Gazeta Rural nº 328

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m Sátão e s o r a c s í manca; m e Priscos em Vila a l a S m e a; Ecoraia lcanena; Abade d mel em Castelo o b s i L m e A al Fornos, u? m e Dão Capit a Beira; Cachola em a g i t r Vise eu; U d s m i r e V a o i n u m e g a s A e o e hos e livr o clima? E o fim d n i v ; e d r e V Branco! E


Agenda

Eventos Gastronómicos Eventos sectoriais De 16 a 18 de Novembro Feira Nacional do Mel e Fórum de Apicultura Castelo Branco vai acolher o maior evento nacional dedicado ao sector apícola, com a realização em simultâneo da XIX edição do Fórum Nacional de Apicultura e da XVII Feira Nacional do Mel. A 24 a 25 de Novembro VIII Feira Transfronteiriça ECORAIA recinto de feiras e exposições de Salamanca vai receber a oitava edição da Feira Transfronteiriça ECORAIA. Este evento desenvolve-se no âmbito do Projeto BINSAL EMPREENDE e está inserido nas actividades da Comunidade de Trabalho BIN-SAL AMCB – Diputación de Salamanca. Eventos Vínicos De 22 a 25 de Novembro Guimarães Wine Fair O Multiusos de Guimarães vai receber um evento vínico que promete ser “diferente”. Vai juntar perto de 200 produtores, com cerca de 3000 vinhos, cervejas, licores e outros. O Guimarães Wine Fair nasce com um objectivo de promover e divulgar o que melhor se produz em Portugal. A 23 e 24 de Novembro Dão Capital Os vinhos do Dão estão de regresso a Lisboa para mais uma edição do Dão Capital. O evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão) acontece no Time Out Market Lisboa e a entrada é livre. A 24 e 25 de Novembro Vin&Cultura em Ervidel A edição de 2018 da Vin&Cultura, que vai decorrer na freguesia de Ervidel, tem como objectivo revitalizar o mundo rural, promover os produtos agrícolas do concelho e especialmente o vinho que se produz nesta freguesia e em todo o concelho. De 7 a 9 de Dezembro Festival Literário “Tinto no Branco” Joanne Harris, Olivier Rolin e Germano Almeida e Mia Couto, prémios Camões, são alguns dos escritores que estarão em Viseu, naquela que será a edição mais internacional de sempre do festival literário Tinto no Branco.

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A 17 e 18 de Novembro XII Feira do Míscaro O Largo de S. Bernardo é o palco de mais uma edição da Feira do Míscaro, uma iniciativa da Câmara de Satão, que este ano decorrerá durante dois dias. Os amantes desta iguaria demandam a Capital do Míscaro, onde está tudo a postos para acolher turistas, visitantes, especialistas na degustação de míscaros, artesãos, vendedores e compradores de míscaros. De 22 a 25 de Novembro Festival Gastronómico da Cachola e da Morcela O Município de Alcanena promove o VII Festival Gastronómico da Cachola e da Morcela, que decorrerá em 11 restantes aderentes do concelho, que participam neste desafio de recuperar e divulgar alguns dos sabores mais peculiares desta região, associados à cozinha tradicional e popular das gentes das serras, de Aire e Candeeiros, e do bairro, terras prenúncio do Tejo. De 24 de Novembro a 9 de Dezembro Mostra Gastronómica da Caça no concelho de Mora Pratos de caça voltam a estar em destaque nos restaurantes do Concelho de Mora na XXIII Mostra Gastronómica da Caça. O evento anual promovido pela Câmara de Mora, tem como objectivo aproveitar as potencialidades cinegéticas existentes e promover a gastronomia típica da região. De 29 de Novembro a 2 de Dezembro Festival “Cozinha dos Ganhões” A “Cozinha dos Ganhões” O maior certame gastronómico do Alentejo, decorre em Estremoz para promover o turismo e a gastronomia da região. A denominação de “ganhão” era atribuída antigamente aos trabalhadores da lavoura nas herdades do Alentejo. De 11 a 13 de Janeiro de 2019 Feira Gastronómica do Porco O município de Boticas prepara já a edição 2019 de um certame que vai na vigésima primeira edição e que se irá realizar de 11 a 13 de Janeiro de 2019, como habitualmente no Pavilhão Multiusos de Boticas.


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Momento E

stamos a importar cerca de 50% de tudo aquilo que consumimos em matéria de agricultura biológica. É tempo de perceber que o mercado está ansioso de ter este tipo de produção e a indústria também percebeu que tem aqui um nicho”, alertou o secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas.

Sumário

05Vinhos do Dão na Capital para mostrar o melhor da região 06Parque de Exposições de Salamanca recebe o melhor da Raia 08Festival Gastronómico promove cachola e morcela em Alcanena 10Aguiar da Beira promove VI Certame Gastronómico do Míscaro 12Pica no Chão e Pudim Abade de Priscos são ‘atracções’ em Vila Verde 13Veggie Fest celebra o Natal a 1 e 2 de Dezembro 14Município de Sátão celebra XII Feira do Míscaro 17Resistência e Blaya são cabeças de cartaz na passagem de ano em Viseu 18Guimarães Wine Fair promete “um evento diferente” 19Festival literário de Viseu 21018 será “o mais internacional de sempre” 20“Celebrar e Experienciar o Dão” é tema do II Seminário de Enoturismo 22Estudo revela que consumo de vinho envolve socialização e é feito à refeição 24Estatuto da pequena agricultura familiar entra em vigor em breve 26Agrifuturo nasceu para valorizar a castanha em Valpaços 28Alterações climáticas vão tornar cultivo do eucalipto impraticável a sul do Tejo 30Portugal importa 50% dos produtos biológicos que consome Projecto quer alertar para a necessidade de cuidar e proteger os cursos de água 33Termas de Portugal mantêm tendência de crescimento desde 2015 35 37Feira Nacional do Mel e Fórum Nacional de Apicultura em Castelo Branco 38Espaço Visual lança curso sobre a cultura do pistácio 4

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Ficha técnica Ano XIII | N.º 328 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


Nos dias 23 e 24 de Novembro, no Time Out Market, em Lisboa

Vinhos do Dão na Capital para mostrar o melhor da região

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VINHOS Adega Cooperativa de Mangualde Adega de Penalva ALLGO António Madeira Boas Quintas Cabriz Caminhos Cruzados Casa da Carvalha Casa da Ínsua Casa da Passarella Casa de Santar Casa de São Matias Julia Kemper Wines Ladeira da Santa Lusovini/Pedra Cancela Madre de Água Quinta da Alameda Quinta da Fata Quinta da Ponte Pedrinha Quinta das Camélias Quinta das Estrémuas Quinta das Marias Quinta de Santo António Quinta do Carvalhão Torto Quinta do Cerrado Quinta do Margarido Quinta do Ribeiro Santo / Carlos Lucas Quinta dos Monteirinhos Quinta dos Três Maninhos/Palwines Quinta Vale do Cesto Quintas de Sirlyn Quinta Mendes Pereira

s vinhos do Dão estão de regresso a Lisboa para mais uma edição do Dão Capital. O evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão) acontece nos dias 23 e 24 de Novembro no Time Out Market Lisboa e a entrada é livre. As histórias, os aromas, o rendilhar dos melhores vinhos do Dão chegam a Lisboa para o Dão Capital, no último fim de semana de Novembro. E o melhor é conhecer essas estórias pelos seus produtores, aqueles que todos os dias fazem a sua história, enquanto se descobre e saboreia os néctares da região vínica. O evento leva ao Time Out Market Lisboa 32 pequenos e grandes produtores da região, que se unem para dar a conhecer o carácter e elegância dos seus vinhos e que não deixam os apreciadores indiferentes à qualidade dos tintos, brancos, rosés e espumantes que ali se produzem. Mas, porque o Dão não se faz só de vinho, os participantes vão poder descobrir outras iguarias da região, como o fumeiro da região e o Queijo da Serra da Estrela. IGUARIAS Para o presidente da CVR Dão não há desculpas para não pasCasa da Ínsua sar pelo evento. “O Dão é uma região muito especial que este Fumeiro Flor de Sal ano celebra os 110 anos como Região Demarcada. Os nossos Queijaria Vale da Estrela produtores dedicam-se de corpo e alma para produzir e servir vinhos de excelência e temos, sem sombra de dúvidas, alguns Provas comentadas: “O DÃO EM PROVA” dos melhores produzidos em Portugal. Por isso, para os por23 de Novembro (sexta-feira) tugueses – e não só -, que apreciam um bom copo de vinho, 16:00h – A frescura do Encruzado (Luís Lopes) tanto para acompanhar refeições como para momentos espe17:00h – O renascido Jaen (João Paulo Martins) ciais, aconselho vivamente a passarem pelo Time Out Market 18:00h – A arte do lote (Luís Lopes) Lisboa”, afirmou Arlindo Cunha. 19:00h – O Dão com idade (João Paulo Martins) Os participantes vão ainda poder participar, de forma gratuita, nas provas comentadas que acontecem nos dois 24 de Novembro (sexta-feira) dias. No dia 23, sábado, ocorrem quatro provas sob o mote 16:00h – O Perfume da Malvasia Fina (Luís Lopes) “A Frescura do Encruzado”, “O Renascido Jaen”, a “Arte do 17:00h – A sublime Touriga Nacional (Valeria Zeferino) Lote” e o “Dão com idade”. No dia seguinte, domingo, é a 18:00h – Dão de Platina (3 vinhos premiados do concurvez das provas “O Perfume da Malvasia Fina”, “A Sublime so Dão) (Luís Lopes) Touriga Nacional”, “Dão de Platina” e “Estórias que a Vinha 19:00h – Estórias que a vinha antiga conta (Valeria ZeAntiga Conta”. ferino) www.gazetarural.com

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Realiza-se a 24 e 25 de Novembro, na Recinto de Feiras de Salamanca

Feira Transfronteiriça Ecoraia à espera de mais de 30 mil visitantes

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ais de 85 produtores de expositores, porlados da fronteira “mostrarem os seus produtos, algumas inovatugueses e espanhóis, das áreas do sector ções e, ao mesmo tempo, estabelecerem contactos e trocarem agro-alimentar e turismo participam na oitava experiências com novos produtores e com o mercado espanhol”. edição da Feira Transfronteiriça Ecoraia-Ecoraya, A feira também contribui, “em larga medida, para o processo que se realizará em Salamanca nos dias 24 e 25 de dinamização, internacionalização e diversificação do sector deste mês. agro-alimentar e turístico da região da Beira Interior e da ProO certame, que espera receber mais de 30 mil víncia de Salamanca”. “Estou convicto de que esta mostra de visitantes, tem como principal objectivo promover produtos terá também impacto na dinamização turística desta os territórios da Beira Interior Norte e da província região, uma vez que os produtores acabam por despertar o de Salamanca, os produtos endógenos de ambos os interesse ao consumidor pelas regiões de origem”, rematou. lados da fronteira, como vinhos e licores, lacticínios O presidente da AMCB salientou, ainda, a importância do e derivados, azeites, enchidos, frutos secos, entre certame para os municípios portugueses na vertente turístioutros, bem como dinamizar o sector do turismo nas ca, destacando “o empenhamento e envolvimento de todos duas regiões. os que se associam a este evento”, destacando a presença de “Este ano, à semelhança dos anos anteriores, vão um conjunto de expositores nas áreas dos “produtos caseiros estar presentes mais de 85 produtores portugueses e ecológicos, que são cada vez mais procurados”. e espanhóis que terão, mais uma vez, a oportunidade Chabel de La Torre, vice-presidente da Diputación de Salade exporem os seus produtos regionais, de excelente manca, também presente na conferência de imprensa, subliqualidade, permitindo ao público conhecer, provar e nhou que a iniciativa destaca as vertentes agro-alimentar e adquirir o que de melhor se produz na nossa região”, do turismo, porque são “os dois grandes sectores” do terreferiu António Dias Rocha, presidente da AMCB e da ritório abrangido. O programa inclui exposição e venda de Câmara de Belmonte. produtos, degustações, animação, actividades de ‘showO autarca, que falava na conferência de imprensa de cooking’ e orientadas para o público infantil, entre outras. apresentação do certame, realizada no Centro de DePara Chabel de La Torre, o programa é “muito completo” e senvolvimento Transfronteiriço, em Vilar Formoso, no inclui a realização de muitas actividades que tornam a feiconcelho de Almeida, apontou que a feira é visitada por ra transfronteiriça “mais atractiva e mais participativa”. “mais de 30 mil pessoas”. A Ecoraia foi, até há poucos anos, realizada alternadaSegundo António Dias Rocha, a Ecoraia-Ecoraya, que mente, em Salamanca e num dos municípios da AMCB. A decorrerá no recinto de feiras de Salamanca, é “uma sua realização em Salamanca irá manter-se, até porque, grande oportunidade” para os produtores de ambos os a candidatura, no âmbito do projecto BIN-SAL EMPREEN-

