importância da preservação das tradições enquanto parte indissociável da identidade cultural da comunidade”. A feira serve igualmente de oportunidade para os visitantes adquirirem o artesanato local e os primeiros frutos da época na região, como os pinhões, nozes, castanhas, figos secos e amêndoas, azeitonas, batatas-doces, mel, rebuçados, bolinhos de amêndoa, queijos e produtos de charcutaria. Durante três dias, o certame, que tem entradas livres, vai contar com os concertos de Piruka (dia 05), Adriana Lua (06) e, no último dia, o espectáculo temático interactivo ‘Remember Revival Band’.

Alcácer do Sal promove produtos da terra na Feira Nova de Outubro

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Lançamento terá lugar a 4 de Outubro

Município lança marca Azambuja - Terra do Torricado

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ai nascer a marca Azambuja - Terra 17 restaurantes, de norte a sul do concelho, que apresentam nas suas do Torricado, que será apresentada à ementas pratos de Torricado. Para dinamizar um pouco mais este promesa de 4 de Outubro a 4 Novembro. O Munigrama, será introduzida alguma animação musical aos fins de semana cípio de Azambuja dá, assim, mais um passo, nos restaurantes aderentes. no âmbito do produto gastronomia e vinhos, Recorde-se que no concelho de Azambuja, no que à gastronomia diz numa aposta clara na defesa e promoção da respeito e, particularmente, ao nível do receituário local, o Torricado, sua identidade e das potencialidades do seu a manja/marmanja e a lapardana assumem um papel de destaque. território. O lançamento terá lugar no dia 4 de Este património tem vindo a ser explorado pelo município em acções Outubro, pelas 18 horas, em Vale do Paraíso. O como a candidatura às “7 maravilhas à mesa”, sessões de showobjectivo geral é promover o Torricado e todas cooking e degustações em diversos eventos; bem como por outras as manifestações culturais a ele associadas. entidades locais em iniciativas que recuperam estes pratos tradicioPara potenciar o mais possível essa divulganais e suscitam a curiosidade de um público cada vez maior. Esse é ção, a iniciativa vai desenvolver uma sinergia outro dos objectivos do município, que os diversos actores locais, com acções dinamizadas por Juntas de Freguesia nomeadamente os restaurantes, se consciencializem desta fileira e associações do concelho que tenham o mesmo de oportunidade incluindo a sua oferta nas respectivas cartas e fim. Assim, com o lançamento da marca, vem um consolidando o esforço colectivo no desenvolvimento local. programa composto por três eventos que promeJá no que se refere ao vinho - indispensável a acompanhar um tem todo um mês de saborosas experiências. bom Torricado - o município desenvolveu, ao longo dos últimos Na freguesia de Vale do Paraíso, entre os dias anos, produtos que trabalham e valorizam a identidade vitiviní04 e 07 de Outubro, o convite é para passar pelo cola local. Destaque, entre outros, para o crescimento da ÁvinhoFestival do Torricado/Mostra Gastronómica “PARAI-Festa do Vinho e das Adegas, para a consolidação do Concurso SABOR”. Depois, no fim-de-semana 2 a 4 de Novemde Vinhos do Concelho de Azambuja, e para a implementação da bro, será a vila de Azambuja a celebrar essa iguaria Aveiras de Cima - Vila Museu do Vinho. na “Festa do Torricado”. Pelo meio, durante todo o Simultaneamente, tem-se assistido ao florescimento de unidamês do evento, de 04 de Outubro e 04 de Novemdes produtivas que se diversificam e enveredam pelo caminho bro, decorrerá o programa gastronómico municipal do enoturismo. Da mesma forma, a autarquia promove e divul“A GULA”, nos diversos estabelecimentos aderentes ga os produtos locais e os seus produtores, procurando dar a à iniciativa. conhecer, dinamizar e incentivar a presença dos mesmos nas Na edição 2018, “A GULA” conta com a adesão de acções que desenvolve.

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De 5 a 7 de Outubro, integrado na FAFIPA

Festival Gastronómico promove “Alvaiázere Capital do Chícharo”

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rranca a 5 de Outubro o XVI Festival Gastronómico “Alvaiázere Capital do Chícharo”, evento integrado na Feira Agrícola, Florestal, Industrial, Pecuária e de Artesanato (FAFIPA), que vai decorrer de 5 a 7 de Outubro. O certame integra, este ano, um conjunto de novidades. Desde logo um cartaz musical de grande qualidade, procurando abranger um conjunto variado de públicos. No dia 5 irá actuar a “Orquestra Ligeira da Sociedade Filarmónica Alvaiazerense de Santa Cecília”, os “Whales” e o “Agir”; a 6 de Outubro subirá ao palco do Chícharo os “Les Crazy Coconuts” e os “Amor Eletro” e no dia 7, domingo, dia em que vai ser transmitido o programa “Somos Portugal”, a noite acolherá o “Festival Internacional de Acordeão” e a actuação de “Toy”. Do ponto de vista cultural, são de facto muitos os atractivos em programa: visitas ao património, exposições várias, bailes e muita aniNos dias 24 e 25 de Novembro mação de rua e uma corrida de touros, na tarde de sábado, dia 6 de Outubro. Mantem-se em agenda a realização do emblemático passeio de tractores, do passeio de clássicos, ambos no dia 7 de Outubro, acrescendo à programação deste ano, um passeio de bicicletas antigas, no sábado. O desporto também integra o Alvaiázere Capital do Chícharo, estando prevista a realização do torneio de futebol de formação “Al-Bayazira Youth Cup” e mais uma edição do “Trail do Chícharo”. Naturalmente que a componente gastronómica vai continuar a ser uma das marcas deste evento, estando a oferta a cargo, fundamenedição de 2018 da Vin&Cultura vai decortalmente, das tasquinhas presentes no recinto, pela rede de restaurer, na freguesia de Ervidel, entre os dias 24 rantes aderentes e pelos produtores de produtores regionais, que e 25 de Novembro. O certame, que se realiza pela darão a provar o melhor que Alvaiázere a região têm para oferecer. décima sétima vez, tem como objectivo revitalizar O programa desenhado demonstra que o Município de Alvaiázeo mundo rural, dando a conhecer e promover os re “está empenhado em promover um evento que pretende ser produtos agrícolas do concelho, e mais especificamuito mais do que uma actividade de entretenimento, mas antes mente o vinho que se produz, não só nesta fregueum meio de promoção do território e dos seus recursos endógesia como em todo o concelho. nos, potenciando, desta forma, o surgimento de mais oportuniA ter lugar perto das comemorações do S. Mardades de negócio, o crescimento da economia local e o reforço tinho, esta será, portanto, uma oportunidade para da notoriedade do concelho”, refere a autarquia do distrito de abrir as adegas e dar a provar o vinho novo aos viLeiria. sitantes. Para animar a festa, a Câmara de Aljustrel, . em colaboração com a Junta de Freguesia de Ervidel e os produtores locais, irá apresentar um programa recheado de espectáculos musicais. Todos os expositores interessados em participar nesta feira - produtores de produtos regionais, vinicultores, artesãos, associações do sector e outras entidades que cumpram os objectivos do certame - deverão efectuar a sua inscrição até ao dia 26 de Outubro.

Ervidel recebe edição 2018 da Vin&Cultura

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Concurso Queijos de Portugal a 11 e 12 de Outubro, em Tondela

ANIL promove e testa o que há de melhor nos queijos em Portugal

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omo já vem sendo hábito nesta época do ano, a Associação ‘Grandes Escolhas I Vinhos & Sabores 2018’. Este Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) promove mais evento vínico decorre, pelo segundo ano consecutiuma edição do ‘Concurso Queijos de Portugal’. No décimo ano vo, na FIL- Parque das Nações (Pavilhão 1), em Lisboa é tempo de celebrar. O desafio tem lugar nos dias 11 e 12 de mas, desta vez, entre os dias 26 e 29 de Outubro. Outubro, nas instalações da ALS Controlvet, em Tondela, e as inscrições destinadas aos produtores de queijos em Portugal O Concurso ‘Queijos de Portugal’ estão abertas até ao dia 02 do mesmo mês. em números Ao longo de dez edições, a ANIL tem vindo a apostar na promoção do desenvolvimento da indústria de lacticínios, com A evolução deste desafio lançado, em 2009, pela o objectivo de melhorar o posicionamento dos queijos porANIL é notória. De acordo com os números, as categotugueses no mercado e, ao mesmo tempo, reforçar o recorias aumentaram de cinco, no primeiro ano, para 21, nhecimento, assim como o conhecimento, em relação a este em 2017. Os indicadores inerentes aos queijos inscriproduto específico junto do consumidor. tos revelam também um aumento exponencial: 57, em Consoante o número de queijos a concurso, o júri desta 2009, para 193, em 2017. competição será composto entre 16 a 24 elementos. A avaNa esfera da evolução dos queijos inscritos, os produliação é terminantemente objectiva e técnica e realizada tores de queijos associados da ANIL cresceu de 43, em por provadores provenientes de diferentes meios: repre2009, para 126, em 2017, enquanto os não associados sentantes do sector queijeiro, dos organismos de controlo incrementaram de 14, em 2009, para 67, em 2017. No e certificação, de instituições de ensino, da restauração e universo das empresas inscritas, o envolvimento é tamda gastronomia, da distribuição e dos meios de comunicabém progressivo é de 27, em 2009, para 55, em 2017. ção social. A cerimónia de anúncio e entrega do “Melhor Queijo”, ao vencedor, bem como da Menção Honrosa, aos segundos classificados, realiza-se a 29 de Outubro, durante a feira

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Algarve e Açores podem ser a excepção

