Gazeta Rural nº 333

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Sumário

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O Cardo no CENTRO – Opinião de Paulo Barracosa

Feira do Queijo do Alentejo recebe “os melhores” a nível nacional

Festa homenageia pastores e promove queijo de Aguiar da Beira Solar do Queijo da Serra da Estrela ajuda a comercializar produto em Celorico da Beira

Casa da Ínsua produz queijo há mais de um século

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Estudo alerta para os impactos do aquecimento global nas comunidades de fungos de água doce Investigação em Bragança desenvolve substitutos naturais de químicos

Festa do Queijo tem impacto económico superior a 2,5 milhões de euros Reguengos à Mesa com os “comeres locais”

Rota da Lampreia e da Vitela convida a descobrir Sever do Vouga

Câmara de Fornos de Algodres paga seis euros por cada ovino da raça Serra da Estrela

Manteigas promove Expo Estrela para cativar visitantes no Carnaval

Vila Nova de Paiva prepara VIII Feira do Fumeiro do Demo Proença-a-Velha recebe Festival do Azeite e Fumeiro

Foz Côa “Capital da Amendoeira em Flor” à espera de milhares de visitantes Moncorvo quer ser destino turístico para além das Amendoeiras em Flor Ovibeja na rota da promoção dos patrimónios natural e cultural do Alentejo Especialistas debatem desafios das alterações climáticas na indústria do vinho

Dão à prova do tempo na Essência do Vinho no Porto Certificação da azeitona galega da Beira Baixa visa criar mais valor económico

Cooperativa prevê exportar um milhão de euros em frutos silvestres em 2019

Limpeza das florestas e adaptação às alterações climáticas terão benefícios fiscais Central de biomassa de Viseu deverá estar a funcionar em pleno em Maio

Município de Almeida aposta na produção agrícola e no turismo cinegético

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FICHA TÉCNICA Ano XIV | N.º 333 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


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Opinião

O Cardo no CENTRO…das atenções

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cardo é olhado, hoje, numa perspetiva mais competente do que era quando iniciamos o projeto CARDOP em 2010 num percurso que a Gazeta Rural acompanhou literalmente desde início. Na altura, através de uma candidatura ao projeto PRODER, iniciamos este percurso com a valorização dos recursos genéticos através da instalação de um campo na Escola Superior Agrária de Viseu com base em plantas que existiam na região demarcada do Queijo Serra da Estrela e que vieram a revelar-se com uma biodiversidade morfológica e bioquímica muito bem adaptada às condições edafoclimáticas do CENTRO. Fizemos esta aposta na altura certa, porque muitos desses recursos genéticos de cardo vieram a perder-se nos locais de origem onde os recolhemos em estado natural. Contudo, na minha opinião, o cardo ainda está muito longe de ser considerado um recurso de futuro no CENTRO, porque ainda nem foi reconhecido como ingrediente de crucial importância pela maioria daqueles que mais poderiam beneficiar com ele, - os produtores de Queijos DOP do centro que são obrigados a usar o cardo como extrato coagulante para cumprir as exigências dos respectivos cadernos de encargo. Não há uma obrigatoriedade explícita que o cardo tenha que ser oriundo das regiões de denominação de origem, mas à semelhança do sal seria uma estratégia muito inteligente garantirmos no CENTRO a produção de todos os ingredientes, não deixando ao livre arbítrio de outros o controle de produção e qualidade de todos os ingredientes, leite incluído. Obviamente que há honrosas exceções que apostaram neste trabalho desde a primeira hora, como é o caso da Casa da Ínsua, pela mão do Eng. José Matias, que tem beneficiado de forma muito inteligente e competente e outros, como a Queijaria de Germil, que já tinham assegurada a autonomia de produção de flor de cardo para a produção dos seus queijos de exceção. Não podemos dar por adquirido que temos o cardo que queremos e que necessitamos, nem em termos de quantidade nem de qualidade. Continuamos a trilhar os

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nossos propósitos em parceria com os produtores para entendermos ra do Mobiliário de Milão sobre a valorização alguma da variabilidade que não conseguimos ainda controlar de todo, de uma biomassa que tem características quer ao nível do leite, quer ao nível da flor cardo. muito particulares e que nos permitem criar Mas não tenho dúvidas que hoje temos um conhecimento técnicoconceitos que envolvam material leve, resis-científico muito mais abalizado sobre o potencial dos genótipos e tente, com compostos bioactivos e óleo com ecótipos selecionados que temos colocado ao dispor dos produtores. vocação alimentar, entre outros, que acrediAtualmente existem um conjunto de projetos que estão, direta ou inditamos possam resultar num sucesso também retamente, relacionados com os queijos do CENTRO, mas que se têm para a produção de embalagens inteligentes. esquecido de garantir a qualidade da produção da flor. Esse trabalho, O Comissário Europeu da Investigação Ciennão visível, tem sido realizado de forma voluntária e graciosa por um tífica e da Inovação, Eng. Carlos Moedas deu grupo que lidero e que incluir colegas e alunos da Escola Superior nota da multifuncionalidade do cardo como Agrária de Viseu, para além dos formandos da APPACDM-Viseu e de planta de futuro no lançamento do programa de reclusos do Estabelecimento Prisional de Viseu. Este ano plantamos Bioeconomia 2020, atendendo às suas vocações 10000 plantas selecionadas de cardo na região, que produzimos frue ao rumo das alterações climáticas. to de uma parceria com a Brasplant. Em Dezembro passado deu-se Foi pena que apenas tivesse dado o exemplo um passo importante para a valorização do cardo como um todo da Novamonte na Sicília e não tenha referido com a realização em Beja do I Simpósio do Cardo, como corolário qualquer um dos queijos DOP de exceção que de um projeto de grande escala levado a cabo pelo CEBAL em colaproduzimos em Portugal com recursos ao uso do boração com outras instituições do Alentejo e muito bem coordeextrato de flor de cardo e que remete para o Bionado pela colega Fátima Duarte. tecnologia de mais fino recorte. Nesse momento juntaram-se um conjunto de investigadores de Por último, plantamos recentemente um novo renome mundial, que em Portugal têm desenvolvido um trabalho campo de cardo na Quinta da Alameda, um invesnotável em torno do cardo, como sejam o caso do Prof. Jorge Gotimento pessoal do Luís Abrantes, como cultura minho (ISA), Prof. Pedro Louro (INIAVE), para além de todos aqueque procura rentabilizar espaços menos nobres les que integraram o projeto VALBIOTECYNARA. Este Simpósio das quintas do Dão e cujas folhas possam vir a ser tinha como objetivo avaliar aquilo que poderá vir a constituir usadas na produção de extratos com propriedades como um novo desígnio para o cardo, assim saibamos aproveitar antifúngica, especialmente na vinha, e que a breve as aberturas políticas e as valências científicas e institucionais. trecho teremos novidades de um estudo aprofundaA lição plenária do congresso foi proferida em jeito de homedo que estamos a realizar. nagem pelo Prof. Euclides Pires, o percursor, promotor, ativador Estes são apenas alguns dos desafios que se coloque permitiu todo o processamento que se tem criado à volta cam ao cardo num futuro próximo e sobre os quais do cardo com particular ênfase para a sua flor. Na qualidade temos ideias e parceiros muito bem definidos e senímpar de contador de histórias deu-nos uma perspetiva abrantimos que todos os dias podemos aprender criando gente, atual e assertiva sobre o cardo, juntando à força da sinergias entre as diversas formas de biomassa despalavra o sentimento do gesto, numa alocução plena da simta cultura com aplicações claramente inovadoras e de biose das linguagens e das mensagens. Defendeu que “há futuro respeitando o ambiente e a “bioechonomia” em muito mais biodiversidade do que aquela que julgamos coproximidade! nhecer!”. Entretanto, temos congregado, para além da ESAV, UCatólica, UCoimbra, Biocant, muito investigadores de outras instituições, designadamente da Universidade do Porto, Paulo Barracosa do Centro de Montanha do IPB, e dentro do próprio Instituto Politécnico de Viseu, como é o caso do Departamento das Madeiras, que nos têm permitido conhecer mais em pormenor o potencial da multifuncionalidade desta planta de exceção. Em Abril próximo serão apresentadas novidades na Feiwww.gazetarural.com

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De 22 a 24 de Fevereiro no Parque de Feiras e Exposições de Serpa

Feira do Queijo do Alentejo recebe “os melhores” a nível nacional

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ai decorrer de 22 a 24 de Fevereiro, no Queijo de Serpa, a Associação de Agricultores do Concelho de Serpa, a Parque de Feiras e Exposições de SerRota do Guadiana - ADI, a Associação de Agricultores do Sul (ACOS), a pa, um dos certames mais emblemáticos do Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa e a Aproserpa sul do país. A XVIII Feira do Queijo do Alentejo – Associação de Produtores do Concelho de Serpa. Conta também com vai contar com mais de uma centena de exa colaboração do Instituto Nacional de Investigação Agrária (Iniav) positores, entre produtores de queijo e outras e Veterinária e Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios entidades. (ANIL), bem como o patrocínio do Crédito Agrícola e do Intermarché. Estarão presentes queijos certificados com Denominação de Origem Protegida (DOP), Destaques do programa: como os nacionais Serpa, Amarelo da Beira Baixa, Picante, Ovelha de Castelo Branco, Azeitão, Dia 23 de Fevereiro, sexta-feira Nisa, Évora e Serra da Estrela, - queijos certifi11h00 – Sessão de Abertura e actuação dos alunos do Programa Cante nas Escolas, seguida de visita à Feira – Entrada Principal cados em Modo de Produção Biológico, queijos 11h30 – III Concurso de ovinos de raça Île de France – Espaço Animal internacionais, entre outros tradicionais de ove11h30 e 17h00– Ateliê infantil do queijo – (org. EPDRS) – stand da Escola Prolha e cabra. fissional de Desenvolvimento Rural de Serpa – Pavilhão Principal 12h00 – Beberete de inauguração da Feira – Espaço Multiusos/Pavilhão PrinPara além do queijo, o certame mostra outros cipal produtos regionais, como os enchidos, o azeite, 15h00 – Showcooking com o Chef JoséBengaló – Espaço Multiusos/Pavilhão o vinho, o mel e as queijadas de requeijão, bem Principal como um diversificado programa de actividades 17h00 – Demonstração de tosquia (org. ACOS) – Espaço Animal 20h00 – Showcooking com o Chef José Bengaló - Espaço Multiusos/Pavilhão culturais e de animação. Principal As actividades relacionadas com a agro-pecuária 22h00-24h00 – Espectáculo Fiesta Lusa (cover todos os géneros musicais) e pastorícia também vão marcar presença, com - Espaço Tasquinhas destaque para as oficinas de fabrico do queijo, a exDia 24 de Fevereiro, sábado posição de ovelhas, as demostrações de tosquia e 9h00-13h00 – Rafting no Guadiana (Moinhos Velhos – Ponte de Serpa) e o desfile de ovelhas pelas ruas da cidade de Serpa. Manobras de Corda na Ponte– consultar programa específico. Integrado na Feira decorrerá também o Concurso “O 9h30-13h00 – IV Concurso “O Melhor Queijo da Feira do Queijo” (todas as categorias, à excepção de Serpa DOP) – Centro de Apoio ao DesenMelhor Queijo da Feira”. A gastronomia e os petiscos volvimento Económico de Serpa locais são uma das grandes referências deste certa10h00 – “Ovinos na cidade” – rebanho pelas ruas de Serpa me, pelo que a oferta disponibilizada nas várias tas16h00-18h00 – Encontro de Corais Alentejanos – Pavilhão Principal e Espaço Tasquinhas quinhas é muito diversificada. 22h00-24h00 – Espetáculo “Oitentamente” – Espaço Tasquinhas Uma das grandes novidades da edição 2019 prende-se com o facto de na Feira só existirem copos reutiliDia 25 de Fevereiro, domingo záveis, uma medida do município de Serpa para reduzir 9h00 – VI Rota do Queijo – Passeio BTT (org. Sociedade Luso União Serpense e município de Serpa) – Pavilhão Carlos Pinhão gradualmente a utilização de materiais plásticos des11h30 –13h00 Workshop sobre Cães de Pastoreio (org. Nuno Lobinho, cartáveis. membro da APUCAP) – recinto exterior da Feira – inscrições limitadas Para aguçar o apetite dos visitantes, decorrerá de 18 a até 8 cães através do tlm.: 96 54 50 333) 12h00 – Provas de vinho (org. EPDRS) – Espaço Multiusos/Pavilhão 24 de Fevereiro a Semana Gastronómica do Queijo, que Principal conta com mais de 30 restaurantes do concelho aderen15h00 – IV Concurso “Melhor Queijo da Feira do Queijo” – divulgação tes, que apresentarão ementas onde o queijo é presença dos resultados e entrega de prémios, com apresentação dos critéforte, servindo como factor de promoção de Serpa, do rios de avaliação e resultados gerais – Espaço Multiusos/Pavilhão Principal seu património e da sua gastronomia. 18h00 – Showcooking com o Chef Bengaló e Chef Vítor Sobral – EsO certame é organizado pela Câmara de Serpa e da Copaço Multiusos/Pavilhão Principal missão Promotora fazem parte a Friserpa, o Instituto Po20h00-21h30 – Espectáculo: Os Alentejanos – Espaço Tasquinhas 24h00 – Encerramento da Feira litécnico de Beja – Escola Superior Agrária, a Confraria do