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DE, ao Programa INTERREG Espanha – Portudegustação de produtos portugueses e espanhóis, incluindo castagal, prevê um certame em Novembro (Econhas assadas e jeropiga, destaque para a vertente de animação com raia, em Salamanca) e outro a meio do ano a participação do grupo português “Fados Consentido” e dos espa(Festival Ecoraia) que se realizará na área da nhóis “Folk on Crest”, que em Setembro passado encheram a Praça AMCB. Maior, em Salamanca. Por outro lado, a realização da Ecoraia em A Ecoraia, que envolve um custo de 120 a 150 mil euros, é orSalamanca visa também, em primeiro lugar, ganizada pela Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) aproveitar “a massa crítica existente”, como e pela Diputación (Província) de Salamanca (Espanha), no âmbito referiu o presidente da AMCB, numa região com do projecto BIN-SAL EMPREENDE, que foi candidatado ao Programa mais de meio milhão de habitantes. Além disINTERREG Espanha - Portugal. so, Salamanca é visitada, nesta altura do ano, A AMCB envolve os municípios de Almeida, Belmonte, Celorico por milhares de turistas vindos de vários pontos da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodo país vizinho, onde “podemos mostrar as ricas dres, Fundão, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pidespensas das nossas duas regiões, mas tamnhel, Sabugal, Seia e Trancoso, nos distritos de Guarda e Castelo bém a nossa magnifica gastronomia”, referiu o Branco. presidente da AMCB. Outro aspecto a salientar é a participação de expositores de ambos os países. Se nas primeiras edições houve mais expositores portugueses, aos poucos a percentagem de participação foi ficando igual, sendo há já produtores portugueses que já não participam no evento, porque encontraram parceiros em Salamanca. “Este é, também, um dos objectos deste certame”, apontou António Dias Rocha. Do programa do certame, além da vertente gastronómica, com sessões de show cooking ao vivo e

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De 29 de Novembro a 2 de Dezembro, em Estremoz,

Festival “Cozinha dos Ganhões” promove gastronomia alentejana

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“Cozinha dos Ganhões”, o maior certame gastronómico do Alentejo, decorre entre os dias 29 deste mês e 2 de Dezembro, em Estremoz, para promover o turismo e a gastronomia da região. A denominação de “ganhão” era atribuída antigamente aos trabalhadores da lavoura nas herdades do Alentejo. O certame gastronómico, que vai decorrer no parque de feiras e exposições da cidade de Estremoz, atrai, anualmente, milhares de De 22 a 25 de Novembro em Alcanena visitantes em procura da gastronomia tradicional e conta com a participação de vários tasqueiros e doceiros, além de expositores de produtos regionais, bares e artesãos do concelho. Trata-se de um evento de promoção turística de Estremoz, organizado pelo município, que Município de Alcanena promove, de 22 a 25 de Novembro, a pretende valorizar as tradições e os costumes sétima edição do Festival Gastronómico da Cachola e da Mordeste concelho e do Alentejo e que tem para ofecela, que decorrerá em 11 restantes aderentes do concelho, que recer, durante quatro dias, de acordo com a auparticipam neste desafio de recuperar e divulgar alguns dos sabotarquia, “sabor, saber, tradição e convívio”, assim res mais peculiares desta região, associados à cozinha tradicional como animação cultural. e popular das gentes das serras, de Aire e Candeeiros, e do bairro, A vigésima sexta edição da mostra gastronómiterras prenúncio do Tejo. ca, segundo os promotores, “vai contar com o que E é das serras, e do bairro, e das actividades tradicionais, como de melhor tem a cozinha alentejana”, contemplano trabalho no campo, a pastorícia, a tecelagem ou a curtimenta do os pratos típicos da região. De acordo com a das peles, que são as gentes que fizeram esta gastronomia do autarquia, o evento vai “apresentar o que o Alentetrabalho, modelada pela carne de porco, pelos enchidos, pelo jo tem de melhor”, nomeadamente a gastronomia, bacalhau salgado e pela horta, de onde provinham os produtos produtos regionais, doçaria, vinhos, queijos, enchialimentares da dieta mediterrânea, como os vegetais, a couve, dos e artesanato. o feijão e a batata, mas também o azeite e as ervas de tempero Paralelamente, noutro pavilhão do parque de feiou os frutos secos, como o figo ou a amêndoa. ras da cidade, vai decorrer a quinta edição do certaSão estes sabores do trabalho que se pretendem valorizar, me “Estremoz Caça, Pesca e Actividades da Naturecom destaque para a cachola e a morcela de arroz. Uma oporza”, organizado pela Confraria dos Amigos do Campo, tunidade para refrescar a nossa memória e reavivar paladares com o apoio do município. antigos marcados pelos traços distintos desta cozinha de um Ribatejo serrano e pelos seus produtos mais típicos, valorizando os modos de confeccionar, o nosso saber fazer, mas também os modos de comer e de partilhar, na mesa familiar ou na roda de amigos. Cada restaurante participante será responsável pela composição de uma ementa, em que serão valorizados os produtos regionais e a gastronomia tradicional. Restaurantes aderentes: A Praça (Alcanena) | Cantinho dos Charutos (Covão do Coelho) | Central (Vila Moreira) | O Miranda (Casais Romeiros) | O Cantinho do Toino (Alcanena) | O Caracol (Covão do Feto) | Olhos d’Água (Olhos d’Água – Louriceira) | O Mal Cozinhado (Monsanto) | O Patanisca Dourada (Raposeira) | O Peregrino (Louriceira) | Retiro dos Pacatos (Malhou) | Simões (Vale Alto).

Festival Gastronómico promove cachola e morcela

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Nos dias 24 e 25 de Novembro

Aguiar da Beira promove VI Certame Gastronómico do Míscaro

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pavilhão Municipal de Aguiar da Beira será o palco do VI Certaao seu desenvolvimento, - tem também condime Gastronómico do Míscaro, evento que decorrerá nos dias ções para ir às escolas e explicar como fazer a 24 e 25 de Novembro e que pretende divulgar esta iguaria, mas que, sua apanha de forma correcta e quais as espéao mesmo tempo, visa promover o concelho e os seus produtos cies comestíveis. endógenos. Este Encontro Nacional pretende debater diverDo programa, destaque para o IV Encontro Nacional de Formasas temáticas em torno do míscaro amarelo. Vão dores e Técnicos de Micologia, onde serão discutidas e debatidas ser abordados diversos temas, como a organizadiversas temáticas em torno do míscaro amarelo; um Mercadinho ção e promoção de recursos micológicos, as boas Agrícola; um concurso Gastronómico, num fim de semana em que práticas de colheita, a preservação dos recursos, o os restaurantes do concelho aderentes terão pratos associados a turismo associado à micologia, bem como a certifiesta iguaria. cação e a comercialização ou ainda a toxicidade de O presidente da Câmara de Aguiar da Beira está confiante algumas espécies. numa “grande festa”, associada a um produto abundante na reConsideramos que é importante debater estes asgião. Joaquim Bonifácio destaca o facto de Aguiar da Beira ser suntos, numa região onde abunda o míscaro amareo único concelho a nível nacional que tem um Gabinete de Milo, bem como outras espécies, e é bom que as pescologia, que reputa de “muito importante” para a preservação, soas saibam o que podem comer. Para além disto, divulgação e promoção dos cogumelos silvestres e da gastroé de salientar a importância destes produtos para a nomia associada. O autarca adiantou, ainda, que a aposta na economia desta região. Orientação continua, com Aguiar da Beira a receber, em 2021, o Campeonato Mundial de Juniores. GR: Durante muito tempo questionou-se a questão da apanha dos cogumelos silvestres. Há Gazeta Rural (GR): Como vai ser este ano o Certame uma maior consciencialização das pessoas para Gastronómico do Miscaro? esta temática? Joaquim Bonifácio (JB): Esta é a sexta edição deste JB: Estes encontros, como atrás referi, bem como o evento gastronómico e vai ser, como em anos anteriores, nosso Gabinete de Micologia, têm essas funções, no senuma grande festa, que desta vez inclui o IV Encontro Naciotido de sensibilizar a população residente, mas também nal de Formadores e Técnicos de Micologia, que regressa quem nos visita na procura deste produtos, para a imeste ano ao programa deste certame, após o interregno do portância da sua preservação e as boas práticas para a ano passado. sua apanha. Este é um encontro que reputamos da maior importância, pois somos o único município do país que tem um gabiGR: E a Confraria do Míscaro? nete de Micologia. Este, além de dar a conhecer e divulgar JB: Já está criada e será muito importante para a promoesta iguaria que existe na nossa região em grande quantição e divulgação do míscaro, da gastronomia que lhe está dade, - este ano tivemos condições climatéricas propícias associada, bem como da sua preservação enquanto espécie.

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lidade que os nossos jovens possam praticar. A 17 de Novembro vai estar uma representação de Aguiar da Beira na Taça de Portugal, na Figueira da Foz. No último fim de semana de Janeiro de 2019 receberemos o “Aguiar da Beira ‘O’ Meeting”, prova que conta para o ranking da Taça de Portugal e para o ranking Mundial da Federação Internacional de Orientação. Também em Abril de 2019 vamos receber o Encontro Regional de Orientação. É com este tipo de iniciativas que promovemos esta modalidade, que trás gente ao concelho.

Trail do Míscaro solidário com o ambiente

Campeonato Mundial de Orientação de Juniores 2021 é em Aguiar da Beira GR: Mudando de tema. Está a chegar ao fim do primeiro ano o projecto “Oriented For Life”, que tem feito mexer o concelho, que muitos consideram já a Capital Nacional da Orientação. Como está o projecto? JB: Diria que está bem e recomenda-se. Este projecto tem feito mexer o município. Fizemos diversas acções como o objectivo de tornar Aguiar da Beira um local de excelência para a prática desta modalidade. Recentemente foi-nos confirmada, para minha alegria, a realização em Aguiar da Beira do Campeonato Mundial de Juniores em 2021. Isto é um marco para a modalidade em termos nacionais e que nos motiva a trabalhar mais e melhor. A nossa candidatura teve, entre outros, a Suécia e a Roménia como ‘adversários’ fortes. Já estamos preparados para que seja um grande evento, que vai trazer, tal como outras provas aqui realizadas, muita gente ao concelho. Posso também adiantar, que a nível do desporto escolar, estamos a trabalhar para que a Orientação seja mais uma moda-

No âmbito da realização do VI Certame Gastronómico do Míscaro de Aguiar da Beira, vai ter lugar no próximo dia 25 o V Trail do Míscaro, prova coloca em destaque as condições naturais micológicas, a natureza, o património, as tradições rurais e a solidariedade com a floresta. O Trail do Míscaro 2018 apresenta as corridas de Trail Longo (30 km), Trail Curto (15 km) e uma Caminhada (8 km). Uma iniciativa que “é muito mais que uma corrida ou caminhada pela natureza”, refere a organização. “Este evento é uma experiência desportiva e recreativa que gira à volta de um produto natural com elevado valor gastronómico, abundante por essa altura no concelho, o ‘míscaro amarelo’. Além disso, apresenta ainda uma vertente de responsabilidade social com o ambiente. Por cada inscrito será doada uma árvore para a reflorestação do concelho”. No ano anterior participaram no Trail do Míscaro 300 pessoas, de norte a sul do país e até do estrangeiro, que geraram um igual número de árvores autóctones – carvalhos americanos –plantadas pelos participantes num terreno baldio e desertificado no concelho.