Estimativa indica quebra de 25% na produção vinícola nacional

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alegria da tradição das vindimas foi “travada” por um ano atídiversas sub-regiões ser muito diferente. Nuns pico que ditou uma quebra de produção em quase todas a locais, foi o granizo, noutros as doenças, como regiões, nalgumas com um valor superior a 50%. As regiões do Alo míldio, o oídio ou a podridão negra, e tudo isto garve e dos Açores podem ser a excepção. Apesar de tudo, esperaculminado pelo escaldão provocado pelo calor in-se que a qualidade das uvas seja boa e que minimize as perdas. tenso do início de agosto. Esta viagem começa no Douro. O ano até prometia uma boa Descendo até à Região Demarcada do Vinho do produção, no entanto, os meses de Junho e Julho foram chuvoDão, está prevista uma quebra de produção na orsos, criando condições para a propagação do míldio e do oídio. Às dem dos 25%. A primavera muito chuvosa, que fez doenças juntou-se o granizo e, no início de Agosto, um escaldão com que houvesse muita flor que não se converprovocado pelo calor, que secou o fruto. teu em fruto, a alternância entre chuva e calor, que Os vitivinicultores estão desolados e falam num ano “verdapropiciou bastantes doenças, como o míldio, e o deiramente atípico e para esquecer”. No concelho do Peso da escaldão da primeira semana de Agosto foram culRégua, um produtor já colheu todas as uvas brancas. Fez a vinminar nesta quebra significativa no Dão. Há vinhas dima em dois dias, quando a duração normal seria de uma sevindimadas sem que lá tenham entrado os vindimamana. A quantidade de uvas secas era superior ao das uvas sãs dores porque não havia nada para vindimar. Outras e apesar dos tratamentos, estes não surtiram qualquer efeito onde é preciso ir de cepa em cepa à procura de um contra as doenças. Numa vinha que tem capacidade para procacho de uvas que dê gosto, criado e amadurecido duzir cinco mil quilos de uvas, este ano produziu mil. como deve ser. As vindimas no Dão ainda estão em As queixas estendem-se a outros concelhos da Região Decurso. São vindimas bastante tardias, em relação ao marcada do Douro. Em Santa Marta de Penaguião, das vinhas ano passado por causa do desenvolvimento mais tarpouco se aproveita, está tudo seco e o escaldão foi o último dio das videiras. As vindimas das uvas brancas estão a golpe desferido que veio colocar o ponto final nesta campainiciar-se agora e prolongar-se-ão até ao final do mês. nha. Contudo, a região do Dão vive um bom momento e, nos No concelho de Murça, as uvas, principalmente as branúltimos quatro anos, as vendas cresceram 45%. cas, secaram devido ao escaldão e não estão aptas para Na Região dos Vinhos Verdes a vindima vai ser mais serem vindimadas. Em anos anteriores, um viticultor producurta e onde é esperada uma quebra na produção na zia entre 40 a 50 pipas de vinho do Porto, este ano talvez ordem dos 20%. São menos 14 a 15 milhões de litros de sejam possíveis 15. vinho do que em 2017, refletindo-se esta redução mais Os dados mais recentes apontam para uma colheita no no vinho tinto do que no branco. Foram dois os contraDouro idêntica à de 2016, que foi de 211 mil pipas. tempos que tornaram mais difícil a vida dos agricultores: A situação é muito dissemelhante pela região demarpor um lado, o míldio, provocado pelas chuvas ao longo do cada do Douro, pelo facto da exposição das vinhas e das ano, e, por outro lado, o escaldão provocado pelo calor dos

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últimos dias de julho. A menor quantidade vai refletir-se no preço, a capacidade empreendedora dos viticultores do que vai subir, e na remuneração dos produtores. Quantidade e quaPico, que souberam aproveitar as oportunidades lidade não andam necessariamente de mãos dadas, o que abre a criadas pelo programa VITIS, destinado à reestruhipótese de se conseguir produzir bom vinho. turação e reconversão de vinhas. Na Região Vinícola do Alentejo, a vindima começou mais tarde e No Boletim Mensal da Agricultura e Pescas, do vai prolongar-se pelo mês de outubro e, a meio do caminho, ainda Instituto Nacional de Estatística (INE), as estatístise mantêm algumas dúvidas sobre a campanha. cas agrícolas apontam para uma quebra de 25% na É um ano com uvas de qualidade, mas em termos de quantiprodução vinícola do país. dade é prematuro tirar conclusões. Até finais de julho, especu“Apesar de se terem iniciado algumas vindimas lava-se que a produção de vinho no Alentejo aumentasse 15% durante a última semana de agosto, o cenário é de este ano, mas a onda de calor do início de Agosto, provocou um atraso generalizado no ciclo de desenvolvimento escaldão generalizado, comprometendo esse aumento. Ainda das vinhas”. Este atraso conferia às condições meassim, as adegas estão a receber uvas de qualidade, um fator teorológicas de Agosto um papel determinante na importante para quem consome o vinho alentejano e está à esquantidade e qualidade da produção, “tendo-se veripera da qualidade a que foi habituado. Cerca de dois terços dos ficado que nas vinhas, com castas mais tardias e com viticultores participaram sinistros às companhias de seguros. os cachos mais expostos, o calor excessivo causou Neste momento a esperança de “salvar” esta campanha recai escaldões nos bagos, com diminuições significativas sobre as vinhas que não foram fustigadas pelo escaldão. Há no rendimento unitário”. Com excepção do Algarve, dúvidas quanto a uma eventual quebra na produção, compatodas as regiões vitivinícolas deverão registar menor rativamente com o ano passado, que teve 92 milhões de litros produção vinícola, prevendo-se “uma redução global produzidos, em resultado de três anos consecutivos de quede 25%, para produtividades abaixo das alcançadas bra de produção. em 2008”, ano em que se registou a pior campanha do Na Ilha do Pico, Açores, a época das vindimas está dada século. Na uva de mesa, e também pelas intempéries do como terminada e os resultados obtidos este ano confirclima, a produção também deverá diminuir 25%, face a maram as expectativas dos viticultores. A Cooperativa 2017. Vitivinícola da Ilha do Pico recebeu, até ao momento, 350 toneladas de uvas, quando em 2017 recebeu apenas 100 Sara Cruz toneladas, o que significa um crescimento de 250%. Estes resultados devem-se, em parte, às condições climatéricas, que foram favoráveis à cultura da vinha. Contudo, não foi apenas o clima a contribuir para o aumento da quantidade e da qualidade do vinho produzido na ilha, mas também www.gazetarural.com

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Até final do mês de Outubro

Beira Interior promove vinhos em cinco cidades espanholas

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Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), BI, os vinhos portugueses “são mais baratos” do com sede na Guarda, vai realizar até final do mês de Ouque aqueles que são comercializados em Espanha. tubro, pela primeira vez, cinco acções de promoção de vinhos Portugal também recebe muitos turistas espaem igual número de cidades espanholas. nhóis que adquirem e divulgam os vinhos nacionais Até final de Outubro vamos, pela primeira vez, fazer cinnaquele país, apontou. co acções de promoção em Espanha: em Madrid, SalamanRodolfo Queirós adiantou que, até finais de Noca, Barcelona, Valência e Baiona”, disse o director técnico da vembro, a CVRBI vai participar em mais duas acCVRBI, Rodolfo Queirós. Segundo o responsável, são acções ções no estrangeiro, uma no Brasil e outra na Suíça, específicas dirigidas “a gente que trabalha no sector” como e em três nacionais, duas em Lisboa e uma em Piescanções, compradores ou donos de restaurantes. nhel, no distrito da Guarda, com mais uma edição do De acordo com Rodolfo Queirós, as duas primeiras iniciatiSalão Beira Interior - Vinhos e Sabores. vas decorreram em Madrid e Salamanca, seguindo-se BarceO responsável reconhece que a divulgação dos vilona (a 2 de Outubro), Baiona (a 15) e Valência (a 23). nhos da Beira Interior no estrangeiro tem contribuído “Vamos andar nessas cidades a tentar vender os vinhos para o aumento das exportações, dando o exemplo da Beira Interior”, disse. de um produtor de vinhos biológicos que vende para Apesar de reconhecer que Espanha é o maior produtor várias geografias, como Noruega, Suécia, Canadá, Esdo mundo de vinhos, Rodolfo Queirós sublinha que, “hoje tados Unidos da América e Japão. em dia, há uma apetência, sempre, por coisas diferentes”. A CVRBI tem sede na Guarda, no Solar do Vinho, e Lembrou que a região da Beira Interior possui as castas abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Síria e Fontecal, que não existem em Espanha, o que pode Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de constituir “um factor diferenciador” para a aquisição de Castelo Branco, onde existem 65 produtores de vinho, vinho pelos espanhóis. sendo quatro adegas cooperativas e 61 produtores parPor outro lado, segundo aquele responsável da CVRticulares.

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Pode atingir o valor de cerca de milhão de litros

Produção de vinho nos Açores vai quadruplicar em cinco anos

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produção de vinho dos Açores vai quadruplicar em cinco anos, ultrapassando os vinhos certificados um milhão de litros se for tida em consideração que a sua produção anual é de 250 mil litros. Paulo Machado, produtor e ex-presidente da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVR/ Açores), declara que este crescimento resulta de vinhas, em particular na ilha do Pico, que foram recuperadas nos últimos anos e que agora começam a dar frutos. No caso específico do Pico, o empresário acredita que não vão surgir novas vinhas porque a população activa “já não assegura as necessidades”. Para que surjam mais áreas de vinhas, haveria que recorrer à importação de mão-de-obra ou a instalação de empresas exteriores à região, de acordo com Paulo Machado, que não considera “muito importante” crescer em termos de área, mas sim surgirem empresas do exterior para comprar uva e produzir vinho, com capacidade de exportação. Na área de vinha que foi recuperada, 90% são castas brancas tradicionais dos Açores, sendo o vinho branco o mais procurado no mercado externo e local pelo turismo, sendo vendido a bons preços. A Azores Wine Company exporta, por exemplo, 80% do seu produto para cerca de 20 países na Europa, Estados Unidos e Canadá.

O produtor considera que a “chave de sucesso” do sector é “continuar a vender bem para que as pessoas sejam bem pagas e os produtores motivados para produzir”, porque, se o preço da uva baixar, de novo, vai haver a tendência de voltar a abandonar o sector. O Governo dos Açores estima que, no âmbito do Programa de Apoio à Reconversão e Reestruturação da Vinha (VITIS), a região alcance este ano a meta de 1.000 hectares de área de vinha apta para a produção de vinho certificado. Nos Açores existe a Comissão Vitivinícola Regional com sede na Madalena, ilha do Pico, que visa “garantir a genuinidade e a qualidade dos vinhos, o fomento e o controle dos vinhos, a definição do seu processo produtivo e a promoção e defesa interna e externa dos vinhos certificados”. A região possui 37 vinhos certificados, 14 produtores, três castas nobres e três regiões demarcadas: Biscoitos, na ilha Terceira, Graciosa e Pico. O Governo Regional dos Açores tem em curso um projecto de recuperação de castas tradicionais de uvas, que estavam em risco de extinção, tendo criado campos de experimentação em três das nove ilhas do arquipélago. Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico são as três castas açorianas que há mais de dez anos estão a ser alvo de estudos e análises, com o intuito de preservá-las e melhorar o recurso genético, de modo a aumentar também a produtividade dos vitivinicultores. www.gazetarural.com

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Nas comemorações dos 110 anos da Região Demarcada