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Em Mosteiro, Penaverde, a 3 de Março

Festa homenageia pastores e promove queijo de Aguiar da Beira

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Mercado do Gado, em Mosteiro, na freguesia de Penaverde, recebe a VI Festa do Pastor e do queijo de Aguiar da Beira, certame que pretende homenagear todo o sector do concelho e todos quantos nele trabalham. A Festa inclui um concurso de gado, onde serão premiados os melhores exemplares que se apresentarem a concurso. Em conversa com a Gazeta Rural, José Alberto Tavares, engenheiro químico de profissão e vereador da Câmara de Aguiar da Beira responsável pela organização do certame, destaca a importância deste evento para o sector. “Pretendemos dinamizar um produto endógeno de qualidade, produzido no nosso concelho, que é o queijo, para além de ser um tributo a todos quantos se dedicam a esta actividade”, afirmou, destacando a aposta na pastorícia que tem sido feita no concelho, nomeadamente na caprinocultura, que conta já com um efectivo de mais de duas mil cabras. Gazeta Rural (GR): Que Festa do Pastor e do Queijo teremos este ano? José Alberto Tavares (JAT): É um evento em que pretendemos dinamizar um produto endógeno de qualidade, produzido no nosso concelho, que é o queijo, para além de ser um tributo a todos quantos se dedicam a esta actividade. Queremos também dizer que em Aguiar da Beira se produz bom queijo. Para além disso, é, também, um dia de festa para os pastores do concelho. GR: Como vê o sector no concelho? JAT: O efectivo, nos ovinos, está mais ou menos estabilizado e ronda as cinco mil cabeças, das raças Bordaleira e Mondegueira. Contudo, há também, em número signi-

ficativo, ovinos das chamadas raças exóticas, que produzem mais leite, mas que é de menor qualidade. GR: Há alguma razão para essa aposta? JAT: As pessoas estão a deixar de produzir queijo e preferem vender o leite para as fábricas. Temos no concelho cerca de dezena e meia de produtores, com sete queijarias licenciadas e uma certificada, na freguesia de Penaverde. Neste quadro, o que podemos dizer é que no concelho se produz queijo de excelente qualidade. GR: A introdução de raças exóticas pode alterar o panorama do sector no concelho? JAT: Cada vez mais os produtores estão a apostar nesse tipo de raças. Há pouco tempo tive uma reunião com o nosso veterinário municipal, onde ele me alertou para esta situação. É verdade que essas raças produzem mais leite, mas é de muito menor qualidade que o leite da Bordaleira ou da Churra Mondegueira. As pessoas pensam mais no produto do que na qualidade do mesmo.

GR: Há também uma grande aposta na caprinocultura? JAT: Sim, e com tendência para crescer. Há uma grande aposta nos caprinos. Neste momento temos um efectivo que ronda as 2.500 cabeças, sendo meio milhar da raça Serrana e perto de duas mil da raça Murciana Granadina. Isto significa que o concelho não está parado, pois nota-se que as pessoas continuam a apostar na pastorícia. www.gazetarural.com

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Vende cerca de oito toneladas de queijo e recebe 10 a 12 mil visitantes por ano

Solar do Queijo da Serra da Estrela ajuda a comercializar produto em Celorico da Beira

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Solar do Queijo da Serra da Estrela, em Celorico da Beira, Carlos Ascensão refere que os produtores têm que promove e comercializa aquele produto endógeno, é os seus próprios meios de escoamento, mas a auuma referência “em toda a região da Serra da Estrela”. tarquia faz também esse papel “para ajudar”, uma Segundo Carlos Ascensão, naquele equipamento, que funciovez que “têm pontualmente alguma dificuldade em na desde finais da década de 1990, o município divulga e vende escoar o produto, não pela qualidade, porque a quaqueijo ao longo de todo o ano. lidade é garantida e é excelente, mas, sobretudo, na Para o presidente da autarquia, o Solar do Queijo “é uma refealtura de maior produção”. O equipamento é “uma rência já em toda a região da Serra da Estrela” e tem uma dupla mais-valia” para Celorico da Beira e para toda a redimensão, por ocupar um “belo edifício”, que “merece ser visigião, sendo uma referência no sector, referiu. tado”, e pelo simbolismo. “Representa, precisamente, aqui uma Segundo a autarquia de Celorico da Beira, a média espécie de lugar, de embaixada do queijo Serra da Estrela, e é anual de quantidade de queijo vendida no Solar do um ponto de divulgação, de valorização, visto que, de alguma Queijo da Serra da Estrela é de oito toneladas e “a forma, é este Solar o ponto de encontro e de ligação entre a média anual de visitantes situa-se entre dez a 12 mil”. Câmara Municipal e o trabalho dos pastores e a própria produO Solar, que ocupa um edifício datado do século ção e escoamento do produto”, disse Carlos Ascensão. XVII, está localizado no centro histórico da vila de CeDe acordo com o autarca de Celorico da Beira, o Solar do lorico da Beira, junto da igreja de Santa Maria e do casQueijo da Serra da Estrela comercializa queijo de todos os telo. Para além da venda de queijo, de vinho e de outros produtores do concelho que produzem queijo com Denomiprodutos locais (mel, presunto, chouriça, doces, etc.), o nação de Origem Protegida (com selo de certificação) e queiespaço promove degustação de queijo Serra da Estrela jo de ovelha curado (não certificado). para grupos de visitantes. O espaço tem um papel de valorização, divulgação e coO edifício também possui uma sala/museu onde é exmercialização do produto que é confeccionado com leite plicado o processo de produção do queijo produzido na de ovelha. “Recebemos, de facto, muito queijo ao longo do região. Está aberto todos os dias, sendo que de segunda ano, sobretudo na época melhor de produção, que não só a sexta-feira funciona das 09 às 19 horas e ao fim de secomercializamos no Solar do Queijo, mas também ajudamana das 09 às 17 horas (fechando no período do almoço, mos a comercializar e que levamos, por exemplo, para as das 13 às 14 horas). lojas francas, no aeroporto, e é um papel importante na ajuda aos produtores”, explicou.

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Registos que existem remontam a 1908

Casa da Ínsua produz queijo há mais de um século

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á mais de cem anos que mãos de queijeiras dão forma ao queijá lhe passa pelas mãos desde pequena, quando jo na Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, usando o leite cru o produzia em casa, com a mãe. “O meu pai era de ovelha bordaleira, a flor de cardo e o sal. “Os registos que exislavrador, tinha as vacas e o rebanho das ovelhas, tem na Casa da Ínsua remontam a 1908, altura em que a produção e a minha mãe fazia o queijo”, recordou. de leite era para consumo próprio”, contou José Matias, director de As diferenças desse tempo para hoje são pouprodução desta quinta do distrito de Viseu. cas, explica: “Agora, temos uma cuba própria e Também conhecida como Solar dos Albuquerques, a Casa da antigamente era coalhado em ‘banho maria’, com Ínsua foi mandada construir na segunda metade do século XVIII, uma panela dentro de outra com água, as peças por Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, então época em que fazíamos o queijo eram em zinco e a frangovernador e capitão general de Mato Grosso e Cuiabá. cela era em madeira, mas o queijo era feito da mesNo último alavão (que inicia após as parições das ovelhas, em ma maneira”. Agosto/Setembro e vai até Maio/Junho do ano seguinte), a Casa As mulheres moldam o queijo e, depois de lhe da Ínsua produziu mais de duas toneladas de queijo Serra da colocarem a marca de caseína, que é uma espécie Estrela DOP (Denominação de Origem Protegida). de bilhete de identidade, este está pronto a ir para “Com a entrada do Grupo Visabeira, tentou-se valorizar o leias câmaras de cura. É aí que começa o trabalho de te de uma raça autóctone que existia e existe na Casa da Ínsua, Isabel Vitória, que perde a conta às caminhadas que que é a ovelha bordaleira Serra da Estrela, com a sua transforfaz diariamente entre as câmaras de cura e a banca mação em queijo e requeijão”, explicou. onde lava os queijos, para lhes tirar o tarro. “Tiro o Como no passado, o processo de fabrico é artesanal, tendo queijo de dentro da câmara, lavo-o, limpo-o, ponho-o as alterações sido apenas as necessárias para que a queijaria na tábua, cinto-o e volto a pô-lo lá dentro”, enumerou, cumpra os regulamentos comunitários, concretamente ao níacrescentando que, diariamente, todos os queijos são vel da higiene e segurança alimentar. “A ordenha é manual, virados. as ordenhas dos pastores que estão a colaborar connosco Segundo José Matias, “mesmo a alimentação das ovetambém. Os utensílios usados para fazer o queijo é que não lhas é a mesma de antigamente, com as pastagens e os são os mesmos de antigamente e as câmaras de cura agora complementos naturais à base de cereais”. A quinta tem são atmosferas controladas”, explicou. 120 ovelhas e compra leite a mais quatro produtores, Maria do Céu Saraiva e Virgínia Lopes juntam ao leite o cada um dos quais com um rebanho de cerca de 50 a sal marinho e a flor de cardo, também produzida na quinta 60 ovelhas. “Esses rebanhos têm de ser puros Serra da e que é o coagulante natural deste queijo. Depois do leite Estrela, têm de cumprir normas de produção de leite, de coalhado, começa a “dança” das mãos das queijeiras, eshigiene e de maneio dos animais, de acordo com o propremendo o coalho e colocando-o em panos, até finalmencesso de certificação”, explicou. te darem forma aos queijos. Os hóspedes da Casa da Ínsua podem produzir o seu Maria do Céu Saraiva tem 59 anos e há cerca de doze próprio queijo, começando desde logo na ordenha do leite, que trabalha na queijaria da Casa da Ínsua. Mas o queijo junto com o pastor. “Tudo isto é uma forma de valorizar o

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produto, de fazer sentir às pessoas o quanto custa e o quanto vale este tipo de produção, para que depois possam valorizar o produto final”, justificou José Matias. O queijo fica em maturação consoante o tipo de queijo que o cliente pretenda – 35 a 40 dias para queijo amanteigado ou 120 dias para queijo velho (ou corno) – e depois é enviado para a morada indicada. “O cliente recebe o seu queijo em casa e pode identificá-lo pela marca de caseína. Sabe que é o queijo que fez”, frisou José Matias. O responsável contou que a quinta promove também actividades pedagógicas para as escolas, para que “as novas gerações possam inserir-se neste tipo de actividade e não se ponha em causa o futuro da mesma”. A importância do cardo Como uma das preocupações dos produtores é a heterogeneidade ao longo dos anos, a Casa da Ínsua envolveu-se num projecto que visa avaliar a influência dos diferentes ecótipos de cardo na pasta e no aroma do queijo. “Havia anos em que o queijo saía bem, noutros mal. Teria a ver com diversos factores, um deles seria a qualidade do leite, outro a qualidade do cardo. Mas não havia nenhum trabalho feito que pudesse caracterizar o cardo, a sua origem e o que é que fazia ao queijo”, explicou.

