Gazeta Rural nº 337

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Agenda

EVENTOS GASTRONÓMICOS De 12 e 21 de Abril XXIX Festival do Cabrito em Torres Novas Torres Novas vai promover o Festival do Cabrito, que conta já com 35 restaurantes aderentes espalhados por todo o concelho. As especialidades gastronómicas disponíveis vão desde o cabrito assado no forno com batatas e grelos ao cabrito na púcara, sem esquecer a doçaria à base de produtos tradicionais da região, nomeadamente os frutos secos de Torres Novas.

De 17 a 19 de Maio XI Expoflorestal ‘Por Uma Floresta Viva’ não é apenas o lema da próxima Expoflorestal, é também um desígnio nacional defendido pelos agentes, pelas empresas e pela tutela. É no maior certame ibérico dedicado à fileira da floresta.

De 19 a 21 de Abril Festival do Folar de Silves Promover o interior do concelho e a cultura popular, designadamente da freguesia de S. Marcos da Serra, veiculando o saber fazer das gentes locais, as suas tradições, gastronomia e artesanato e envolvendo agentes e representantes da comunidade local é o objectivo deste evento promovido pela Câmara de Silves.

A 9 e 10 de Maio Congresso Internacional de Avicultura A Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica (APEZ) organiza, nos próximos dias 9 e 10 de Maio a II edição do seu Congresso Internacional de Avicultura - AVIS’19, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

De 3 a 5 de Maio Sabores do Toiro Bravo em Coruche Maio é um mês intenso em Coruche muitas e variadas razões. Para além do território, este concelho ribatejano promove dois eventos que arrastam muitos milhares de pessoas. No primeiro fim de semana há Sabores do Toiro Bravo e no ultimo a FICOR. De 5 a 14 de Julho Festival do Pão de Mafra 2019 O Jardim do Cerco vai receber o Festival do Pão, evento promovido pela Câmara local. Volvidas nove edições, o evento, que é uma montra da identidade saloia. Para além da aposta na contemporaneidade, os visitantes serão desafiados a “pôr a mão na massa”, confeccionando o delicioso pão de Mafra. De 24 de Outubro a 3 de Novembro Festival Nacional de Gastronomia A edição 2019 vai decorrer como habitualmente na Casa do Campino, em Santarém. O tema deste ano será a vinha e o vinho, idêntico ao da Feira Nacional de Agricultura de 2019, como vem acontecendo nos últimos anos. FEIRAS AGRÍCOLAS De 24 a 28 de Abril XXXVI Ovibeja Espaço de diálogo e de inovação, a Ovibeja desafia para

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De 3 a 5 de Maio Feira de Santa Cruz e da Feira Agrícola de Lamego O Largo do Centro Multiusos recebe um único evento, com o objectivo de reforçar a projecção destas iniciativas e, com isso, atrair mais público e aficionados pela arte equestre e pelo mundo rural.

De 18 a 20 de Abril Feira do Folar e dos Produtos da Terra de Carrazeda de Ansiães Anualmente, no fim-de-semana da Páscoa, o Município de Carrazeda de Ansiães pretende dar a conhecer, estimular a produção e a preservação deste característico produto regional transmontano.

Até 28 de Abril Festival do Lagostim de Rio O Festival do Lagostim de Rio está de regresso a Ferreira do Zêzere e promete fazer as delícias dos mais exigentes comensais que se desloquem a este concelho para provar esta iguaria considerada “exótica”, comparada ao caviar.

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a abordagem conjunta à problemática das alterações climáticas, já está a receber manifestações de interesse para expositores e já tem o Secretariado a funcionar em pleno.

EVENTOS SECTORIAIS

De 24 a 26 de Maio X Feira de Caça, Pesca e Lazer em Ponte de Lima O município de Ponte de Lima e a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima organizam a X Feira de Caça, Pesca e Lazer, visando a promoção dos recursos cinegéticos do concelho, assim como as suas potencialidades. De 8 de Agosto a 15 de Setembro de 2019 Feira de São Mateus Viseu prepara já a edição deste ano da Feira de São Mateus. A Viseu Marca reforça a aposta internacional, com um cartaz “mais carismático e irreverente”, e coloca os bilhetes à venda mais cedo que nunca. EVENTOS DE ÉPOCA De 26 a 28 de Abril Feira Medieval em Torre de Moncorvo A Feira Medieval de Moncorvo tem como tema “Alquimia do Ferro”. Surgida no extremo Oriente, a alquimia chegou à Península Ibérica na Idade Média. Os alquimistas procuravam a “pedra filosofal” necessária à produção de ouro a partir de metais considerados inferiores como o cobre, chumbo, estanho e o ferro. Nos dias 27 e 28 de Abril Sever Quinhentista O centro da vila de Sever do Vouga vai recuar no tempo com a quinta recriação histórica, “Sever Quinhentista”, no âmbito da atribuição do Foral a Sever do Vouga, pelo Rei D. Manuel I (29 de Abril).


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á tem planos para o 25 de Abril? Beatus, o mítico espaço de Marvila, vai fechar a festejar em modo “Stock-Off Party”. E tudo estará à venda, desde móveis, cadeiras, sofás, espelhos, quadros, molduras e candeeiros, peças ao estilo “vintage”, imagem de marca que sempre identificou este irreverente e ousado restaurante. A partir das 15 e até às 20 horas há também vinhos, cervejas, música e festa!

Sumário

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“A Ovibeja é uma espécie de Ronaldo que toda a gente conhece”

05Em Constância há doces e sabores pelos recantos da vila 06Rota da Gardunha 2019 com programa enriquecedor 07Sever Quinhentista com muita animação e gastronomia da época 08Ponte de Lima prepara XI Feira da Caça, Pesca e Lazer e borrego são o mote para Quinzena Gastronómica em 09Cabrito Marvão 10Cavalos e mundo agrícola juntos num grande evento em Lamego e mel dão mote às Festas do Município 2019 de Proença-a11Tigelada Nova 16Adega de Vidigueira lança Vinho de Talha branco 2018 18Festa do Vinho e Pão dará a conhecer os melhores néctares do Tejo 19Wine In Azores Terceira apresenta mais de mil vinhos à prova do Centro destaca oito hotéis e três restaurantes da região 22Turismo no ‘Boa Cama Boa Mesa’ 23Sabugal recebe Congresso Europeu de Turismo Rural associação impulsiona Denominação de Origem Protegida do 26Nova azeite do Douro nacional da produção biológica pronto até ao final 27Observatório deste semestre é produzir mais com menos e em condições mais 30Desafio desfavoráveis 34Viseu deverá ter primeiro ecoponto florestal a funcionar no Verão Nova de Foz Côa soma e segue para o VIII Festival do Vinho do 37Vila Douro Superior 38Festivinhão’19 será de consolidação deste festival enoturístico 4

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FICHA TÉCNICA Ano XIV | N.º 337 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


Festas de Constância decorrem de 20 a 22 de Abril

Dezenas de embarcações recebem bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem

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ia 22 de Abril, Segunda Feira da Boa ções do concelho, fazendo das ruas floridas um dos motivos de maior Viagem, dezenas de embarcações cheinteresse nas Festas do Concelho 2019. gam engalanadas à foz do Rio Zêzere, para À semelhança dos anos anteriores, também este ano teremos muitas participar nas cerimónias do Feriado Municiruas floridas, fruto de um desafio lançado pela autarquia, às colectipal de Constância, cujo programa está incluívidades e associações do concelho. Em toda a zona histórica da vila, do nas Festas do Concelho 2019, que decorrer muitos serão os arranjos florais que farão as maravilhas de todos os de 20 a 22 de Abril. que elegerem Constância, como destino turístico na próxima Páscoa. Recebidas com salva de foguetes e saudação Muitos concertos, com Toy e Teresa Salgueiros como cabeças de musical pela Banda da Associação Filarmónica cartaz, o Grande Prémio da Páscoa em Atletismo, uma Mega Aula de Montalvense 24 de Janeiro, as embarcações são Zumba, as Mostras Nacional de Artesanato e de Doces Sabores, a representativas da quase totalidade dos municíTarde de Folclore, as Exposições, as Ruas Floridas, a Tenda Jovem, pios ribeirinhos do Tejo, desde Abrantes até ao um espete as Tasquinhas de Gastronomia Típica, constituem a panómar. plia de actividades que integram o evento. Os barcos vão participar num grandioso cortejo fluvial, cerca das 13 horas, nos rios Tejo e Zêzere Recantos ‘oferecem’ doces e sabores em época de Páscoa para receberem as Bênçãos de Nossa Senhora da Boa Viagem que, em terra, percorre as ruas da Pratos de peixe do rio, migas tradicionais, grelhados, enchidos, vila, em Procissão de rara beleza e envolvimento caldo verde, tigeladas, queijinhos do céu, entre outras iguarias, religioso. As tripulações das embarcações estarão são os doces e os sabores que se podem encontrar pelos recantos trajadas ao modo das épocas de então, lembrando de Constância, nas tasquinhas e nos restaurantes da vila que esos tempos em que os rios eram estradas e deles tão em funcionamento durante as Festas do Concelho 2019/Festa vinha o ganha-pão de grande parte da população. de Nossa Senhora da Boa Viagem. As cerimónias religiosas em louvor de Nossa SeDinamizadas por associações e colectividades do concelho e nhora da Boa Viagem terão início às 15,30 horas, por alguns comerciantes, as tasquinhas surgiram inicialmente com a Missa Solene, seguindo-se a Procissão e a como resposta às necessidades de milhares de forasteiros que Bênçãos dos Barcos nos rios, e das Viaturas, na Praça visitam a vila por esta ocasião. Hoje, respondendo também aos Alexandre Herculano. objectivos iniciais, as tasquinhas são uma parte indissociável da As Cerimónias do Dia do Concelho começam pelas festa, como forma de divulgação e promoção da gastronomia e 10 horas com o Içar das Bandeiras, nos Paços do Conda doçaria local e regional. celho, com Guarda de Honra prestada pelos BombeiDesfrutando dos prazeres da festa, num passeio pela Vila ros Voluntários de Constância e a presença da Banda Poema, aconselham-se os paladares típicos da cozinha regioda Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro. nal que podem ser apreciados nos restaurantes da vila. IndisÀs 10,30 horas decorrerá a Sessão Solene Evocativa do sociável da festa, é também a Mostra de Doces Sabores, que Feriado Municipal, que integra um apontamento musieste ano cumpre a sua décima terceira edição, a qual funcal com Rui Calapez e a cerimónia de Distinção dos Funcionará no Parque de Merendas, apresentando ao público, o cionários do Município com 10, 20 e 20 anos de serviço. melhor da doçaria local, regional e nacional. Milhares de flores vestem Constância por ocasião da Páscoa Vestir Constância com flores por ocasião da Páscoa é uma tarefa partilhada por moradores, escolas e instituiwww.gazetarural.com