Vinho do Dão está bem e cresce no mercado externo

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Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão) comemorou O presidente do Instituto da Vinha e do Vinho os 110 anos da Região Demarcada com várias iniciativas, das (IVV) elogiou o “comprometimento da autarquia quais de destaca uma Gala no Palácio da Bolsa, no Porto, evento reacom o sector do vinho” tendo em conta que “a lizado a 17 de Setembro, em conjunto com a Comissão Vitivinícola cada 100 euros que a região cria de riqueza, três Regional dos Vinhos Verdes, que contou com a presença de Marcelo euros são do vinho e Viseu cria muita riqueza”. Rebelo de Sousa, Presidente da República. Francisco Toscano Rico comprometeu-se a conA Região Demarcada dos Vinhos do Dão comemorou, a 18 de Setinuar a ajudar o sector, de modo a tornar a viticultembro, os seus 110 anos. Na cerimónia evocativa estiveram tamtura cada vez mais rentável. “Temos duas linhas de bém presentes o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Hentrabalho, a primeira é a de não atrapalhar, porque riques, e o presidente interino do Instituto do Vinho e da Vinha, na Função Pública o mais difícil é não atrapalhar Toscano Rico. quem trabalha e quer investir, e esforçamos para Na ocasião o presidente da Câmara de Viseu defendeu que o acompanhar a dinâmica do sector”, afirmou. vinho do Dão “é um grande património nesta região, não se trata No seguimento das celebrações, foi inaugurado só de economia, não se trata só do crescimento que o Dão, felizo Espólio Documental da CVR do Dão, resultado do mente, está a ter e que é resultado do trabalho de muita gente. É projecto de organização arquivística que recuperou história e é um produto democrático da região, porque acaba por e salvaguardou o importante acervo da comissão vidistribuir a riqueza por mais de 400 produtores”, defendeu Antivinícola de 1935 a 1965 e que agora se encontra ao tónio Almeida Henriques. O autarca, que disse defender “Viseu serviço da comunidade. como uma cidade vinhateira” e que assumiu ser “o presidente Arlindo Cunha adiantou que este acervo “pretende da Câmara que trouxe o vinho do Dão para o centro das polírevelar a história da CVR Dão a investigadores, acaticas de promoção da cidade e da região”, afirmou “nunca ter démicos e produtores de vinho, que possam investigar recebido um cêntimo de fundos comunitários para promover e conhecer melhor o passado desta região” e que “era o vinho Dão”. uma pena que esta casa, com 110 anos de história, não Neste sentido, e dirigindo-se ao presidente da CVR Dão, tivesse um sítio onde o seu espólio estivesse classificaAlmeida Henriques disse que, “mesmo que, muitas vezes, o do e algum património documentado perdeu-se na tranapoio não seja financeiro, porque não é, é o apoio de parceria sição de sedes, mas o essencial está cá desde livros de e de cumplicidade” que tem levado o executivo camarário a registos, coisas fantásticas que poderão ver e conhecer “muitos eventos relacionados” com o vinho. “O Dão é uma e que estava amontoado em largas centenas de pilhas das âncoras da economia, mas também da história e de toda de material que agora está classificado por prateleiras e a cultura do concelho, ou seja, é, hoje, um produto de exceprontinho para ser mostrado ao público”, anunciou. lência que também dá suporte a outras coisas, por exemplo Á entrada do Solar do Vinho do Dão está agora exposto o turismo. O Dão e o turismo estão muito ligados. Aliás, se “um exemplar de cada documento classificado” e que o não fossemos cidade vinhateira, não estávamos a dias da restante espólio está disponível para “quem quer que seja, abertura da festa das vindimas com os hotéis todos esgodesde produtores até académicos e investigadores que tados em Viseu”, anunciou. queiram fazer o seu trabalho têm o material disponível e

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pronto a ser consultado”, adiantou o presidente da CVR Dão. No decorrer da cerimónia comemorativa, onde não faltaram histórias do último século da “região demarcada de vinho não licorosos mais antiga do país”, também foi apresentado um livro, “Os dias que nos Dão”, do jornalista viseense Amadeu Araújo, que fez uma resenha pelos vinhos e produtores destes 110 anos de região.

das” não por falta de interesse, mas de disponibilidade de dinheiro. “Em conversa com alguns produtores, o que estava a acontecer é que havia o desejo de comprar e o desejo de pagar, mas havia dificuldades nas transacções, não porque o importador não quisesse pagar, mas porque havia dificuldades práticas, objectivas, de colocar o diCVR Dão reconhecida com Medalha Municipal de Mérito nheiro fora de Angola. Era impossível por razões do Estado angolano e isso reflectiu-se”, esclareceu. A Câmara de Viseu entregou, no Dia do Município, a Medalha No Reino Unido, a causa principal terá estado liMunicipal de Mérito à Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR gada à gestão de ‘stocks’, considerou Pedro MenDão) no âmbito dos 110 anos da Região Demarcada do Dão. donça, que entendeu que “há um determinado moArlindo Cunha, presidente da CVR Dão, subiu a palco no Viriato vimento de compra que pode implicar um ‘stock’, ou Teatro Municipal para receber a medalha. “É com muito gosto que seja, não é para um consumo imediato, há um esforrecebo esta distinção, em nome dos órgãos sociais e dos quaço de compra por parte do importador, pelas mais dros da CVR Dão. É, sobretudo, uma homenagem a todos os que diversas razões, e que se reflectiu nestes números”. no passado e no presente dedicaram e dedicam as suas vidas à “É evidente que quando se fala de uma quebra produção e comércio dos Vinhos do Dão, criando valor e desentemos de olhar sempre com preocupação, mas acho volvendo a sua Região” afirmou o antigo ministro da Agricultura. que neste caso ela deve-se a dois momentos que serão provavelmente ultrapassados e que poderemos “A exportação está consolidada e os números são de compensar com outros mercados”, projectou Pedro crescimento” Mendonça, que avançou que está a ser finalizado um estudo que será colocado em prática no início de 2019. O director executivo da CVR Dão revelou que a exportação O director executivo da CVR Dão explicou que “é um do vinho do Dão “está consolidada e que os números são de plano estratégico a 10 anos, tendo em conta os mercrescimento”, apesar da quebra de 2017, por causa de Angola cados internacionais, para identificar os pontos fortes e do Reino Unido. e fracos, as oportunidades e a forma mais eficiente de “A exportação está consolidada e os números são de crescomo alocar o dinheiro que a CVR Dão tem disponível cimento e irão manter-se, mas tivemos dois mercados que para a promoção dos vinhos” do Dão. nos afectaram a nós, região do Dão, e penso que também a “Já temos, basicamente, formatados em que países vaPortugal, no contexto do vinho, que foram Angola e o Reino mos focar o nosso investimento, ou seja, a nossa prioriUnido”, anunciou Pedro Mendonça. dade em termos de investimento, e não antecipo porque Em Angola, explicou, “pelas razões conhecidas, pela instaainda tem de ir a Conselho Geral, e posteriormente, será bilidade política que o país atravessou até um determinado implementado, com toda a certeza, em 2019, com uma jamomento e onde decresceram significativamente as vennela temporal de 10 anos”, precisou Pedro Mendonça. www.gazetarural.com

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Empresas com enoturismo têm mais rendibilidade

Portugal tem crescido na produção de vinho e em valor

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s empresas com enoturismo são as que têm uma rendibilidaà média das empresas nacionais”. “No entanto, de de capitais superiores às restantes do sector vitivinícola, se olharmos para os indicadores de rendibilidarevelou em Viseu um responsável do Novo Banco, aludindo a dados de, as empresas do sector do vinho sofrem em das exportações portuguesas do sector do vinho. relação à média das empresas nacionais, cerca de “Tivemos um crescimento da produção em 2017 e uma expecta60% da rendibilidade dos capitais próprios face à tiva de queda em 2018. É uma estimativa preliminar, mas com immédia nacional”, apontou. pactos diferenciados por região, mas há uma tendência crescente Para combater esta situação, Carlos Andrade dena produção em vinhos com Denominação de Origem Protegida fendeu que “uma das soluções passa, claramente, (DOP), o que vai no sentido certo daquilo que o mercado exige, por apostar mais nas exportações”, apesar de saber neste momento”, apontou Carlos Andrade. que “é isso que o sector do vinho em Portugal tem O economista disse que, em 2017, “há um crescimento de procurado fazer” até porque, em 2017, “as exporta03%, em volume, e 5,2% em valor”, e no primeiro trimestre de ções atingiram perto de 780 milhões de euros e, este 2018 “há uma ligeira queda em volume, mas um crescimento ano, crescem quase 08%”. “Crescem bastante mais em valor, portanto, há aqui alguma tendência ascendente no para fora da Europa, que são os mercados que estão preço médio” do vinho. em maior crescimento”, precisou. Segundo a análise feita por Carlos Andrade, o sector do viNo seu entender, o mercado “exige mais qualidade nho “é um mercado claramente dominado pela distribuição e está disposto a pagar mais, e Portugal tem conseversus restauração” e, em 2017, “a distribuição em termos de guido exportar com maior valor, mas é um mercado volume representava perto de 76% do mercado”. muito exigente e muito concorrencial”. “Uma estraO economista disse também que “há o exagero nas promotégia muito importante para conseguir gerar mais vações” e “a evolução da média do preço médio no mercado lor nestas exportações é o sector do enoturismo: se nacional é pressionada pelo peso grande do sector da districompararmos que as empresas de enoturismo que buição e isso aparece reflectido nos indicadores das empresão produtores de vinho, mas que têm como actividasas da indústria do vinho” que, no seu entender, “têm muitas de secundária, seja o alojamento e restauração, seja o das virtudes que a economia portuguesa precisa”. “São mais comércio a retalho ou actividades artísticas e culturais, exportadoras que a média das empresas nacionais. Em terestas empresas são mais exportadoras do que a média mos médios, as empresas dos vinhos exportam cerca de das empresas do vinho que não têm estas actividades”, quatro vezes mais do que as outras empresas”. anunciou. Neste seguimento, Carlos Andrade lembrou que “uma Carlos Andrade disse que estas empresas de enoturisdas deficiências maiores que a economia portuguesa tem mo “geram, dentro do seu sector, um volume de negótido nos últimos anos, embora com alguma recuperação, cios muito significativo e com um peso muito maior do é a baixa autonomia financeira das empresas” o que não que as empresas que são apenas dedicadas à produção acontece na indústria do vinho, onde “é bastante superior de vinho”.