ADD - Venha à descoberta…

O projecto, que está a ser desenvolvido em parceria com a Escola Superior Agrária, a Universidade Católica, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Viseu e a Universidade de Coimbra, já permitiu chegar a algumas conclusões. “O que sabemos hoje é que há ecótipos mais indicados para a produção de queijo de pasta mole e outros de pasta mais dura”, referiu, acrescentando que, na Casa Ínsua, todos os dias são feitos queijos com ecótipos diferentes de cardo. Os queijos Serra da Estrela DOP da Casa da Ínsua podem ser comprados na loja da quinta ou através do sítio da Internet e ser degustados nos hotéis e unidades de restauração do Grupo Visabeira. José Matias disse que podem também ser encontrados em algumas feiras de queijo, mas poucas, nomeadamente em Penalva do Castelo, Lisboa, Porto e Faro. “São feiras tradicionais muito específicas, porque há um reconhecimento do produtor. Quando alguém as visita, sabe que quer comprar aquele tipo de produto. Não são muitas feiras, mas o objectivo é valorizar o produto e não o banalizar”, justificou.

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Com o objectivo de rejuvenescer o sector e de incentivar as raças autóctones.

Câmara de Fornos de Algodres paga seis euros por cada ovino da raça Serra da Estrela

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Câmara de Fornos de Algodres decidiu atriautarca disse que os produtores do concelho receberam a medida buir um incentivo financeiro de seis euros de forma “extraordinária”. por cada ovino da raça Serra da Estrela, com o A Câmara de Fornos de Algodres tem também a funcionar um objectivo de rejuvenescer o sector e de incentivar Gabinete de Apoio ao Ovinicultor que auxilia os produtores nos as raças autóctones. licenciamentos, nos projectos e na obtenção de apoios. O gabineO apoio, que consta de um regulamento munite “tem um foco muito grande na certificação dos produtores do cipal que já foi aprovado pela autarquia, também queijo da Serra da Estrela” e a autarquia suporta o processo na abrange os produtores de caprinos e de bovinos do totalidade. concelho. “É um apoio que visa premiar e preserO concelho possui 14 queijarias licenciadas e dois produtores var a prática agrícola no concelho, nomeadamente de queijo Serra da Estrela com Denominação de Origem Protegia produção de gado. Nós sentimos essa necessidada (DOP), pretendendo aumentar o número de produtores com de, porque nos apercebemos que cada vez mais vão queijo certificado. envelhecendo os produtores de gado e, portanto, é Segundo Alexandre Lote, o município de Fornos de Algodres importante conseguirmos rejuvenescer o sector”, tenciona lançar em breve uma plataforma ‘online’ de venda de afirmou Alexandre Lote, vice-presidente do municíprodutos locais, incluindo o queijo Serra da Estrela certificado. pio de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda. Com o surgimento da plataforma, o responsável vaticina que Segundo o responsável, a medida é também justiaumentará o interesse dos produtores pela produção de queificada por a autarquia sentir que “alguns jovens agrijo DOP. cultores estavam a apostar em raças que não as auA produção de queijo Serra da Estrela é “a principal activitóctones” e por a ovelha Serra da Estrela estar “a ficar dade do sector primário” do concelho de Fornos de Algodres, um bocadinho para trás em detrimento de outras raças onde existem mais de 3.500 ovinos. “O sector do queijo é o que têm outra rentabilidade”. que mais marca e mais identifica o concelho de Fornos de “Então, conciliando estes dois factores, considerámos Algodres. É importante que não só a comunidade local tenha que era o momento certo para apresentarmos este reessa percepção, mas também todos os agentes que olham gulamento que tem como objectivo premiar com seis eupara o concelho de Fornos de Algodres”, concluiu. ros por cabeça de gado todas as ovelhas da raça Serra O município de Fornos de Algodres integra a Região Deda Estrela, 2,5 euros as restantes raças e 120 euros para marcada de Produção de Queijo Serra da Estrela, que enos bovinos”, disse. globa áreas de 18 concelhos da Bacia Hidrográfica do Alto Alexandre Lote aponta que no regulamento há “uma diMondego. ferenciação clara da ovelha Serra da Estrela”, como forma de a autarquia preservar “também aquele que é um produto icónico da região, que é o queijo Serra da Estrela”. O

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Certame decorre de 2 a 5 de Março na Praça Municipal

Manteigas promove Expo Estrela para cativar visitantes no Carnaval

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inamizar a economia local e captar visitantes para o território na quadra do Carnaval é o objectivo da Câmara de Manteigas com a realização da Expo Estrela 2019, que vai decorrer de 2 a 5 de Março na Praça Municipal. Mais de meia centena de expositores, nas áreas de artesanato, comércio local, indústria, serviços e gastronomia estarão presentes no evento. Sons do Minho, Calema e Carolina Deslandes são os cabeças de cartaz no programa de animação, para além das bandas e grupos locais. Segundo o presidente da Câmara de Manteigas, o evento ocorre no período do Carnaval, quando a região da Serra da Estrela acolhe “milhares de visitantes” e, este ano, coincide com as comemorações do feriado municipal. “A Expo Estrela é um evento de qualidade conhecida, onde são promovidas tradições locais e produtos autóctones, impulsionando, ao mesmo tempo, o turismo e o tecido empresarial da região”, disse Esmeraldo Carvalhinho na apresentação da edição deste ano do certame. O autarca disse tratar-se do evento “de maior relevância no calendário das actividades anuais” do concelho de Manteigas, que permite mostrar aos visitantes a dinâmica económica local. Com o certame, a realizar no edifício da Praça Municipal de Manteigas, a autarquia pretende “dinamizar o tecido socioeconómico e divulgar o concelho de Manteigas e a região, na época de Carnaval”. O presidente da Câmara de Manteigas referiu ainda que a edição deste ano da Expo Estrela junta 52 expositores de artesanato, comércio, indústria, serviços, gastronomia e associativismo. Apontou que em 2019 verifica-se um reforço de expositores, contabilizando “mais sete do que no ano anterior”. Em relação à animação musical, adiantou que estão

agendados espectáculos com Carolina Deslandes e a Orquestra de Sopros “Música Nova” (dia 04 de Março), com o grupo Calema e a Banda Boa União - Música Velha & The Sweet Childreen (03) e pelo grupo Sons do Minho (02). O programa inclui ainda, entre outros momentos, degustação de feijoca (um prato típico de Manteigas), uma prova de queijo da Serra da Estrela e um desfile de Carnaval (pelas 15 horas do dia de Carnaval). No dia 04 de Março, quando é comemorado o feriado municipal, haverá uma sessão solene comemorativa que inclui o anúncio das bolsas de estudo para a frequência do ensino superior (ano lectivo 2018/2019) e a atribuição dos prémios de mérito escolar do ano lectivo 2017/2018. A Câmara Municipal de Manteigas investe cerca de 80 mil euros no evento anual que vai na 26.ª edição.

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Nos dias 9 e 10 de Março, no Parque Urbano de Touro

Vila Nova de Paiva prepara VIII Feira do Fumeiro do Demo

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os dias 9 e 10 de Março todos os caminhos vão dar à oitava edição da Feira do Fumeiro do Demo, em Vila Nova de Paiva. O Parque Urbano da freguesia de Touro é, uma vez mais, o palco deste certame, promovido pelo Município de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia de Touro. Com o seu âmbito alargado, este ano, para dois dias, a Feira do Fumeiro do Demo continua a apostar no fumeiro típico, resultado das tradições gastronómicas ancestrais das gentes das Terras do Demo que vão passando de geração em geração. A par de outros certames que se realizam durante o ano, a Feira do Fumeiro do Demo tem vindo a estimular uma forte dinâmica económica, através dos seus produtos de qualidade e gastronomia ímpar, que reúnem toda a riqueza do meio rural. Ao fumeiro aliam-se ainda os produtos regionais, o artesanato, os restaurantes e tasquinhas gastronómicas, o showcoocking, a prova de fumeiro, a animação constante e as actuações musicais. O espaço de showcooking traz um chef convidado para apresentar algumas propostas culinárias em que o fumeiro será o ingrediente de destaque na criação de pratos de deixar água na boca.

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A animação será uma constante durante todo o certame, contando com as inigualáveis Marias Malucas – Romeiras de Portugal e as actuações do Grupo de Bombos de Pendilhe, Grupo de Zés Pereiras e Grupo Típico Regional Infantil Pauliteiritos de Abraveses, Grupo de Concertinas Diatónicos e o Rancho Folclórico As Capuchinhas de Pendilhe. Toy é o artista popular convidado a encerrar o certame com um grande concerto, onde não faltarão os seus êxitos mais conhecidos. Para abrir o apetite, decorrerá de 1 a 3 de Março, a Mostra Gastronómica de Cozido à Regedora, nos restaurantes aderentes do concelho.

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A 2 e 3 de Março, no Núcleo do Azeite e na Quinta da Nora

Proença-a-Velha recebe Festival do Azeite e Fumeiro

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XVII Festival do Azeite e Fumeiro regressa a Proença-a-Velha nos dias 2 e 3 de Março. Durante os dois dias, no Núcleo do Azeite e na Quinta da Nora, vão decorrer inúmeras actividades culturais e de promoção do azeite e enchidos, dois produtos de enorme tradição e valor económico do concelho de Idanha-a-Nova, a primeira Bio Região em Portugal. O programa detalhado do Festival será divulgado brevemente, mas vale a pena agendar, desde já, uma visita a Proença-a-Velha, um destino incontornável para apreciadores do melhor azeite português e do bom fumeiro nacional. A aguardar visita estarão o magnífico complexo museológico dedicado ao azeite, bancas de artesanato e de produtos regionais e biológicos, tasquinhas, workshops, concertos, jogos tradicionais e outras actividades para toda a família.

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De 22 de Fevereiro a 10 de Março

Foz Côa “Capital da Amendoeira em Flor” à espera de milhares de visitantes

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caso para dizer que o ‘palco’ está pronto para ‘um espectáculo visual deslumbrante’ em Foz Côa. São as amendoeiras em flor, que nesta região do Douro Superior se celebram com pompa e circunstância. A Festa da Amendoeira em Flor, promovida pela Câmara de Foz Côa, vai decorrer de 22 de Fevereiro a 10 de Março e conta no cartaz de animação com Aldo Lima, Herman José, Virgul, Luis Represas e Toy, nomes sonantes para atrair milhares de pessoas. Em conversa com a Gazeta Rural, o vice-presidente da Câmara der Foz Coa, diz que “depois de 38 edição é difícil criarmos grandes novidades”, contudo, diz João Paulo Sousa, “percebermos que a Festa da Amendoeira em Flor tem sempre qualquer coisa de novo em relação ao programa anterior”. O autarca adianta ainda que “há um crescente aumento de plantação de novos amendoais no concelho, mas muito longe do que hoje representa o sector do vinho”, considerando que “é um sector com uma enorme margem de crescimento”. Gazeta Rural (GR): Este ano há mais um grande cartaz na Festa da Amendoeira em Flor. Há novidades? João Paulo Sousa (JPS): Depois de 38 edição é difícil criarmos grandes novidades, uma vez que o associativismo local já tem tradição em desenvolver determinadas iniciativas, participa noutras actividades e convida outras associações a participar na festa da Amendoeira em Flor. Por isso é que temos actividades como o Festival de Ranchos Folclóricos com 33 edições e o cicloturismo com 30. Ou seja, temos um conjunto de Associações que, e já é tradição, promovem actividades incluídas no programa das festas, que se vão manter, e trazem sempre grandes grupos, que é uma das ideias das festas, que é atrair muita

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gente esta região por esta altura do ano. Neste quadro, poderia dizer que temos algumas centenas de pessoas que diariamente andam pelo concelho. Há também outros grupos de pessoas, que nos visitam nesta época, mas que não estão enquadrados no programa. Por outro lado, nós percebermos que a Festa da Amendoeira em Flor tem sempre qualquer coisa de novo em relação ao programa anterior. Este ano incluímos no programa muitas actividades no BTT, no todo o terreno ou as montarias que trazem sempre muita gente. E aproveito para dizer que a questão cinegética é, para nós, muito importante, porque deixa mais valias para o nosso concelho. Depois, temos também uma parceria com a Fundação do Côa, o que nos permite fazer actividades completamente diferentes. Em resumo, diria que embora não constituam novidade as nossas parcerias e as actividades com as associações do concelho, todas apresentam algo de novo e de diferente em relação ao ano passado, o que faz com que sejam atractivos muito importantes.