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Em Vila Verde de 23 a 25 de Novembro

Pica no Chão e Pudim Abade de Priscos são ‘atracções’ em Fim de Semana Gastronómico

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ila Verde recebe de 23 a 25 de Novembro o Fim de Semana Gastronómico De 24 de Novembro a 9 de Dezembro ‘Verde Verde, Capital no Pica no Chão’, certame que marca o fim de mais uma edição de sucesso da Rota das Colheitas, promovida pelo Município de Vila Verde. Este evento gastronómico inclui uma vasta e diversificada programação turístico-cultural, que envolve a excelência da gastronomia minhota, a beleza do património natural do concelho e, ainda, o conforto do ratos de caça voltam a estar em destaque nos restaurantes alojamento local. do Concelho de Mora de 24 de Novembro a 9 de Dezembro, na Pica no Chão e Pudim Abade de Priscos são os XXIII Mostra Gastronómica da Caça. O evento anual promovido pela maiores destaques de um vasto leque de iguarias Câmara de Mora, tem como objectivo contribuir para o desenvoltradicionais que a região oferece e que os visitanvimento económico do Concelho, através do aproveitamento das tes têm a oportunidade de apreciar nos restaupotencialidades cinegéticas existentes na região e, consequenterantes aderentes, acompanhadas pelo bom vinho mente, da gastronomia típica e de excelência. da região. A participar estão este ano 10 restaurantes das quatro fregueDurante o fim de semana, decorre também a VIII sias do Concelho: Brotas - O Poço; Cabeção - A Palmeira, Os ArMostra Doces e Sabores da Nossa Terra, uma inicos, O Fluviário, O Solar da Vila; Mora - Afonso, Hotel Solar dos ciativa que reúne diversas pastelarias do concelho, Lilases, Morense e O António; Pavia - O Forno, que estarão devionde a qualidade da doçaria está em cima da mesa damente identificados. para deliciar os paladares. O paladar dos habitantes e dos turistas vai ser, mais uma vez, Para quem for amante da natureza e, em simuldespertado por mais de 50 receitas confeccionadas tendo como tâneo, pretender queimar as calorias extra do Fim base a carne da caça, apresentadas no prato com variadas de Semana Gastronómico, há momentos de desporto combinações, formas e feitios. Entre os quais: arroz de lebre, por entre a beleza das paisagens verdejantes do consopa da panela de pombo bravo, veado com feijão branco, jacelho. A Semana Autóctone, de 19 a 25 de Novembro, vali no forno, canja de pombo, coelho bravo à caçador, lebre a Caminhada Ambiental ‘Zona Ribeirinha Entre o Hocom grão e nabos, perdiz de escabeche e galinhola na púcara. mem e o Cávado’, no dia 24 de Novembro, e o Trilho A Mostra Gastronómica da Caça arranca, como já vem sen‘Aboim da Nóbrega a Vade’, no dia 25. do habitual, com um jantar para degustar alguns dos pratos confeccionados com as mais variadas espécies de caça. Os pratos apresentados são preparados pelos restaurantes participantes e estarão posteriormente, no decorrer do certame, disponíveis nas ementas dos mesmos. A Mostra Gastronómica da Caça é uma iniciativa que já faz parte da tradição gastronómica do Concelho de Mora.

Mostra Gastronómica da Caça no concelho de Mora

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No Shopping Cidade do Porto, das 10 às 22 horas

Veggie Fest celebra o Natal a 1 e 2 de Dezembro São dois dias perfeitos para comprar presentes de Natal sustentáveis e associados ao bem-estar e a um estilo de vida saudável. Mas também é a ocasião ideal para esclarecer a questão: o que comer numa Ceia de Natal vegetariana?

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os doces típicos aos pratos tradicionais de Natal, há alternativas vegetarianas fáceis e de comer e chorar por mais. Para combater todas as dúvidas, o Veggie Fest vai promover o Veggie Christmas, nos dias 1 e 2 de Dezembro, no Shopping Cidade do Porto. “Vamos aprender como preparar uma Ceia de Natal, à portuguesa, vegetariana e deliciosa, desde as entradas, passando pelos pratos principais e terminando nas sobremesas. Esta será uma edição especial, num formato mais pequeno, mas criada com o intuito de que o Natal possa ser uma época deliciosa e festiva, mas também saudável e sustentável”, esclarece Pedro Andrade da organização. O palco do Veggie Christmas é o Shopping Cidade do Porto (piso -1), onde vão expor 26 projectos, em âmbitos tão distintos como produtos de lifestyle ecológico e saudável ou alimentação. Este Eco Market vai apresentar sugestões de presentes de Natal úteis, originais, ecológicos, sustentáveis e vegetarianos, desde as famosas alheiras vegetarianas, a chocolates saudáveis e veganos. No campo da alimentação, a oferta vai da pastelaria

vegetariana aos salgados, da sopa às alheiras, do pão aos superalimentos, tudo adequado a um estilo de vida saudável e sustentável e a uma dieta vegetariana. Haverá espaço para relaxar, almoçar ou jantar – vegetariano, claro! As apresentações animam o evento de manhã até à noite, proporcionando experiências diferentes. Do cartaz fazem parte alguns nomes fortes do vegetarianismo em Portugal, como Gabriela Oliveira, Joana Alves e Filipa Range. Para além das apresentações gastronómicas, haverá ainda aulas e palestras ministradas por médicos e no sábado à noite um concerto de Soul Bossa. A entrada no festival é gratuita. As portas do evento estão abertas nos dias 1 e 2, das 10 às 22 horas. Para consultar o programa e escolher o que ver e onde participar, visite o site do festival em http://veggiefest.pt/.

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No fim-de-semana de 17 e 18 de Novembro

Município de Sátão celebra XII Feira do Míscaro

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Largo de S. Bernardo volta a ser o palco de mais uma edição Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Feira do Míscaro, uma iniciativa da Câmara de Satão, que da Câmara de Satão espera um grande evento, este ano decorrerá durante dois dias. No fim-de-semana de 17 e com muito míscaro e com milhares de visitantes. 18 de Novembro, os amantes desta iguaria demandam a Capital do Paulo Santos diz que “não há a abundância de ouMíscaro, onde está tudo a postos para acolher turistas, visitantes, tros tempos”, mas não faltará esta iguaria da Feira. especialistas na degustação de míscaros, artesãos, vendedores e O autarca mostra-se esperançado que o concurcompradores de míscaros que farão com que este certame contiso para a requalificação da EN 229, que liga o Satão nue a ser um sucesso. a Viseu, seja lançado até final do ano, adiantando No 17 de Novembro, a partir das 15 horas, na Casa da Cultura que a questão da água, que o preocupa, está a ser de Sátão decorre um ciclo de conferências, a primeira suborditratado com a Câmara de Viseu. nada ao tema “Preservar e Valorizar a Biodiversidade Micológica pelas Boas Práticas”, com Manuel Paraíso da Associação Gazeta Rural (GR): Este ano há míscaro? Micológica “A Pantorra”; e a segunda, “O Ecossistema Natural Paulo Santos (PS): Sim, este ano há míscaros, e Económico da Capital do Míscaro”, com Paulo Barracosa, da mas não com a abundância de outros tempos. Como Escola Superior Agrária de Viseu. No final haverá uma Prova choveu bastante e com o sol que se tem feito sentir já de Degustação de Cogumelos Silvestres, “Os Aromas que Inese vê pelas estradas da região muita gente a apanhar briam do Cerne Lenhoso ao Fumado da Caruma”, com o Chef míscaro. Paulo Cardoso, da Casa da Ínsua. A programação de domingo começa às 10 horas, onde os GR: O que significa uma boa feira? visitantes poderão comprar os míscaros, bem como o artePS: Tudo fazemos para que tal aconteça. No entanto, sanato do concelho. Haverá a já habitual prova de míscaros, a natureza é que manda. Esperamos que as pessoas acompanhada de pão e vinho do Dão. Da parte da tarde não que se dedicam à apanha, uns para consumo próprio, faltará animação, com o Rancho Folclórico de São Miguel de outros para comercializar que encontrem muito mísVila Boa e o grupo musical Minhotos Marotos & Cláudia Marcaro, que o levem à feira. Os restaurantes do concelho tins. Às 16,30 horas é oferecido o tradicional magusto de S. também aderiram a esta iniciativa e proporcionarão praMartinho. tos em que esta iguaria está presente. A Capital do Míscaro promete um certame com as cores de Outono, onde o produto de eleição, o Míscaro, andará de GR: Que efeitos teve a seca do ano passado para mãos dadas com uma vasta oferta cultural e com a gastroo míscaro? nomia típica de um concelho onde impera a “Arte de Bem PS: A seca não terá tido efeitos muito negativos para Receber”. o míscaro. Pior que a seca são os incêndios. Contudo, o

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nosso concelho não foi fustigado por essa tragédia. Com a chuva os míscaros rebentam. É evidente que provoca sempre alguma alteração, mas por aquilo que temos visto, o míscaro amarelo, e outras espécies comestíveis, continuam a aparecer na nossa região e são uma boa fonte de receita para muitos satenses. GR: Mudando a agulha, para os acessos ao Satão. Como está a questão da EN 229? PS: Temos a promessa do senhor ministro Pedro Marques que o concurso irá ser feito durante o segundo semestre deste ano. Ora, estamos a chegar ao fim do ano e esperamos que o concurso saia. Não vamos estar todos os dias a insistir com o senhor ministro ou com o senhor secretário de Estado, mas no final deste mês vamos falar com as Infraestruturas de Portugal para saber qual o ponto de situação do projecto que irá reformular e melhorar a ligação Sátão – Viseu, que é importantíssima para nós. A interioridade ainda se faz sentir mais com o acesso que temos a Viseu. GR: O concelho recebeu, este ano, alguns investimen-

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tos de relevo, com destaque para a compra da Quinta da Taboadela pelo Grupo Amorim. Foi um bom ano para o Sátão? PS: Não foi um ano excepcional, mas foi bom. Houve empresas que transferiram a sua sede social para o nosso concelho. Embora tivessem cá a sua actividade, tinham a sede tributária noutro local, o que registamos com muito agrado, como a Frueat, em Travancela, uma empresa de primeira linha e que é hoje uma marca de referência nacional e internacional. O facto do Grupo Amorim ter adquirido a Taboadela e estar a investir numa nova adega e na restauração da parte habitacional da quinta para alojamento de luxo, irá, com certeza, desenvolver o enoturismo no concelho e na região. Quanto à Zona Industrial, temos dois lotes vendidos e esperamos em breve ter mais empresas interessadas em ali se instalarem e daqui a uns tempos termos ali um polo empresarial importante, com a criação de emprego, o que será bom para a economia do concelho.