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Estima-se que 45 mil pessoas tenham participado nos diversos eventos

“Viseu Estrela à Mesa” conquistou Festa das Vindimas e levou milhares ao Rossio

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cidade vinhateira do Dão encerrou a quinta edição da Festa à mesa, com inovação e sofisticação, mesclando das Vindimas, conquistando uma “estrela Michelin” no que grandes chefs internacionais com chefs da cidarespeita ao envolvimento de viseenses, visitantes e turistas no de. Em 2019 é certo que este festival gastronómievento. Estima-se que cerca de 45 mil pessoas tenham participaco regressará melhor e maior, com novas surpredo nas diversas actividades, fazendo desta a edição mais partisas a aguçar o apetite”. cipada de sempre. Diogo Rocha, embaixador de Viseu e curador “Nesta quinta edição soubemos inovar e fomos bem-sucedo “Viseu Estrela à Mesa”, disse que “apesar de didos. Viseu reafirmou uma marca de excelência. A Festa das ‘pop-up’, o Rossio foi, durante três dias, o primeiVindimas alcançou um patamar de qualidade notório, o que se ro restaurante com 3 estrelas Michelin em Portugal. reflectiu numa enorme adesão”, sublinhou o presidente da CâO festival revelou-se um sucesso, contámos com a mara de Viseu. “Durante o fim-de-semana, os hotéis da cidade presença de chefs de renome que utilizaram ingreestiveram cheios, na sua capacidade máxima. Viseu é, cada dientes da região nos pratos confeccionados, e posvez mais, um destino enoturístico, factor de relevância na ecosuiu uma adesão acima das nossas melhores expecnomia do concelho”, rematou Almeida Henriques. tativas por parte dos viseenses e de quem visitou a O festival gastronómico “Viseu Estrela à Mesa” foi a grande cidade por estes dias”. novidade e o protagonista da Festa das Vindimas, revelandoSe a gastronomia teve uma enorme adesão, tam-se uma aposta certeira da programação. Nos primeiros três bém o cartaz musical levou ao Centro Histórico multidias do evento, o Rossio recebeu uma ‘enchente’ que não dões de viseenses e visitantes, especialmente à noite, quis deixar de provar os sabores-estrela em destaque, conpara assistir aos grandes concertos “das Vindimas”. feccionados por 10 chefs de cozinha, dos quais três com “esAna Bacalhau, Tiago Nacarato, Moullinex, OMIRI e Mara trela Michelin”. Diogo Rocha, Pascal Aussignac, Louis Anjos, Pedro foram as vozes que ecoaram pelo Adro da Sé, Vítor Matos e Óscar Geadas foram os chefs convidados que Largo Pintor Gata e Fonte das 3 Bicas. serviram o jantar nos dias 20 e 21. No dia 22, foi a vez dos O espectáculo “Ora Vem Comigo”, de Ana Bento, Sónia chefs de Viseu Luís Almeida, João Eustáquio, Hugo Marques, Barbosa e Ricardo Machado, que já havia sido apresentaHermanta Rai e Diogo Pereira. do no EUROPEADE, reuniu centenas de espectadores no Para Jorge Sobrado, vereador da Cultura e Turismo e Adro da Sé, assim como o concerto da Orquestra Filargestor da Viseu Marca, “em 2018, o ‘Viseu Estrela à Mesa’ mónica Portuguesa, que conquistou a plateia na Catedral. marca um ponto de viragem na agenda de eventos da Durante quatro dias a Festa das Vindimas proporcionou cidade, assumindo um papel na promoção da gastronouma praça de vinhos e sabores, no Mercado 2 de Maio, mia regional. Soubemos valorizar a identidade de Viseu com provas de vinhos e venda de produtos da região,

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para além de oficinas de artesanato, actividades para os petizes e workshops vínicos com enólogos do Dão, acompanhados de um programa musical intenso e sempre com “casa” cheia. Jotabêzê NB, Catarina Rocha, Maria Cachucha, Remember & Shuffle, The Ray Band, Rui Drumond, Anaquim, assim como os DJ’s Gryzzler e Arede garantiram presença no palco instalado no piso superior. Na manhã do dia 22, 8 quintas vinhateiras do Dão proporcionaram a experiência real de vindima e de pisa da uva a cerca de 200 participantes, entre eles visitantes brasileiros e australianos. Já indissociável da agenda enoturística, a Meia Maratona do Dão voltou a juntar mais de nove mil “atletas” nas ruas da cidade-jardim. O fim-de-semana ficou também marcado pelo regresso do “Instameet Viseu”, o concurso para todos os amantes de fotografia e entusiastas da rede social Instagram. Cerca de vinte “igers” (fotógrafos do Instagram) de várias cidades do país aceitaram descobrir e promover Viseu junto dos seus milhares de seguidores. As quintas aderentes e o Centro Histórico foram os principais cenários desta experiência que, progressivamente, começa a ser revelada na rede social. Através da hashtag #instameetviseu2018 é possível encontrar, até à data, uma centena de imagens publicadas. A Festa das Vindimas de Viseu foi uma iniciativa organizada pelo Município de Viseu e Viseu Marca, em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional do Dão, o apoio institucional da Entidade Regional do Turismo do Centro e o patrocínio do Novo Banco, GALP e Litocar.

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Autarquia algarvia aposta na promoção e valorização do sal e flor de sal tradicional

Ouro branco de Castro Marim inspira projectos e candidaturas

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Câmara de Castro Marim, numa aposta firme na promoção e minantemente pedagógica relacionada ao sal, valorização do sal e flor de sal tradicional, concretizou algumas flor de sal, actividade salineira e profissão de candidaturas, já aprovadas, no âmbito do PO CRESC Algarve 2020 e salineiro. Aqui, as iniciativas são desenvolvidas do MAR 2020. pela empresa municipal Novbaesuris, no âmbito Colocar o sal de Castro Marim à mesa de novas dezenas de restaudo contrato-programa com a Câmara Municipal, rantes nacionais e internacionais é um dos principais objectivos da cuja exploração para fins educacionais e financandidatura “Patrimónios de Castro Marim: Valorização e Promoção ciada pela mesma. de Produtores Locais e Produtos Endógenos”, comparticipada pelo Em relação à Casa do Sal, agora com quatro PO CRESC 2020, projecto PADRE, apoiada por Portugal e União Euanos, propriedade do Instituto de Conservação ropeia, cofinanciada a 70% pelo FEDER. da Natureza e das Florestas (ICNF) que se enconAs acções de valorização do sal e da flor de sal de Castro Marim tra cedida ao Município de Castro Marim ao abrigo passam pela iniciativa “Sal de Castro Marim à Mesa dos Restaude um protocolo. A obra de requalificação levada a rantes”, pela realização de uma Feira do Sal, em época alta, por cabo pela Câmara Municipal permitiu que o edifício uma Rota Gastronómica, mas também por estimular a comerciativesse sido valorizado através de uma fiel e rigorolização através da realização de Business Trips internacionais sa recuperação com materiais e técnicas tradicio“Estas são acções que nos permitem realçar as qualidades glonalmente características da região, cujo projecto de bais dos produtos tradicionais, potenciando o desenvolvimento execução foi realizado no âmbito do projecto “Sal destas actividades e o aumento das cadeias de distribuição. Ao do Atlântico” Interreg III B, Arco Atlântico e a obra nível da comercialização, as business trips permitem que se enco-financiada pelo projecto PROMAR. Este equipacetem novos laços e canais de distribuição internacionais, bem mento cultural é um polo dinamizador da cultura e da como a visita a mercados análogos para assimilar conceitos e valorização e promoção da salinicultura tradicional, ideias de negócio afectas aos recursos em questão”, declara com diversas áreas funcionais, tendo como objectivo sobre a candidatura a vice-presidente da Câmara de Castro promover actividades sociais, culturais e recreativas. Marim, Filomena Sintra. É, sobretudo, um espaço que se pretende dinâmico e Por outro lado, com um carácter mais documental e patripróximo da comunidade. monial, a autarquia desenvolveu a candidatura “Salineiro – Ainda no âmbito da promoção do sal tradicional, a Uma profissão”, apoiada no âmbito do programa MAR2020, Câmara Municipal de Castro Marim contribuiu para co-financiada a 85% pelo FEAMP. Daqui nasceu o documentáagregar a documentação necessária para a construção rio “Os Dias do Sal”, apresentado publicamente este Verão e do dossier de candidatura à DOP (Denominação de Orique nos revela de uma forma muito autêntica a identidade gem Protegida), assessorada tecnicamente por entidadeste concelho, profundamente ligada à exploração do sal, des externas, estando o término do processo em vias e que vai muito além da explanação da actividade salineira, ser submetidos por um agrupamento de produtores. procurando descortinar o sal que há nas vidas de quem enOutras orientações existem para o sector, designadatrega a vida ao sal. mente ao nível da cerificação em termos biológicos e da A autarquia de Castro Marim tem ainda, desde Janeiro criação de apoios a microempresas no polo incubador. Na de 2013 e cedidos pelo Instituto da Conservação da Nacerteza de que depende de uma forte e sólida dinâmica tureza e das Florestas, o edifício da Casa do Sal e uma empresarial, o Município trabalha no sentido da afirmação salina destina à valorização e promoção da actividade sado sal como marca territorial, destacando-o nos seus prolícola, cuja exploração é realizada numa vertente predojectos e planos de divulgação.

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Por ocasião do XXXIII Concurso Nacional de Ovinos Serra da Estrela

Presidente da ANCOSE preocupado com futuro da profissão de pastor

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Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela “disponível para continuar a apoiar”. (ANCOSE) promoveu o XXXIII Concurso Nacional de Ovinos SerJosé Carlos Alexandrino, citado por aquera da Estrela, evento que ficou marcado por críticas aos sucessivos la estação de rádio, mostrou-se desagradagovernos pela falta de apoio ao sector e por palavras de conforto, do perante a falta de apoios aos agricultores. solidariedade e esperança dirigidas aos cerca de 30 criadores que “Ninguém se preocupe por eu ser eleito por um nele participaram. Governo que é da mesma cor da minha CâmaNa sessão de entrega de prémios, o presidente da ANCOSE, em ra Municipal. Os interesses das minhas pessoas declarações reproduzidas pela Rádio Boa Nova, mostrou-se preocusão mais importantes do que qualquer interesse pado com o futuro da profissão de pastor. “Tenho receio do que popartidário”, referiu o autarca. derá acontecer depois de os idosos partirem”, afirmou Manuel MarNa ocasião, José Carlos Alexandrino adiantou ques, que lançou um “repto” aos representantes do governo para que “em Oliveira do Hospital foi aprovado um a necessidade de se “pensar nas raças autóctones deste país”. É PROVER do Queijo, com cerca de três milhões que, afirmou Manuel Marques, “não podemos, de forma alguma, de euros”, “que vai fazer a diferença no futuro”, subsidiar uma ovelha lacaune e não uma ovelha Serra da Estrela, como uma outra ajuda aos criadores lesados do porque qualquer dia não conseguimos aliciar novos jovens”. Para incêndio. o dirigente, “a agricultura, nomeadamente a pastorícia, é um trabalho muito difícil. Se não for sustentável e rentável os jovens não Deputado questionou Governo sobre vêm para esta actividade”, afirmou Manuel Marques, defendendo salvaguarda da ovelha típica da Serra da uma majoração, “no sentido de os pastores poderem ter um beEstrela nefício diferente daqueles que têm as raças exóticas”. Na ocasião director-geral de Alimentação e Veterinária, em O deputado Santinho Pacheco questionou o Goverrepresentação do Secretário de Estado da Agricultura, dirigiu no sobre eventuais apoios a um programa de defesa palavras de solidariedade “às gentes de Oliveira do Hospital” e salvaguarda da ovelha bordaleira da Serra da Espelo “flagelo” ocorrido a 15 de Outubro. Fernando Bernardo, trela, que estimulem o aumento da produção de leicitado pela Rádio Boa Nova, enalteceu o trabalho da ANCOSE, te. Numa pergunta dirigida ao Ministro da Agricultura, “no sentido de recuperar o que se perdeu com os incêndios, Florestas e Desenvolvimento Rural, o deputado quesem relação ao efectivo de ovelhas Serra da Estrela. É um trationou se o Governo está disponível para, em conjunbalho muito meritório e terão sempre, da parte do ministério to com a ANCOSE, “estudar um programa de defesa e da agricultura, apoio incondicional sobretudo nestas actividasalvaguarda da ovelha bordaleira da Serra da Estrela”. des que se relacionam com a preservação das raças autóctoNa sequência da pergunta de Santinho Pacheco, o nes”, garantiu. Governo respondeu ao deputado dizendo que “os proO trabalho da ANCOSE foi também enaltecido pelo presidutores de ovelhas recebem uma ajuda de 34 euros por dente do Município de Oliveira do Hospital. José Carlos Aleanimal para apoiar a produção e o melhoramento da xandrino destacou “o empenho, apoio e profissionalismo” raça: 19 euros por animal no âmbito do I Pilar da PAC prestado aos criadores. “Eu sou testemunha deste empenho (ajuda direta)” e, precisamente por se tratar de uma raça dos técnicos da ANCOSE, de uma forma colectiva e unida à autóctone, “a ovelha bordaleira recebe mais 15 euros no sua direcção”, afirmou. O autarca salientou que o Centro âmbito do II Pilar da PAC (desenvolvimento rural)”. Acresde Recria, que já proporcionou a entrega de 400 borregas centando que a ANCOSE tem curso “um projeto apoiado aos pastores que perderam os seus animais no grande inpelo Ministério da Agricultura para melhoramento genécêndio, “foi um passo importante na defesa da raça bortico e proteção da raça.” A este projeto foram atribuídos deleira”, garantindo que a Câmara Municipal continuará 1.672.188.00 euros a fundo perdido. www.gazetarural.com