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A realizar a 20 de Abril

Na Freguesia de Louriçal do Campo, a 3 e 4 de Maio

Rota da Gardunha 2019 quer estimular o turismo na região

Doçaria Tradicional estará em destaque no mercado mensal da Sertã

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“Doçaria Tradicional” vai dar mais sabor à próxima edição do mercado mensal “Produtos da Terra”, que se realiza a 20 de Abril, que decorrerá na Alameda da Carvalha, uma iniciativa da Câmara de Castelo Branco, vai decorrer nos na Sertã, entre as 10 e as 18 horas. A animadias 3 e 4 de Maio na freguesia de Louriçal do Campo, a Rota da ção estará a cargo do grupo Seca Adegas, que Gardunha, iniciativa que inclui a inauguração da rampa de asa delta e actuará a partir das 15 horas. a prova de ‘trail’ Ultra Trilhos da Gardunha. Para além dos produtos que dão tema a este Apresentada em Louriçal do Campo, a Rota da Gardunha anuncia mercado, também poderão ser adquiridos proum programa enriquecedor, que pretende funcionar como um estídutos hortícolas, transformados e artesanato, mulo ao turismo da Região, e conta este ano com a inauguração de numa iniciativa do Município da Sertã. uma rampa de lançamento de asa delta que permite também a práA iniciativa baseia-se numa lógica de proximitica de parapente e paramotor e que se alia ao UTG – Ultra Trilhos dade entre o cidadão e os produtores regionais: da Gardunha. quem procura produtos de qualidade pode assim Para o presidente da Câmara de Castelo Branco, este evento “esfazê-lo num local próximo e sem recorrer às granpelha a estratégia do município alicerçada essencialmente naquedes superfícies. le que é o turismo de natureza”, acrescentado Luís Correia que A autarquia já tem definido o calendário do mer“a Rota da Gardunha é, na verdade, bordada a natureza, um dos cado mensal até final do ano. Os produtores intepostais mais emblemáticos de Castelo Branco, com uma serra de ressados em participar deverão fazer a sua inscrivalor paisagístico, ambiental e de biodiversidade inquestionável”. ção na Casa da Cultura da Sertã imediatamente Com esta iniciativa a autarquia de Castelo Branco quer dar a após a realização de cada mercado, até ao último conhecer o potencial que a Serra da Gardunha possui para a readia de cada mês. lização de actividades ligadas ao turismo de natureza. “Estes eventos servem também para motivar a prática destas actividaProdutos da Terra – agenda 2019: des e também para captar empresas ou pessoas a título individual que aproveitem o potencial disponibilizado pela Serra da 20 de Abril - Doçaria Tradicional Gardunha”, explicou Luis Correia. 19 de Maio - Queijos e Enchidos Por sua vez Miguel Batista, responsável da parte técnica da 16 de Junho - Frutas e Legumes prova de UTG, destaca o carácter da prova e a sua importância 18 de Agosto - Mel a nível nacional, reforçando o importante papel de “uma activi15 de Setembro - Vinho, Vinagres, Aguardente e Licores dade que ajuda a promover as aldeias e o Concelho de Castelo 20 de Outubro - Castanhas e Frutos Secos Branco e traz a toda a Região uma valorização económica, 17 de Novembro - Bolos de Todos os Santos social e cultural, para além de desportiva”. 22, 23 e 24 de Dezembro - Feira de Natal O UTG, actividade que realizará a sua segunda edição, espera mais de mil participantes, sendo que as inscrições se encontram abertas até 19 de Abril. A inauguração da rampa de asa delta decorrerá em simultâneo com o UTG, onde a realização de actividades aéreas permitirá sobrevoar todo o percurso e acompanhar os atletas em participação, refere Eduardo Lagoa, da Flytime. Já Pedro Serra, Presidente de Junta de Freguesia de Louriçal do Campo, destaca o conjunto de actividades desenvolvidas e o papel que terão na Freguesia e no Concelho, reforçando ainda a mais-valia que este conjunto de actividades traz para a Região.

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Nos dias 27 e 28 em Sever do Vouga

“Sever Quinhentista” com muita animação e gastronomia da época O centro da vila de Sever do Vouga vai recuar no tempo com a quinta recriação histórica, “Sever Quinhentista”, nos dias 27 e 28 de Abril, no âmbito da atribuição do Foral a Sever do Vouga, pelo Rei D. Manuel I (29 de Abril). O evento é organizado pela Câmara de Sever do Vouga e conta com a colaboração da Associação de Artesãos e colectividades locais. Durante o fim-de-semana haverá animação para toda a família. Gastronomia, música e dança da época, cortejos históricos, rábulas teatrais, jogos tradicionais, artes circenses e animação de rua fazem parte da programação. Para as crianças, um acampamento de petizes com diversas actividades e jogos. O Jardim do Lago será animado por saltimbancos, dançarinas orientais, gaiteiros e contadores de histórias que vão relembrar o tempo em que as lampreias eram usadas como meio de pagamento dos impostos. A animação está a cargo da Associação AlbergAR-TE em estreita articulação com a Câmara Municipal de Sever do Vouga. Trata-se, como explica a autarquia severense, de uma iniciativa que conquistou a comunidade. “Esta recriação histórica, Sever Quinhentista, só é possível graças ao envolvimento das colectividades e da comunidade em geral que se empenha em vestir as personagens da época e participar nas actividades”, afirma o vice-presidente da Câmara de Sever do Vouga. Almeida e Costa sublinha a relevância do evento, dizendo tratar-se de “uma iniciativa cultural que assinala um importante marco na construção da identidade do concelho e que, ao longo dos anos, tem suscitado um bonito sentimento colectivo de pertença ao território”, explica o autarca. Ao longo dos dois dias são mais de 30 actividades programadas, além da animação permanente. No sábado, dia 27 de Abril, uma arruada com música marca a abertura do fim-de-semana. Destaque para a performance teatral “Voix de Ville” – Fadas Encantadas, às 14 horas; o desfile de abertura com os dignitários e população, seguida da leitura do Foral Manuelino e danças palacianas, pelas 15 horas; danças populares Quinhentistas, com a comunidade, pelas 17,30 horas; a procissão nocturna, às 21 hora; o concerto com Albaluna, às 22 horas, e a tradicional queimada, às 23 horas. No domingo, dia 28 de Abril, cortejo histórico com leitura do Foral Manuelino e baile popular, às 15,30 horas; bombos Santiago de Lobão, às 18 horas, e concerto de encerramento com Neiva, Gaitas Serigaitas e Albaluna, às 19,30 horas. www.gazetarural.com

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Entre os dias 19 e 21 de Abril

Há “Queijo e Sabores” na cidade de Borba No pavilhão da Expolima, de 21 a 23 de Junho

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Pavilhão de Eventos de Borba recebe de 19 a 21 de Abril, mais uma edição do certame “Queijo e Sabores”, numa organização do Município de Borba, com a colaboração da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos. A novidade da edição desde ano é a realização do I Concurso de Doces e Queijo. A realização deste evento tem como objectivo de promover os queijos e outros produtos regionais produzidos no concelho de Borba, como o vinho, enchidos, azeite, pão, doçaria, gastronomia e artesanato, entre outros, procurando evidenciar os sabores e saberes, a qualidade e genuinidade do seu fabrico, e contribuindo para a melhoria e dinâmica do tecido empresarial do concelho. O programa do evento inclui sessão de show cooking, com a confecção de doçaria tendo como ingrediente principal o queijo; visitas a queijarias, passeios pedestres e muita animação.

Ponte de Lima prepara XI Feira da Caça, Pesca e Lazer

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pavilhão da Expolima vai receber de 21 a 23 de Junho a XI Feira de Caça, Pesca e Lazer, uma iniciativa do Município de Ponte de Lima, em parceria com a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Este certame aposta na promoção dos recursos cinegéticos do concelho, assim como as suas potencialidades transversais aos campos da pesca desportiva de água doce, da caça, e do turismo, numa estreita ligação com o património natural e cultural, alicerçada numa forte aposta turística do concelho de Ponte de Lima. Há semelhança das edições anteriores, este evento conta com a colaboração das federações de âmbito nacional e associações do concelho, de vários sectores que vão além da Caça e da Pesca, à Apicultura, Desporto, Floresta, Recreação, e Lazer e que acrescentam novas dinâmicas ao certame. Esta feira, com mais de uma década de existência, vai contar com várias áreas de exposição de artigos da especialidade, demonstrações de aves de cetraria, mostras de espécies cinegéticas, tasquinhas com pratos e petiscos, e como não poderia deixar de ser, provas de caça, pesca, e um leque diverso de outras actividades de desporto, lazer e muita animação musical. Ponte de Lima dispõe de um numeroso conjunto de recursos de caça e pesca, que juntamente com o lazer formam um forte alvo de investimento e de procura. Assim, diversas empresas e associações dedicam-se a estas actividades e temáticas, permitindo satisfazer as exigências dos que procuram o lazer e uma maneira distinta de passar as suas férias ou um fim-de-semana prolongado, possibilitando a fruição de dias diferentes, longe do bulício das grandes cidades. Em simultâneo esta dinâmica acrescenta valor e sustentabilidade ao desenvolvimento do concelho através da promoção do turismo activo e de natureza.

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Até 28 de Abril em catorze restaurantes do concelho

Cabrito e borrego são o motera Quinzena Gastronómica em Marvão

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s pratos à base de borrego e cabrito vão “reinar” em 14 restaurantes do concelho de Marvão, no Alto Alentejo, numa quinzena gastronómica destinada a atrair turistas na época pascal. Promovida pela Câmara de Marvão, no distrito de Portalegre, a XIV Quinzena Gastronómica “O Cabrito e o Borrego” abre no sábado e vai decorrer até ao dia 28 deste mês. “Nesta época do ano, o concelho é visitado por muitos turistas nacionais e também da vizinha Espanha” e esta iniciativa “quer trazer ainda mais actividade turística a Marvão”, disse o presidente do município, Luís Vitorino. Segundo o autarca, o turismo em Marvão tem vindo a aumentar nos últimos anos, sobretudo na época da Páscoa. “Estamos numa época em que o turismo em Marvão está numa fase ascendente, sendo o turista nacional e de origem espanhola os principais visitantes”, acrescentou. Recordando que a carne de borrego é um dos produtos certificados do Alto Alentejo, com o “selo” de Indicação Geográfica Protegida (IGP), Luís Vitorino acrescentou que a quinzena gastronómica vai servir também para “ajudar a escoar” as produções pecuárias da região. A Quinzena Gastronómica “O Cabrito e o Borrego” pretende também “preservar” as características da cozinha mediterrânica, “promover a excelência” dos produtos endógenos do concelho e dinamizar a economia local. Pela primeira vez, este ano, todos os restaurantes aderentes vão destacar, nas suas ementas, um prato especialmente concebido para esta quinzena gastronómica, de forma a apresentá-lo, como sugestão, aos clientes. Ensopado de borrego na caçarola, perninha de borrego assada no forno com batatinhas e cebolinhas, cabrito de cachafrito, molhinhos de borrego em tomatada, paleta de cabrito de leite no carvão com boletos salteados e as tradicionais sopas de sarapatel são alguns dos pratos tradicionais da época pascal que vão poder ser apreciados. www.gazetarural.com

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elo segundo ano consecutivo, a Câmara de Lamego junta este ano, num único evento, a organização da Grandiosa Feira de Santa Cruz e da Feira Agrícola de Lamego, com o objectivo de reforçar a projecção destas iniciativas e, com isso, atrair mais público e aficionados pela arte equestre e pelo mundo rural. De 3 a 5 de Maio, a maioria das actividades decorre no Largo do Centro Multiusos e no interior desta infraestrutura. “Queremos unir no mesmo evento a modernidade e a tradição para potenciar aquilo que Lamego tem de melhor”, explica o vice-presidente António Alves da Silva. O mundo rural promete apresentar, mais uma vez, o seu melhor cabaz de produtos durante a IV Feira Agrícola de Lamego. Com a presença já confirmada de mais de 100 produtores e empresas, reunirá num único espaço os melhores vinhos, azeites, frutas, enchidos, alfaias agrícolas e muitos outros produtos da região do Douro. Do programa de actividades, destaca-se ainda a realização de provas de vinho comentadas e as jornadas técnicas que reúnem no mesmo local profissionais e oradores de prestígio, constituindo um espaço privilegiado de negócios e partilha de experiências. No sábado, a RTP1 também vai transmitir a partir deste local o programa “Aqui Portugal”. Sob o lema “Atracção ao Centro do Douro”, o certame terá entrada livre. Por outro lado, as populares Corridas de Passo Travado, o Concurso de Salto de Obstáculos, os espectáculos de Equitação Clássica e de Trabalho, os desfiles e passeios de charretes e a Noite de Fados no Teatro Ribeiro Conceição, entre outras actividades, pontificam no programa da Grandiosa Feira de Santa Cruz. Mas, ainda há mais para descobrir e apreciar: a tradicional Feira Anual e o baptismo a cavalo para crianças e jovens, na Av. Dr. Alfredo de Sousa. Conhecida popularmente por “3 de Maio”, este certame visa valorizar a arte equestre e promover o convívio e a boa disposição entre os lamecenses e aqueles que certamente nos visitarão.