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No Nordeste Transmontano

Especialistas prevêem bom ano para a apanha de cogumelos

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specialistas em micologia prevêem que neste Outono o Nordedicada à micologia e uma Feira de Cogumelos e deste Transmontano seja “farto” em cogumelos silvestres deProdutos Locais, iniciativas promovidas pela Assovido às condições climatéricas favoráveis, sendo que as primeiras ciação Micológica “A Pantorra”. espécies já começam a aparecer por todo o território. O presidente da câmara de Mogadouro, Fran“Já fiz uma saída de campo e constatei que se já se apanham cisco Guimarães, afirmou que a Academia Micoló‘Macrolepiota procera’, conhecidos na nossa região como roques, gica será uma realidade no início do 2019, já que a ‘Amanita muscaria’, também apelidada por rosalgar, o que inos equipamentos científicos e o mobiliário já foram dica que o ano tem condições para a apanha de cogumelos até adquiridos.”O município vai apoiar uma bolsa de ao Inverno”, explicou Manuel Moredo, presidente da Associação estudo que será entregue a um aluno ou aluna de “A Pantorra”, uma das mais antigas no país a dicar-se ao estudo mestrado ou doutoramento da Universidade de Trás destes fungos. os Montes e Alto Douro (UTAD) e que se queira dediSegundo os investigadores da associação micológica sediada car ao estudo dos fungos e dos cogumelos silvestres em Mogadouro, o potencial dos cogumelos silvestres aumenta do território transmontano. O valor dessa bolsa está de ano para ano em Trás-os-Montes, como consequência da estabelecido e corresponderá a cinco mil euros”, indiidentificação pelos especialistas de um maior número de escou o autarca. pécies comestíveis e rentáveis do ponto de vista comercial. A Academia Micológica ficará no Centro de InterpreNo entanto, os especialistas que estudam os cogumelos tação do Mundo Rural, “um moderno equipamento” alertam para “os perigos escondidos” associados a esta “coligados às ciências, instalado no Parque Urbano da Rimida de risco”, devendo ter-se em conta que estes fungos só beira do Juncal. devem ser recolhidos por quem conhece e estuda as diverSanchas, boletos, repolgas ou míscaros são nesta alsas espécies. tura do ano dos fungos mais procurados pelos aprecia“A Pantorra” já identificou mais de 400 espécies de cogudores na região do Interior Norte e Centro. melos no Nordeste Transmontano nos últimos 20 anos, mas os seus especialistas estão convencidos que há muitas mais por identificar. “Temos de continuar a fazer este trabalho de identificação das espécies e actualizar os guias de campo já existentes”, justificou Manuel Moredo. O concelho de Mogadouro recebeu o XX Encontro Micológico Transmontano, um dos mais antigos do país. A edição deste ano contou com uma semana gastronómica

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Esperadas mais de 50 mil pessoas

Resistência e Blaya são cabeças de cartaz na passagem de ano em Viseu

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recinto da Feira de S. Mateus vai ser o palco da passagem de ano em Viseu. Resistência e Blaya são cabeças-de-cartaz dos festejos, que deverão reunir mais de 50 mil pessoas ao ar livre, no recinto da Feira de S. Mateus. “Vai ser uma noite estrelada em Viseu, no campo da Feira de S. Mateus, para receber, seguramente, mais de 50 mil pessoas”, disse o vereador da Cultura, Jorge Sobrado, durante a apresentação das propostas para a passagem de ano. A noite abre às 19 horas de 31 de Dezembro com a banda viseense Soma e Segue e vai até cerca das 04 horas da manhã do novo ano com os Dj’s de Vacaiones. Pelo meio, antes da meia-noite, actua a banda Resistência, que junta vários músicos marcantes do panorama da música portuguesa, e, depois do espectáculo de fogo-de-artifício, sobe ao palco a cantora Blaya, ex-vocalista dos Buraka Som Sistema. “Viseu tem ambição de trazer para a rua os seus, mas também de atrair visitantes e turistas”, frisou Jorge Sobrado, acrescentando que o orçamento, em termos de programação, é de 80 mil euros. O vereador da Cultura e Turismo disse que a escolha do cartaz teve como foco as famílias, com filhos, sobretudo os mais jovens, seduzido os mais aventureiros a “prolongar a noite”. Nessa noite reabrirá o Bairro da Restauração que foi estreado na última edição da Feira de S. Mateus, cujos restaurantes deverão servir “pelo menos cinco mil refeições”. Até 21 de Dezembro ficam também abertas inscrições para 20 operadores de bebidas e comidas que queiram estar nessa noite no recinto, juntando-se assim aos restaurantes do Bairro da Restauração, acrescentou. O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, lembrou que, depois de anos a ser comemorada no Adro da Sé e no centro histórico, a festa de passagem de ano mudou-se, no ano passado, para o recinto da Feira de S. Mateus, por questões de segurança. “Viseu assume-se cada vez mais como um destino na passagem de ano, de pés muito assentes na terra, muito focado nas pessoas que servimos”, afirmou. As comemorações da noite de passagem de ano são organizadas pela Câmara e pela Viseu Marca e têm como patrocinador a Associação Mutualista Montepio. www.gazetarural.com

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De 22 a 25 de Novembro, no Multiusos local

Guimarães Wine Fair promete “um evento diferente”

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Multiusos de Guimarães vai receber um evento vínico que promete ser “diferente” e vai juntar perto de 200 produtores, com cerca de 3000 vinhos, cervejas, licores e outros. O Guimarães Wine Fair, que vai decorrer de 22 a 25 de Novembro, nasce com um objectivo de promover um evento diferente para a divulgação do que melhor se produz em Portugal. Participam no evento produtores de todo o país, com venda e degustação do melhor que produzem. Além dos vinhos portugueses, a primeira edição do Guimarães Wine Fair tem a França como país convidado, conhecido pela riqueza vínica e pelo famoso Champagne. Produtores como Rothschild e Chapoutier, entre outras marcas de referência, estão presentes. Este é um evento a pensar nos consumidores e nos produtores, que oferece uma vasta variedade de vinhos em degustação e uma grande oportunidade dos produtores mostrarem os seus produtos e a possibilidade aos consumidores de compra imediata. Conscientes da importância da exportação para os pequenos e grandes produtores, estarão presentes Câmaras de Comércio mundiais, tais como a AEP Câmara de Comércio e Indústria; e as Câmara de Comércio francesa, moçambicana, brasileira, britânica, americana, cubana, colombiana, japonesa, croata, chinesa e ucraniana, para dar oportunidade de fomentar contactos e possibilitar negócios futuros. Em conferência serão debatidos vários temas de interesse, uns relativos ao mercado japonês, tais como “Mercado de Vinhos Importados no Japão e a perspectiva acerca dos vinhos portugueses, com o sommelier Matsuda; o acordo de parceria económica EU-Japão e a sua importação de vinho europeu, por Fernando Bessa. Haverá ainda um debate em torno do mercado do Reino Unido, apresentado pela Câmara de Comércio Britânica. O evento, que conta ainda com um concurso de vinho, será inaugurado pelo presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, pelo embaixador de França em Portugal, Jean-Michel Casa e do cônsul de França Pierre-Henri Tamet. É uma organização da Câmara de Guimarães, em colaboração com Associação Comercial e Industrial, Revista Vinhos Grandes Escolhas, entre outros parceiros.

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Presentes dois prémios Camões

Festival literário de Viseu 2018 será “o mais internacional de sempre”

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oanne Harris, Olivier Rolin e Germano Almeida e Mia Couto, prétou como novidade deste ano a realização de mios Camões, são alguns dos escritores que estarão em Viseu ‘workshops’ de escrita criativa, com Filipa Melo, de 7 a 9 de Dezembro, naquela que será a edição mais internacional que se juntam aos ‘workshops’ vínicos. de sempre do festival literário Tinto no Branco. Uma forma encontrada para “casar” o salão ViO programa do festival literário de Viseu, que decorre ao mesmo nhos de Inverno com o festival literário Tinto no tempo que o evento enoturístico Vinhos de Inverno, vai realizar-se Branco foram os momentos literários. “Será uma no Solar dos Vinhos do Dão. marca de vinhos do Dão a abrir todas as conver“O Tinto no Branco parte não apenas à conquista de nomes insas. Em 60 segundos, um produtor elegerá um ternacionais, como Joanne Harris, Olivier Rolin, Germano Almeivinho, com o qual brindará ao tema da conversa”, da ou Mia Couto, mas também ganha asas do ponto de vista da explicou o vereador. atracção de públicos”, disse o vereador da Cultura de Viseu, Jorge No Solar do Vinho do Dão haverá ainda, em perSobrado. A quarta edição “significa para o festival literário a conmanência, um restaurante, um mercado de sabores quista de um selo de reputação cultural”, frisou. do Dão, uma livraria e um alfarrabista. Na opinião de Jorge Sobrado, “o Tinto no Branco é hoje um O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henrifestival literário incontornável no país e dos mais importantes ques, frisou que as várias iniciativas do festival liteda Península Ibérica”. rário “são momentos extremamente importante não Além de Joanne Harris, autora da obra “Chocolate”, dos présó de envolvimento da comunidade”, mas também mios Camões Germano Almeida (Cabo Verde) e Mia Couto (Mopara a criação de “um evento que é hoje também já çambique) e de Olivier Rolin, considerado um dos mais respeium destino”. tados escritores franceses da actualidade, o festival contará “Sabemos que muita gente já programa a sua vinda com outros nomes conhecidos. a Viseu para este fim de semana”, referiu. Jorge Sobrado exemplificou com o realizador António-Pedro O Tinto no Branco e os Vinhos de Inverno são orgaVasconcelos, o encenador Ricardo Pais, o poeta Daniel Jonas nizados pelo município e pela Viseu Marca e têm como e as escritoras Deana Barroqueiro e Filipa Melo, nomes que parceira a Comissão Vitivinícola Regional do Dão. “fazem um harmónio de literatura, de património, de criatividade que coloca o Tinto no Branco como um festival incontornável e maduro no cartaz dos eventos literários do país”. Segundo o também director da Viseu Marca, este ano, os debates “elegem a relação da literatura com outros géneros narrativos e com outros patrimónios”, como o cinema, o teatro e a gastronomia. No Solar do Vinho do Dão haverá também música, com os concertos de Dead Combo e de Luís Severo, e um conjunto de performances literárias. Jorge Sobrado aponwww.gazetarural.com

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No dia 22 de Novembro, na ESTGV de Viseu

“Celebrar e Experienciar o Dão” é tema do II Seminário de Enoturismo

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auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV) vai ser o palco do II Seminário de Enoturismo do Dão, a 22 de Novembro, pelas 14 horas. “Celebrar e Experienciar o Dão” é o tema deste encontro, organizado pelos alunos do 2.º ano do Curso Técnico Superior Profissional em Enoturismo daquela escola superior do Politécnico de Viseu. A iniciativa tem como principal objectivo promover a região do Dão, tendo para o efeito sido seleccionadas temáticas que permitam celebrar esta conceituada região vitivinícola, que comemora este ano 110 anos como Região Demarcada. “Não poderíamos celebrar o Dão sem abordar os eventos e demais actividades de animação levadas a cabo por diferentes players do sector”, refere a organização do evento. O programa conta com vários especialistas nestas áreas, designadamente o director da Viseu Marca, Jorge Sobrado; Luís Amaral, da Santacastta; Lídia Carvalho, da Casa da Ínsua; e Sofia Mesquita, do departamento de Enoturismo da Caminhos Cruzados. No decorrer do seminário haverá algumas surpresas e um momento cultural dinamizado por Gi da Conceição, directora artística da Companhia de Teatro Perro. O seminário encerra com uma celebração com sabores do Dão.