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Foi constituída em Mogadouro

Criada primeira federação nacional de entidades gestoras florestais Indica um estudo publicado na revista Nature primeira federação nacional de entidades gestoras florestais foi constituída em Mogadouro, tratando-se de um organismo que agrega sete distritos e que vai gerir cerca de 123 mil hectares de floresta. “Temos o interesse demonstrado de outras entidades que pretendem juntar-se à federação, num processo que está agora no seu início e quer, no menor espaço de tempo, cobrir todo o território nacional”, disse o presidente da Federação Nacional de Entidades Gestoras de Zonas de Intervenção Florestal (enZIF), Armando Pacheco. Nesta primeira fase, a federação conta já com o envolvente de 17 entidades gestoras de florestas em distritos como o de Bragança, Vila Real, Viseu, Portalegre, Santarém, Lisboa e Évora. O objectivo, segundo os responsáveis pelo novo organismo, é fazer ma floresta diversificada é menos afectacom que o Estado olhe para a as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) da por incêndios e também reage melhor “com olhos de ver”, para valorizar e proteger as florestas. “A floresta a períodos de seca, indica um estudo hoje puque está abrangida pelas ZIF tem um plano de gestão, o que torna blicado na revista Nature. Investigadores lideramais fácil a protecção da floresta contra os incêndios ou até mesmo dos pelo biólogo William Anderegg, da Universipragas”, indicou o responsável. dade de Utah, nos Estados Unidos, concluíram Dar uma maior dinâmica às ZIF é umas das preocupações, já que que uma floresta com uma grande variedade de são organismos que nasceram vocacionados para a organização e árvores e de características diversas relacionaprotecção florestal. “Há zonas de intervenção florestal que foram das com o fluxo da água sofre menos com os pecriadas e nunca funcionaram. Agora, pretende-se dar nova vida a ríodos de seca. estes organismos, para assim programar o futuro das florestas no Os resultados da pesquisa aprofundam investinosso país, para que não esteja sempre depende da abertura de gações já feitas nesta matéria e, diz-se no estudo, avisos do Estado, para obtenção de financiamentos”, enfatizou o podem ser úteis para os gestores florestais e para dirigente. quem tem de reconstruir florestas após grandes A enZIF pretende contribuir para a limpeza das florestas, onde incêndios. De acordo com Anderegg, a diversidade haja planos de gestão activos, para assim prevenir catástrofes a na forma como a água é usada pela floresta é um médio e longo prazo e ajudar a criar riqueza para o país, a partir factor predominante sobre como essa floresta reade “uma boa gestão florestal”. “Já foi pedido à tutela que nos ge a períodos de seca. ajude a criar condições para gerir um território sem incêndios ou As características hidráulicas de uma árvore são outras catástrofes”, frisou Armando Pacheco. a forma como essa árvore move a água por todo o Para os responsáveis pela nova federação florestal, a criação organismo, o que fará que tenha, por exemplo, níveis de ZIF, poderá trazer majorações aos proprietários, o que até diferentes de reagir e suportar uma seca até todo o aqui não acontecia. “Pedimos ao Governo que sejam criadas, sistema colapsar. O estudo agora divulgado analisou como mais rapidez, estas zonas de intervenção e que o Insnão o indivíduo, mas todo o ecossistema. tituto de Conservação da Natureza e das Florestas seja mais Anderegg e os restantes investigadores, incluído célere na apreciação da documentação, para o efeito”, vincou responsáveis das universidades de Stanford, Princeton o dirigente. e Califórnia, analisaram dados de 40 zonas florestais de todo o mundo aos quais juntaram dados já analisados e informação recolhida por satélite, todos coincidentes na ideia de que as secas não têm o mesmo efeito numa floresta hidraulicamente diversa do que numa com árvores do mesmo tipo. A diversidade, explica Anderegg no artigo, leva a que se multipliquem os tipos de árvores, de madeira mais ou menos tolerante à seca, de raízes a diferentes profundidades e com diversas fontes de água. “Mais diversidade numa paisagem vai ajudar a floresta a ser mais resistente ao fogo”, diz também Anderegg, acrescentando que as mesmas condições climatéricas que levam às secas também estão na origem de muitos incêndios.

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Floresta diversificada resiste melhor a fogos e secas

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Sector representa mais de 54 mil empregos

Fileira do pinheiro garante emprego em zonas “onde não há ninguém”

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fileira do pinheiro em Portugal repreárea de pinheiro bravo rondava um milhão de hectares e hoje, 20 anos senta mais de 54 mil empregos, muitos volvidos, caiu para metade, cerca de 500 mil hectares. “A partir de em zonas “onde não há ninguém”, e a Asso2020, estimamos que o défice de madeira seja superior a 50% das ciação para a Valorização da Floresta de Pinho necessidades de consumo industrial”, antecipa. (Centro PINUS) pretende que a área de pinhal A associação defende a inversão da tendência de redução da área aumente. de pinhal e argumenta que “mesmo a nível do Governo há essa cons“Esta fileira pesa muito em termos económiciência”. “Temos feito alguns projectos, temos apostado na certificacos, de trabalho e emprego, e o Governo já tem ção, temos um pomar de sementes que produzimos, temos a primeidito que a área de pinhal é para recuperar, mas ra área arrendada com pomar de sementes e temos de conseguir tarda. O que acontece é que isto já devia ter que as pessoas acreditem na cultura do pinheiro, na sua rentabilidasido decidido há muito tempo, já ninguém nos de, porque há uma percepção de ser menos rentável do que outras vai salvar de um problema gigantesco no futuro”, alternativas, mas não é verdade”, argumenta João Gonçalves. afirmou João Gonçalves, presidente da Centro PIDá o exemplo do pinhal de Leiria, que antes da “calamidade” NUS. de Outubro de 2017 - ardeu cerca de 85% da sua área - “era das De acordo com os últimos indicadores do sector, áreas florestais mais rentáveis da Europa, estava bem instalado e dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), produzia produtos de grande valor”. 80% dos empregos do sector florestal (54.181 posO dirigente associativo defende uma melhor floresta em Portutos de trabalho) e 88% das empresas da área ingal, “de mais qualidade, melhor protegida, que garanta melhores dustrial estão na fileira do pinho, definida por João serviços ambientais e maior resistência aos fogos”, alegando, Gonçalves como “profunda e complexa, que não é que para tal, “é indiscutivelmente necessária mais área de pisemelhante a nenhuma outra, nem sequer à do eunhal”. Por outro lado, a Centro PINUS aposta na comunicação socalipto”. bre o que diz ser uma “fileira histórica e pioneira” em Portugal, “Temos mais de 300 empresas na fileira do pinho “que está em risco de definhar” e cujas aplicações estão “um que estão exactamente onde não está ninguém, as pouco por todo o lado”. serrações estão perdidas pelas serras, no Interior. “As pessoas não sabem que nas suas casas, hoje em dia, No Verão, onde é que estão pessoas a trabalhar na quando abrem a porta, a porta é madeira de pinheiro. Embora floresta? Os resineiros que andam a tirar a resina do revestida com o que quer que seja, é aglomerado de partícupinheiro. E quem trabalha no Verão a fazer selecção las de pinheiro. A sua cozinha é certamente de aglomerado de e tratamento é no pinhal. Por isso, digo que o pinhal partículas, pintada, lacada, o que quer que seja, e dentro de tem de ser falado como quase uma causa nacional”, sua casa tem certamente mil quilos de madeira de pinheiro, defende o dirigente da Centro PINUS. Adianta que o voa mesa da sala, os móveis, o caixote que traz os móveis, as lume de negócios do pinho é quase metade (46%) das embalagens de cartão de qualidade, têm de levar mais de empresas do sector florestal a as exportações pesam 80% de madeira de pinheiro”, exemplificou João Gonçalves. 35% nas indústrias florestais. Criada para a valorização da floresta de pinho, a Centro A criação da associação em 1998, há 20 anos, decorPINUS reúne 24 associados, entre representantes da indúsreu de uma preocupação então identificada “quando já tria, universidades e organismos estatais. Comemorou rese verificava um défice de madeira que preocupava as centemente os 20 anos de actividade com uma conferência indústrias”. Na altura, de acordo com João Gonçalves, a em Coimbra. www.gazetarural.com

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Na XXV edição dos World Travel Awards

Passadiços do Paiva nomeados para ‘melhor projecto de desenvolvimento turístico do mundo’