GR: A amendoeira já tem flor? JPS: Estão já a florir, pelo que o ‘espectáculo visual’ está assegurado. Penso que vamos conseguir, logo no primeiro fim de semana, acertar em cheio no início da floração da amendoeira. O dia mais forte do programa é a 10 de Março, com o tradicional Desfile Etnográfico e gostaríamos que nessa altura as amendoeiras estivessem completamente floridas. Acredito que vamos ter sorte.


GR: Esta é uma questão recorrente. Como está o sector no nosso concelho, que já têm décadas, e têm a ver concelho? com a produção agrícola, com uma grande aposJPS: É difícil dizer o que mudou de uma ano para o outro. O que ta em produtos de elevada qualidade. posso dizer é que depois de alguns anos em que não se apostou No sector do vinho, e segundo dados do IVV, na amendoeira, neste momento, podemos dizer, há uma grande nos últimos 10 anos, no ranking nacional de conaposta neste sector. celhos produtores de vinhos, estamos entre os 10 Sabemos que no concelho predomina o sector vitivinícola, e é primeiros, mas está-se a apostar na produção de onde se aposta mais, mas ligado à produção de vinho muitas das vinho de grande qualidade. empresas e produtores individuais aqui instalados estão também Quanto a outros serviços, dizer que nós estamos a apostar no azeite e na amêndoa. no interior e sofremos, tal como noutros territórios, Temos que dizer que a amêndoa aqui produzida é de excelente com a desertificação, o que é complicado. Mas é o qualidade e tem outras fontes de rendimento. Está a apostar-se momento em que estamos e temos aguentado. noutras formas de mostrar a amêndoa, na doçaria ou na produPor exemplo, no sector industrial, temos algumas ção de produtos de beleza, bem como a utilização da casca para empresas ligadas à extracção e transformação de aquecimento. xisto, com uma produção significativa. Temos um voNeste âmbito, temos incluído no programa uma actividade lume de exportações muito grande a nível nacional e que é uma oficina de beleza e bem-estar, que é pegar num isso confere-nos aliar todas estas situações e sinerrecurso endógeno, como é a amêndoa, e aplicá-la na produção gias para que possamos dizer que estamos no bom de produtos de beleza. caminho e a olhar para os nossos jovens, que teimam Diria, que há um crescente aumento de plantação de novos em por cá ficar, criando alguns postos de trabalho, o amendoais, mas muito longe do que hoje representa o secque estamos a conseguir. Basta dizer que os índices de tor do vinho. Acredito, contudo, que é um sector com uma desemprego são dos mais baixos nesta região, o que enorme margem de crescimento, para além de, reconhecidanos deixa relativamente tranquilos. mente, produzir amêndoa de grande qualidade. O concelho Temos uma agricultura consistente, assente nos secde Foz Côa produz muita amêndoa e embora não estejamos tores da vitivinícola e olivicultura, mas estamos a tentar a liderar o sector, estamos bem posicionados e queremos segurar os jovens que por cá se fixam. aumentar essa produção. GR: O sector primário é a grande alavanca do concelho? JPS: É difícil responder a essa questão. O que posso dizer é que há alguns fenómenos que estão a acontecer no www.gazetarural.com

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Mercado A(gosto) decorre de 22 a 24 de Fevereiro e 2 a 5 de Março

Moncorvo quer ser destino turístico para além das Amendoeiras em Flor

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uma iniciativa da Câmara de Torre de Moncorvo, vão decorrer várias actividades para sinalizar o regresso das amendoeiras em flor. O Mercado A(gosto), que terá lugar nos dias 22, 23 e 24 de Fevereiro e 2, 3 e 5 de Março no Mercado Municipal, será o momento mais alto. Este evento conta com a venda de produtos regionais, animação infantil, workshops e animação musical. No âmbito do programa, destaque também para a Semana Gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente. O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, à Gazeta Rural, destaca os “vários investimentos na plantação de novos amendoais” feitos no concelho, que “é um dos maiores produtores de amêndoa do país”. Nuno Gonçalves diz que Moncorvo pretende “ser um destino turístico fora da chamada época alta” e por isso” criamos quatro eventos âncora para atrair visitantes durante todo ano”.

NG: Torre de Moncorvo é um dos maiores produtores de amêndoa do país, sendo que ao longo dos últimos anos têm sido feitos vários investimentos para plantação de novos amendoais. GR: Como está o sector primário no concelho? NG: A agricultura é um dos principais modos de subsistência das gentes deste concelho, além da cultura do amendoal tem também grande expressão a cultura da oliveira e da vinha.

Gazeta Rural (GR): Que novidades apresentam este ano as festividades das amendoeiras em flor? Nuno Gonçalves (NG): Nesta edição das festividades das amendoeiras em flor destaco o Mercado A(gosto) das Amendoeiras em Flor com toda a animação a ele associada, o fim de semana gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente, iguaria muito apreciada e que traz a Torre de Moncorvo muitos visitantes. A nível cultural, realiza-se a apresentação de um livro sobre a amêndoa coberta de Moncorvo e ao nível das freguesias a Feira do Pão de Carviçais e o Troféu TT Nordeste “Resistência da Flor” que se realizará na Açoreira. GR: Como está o sector da amendoeira no concelho? Tem havido novos investimentos ou novas plantações?

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GR: Sendo o turismo uma aposta para atrair pessoas, esta é a melhor época para o sector no concelho? NG: É verdade que o nosso território recebe muitos visitantes nas amendoeiras em flor, no entanto é em Abril, com a Feira Medieval, a melhor época para o sector do turismo. Pretendemos ser um destino turístico fora da chamada época alta e por isso criamos quatro eventos âncora para atrair visitantes durante todo ano. Assim, em Abril temos a Feira Medieval, em Junho o Festival do Solstício, em Setembro o Vinho e Sabor Douro e em Dezembro as Festas da Boa Nova. Contamos ainda com eventos pontuais a nível gastronómico como o festival das Migas e do Peixe do Rio e do Borrego da Churra da Terra Quente, que trazem muitos visitantes ao concelho. Assim, Torre de Moncorvo está 365 dias por ano disponível para receber quem nos quer visitar. GR: Que outros atractivos, nomeadamente gastronómicos, tem o concelho para oferecer? NG: O concelho é riquíssimo a nível gastronómico, temos as famosas amêndoas cobertas que são já um ex-libris de Torre de Moncorvo e que agora são um produto IGP. Destaco ainda o festival das Migas e do Peixe do Rio e o Borrego da Churra da Terra Quente. De salientar ainda os vinhos de qualidade produzidos no concelho e outros produtos endógenos como o azeite, o fumeiro, o queijo e o mel. Não podemos esquecer que está situada em Torre de Moncorvo a última aldeia piscatória de Trás-os-Montes, a Foz do Sabor, e de todo o potencial turístico dos Lagos do Sabor, criados com a construção da Barragem do Baixo Sabor.


Protocolo assinado com a direcção regional do Desenvolvimento Agrário

Comissão Vitivinícola dos Açores passa a ‘verificar’ genuinidade dos vinhos não certificados

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Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVR) vai passar a emitir pareceres técnicos para o Governo sobre o controlo da genuinidade e qualidade dos vinhos não certificados produzidos e/ou engarrafados na região. A direcção regional do Desenvolvimento Agrário e a CVR dos Açores assinaram um protocolo, que visa “estabelecer mecanismos de cooperação entre estas duas entidades no sentido de assegurar que seja devidamente controlada a genuinidade e a qualidade dos vinhos não certificados e a defesa interna e externa dos mesmos”. Cabe à CVR dos Açores controlar a produção, o comércio e de certificação de vinhos com a Denominação de Origem ou Indicação Geográfica no arquipélago. A região possui 37 vinhos certificados, 14 produtores, três castas nobres e três regiões demarcadas: Biscoitos, na ilha Terceira, Graciosa e Pico. O protocolo estabelece que a CVR Açores passa a emitir parecer técnico sobre a rotulagem dos vinhos e produtos vitivinícolas produzidos e/ou engarrafados nos Açores “previamente à sua aprovação e posterior utilização no mercado”. Aquela entidade fica ainda dotada da capacidade de emitir parecer sobre a “verificação do cumprimento das condições necessárias para a utilização de quaisquer rótulos que contenham menções ou imagens alusivas” à região, bem como de verificar o “cumprimento dos requisitos necessários à classificação das parcelas de vinha propostas pelos viticultores como aptas à produção dos produtos vitivinícolas”. O secretário regional da Agricultura e Florestas, na assinatura do protocolo, na quarta-feira, na ilha do Pico, referiu que “um dos objectivos centrais (do Governo Regional) será a salvaguarda da genuinidade e autenticidade dos vinhos dos Açores”. Para João Ponte, citado pelo gabinete de imprensa do Governo Regional, o protocolo, assinado no Laboratório Regional de Enologia, constitui “mais um contributo do executivo com vista à defesa da autenticidade dos vinhos açorianos, através do reforço do controlo que será feito pela CVR Açores à rotulagem dos vinhos não certificados produzidos ou engarrafados na região”. O governante reuniu, entretanto, com a direcção da Cooperativa Vitivinícola do Pico, tendo referido que outros dos objectivos do executivo açoriano é “atrair para esta ilha mais investidores” para a transformação das uvas, dado o “enorme potencial que existe neste momento em termos de produção de vinho, que ultrapassará nos próximos anos a capacidade de transformação instalada”. Desde 2014, já foram aprovados projectos no âmbito do Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha (VITIS) no valor de 21 milhões de euros, que permitiram reconverter e preservar cerca de 800 hectares de vinha nos Açores, segundo o executivo açoriano.

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De 5 a 7 de Março, no Porto

Especialistas debatem desafios das alterações climáticas na indústria do vinho

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s desafios que as alterações climáticas representam para a ino mundo está suportada pela indústria de vidústria do vinho vão ser debatidos em Março numa conferência nhos, pelo que as alterações climáticas têm internacional no Porto que contará com a presença do prémio Nobel muito impacto socioeconómico”, sublinhou e ex-vice-presidente dos EUA Al Gore. Adrian Bridge. O presidente executivo da Taylor’s e principal organizador do Por outro lado, notou, o vinho é um produto evento que decorre entre 05 e 07 de Março, Adrian Bridge, avançou agrícola cuja comercialização é feita com uma que o objectivo da “Climate Change Leadership -- Solutions for the “fortíssima ligação” à terra de origem, seja o Wine Industry” é “discutir ideias concretas, partilhar experiências país, a região ou mesmo as plantas de onde proreais e fornecer soluções efectivas, que foram testadas e funciovém, distinguindo-se ainda pelo facto de ser o nam”, no combate às alterações climáticas. produto agrícola com o maior número de marcas “Esta conferência permitirá que todos os sectores da indústria activas a nível mundial. do vinho trabalhem em conjunto para garantir um futuro seguro e Estas características da indústria do vinho consustentável, compreendendo melhor o nosso papel nas alterações ferem-lhe “um peso adicional para liderar o tema climáticas e reduzindo o impacto colectivo”, refere a organização. das alterações climáticas”, que o empresário diz No último dia, a conferência culminará com a segunda edição estarem já “definitivamente a afectar” as regiões da “Climate Change Leadership”, que decorreu a 06 de Julho de produtoras, “muito vulneráveis e expostas às mu2018 e teve como orador principal o ex-presidente dos EUA Baradanças de padrão de clima”. É que, explicou Bridck Obama, contando desta vez com a presença de especialistas ge, se tempestades violentas provocam erosão do e activistas das alterações climáticas como Afroz Shah (distinsolo e inundações, o ar instável pode causar quedas guido como ‘Champion of the Earth’ pelas Nações Unidas pelo destrutivas de granizo e uma seca prolongada enmaior projecto mundial de limpeza de praias), Marco Lambertini fraquece as videiras, desseca as colheitas e baixa os (diretor-geral da organização não governamental World Wide rendimentos. Fund for Nature - WWF International) e Kaj Török (responsável E isto “nota-se já no Vale do Douro, no Alentejo e pela área da sustentabilidade da Max Burgers). noutras partes do mundo, como é o caso dos incêndios Ainda presentes estarão o ministro do Ambiente e da Transino Napa Valley ou da seca de quase três anos na África ção Energética, João Pedro Matos Fernandes, e o prémio Nobel do Sul”. ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore. Convicto de que estes efeitos podem ser minimizaSegundo Adrian Bridge, o sector dos vinhos “pode assumir dos “se todos fizerem a sua parte”, Adrian Bridge defenum papel de liderança no combate às alterações climáticas”, de que “não há tempo, nem necessidade, de reinventar não só porque “precisa” de o fazer, mas também porque “é a roda”. “Mundialmente há muitas empresas que estão a uma indústria que tem uma visão de médio/longo prazo” e fazer coisas, o problema é que ninguém fala muito sobre da qual dependem economicamente “zonas remotas” em isso”, sustenta. todo o mundo. “Plantamos as nossas videiras com um prazo O empresário garante que é precisamente isso que a de retorno do investimento à volta dos 35/40 anos, que é o Taylor’s vem fazendo “há mais de 20 anos”, ao longo dos tempo de vida de uma videira”, explicou. quais já foi distinguida por investimentos ambientais nas Quanto à videira - disse - “é uma planta muito forte (apesuas explorações que lhe permitiram, por exemplo, elimisar de ter um fruto frágil), e por isso está normalmente nar os herbicidas nas plantações ou produzir 70% da enerplantada em zonas remotas, sendo disso exemplo o Vale gia consumida com recurso a painéis fotovoltaicos. “Quedo Douro”. remos partilhar as soluções que temos e que funcionam “Se tirarmos a videira do Vale do Douro não é fácil enbem”, sustenta, reiterando que “se houver alguma coordecontrar outros produtos alternativos, além do azeite. A nação há muitas soluções já testadas em cima da prateleira economia do Douro e de muitas zonas remotas de todo que podem ser implementadas no imediato”.