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De 3 a 5 de Maio, no Largo do Centro Multiusos

Cavalos e mundo agrícola juntos num grande evento em Lamego


Quatro dias para celebrar as valências territoriais do concelho

Tigelada e mel em destaque nas Festas do Município 2019 de Proença-a-Nova

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Festa do Município de Proença-a-Nova asiática, sendo necessário inverter - no primeiro caso - formas de cultivo é este ano dedicada à tigelada e ao que acabam por fazer perigar as colmeias e, por arrasto, a própria biomel. O certame vai decorrer de 14 a 16 de diversidade. Junho e mostra e divulga o que de melhor se Quanto à caprinocultura, o presidente da Câmara de Proença-a-Nova faz naquele concelho do Pinhal Interior. recordou que o concelho já foi aquele que registou o maior número de A dois meses do certame a Câmara de caprinos, quando “hoje devemos ter um efectivo de 5.000 animais”. Proença-a-Nova deu a conhecer os principais O objectivo é “reactivar uma actividade, que tem condição para ser momentos daquele que é o maior evento do lucrativa e, por isso mesmo, a Capripinhal, que faz a recolha de leite calendário anual do Município, por congregar de cabra e a sua venda, tem a sua sede em Proença-a-Nova”. Há ainda todas as valências territoriais que o concelho a possibilidade de utilizar os rebanhos nas áreas de gestão de comoferece. Do programa, destaque para a inaubustível em redor dos aglomerados urbanos, que poderão ajudar a guração do Mercado Municipal e da Oficina da “transformar área florestal em área agrícola”, frisou João Lobo. Tigelada, a realização do II Fórum Empresarial, A aposta na tigelada ‘arrasta’ outros sectores. Nesse sentido, o os espectáculos com ‘We Are the 90s Kids’, ‘The Município já contactou o Centro de Apoio Tecnológico AgroalimenBéyà Vu Experience’ e Marco Rodrigues, a pretar (CATAA) para desenvolver estudos que permitam que este doce sença do programa ‘Aqui Portugal’, da RTP, um possa integrar o circuito comercial, criando valor acrescentado. A programa paralelo com actividades desportivas, Oficina da Tigelada, a inaugurar no dia 13 de Junho, resulta da reculturais e de animação, área expositiva com emqualificação da antiga Escola Primária do Pergulho. A entrada do presas de vários sectores de actividade, as assoedifício receberá o Centro Interpretativo da Tigelada que, para ciações do concelho que garantem a comercializaalém de reunir utensílios utilizados na confecção da tigelada, conção da tigelada nos tradicionais caçoulos de barro tará a sua história e tradição. e as tasquinhas. Nuno Pequito e Pedro Farinha, da Associação do Pergulho e “Quisemos introduzir alguma diferença relativaMurteira - que dinamizará a Oficina da Tigelada, têm a expectamente àquilo que é habitual neste tipo de festas”, tiva que este equipamento poderá ser responsável pela criação referiu o vice-presidente da autarquia. Mais do que directa de empregos, para além dos restantes impactos indirecuma festa, ou um evento, a proposta é “um conjunto tos já referidos. de experiências que as pessoas levam para que se A inauguração do Mercado Municipal será outro dos momendivirtam e que gostem de estar em Proença-a-Nova”, tos do Dia do Município, tendo a Sessão Solene como tema afirmou João Manso. principal “A economia circular e os contributos para a sustenPor sua vez o presidente da Câmara Municipal, João tabilidade ambiental”, tendo em conta que o novo espaço já Lobo, focou a componente económica que a Festa do incorpora algumas destas preocupações, como por exemplo a Município alavanca, já que a própria tigelada potencia ausência de sacos de plástico. sectores como a caprinocultura e a apicultura, tendo João Lobo convidou os presentes a andar para trás cerca de em conta que a receita tradicional utiliza leite de cabra 70 anos, para uma época em que nada se perdia e em que e o mel. “Em territórios de minifúndio como Proençao ciclo dos produtos se esgotava completamente. “Quando -a-Nova, abre-se uma janela de oportunidade para a olhamos para estes 70 anos de evolução que fizemos enapicultura, que não tem fronteiras, e é também ela um quanto sociedade, vemos que nos trouxe coisas muito boas, complemento importante a diversos níveis”, do económas temos que repensar e voltar a ver que aqueles lá atrás mico ao ambiental. já faziam economia circular”, afirmou o autarca. Luís Gonçalves, que se dedica à apicultura, apontou alguns dos problemas que afectam as abelhas, nomeadamente a utilização de pesticidas na agricultura e a vespa www.gazetarural.com

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De 31 de Maio a 2 de Junho, em Miranda do Douro

Festival Ibérico celebra a natureza arrebatadora das Arribas do Douro

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iranda do Douro acolhe, de 31 de Maio a 02 de Junho, o FestiServiço de Protecção da Natureza e Ambiente val Ibérico de Natureza das Arribas do Douro, onde os parti(SEPNA) da GNR. cipantes poderão descobrir a avifauna e a biodiversidade do Douro Estão programadas dezenas de actividades a Internacional, anunciou a organização. decorrer ao longo dos três dias em Miranda do “Trata-se de um festival ibérico dedicado à temática da obserDouro, mas também nos outros concelhos do Parvação de aves e conservação da natureza, numa região onde se que Natural do Douro Internacional, como Mogajuntam dois parques naturais ibéricos de grande valor ambiental douro, Freixo de Espada à Cinta (Bragança) e Ficultural”, avançou à Lusa o coordenador do projecto, Joaquim gueira de Castelo Rodrigo (Guarda). Teodósio. Segundo a organização do certame, a grande Os protagonistas do festival serão as aves, que poderão ser maioria das actividades será gratuita e desenvolapreciadas de todos os ângulos, de dia e de noite: haverá observem-se pelas duas áreas protegidas transfronteiras, vação de aves na cidade, em caminhadas pelas arribas, e a parPNDI e Parque Natural das Arribes del Duero, do lado tir do próprio Douro, em barco cruzeiro ou de caiaques e canoa. espanhol. A organização promete três dias diferentes para todos aqueEste certame resulta de uma parceria entre o mules que gostam de observar aves no seu habitat natural, como nicípio de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, os abutres e águias - as maiores aves da Europa -, e aprender o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e mais sobre aves nocturnas. o projecto transfronteiriço “Life Rupis”, que se dedica Para além de poderem explorar a região a pé e de barco, à conservação do britango e águia perdigueira. este ano os visitantes terão ainda a oportunidade de o fazer num carro eléctrico que estará disponível para isso. Poderão ainda contactar com os burros mirandeses e com as danças tradicionais. “Este ano, o festival mudou-se para pleno centro da cidade: no Largo do Castelo haverá uma verdadeira feira de natureza e de produtos locais, acompanhada de uma mostra de cinema ambiental. E coincidindo com os festejos do Dia da Criança (01 de Junho), não faltarão, claro, as actividades especialmente concebidas para os mais novos”, destacou Joaquim Teodósio. Outra das iniciativas previstas pela organização para o Festival Ibérico de Natureza das Arribas do Douro é a apresentação de os “Cães CSI”, numa demonstração do

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Rui Garrido, presidente da ACOS

“A Ovibeja é uma espécie de Ronaldo que toda a gente conhece”

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XXXVI Ovibeja tem como tema central as alterações climáticas na agricultura e os debates já agendados vão no sentido de identificar o que está a mudar em termos de clima e de que modo a agricultura poderá mitigar os efeitos negativos que já se estão a verificar. Para Rui Garrido, o presidente da direcção da ACOS, a entidade organizadora desde sempre da Ovibeja, esta edição da feira conta com diversas novidades entre elas o facto de, pela primeira vez, o espectáculo comemorativo do 25 de Abril, organizado pela Câmara de Beja (este ano em parceria com a ACOS), ir ter lugar na Ovibeja, na noite de 24, com António Zambujo. Gazeta Rural (GR): Esta é a XXXVI Ovibeja. A Organização ainda consegue inovar quando desenha a feira? Rui Garrido (RG): Todos os anos tentamos inovar qualquer coisa, embora queiramos sempre manter o que tem sido a traça da Ovibeja e que tem a ver com o facto de ser uma feira aberta, uma feira agrícola, mas que tenha outras actividades ligadas ao mundo empresarial que possam interessar ao público em geral. Este figurino da Ovibeja hoje em dia é já uma marca conhecida em todo o país. Ainda há uns dias estive no Porto e quando numa determinada grande superfície comercial dissemos que éramos de Beja a nossa interlocutora falou logo da Ovibeja. Toda a gente conhece a Ovibeja, o que nos deixa cheios de orgulho. GR: É o Ronaldo do Alentejo? RG: Sim, é uma espécie de Ronaldo do Alentejo que toda a gente conhece no país e mesmo no estrangeiro. É um acontecimento já bem enraizado. Mas é sempre possível inovar e este ano, entre outras coisas, inovámos no tema. Todos os anos a Ovibeja tem um tema central e o deste ano prende-se com as alterações climáticas que se estão a verificar e os seus efeitos, concretamente, na agricultura. GR: Essas alterações já se sentem, de facto, em termos agrícolas e aqui na região? RG: Basta ver a falta de água. Estamos outra vez perante um ano seco, já se fala em seca, há zonas do país já classificadas como de seca extrema e outras para lá caminham. Infelizmente estamos perante uma situação com três anos seguidos em que chove muito pouco no inverno, chovendo, por vezes, em alturas em que tal era raro acontecer. Sentimos que isto anda diferente do que era. Pegando

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no nosso lema de que “não há homens sem agricultura e não há agricultura sem homens”, a nossa função é dar de comer às pessoas e a base disso tem que ser a agricultura. Obviamente quando se intensifica a produção agrícola é preciso mitigar alguns dos efeitos agressivos dessa intensificação, ainda que grande parte da nossa actividade produza efeitos positivos no ambiente, nomeadamente, as produções que fazem o sequestro do carbono, como a floresta, as pastagens, etc. GR: Em cima da mesa hoje estão muitas críticas às monoculturas, nomeadamente do olival. RG: É verdade. Mas não só. Também existem críticas à pecuária extensiva, etc. , por isso, duma forma aberta, informativa, vamos procurar abordar essas temáticas aqui na Ovibeja.

GR: Considera que a cultura do olival, como está a ser feita no Alentejo, em áreas extensas e contíguas, não é prejudicial ao ambiente e à biodiversidade? RG: Eu julgo que esse é um falso problema, não só eu mas a generalidade dos agricultores, empresários e técnicos que conhecemos o assunto. Antes falava-se da monocultura do trigo, agora é da oliveira. Mas a realidade é que não existe essa monocultura. O olival, no perímetro de Alqueva, representa 60 e tal por cento da área de regadio, ou seja cerca de 60/70 mil hectares. O Alentejo tem quase três milhões de hectares de superfície agrícola útil, logo falar de monocultura em termos de região é muito duvidoso. Quem fala de monocultura são pessoas que não conhecem a ocupação cultural e a geografia da região e que passam aqui na estrada nacional que vem de Serpa para Ferreira e olham para um lado e para o outro e só veem olival ou amendoal. Por isso falam em monocultura. Se andarmos mais meia dúzia de quilómetros para um lado ou para outro, essa monocultura desaparece.


RG: Tem havido bastante procura de expositores, mais do que no ano passado. É um sintoma de que a feira é interessante para os expositores, de que a actividade agrícola está viva e isso é salutar. Vamos ter uma feira cheia, no mesmo esquema dos últimos anos com o Pavilhão Institucional, a zona da pecuária, o Pavilhão Terra Fértil dedicado ao olival e ao 9º Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra, como tem sido hábito, e a uma exposição sobre as alterações climáticas. Vamos manter ao lado uma tenda com as tasquinhas e petiscos tal como o Pavilhão do Artesanato e do Cante. Vamos ter cá, outra vez, os cantadores dos grupos corais da Grande Lisboa, que mais uma vez visitam a Ovibeja no comboio do cante. Para eles é uma visita já imprescindível.

“O olival gasta menos água e menos agro-químicos” GR: E qual o comportamento do olival quanto ao consumo de água? RG: Se não fosse o olival não era possível fazer o alargamento do regadio de Alqueva, já que o plano inicial previa um consumo superior a 6 mil metros cúbicos por hectare. O olival, como gasta apenas metade disso, permitiu tornar possível esse alargamento. Doutra forma não era possível. Nós estamos a falar de um bem tão escasso que é a água e duma cultura que gasta muito pouca água relativamente a outras. Por isso não entendo como se fala destas coisas com um tão grande desconhecimento. Mas há mais: o olival além de gastar menos água também consome menos fertilizantes e menos agroquímicos.

GR: O Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra, organizado pela Ovibeja e pelo Crédito Agrícola, continua a afirmar-se ano após ano? RG: Sim. O nosso concurso voltou a estar entre os três melhores concursos internacionais do mundo. Somos nós, o Concurso da Feira de Jaen e o Concurso Mario Solinas, de Madrid, que é organizado pelo Conselho Oleícola Internacional. Hoje em dia um factor de pontuação de qualquer azeite para ser considerado um dos melhores do mundo tem a ver com o facto de ter obtido prémios num destes três concursos. Isto diz bem a importância que o nosso concurso já atingiu.