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s Passadiços do Paiva foram nomeados pela primeira vez para os prémios mundiais do turismo (World Travel Awards), na categoria de Melhor Projecto de Desenvolvimento Turístico Mundial, após vencer nos últimos três anos (2016, 2017, 2018) na categoria europeia. As votações decorrem até 24 de Outubro e estão abertas ao público. Os vencedores serão conhecidos a 1 de Dezembro, numa cerimónia especial Valor dos resíduos reverteu a favor da que assinalará o vigésimo quinto aniversário dos World Travel Awards, Liga Portuguesa Contra o Cancro e que irá decorrer em Lisboa. Os Passadiços do Paiva foram inaugurados a 20 de Junho de 2015, têm oito quilómetros de extensão e passam por três praias fluviais (Espiunca, Vau e Areinho) e por 5 geossítios (Garganta do Paiva, Cascata das Aguieiras, Praia Fluvial do Vau, Gola do Salto, Falha de Espiunca). Encontram-se integrados em Rede Natura 2000 (sítio de interesse comunitário Rio Paiva). Foram distinguidos por três vezes (2016, 2017 e 2018) com os “World Travel Awards”, na categoria “Europe’s Leading Tourism Development Project” (Melhor Projecto Europeu de Desenvolvimento Turístico). Este ano, pela primeira vez, foram também distinguidos com o galardão “Melhor Atracção Turística Europeia de Aventura”. a XXVII edição, a FicaVouga recebeu a classiDesde a sua abertura, quase 850 mil pessoas percorreram os ficação de “EcoEvento”, um selo de qualidaPassadiços. No próximo ano, vão passar a dispor da maior ponte de atribuído pela ERSUC - Resíduos Sólidos do Cenpedonal suspensa do mundo, a 508 Arouca, situada nas imediatro, Lda. Reduzir o impacte ambiental e contribuir ções da cascata das Aguieiras. para um melhor ambiente é o objectivo da Câmara de Sever do Vouga que associou uma vertente solidária ao apoiar a Liga Portuguesa Contra o Cancro (Núcleo Regional do Centro). Fruto do trabalho em parceria da Câmara Municipal de Sever do Vouga com a ERSUC, a classificação “EcoEvento” permitiu dotar a FicaVouga, que decorreu em Agosto, com os meios adequados para a recolha de resíduos recicláveis e, ainda, envolver e sensibilizar os expositores para a temática da reciclagem. Durante os nove dias de realização do evento, foram recolhidos 340 quilos de papel, 160 quilos de embalagens e 580 quilos de vidro, o que totalizou 1.080 quilos de resíduos que serão valorizados. O desempenho ambiental foi premiado pela ERSUC com o valor de 69,36 euros que será entregue na totalidade ao Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Recorde-se que através de um sistema de recolha seletiva, o público e as entidades participantes puderam depositar os resíduos de embalagens em locais apropriados. No final do evento, os resíduos foram recolhidos pela ERSUC, entidade responsável pelo encaminhamento para as suas instalações, onde foram pesados, triados e enviados para reciclagem.

FicaVouga recebeu a classificação de “EcoEvento

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Segundo plano para alterações climáticas

Terra Fria Transmontana está cada vez mais quente

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Terra Fria Transmontana está cada vez dos períodos de seca”. “Isto parece contraditório, mas não é. Pode mais quente, com evidências em dachover até o mesmo que agora, o que acontece é que vai chover de dos recolhidos num estudo para um plano de uma forma mais concentrada: há mais períodos de seca e de preciadaptação do território às alterações climátipitação intensa”, declarou. cas, apresentado em Bragança. Com o envolvimento de diferentes entidades foram apontadas O plano apresenta 30 medidas para os cinco 30 medidas para que o território esteja mais adaptado às alteraconcelhos da Associação de Municípios da Terções climáticas destinadas à sociedade, para a economia e para os ra - nomeadamente Bragança, Vinhais, Vimioso, ecossistemas. Mogadouro e Miranda do Douro - depois de feito João Medina deu como exemplo a agricultura, apontando que um estudo do histórico de fenómenos na região, “para o território estar mais defendido, perante os fenómenos de em parceria com várias entidades. seca, pode ser criado um sistema integrado de regadios, aproveiUma das evidências está na agricultura, como tando a bacia transmontana do rio Douro e vários afluentes”. Na indicou João Medina, consultor da Sociedade Porparte da sociedade, há medidas como mais sombreamentos nas tuguesa de Inovação (SPI), a empresa responsácidades, para que o efeito do calor seja menos sentido, particuvel pelo trabalho, explicando que as culturas da larmente “num território envelhecido”. Terra Fria, a norte do distrito de Bragança, são O plano propõe a criação de uma linha de apoio à população cada vez mais as da Terra Quente, no centro da idosa, para em momentos de ondas de calor saber o que fazer região. “Mais cultura de oliveira, mais cultura de em termos de cuidados de saúde e bem-estar, à semelhança do amendoal, menos cultura de castanheiro ou o casque já acontece em países como a Alemanha ou a Espanha. Outanheiro a aparecer cada vez a altitudes maiores à tro exemplo tem a ver com medidas de “poupança de água em procura do frio, que já não tem nas altitudes mais períodos de seca e como é que se introduzem mecanismos de baixas”, concretizou. controlo nas redes que permitem que não haja desperdícios de O técnico ressalvou, contudo, que “ainda são conágua”. Cada município poderá adoptar as medidas adequadas clusões relativamente empíricas com base num hisà sua realidade e por isso, como explicou, “esta estratégia tórico relativamente curto”. “São tendências, não não tem no imediato um envelope financeiro associado”. podemos dizer que - esta dos castanheiros e das O estudo conclui que os fenómenos que se verificam com oliveiras - é cientificamente provado, que já são pemais frequências nesta região “são os que derivam de períodos de 30, 50 ou 100 anos, que isto merece ser ríodos de seca, de períodos de calor: incêndios, períodos de estudado, mas parece-nos que é essa a tendência”, precipitação intensa com deslizamentos de terras e cortes afirmou. de estradas”. “Também há alguns outros fenómenos que Segundo explicou o investigador, para elaboração não têm danos tão graves, mas são relativamente frequendeste plano foi analisado o histórico da região, recortes: cortes de estradas devido a nevões, períodos de neblirendo à consulta do que foi transmitido pela comunicana intensa a criar dificuldades de circulação, períodos de ção social, “para ver o que tinha sido notícia de cheias, geadas, nomeadamente fora de época com consequências deslizamentos de terras, incêndios, secas”. Este trabapara as culturas”, acrescentou. lho foi feito também junto da Protecção Civil. Este plano está inserido numa estratégia nacional de Nos cenários desenhados para “vários horizontes temadaptação às alterações climáticas e realizado num traporais de 20, 40, 60 anos”, adiantou que “se vê que há balho conjunto da SPI e do Instituto do Ambiente e do uma tendência clara para aumento de temperatura, um Desenvolvimento da Universidade de Aveiro, Instituto Poaumento do número de período de precipitação intensa e litécnico de Bragança.

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Certame regressa ao Ribatejo em 2020

Mais de 50.000 pessoas visitaram a Agroglobal

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ealizou-se em Valada do Ribatejo a sexta edição da Agroglobal, pais instituições bancárias portuguesas. com um balanço muito positivo para a organização e os particiPara Joaquim Pedro Torres, organizador da pantes da feira. O objectivo de concretizar “uma Agroglobal maior Agroglobal, “as sensações da Agroglobal 2018 que nunca” foi atingido e mote “Nós semeamos negócio” uma missão são, sem dúvida, muito positivas, mas temos integralmente cumprida. plena consciência que foi o entusiasmo, o empeParticiparam 390 expositores, mais de 50.000 visitantes, um núnho e o dinamismo de cada um que mobilizou a mero recorde de máquinas em trabalho real (mais de 120) e foram organização e que nos fez acreditar que era posinstaladas 19 culturas agrícolas - milho (grão e silagem), tomate, sível construir uma ‘Agroglobal maior que nunca’. pimento, vinha, girassol, olival, sobreiro, pinheiro, eucalipto, amênEsperamos sinceramente que a Agroglobal traga doa, batata, melão, mirtilo, pêra rocha, laranja, pistácio, noz, pimuitos e bons frutos a todas as organizações premento, framboesa -em diversos campos de ensaio de fertilização, sentes”. sementes, agro-químicos e rega. A feira foi encerrada com a presença do PrimeiDentro da Agroglobal decorreram várias “pequenas feiras” proro-Ministro, António Costa, que afirmou que “a movidas pelos expositores, que este ano se empenharam ainda Agroglobal é uma feira onde se compreende como mais em organizar encontros de negócios, debates e visitas aos a inovação, o conhecimento científico e a modernicampos de demonstração instalados nos 200 hectares de terreno zação tecnológica podem melhorar a nossa capacido mouchão da Fonte Boa. dade de produzir”. No espaço Agro-Inov Moneris e na Tech Stage cerca de 60 empresas e entidades apresentaram de forma dinâmica e interactiva, as tendências da inovação na actividade agrícola, em áreas como a robótica, a análise de dados e equipamentos ou agricultura 4.0. Inovações tecnológicas que criam novos produtos, novos serviços, e, no geral, uma renovação natural nos processos agrícolas. Os três auditórios da feira receberam várias dezenas de oradores, entre os quais o Ministro da Agricultura de Portugal, Luís Capoulas Santos, e o seu homólogo espanhol, Luis Planas Puchades, o director-geral da DG Agri da Comissão Europeia, Jersy Plewa, bem como os Secretários de Estado Agricultura (Luís Medeiros Vieira), Florestas (Miguel Freitas) e Internacionalização (Eurico Brilhante Dias). Temas como Revisão da PAC 2020, Agricultura de Precisão, Regadio, Olival, Frutos de Casca Rija, Batata de Indústria, Desenvolvimento Agro-sustentável Portugal-Angola, Portugal 2030 Coesão - o desafio, entre vários outros, atraiu milhares de participantes aos debates, sem esquecer o sector da Banca que esteve representado ao mais alto nível na Agroglobal, com a presença de administradores das princiwww.gazetarural.com

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Certame registou quase um milhão e duzentas mil entradas