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Estudo revela que “há muitas marcas e fracas”

Portugueses consomem mais vinho no decorrer da refeição

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m estudo sobre o sector do vinho concluiu que em Portugal se mento de consumidores de nível elevado e com consome, na maioria das vezes, acompanhado e principalmente um poder de compra alto, “há poucas marcas no decorrer da refeição, havendo, entre os jovens, disponibilidade com força suficiente para serem reconhecidas para socializar com vinho fora deste período. pelo público-alvo”. O estudo “Hábitos de consumo de vinho” foi realizado no âmbito Ramiro Martins referiu que “no mercado do vido Projecto CV3 -- Criação de Valor na Vinha e no Vinho, uma inicianho em Portugal há uma confusão enorme quantiva da AESE Business School, uma escola de negócios portuguesa, to às marcas” e que “as pessoas confundem com em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro muita frequência as marcas com regiões, com (UTAD), em Vila Real, e é apresentado oficialmente na terça-feira, castas ou com empresas”. em Lisboa. A proliferação de marcas em todas as regiões O inquérito, no qual participaram 197 antigos alunos da AESE, vinícolas portuguesas é vista como a grande resvisou compreender as motivações, o comportamento e tomada de ponsável pela confusão existente. “Consideramos decisão do consumidor, aquando da compra e consumo de vinho. que a geração de marcas robustas deve ser uma O questionário de 57 perguntas permitiu concluir que o consuprioridade para o sector. Hoje há muitas marcas e mo de vinho envolve sociabilização à refeição e que o seu consufracas. Deve trabalhar-se para que no futuro haja mo sem socialização é reduzido. É uma bebida que se consome menos, mas mais fortes”, afirmou Ramiro Martins. na maioria das vezes acompanhado e principalmente no decorAs cinco marcas de vinhos preferidas dos inquirirer da refeição, realizando-se com maior frequência em casal, dos são o Esporão, o Papa Figos, o Duas Quintas, o em família ou com amigos. Cartuxa e o Barca Velha. “A maioria dos empresários e gestores inquiridos não conceÀ questão sobre o conhecimento na área do vinho, be beber fora das refeições, da mesma maneira que nesses apenas 4,67% dos inquiridos disse ser muito bom comomentos não admite trocar o vinho por outras bebidas alcoónhecedor e 2,67% reconheceu não ter qualquer colicas”, afirmou, em comunicado, Ramiro Martins, professor na nhecimento. AESE e responsável pela empresa de estudos de mercado que Os inquiridos são gestores e donos de empresas, realizou o inquérito, a “the Mediatheque”. na sua maioria homens (73,91%), do distrito de Lisboa No entanto, segundo o responsável, “os quadros mais novos (81,25%) e possuem maioritariamente idades commostram bastante disponibilidade para socializar com vinho preendidas entre os 37 e os 57 anos. fora das refeições, o que é uma excelente oportunidade de O Projecto CV3 tem como objectivo estimular as exnegócio que deve ser explorada” pelas empresas do sector. portações de vinho português, contribuindo para o auA investigação mostrou ainda que o valor médio gasto demento da competitividade das empresas nacionais no pende do local que se frequenta e que os inquiridos estão dismercado global. postos a gastar uma média de valores que chega a ser 2,5 ve“Esta é uma forma de o mundo académico contribuir zes superior àquele que gastaria para um consumo em casa. para potenciar a riqueza do sector do vinho em Portugal”, Bebidas como a cerveja ou a sangria surgiram com valosublinhou, por sua vez, José Ramalho Fontes, presidente res elevados como alternativas ao vinho, apesar da maioria da AESE e um dos mentores do projecto. ter respondido que este não poderia ser substituído. Aderiram ao projecto a Associação para o DesenvolviAs regiões vinícolas com mais notoriedade são as do mento da Viticultura Duriense (ADVID), o Instituto NacioDouro, do Alentejo, do Dão e Península de Setúbal. nal de Investigação e Agrária e Veterinária (INIAV) e a PriUma outra conclusão do estudo é que, mesmo num segcewaterhouseCoopers (PwC).

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Com sede em Valpaços

Associação de Lagares Rupestres nasceu para impulsionar candidatura à UNESCO

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Associação Portuguesa dos Lagares RuE é, explicou, para “valorizar e promover” este património que foi pestres (LARUP) foi formalmente constituícriada a Associação Portuguesa dos Lagares Rupestres, que terá da em Valpaços, para impulsionar a candidatura sede na cidade de Valpaços e juntará várias entidades portuguesas a Património da Humanidade destas estruturas e espanholas. escavadas na rocha que antigamente serviam O presidente referiu que o objectivo da LARUP é “impulsionar” a para produzir o vinho. candidatura dos lagares rupestres a Património Mundial da UNESOs lagares escavados na rocha estão entre os CO. “Vamos ver até que ponto merece o papel de destaque. Quevestígios mais antigos associados ao cultivo da viremos ter uma associação forte, capaz de promover todo esse tranha no Douro e em Trás-os-Montes e há investigabalho e aí sim, apresentarmos a candidatura. Estes lagares são de dores que acreditam que, neste território, a produuma beleza incalculável”, sublinhou. ção de vinho pode remontar à época pré-histórica. A nível local, referiu, está também a ser criado um roteiro pelos Foram, no entanto, os romanos que incrementaram lagares escavados na rocha, alguns dos quais se encontram em o gosto pelo consumo do vinho. propriedade privada, pelo que o trabalho está a ser desenvolvido O presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Alem conjunto com os proprietários. meida, disse que é neste concelho do distrito de Vila Amílcar Almeida referiu que todo este projeto visa a promoção Real que existe a “maior concentração” de lagares do vinho produzido no concelho, do seu património histórico e rupestres da Península Ibérica. O autarca referiu que, do turismo, para atrair cada vez mais visitantes ao concelho nos últimos anos, têm sido descobertos lagares que transmontano. se encontravam “como que perdidos, ao abandono”. No acto formal da subscrição de escritura da LARUP estiO investigador Adérito Medeiros Freitas identificou, veram presentes autarquias, universidades, associações e neste município, mais de uma centena destes lagares pessoas a título individual. A iniciativa incluiu uma prova de escavados em maciços graníticos, um trabalho de vávinhos, uma degustação de produtos locais e um magusto. rios anos que impulsionou a publicação de três livros O evento encerrou com a inauguração de uma exposição fosobre o tema. tográfica de lagares rupestres do concelho de Valpaços e a Mais recentemente a câmara contratou um arqueóloprojecção dum filme que abordou o tema vinho. go para estudar o “passado histórico” do concelho, um passado que realça a produção de vinho que ainda hoje possui uma “grande relevância” para a economia do município. “É uma riqueza incalculável que o concelho de Valpaços tem”, afirmou Amílcar Almeida. www.gazetarural.com

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Adiantou o ministro Capoulas Santos

Estatuto da pequena agricultura familiar vai entrar em vigor

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estatuto da pequena agricultura familiar vai entrar em vigor. cessão de incentivos e conferir à agricultura A informação foi prestada pelo ministro da Agricultura, Flofamiliar “um valor estratégico, a ter em conta, restas e Desenvolvimento Rural durante uma audição parlamentar designadamente nas prioridades das políticas conjunta com a Comissão de Agricultura e Mar e a Comissão de agrícolas nacional e europeia”. Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. O título atribuído ao pequeno agricultor permiSegundo o ministro da Agricultura, os pequenos agricultores – te também aceder a um regime simplificado em com rendimento anual inferior a 25 mil euros, que recebem menos matéria de licenciamento das unidades de prode cinco mil euros de apoios e que têm uma mão-de-obra famidução, aos mercados e aos consumidores, assim liar superior à contratada – vão receber um certificado que lhes como a um regime específico de contratação púvai conferir alguns benefícios. “A partir daí o pequeno agricultor blica para fornecimento de proximidade de bens terá acesso prioritário a benefícios como a redução de impostos agro-alimentares. e facilidades no âmbito do PDR [Programa de Desenvolvimento Permite ainda ter acesso a um regime de recoRural]”, acrescentou. nhecimento das organizações de produtores, as liCapoulas Santos sublinhou ainda que algumas medidas do nhas de crédito e a um “procedimento especial simestatuto em causa já estão em vigor, enquanto outras se enplificado e de custos reduzidos relativo ao registo de contram dependentes de ministérios como o da Segurança Soprimeira inscrição de aquisição, de reconhecimento cial, das Finanças ou do Ambiente. “Há 40 anos que o estatuto da propriedade ou de mera posse de prédios rústiaguardava a luz do dia. Este vai permitir quantificar estes agricos”. cultores. No entanto, o título só é atribuído a quem o requerer”, Por último, o estatuto confere a possibilidade de vincou. Para o ministro da Agricultura, “a discriminação posiaceder a apoios específicos de formação, a benefítiva da pequena agricultura familiar, que está essencialmente cios na utilização de gasóleo colorido ou marcado, a nos territórios do interior, terá deste Governo uma atenção condições “mais favoráveis” em matéria de seguros que no passado nunca teve”. agrícolas, a um incentivo à gestão eficiente de custos Em 7 de Agosto, o Governo consagrou o estatuto da agrie à utilização de energias renováveis, ao regime fiscal cultura familiar, que esteve em consulta pública entre Dee da segurança social adequado à agricultura familiar, zembro de 2017 e Janeiro de 2018, segundo um decreto-lei a acções desenvolvidas pelos centros de competências publicado em Diário da República. e a serviços destinados à agricultura familiar através O estatuto em causa visa “reconhecer e distinguir a espedo espaço cidadão. Segundo o diploma, na sequência da cificidade da agricultura familiar” nas dimensões económiconsagração do estatuto, foi criada a Comissão Nacional ca, territorial, social e ambiental, promover políticas públipara a Agricultura Familiar (CNAF). cas para o extracto socioprofissional em causa, bem como valorizar a produção local e melhorar os respectivos meios de comercialização. Adicionalmente, o estatuto da agricultura familiar prevê a promoção da agricultura sustentável, contribuir para a desertificação do interior, promover equidade na con-

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UM CAMINHO A PENSAR NO FUTURO POR QUEM MELHOR CONHECE O DÃO

BY CARLOS SILVA AB Winemaker

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Tem sede na antiga escola primária de Carrazedo de Montenegro

Agrifuturo nasceu para valorizar a castanha em Valpaços

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Associação Agrifuturo foi criada para valorizar o sector da castanha em Valpaços, fornecer apoio técnico aos produtores para enfrentarem as pragas e doenças e servir de elo entre proprietários e trabalhadores. A Associação de Agricultores para Valorizar o Futuro (Agrifuturo) vai ter sede numa antiga escola primária de Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, onde a principal fonte de rendimento é a castanha. Lino Sampaio é um dos responsáveis pela nova organização e afirmou que o objectivo “é valorizar o sector da castanha”. Segundo dados da Câmara de Valpaços, no concelho existem cerca de 2.000 produtores de castanha, espalhados por 18 localidades da zona da Terra Fria, e o volume de negócios anual representa cerca de 50 milhões de euros. Lino Sampaio disse que é preciso tratar o souto “como um pomar”, ou seja, de uma forma cada vez mais profissional e “deixar na gaveta o que se fazia há 20 anos”. O produtor defendeu a aplicação de novas práticas porque o “clima mudou” e o “clima todos os anos prega algumas partidas” às quais é “preciso responder o mais rapidamente possível”. O castanheiro tem sido vítima de doenças e pragas, que matam a árvore e levam a quebras de produção. Primeiro foi a doença da tinta e o cancro do castanheiro, depois a vespa das galhas do castanheiro, a septoriose, um fungo que atinge a folha e o pedúnculo do ouriço, provocando a sua queda precoce, e também uma praga conhecida como “escaravelho” do castanheiro que seca a árvore e destrói a produção. Foi para colmatar a “falta de informação” e levar o apoio técnico a todos os produtores, desde os maiores aos mais pequenos, desde os mais jovens aos mais idosos, que foi criada a Agrifuturo. A intenção é dotar todos das ferramentas necessárias para combater as doenças, prevenir e tirar o maior rendimento possível do souto. “Temos que ter a percepção que se todos juntos tivermos melhores castanhas vamos todos, um dia, tirar mais dividendos. Temos que ser todos e para sermos todos a mensagem tem que passar e chegar a quem não está tão informado”, salientou. A apanha da castanha é ainda feita, na maior parte dos casos, à mão e requer muitos trabalhadores. No entanto, segundo Lino Sampaio, verifica-se um problema de falta de mão de obra e, por isso, a Agrifuturo quer ser “facilitadora”, um “elo” entre quem quer trabalhar e quem precisa de trabalhadores. “É uma população cada vez mais envelhecida e, apesar dos valores diários que se pagam serem apelativos, não temos quem faça esse trabalho”, frisou. Lino Sampaio defendeu ainda que é preciso “acrescentar valor” à castanha, apostando cada vez mais na transformação deste produto, o que não acontece neste momento. Nesse sentido elencou o exemplo da cerveja artesanal de castanha “Judia”, um projecto que disse estar a ter boa aceitação no mercado e que permitirá “falar de castanha o ano inteiro”. “O caminho é este, transformar cada vez mais a nível local para criar valor. Temos o diamante e temos que o saber limar, e são estes pequenos projectos que nos permitem criar mais valor e dar mais valor à região e ao nosso produto, a castanha judia”, afirmou. O produtor possui cerca de 4.000 castanheiros, espalhados por 40 hectares. Este será, segundo referiu, mais um ano de quebra de produção na região.