GR: Nos últimos anos não se têm ouvido muitas reivindicações dos agricultores, ao contrário do que acontecia anteriormente. Isso significa que há mais estabilidade e rentabilidade no sector? RG: A situação é esta: há alguns sectores agrícolas que nos últimos anos têm estado estabilizados e os preços têm permitido viabilizar as explorações, nomeadamente o olival, de que falávamos há pouco. Já quando falamos no sequeiro alentejano, ocupado principalmente por explorações agropecuárias, o problema é bem diferente. O valor de mercado, dos borregos ou dos bezerros, não é muito diferente de há 10 ou 15 anos. Uma excepção para o porco alentejano, de montanheira, uma vez que a indústria dos presuntos continua a valorizar bem este tipo de produção. Em minha opinião, a maior parte das exploGR: Ainda no campo das alterações clirações agropecuárias da nossa região só se viabilizam se tiverem máticas, fala-se do declínio do montado, dimensão. Há também culturas de regadio cujos preços de mercado uma das riquezas do Alentejo. Qual é a sinão viabilizam as suas produções, como é o caso dos cereais ou das tuação? oleaginosas. Por isso, hoje em dia, há muitos agricultores que se esRG: O montado, fruto de vários fatores que tão a virar para culturas permanentes, como o olival ou o amendoal, contribuem negativamente para a sua manutenporque o investimento em culturas anuais muitas vezes não é viáção está, nalgumas zonas, infelizmente em declível. Ou seja, e respondendo diretamente à pergunta, há sectores nio. É um processo de combinação de doenças, de que estão bem de saúde, mas outros que não. práticas culturais e onde as alterações climáticas também têm a sua quota parte de influência. Há Comemorações do 25 de Abril vão ser na Ovibeja três invernos que praticamente não chove e isso é muito mau para o arvoredo. O facto de não chover Este ano as comemorações do 25 de Abril em Beja vão ter lugar enfraquece os montados e torna-os mais vulnerána Ovibeja. É o sinal de que as relações entre a Câmara e a ACOS veis. são neste momento distendidas e sem quaisquer problemas? São muito boas. A nossa relação com a Câmara sempre foi de GR: Todos estes assuntos serão objecto dos colaboração e cooperação mútuas e terão de continuar assim, debates que terão lugar na Ovibeja? pois o contrário não faria sentido. Até porque somos parceiros RG: Sim. E para isso estamos a convidar especiana gestão do Parque de Feiras e Exposições Manuel de Castro listas que nos venham falar sobre os vários temas, e Brito, que tem que ser gerido em conjunto. Neste sentido e, a tentando relacionar estes dois problemas: o da agrifim de programarmos todas as obras necessárias à manutencultura e o das alterações climáticas e ambiente. Queção e conservação do Parque, reunimo-nos bastantes vezes remos ver como, também nós, agricultores, podemos com este executivo. ajudar a mitigar os efeitos negativos que contribuem para as alterações climáticas. GR: A Plataforma Alentejo vai estar na Ovibeja? RG: Vai estar, vai ter aqui o seu espaço que também será mais um momento de afirmação e de reivindicação da região como, aliás, a Ovibeja sempre foi. “Vamos ter uma feira cheia” GR: Para esta edição da feira como tem sido a procura de espaços por parte dos expositores?

Gabinete de Imprensa da Ovibeja

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Com técnica romana

Adega de Vidigueira lança Vinho de Talha branco 2018 R

epetindo um êxito que começou em 2017, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito continua com a produção do Vinho de Talha feita exclusivamente a partir de uvas brancas provenientes de vinhas com mais de 100 anos. Como é apanágio nesta técnica milenar, foi também utilizado, em 2018, o processo de vinificação deixado pelos romanos, muito popular nesta região do Alentejo. Apresentado em modo ‘soft launch’ no decorrer da BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, no passado mês de Março, a nova referência chama-se Vidigueira - Vinho de Talha DOC Alentejo 2018 esteve em degustação, juntamente com outras referências da Adega, no evento “Vinhos do Alentejo em Lisboa”. O Vidigueira - Vinho de Talha DOC Alentejo 2018 é produzido a partir de uvas de vinhas antiquíssimas, com produções muito reduzidas, mas cujos cachos têm uma refinada e invulgar qualidade. Luis Morgado Leão, enólogo da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, explica que “as vinhas centenárias produzem cachos mais densos, concentrados e muito complexos em aromas e sabores. É por isso que os vinhos de talha obtidos a partir destas uvas são vinhos únicos, intensos e cheios de personalidade. Na nossa Casa das Talhas conseguimos produzir um vinho totalmente diferente daqueles que a Adega produz regularmente”. As uvas que deram origem a este Vinho de Talha são provenientes de apenas seis hectares de vinhas, propriedade de associados da Adega, que as disponibilizaram para este projecto inovador. Todos são unânimes em revelar o seu “elevado orgulho e expectativa” por verem o seu trabalho recompensado, uma vez que entregaram uvas das castas brancas tradicionais, como Antão Vaz, Roupeiro, Manteúdo, Diagalves, Larião e Perrum, algumas delas quase em extinção. Actualmente, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito tem em marcha um novo projecto de Enoturismo, a Casa das Talhas, um novo espaço que irá nascer no terceiro trimestre deste ano para dignificar e valorizar as artes associadas à produção de Vinho de Talha, de origem milenar. Este novo projecto conta com o apoio do Turismo de Portugal.

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Segundo estimativas da Organização Internacional do Vinho

Consumo mundial de vinho estagnou em 2018 mas aumentou em Portugal

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consumo mundial de vinho parou de crescer em 2018, nomeadamente devido à desaceleração económica na China e à incerteza associada ao ‘Brexit’, segundo estimativas da Organização Internacional do Vinho (OIV). No ano passado, o planeta terá consumido cerca de 246 milhões de hectolitros de vinho, contra 246,7 milhões de hectolitros em 2017, segundo a OIV. Ao contrário da tendência de manutenção na Europa, em Portugal o consumo terá aumentado 5,4% em 2018 para um total de 5,5 milhões de hectolitros. Além de Portugal, o consumo de vinho também aumentou na Roménia, designadamente 8,7% para 4,5 milhões de hectolitros em 2018. Em sentido contrário, o consumo de vinho na Grécia e no Reino recuou 8,7% e 3,1% para 2,1 milhões de hectolitros e 12,3 milhões de hectolitros, respectivamente. Nos restantes países da Europa, o consumo manteve-se quase inalterado em França (em 26,8 milhões de hectolitros, menos 0,7%), em Itália (em 22,4 milhões de hectolitros, menos 0,9%), na Alemanha (em 19,7 milhões de hectolitros, mais 1,3%) e em Espanha (em 10,7 milhões de hectolitros). O consumo mundial de vinho “parece ter feito uma pausa no crescimento, influenciada principalmente pelo recuo do consumo na China e no Reino Unido”, precisa a OIV num comunicado. No ano passado, os Estados Unidos, maior consumidor de vinho desde 2011, continuou a registar um aumento da procura interna, para 33 milhões de hectolitros, ou seja, um crescimento de 1,1% face a 2017. Na América do Sul, o consumo recuou num grande produtor de vinho como a Argentina (para 8,4 milhões de hectolitros, menos 6,3%). Na China, onde o crescimento desacelerou, o consumo de vinho “recuou 6,6% em 2018 face a 2017 e atingiu 18 milhões de hectolitros”, estima a OIV. Contudo, a OIV avisa que estas estimativas não têm em conta em geral a situação dos ‘stocks’ de vinho. Em relação à oferta, a OIV refere que Espanha continuou a ser o maior exportador de vinho em volume no ano passado, com 20,9 milhões de hectolitros, com uma quota de cerca de 19,4% do mercado mundial. Mas em valor, a França manteve-se o maior exportador mundial, com um volume de negócios de exportações de vinho de 9,3 mil milhões de euros, representativos de uma quota de 2,8% no mercado mundial. Segundo a OIV, a quota do trio Espanha, França e Itália, que lidera o mercado mundial do vinho, terá recuado em 2018 para 50,7%, contra 55,1% em 2017. www.gazetarural.com

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No próximo dia 30 de Abril, no Cartaxo

Festa do Vinho e Pão dará a conhecer os melhores néctares do Tejo

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ão ser conhecidos no próximo dia 30 de o Concurso de Vinhos do Tejo, se realizam há 35 e há 20 anos, Abril, numa cerimónia que antecede a aberrespectivamente, “foram criados e existem, para dar destaque ao tura oficial da Festa do Vinho e Pão, os resultatrabalho dos produtores. A qualidade dos vinhos produzidos no dos do XX Concurso de Vinhos do Tejo ed o XXXV Cartaxo, tal como em toda a região Tejo, tem vindo a crescer ao Concurso de Vinhos do Concelho do Cartaxo – O ritmo do investimento crescente das casas agrícolas na inovação. Melhor Vinho na Produção - Colheita de 2018, orAs mudanças que os produtores souberam fazer, em todas as ganizados pela Câmara do Cartaxo, cujas provas fases do processo, a par da valorização do conhecimento ancesdecorreram nos dias 3 e 4 de Abril. tral, que nunca menosprezaram, dão hoje lugar a vinhos recoO Centro de Promoção Vitivinícola do Museu Rural nhecidos em todo o mundo. Estes concursos são um modo de e do Vinho do Concelho do Cartaxo recebeu enólopremiar este esforço e reconhecer os resultados obtidos”. gos e especialistas que provaram 48 vinhos tintos, As sessões de prova contaram com a participação de alunos 37 vinhos brancos e 11 vinhos rosé, para dois conda Escola Profissional do Vale do Tejo – Miguel Gonçalves e Paucursos que vão premiar o Melhor Vinho na Produção lo Alberto –, que estiveram acompanhados pelo professor José do Concelho do Cartaxo e do Tejo. Pereirinha. Eduardo Abade foi responsável pelo sistema inforAs provas dos dois concursos tiveram José Rodrimático de classificação dos vinhos, e contou com o apoio dos gues como presidente do júri que contou com nove técnicos da área de Informática do município. A logística neprovadores – Pedro Gil, Maria Vicente, Francisco Cruz cessária para os dois dias de provas, ficou a cargo dos trabaFerreira, Carlos Sardinha, Maria Lucinda Carvalho, Velhadores do Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo. rónica Pereira, Helena Mira, António Gaspar e Hernâni Os vinhos premiados vão ser anunciados na Festa do Vinho Magalhães. do Cartaxo, que decorre de 30 de Abril a 5 de Maio no PaviSérgio Oliveira, técnico municipal da área de Desenlhão Municipal de Exposições, e que este ano se apresenta volvimento Económico e Empreendedorismo e enólogo, com um convidado especial, o Pão. A cerimónia de entrega um dos responsáveis pela organização dos concursos, dos prémios dos dois concursos, terá lugar logo no primeiro assegurou que, entre os provadores, “foi unânime a condia da Festa do Vinho e Pão – cerca das 17 horas. Durante vicção de que, apesar das vicissitudes, essencialmente a cerimónia, vai ser possível provar os vinhos vencedores meteorológicas a que a campanha de 2018 esteve sujeinas várias categorias, no que vai ser a primeira prova de ta, os vinhos que se apresentaram a concurso revelaramvinhos da Festa. -se de enorme qualidade. Alguns são mesmo surpreendentes pela elevada excelência apresentada”. Pedro Magalhães Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo e da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), lembrou que o Concurso de Vinhos do Cartaxo e

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De 03 a 05 de Maio, em Angra do Heroísmo