Feira de São Mateus 2018 foi palco de reencontros ao longo de 39 dias

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erminou a edição de 2018 da Feira de São Mateus. Foram 39 “A Feira de São Mateus é, mais do que nunca, dias a feirar com um registo de quase um milhão e duzentas um marco na agenda de eventos nacionais. É, mil entradas. Muitos rumaram a Viseu para se reencontrarem com hoje, indiscutivelmente, a Feira popular de refea guardiã das feiras populares do país. rência do país. Combinar a tradição com inovação Concertos, diversões, gastronomia, tradições, artesanato e é o segredo do seu sucesso”, destacou Jorge Somuito mais fizeram as honras da casa. O Bairro da Restauração brado, gestor do evento e vereador da Cultura da foi a novidade mais marcante, com uma arquitectura inovadora. Câmara Municipal. A Feira dos reencontros somou 50.595 entradas só no último Para Cristina Paula Gomes, presidente da VISEU dia. O dia recordista foi a data dedicada ao herói mítico de Viseu, MARCA, “o objectivo de atracção de visitantes eso “Dia de Viriato”, a 26 de Agosto. trangeiros, nomeadamente provindos de Espanha, Viseu presenteou quem veio feirar com um cartaz cultural difoi alcançado. A Feira de São Mateus é o maior evenversificado e acessível, com artistas de renome nacional e interto da zona centro que atrai visitantes de dentro e nacional, mas também com uma presença impactante dos tafora do país”. lentos de Viseu. O palco #ViseuFolk, com programação diária, As datas para a Feira de São Mateus em 2019 já fez brilhar dezenas de grupos folclóricos da região. estão reservadas, entre 8 de Agosto e 15 de SetemEsta edição foi também marcada por uma aposta clara na bro. O Município de a VISEU MARCA estão a trabalhar sustentabilidade ambiental. O certame deixou a pegada econa preparação da próxima edição, e antecipam como lógica mais reduzida de sempre, introduzindo os copos reutiuma das principais novidades a requalificação das zolizáveis que substituíram os 261.210 mil copos descartáveis. nas de esplanada dos pavilhões das farturas. Quanto à Além disso, o Oceanário de Lisboa associou-se ao evento e programação, a actuação de um artista internacional instalou um serviço educativo, em permanência, no Museu em 2019 também já está a ser negociada. da Electricidade. Tradições como o Concurso de Vestidos de A Viseu Marca saúda todos os parceiros e patrocinaChita e o Dia de Viriato voltaram a marcar o calendário da dores que desempenharam um papel central na orgafeira franca de Viseu. nização, na sustentabilidade e na promoção do evento. Para o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, Nesse conjunto encontram-se o Santander, Super Bock, “esta edição foi a melhor de sempre. A Feira apresentou-se Altice, Jornal do Centro, Cabriz, Coca-Cola, Delta, Galp, mais bonita do que nunca, com um layout organizado, e Fnac, Turismo Centro de Portugal, JS Clínica, Litocar, Bluerestaurantes novos que surpreenderam”. ticket e Farmácia Viriato, assim como o Correio da Manhã Grandes concertos ficam para a memória desta edição e a CM TV e a Rádio Comercial. da Feira. No Palco Santander passaram nomes para todos os gostos. Richie Campbell, D.A.M.A, Calema e Xutos & Pontapés foram os concertos mais concorridos.

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No feriado municipal de 21 de Setembro

Sever do Vouga homenageou antigos autarcas

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Assembleia Municipal de Sever do Vouga homenageou os antigos presidentes de Câmara e Assembleia Municipal que exerceram funções entre 1977 e 2017, com a medalha de mérito municipal autárquico – Grau Ouro. A decisão foi tomada no passado dia 29 de Junho, de forma unanime pelos líderes dos grupos municipais da Assembleia Municipal, que entenderam “ser da mais elementar justiça, passados que estão quase 42 anos sobre a realização das primeiras eleições autárquicas (12 de Dezembro de 1976), reconhecer, homenagear e galardoar os autarcas que, na liderança da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal, tenham contribuído decisiva e exemplarmente para o desenvolvimento social, cultural e económico do concelho de Sever do Vouga e que ao presente momento já não se encontrem no desempenho de quaisquer funções autárquicas”. A cerimónia decorreu no Centro de Artes e do Espectáculo no feriado municipal de 21 de Setembro. Foram distinguidas nove individualidades, mas apenas oito receberam a distinção, uma vez que Severo de Carvalho não compareceu à cerimónia. António Henriques Tavares, presidente da Assembleia Municipal (19771979); Armelim dos Santos Amaral, presidente da Assembleia Municipal (1990-2005); Artur José Ferreira de Castro, a título póstumo, presidente da Câmara Municipal (1977-1979) e presidente da Assembleia Municipal (1980); Custódio da Silva, a título póstumo, presidente da Câmara Municipal (1980-1985); Evaristo Pereira Rodrigues, a título póstumo, presidente da Assembleia Municipal (1984-1985); Manuel da Silva Soares, presidente da Câmara Municipal (1990-2013) e presidente da Assembleia Municipal (2013-2017); Mário Coutinho Martins, presidente da Assembleia Municipal (1986-1989); Severo de Carvalho, presidente da Câmara Municipal (1986-1989) e presidente da Assembleia Municipal (1983-1984); e Valdemar da Silva Coutinho, presidente da Assembleia Municipal (1980-1982) foram as individualidades galardoadas. Na ocasião, o presidente da Câmara de Sever do Vouga agradeceu a todos os homenageados que, sempre com grande espírito de missão, contribuíram para a construção de um melhor concelho. “Só quem não conheceu Sever do Vouga há 40 anos, não sabe ou não consegue ver as transformações levadas a cabo e as melhorias da qualidade de vida dos munícipes”, afirmou António Coutinho, sublinhando “o espírito de missão, a abnegação, a vontade, a liderança, a dedicação e o empenho que os autarcas dedicaram ao município e às pessoas”. Com humildade, o autarca mostrou-se honrado por participar na cerimónia, afirmando que “a homenagem é consequência de um sentimento colectivo que revela a importância do que fizeram, bem como o impacto positivo criado e as mais-valias geradas para a população”. Por sua vez o presidente da Assembleia Municipal de Sever do Vouga recordou a importância da Revolução de 25 de Abril de 1974 que deu ao povo português, entre outras conquistas. Mário Silva afirmou que “o poder local transformou profundamente a geografia do país, no plano do desenvolvimento e económico e social e as suas realizações são assinaláveis de norte a sul, pelo que o concelho de Sever do Vouga não foi, nem é, excepção”. Após a cerimónia, foi inaugurada a exposição de arte contemporânea “As Cores da Vida”, seguindo-se um mirtilo de honra. Esta colectiva, que reúne a mostra de trabalhos de pintura, de Ana Paula Sousa, António Pinho e da severense Irene Almeida, está aberta ao público até dia 31 de Outubro. www.gazetarural.com

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Lançamento

“Há Cada Vez Mais Gente a Mexer nos Nossos Queijos”

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osQueijos é um projecto que se dedica à divulgação e comercialização de queijos nacionais e nasceu há seis anos pela mão de Maria João Oliveira. A percepção do ainda pouco explorado, mas razoável, potencial da conexão dos pequenos produtores de queijos com o canal horeca e o Empresário e consultor lançou petição comércio gourmet foi o mote deste projecto, percebendo que aqueles pública estabelecimentos procuram produtos de qualidade e diferenciados, pretendem uma mais ampla selecção de produtos, mas têm consumos e compras associadas razoavelmente limitados. Assim nasceu a ideia de encontrar os pequenos produtores com quem pudesse trabalhar em parceria. Maria João Oliveira e a sua DosQueijos trabalha hoje com 24 pequenos e médios produtores nacionais (os quais, em conjunto, representam mais de 200 referências de queijo diferentes), colocando os seus produtos em várias dezenas de estabelecimentos de diferentes canais que não a moderna distribuição. Das aventuras, desventuras, experiências e reflexões dos mais de seis anos do projecto DosQueijos, resulta agora este “Há Cada empresário e consultor agrícola José MarVez Mais Gente a Mexer nos Nossos Queijos…” um livro ‘caseiro’ tino lançou uma petição pública, dirigida onde são partilhadas, sem filtros nem preconceitos, essas expeao Presidente da Assembleia da República, para riências e reflexões. apelar aos partidos políticos para elaborarem uma De leitura fácil e de cariz muito prático, típico de quem coloca legislação que imponha a obrigatoriedade dos sediariamente as mãos-na-massa, esta pequena obra foi prefaciada guros agrícolas. por José Matos, Professor Universitário e Investigador da UniversiPara José Martino, “o estado actual de funcionadade dos Açores e renomado especialista nesta área, que no seu mento do sistema de seguros agrícolas de colheita texto refere que é “com paixão, conhecimento e muita experiênnão serve os interesses dos agricultores”. Este concia”, mas de forma “despretensiosa” que são abordados neste sultor defende, nesta petição (que pode ser lida e aslivro “os vários aspectos do queijo em Portugal. Da produção, ao sinada neste link (http://peticaopublica.com/pview. consumo, passando pelos vários aspectos da comercialização, aspx?pi=PT90625), que “as alterações climáticas esdistribuição, marketing”, para além de deixar 10 importantes tão a provocar no mundo rural a ocorrência de danos pistas para o sector, sintetizadas no [seu último] capítulo”. patrimoniais elevados e impossíveis de prever”. Neste sentido, José Martino é de opinião que “os apoios públicos para minorar as perdas destes agricultores devem privilegiar aqueles que fizeram seguro de colheita e outros seguros de infraestruturas e equipamentos, etc.”. Na petição é também pedida a urgência para “legislar sobre um sistema de seguros agrícolas que pratique preços compatíveis (prémios de seguros) com as margens brutas geradas por cada uma das actividades agrícolas”. Deste modo é defendida “a obrigatoriedade do seguro agrícola de colheita, idêntico ao seguro automóvel, dado o superior interesse público. Um seguro obrigatório deve prevalecer em detrimento da liberdade contratual de cada empresário agrícola, porque, deste modo, o sistema terá sustentabilidade”.

José Martino defende seguros agrícolas obrigatórios

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Capítulo contou com cerca de uma centena de participantes