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Na XXII Feira da Castanha Judia

Milhares de pessoas passaram por Carrazedo de Montenegro

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tempo não impediu que milhares de pessoas passassem por de Carrazedo de Montenegro será realizada Carrazedo de Montenegro, durante a Feira da Castanha Judia, dias 8, 9 e 10 de Novembro. que contou com cerca de uma centena de Nesta edição, adiantou António Costa, “venexpositores, onde se poderia encontrar a castanha, a rainha da deu-se muita castanha, e de muita qualidade”, festa, mas também outros produtos da terra, como o folar, mel, vireferiu o autarca, salientando que “passaram nho, azeite, licores, frutos secos, compotas e o artesanato regional. pela Feira milhares de pessoas”, muitos vindos O certame, que cumpriu este ano 22 edições, cresceu, mas manem excursões de outros pontos do nosso país, teve o objectivo, que é promover a castanha e outros produtos da como o Porto, o Minho, Bragança, e também de terra, sendo uma montra para produtores e empresas. “É uma auEspanha. têntica manifestação cultural das terras de Montenegro que, ape“O que as pessoas nos dizem é que vale semsar da longevidade, continua a crescer”, refere a organização. pre a pena visitar esta feira”, mas também os O Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Meexpositores ficam satisfeitos, pois “no último dia deiros Vieira, “um filho da terra”, como lhe chamou o presidente alguns esgotaram a meio da tarde os produtos que da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, presidiu à sessão de tinham para venda”, referiu António Costa. abertura. Recorde-se que o governante é natural deste concelho A XXII Feira da Castanha Judia de Carrazedo de transmontano. Montenegro teve a organização conjunta da CâmaMuito concorridos foram ainda os momentos do Concurso da ra de Valpaços e da Junta de Freguesia de CarrazeCastanha de Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padredo de Montenegro e Curros com o apoio de EHATB la e a abertura do Bolo de Castanha de 600 KG. Grande dinami– Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega zadora do tecido empresarial local, a castanha conseguiu, ao e Barroso, EIM, SA. longo dos anos, passar de produto subvalorizado para um dos mais procurados no mercado, atingindo preços compensadores para os produtores. A castanha é responsável igualmente pela visibilidade que Carrazedo de Montenegro e a região alcançaram, sendo a vila conhecida como a Capital da Castanha. Em torno deste fruto, cuja importância económica é inquestionável para as gentes das Terras de Montenegro a XXII Feira da Castanha Judia preencheu-se com as cores de Outono, numa iniciativa da Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros, com o apoio da Câmara Municipal de Valpaços e EHATB, Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso, EIM, SA. Já há data para 2019 No balanço “muito positivo” ao certame, o presidente da Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros já adiantou as datas para 2019. A Feira da Castanha Judia www.gazetarural.com

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Provável aumento das plantações no Norte

Alterações climáticas vão tornar cultivo do eucalipto impraticável a sul do Tejo

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s alterações climáticas poderão tornar o cultivo do eucalipuma redução para 55% do território onde há boa to “virtualmente impraticável” no Sul e em algumas zonas do capacidade de cultivo do eucalipto atualmente. Centro, o que poderá levar a um aumento das plantações no Norte No entanto, nos dois cenários usados para as e a um consequente conflito com áreas protegidas, concluiu um projeções, haverá um aumento da capacidade de estudo. cultivo de eucalipto no noroeste e norte da penínSegundo as projeções do estudo, em particular no pior cenário sula, até ao Mar Cantábrico. possível de alterações climáticas, “o cultivo de eucalipto será virPara além de um impacto negativo no cultivo de tualmente impraticável na metade Sul do país”, disse Ernesto de eucalipto a Sul, as alterações climáticas deverão Deus, investigador do Centro de Ecologia Aplicada da Universidaimplicar um aumento das plantações a Norte, que de de Lisboa e um dos autores do artigo científico que conta com deve ser acompanhada por uma migração forçada a participação de cientistas de instituições de Coimbra, Porto e de várias espécies animais e vegetais. Madrid. Estas possíveis dinâmicas projetadas pelo estudo Num momento em que o Painel Intergovernamental sobre as reforçam também a necessidade “de criação de noAlterações Climáticas refere que o mundo está atualmente no vas áreas protegidas nas regiões a norte” do país, trajeto do pior cenário, o estudo procurou perceber os impacrealça Ernesto de Deus. tos das alterações climáticas nas plantações de eucaliptos e os Face a estas previsões – aumento de produtividapossíveis conflitos futuros com áreas inscritas na Rede Natura de do eucalipto a norte e migração de espécies para 2000 na Península Ibérica. essa região – as análises dos investigadores indicam No pior cenário, para além do sul do país, também parte do que os conflitos entre plantações e áreas de elevada distrito de Castelo Branco e da zona do Médio Tejo poderá perbiodiversidade vão aumentar em algumas regiões, noder a capacidade para o cultivo do eucalipto face às alterameadamente no Norte, por forma a suster uma possíções climáticas no espaço de 30 anos. Quando as projeções vel quebra da exploração de eucalipto a Sul. são calculadas até 2070, a área propícia para o cultivo desta No entanto, há várias incertezas, nomeadamente espécie reduz-se ainda mais na zona sul da região Centro. “as políticas florestais e ambientais, as dinâmicas dos “A confirmarem-se as nossas projeções, várias regiões mercados, a utilização de outras espécies florestais (inonde atualmente as plantações proliferam tornar-se-ão poucluindo outras espécies de eucalipto) e até os avanços co aptas para o cultivo desta espécie. Colocamos a hipótese na manipulação genética da espécie. Qualquer um desdestas plantações serem abandonadas, à semelhança do tes pontos pode melhorar ou agravar o problema”, acresque vemos com frequência por todo o país. No entanto, a centa o investigador. espécie de eucalipto utilizada em Portugal resiste a uma Quanto aos conflitos com zonas inscritas na Rede Nagrande amplitude de condições ambientais e, portanto, é tura 2000, o estudo sublinha que as áreas de eucaliptal possível que, apesar de fraca produtividade, os indivíduos aumentaram em alguns sítios protegidos por este instrudesta espécie sobrevivam”, sublinha Ernesto de Deus. mento, bem como na envolvente dessas zonas, de acordo No estudo publicado no Journal For Nature Conservacom dados até 2007 (não há registo da última década). tion, os investigadores notam que, em 2070, espera-se “Neste estudo confirmámos que muitos sítios da Rede

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Natura 2000 já acolhiam eucaliptais quando foram criados, embora a uma pequena escala como seria de esperar. No entanto, e apesar de termos analisado uma pequena amostragem de sítios Natura 2000, verificámos que a área de eucaliptal aumentou nalguns sítios após a sua designação enquanto áreas protegidas”, salienta Ernesto de Deus, referindo que uma incógnita é saber se esse aumento teve origem em novas plantações ou a partir de plantações existentes. No estudo, foram identificados 77 sítios da Rede Natura 2000 com área ocupada por eucaliptal, sendo que dois dos casos mais graves são o Sítio de Monchique (com mais de 25 mil hectares de eucaliptal – um terço da área) e o Sítio de Valongo (com metade da área ocupada por eucaliptos). Para além da presença das espécies nas áreas protegidas, o estudo concluiu também que, entre 1990 e 2007, a área ocupada por eucalipto aumentou 48% na envolvente (a menos de um quilómetro) dos sítios da Rede Natura 2000. “A envolvência destas áreas protegidas tem sido claramente negligenciada. Não podemos encará-las como ilhas de biodiversidade. São e devem ser sistemas abertos, mas estão vulneráveis a riscos externos. As plantações de eucalipto em redor dos sítios poderão ter impactos como o aumento do risco de incêndio; a invasão de áreas vulneráveis; homogeneização da paisagem e redução da biodiversidade; fragmentação de habitats e limitação do movimento das espécies; alterações nos processos hidrológicos”, disse. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), questionado sobre ao ssunto, referiu que com a entrada em vigor do Regime Jurídico Aplicável às Ações de Arborização e Rearborização (RJAAR) passou a ser possível “o controlo, a avaliação e a monitorização das ações de arborização e de rearborização com espécies florestais”. No entanto, refere que não tem informação sobre possíveis pareceres positivos que o ICNF tenha dado para plantação de eucaliptos em sítios rede Natura 2000. Na

resposta não esclarece quantas acções de fiscalização é que ocorreram em sítios da rede Natura 2000 nos últimos cinco anos. O ICNF afirma apenas que foram levantados 2.091 processos de contraordenação a nível nacional, não sendo possível apurar quantos desses processos se inseriam em rede Natura 2000. “De referir que a larga maioria de processos de contraordenação levantados no âmbito do RJAAR dizem respeito essencialmente à realização de ações de rearborização sem autorização prévia”, sublinha.

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Referiu Miguel Freitas, em Idanha-a-Nova

Portugal importa 50% dos produtos biológicos que consome

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secretário de Estado das Florestas e do como é que podemos dar este passo da lógica do apoio à produção Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, afirpara a lógica da geração de valor através do mercado. Esse é um mou que Portugal importa 50% do que se consopasso muito importante que estamos a fazer”, disse. me em matéria de agricultura biológica, apesar Explicou ainda que o valor anual para o apoio das agro-ambiendos 270 mil hectares que o país tem dedicados a tais é de cerca de 26 milhões de euros, 19 milhões dos quais para este sector. a manutenção dos sistemas e o restante para reconversão dos “Estamos a importar cerca de 50% de tudo aquisistemas convencionais em agricultura biológica. lo que consumimos em matéria de agricultura bioO secretário de Estado disse que há um plano de acção que lógica. É tempo de perceber que o mercado está está a ser executado e que tem a dimensão de apoio à produansioso de ter este tipo de produção e a indústria ção, de perspectiva de mercado e de formação e capacitação também percebeu que tem aqui um nicho”, explicou dos agentes. “São as três dimensões que esta estratégia e este Miguel Freitas. plano de acção têm”, sustentou. O governante que se deslocou a Idanha-a-Nova Miguel Freitas adiantou que já foi criado um centro de compara participar numa sessão pública sobre a Estrapetências de agricultura biológica, onde estão os parceiros da tégia Nacional para a Agricultura Biológica, adiantou agricultura biológica envolvidos e cuja sede é em Serpa, envolque o tempo é de discussão, visto que se aproxima o vendo vários municípios, universidades e aqueles que são os próximo programa comunitário 2020-2027, e esta é agentes principais do centro de competências, nomeadamente uma das questões que precisa de ser reflectida. a Agrobio. “Nós temos neste momento 270 mil hectares de agricultora biológica. O apoio à agricultura foi importante, essencialmente no apoio a sistemas de produção agrícola, nomeadamente pastagens e forragens, onde temos cerca de 200 mil hectares, no olival 30 mil e nas frutas e legumes cinco mil”, frisou. Contudo, sublinhou que há uma mudança que tem que ser feita, isto é, passar da lógica do apoio ao sistema para a lógica da produção para o mercado, o que implica a certificação de produtos para o mercado. “Na verdade, com estes 270 mil hectares, nós ainda não somos capazes de ter muitos produtos de agricultura biológica no mercado. E, portanto, é esse o resultado que esperamos e vamos reflectir com os agentes do sector

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Aponta o presidente da presidente da Federação Nacional de Regantes de Portugal