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No sábado, dia 23 de Fevereiro

Dão à prova do tempo na Essência do Vinho no Porto

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Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão marca, mais uma vez, presença na XVI Essência do Vinho Porto, que tem lugar no Palácio da Bolsa de 21 a 24 de Fevereiro. À semelhança do que tem acontecido em edições anteriores, a CVR do Dão marcará presença no evento, com o espaço “Vinhos do Dão”, que será instalado na Sala Dourada (1º piso). o âmbito deste evento vínico, a CVR do Dão organiza a prova “Dão, vinhos à prova do tempo”, que decorrerá no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, no sábado (dia 23) entre as 15,30 e as 16,30 horas. A prova, na qual estará em destaque a elegância e a versatilidade gastronómica dos vinhos do Dão, será orientada pelo sommelier e crítico Manuel Moreira e a entrada tem o valor de 35 euros (a compra online inclui a entrada geral no evento). Para o presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão a presença na Essência do Vinho é fundamental para a divulgação da região e dos seus vinhos. “É nossa missão dar a conhecer os nossos vinhos junto do grande público, daí a nossa presença no evento que recebe milhares de visitantes durante quatro dias”, sustenta Arlindo Cunha. Por outro lado, acrescenta, “não estamos apenas a divulgar o trabalho dos nossos produtores aos portugueses, mas também aos turistas que estão de visita ao Porto e que passam pelo evento. Por todos estes motivos, esta é uma excelente oportunidade de promoção da região”. O espaço “Vinhos do Dão” irá reunir 11 produtores, com vinhos exclusivamente da região: Adega de Mangualde; Casa da Passarella; Madre de Água; Quinta da Fata; Quinta do Medronheiro; Quinta do Mondego; Quinta das Camélias; Artemis; Casa Américo; Soito Wines e Quinta dos Monteirinhos. No evento, também a Rota dos Vinhos do Dão estará presente, numa acção de promoção da região. www.gazetarural.com

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Aviso já publicado em Diário da República

Certificação da azeitona galega da Beira Baixa visa criar mais valor económico

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presidente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Baixa (APABI) afirmou que o pedido de atribuição de Indicação Geográfica Protegida (IGP) à azeitona galega da região visa criar mais valor a uma variedade exclusivamente nacional. “Na região da Beira Baixa, a variedade predominante é a azeitona galega, que tem uma dupla aptidão: dá para azeite e para azeitona de mesa. E é uma variedade muito procurada, nomeadamente pelos mercados internacionais, como o Brasil”, explicou o presidente da APABI, João Pereira. A criação de mais valor económico foi o ponto de partida que levou a requerer o registo de Azeitona Galega da Beira Baixa IGP, aviso já publicado em Diário da República. Este responsável adianta que a azeitona galega é uma variedade exclusivamente portuguesa e, além da Beira Baixa, existe em outras regiões do país, como o Alentejo e Trás-os-Montes, onde a dinâmica de plantações de olival foi elevada, comparativamente com aquilo que se passou na Beira Baixa.

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A APABI quer transformar esta menor dinâmica numa oportunidade diferenciadora para os olivicultores da região. “Aquilo que era uma ameaça de abandono, nós estamos a tentar transformar numa oportunidade de retorno, valorizando o produto final, que é a azeitona para conserva”, sustentou. João Pereira realça que a Beira Baixa tem ainda um olival bastante tradicional, de sequeiro e com poucas árvores por hectare. “Com esta certificação, cria-se uma oportunidade para o olivicultor de poder valorizar o seu produto, tendo um destino diferente, em vez de ir só para azeite, ou seja, conseguindo diferenciar como produto diferente, neste caso azeitona de conserva, respondendo ao mercado e permitindo, de uma forma mais simples, criar mais valor económico”, concluiu.


Com sede em Oliveira do Hospital

Cooperativa prevê exportar um milhão de euros em frutos silvestres em 2019

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cooperativa Capital dos Frutos Silvestres, em Oliveira do Hoslíbrios ambientais originados pelos incêndios, o pital, exportou em 2018 mirtilos e framboesas no valor de que resultou também em quebras na produção 100 mil euros, esperando que o volume de negócios ascenda este de mirtilo. “Podíamos ter ido às 200 toneladas, ano a um milhão de euros. O presidente da cooperativa, Nuno Pemas colhemos apenas 55 toneladas”, informou reira, disse que a próxima colheita dos pequenos frutos “deverá Nuno Pereira. rondar as 300 toneladas e já está vendida”, maioritariamente no Desta quantidade, aproximadamente 40 tonemercado externo. ladas foram exportadas, restando 15 toneladas “Quanto mais tivéssemos, mais comercializávamos”, afirmou, “congeladas para compotas e concentrados”, além esclarecendo, no entanto, que as previsões para 2019 estão dede alguns produtos inovadores. pendentes de factores de ordem climática e de eventuais praNoutros casos, houve produtores que “enterragas. ram grandes quantidades” de mirtilo, a fim de desEm 2018, as plantações de mirtilo foram atacadas pela truir os ovos da mosca que poderão eclodir no ano mosca-da-fruta e o temporal Leslie causou igualmente danos seguinte. avultados nas explorações de framboesa, que são cultivadas Fundada em 2017, a Capital dos Frutos Silvestres em estufas, depois de o incêndio de 15 de Outubro de 2017 produziu ainda 200 toneladas de pêra rocha e maçãs ter destruído um elevado número de empreendimentos nesdas variedades “golden” e bravo-de-esmolfo, comerta área em diversos municípios do interior. “No ano passado, cializadas apenas no mercado nacional. vendemos 100 mil euros de fruta, mas tínhamos previsto o A cooperativa de Oliveira do Hospital foi uma das dobro”, disse Nuno Pereira. empresas portuguesas presentes na Fruit Logística, A Capital dos Frutos Silvestres, que reúne meia centena de que decorreu em Berlim, Alemanha. “A nossa aposta é produtores da região, registou “uma quebra grande na framrelançar a agricultura na região, mesmo sabendo que boesa”. “Apesar de todos os problemas, esperávamos 50 tose avizinham tempos muitos difíceis”, disse Nuno Peneladas, mas não chegámos às 10 toneladas”, adiantou. reira. O dirigente lamentou os estragos provocados pelo Leslie, O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimenem Outubro, “em pleno pico da campanha da framboesa”, to Rural, Luís Capoulas Santos, esteve na abertura desta que decorre entre Setembro e Janeiro, e cuja colheita se feira do comércio internacional de frutas e visitou a redestina sobretudo à exportação para países do norte da presentação da Capital dos Frutos Silvestres Europa, que não produzem este fruto nos meses frios. Por outro lado, durante o Verão, a mosca-da-fruta proliferou no interior da região Centro devido aos desequiwww.gazetarural.com

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Com uma majoração em 40% dos encargos

Limpeza das florestas e adaptação às alterações climáticas terão benefícios fiscais

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s operações de limpeza das florestas, reflorestação e de adaptação condições ecologicamente desajustadas”. florestal às alterações climáticas vão ter benefícios fiscais em sede de Estão igualmente abrangidas as despeIRC e IRS, com uma majoração em 40% dos encargos. sas com as operações de reconversão de De acordo com a portaria publicada em Diário da República, a majoração povoamentos compostos por espécies de abrange os encargos com as operações de defesa da floresta contra incêncrescimento rápido, em povoamentos de dios, a elaboração de planos de gestão florestal, as despesas de certificaespécies autóctones de crescimento lento, ção florestal e de mitigação ou adaptação florestal às alterações climáticas mais adaptadas às alterações climáticas. para quem exerça actividade económica de natureza silvícola ou florestal Segundo a portaria, terão também benee tenha contabilidade organizada. fícios fiscais as despesas relacionadas com “São objectivos associados à criação deste regime o ordenamento e as operações de rearborização de áreas argestão florestal, bem como a prevenção e apoio ao combate de incêndios didas ou afectadas por calamidades naturais florestais, valorizando a floresta e, desta forma, o território nacional”, ou acontecimentos catastróficos e as operarefere a portaria, assinada pelos secretários de Estado dos Assuntos Fisções de “controlo de espécies invasoras lecais e das Florestas e Desenvolvimento Rural. nhosas”. Nas despesas com as operações de defesa das florestas contra incênOs “cortes sanitários de exemplares hospedios estão incluídas as que se referem “à abertura e beneficiação de faideiras que apresentem sintomas de declínio”, xas da rede primária, secundária e terciária da rede de faixas de gestão a limpeza de vegetação “sem mobilização do de combustível e de mosaicos de parcelas de gestão de combustível, solo”, com recurso “a ferramentas motomaincluindo o uso do fogo controlado”. nuais ou alfaia destroçadora”, assim como a São igualmente consideradas como despesas os serviços de consuleliminação dos resíduos florestais sem recurso toria para elaboração do plano de gestão florestal, desde os serviços à queima são também considerados. de consultoria para desenvolver actividades preparatória às auditoA majoração de 40% abrange ainda as operias necessárias para o sistema de certificação e emissão de certirações de compartimentação dos povoamenficado. tos florestais “através da instalação de faixas Quanto à mitigação e adaptação florestal às alterações climáticas, de arvoredo de alta densidade ou operações de estes benefícios fiscais abrangem as operações de arborização com gestão e recuperação das linhas de água”. espécies autóctones de áreas anteriormente ocupadas por matos A portaria já entrou em vigor e produz efeitos e com operações de reconversão de povoamentos instalados “em desde o início deste ano.