Confraria Grão Vasco homenageou personalidades da região

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erca de uma centena de confrades e rios livros que escreveu, editados pela Confraria. amigos participou no Capítulo de VeFoi ainda atribuído a Rui Ladeira, presidente da Câmara de Vouzela, o rão/Outono da Confraria de Saberes e SaboTítulo de Comendador da Confraria. O concelho de Vouzela foi um dos res da Beira ‘Grão Vasco’. O jantar promovimais afectados nos incêndios de Outubro de 2017 e Rui Ladeira destado no Dia do Município, em colaboração da cou-se pelo humanismo da sua acção e na forma empenhada como se Câmara de Viseu, foi abrilhantado pela Tuna preocupou em resolver os problemas que afectaram muitos dos seus Sabores da Música e aproveitado para a entremunícipes. ga do ‘Beirão de Mérito”, o mais alto galardão Estiveram presentes diversas personalidades do concelho de Viseu, da Confraria, que visa homenagear pessoas ou com destaque para o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriinstituições que, na sua óptica, mais se destaques, e o Bispo de Viseu, D. António Luciano, bem como representancaram em prol da nossa região. tes de Confrarias irmãs, como António Cardão, e muitos confrades, Assim, o Beirão de Mérito ‘Carreira’ foi entreda Confraria da Casa de Viseu no Rio de Janeiro; Carlos Nascimento, gue a D. Ilídio Leandro, bispo Emérito de Viseu, da Confraria da Casa das Beiras de Toronto e Carla Sá Morais, da pela sua acção pastoral e ecuménica enquanto Confraria Saberes e Sabores de Portugal na Suíça Francófona. Foesteve à frente da Diocese de Viseu. O ram também recebidas mensagens da Confraria e Saberes e SaboBeirão de Mérito ‘Empresarial’ galardoou Celso res de Portugal em Zurique e da Confraria dos Saberes e dos SaLemos, empresário viseense por demais conhebores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’, bem como os representantes cido e detentor da Habidecor e da reconhecida da Confraria Grão Vasco no Luxemburgo, José António Matos, e na Quinta de Lemos, e Nelson Almeida, um dos mais Flórida, Manuel Viegas. reputados empresários do Rio de Janeiro, que se Das palavras ouvidas destaque para D. Ilídio Leandro, que saliendedica à comercialização de produtos alimentares tou o trabalho da Confraria e disse sentir-se “muito honrado” com e um dos maiores importadores de produtos nagalardão que lhe foi atribuído, no mesmo dia em que recebeu da cionais para o Brasil, nomeadamente vinho do Dão, Câmara de Viseu o ‘Viriato de Ouro’, a mais elevada e rara distinazeite e castanhas. Nos últimos anos tem vindo a ção do município. investir na nossa região. É um destacado membro Por sua vez o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henda comunidade portuguesa na ‘Cidade Maravilhosa’ riques, destacou a presença de diversos membros da diáspoe de diversas associações, nomeadamente da Casa ra portuguesa, salientando a sua importância na divulgação e de Viseu. promoção da cultura beirã além-fronteiras. O autarca de Viseu O Beirão de Mérito ‘Desportivo’ foi entregue a Máreiterou os elogios ao trabalho da Confraria, na pessoa do seu rio Trindade, atleta paralímpico, que recentemente Almoxarife, nomeadamente na aproximação à diáspora portuse sagrou campeão europeu nos 100 metros, onde guesa no estrangeiro. conquistou também a medalha de prata nos 400 mePor fim, o Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da tros nos Europeus de atletismo adaptado. Beira ‘Grão Vasco’ realçou o mérito dos homenageados e exVenceslina Santos recebeu o Beirão de Mérito ‘Conplicou as razões da sua escolha. José Ernesto Silva mostrou-se frádico’, empresária e professora, destacou-se pela satisfeito com a presença “de tantos amigos”, especialmente sua acção cívica e na preparação e execução das difeos que vieram de outras partes do mundo, nomeadamente rentes montras da sede da Confraria com criatividade, uma grande delegação da Confraria de Saberes e Sabores da que mereceram rasgados elogios de quem por lá pasBeira ‘Grão Vasco’ do Rio de Janeiro, liderada por António Carsa, bem como na organização dos eventos da Confraria, dão, embaixador da Confraria no Brasil. que primaram sempre pelo bom gosto. A ocasião foi aproveitada para o lançamento da segunda Também Odete Madeira recebeu o Beirão de Mérito edição do livro “Sete Olhares sobre Viseu”, reeditado pela ‘Confrádico’, pela sua entrega à causa da Confraria, mas Confraria. Esta obra é a visão da cidade de Viseu a que detambém pelo seu trabalho em prol do levantamento hisram forma sete artistas viseenses e pretende ressaltar a tórico dos usos e costumes na região, espelhados em vádefesa, preservação e valorização do património edificado da cidade. www.gazetarural.com

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Última Hora

Evento vai decorrer de 4 a 30 de Outubro

Viagem da videira ao copo mostra cultura do vinho em Coimbra e Anadia

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m programa cultural vai decorrer em Coimbra e Anadia, em de Coimbra, embora a freguesia de Souselas, a Outubro, como “uma viagem da videira ao copo” e às raízes norte deste concelho, faça parte da região vitiviancestrais do mundo do vinho, disse a produtora da iniciativa. nícola demarcada da Bairrada. Na sua concretização em Coimbra, com “um salto à região da A arquitecta Bárbara Cunha, gerente da Tasca Bairrada”, em Anadia, “O Mundo do Vinho” inclui música, cinema, de Santana, junto à Penitenciária de Coimbra, lemtertúlia, poesia, fotografia, arte, mostra de vinhos, gastronomia brou na sessão que o vinho “é uma área que faz e enoturismo, entre 04 e 30 de Outubro. “Vamos ouvir falar de parte das raízes” da cultura portuguesa. vinho através de diferentes abordagens e expressões artísticas”, Ao realçar a importância do programa de “O Munafirmou aos jornalistas a produtora cultural Margarida Mendes do do Vinho”, a empresária admitiu que “Coimbra, Silva, que lidera a associação Cultura e Risco, fundada em Coimàs vezes, é uma cidade difícil, mas não é uma cidade bra, em 2011. impossível”. “O Mundo do Vinho” é um projecto da Numa cidade universitária onde ao longo dos séculos o vinho autoria de Margarida Mendes Silva, promovido pela teve lugar preponderante no convívio e nas festas académicas Cultura e Risco com o apoio mecenático da CVB, sob -- antes da ascensão de diversas marcas de cerveja nacional e o lema “Para vindimar, deixa o Setembro acabar”. bebidas importadas, brancas e espirituosas -- a Cultura e Risco Os eventos programados decorrerão sobretudo em “quer fazer ver ao público” a dimensão cultural, mas também Coimbra - Salão Brazil, Mosteiro de Santa Clara-asocial e económica, do vinho em Portugal e no denominado -Velha, Museu Nacional Machado de Castro, Teatro da mundo ocidental desde tempos imemoriais. Cerca de São Bernardo, Casa da Escrita, Café Santa “Diferentes protagonistas, através do seu olhar especial”, Cruz e restaurante Dux Bistroto - e também na Quinta irão falar do vinho e da sua presença nas culturas mediterrâdo Encontro, em Anadia. “Na música, escutaremos o conicas e de outras regiões do mundo, disse Margarida Mendes lectivo Ciranda e o seu projecto Adivinho - Canções em Silva. torno do vinho, e acompanharemos todas as fases do A iniciativa conta com a colaboração de diversas entivinho, da videira ao copo”, refere a organização. dades e o co-financiamento da Comissão Vitivinícola da Numa nota distribuída aos jornalistas, a Cultura e RisBairrada (CVB), com sede em Anadia, cujo presidente da co afirma que “uma visita à Quinta do Encontro, em Anadirecção, José Pedro Soares, participou na apresentação da dia, assinalará uma feliz harmonização conceptual entre primeira edição de “O Mundo do Vinho”, numa conferência produção de vinho e arquitectura moderna”. de imprensa realizada na Tasca de Santana, em Coimbra. Na fotografia, destaca a exposição “Douro, Lugar de um “O vinho é uma forma de cultura”, salientou José Pedro Encontro Feliz”, de António Barreto, “um olhar sobre a reSoares, reconhecendo que os néctares de Baco, em tergião do Douro, terra dura e difícil, que viu nascer um dos mos de produção, não têm uma ligação directa à cidade mais famosos vinhos do mundo”.

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No cinema, o programa inclui a estreia do filme documentário “Setembro, a vida inteira”, de Ana Sofia Fonseca, o qual, “para além do percurso íntimo das vinhas e das adegas, é também um convite à reflexão sobre a natureza humana, a relação entre os donos da terra e quem a trabalha”. Por outro lado, “as pessoas conduzidas pela música improvisada do contrabaixista Carlos Barreto para poemas seleccionados e ditos” por André Gago e Helena Faria, em “As Vinhas da Lira”. “O vinho na história da arte: entre o sagrado e o profano” fará parte de uma visita comentada a “três obras de arte que reflectem os aspectos simbólicos do vinho na religião cristã”, com Pedro Miguel Ferrão. “Havemos ainda de julgar o vinho na praça pública e debater a elementar questão: ‘afinal, o que é gostar de vinho?’, numa tertúlia animada pelo vitivinicultor e gastrónomo José Bento dos Santos. A fechar o programa, no dia 30 de Outubro, em Coimbra, realiza-se “A Festa do Vinho”, um jantar que “promete deslumbrar os mais desprevenidos palatos”. Na sua maioria, os eventos são de entrada livre, com excepção do concerto no dia 04, visita à Quinta do Encontro no dia 06, cinema no dia 17 e jantar vínico no dia 30, sempre em Outubro.

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Devido à quebra de 90% da produção

Feira da Lousã aberta a mel sem certificação

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s produções de mel DOP Serra da Lousã sofreram este ano uma quebra de 90%, o que justifica a abertura da próxima feira do sector na Lousã a apicultores locais sem certificação, adiantou a organização do certame. “A escassez de mel” com denominação de origem protegida (DOP) levou a organização da Feira do Mel a admitir novamente produtores que disponham de algum mel da região demarcada, “ainda que não certificado”, disse o presidente da Cooperativa Lousãmel, António Carvalho. Excepcionalmente, o mel da Serra da Lousã sem o selo DOP poderá ser comercializado no espaço do evento, que decorre geralmente no Parque Municipal de Exposições, “desde que em frascos normalizados e devidamente rotulados”, esclareceu. A XXIX Feira do Mel e da Castanha da Lousã, que terá lugar de 16 a 18 de Novembro, é uma iniciativa da Câmara local, em parceria com a Lousãmel, que nos últimos anos limitou as inscrições à venda do mel de urzes com DOP Serra da Lousã. “Este foi um ano muito mau, com apenas 10% da produção de 2017. Temos associados com 90% de perda, ou até mais nalguns casos”, declarou António Carvalho, que está nesta actividade há cerca de 40 anos. Em cada cresta, realizada normalmente entre Julho e Agosto, o presidente da Lousãmel costumava colher em média 1.500 quilos de mel nos seus apiários, mas este ano conseguiu apenas 220 quilos. Devido à irregularidade climatérica deste ano e à devastação do coberto vegetal autóctone pelos fogos de 2017, “a produção é insignificante e será para os apicultores irem à feira, pouco mais”, lamentou. O processo de certificação “tem custos muito grandes” e os produtores com pequenas quantidades de mel optam por não formalizar o pedido. Só que a Feira do Mel e da Castanha “é um marco na região”, há quase três décadas, para os produtores do mel DOP Serra da Lousã. “Tenho pedido aos apicultores para, dentro do possível, certificarem na mesma o seu mel”, a fim de participarem na feira regional, disse António Carvalho. A Câmara da Lousã deverá “ajudar os associados do concelho” nas despesas de certificação. Desde 2015, a fim de preservar a qualidade e incentivar a certificação, a autarquia liderada por Luís Antunes tem concedido à Lousãmel um subsídio anual de 1.000 euros, que a instituição depois distribui pelos sócios do concelho. Num esforço da organização para enfrentar a baixa produção de mel na região, a Feira da Lousã, em Novembro, será igualmente aberta a mel nacional “de outras DOP”, adiantou o presidente da Lousãmel. Com mais de 450 associados, a cooperativa, em representação do Estado, assume a gestão da DOP Serra da Lousã, que abrange 10 municípios: Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares, nos distritos de Coimbra e Leiria. No ano passado, os incêndios na região queimaram milhares de colmeias e destruíram extensas áreas florestais onde há séculos predominavam os urzais, cujas flores estão na base das características únicas do mel DOP.

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