Wine In Azores Terceira apresenta mais de mil vinhos à prova

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terceira edição da feira Wine In Azores Terceira, que decorre realçou a visibilidade que o evento poderá dar à de 03 a 05 de Maio, em Angra do Heroísmo, contará com mais ilha Terceira, do ponto de vista turístico. “É mais de mil vinhos à prova, e espera atrair mais de sete mil visitantes. um evento de grande escala que ocorre cá, que “São 50 stands. Há stands com mais do que uma marca. Estamos acaba por ter uma capacidade de promover o a falar à volta de 1.000/1.200 vinhos à prova”, avançou Joaquim concelho e a ilha no exterior e num dos mercados Coutinho, da empresa Gorgeous Azores, entidade que organiza o mais relevantes que nós temos a nível turístico, evento. que é o nacional e que aprecia os vinhos de qualiSegundo o vereador da Câmara de Angra do Heroísmo Guido dade”, salientou. Teles, no ano passado, o evento atraiu cerca de sete mil pessoas O Wine In Azores Terceira realiza-se no Parque e a autarquia estima que este ano esse valor seja ultrapassado. Multissectorial da Ilha Terceira, num espaço com “Resta que o tempo ajude a atrair muita gente, nessa altura, cerca de seis mil metros quadrados, em conjunto para a Vinha Brava e que a população adira ainda mais do que com uma feira de actividades económicas organizaaderiu no ano passado, sendo certo que, no ano passado, já tida pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo vemos um número que rondou as sete mil pessoas a participar (CCAH), que deverá contar com a participação de no evento, o que já é demonstrativo de facto da dinâmica e da uma centena de empresas. dimensão que o Wine In Azores Terceira vem atingindo ao longo “Já abrimos as inscrições e podemos dizer que já destes anos”, frisou. temos cerca de metade dos espaços reservados, o Além da exposição e prova de vinhos, o evento reforça este que é um pronuncio de uma boa adesão do sector ano a animação musical e as apresentações de ‘chefs’ nacioempresarial, dos vários sectores desde a parte do conais, contando com a presença de Renato Cunha, Luís Portumércio, à alimentação, da construção ou de serviços”, gal, José Júlio, Tiago Santos, Márcio Silva e Paulo Mota. Estão adiantou José Toste, da CCAH. previstos também três jantares vínicos, num hotel de Angra Com um apoio de 20 mil euros da autarquia de Angra do Heroísmo, dois deles com vinhos dos Açores. do Heroísmo, o Wine In Azores Terceira tem um orçaPara Joaquim Coutinho, a deslocação dos ‘chefs’ à ilha Termento estimado entre 75 a 100 mil euros. A entrada no ceira permite, por um lado, promover os produtos gastronórecinto tem um custo de dois euros e meio e, mediante micos locais e, por outro, dar uma oportunidade de formaa aquisição de copos de três ou cinco euros, os consumição à hotelaria e à restauração da ilha. dores podem provar todos os vinhos presentes na feira. “Há uma troca de experiências muito grande”, sublinhou, alegando que há ainda “muito trabalho a fazer” na melhoria das cartas de vinhos dos restaurantes da ilha Terceira. Também Guido Teles defendeu que a deslocação dos chefs pode potenciar a exportação de produtos locais e


Em Vila Real, de 29 a 31 de Maio, com acesso gratuito

‘Turismo, Gastronomia e Vinho’ voltam ao centro das atenções na III Douro TGV

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urismo’, ‘Gastronomia’ e ‘Vinho’ voltam ao debate em mais Meneses, foodie transmontano de alma e corauma edição do ‘Douro TGV’, evento que este ano acontece de ção, acender e moderar este debate, que acon29 a 31 de Maio, nos Claustros do Governo Civil de Vila Real, com tece de manhã e antevê um jantar “carnívoro” acesso gratuito. A organização está a cargo do Regia Douro Park no restaurante Panorâmico da UTAD. e tem como objectivo acelerar o desenvolvimento concertado das três vertentes, esmiuçadas, dia a dia, pela ordem da respectiva Vinho: 30 Anos de DOC Douro sigla. No primeiro dia, a 29 de Maio, é tempo de abordar o ‘Turismo’, O Vinho, esse ocupa a manhã e a tarde de sexsob a temática ‘Vila Real, porta de entrada para o Douro’. Não nos ta-feira, dia 31 de Maio, com um debate a versar podemos esquecer de que Vila Real é capital do distrito e região os “primeiros” ‘30 Anos de DOC Douro’; e a ‘Mosraiana com o mesmo nome. É uma “porta aberta” para o Douro, tra de Vinhos Douro TGV’. Durante a mostra são, razão pela qual é importante fomentar a arte de bem receber. E como é habitual, revelados os vencedores do ‘Conquais são as premissas deste nobre ofício? Quais os pontos fortes curso de Vinhos Douro TGV’, competição essa que das cidades e o que está a ser feito para a tornar mais atractiva? acontece na véspera. É o que vamos saber durante a tarde, num momento de partiQuando criada, em 1756, a Região Demarcada do lha e discussão, com vários convidados e com a moderação de Douro tinha como foco e propósito a regulamentaCarlos Coelho, fundador e presidente da Ivity Brand Corp – conção do vinho do Porto. Muitos anos depois, começasultora internacional de criação, inovação e gestão de marca ram a surgir os primeiros “vinhos de consumo” ou (também territorial) –, a quem se juntarão vários oradores em “vinhos de pasto”, mais tarde apelidados de vinhos representação dos players com impacto nesta área. do Douro, com alguns vinhos emblemáticos a surgir. De uma forma mais “concertada”, os DOC Douro Gastronomia com Carnes DOP Douro e Trás-Os-Montes têm cerca de 30 anos. Trinta são também os anos de carreira do mais famoso jornalista e crítico de vinhos A ‘Gastronomia’ dá mote ao dia seguinte, 30 de Maio. Depois nacional: João Paulo Martins, conhecido como o “Papa do azeite, em 2018, a terceira edição do Douro TGV tem como dos Vinhos”. Pela coincidência e pela experiência acuprotagonistas as oito ‘Carnes DOP do Douro e Trás-os-Montes’ mulada, o Regia Douro Park desafiou-o para moderar – carnes de bovino Barrosã DOP, Maronesa DOP, Mirandesa um painel com algumas das mais importantes “cabeças DOP, o Cabrito Transmontando DOP, os ovinos Borrego Terde cartaz” do vinho do Douro. Juntos, vão contar hisrincho DOP, Cordeiro Bragançano DOP e Cordeiro Mirandês tórias e peripécias, assim como assinalar o que mudou ou Canhonho Mirandês DOP e o Bísaro Transmontano ou Porpara proveito de vinhos cada vez melhores e com projecco Transmontano DOP. ção internacional. Estaremos no caminho certo? O que Pela sua importância socioeconómica, urge falar acerca reserva o futuro para os vinhos do Douro? Isso é também do impacto deste património diferenciador na região, na o que vai estar em cima, não da mesa, mas do palco do restauração regional, nacional e internacional, na criação Douro TGV. de riqueza e na fixação de pessoas, por um lado; e da certificação e valorização das raças, por outro. “Sentá-las” à mesma mesa vai também permitir identificar caminhos de como trabalharem em conjunto, em proveito de uma melhor promoção. A união faz a força e cabe a Rodrigo

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Créditos: José Fernandes

Prémios são os “mais prestigiados no sector da restauração e hotelaria em Portugal”

Turismo do Centro destaca oito hotéis e três restaurantes da região no “Boa Cama Boa Mesa”

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Turismo Centro considerou como “prova de qualidade da região” a atribuição, pelo guia “Boa Cama Boa Mesa”, de prémios de excelência a oito hotéis e três restaurantes situados no centro do país. “Os prémios confirmam a qualidade crescente da oferta do Centro de Portugal nas áreas da hotelaria e restauração”, refere a Entidade presidida por Pedro Machado, sublinhando que o número de galardões atribuídos a hotéis da região cresceu de seis para oito em relação ao ano passado. Os prémios “Boa Cama Boa Mesa” são “dos mais prestigiados no sector da restauração e hotelaria em Portugal”, reconhecendo, desde 2013, unidades que se destacam no nosso país, refere a Turismo Centro. Para a equipa do guia do jornal Expresso, oito dos 30 melhores alojamentos do país estão localizados na região Centro de Portugal, destacando-se a Casas do Côro (Marialva, Mêda), que recebeu a Chave de Platina, troféu máximo que apenas distinguiu quatro unidades em todo o país. Também na região Centro, o H2otel Congress & Medical Spa (Unhais da Serra, Covilhã) e o Rio do Prado (Arelho, Óbidos) foram premiados com a Chave de Ouro. A Chave de Prata distinguiu o Areias do Seixo Charm Hotel (Mexilhoeira, Torres Vedras), o Luz Charming Houses (Fátima, Ourém), o Sapientia Boutique Hotel (Coimbra), que já tinham recebido estes prémios em 2018. As novidades nesta lista são a Casa de São Lourenço - Burel Panorama Hotel (Manteigas) e Cooking & Nature - Emotional Hotel (Alvados, Porto de Mós). A nível da restauração, foram premiados três projectos do Centro de Portugal. Com Garfo de Ouro, o “Boa Cama Boa Mesa” premiou o Mesa de Lemos (Silgueiros, Viseu) e o Rei dos Leitões (Mealhada). O Vallécula, em Valhelhas, Guarda, foi distinguido com um Garfo de Prata.

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“O Turismo Centro de Portugal enaltece o dinamismo dos empresários da região, que ano após ano procuram diversificar e melhorar a qualidade das experiências que proporcionam a quem nos visita”, refere Pedro Machado. O líder da Turismo Centro destaca sobretudo o esforço diário dos empresários de restauração e hotelaria. “Os resultados, de que estes prémios são apenas um exemplo, estão à vista. Mas esse esforço é visível todos os dias nas unidades de alojamento e nos restaurantes do Centro de Portugal, que estão ao nível das melhores práticas internacionais”, conclui Pedro Machado.


Nos dias 29 e 30 de Maio

Sabugal recebe Congresso Europeu de Turismo Rural

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rural, que reforçou a sua aposta em Portugal, Sabugal vai receber o VI Congresso Europeu de Turismo Rural em 2018, verificando-se uma tendência cres(COETUR), que ali vai decorrer nos dias 29 e 30 de Maio, anuncente de turistas espanhóis em território porciou a Associação de Desenvolvimento Turístico das Aldeias Histórituguês. cas de Portugal (AHP). Segundo dados do relatório do Observatório Em comunicado, o presidente da AHP, António Robalo, referiu que do Turismo Rural 2019, 68% dos espanhóis ino congresso “está totalmente alinhado com a ideia dos mercados quiridos afirmaram já ter visitado Portugal, tendo de turismo rural de Portugal e Espanha passarem a ser vistos, no 24% atravessado a fronteira para fazer turismo panorama internacional, como um único mercado”. rural. O evento, que é considerado o mais importante do sector em Sob o mote “Destino Ibérico, Turismo Rural Espanha, ocorre pela primeira vez em território português. aquém e além-fronteiras”, o VI Congresso Europeu Para António Robalo, trata-se de uma estratégia que tem sido de Turismo Rural (COETUR), que terá a Extremadudesenvolvida há algum tempo, através de uma parceria públicora como destino convidado, vai acontecer no terri-privada, considerando que o congresso é uma excelente oportutório das Aldeias Históricas de Portugal, no Sabugal. nidade para os empresários do sector, na Península Ibérica. A rede das Aldeias Históricas de Portugal é consti“[É] uma estratégia que temos vindo a desenvolver há algum tuída por 12 localidades: Almeida, Belmonte, Castelo tempo, baseada na colaboração público-privada. Por isso, este Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Vecongresso é também uma excelente oportunidade para os emlha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, presários do sector, dos dois lados da fronteira, exporem as Sortelha e Trancoso. suas ideias e estabelecerem parcerias entre eles”, observou. De acordo com as Aldeias Históricas de Portugal, a escolha para a organização do congresso vai de encontro ao contexto empresarial e aos planos de internacionalização dos espanhóis da Escapada Rural. A Escapada Rural é uma plataforma na “internet” que se dedica à promoção de mais de 30 mil unidades de alojamento

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Para explorar o potencial natural e promover a actividade física das populações

Alfândega da Fé e Macedo de Cavaleiros querem juntos “Trilhar Concelhos”