Futuro do regadio implica garantia de água e modernização de blocos de rega

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presidente da Federação Nacional de Regantes de Portugal os consumos médios de água por hectare baixa(Fenareg) defendeu que o regadio é “fundamental” para a ram “para 1/3” desde os anos 60 do século XX agricultura e o seu futuro implica garantia de armazenamento de até hoje, observou. água e modernização de blocos de rega. A evolução “tem sido feita recorrendo aos no“O regadio é fundamental para a agricultura”, afirmou José Núnvos sistemas de rega”, afirmou, referindo que em cio, frisando que “mais de metade” das explorações agrícolas em Portugal há tecnologias de rega “de ponta e do Portugal usa regadio e “um hectare de regadio produz seis vezes mais eficiente”, mas “às vezes” os agricultores mais do que um hectare de sequeiro”. não têm “capacidade de investimento” para subsAo permitir produzir seis vezes mais, o regadio “irá garantir a tituir equipamentos. viabilidade das explorações agrícolas” e, por isso, “é o modelo” e Por isso, defendeu, é preciso “dar condições aos “há que criar condições” para o “rentabilizar”, sublinhou. agricultores para que possam substituir os equipaSegundo José Núncio, devido às alterações climáticas, os fementos de rega, que começam a estar obsoletos, nómenos de seca e de excesso de água “irão ser cada vez mais porque há novas tecnologias”. sequentes e mais extremos”. Por isso, “um dos pontos fundaJosé Núncio falava a propósito das XI Jornadas Fementais” para o futuro do regadio em Portugal será “garantir nareg - Encontro Regadio 2018, que decorreram na a capacidade de armazenamento de água” aproveitando fenóaldeia de Montes Velhos, no concelho de Aljustrel, menos de excesso de água e “para fazer face a necessidades” distrito de Beja. decorrentes de fenómenos de seca. Nas jornadas, a Fenareg apresentou um estudo que A garantia de armazenamento de água passa “seguramenencomendou e está a ser elaborado por uma sociedate” pela construção de mais barragens, afirmou, referindo que de de estudos com vista a definir objectivos e proposhá regiões com capacidade de armazenamento “relativamentas para o desenvolvimento de uma estratégia naciote bem construída”, como o Alentejo, onde “os grandes resernal para o regadio até 2050. vatórios estão concluídos”. As propostas do estudo, que deverá estar concluído No entanto, há outras regiões, como o Vale do Tejo, onde é no primeiro trimestre de 2019, serão “um contributo” preciso “rever seguramente” a construção de “mais reservapara o desenvolvimento de uma estratégia nacional e tórios” para “garantir a viabilidade da agricultura”. poderão servir de “orientação” para políticas públicas Por outro lado, será necessária “a modernização de blode regadio para o período 2020-2050, explicou. cos de rega e regadios existentes”, disse, lembrando que “a grande maioria dos regadios em Portugal tem mais de 60 anos e necessita de ser reabilitada e modernizada para responder aos desafios actuais de objectivos de eficiência e de eficácia da distribuição de água”. “Grande parte do trabalho já foi feita e tem sido notável a evolução da agricultura de regadio em Portugal”, onde www.gazetarural.com

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De 19 de Novembro a 21 de Dezembro

UTAD mostra aos mais novos os encantos da Meseta Ibérica

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai proporcionar ao público, em especial aos alunos das escolas da região, uma exposição inovadora, entre 19 de Novembro e 21 de Dezembro, sobre a Paisagem da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica, um espaço territorial pertencente a 87 municípios da fronteira do Nordeste Transmontano e das províncias de Zamora e Salamanca. Trata-se de um projecto INTERREG, designado “Red de paisajes rurales en la frontera del duero: un mapa estratégico de la Meseta Ibérica”, desenvolvido pela UTAD, em parceria com a Universidade de Valladolid, o Instituto Politécnico de Bragança e a Fundación Património Natural de Castilla y Leon. O seu objectivo geral é promover a eco-eficiência dos recursos paisagísticos culturais e patrimoniais, bem como a protecção dos agro-ecossistemas no contexto da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica. Tendo como foco o público mais jovem, foi criada uma exposição itinerante sobre a Paisagem da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica que percorrerá, até final de 2018 vários locais na região transfronteiriça e que integra, para além dos conteúdos expositivos, elementos multimédia e um jogo interactivo - Jogo do Ganso Paisagem da Meseta Ibérica – que estará disponível nas versões em tabuleiro, para disponibilizar aos visitantes, e em tela gigante para ser jogado no local. Este jogo, tradicional, apresenta um contexto alusivo à paisagem da Meseta Ibérica, oferecendo uma cartografia simbólica para descobrir em cada partida o imaginário colectivo do território rural, dado que as diferentes casas do tabuleiro do jogo do Ganso reve-

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lam a fauna, flora, tradições e costumes, paisagem natural, paisagem cultural e património do território da Meseta Ibérica. A exposição estará aberta ao público na sala de exposições da Reitoria da UTAD e tem como principal público-alvo as turmas do 1º ciclo do ensino básico. Dado o alinhamento da temática da exposição com o programa de Estudo do Meio, nomeadamente na componente de descoberta das inter-relações entre a Natureza e a Sociedade, dar-se-á preferência a turmas dos 3º e 4º anos do 1º ciclo do ensino básico. Estima-se uma duração máxima da visita de 2 horas.


Evento i-Danha Food Lab decorreu em Monsanto

Idanha reuniu 75 startups “verdes” e afirma-se como Capital da Sustentabilidade produção de “inovação tecnológica, empreendedorismo e desenvolvimento sustentável para juntos construirmos um mundo melhor, a partir das áreas rurais e das suas oportunidades a nível ambiental, cultural e económico”. O autarca realçou que “hoje em dia, é possível trabalhar para o mundo a partir de territórios como Idanha, através da ligação que as novas tecnologias possibilitam e dos desafios que o ambiente, a saúde e a qualidade mundo da tecnologia, da inovação e alimentar exigem”. do desenvolvimento sustentável esA abertura do i-Danha Food Lab foi presidida pelo Secretário de Estateve reunido durante três dias em Monsando da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, que to, a Aldeia mais Portuguesa, naquele que apontou Idanha-a-Nova como um “exemplo extraordinário de criatividade já é baptizado de “Web Summit Verde”. e capacidade de vencer”, afirmando-se “fascinado” pela capacidade do O evento i-Danha Food Lab, a primeiterritório de “gerar riqueza, de gerar conhecimento e de gerar futuro a ra aceleradora verde da Península Ibérica, partir dos seus recursos”. transformou esta aldeia histórica do conce“O mundo rural pode contribuir para o desenvolvimento da ciência e lho de Idanha-a-Nova no destino de 75 starda tecnologia e Idanha é um exemplo daquilo que deve ser uma evotups e 200 participantes internacionais, enlução positiva na agricultura, na economia e nas condições de vida”, tre empresas, investidores, empreendedores acrescentou o governante durante o evento. e investigadores nas áreas da alimentação, A parceria entre a Câmara de Idanha-a-Nova e a prestigiada aceleda sustentabilidade e da economia verde. radora BGI é determinante para o sucesso deste projeto. O director Os participantes chegaram via “comboio executivo da BGI, Gonçalo Amorim, considera que “a riqueza imensa verde”, com partida em Santa Apolónia, Lisde Idanha e o alinhamento de vontades gera uma energia contagiante boa, oriundos de países como a Itália, Suécia, que faz com que as ideias se multipliquem durante três dias e perEstados Unidos, Holanda, Croácia, Turquia ou durem daí em diante”. “O movimento está criado, as pessoas estão Austrália, numa viagem de networking que dá ligadas e os primeiros frutos já apareceram, com várias startups a início ao encontro organizado pelo Município de operar no concelho”, rematou. Idanha-a-Nova e a aceleradora Building Global Descrito por todos como um grande sucesso, o i-Danha Food Lab Innovators (BGI). foi uma das iniciativas que integrou o programa de animação do ciO presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, clo 12 em Rede - Aldeias em Festa, promovido pela associação AlArmindo Jacinto, lançou o desafio para a deias Históricas de Portugal.

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“LIVING RIVER” integra investigadores portugueses

Projecto internacional alerta para a necessidade de cuidar e proteger os cursos de água

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lertar a comunidade escolar e a sociedade para a necessidade de cuidar e proteger os cursos de água, não só pela sua inquestionável importância ambiental e ecológica, mas também pelo seu elevado valor histórico, social e cultural, é o objectivo do LIVING RIVER, projecto internacional inovador que integra uma equipa de investigadores do Centro de Ecologia Funcional (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Coordenado pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) o projecto é cofinanciado pelo programa ERASMUS+. Integra 4 países (Espanha, Portugal, Roménia e Turquia) e 7 parceiros. A primeira reunião da equipa internacional realizou-se o Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, para coor-

denação das actividades a desenvolver a curto e longo prazo. O LIVING RIVER pretende também reforçar as aptidões e competências da população de forma a promover iniciativas que contribuam para a melhoria das condições ambientais, ecológicas e sociais dos rios e ribeiros, usando recursos e ferramentas científicas para uma acção de ciência cidadã global informada. As actividades previstas no âmbito do projecto, que tem a duração de três anos, envolvem as comunidades escolares e a população em geral articuladas com a comunidade científica. www.gazetarural.com

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Entre os dias 24 de Novembro e 31 de Dezembro

Câmara de Sever do Vouga quer dinamizar comércio local com campanha de Natal

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om o objectivo de dinamizar o comércio tradicional, a Câmara de Sever do Vouga lança a terceira edição da campanha “PasAconselhamento agrícola e florestal articula melhorias e novas oportunidades saporte rumo ao Natal Tradicional”. Entre os dias 24 de Novembro e 31 de Dezembro, quem fizer compras nos estabelecimentos comerciais aderentes habilita-se a ganhar prémios. O balanço positivo das últimas edições levou a autarquia a manter a aposta na campanha, desenvolvida em parceria com o Grupo AMH Consulting. De acordo com a Câmara de Sever ACOS iniciou, recentemente, a prestação do Serviço de Acondo Vouga, além de contribuir para a dinamizaselhamento Agrícola e Florestal. Os associados beneficiam de ção do comércio, a iniciativa tem como objectivo mais um serviço técnico especializado com vista à melhoria das mostrar que Sever do Vouga possui uma vasta condições no desenvolvimento da sua atividade agrícola ou floresoferta de produtos e serviços. tal. A campanha irá funcionar nos mesmos moldes A ACOS – Agricultores do Sul é entidade Reconhecida pela Direque as edições anteriores, através do sistema de ção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) como preenchimento de cartões disponibilizados pelos entidade prestadora do Serviço de Aconselhamento Agrícola e Floestabelecimentos comerciais aderentes. Por cada restal. Este serviço, desenvolvido em parceria com a CAP - Con10 euros de compras, o consumidor terá direito a federação de Agricultores de Portugal, é gratuito e destina-se a uma vinheta. Com o passaporte completo (10 viagricultores no ativo e a Jovens Agricultores em instalação, com nhetas), poderá depositá-lo na tômbola que se enprojeto aprovado. No caso dos Jovens Agricultores este serviço contra na entrada do edifício da autarquia severenpode substituir a formação complementar obrigatória. se. O sorteio dos prémios será realizado no dia 7 de O novo Serviço consiste em fornecer orientações aos agriculJaneiro, pelas 11 horas, na Câmara Municipal. tores relativas aos requisitos exigidos no âmbito do PDR2020 de forma a estarem aptos a receber os apoios comunitários. O foco deste serviço é aconselhar, identificar e orientar na perspectiva da melhoria contínua de recursos e na proteção do ambiente. A ACOS integra nos seus quadros vários técnicos executores de aconselhamento agrícola e florestal. O Serviço de Aconselhamento Agrícola e Florestal integra as seguintes áreas temáticas: Condicionalidade; Segurança no trabalho; Práticas agrícolas benéficas para o clima e o ambiente; Manutenção da superfície agrícola; Medidas de proteção à qualidade da água; Utilização sustentável de produtos fitofarmacêuticos; Medidas ao nível da exploração agrícola ou florestal; Primeira instalação de jovens agricultores; Requisitos mínimos das medidas agroambientais; Plano de gestão florestal; Defesa da floresta; Certificação florestal; Conservação da natureza. A criação do Serviço de Aconselhamento Agrícola e Florestal é mais uma aposta da ACOS num serviço de proximidade ao agricultor, assegurando um esclarecimento integrado e articulado para um melhor cumprimento das normas aplicáveis às explorações agrícolas.