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Um investimento de 52 milhões de euros

Central de biomassa de Viseu deverá estar a funcionar em pleno em Maio

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central de biomassa de Viseu, que está a ser hectare e um hectare em todas as freguesias, devidamente aconconstruída desde Junho de 2018, encontradicionados e vedados, que têm como objectivo sensibilizar as pes-se em fase de testes e deverá estar a funcionar soas” para a recolha dos resíduos. em pleno em Maio, anunciou o seu promotor, CarPor exemplo, na altura da poda das videiras e das árvores, os los Alegria. particulares, as juntas de freguesia e a Câmara poderão deposi“Estamos numa fase de testes. Já saiu fumo pela tar os resíduos nesses ecopontos. “A lógica é que esta consciênchaminé, que é vapor de água”, explicou Carlos Alecia cívica dos nossos cidadãos nas várias freguesias e na cidade gria, durante uma visita às obras, que estão a depossa permitir criar valor para as juntas de freguesia”, frisou correr numa área de dez hectares, no lugar de Chão Almeida Henriques. D’Alva, na freguesia do Mundão. Com a criação dos ecopontos, serão definidas regras, “desigO projecto da central de biomassa de Viseu, que nadamente proibindo as queimas e dizendo que é obrigatório representa um investimento de 52 milhões de eudepositar todos esses resíduos nos ecopontos”, acrescentou. ros, está a criar fortes expectativas no que respeita Segundo Carlos Alegria, todos os presidentes de junta de freà dinâmica económica da região. “Vamos ter aqui figuesia de Viseu concordaram com a criação dos ecopontos e xamente, a trabalhar diariamente, entre 30 e 35 pesestá a ser estudada a sua localização. “É um projecto-piloto soas, mas que representam 300 postos de trabalho a só da Câmara de Viseu e a ideia é replicar, não só cá, mas trazer a biomassa”, explicou Carlos Alegria. também lá fora, porque é inovador a nível internacional”, suApesar dos vários projectos de centrais de biomassa blinhou. do país, que se juntam às fábricas de ‘pellets’ existentes, o responsável disse acreditar que continuará a haver matéria-prima para as alimentar. Em Viseu, poderão contribuir para isso os ecopontos florestais que serão criados nas freguesias, disse o presidente da Câmara, Almeida Henriques. Segundo o autarca, serão criados “espaços entre meio www.gazetarural.com

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No seminário integrado na Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural

Município de Almeida aposta na produção agrícola e no turismo cinegético

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produção agrícola, nomeadamente mel e azeite, e o turismo cinegético estiveram em destaque no seminário integrado na Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural, que decorreu em Vilar Formoso, no concelho de Almeida, e que contou com a presença de João Catarino, Secretário de Estado da Valorização do Interior, na sessão de encerramento. O certame confirmou que a actividade cinegética “é um recurso importante” no concelho de Almeida, que pretende “divulgar ainda mais as suas potencialidades”. A Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural atraiu milhares de pessoas, em especial caçadores e pescadores, portugueses e espanhóis. Os visitantes encontraram neste certame todo o material para caça e pesca, e puderam apreciar a gastronomia associada a estas duas actividades. Destaque para a Montaria ao partido dessa atracção, mas também divulgar ainda Javali, em Nave de Haver, que contou com a participação de mais as nossas potencialidades nesta área, e são muicerca de 120 caçadores. Aliás, revelou o presidente da Câtas”, pois, acrescenta o edil, “a caça e pesca, devidamara de Almeida, “as portas estavam esgotadas há meses”, mente ordenadas, podem ser mais um recurso econóafirmou António Batista Ribeiro, destacando a presença de mico para Almeida”. caçadores de norte a sul de Portugal e alguns espanhóis. A atestar este facto, sublinha António Batista Ribeiro, A montaria “contribuiu muito para o êxito desta feira”, re“há muitos caçadores que comparam uma segunda haferiu o autarca. bitação no concelho”, dando o exemplo da aldeia de PaiPara António Batista Ribeiro, “a caça e a pesca são relobo, que tinha apenas dois habitantes e agora foi “repocursos endógenos que estão por explorar”, mas “têm vinvoada” por caçadores, quase todos oriundos do norte do do a ganhar dimensão no concelho de Almeida”. Contudo, país. “Aos fins-de-semana chegam a estar ali 20 famílias”, com a realização deste certame, o município quer «tirar refere o autarca.

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Certame decorreu em Ponte de Lima

AGRO deu a conhecer a cultura limiana a milhares de visitantes

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romover o que de melhor se produz no sector como plataforma de divulgação e promoção da região, mas tamagroalimentar no concelho de Ponte de Lima bém como catalisador de potenciais investimentos. foi o objectivo da realização da Feira 100% Agro“Temos alguns dos melhores expositores e dos melhores produlimiano. Este certame, promovido pelo município tos. Estão aqui, seguramente, exemplos de empresas, de emprelocal pelo quarto ano consecutivo, cumpriu os obsários, de jovens empresários que se abalançaram para projectos jectivos, com milhares de pessoas a passarem pelo com uma enorme criatividade e com uma enorme inovação, que pav8ilhão da Expolima. já conquistaram o seu mercado, quer de âmbito regional, quer Durante dois dias a matéria-prima que faz de de âmbito nacional, e alguns até de âmbito internacional. Gente Ponte de Lima local de essência genuína, esteve em qualificada que percebeu que esta era uma área de negócio que destaque. Os visitantes puderam encontrar desde o valia a pena aproveitar”, realçou o autarca. mel, à sidra, ao vinho verde, aos enchidos e fumaA premissa do evento foi cumprida e as expectativas de pardos, à fruta, hortícolas, e cogumelos, sem esquecer ticipantes e curiosos, - que consideraram esta uma platafora carne, o leite, e os animais, entre outros produtos ma verdadeiramente útil, sobretudo a pequenos produtores e limianos. “startups”, - não saíram defraudadas, num evento único, que Nas palavras do presidente da Câmara de Ponte de apenas na sua quarta edição, faz jus à excelência do mundo Lima, Victor Mendes, “esta feira é a única feira que rural limiano. tem como objectivo a promoção única e exclusiva dos empresários e dos produtos do concelho”, procurando, “acima de tudo, criar condições aos nossos empresários agrícolas para poderem mostrar aquilo que fazem”, potenciando um sector que é “fundamental para a economia local”, referiu. Junto dos profissionais do sector, de distribuidores, de empresários, e do público em geral, a Feira 100% Agrolimiano agitou o tecido empresarial da área, agindo não só www.gazetarural.com

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fase de desenvolvimento, é o “SpraySafe”, que já foi testado em fiambre e que é pulverizado nos alimentos, criando um revestimento natural que conserva sem a necessidade de recorrer às actuais películas de plástico. A formulação do produto é de origem vegetal, é comestível e dissolve-se na água. Isabel Ferreira garante que tanto pode ser utilizado no retalho como em casa e que há já “imensas propostas de parcerias” quer com empresas interessadas em utilizar quer com as que comercializam plásticos e películas e que “estão sempre muito interessadas em ingredientes biodegradáveis alternativos”, sendo, porém, cedo para avançar prazos de chegada ao mercado. Já à venda com o nome do Politécnico de Bragança no rótulo está o vinho que, em vez dos sulfitos, usados na fermentação e conservação, é produzido com um substituo à Já há vinho, pastelaria e pão com a inovação do CIMO base de flor de castanheiro, uma das culturas emblemáticas de Trás-os-Montes e que os cientistas dizem ter “enorme potencial antioxidante e antimicrobacteriano”. A solução resultou do desafio do produtor da Quinta da Palmirinha, no Norte de Portugal, que foi o primeiro a usar a fórmula, tendo sido seguido por outros produtores nacionais e espanhóis. Este conservante natural está entre as 15 patentes registadas pelo CIMO, em Portugal, na que a montanha oferece é a base de trabalho de 151 invesUnião Europeia e EUA. tigadores que, a partir de Bragança, estão a desenvolver soAs plantas, frutos e cogumelos são a matérialuções naturais alternativas aos corantes e conservantes químicos -prima destes investigadores também para cousados na indústria. rantes naturais que estão a ser testados e há emQuem passa junto ao edifício do Centro de Investigação de Monpresas de panificação e pastelaria a confeccionar tanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) dificilmenos seus produtos com as cores e sabores à base te imagina os corredores de laboratórios onde a ciência conta das fórmulas dos investigadores do CIMO. com apenas alguns milhares de euros de apoio estatal, mas capta As descobertas têm sido agraciadas com précerca de quatro milhões de euros por ano com candidaturas a mios globais e individuais em concursos de inovaprojectos competitivos nacionais e internacionais. ção, destacam-se na área da ciência e tecnologia No mercado há já vinho, pastelaria e pão com a inovação do alimentar, surgem nos ‘rankings mundiais’ nas poCIMO, que está também a desenvolver um novo revestimento sições cimeiras e quatro dos investigadores estão natural promissor, substituto do plástico na conservação de alientre os mais citados do mundo. O próximo passo mentos como o fiambre. será decidir o que fazer com a inovação: “se interesO mote destes investigadores é: da natureza até aos prosa mais vender ou criar empresas” para comercialidutos de uma forma sustentável, como disse Isabel Ferreira, zação. investigadora e directora do CIMO, criado em 2002, e que tem O trabalho que ali é feito tem cativado jovens invesum polo no Instituto Politécnico de Viana do Castelo. tigadores doutorados da região e de fora, como Rubia “Acreditamos que estes territórios, que enfrentam algumas Correia, uma engenheira alimentar brasileira que realameaças, nomeadamente a baixa densidade populacional, ça “a infraestrutura impecável, equipamento de ponta são uma terra de oportunidades, devido à sua excelente bioe o conhecimento da equipa”. diversidade, e inspiradores para desenvolverem novas tecCarla Pereira é de Bragança e fez todo o percurso nologias verdes”, observou. no politécnico, desde 2002, altura em que iniciou a liOs investigadores trabalham em vários projectos naciocenciatura em engenharia química. Pensou em sair da nais e internacionais nas áreas da agricultura na procura de região, mas o CIMO “foi fundamental para ficar e investir fertilizantes, soluções para a rega, combate a pragas como na carreira”. as doenças do castanheiro ou a valorização do azeite e da Já Márcio Carocho trocou em 2004 Águeda por Braapicultura, bem como outros de valorização dos resíduos gança para estudar engenharia biotecnológica e ficou orgânicos municipais para produção de bioenergia e de deporque quer, gosta e é “desafiado todos os dias a enconsenvolvimento de bioprodutos para sectores industriais. trar soluções num ambiente soberbo”. “O bom que se faz O principal enfoque da investigação é, contudo, o sector aqui, faz mudar essas mentalidades que pensam que o alimentar de ingredientes de base natural para corantes, interior está esquecido e que não se faz cá nada de inteconservantes e bioactivos. Uma das novidades, ainda em ressante”, defendeu.

Investigação em Bragança desenvolve substitutos naturais de químicos

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Por ser um problema que “afecta a economia”.

Governo diz levar “muito a sério” o combate à vespa velutina

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ministro da Agricultura disse que o Governo leva “muito a sério” o combate à vespa velutina, por ser um problema que “afecta a economia”. Capoulas Santos esteve em Marco de Canaveses, afirmando que a sua presença “pretende demonstrar que este é um problema que o Governo e o Ministério da Agricultura levam muito a sério”, assinalou, aludindo aos impactos negativos daquele insecto invasor na economia, em particular na agricultura e, “de forma mais específica”, na apicultura. “Estamos a trabalhar na informação, no alerta, na prevenção e detecção precoce, na formação dos agentes e dos cidadãos e no combate”, referiu, a propósito dos indicadores recentemente revelados, enquanto felicitava o trabalho da autarquia de Marco de Canaveses na eliminação de centenas de ninhos de vespa velutina. No entanto, para o ministro, “este é um problema que será imcos, em 2015, já foram destruídos 12.861 ninhos, possível erradicar”. Há, contudo, anotou, alguns indicadores que segundo indicadores hoje anunciados, o que corresdão “alguma esperança” de que é possível “controlar e reduzir, ponde a 75% dos alertas. tanto quanto possível, a população deste insecto invasor”. Antes do discurso do ministro, tinha sido apresenO ministro falava na sessão onde reforçou a importância de o tada, no salão nobre do Paços do Concelho, a Camexecutivo ter disponibilizado um milhão de euros para as autarpanha Nacional de Combate à Vespa Velutina, que quias combater à vespa velutina. “Na sequência deste esforço, envolve vários agentes da administração central, aunós decidimos, dentro do orçamento do ministério, procurar tarquias e protecção civil. alocar a este programa mais um milhão de euros que vamos Na sessão em Marco de Canaveses participaram os pôr ao dispor das autarquias para as ajudar neste combate”, secretários de Estado da Agricultura e das Florestas afirmou. e representantes de outros organismos do Estado e Capoulas Santos explicou que os municípios podem candida protecção civil. “O nosso objectivo é mobilizar os datar-se com projectos até ao limite de 10 mil euros por ano. agentes mais directamente interessados e os cidadãos As verbas, frisou, destinam-se a pagar a eliminação de cada para este combate que temos de travar sem tréguas e ninho daquele insecto invasor. O ministro precisou que serão do qual queremos sair vencedores”, concluiu Capoulas pagos 25 euros por cada ninho primário eliminado e 100 euSantos. ros por cada ninho secundário destruído. A presidente da Câmara, Cristina Vieira, destacou, por “Pretendemos estimular e procurar tornar mais eficaz seu turno, o trabalho realizado no concelho no combate este programa”, afirmou, mostrando-se esperançado que àquele insecto invasor, em articulação com a protecção será assim possível melhorar os indicadores do combate à civil, nomeadamente a mudança de estratégia de interchamada vespa asiática. venção ocorrida em 2018, que permitiu melhorar a sua No ano passado, foram eliminados 4.085 ninhos em tereficácia nas várias freguesias. No ano passado foram desritório nacional, a maioria a norte do Tejo. Desde o início truídos no concelho 290 ninhos. da invasão daquele tipo vespa oriundo de países asiáti-