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s municípios transmontanos de Macedo de Cavaleiros e Alfânminheiros poderão provar o fruto directamente dega da Fé juntaram-se num projecto para explorar o potencial das árvores. natural e promover a actividade física das populações com o projecA 17 de Agosto a Paisagem Protegida da Albuto “Trilhar Concelhos”. feira do Azibo e a “Estação de Biodiversidade de Os dois municípios do distrito de Bragança partilham a Serra de Santa Combinha” são o destino do “Trilho RicarBornes, um dos locais naturais mais emblemáticos desta região, e do Magalhães”, que terá ainda a particularidade vão promover em conjunto trilhos para passeios pedestres abertos de se tratar de uma caminhada nocturna. a toda a população, com o primeiro marcado para Abril e o último, O “Trilho de Alvazinhos” realiza-se a 26 de Ouem Dezembro. tubro e terá como pano de fundo os tons de OutoUm projecto que, como sublinhou a presidente da Câmara de no da serra de Bornes e as paisagens únicas sobre Alfândega da Fé, Berta Nunes, “representa uma nova atitude, a o vale da Vilariça, terminando na zona histórica forma como os municípios têm de trabalhar no futuro: de uma de Alfândega da Fé. A primeira edição dos “Trilhos forma mais cooperante, em rede e em conjunto para promover Concelhios” encerra a 14 de Dezembro com a “Trao território”. vessia da Serra de Bornes” de uma ponta à outra. Os dois concelhos distinguem-se pela preservação do ambienOs dois municípios “desafiam os participantes a sete e com várias atracções naturais, ambos integrados na Meseta guir o conselho de Miguel Torga e a irem “calcar triIbérica da Biosfera, Macedo de Cavaleiros com o selo de geoparlho e pisar a sombra que o corpo faz na terra”. que da UNESCO e o Parque Natureza do Azibo. O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros Alfândega da Fé está entre os municípios portugueses mais salientou que “este projecto nasce da vontade dos sustentáveis com a bandeira verde Eco XXI e, entre outros prodois municípios de dar uma dimensão maior às cajectos, está a trabalhar com parceiros internacionais no LIFE minhadas que já se realizam há vários anos nos dois para atenuar os impactos das alterações climáticas. concelhos”. “Potenciar aquilo que de melhor” ambos têm é, como apon“Até pelo movimento económico que sempre se gera tou o presidente de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodripara o comércio local, é de grande importância valorigues, o propósito deste projecto colaborativo que, antecipou, zar as caminhadas e alargá-las a mais concelhos”, con“será o início de outros projectos” conjuntos. siderou a autarca de Alfândega da Fé, convicta de que a A parceria entre os dois concelhos materializa-se em cinco iniciativa atrairá praticantes de outras regiões do país. percursos pedestres até final do ano, sempre enquadrados e O presidente de Macedo de Cavaleiros adiantou que valorizando eventos da época. a iniciativa poderá ser alargada a outros concelhos, na A primeira caminhada no âmbito do “Trilhar Concelhos” medida em que já forma “abordados por outros autarcas está marcada para 27 de Abril, em Macedo de Cavaleiros, que mostraram interesse” na parceria. com a “Rota da Azenha”, centrada no território da aldeia de “Existem áreas em que só faz sentido os municípios Morais, com passagem pelas ruínas de vários moinhos de trabalharem em conjunto, pois ganham outra estrutura e água ali existentes. dimensão, permitindo-lhes chegar a públicos que, de ouNo Dia de Portugal, Alfândega da Fé acolhe o “Trilho das tra forma, dificilmente teriam capacidade para alcançar”, Cerejas”, num percurso que alia património histórico à defendeu. beleza do vermelho das cerejas e, durante o qual, os ca-

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Sedeada em Tabuaço

Nova associação impulsiona Denominação de Origem Protegida do azeite do Douro

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oi criado o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Douro (CEPAD), com sede em Tabuaço, com o objectivo de avançar com o processo de Denominação de Origem Protegida (DOP) para o azeite produzido neste território. “É a associação através da qual nós iremos desenvolver todo o processo de IGP (Indicação de Origem Protegida) ou DOP do azeite do Douro”, afirmou o presidente da Câmara de Tabuaço, Carlos Carvalho. A nova associação vai ficar sediada neste concelho do distrito de Viseu e junta, numa primeira fase, cerca de 20 entidades, entre autarquias, associações, cooperativas e empresas. Carlos Carvalho afirmou que a certificação do azeite do Douro “é importante para criar valor acrescentado na marca, no produto e em quem o produz” e poderá ajudar a “incrementar as vendas do azeite duriense”. “Sabemos que temos um produto de excelência, que reúne qualidades únicas, mas que infelizmente naquilo que é a realidade económica da nossa região ainda não se reflecte. A excelência dessa qualidade não é proporcional com a valorização económica que este produto tem”, salientou. O autarca disse que acredita que a certificação DOP ou IGP poderá abrir as portas a novos mercados, aumentando o volume de exportações bem como os preços de venda. Carlos Carvalho explicou ainda que o CEPAD vai ficar responsável pela elaboração “do caderno de encargos que permitirá definir as características do azeite e de todos os condicionalismos necessários para que possa ser certificado”. Ajudará ainda a identificar as áreas que poderão vir a ser incluídas na nova Indicação Geográfica ou DOP. O trabalho no terreno já está a ser feito há algum tempo com a recolha de amostras por parte de uma equipa especializada. De momento, apenas existe a DOP do “Azeite de Trás-os-Montes” que engloba alguns concelhos durienses, tais como Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Carrazeda de Ansiães e Murça. “Numa fase posterior, será o CEPAD também que irá, no fundo, gerir todo o processo relacionado com a valorização do nosso produto”, sublinhou Carlos Carvalho. O centro de estudos visa ainda potenciar a investigação e o melhoramento da cultura da oliveira e do azeite.

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Adiante Miguel Freitas em São Pedro do Sul

Observatório nacional da produção biológica pronto “até ao final deste semestre”

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observatório nacional da produção biológico recebe apoios no âmbito das medidas agro-ambientais diribiológica estará pronto até Julho com gidos exclusivamente para os agricultores biológicos e são cerca de toda a informação sobre este sector, que re19 milhões de euros todos os anos, portanto não é algo despiciendo”, cebe 19 milhões de euros de apoio. “É uma referiu Miguel Freitas. infraestrutura onde pretendemos ter toda a Com este reconhecimento de Bio Região e adesão à rede INNER, o informação concentrada daquilo que são os presidente da Câmara de São Pedro do Sul acredita que “estão criatrabalhos de investigação, trabalhos das escodas condições para divulgar os produtos de uma outra forma” e, neslas, os eventos, para qualquer pessoa que este sentido, o município vai “intensificar a divulgação” dos produtos tiver interessada na agricultura biológica ir ali biológicos regionais. e encontrar e estará pronta até ao final deste “Já estamos a vender numa loja da Câmara Municipal em São Pesemestre”, anunciou o secretário de Estado das dro do Sul, onde os técnicos da câmara estão também a dar apoio Florestas e do Desenvolvimento Rural. aos nossos agricultores e os que têm grandes estufas e que vendem Miguel João de Freitas explicou que “foi agode forma mais intensiva já estão a fazer vendas internacionais”, ra lançado o concurso público para a construção adiantou Vítor Figueiredo. desta infraestrutura, que terá toda a informação, A título de exemplo, o autarca adiantou que “saem do concelho desde a produção ao consumo, ou seja, pretendetodos os dias camiões TIR (Transporte Internacional Rodoviário) -se que haja um painel de consumidores que vão para a Holanda” e, para o futuro, Vítor Figueiredo quer “mais inaferindo aquilo que é a qualidade, o consumo e o ternacionalização” num município que produz de forma biológica preço desses produtos junto do consumidor, dos produtos como vegetais, fruta e vinhos. distribuidores e produtores”. São Pedro do Sul é a terceira Bio Região a ser criada em PorO governante falava na cerimónia de assinatura tugal, depois de Idanha-a-Nova se ter estreado em Fevereiro do da constituição de São Pedro do Sul como Bio Reano passado e, em Novembro, ter avançado o Alto Tâmega. gião e, consequentemente, de adesão à Rede InterSegundo o secretário de Estado, num “futuro próximo” nascenacional de Bio Regiões que usa a sigla INNER, pela rão outras regiões como “a margem esquerda do [rio] Guadiana, designação em inglês: ‘International Network of Eco Torres Vedras, Faial (Açores) e a região do Tâmega e Sousa”. Regions’. “A agricultura biológica é o modo sustentável de produção, mas é evidente que tem custos, o que é preciso é passar a mensagem ao consumidor que, quando paga, está a pagar, porque aquele produto teve mais trabalho, não usou produtos químicos, logo a produtividade não pode ser a mesma que uma agricultura industrial”, explicou. No entender do secretário de Estado, “aquilo que é preciso dizer é que é preciso pagar o preço justo” e, neste sentido, “também é preciso trabalhar para ir melhorando sucessivamente a sua produtividade, para que o preço desses produtos possa ser cada vez mais acessível aos consumidores”. “Temos apoios aos agricultores biológicos, o agricultor www.gazetarural.com

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Defende a Associação dos Produtores

Crise no sector do leite exige união do sector

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Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) deoito medidas inseridas na proposta de intervenfendeu que a solução da crise no sector só é possível com a ção presente no relatório do Grupo de Trabalho união estratégica da produção, indústria e distribuição. do Sector Leiteiro, a que a Lusa teve acesso. “A APROLEP considera que esta crise profunda e persistente só Em causa, está o facto de os produtores de leite poderá ser ultrapassada se todo o sector leiteiro, produção, indúsportugueses terem recebido menos 421,5 milhões tria e distribuição, for capaz de se unir para definir uma estratéde euros do que a média dos países da União Eugia conjunta para o futuro sustentável da produção de leite em ropeia (UE), entre 2010 e 2018. Portugal”, refere um comunicado, emitido após uma reunião que Por ano, os produtores portugueses receberam a associação teve com o secretário de Estado da Agricultura e assim menos 61,5 milhões de euros do que a média Alimentação, Luís Vieira. dos restantes operadores da UE. A reunião surgiu após o anúncio da descida de mais um cêntimo Na proposta do grupo de trabalho inclui-se ainpor litro de leite pelas principais cooperativas e outros comprada a coordenação de uma campanha de informação dores, situação que preocupou os produtores. Para a APROLEP, “que alerte para os benefícios do consumo do leiessa estratégia deve passar “pela transformação, valorização te” e derivados, a clarificação da distinção entre o do leite, aproveitamento das oportunidades de exportação e produto leite e outras bebidas, uma acção junto da partilha do valor com o produtor, através de um preço justo”, e distribuição, “assegurando uma correcta informação deve contar “com o empenho do Governo e de todas as forças ao consumidor, para os produtos lácteos”, bem como políticas para atingir estes objectivos”. a promoção de mecanismos facilitadores da livre con“Nos últimos 10 anos, o preço médio do leite em Portugal corrência do longo de toda a cadeia de valor. esteve quase sempre abaixo da média comunitária”, refere a associação, acrescentando que os produtores portugueses sofreram um “prejuízo de 421 milhões de euros” comparativamente à média europeia. O texto manifesta ainda preocupação com “a persistência dos ataques ao leite enquanto alimento, sem base científica, mas com um activismo permanente na comunicação social e redes sociais que influenciam os cidadãos menos informados”. Recentemente os deputados do Grupo de Trabalho do Sector Leiteiro defenderam que, no contexto do Portugal 2030, é necessário desenvolver um conceito de “pagamento justo” à produção, indexando-o aos sistemas de financiamento à indústria e à distribuição. Esta é uma das

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Alertam os especialistas

Desafio é produzir mais com menos e em condições mais desfavoráveis

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agricultura, além de sofrer com as alterações climáticas, tammesmo propósito: a adaptação e a mitigação. bém contribui para este fenómeno, sendo que o maior desaEnquanto a mitigação constitui acções “que fio que o sector vai enfrentar é “produzir mais com menos”, disse visam reduzir as perdas e, portanto, os factores à Lusa a professora Cláudia Cordovil. que originam as alterações climáticas”, a adapta“A agricultura, como os outros sectores, também contribui para ção é “o ajustamento para criar condições mais as próprias alterações climáticas. A mobilização do solo, o uso favoráveis e económicas, através da alteração ou de combustíveis fósseis e a decomposição da matéria orgânica modificação dos processos para permitir adaptar do solo contribuem para a emissão de CO2 [dióxido de carbono] às novas condições”. que promove o efeito de estufa”, indicou a docente do Instituto Para a especialista, a adaptação “é um caminho Superior de Agronomia (ISA) Cláudia Cordovil. a seguir”, tendo em conta que o progresso na reduDe acordo com a especialista, este composto químico, por sua ção das emissões globais “é mais reduzido do que vez, promove o aumento da temperatura média, sobretudo nas desejável, as emissões de CO2 aumentam rapidaregiões mais áridas. mente, mas de uma forma não linear, a temperatuA alteração do uso do solo, a desflorestação, os fogos e más ra continua a aumentar e a precipitação é cada vez práticas de gestão do solo “têm contribuído para a degradação mais errática”. da sua qualidade, nomeadamente com o aumento da erosão A adaptação da agricultura às alterações climátique, por sua vez, aumenta a emissão do CO2 e os impactos cas prevê ainda “fazer face à vulnerabilidade das culassociados”. turas, à variação dos parâmetros climáticos, reduzir a Cláudia Cordovil notou ainda que, “em virtude da alterasensibilidade dos sistemas agrícola e aumentar a resição e incerteza dos padrões climáticos com o aumento da liência dos mesmos”. temperatura média e a diminuição da precipitação total e Cláudia Cordovil indicou também que as melhores a ocorrência de episódios erráticos de precipitação, todo o ferramentas para se atingir um nível satisfatório de paradigma da produção agrícola terá que ser alterado para adaptação passam pela mudança da gestão das culpermitir continuar a produzir”. turas, uma nova calendarização de operações, novos O grande desafio vai passar assim a ser “produzir mais, métodos de rega, aumento da eficiência dos nutrientes com menos recursos e em condições mais desfavoráveis, diaplicados via fertilizantes, uma estratégia de sequestro minuindo simultaneamente os gases com efeito de estufa”. de carbono, o uso de resíduos orgânicos para fertilizar as A produção agrícola tem assim que se adaptar para “ulculturas e melhorar as características do solo. trapassar as pressões e reduzir a pegada de carbono mediPor outro lado, é igualmente importante “a criação de da através da emissão directa de gases para a atmosfera novas variedades mais resilientes, de variedades com que dão origem às alterações climáticas. capacidade de associações simbióticas que permitam a Segundo a professora do ISA, para atingir o objectiabsorção de nutrientes e resistir a situações de toxicivo apontado existem duas estratégias diferentes com o dade”.