ACOS cria mais um serviço técnico de apoio aos sócios

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Crianças e jovens são os novos clientes

Termas de Portugal mantêm tendência de crescimento desde 2015

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s Termas de Portugal têm registado nos últimos anos uma tendência de crescimento do número de clientes, sobretudo entre crianças e jovens. Após um período de declínio, entre 2010 e 2014, desde o início de 2015 que se tem verificado um aumento do número de clientes que procuram os programas de saúde e bem-estar, de acordo com o secretário-geral da Associação das Termas de Portugal, João Pinto Barbosa. Embora não haja indicadores de taxas de ocupação, avançou o representante, o número total de tratamentos terapêuticos em 2017 foi de cerca de 1.300.000 nos 41 Revelou o presidente da Associação estabelecimentos termais que estão em funcionamento no país (no contido Produtores nente), além das Termas de Ferraria, nos Açores. No total, nas termas da Associação das Termas de Portugal (ATP), realizaram-se cerca de 420.000 dias de tratamentos e 90.000 dias de práticas de bem-estar termal. Dos tratamentos, as patologias mais tratadas foram as relacionadas com as doenças reumáticas e músculo-esqueléticas (50%), seguidas das patologias das vias respiratórias, com 30% da procura. Neste último caso, segundo os dados fornecidos à Lusa, cresceu o número de crianças e jovens que procuraram nos tratamentos termais a solução terapêutica para diversos tipos de alergias respiratórias, nomeadamente rinite, sinusite e asma, entre outras. De acordo com João Pinto Barbosa, no ano passado a associação registou uma facturação de 13 milhões de euros em consultas, tratamentos termais e práticas de bem-estar, mais 0,5% do que em 2016. Estes números reflectem apenas a actividade nos balneários termais e não incluem o restante leque de serviços turísticos das termas, maçã de Alcobaça registou este ano uma como hotelaria, restauração, outros serviços turísticos e dermocosquebra de 30 por cento na produção, demética, explicou o responsável. “Na globalidade, estimamos que o vido às elevadas temperaturas que reduziram a volume de negócios das Termas ATP em 2017 foi de 22 milhões de colheita a 40 milhões de toneladas do fruto com euros”, referiu João Pinto Barbosa. Indicação Geográfica Protegida (IGP). Quanto à caracterização dos utilizadores destes espaços, ao níDos 50 milhões de quilos que os produtores de vel de termalismo terapêutico, são “maioritariamente seniores, maçã de Alcobaça estimavam colher este ano, com idade superior a 65 anos”, mas o segmento que regista maior apenas foram produzidos “40 milhões de quilos, aumento da procura é o das crianças e dos jovens. Já em relação na maioria com calibres mais pequenos do que aos clientes de programas de bem-estar, são maioritariamente os habituais”, disse Jorge Soares, presidente da mais jovens, no escalão 45-55 anos, sendo que 90% dos clientes Associação do Produtores de Maçã de Alcobaça de termas são portugueses. As termas empregam cerca de 2.000 (APMA). A “quebra de 30 por cento” na produção pessoas, estimando o secretário-geral da ATP que o emprego inda maçã deveu-se “às elevadas temperaturas redirecto e induzido seja bastante superior. gistadas no Verão, que impediram a maçã de crescer”, explicou o mesmo responsável. Apesar da quebra, a APMA estima que a comercialização da maçã de Alcobaça movimente “entre 35 a 40 milhões de euros”, dos quais a maior tranche deverá corresponder ao mercado nacional, devendo a exportação “descer dos 27 por cento [na anterior campanha] para entre 10 a 15 por cento”. Inglaterra, Brasil, Irlanda, Emirados Árabes Unidos, Cabo Verde e Angola vão manter-se como os principais países para onde a maçã de Alcobaça será exportada, mas, pela primeira vez a maçã IGP “vai ser comercializada em Espanha”. Inicialmente foi reconhecida uma área geográfica abrangendo os concelhos de Alcobaça, Nazaré, Óbidos, Caldas das Rainha e Porto de Mós. Posteriormente, a área foi alargada a Batalha, Bombarral, Cadaval, Leiria, Lourinhã, Marinha Grande, Peniche, Rio Maior e Torres Vedras.

Maçã de Alcobaça com quebra de 30 por cento devido às altas temperaturas

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Última Hora Para prevenir problemas de memória

Investigadores de Coimbra descobrem vantagens de cogumelo

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ma dieta que inclua o cogumelo “Coriolus versicolor” estimula os neurónios e poderá contribuir para prevenir problemas de memória relacionados com o envelhecimento, segundo as conclusões de um estudo divulgado pela Universidade de Coimbra. Uma equipa de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de A 1 de Dezembro, em Fornos de Algodres Coimbra (iCBR) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) descobriu que o “Coriolus versicolor” aumenta a complexidade dos novos neurónios formados no hipocampo adulto, uma área do cérebro ligada à memória. “A nossa descoberta sugere que este cogumelo poderá contribuir para o fortalecimento da reserva neurogénica e possivelmente da ‘reserva cognitiva’” aponta Ana Cristina Rego, investigadora do CNC, docente da FMUC e corresponsável pela coordenação da investigação. Frederico Costa Pereira, investigador do iCBR, docente da FMUC e corresponsável por este estudo, acrescenta que “uma dieta que inclua este suplemento pode fazer parte de uma estratégia que favoreça o envelhecimento saudável, incluindo a prevenção de défices Confraria da Urtiga vai realizar no dia 1 cognitivos associados ao processo de neurodegenerescência”. Este de Dezembro a XIV edição do Passeio Miinvestigador avisa, contudo, “que mais estudos pré-clínicos terão cológico, dando, assim, continuidade a uma esde ser realizados”. tratégia de transformação do património natural Publicado na revista “Oncotarget”, o estudo foi realizado em do Município de Fornos de Algodres num produto murganhos (ratinhos) submetidos a uma dieta com a biomassa do turístico, focalizando o interesse no potencial ecocogumelo, tendo-se verificado um aumento significativo do tamalógico e socioeconómico dos cogumelos, ajudando nho e arborização das dendrites (prolongamentos dos neurónios a manter a integridade do ecossistema. que permitem que estes comuniquem entre si) de novos neuróO evento constitui uma excelente oportunidade nios formados no hipocampo adulto. para os participantes poderem observar, identifiO estudo teve como primeiras co-autoras Elisabete Ferreiro car e alargar o seu conhecimento sobre inúmeras (investigadora do CNC) e Inês Pita (investigadora do iCBR) e enespécies de cogumelos no seu habitat, com o apoio volveu ainda Sandra Mota (do CNC), Carlos Fontes-Ribeiro (do de reconhecidos guias especialistas em Micologia. iCBR) e Nuno Ferreira (da Faculdade de Farmácia da UniversiA edição deste ano conta com a participação de dade de Coimbra). Àngel Torrent e Miquel À. Pérez de Gregório, espeDurou cerca de 18 meses e contou com o patrocínio da Mycialistas representantes da Associação Micológica cology Research Laboratories (www.mycologyresearch.com), Joaquim Codina, de Girona, Espanha, que acompaempresa britânica focada em produtos de nutrição baseados nharão os participantes durante a saída de campo, em cogumelos, que mantém colaborações com várias univerabordando, durante o período da tarde, o tema das sidades portuguesas. intoxicações por cogumelos, dando a conhecer Olot - a O grupo de investigação contou ainda com a colaboração da capital do vulcanismo, e os cogumelos que aí prolifeFaculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, da Faram. culdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, Ao início e no final da manhã haverá lugar para os do Achucarro - Centro Basco de Neurociência (Espanha) e do prazeres da mesa, onde o cogumelo mais apreciado da Departamento de Ciências Biomédicas e Biotecnológicas da região (boleto) e outros ingredientes de excelência se Escola de Medicina da Universidade de Catania (Itália). transformarão em iguarias gastronómicas, pelas mãos William Ahern, diretor-geral da Aneid Produtos Farmacêudo Chef António Santos. Uma espécie de teatro gastroticos, que representa a farmacêutica britânica em Portugal, nómico acompanhará a refeição, dando a conhecer a “mostra-se optimista com os resultados”, sublinhando que importância que os fungos tiveram na Restauração de “mais investigação básica (a nível laboratorial) e clínica Portugal como país soberano, há 378 anos atrás (a 1 de terá de ser efectuada para demonstrar um aumento da Dezembro de 1640). ‘reserva cognitiva’”, segundo uma nota da Universidade de Coimbra.

Confraria da Urtiga promove Passeio Micológico

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Entre os dias 16 e 18 de Novembro

Feira Nacional do Mel e Fórum de Apicultura em Castelo Branco

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astelo Branco vai acolher entre os dias 16 e 18 de Novembro, o maior evento nacional dedicado ao sector apícola, com a realização em simultâneo da XIX edição do Fórum Nacional de Apicultura e da XVII Feira Nacional do Mel. Vão ser abordados diferentes temas como o impacto que as alterações climáticas têm na apicultura portuguesa, os incêndios florestais e o seu impacto na flora apícola autóctone, ou a importância da apicultura familiar na economia regional. A XVII Feira Nacional do Mel, este ano é especialmente dedicada aos produtos de qualidade, visando mostrar e impulsionar a criatividade e o engenho das empresas e da indústria dedicada ao mundo apícola. Através da presença das nove Denominações de Origem Protegida de Mel Nacional e o mel de modo de produção biológico, esta Feira será um espaço de apresentação, divulgação das melhores práticas, produtos e projectos que vêm surgindo no campo da apicultura nacional e internacional. Em ambos os eventos, haverá formação dedicada, conversas apícolas onde se discutirão os temas mais pertinentes para o desenvolvimento do sector apícola nacional, contando para o efeito, com a participação de vários apicultores, dirigentes, técnicos e investigadores, que vão procurar encontrar e definir os caminhos futuros da actividade apícola, em prol da sua valorização e dos territórios rurais de Portugal. Ambos os eventos se revelam essenciais e extremamente pertinentes, considerando que o sector apícola nacional apresenta, actualmente, uma dinâmica de crescimento e profissionalização nunca antes alcançadas. Castelo Branco, através dos investimentos efectuados pela Câmara de Castelo Branco, como é o caso da Central Meleira, está a afirmar-se como um dos principais pólos de produção e transformação do mel em Portugal, prova disso mesmo é a recente atribuição a uma produtora local do prémio do melhor mel de rosmaninho produzido na Península Ibérica.

A inauguração da XVII Feira Nacional do Mel realiza-se no dia 16 de Novembro, às 18 horas, no parque de estacionamento José Bento na Sr.ª da Piedade, com a presença do Exmo. Senhor Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira. A Sessão Solene de Abertura do XIX Fórum Nacional de Apicultura realiza-se no dia 17 de Novembro, às 9 horas, no Cineteatro Avenida de Castelo Branco, com a presença do Presidente da Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da República, Joaquim Barreto.

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Consultora agrícola arranca com formações sobre os frutos secos

Espaço Visual lança curso sobre a cultura do pistácio

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consultora agrícola Espaço Visual vai arrancar no dia 29 de Novembro, com um curso sobre a Cultura do Pistácio, cujos participantes terão também acesso exclusivo à conferência “masterclass”, denominada “O futuro do pistácio em Portugal”, cujo orador será José Martino. O pistácio é uma cultura com grande rentabilidade e moderado investimento, estando a ter um enorme sucesso em Portugal. “O nosso país possui condições climáticas favoráveis à produção de vários frutos secos, entre os quais se encontra o pistácio, cujo incremento de interesse entre os jovens agricultores e o aumento dos hectares de produção é, em grande parte, resultado do trabalho da consultora agrícola Espaço Visual e do engenheiro José Martino, que esteve na base da criação da Fruystach, organização de produtores fundada em 2015”, refere a consultora. Estas duas entidades desenvolveram uma parceria estratégica baseada nas modernas tecnologias, soluções de financiamento, promoção e animação da actividade e organização da produção. Este curso sobre o pistácio integra o Ciclo sobre a “A Cultura dos Frutos Secos”, Com este curso, poderá adquirir competências e conhecimentos para conhecer esta cultura, assim como todas as práticas a ela associadas, e efectuar as operações inerentes à implantação, manutenção, condução e colheita de pistácio.

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VIII Feira

24 e 25 de Novembro 2018


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