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Liderado por Seena Sahadevan, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da FCTUC

Estudo alerta para impactos do aquecimento global nos fungos de água doce

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m estudo internacional sobre a diversidade de fungos aquáticíveis para consumidores invertebrados, e por cos em ribeiros de floresta, liderado por uma investigadora da sua vez estes servirão de alimento a predadores Universidade de Coimbra (UC), concluiu que o aquecimento global como ninfas de libélula e peixes, dinamizando as pode induzir mudanças nas comunidades de fungos de água doce. relações tróficas”. “O aquecimento global pode induzir mudanças nas comunidades A investigação, já publicada na revista Science de fungos de água doce, especialmente em comunidades dominaof the Total Environment, envolveu 32 investigadas por espécies adaptadas a ambientes mais frios ou a ambiendores de 31 instituições de 18 países -- Alemanha, tes com oscilações mínimas de temperatura”, afirma a Faculdade Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China (Hong de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Kong), Equador, Espanha, EUA, França, Guiné, Índia, Além disso, o aquecimento global pode também “provocar uma Itália, Japão, Malásia, Noruega, Portugal (incluindo alteração gradual nas teias alimentares, modificando os ciclos Açores) e Nova Zelândia. biológicos e geoquímicos e comprometendo os serviços do ecosA partir da análise das comunidades de fungos de sistema e do bem-estar humano”, alerta a mesma investigação 19 rios, distribuídos pelos dois hemisférios, a equipa internacional, liderada por Seena Sahadevan, do Centro de verificou que “o número de espécies de fungos varia Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da FCTUC. consoante a latitude, isto é, o número de espécies Este é “o primeiro estudo realizado à escala global sobre a é maior nas regiões temperadas de média latitude, diversidade de fungos aquáticos em ribeiros de floresta districomo por exemplo Portugal e Espanha”, relata a inbuídos ao longo de um gradiente latitudinal (do equador em divestigadora Seena Sahadevan. recção aos polos), baseado em técnicas moleculares de nova “Este padrão de distribuição diverge do padrão glogeração (Illumina NGS)”, sublinha a faculdade. bal, pois enquanto o número de espécies de plantas e Ao contrário dos microorganismos do solo, cujos padrões animais diminuem quando nos afastamos do equador, de distribuição das espécies pelo globo estão bem definidos, os fungos aquáticos diminuem perto do equador e dos “a distribuição em larga escala dos microorganismos aquápolos”. ticos, apesar do seu valor ecológico, não tem tido a mesma A investigadora do MARE destaca que “outro ponto atenção”, refere ainda FCTUC. relevante do estudo foi verificar que a composição das “Os ecossistemas de água doce têm um papel relevante comunidades de fungos difere claramente com a temno ciclo global do carbono, inclusive os pequenos ribeiros peratura da água, tendo sido registados três grupos disde floresta em que a principal fonte de carbono reside nas tintos independentemente do hemisfério onde se enconfolhas e detritos vegetais que caem sobre o leito e aí se travam”. decompõem”, acrescenta. Este processo de decomposição -- explicita a FCTUC -- é conduzido pelos fungos aquáticos: “Ao libertarem substâncias para digerir as folhas, também as tornam apete-

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Última Hora

Edição 2019 vai decorrer de 24 a 28 de Abril

Ovibeja na rota da promoção dos patrimónios natural e cultural do Alentejo

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decorrer de 24 a 28 de Abril, a XXXVI Ovibeja já tem inscritos de Azeites e ainda os músicos convidados para o muitos expositores das mais diversas áreas e está a receber concerto do Festival Terras Sem Sombra a realimuitas manifestações de interesse por parte de novas empresas. zar em Beja. Esta iniciativa resulta de um acordo O secretariado da Feira já está a funcionar em pleno, no Parque de de colaboração entre a ACOS e a Pedra Angular, Feiras e Exposições de Beja Manuel de Castro e Brito. a entidade organizadora do Terras Sem Sombra, Também o IX Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra num modelo de cooperação e envolvimento que – Prémio CA Ovibeja (com o patrocínio exclusivo do Crédito Agríestá a ser preparado com muitas outras entidades cola), está a suscitar muito interesse por parte de produtores inpara enriquecimento da XXXVI Ovibeja e dos temas dividuais, sociedades olivícolas, cooperativas de diversos países, a abordar. Além da problemática das alterações cliestando já a receber amostras. máticas um dos temas fortes da Ovibeja é ainda a Recorda-se que este concurso está classificado como um dos internacionalização. melhores do mundo, sendo uma referência no que diz respeito A Ovibeja é exemplo de inovação e do envolviao rigor das normas de classificação. Entre outras, destaca-se mento de todos os seus participantes com vista a a autenticação das amostras por uma entidade idónea indetrabalhar e a inscrever na ordem do dia assuntos de pendente, o uso de recipiente de vidro escuro, sem rótulo e interesse para a região e para o País. Além dos incom sistema de abertura inviolável, o uso de um código de tervenientes locais, regionais e nacionais, a Comissão identificação anónimo, sendo os azeites ainda acompanhados Organizadora da Ovibeja está a convidar especialistas de uma análise química e de uma análise organoléptica emide diferentes nacionalidades, formações e responsatida por um painel de provadores reconhecido pelo Conselho bilidades, de modo a tratar da forma mais abrangenOleícola Internacional (COI). te possível os grandes temas da actualidade. Exemplo Um dos temas principais da edição deste ano da Ovibedo trabalho que está a ser realizado e do intercâmbio ja é a problemática das alterações climáticas e o papel dos de conhecimentos, é a participação de delegações da agricultores na sua mitigação e reversão. A Comissão OrACOS – a entidade organizadora da Ovibeja – em feiras ganizadora da feira está a preparar um conjunto alargado e reuniões em diferentes cidades espanholas e, mais rede iniciativas sobre a temática, que integram o debate e a centemente, também dos Estados Unidos da América. reflexão, a visita e verificação in loco de zonas de elevado Na rota da promoção da Ovibeja está a divulgação dos potencial de biodiversidade, um património natural que se patrimónios natural e cultural e a importância de presercruza com o património cultural da região. var e usufruir do seu valor acrescentado. A anteceder a Ovibeja vão ser realizadas acções, no início de Abril, que envolvem convidados de vários países, de entre eles, os membros do júri do Concurso Internacional www.gazetarural.com

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Curtas

VIII Encontro de Produtores de Mirtilo realiza-se em Viseu

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iseu vai receber o VIII Encontro Nacional de Produtores de Mirtilo nos dias 15 e 16 de Março. Organizado pela Acegrow SA, com apoio do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), este encontro pretende-se promover uma oportunidade única para partilhar conhecimentos, saberes e experiências entre todos os intervenientes na fileira do mirtilo. No primeiro dia do evento, decorrerá um ciclo de palestras onde serão abordadas temáticas de acordo com a realidade de produção, comercialização e distribuição de mirtilos não só no panorama nacional e também global.

Destacam-se a apresentação “Uso eficiente da água de rega”, por Francisco Vieira, da AAPIM, e o testemunho do produtor Victor Nunes, da Beiraberry, sobre o “Uso de tecnologia para apoio à rega no mirtilo”. O Dia de Campo terá lugar na Quinta das Rasas, Ferro, Covilhã, e terá início às 10,30 horas e final previsto para as 12,30 horas.

IV Festival das Sopas e Petiscos chega a 30 e 31 de Março O Município de Vila de Rei, com o apoio do CLDS 3G, Junta de Freguesia da Fundada e C.C.D.R. da Fundada, vai organizar, nos dias 30 e 31 de Março, a quarta edição do Festival das Sopas e Petiscos de Vila de Rei. A iniciativa vai ter lugar no Pavilhão Polidesportivo da Fundada entre as 18 e as 23 horas de sábado, 30 de Março, e, no dia seguinte, entre as 11 e as 18 horas. A entrada no recinto voltará a dar o direito aos visitantes ao kit do Festival (composto por sacola, tigela e colher) e de experimentar todas as sopas ao dispor. O Festival voltará a contar com animação musical no recinto e com a eleição da “Melhor Sopa” através da votação do público e de um júri nomeado para o efeito.

Festa de Saberes e Sabores do Douro em São João da Pesqueira

Abertas inscrições para expositores na Feira de São Mateus 2019

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stá aberto o período de inscrições de expositores para a Feira de São Mateus 2019. Pelo terceiro ano consecutivo, as candidaturas decorrem online, em www.feirasaomateus.pt, através de formulário disponível para cada área de actividade (alimentar, comercial, diversões, restauração ou stand no Pavilhão Multiusos), até dia 31 de Março. Na mesma secção, poderá ser consultado o regulamento da edição deste ano e a planta dos vários espaços disponíveis no recinto. No ano em que comemora 627 edições, a Guardiã das Feiras Populares do país abre portas entre 8 de Agosto e 15 de Setembro. O certame continua a afirmar-se como uma oportunidade de negócio privilegiada para operadores da região e de todo o país, contando com um volume de negócio superior a 44 milhões de euros e mais de 300 expositores permanentes e temporários.

S. João da Pesqueira vai receber, ao longo de três fins de semana (23 e 24 de Fevereiro e 2, 3, 9 e 10 de Março), a Festa de Saberes e Sabores do Douro. Organizado pela Câmara local, vai decorrer no Salão de Exposições e Anfiteatro Municipal e é um dos eventos promocionais de referência na região. O artesanato e a gastronomia estarão em destaque no certame, que visa promover a “prata da casa”, desde a gastronomia regional, o típico pão e fumeiro caseiro e a doçaria, até ao artesanato. Do programa de animação, destaque para a presença dos grupos de cantares e associações do concelho.

Covilhã recebe Dia de Campo dedicado à eficiência na rega

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Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM) e a Agroop, empresa portuguesa de tecnologia agrícola, organizam, no dia 21 de Fevereiro, um Dia de Campo. O evento, de entrada gratuita, vai focar-se na gestão de recursos hídricos e no papel da tecnologia para alcançar mais eficiência na rega.

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Mês do Sável e da Lampreia em Vila Nova da Barquinha A comemorar um quarto de século de existência, a mostra gastronómica “Mês do Sável e da Lampreia” está de volta ao concelho de Vila Nova da Barquinha. Pelo vigésimo quinto ano consecutivo, estes sabores únicos do peixe do rio podem ser apreciados, até 31 de Março, à mesa dos oito restaurantes aderentes à edição deste ano. O festival promovido pelo Município de Vila Nova da Barquinha tem como principal objectivo difundir a cozinha típica e tradicional de um concelho banhado por três rios - Tejo, Zêzere e Nabão – e cuja história está intimamente ligada à actividade piscatória. Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal, explica que a aposta continuada na mostra se deve ao facto de “haver uma grande aceitação por parte do público” e porque é necessário apostar “nos recursos endógenos”. “Sabemos que há pessoas que se deslocam de todo o país para visitar VN Barquinha para apreciar o Castelo de Almourol, mas também para vir comer e se deliciar com a lampreia. Todos os anos, isto acontece. Todos os anos é repetido e isso quer dizer que em 25 anos já temos um público fiel”, elucidou.