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lado, plantas que não satisfazem as suas necessidades de frio têm florações anormais e produzem poucos frutos [...]. O aumento da temperatura reduz a assimilação das plantas, a qualidade e pode conduzir à ocorrência do escaldão dos frutos”, afirmou. Na sequência destas alterações há o “risco” de Portugal deixar de conseguir algumas espécies, no entanto, “também existe a oportunidade de implantar outras culturas”. “No futuro mais próximo, parece-me que os maiores problemas terão a ver com a qualidade de algumas produções [...]. Parece-me que temos ferramentas básicas para fazer a necessária adaptação. O conhecimento que nos falta, em Portugal, deveria ser adquirido com maior celeridade. Por exemplo, dever-se-ia obrigar as empresas que vendessem material vegetal a apresentarem parâmetros essenciais para possibilitar uma gestão mais técnica na agricultura”, apontou. Por sua vez, o também docente do ISA Francisco Gomes da Silva notou que, numa perspectiva de longo prazo, o desafio provocado pelas alterações climáticas é maior. “As consequências dos cenários de alterações climáticas estudados (nomeadamente para a Península Ibérica e especificamente para Portugal) apontam para a ‘deslocalização’ de algumas espécies vegetais (migrando de sul para norte), para a adaptação das tecnologias utilizadas para as cultivar, com especial ênfase para a imprescindibilidade de conseguirmos dotar o território nacional da capacidade de armazenamento de água proveniente da precipitação que continuará a ocorrer, embora de forma muito concentrada”, assegurou. Segundo o professor, as alterações climáticas acarretam inevitavelmente impactos no rendimento dos agricultores de sequeiro, enquanto na agricultura de regadio, “desde que exista água armazenada nas albufeiras e/ou nas massas de água subterrânea”, as consequências são minimizadas. Porém, em períodos de seca mais ou menos prolongada a produção de alimentação forrageira para os animais “ressente-se muito”, passando os agricultores a ter como opções, quando a seca se prolonga, a compra de silagens, fenos e palhas, a diminuição do efectivo ou tentar complementar a alimentação dos animais com recurso a mais alimenProdução de algumas espécies pode estos concentrados. tar em causa e importações tendem a subir A isto acrescem impactos “de ausência de água para o abeberamento dos animais”, bem como na qualidade da carne. “Não na quaA seca em Portugal, que afecta sobretudo as lidade vista como distinção entre ‘carne boa’ e ‘carne má’ (que faça culturas de sequeiro, pode levar ao fim da promal à saúde), pois a legislação europeia é muito exigente em relação dução de algumas espécies de plantas e as imà qualidade dos alimentos concentrados para animais, mas as caportações e a alimentação animal vão também racterísticas da carne podem alterar-se ligeiramente, embora seja ressentir-se, apontam alguns especialistas. muito duvidoso que o consumidor sinta essas variações”, vincou. “A seca afecta fundamentalmente as culturas Por outro lado, este fenómeno pode também ter reflexo nas imem regime de sequeiro. No entanto, as culturas portações, sobretudo nos produtos para os quais Portugal é, à parde regadio não saem incólumes deste acidente clitida, um país importador. mático”, disse, em resposta à Lusa, o professor do Já para “os grupos de produtos em que somos exportadores líInstituto Superior de Agronomia (ISA) João Paulo de quidos, o efeito será mais no volume e valor das exportações”, Melo e Abreu. sendo esta uma das razões para que Portugal aposte “de forma De acordo com o especialista em agrometeoroloclara em adequar o seu território em termos de armazenamento gia, a precipitação média dos primeiros três meses de água para rega”, disse. do ano ronda os 200 milímetros (mm), porém, este Os impactos no preço dos produtos para o consumidor final ano, ficou em metade. “tenderão a ser sempre muito marginais”, com principal desta“Como cada mm de água usada na evapotranspique para os frescos, caso exista um reflexo nos volumes produração gera, aproximadamente, 13 quilos de grão por zidos. hectare, as perdas de produção que se verificam são Para Francisco Gomes da Silva, os impactos das alterações cerca de 1.300 quilos de grão por hectare [kg/ha]. Ora, climáticas na agricultura e no rendimento dos agricultores um solo espesso de barro que produzisse 4.000 kg/ha exigem uma política “muito séria” concentrada em questões num ano normal ficará com uma produção que ronda os como o aumento da capacidade de armazenamento de água, 2.700 kg/ha”, exemplificou. o aumento da ligação em rede entre diversas albufeiras, bem João Paulo de Melo e Abreu referiu ainda que o aumencomo a capacidade de criar infraestruturas de distribuição efito da temperatura “acelera a taxa de aparecimento das ciente de água. “O regadio é um factor de coesão territorial. fases das plantas” e pode fazer com que algumas espéPortugal tem (e terá) água suficiente, mas tem que apostar cies que necessitam de frio para florirem deixem de fazêem políticas centradas no seu armazenamento e distribuição. -lo, pelo menos, em alguns anos. Enterrar a cabeça na areia e pensar que resolvemos este pro“Quando uma planta tem um ciclo vegetativo mais curblema ‘não utilizando água’ é pura perda de tempo”, conto, intercepta menos radiação e produz menos. Por outro cluiu. www.gazetarural.com

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Curtas Mercado Municipal de Pinhal Novo recebe I Feira da Páscoa

Participaram mais de 150 amostras de vários países

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Azeites de Espanha e Portugal ganham quase todos os galardões de concurso Ovibeja

Mercado Municipal de Pinhal Novo recebe, de 16 a 20 de Abril, a I Feira da Páscoa. A doçaria local e regional a par das amêndoas, folares, crepes, chocolates e licores, entre outras iguarias, compõem a oferta da Feira. Com entrada gratuita, o certame poderá ser visitado entre as 8h00 e as 16h00. A I Feira da Páscoa é complementada com a possibilidade dos visitantes adquirirem frescos de qualidade, no mesmo local.

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zeites de Espanha e Portugal conquistaram hoje quase todos os 24 prémios e menções honrosas do IX Concurso Internacional de Inscrições abertas para a Feira Azeites Virgem Extra - Prémio CA/Ovibeja, no qual participaram mais Medieval de Lamego de 150 amostras de vários países. Segundo os resultados divulgados pela associação ACOS - Agriculs artesãos, os comerciantes e as assotores do Sul, a promotora do concurso e organizadora da feira agrociações que pretendam participar na pecuária Ovibeja, Espanha foi o país que conquistou a maioria dos edição 2019 da “Feira Medieval de Lamego” já galardões, num total de 14, seguindo-se Portugal com nove e Itália podem efectuar a sua inscrição no serviço de com um. Atendimento ao Munícipe da Câmara de LameAzeites espanhóis conquistaram a maioria dos prémios e menções go ou através do seu site oficial. honrosas nas categorias de frutado maduro, frutado verde médio e Este evento regressa de novo à cidade de Lafrutado verde intenso, enquanto azeites portugueses arrecadaram mego de 7 a 9 de Junho e promete atrair, mais todos os prémios e menções honrosas na categoria de frutado veruma vez, à zona alta, entre o Castelo, a Praça do de ligeiro. Já um azeite italiano conseguiu uma menção honrosa na Comércio e o Jardim da República, milhares de categoria frutado verde intenso. pessoas que ajudarão a criar um ambiente eferOs primeiros prémios (ouro) foram atribuídos a azeites das emvescente e repleto de animação. presas Bailén Galgón 99 (Espanha), Trás-os-Montes Prime (PortuConsolidado ao longo dos últimos anos como gal), Almazara Molero Maza - Agroavia (Espanha) e Molino Virgen um dos maiores certames do género realizados de Fátima (Espanha), respetivamente nas categorias de frutado no Interior do país, a Feira Medieval será dedicada maduro, frutado verde ligeiro, frutado verde médio e frutado verà memória de D. Afonso Henriques e às lendárias de intenso. Cortes de Lamego, e incluirá, pela primeira vez Os segundos prémios (prata) foram entregues a azeites das este ano, uma Mostra Gastronómica com destaque empresas Finca Las Manillas (Espanha), Fima Olá - Produtos Aliespecial para um dos maiores embaixadores de Lamentares (Portugal), Almazaras de la Subbética (Espanha) e Olimego: a tradicional bôla. vapalacios (Espanha), respectivamente nas categorias de frutado maduro, frutado verde ligeiro, frutado verde médio e frutado verde intenso. Folar Gigante na Feirinha da Páscoa Já os terceiros prémios (bronze) foram arrecadados por azeiem Altura tes das empresas Asoma (Portugal), Elaia 2 Investimentos (Portugal), Victor Guedes (Portugal) e Almazara de Muela (Esltura, no concelho de Castro Marim, recebe a 19 panha), respectivamente nas categorias de frutado maduro, e 20 de Abril a Feirinha da Páscoa. A grande nofrutado verde ligeiro, frutado verde médio e frutado verde invidade desta edição é a confecção de um folar gigante tenso. no dia 20 (domingo), a partir das 17 horas, que será O júri do concurso, constituído por peritos de 11 países redepois distribuído pelos presentes. conhecidos pelo Conselho Oleícola Internacional, esteve reuOs tradicionais folares, doces regionais, artesanato e nido na quinta-feira e hoje em Beja para avaliar as mais de muitos outros produtos locais podem-se encontrar nes150 amostras concorrentes e atribuir os prémios e as mente certame, que tem lugar junto à rotunda da Avenida ções honrosas. 24 de Junho. Os galardões vão ser entregues aos vencedores no dia 27 Com abertura às 10 horas, a Feirinha da Páscoa oferedeste mês, numa cerimónia integrada no programa da edice também muita animação. Os mais pequenos vão poção deste ano da Ovibeja. der divertir-se com os workshops de folares e pinturas de A 36.ª Ovibeja vai decorrer entre os dias 24 e 28 deste ovos, que se realizam nos dois dias, a partir das 15 horas. mês, no Parque de Feiras e Exposições de Beja - Manuel Do cartaz faz parte também a animação musical, sábado Castro e Brito. com o grupo “Pardais à Solta” (16 horas) e domingo com o Segundo a ACOS, o Concurso Internacional de Azeites Grupo Folclórico de Santo Estevão (18 horas). Virgem Extra - Prémio CA/Ovibeja é um dos três concursos Segundo a autarquia de Castro Marim, “iniciativas como de azeites mais acreditados do mundo, a par dos prestia ‘Feirinha da Páscoa’ incentivam a promoção dos produtos giados prémios espanhóis da Feira de Jaen e Mario Soliregionais e contribuem para alavancar a economia local”. nas, promovido pelo COI.

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Última Hora

Com sessão comemorativa e uma manhã desportiva

Trancoso celebra o 25 de Abril com um vasto programa de actividades

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Município de Trancoso vai comemorar o 25 de Abril com um conjunto de actividades de âmbito cívico e cultural. As comemorações da Revolução de Abril terão inicio na noite do dia 24, com um concerto de Abril, a partir das 21 horas, no convento de São Francisco – Teatro Municipal, que será protagonizado pelos grupos - Pedrinhas da Calçada e Trivenção (Entrada Gratuita). No dia 25 de Abril realizam-se as cerimónias protocolares comemorativas da Revolução dos Cravos, a partir das 9 horas, nos Paços do Concelho, com o Hastear da Bandeira, a que se segue, uma hora e meia depois, uma Sessão Evocativa (10,30 horas). A manhã será também dedicada ao desporto, com a tradicional Corrida da Liberdade, já na sua VI edição(Atletismo), Open da Liberdade (Ténis) e Giro D´El Rei – II Passeio Cicloturismo Trancoso(Ciclismo). “Para que na nossa memória não se desvaneça a importância que a revolução do 25 de Abril de 1974 teve na história recente do nosso país, iremos lembrar novamente no 45º aniversário da Revolução dos Cravos aqueles Homens de Abril, que lutaram destemidos em prol da liberdade e da implementação da democracia em Portugal”, refere a autarquia.