Última Hora

Segundo uma estimativa da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital

Festa do Queijo tem impacto económico superior a 2,5 milhões de euros

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impacto económico total da Festa do ca de 40 milhões de euros, no conjunto das edições de 2016 e 2017, Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hosrealça o município, num balanço escrito facultado à Lusa em que cita pital é superior a 2,5 milhões de euros, segundo relatórios da Cision, a multinacional que monitoriza o impacto de uma estimativa da Câmara Municipal. grandes realizações públicas. Destinada a comercializar e promover o queijo A feira deste concelho do distrito de Coimbra «é o evento que de ovelha com denominação de origem protegida mais contribui para a projecção e para a notoriedade das marcas (DOP) Serra da Estrela, a feira, que este ano se queijo Serra da Estrela e Oliveira do Hospital». realiza de 16 a 17 de Março, «atrai habitualmente A autarquia tem apostado em figuras como o actor Manuel Melo mais de 50 mil visitantes nos dois dias», disse o e o apresentador de televisão Fernando Mendes, que protagonipresidente da autarquia, José Carlos Alexandrino. zaram campanhas publicitárias do evento, em 2016 e 2017, resNa sua opinião, o evento «é o maior» na região pectivamente. demarcada, que abrange 18 municípios: Carre«O principal pico de levantamentos nas caixas Multibanco em gal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Oliveira do Hospital, segundo dados do Instituto Nacional de EsGouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do tatística (INE), ocorre precisamente durante o fim de semana da Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Festa do Queijo», sublinha na nota o gabinete do presidente da Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Câmara. Viseu, nos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e CasA feira «tem vindo a ganhar cada vez mais dimensão naciotelo Branco. «O queijo DOP Serra da Estrela é uma nal», tendo contado com a presença do Presidente da Repúâncora da projecção turística de Oliveira do Hospiblica, em 2017 e 2018, mas também em 2016, ainda antes de tal», salientou José Carlos Alexandrino. Marcelo Rebelo de Sousa tomar posse do cargo. O sector sofreu danos elevados em 2017, devido aos Aos cerca de 20 produtores de queijo que em média particiincêndios, o que levou a autarquia a envolver-se no pam, incluindo as queijarias certificadas, juntam-se os postos processo de recuperação do efectivo de ovelhas das de venda de artesanato e diversos bens alimentares da reraças autóctones, apoiando com outras entidades a gião, como enchidos, mel, pão e bolos, num total que geralinstalação do centro de recria de borregas, criado no mente ultrapassa os 200 expositores. concelho pela Associação Nacional de Criadores de OviA iniciativa «é também já visitada por muitos turistas esnos Serra da Estrela (ANCOSE). trangeiros, sobretudo espanhóis, que habitualmente se desEsta valorização dos ovinos registados no livro genealocam a Oliveira do Hospital» no âmbito do capítulo da Conlógico, gerido pela ANCOSE, e do queijo certificado Serra fraria do Queijo Serra da Estrela. da Estrela «é um trabalho que perdurará no futuro». O «retorno mediático» da Festa do Queijo totalizou cerwww.gazetarural.com

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VIDRO. A VIDA SEMPRE EM CHEIO.

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O vidro torna tudo mais luminoso, mais intenso, mais saboroso. E não apenas os nossos alimentos e as nossas bebidas, mas também os nossos melhores momentos. É transparente: com vidro, a própria vida fica mais cheia.

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Quatro semanas gastronómicas ao longo do ano

Reguengos à Mesa com os “comeres locais”

Na Gala ‘Os Melhores do Ano’ da Revista de Vinhos

Verallia Portugal apresentou novo anúncio publicitário

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Verallia Portugal apresentou na gala de entrega dos prémios “Os o longo deste ano de 2019, o município Melhores do Ano 2018”, instituídos pela Revista de Vinhos, o seu de Reguengos de Monsaraz vai organizar novo anúncio publicitário. O evento, destinados a premiar as figuras, quatro momentos de festa tendo como mote empresas e produtos que mais se distinguiram no mundo dos vinhos, os comeres locais. O porco, o borrego, os peida gastronomia, decorreu na Alfândega do Porto. xes capturados em Alqueva e a caça chegarão A XXII Gala “Melhores do Ano” da Revista de Vinhos, registou 100 às mesas dos restaurantes do concelho em senomeados em 24 categorias e reuniu, em noite de gala, cerca de 900 manas temáticas. convidados. Foi nesta Gala, e através da edição especial da Revista A primeira semana gastronómica integrada de Vinhos de Fevereiro, que a Verallia Portugal iniciou o ano, com a na iniciativa vai ser dedicada ao porco e decorre apresentação do seu novo anúncio publicitário. de 22 a 31 de Março nos restaurantes do conceO objectivo deste anúncio foi de reunir numa “foto de família”, os lho. O segundo momento destas semanas gastro“actores” que fizeram parte da anterior campanha e demonstrar nómicas será dedicado a outro produto arreigado o que de melhor tem o vidro de embalagem para oferecer através à cozinha alentejana, a carne de borrego. A iniciada emoção e da personificação dos produtos bem como realçar os tiva decorrerá de 5 a 14 de Abril. benefícios deste material como melhor escolha para proteger as Por seu turno, a semana gastronómica “Sabobebidas e os alimentos sendo seguro e saudável. As embalagens res do Lago”, visando homenagear a albufeira de de vidro fazem parte do nosso quotidiano e este anúncio demonsAlqueva e os peixes aí capturados, vai acontecer tra-o de uma forma natural e familiar. de 4 a 13 de Outubro. Finalmente, com o Outono O vidro tem vida e é a melhor opção, assim o apresenta o texto plenamente instalado, a última acção em torno dos de argumentação: Vidro. A vida sempre em cheio. O vidro torna comeres alentejanos visará os pratos de caça. A tudo mais luminoso, mais intenso, mais saboroso. E não apenas derradeira festa gastronómica de 2019 nos restauos nossos alimentos e as nossas bebidas, mas também os nossos rantes do concelho terá lugar de 1 a 9 de Novembro. melhores momentos. É transparente: com vidro, a própria vida fica mais cheia. Durante a Gala, a Verallia Portugal, patrocinou o prémio de “Produtor Revelação do Ano 2018” que foi entregue à Quinta de Santiago (vinhos verdes, sub-região de Monção e Melgaço), pelo seu notável trabalho. Na ocasião, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, deixou “palavras de confiança no futuro” e referenciou o desenvolvimento atingido pelo sector do vinho graças à união de esforços dos agentes do sector e das directrizes traçadas pela União Europeia. No decorrer da noite festiva foi ainda divulgado que, após dois anos em França e Itália, o país escolhido para as filmagens do Wine Show, em 2019, foi Portugal. Trata-se de um programa televisivo emitido em 100 países e que terá co-produção da estrutura promotora desta gala do mundo dos vinhos, da gastronomia e do turismo. A Verallia congratula todos os produtores e entidades e deseja-lhes sucesso nos tempos vindouros.

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Última Hora

De 9 de Março a 14 de Abril nos restaurantes aderentes

Rota da Lampreia e da Vitela convida a descobrir Sever do Vouga

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importância enquanto produto turístico e vai ao encontro do desenvolvimento estratégico do concelho, em que a gastronomia conduz à descoberta de outras potencialidades. São exemplo disso as paisagens naturais, em que os rios e quedas de água convidam ao descanso e à aventura, o património histórico, com destaque para os monumentos megalíticos que constituem um verdadeiro museu ao ar livre, e ainda o património cultural que pode ser explorado numa visita à Casa do Artesão ou ao Museu Municipal.

ois pratos fortes da cozinha tradicional severense voltam a encontrar-se à mesa dos restaurantes aderentes, entre 9 de Março a 14 de Abril, durante a Rota da Lampreia e da Vitela. Promover e divulgar Sever do Vouga, contribuindo para a dinamização económica e cultural, através da valorização de produtos locais, é XII Capítulo com entronização o objectivo da iniciativa, que vai na sua XIX edição. de novos confrades Dando continuidade à parceria estabelecida com a Câmara de Sever do Vouga e com a colaboração da Entidade Regional da TuA Rota arranca, no dia 9 de Março, com a realirismo Centro de Portugal, a Confraria Gastronómica de Sever do zação do XII Capítulo da Confraria Gastronómica Vouga organiza a rota que, este ano, conta com sete restaurantes de Sever do Vouga em que serão entronizados noaderentes: “Santiago”, “Quinta do Barco”, “Mira Vouga”, “Quinta vos confrades (honorários e cavaleiros). Para dar as Nova”, nas margens do rio Vouga, “O Cortiço” e “O Vitorino”, no boas vindas, estão convidadas entidades ligadas ao centro da vila, e ainda o “Café Restaurante Cortiço”, em Cedrim. turismo e confrarias de diferentes pontos do país e Durante mais de um mês, os sabores genuínos da gastronoda região. mia que atravessam gerações vão afagar o paladar de quem Depois da concentração (9,30 horas) para a travisita o concelho. dicional foto da família confrádica, nas escadarias Apreciada desde os tempos da Idade Média, quando era utida Câmara Municipal, os confrades irão desfilar pela lizada como forma de pagamento de impostos aos senhores avenida principal da vila de Sever do Vouga anuncianfeudais, a lampreia continua a ocupar um lugar de destaque na do o certame que tem início marcado para as 10,15 gastronomia da nossa região. A rota é assim uma oportunidahoras, no Centro das Artes e do Espectáculo. Ali, pode a não perder pelos apreciadores da boa mesa, que poderão derão provar os sabores regionais numa degustação a experimentar os seus diferentes modos de confecção como o cargo da Chef Alice Bruçó, do restaurante “Quinta do “arroz de lampreia” ou “lampreia à bordalesa”. Barco”. Receitas dos tempos das avós, como as papas Para quem não é apreciador de lampreia, a vitela, que em carolas e feijoada no forno e outras igualmente típicas 2006 passou a integrar a rota, é uma opção. A vitela assada como rojões da tripa, morcela e mão de vaca com grão com arroz de forno é um prato gastronómico de referência são algumas das especialidades que serão servidas. que pode ser saboreado durante todo o ano e cuja qualidaPelas 11 horas, decorre a abertura oficial da rota, com de e fama ultrapassam os limites geográficos de Sever do a cerimónia de entronização e bênção das bandeiras. Vouga. Este ano, o almoço dos confrades tem lugar no restauO mês de Março volta assim a cumprir a tradição e rerante “O Cortiço”, no centro da vila. nova o convite para saborear uma gastronomia de qualidade e que se estende também ao património natural, cultural e histórico. Trata-se de uma iniciativa, como explica a Câmara Municipal, que tem vindo a renovar a sua www.gazetarural.com

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De 22 a 24 de Fevereiro, em Celorico da Beira

Toy é cabeça de cartaz na Feira Queijo Serra da Estrela 2019

TREVO MAGNATA CONSULTORES, LDA

Trevomagnata Consultores TREV MAGNATA Apoia

CONSULTORES, LDA

Distribuidor AGUASUSPENSA Parceiro da Adega Cooperativa Figueira Castelo Rodrigo

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Contato José Lemos 919930402 www.gazetarural.com tmc.formacao@Gmail.com

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oy é o cabeça de cartaz da a Feira Queijo Serra da Estrela 2019, que o município de Celorico da Beira vai realizar de 22 a 24 de Fevereiro. O evento contará com a presença do programa “Somos Portugal” da TVI. Num misto de tributo aos produtores de Queijo Serra da Estrela e de promoção deste produto nobre da pastorícia, uma das Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa, verdadeiro cartão de visita do concelho e embaixador da Serra da Estrela no país e no mundo, o evento constitui um espaço privilegiado de exposição e venda do mesmo, bem como de outros produtos que contribuem para a identidade desta região serrana. Devido às características do clima e do relevo, o produtor de Queijo Serra da Estrela encontra neste município as condições ideais para a produção desta inigualável iguaria – o queijo Serra da Estrela. Produzido a partir do melhor leite cru de ovelha da raça autóctone Bordaleira da Serra da Estrela e/ou Churra Mondegueira, flor de cardo e sal, misturados com mestria e arte pelas mãos da queijeira, segundo processos ancestrais sabiamente guardados e transmitidos de geração em geração. O queijo é apenas o mote para visitar Celorico Beira, mas outras razões para passar pelo certame, que apresenta um programa diversificado, com o cantor Toy como cabeça de cartaz, muita música popular, folclore, revista à portuguesa, muita animação, artesanato, gastronomia, e exposição de cães Serra da Estrela.


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