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Todo o concelho ficará coberto no espaço de “dois a três anos”

Viseu deverá ter primeiro ecoponto florestal a funcionar no Verão

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presidente da Câmara de Viseu anunciou que o primeiro eco“É um projeto muito interessante, de difícil ponto florestal do concelho deverá estar a funcionar no Verão execução, mas estamos convictos de que vamos e que todo o território ficará coberto por estas infraestruturas no conseguir pô-lo a rodar e é bom termos dois ecoespaço de “dois a três anos”. pontos que avançam já este ano”, sublinhou. “Aprovámos hoje os dois primeiros ecopontos florestais para BoA Câmara pretende “estimular a lógica comudiosa e para Barreiros e Cepões”, disse Almeida Henriques aos nitária”, levando as pessoas a colocarem os seus jornalistas, no final da reunião do executivo. resíduos florestais, de limpeza dos jardins ou do Desta forma, está a ser dado o primeiro passo para que o concultivo das terras nos ecopontos com o sentimento celho fique coberto por “ecopontos florestais onde as pessoas de estarem “a contribuir colectivamente” para aupodem colocar os resíduos, em vez de os deixarem na floresta ou mentar a receita da sua freguesia. fazerem queimadas”, podendo a freguesia “lucrar com a venda “A junta depois vai vender as toneladas de bioda biomassa” para a central de biomassa que está a ser consmassa e investir esse dinheiro em benefícios para a truída. freguesia”, frisou. Hoje, foi aprovado um financiamento de 15 mil euros para O projecto dos ecopontos florestais foi desenhacada um dos ecopontos, cujos projetos serão desenvolvidos do com a ambição de, um dia, ser possível proibir as pelas freguesias, com o acompanhamento dos serviços camaqueimadas no concelho de Viseu. rários. “No médio prazo, ambicionamos ser o primeiro con“Não impusemos às freguesias que os criassem”, frisou Alcelho do país a proibir as queimadas, porque criou a meida Henriques, contando que foi dito aos presidentes de alternativa. Nunca podemos fazer uma proibição sem junta que a Câmara estava disponível para financiar os ecocriar uma alternativa”, referiu. pontos e que gostava de os ter em todo o território. O concelho de Viseu deverá ter a central de biomasO autarca disse que, se pelo menos um dos ecopontos for sa a funcionar em pleno em maio. Trata-se de um invescriado até ao verão, isso permitirá que “as outras juntas se timento de 52 milhões de euros, que está a criar fortes entusiasmem” e se comecem a preparar para o próximo ano. expectativas no que respeita à dinâmica económica da “Penso que demorará entre dois a três anos até conseguirregião. mos ter esta rede”, afirmou, acrescentando que, quando o primeiro ecoponto estiver a funcionar, será possível ir “avaliando e fazendo afinações e ajustamentos” nos projetos dos seguintes. Segundo Almeida Henriques, a criação dos ecopontos florestais é “uma prática inovadora, amiga do ambiente, de envolvimento da comunidade e de prevenção” dos incêndios florestal.

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Entre 17 de Abril e 12 de Junho, a partir das 15 e até às 18 horas.

“Pensos rápidos de formação” para a hotelaria e restauração de Viseu

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Viseu Marca e a Associação de HotelaJorge Loureiro acrescentou que, “apesar das empresas estarem ria, Restauração e Similares de Portugal obrigadas por lei a cumprirem um conjunto mínimo de formações ao (AHRESP) vão promover uma “espécie de penlongo do ano, a verdade é que muitas formações estão lançadas e sos rápidos de formação” em diversas áreas da ficam desertas” e sobre este assunto, disse, “a AHRESP tem uma restauração e hotelaria. experiência muito vasta”. “Podemos olhar para estas formações como “Este ‘shot’ ou penso rápido de formação de três horas não é mais uma espécie de penso rápido das competências do que uma iniciação, porque ninguém pense que com três horas profissionais e não deixa de o ser, já que estamos as pessoas ficam a saber tudo e a dominar todas as técnicas e a a falar de formações de curta duração, de três resolver todos os problemas, longe disso”, avisou. horas de formação para profissionais, potenciais Jorge Loureiro quer, com isto, “abrir o apetite para mais formaprofissionais e público interessado em diversas ções”, uma vez que, “com este calendário, é possível aprofundar áreas”, adiantou o gestor da Viseu Marca. um bocadinho mais a melhoria do serviço” da restauração e hoJorge Sobrado disse que esta formação é “uma telaria em Viseu. das 30 medidas do plano de acção do Viseu 2019 “Com o objectivo, e sempre com a percepção de que em Viseu Destino Nacional de Gastronomia”, uma vez que tise come bem, de que temos uma boa carta gastronómica e de nha sido identificada a “necessidade de capacitação que a nossa cozinha é boa, precisamos de associar valores que dos operadores e qualificação dos profissionais dos têm a ver com a qualidade do serviço”, assumiu. sectores do turismo, de hotelaria e dos bares e simiNeste sentido, Jorge Loureiro considerou que “é fundamental lares”. que, para além das cartas gastronómicas serem boas e a coLínguas estrangeiras como inglês, francês e espazinha ser boa, é preciso ter um serviço mínimo de qualidade, nhol, o atendimento, serviço de vinhos, característisob pena, de facto, de se colocar em causa a tal qualidade de cas do vinho do Dão e gastronomia beirã são alguns determinados destinos onde se come bem”. dos temas para três horas da formação que está agen“O berço do Dão, como é Viseu, não ter um trabalho de vidada para acontecer entre 17 de Abril e 12 de Junho, a sibilidade, de compromisso e de ligação com a gastronomia partir das 15 e até às 18 horas. e os restaurantes é também uma ambição que queremos ul“Como foi dito, é mais um penso rápido, eu chamartrapassar, porque ainda hoje encontramos em restaurantes -lhe-ia de um ‘shot’ de formação. São três horas para daqui vinhos da casa que não são da região”, apontou. poder ser apelativo e atrair os interessados, porque não vale a pena escamotear que esta questão da formação não é fácil e não é ainda vista por muitos empresários como um caso de necessidade real”, apontou o vice-presidente da AHSREP. www.gazetarural.com

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De 22 a 30 de Junho, no Vale Santo

‘Anadia Capital do Espumante 2019’ com cartaz de luxo

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utos & Pontapés, José Cid, Amor Electro, Áurea, David Carreira de incentivar a redução das quantidades de ree a cabo-verdiana Mayra Andrade são os cabeças-de-cartaz do síduos produzidos durante a feira, a separação “Anadia Capital do Espumante – Feira da Vinha e do Vinho” 2019 que de embalagens, e a recolha selectiva e encairá decorrer, entre os dias 22 e 30 de Junho, no Vale Santo, na cidade minhamento, para reciclagem, das quantidades de Anadia. recolhidas, são as principais acções contemplaPelo palco principal vão ainda passar “Os Quatro e meia”, “Medas nesta iniciativa. ninos da Sacristia” e “Xana Toc Toc”. O certame termina com o As entradas têm um custo de dois euros, sendo desfile e actuação das tradicionais Marchas Populares no anfiteatro que, no último dia, 30 de Junho, a entrada é grado Vale Santo. No recinto, haverá ainda um palco secundário dedituita. Os portadores dos Cartões Anadia Jovem e cado aos grupos do concelho. Anadia Sénior têm um desconto de 50 por cento. Um dos objectivos do “Anadia Capital do Espumante” é dar a conhecer o que de melhor se faz no sector vitivinícola, e, para Cartaz: tal, os néctares da Bairrada vão ter um espaço próprio para que - José Cid e Sara Santini – dia 22 de Junho os produtores/engarrafadores possam aí promover e divulgar os - Amor Electro - dia 23 de Junho seus produtos. - Os Quatro e Meia - dia 24 de Junho Uma das novidades da edição deste ano é o facto de o Muni- Meninos da Sacristia convidam Luis Portugal - dia cípio ter candidatado o certame “Anadia Capital do Espumante” 25 de Junho a “Sê-lo Verde 2019” o que vai implicar, obrigatoriamente, a - Mayra Andrade - dia 26 de Junho introdução de algumas regras de âmbito ambiental, nomeada- Áurea - dia 27 de Junho mente que os copos a utilizar no recinto têm de ser reutilizá- David Carreira e DJ Ride - dia 28 de Junho veis, ao abrigo da candidatura, que estipula a não utilização de - Xutos & Pontapés - dia 29 de Junho plástico. O objectivo é que este tipo de material seja banido - Xana Toc Toc – dia 30 de Junho (tarde) da Feira. - Marchas Populares – dia 30 de Junho (noite) Por outro lado, à semelhança do que aconteceu na edição transacta, o certame volta a ter a classificação de Ecoevento, na sequência de um protocolo com a ERSUC, com o objectivo

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De 17 a 19 de Maio, no ExpoCôa

Vila Nova de Foz Côa soma e segue para o VIII Festival do Vinho do Douro Superior

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epois do êxito dos anos anteriores, o ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ (FVDS) assinala, este ano, a sua oitava edição. Com data marcada para os dias 17, 18 e 19 de Maio de 2019, todos os caminhos vão dar ao ExpoCôa, em Vila Nova de Foz Côa. A organização é da responsabilidade da Câmara Municipal e conta com a produção da Grandes Escolhas. Diz o ditado que “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. O FVDS, estreado no final de 2012 como uma pequena feira regional, rapidamente passou a fazer parte do calendário dos grandes eventos vínicos do país, contribuindo decisivamente para a afirmação da identidade do Douro Superior. De vários pontos do país, das ilhas e até do estrangeiro, são vários os enófilos que se repetem de ano para ano. Alguns já passaram de visitantes a “caras conhecidas” dos produtores, que ultrapassam as seis dezenas e que vêem o FVDS como um importante momento de divulgação dos seus vinhos (a altura do ano é propícia à apresentação de novidades). O Douro Superior brinda-nos, ano após ano, com vinhos do Porto, brancos e tintos de qualidade e características singulares, o que comprova a evolução da produção vínica nesta sub-região do Douro. Para além de néctares com berço no Douro Superior, o FVDS é também uma mostra de produtos alimentares típicos da região, que abrange os concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Flor. Falamos de azeite, queijos, enchidos, doces e compotas, mas também da amêndoa – rainha na região – e seus derivados. O ouro líquido será ainda alvo de uma Prova Comentada, sob a batuta do expert Francisco Pavão. Há ainda um vasto programa de actividades, onde se destacam o colóquio, que este ano traz à discussão, na manhã de Sábado, o tema “Foz Côa, ponto de convergência de todas as proximidades”; e três provas de vinhos – “Grandes tintos do Douro Superior” (dia 17), “Grandes brancos do Douro Superior” (dia 18) e “Vinho do Poeto” (dia 19) – comentadas, respectivamente, pelos jornalistas e críticos de vinho da Grandes Escolhas Fernando Melo, Valéria Zeferino e Luís Ramos Lopes, e muito disputadas. No âmbito do FVDS volta a realizar-se o relevante ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’, aberto a todos os que produzam vinhos nesta sub-região nas categorias Douro

(branco e tinto) e vinhos generosos, que queiram participar e estejam presentes na feira. A avaliação é efectuada por um painel de jurados bastante ecléctico, mas acima de tudo, bastante conhecedor e que junta jornalistas, bloggers especializados, representantes do comércio e outros líderes de opinião. Uma das características mais salientada neste concurso é grande qualidade dos vinhos concorrentes já que, ao contrario do acontece na generalidade destas competições, aqui as grandes marcas e os vinhos mais prestigiados não deixam de marcar presença.

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Em Arcos de Valdevez de 31 de Maio a 2 de Junho

Festivinhão’19 será de consolidação deste festival enoturístico

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edição 2019 do Festivinhão vai decorrer de 31 de Maio a 2 de Junho, no Jardim dos Centenários, em Arcos de Valdevez. Este festival enoturístico já acontece desde 2016, mas a organização considera que 2019 será o ano de consolidação do evento, orgaDe 19 a 21 de Abril nizado pela Associação de Vinhos de Arcos de Valdevez e pela Câmara de Arcos de Valdevez. Segundo a organização a mudança do evento para o Jardim dos Centenários trouxe algo que os expositores pediam desde a primeira edição, ou seja, para ficarem todos no mesmo espaço, de forma a permitir uma melhor e maior interacção entre todos os participantes. romover os vinhos da sub-região vitivinícola de Vidigueira, além “Com o sucesso do ano passado, queremos de outros produtos de excelência do concelho e a gastronomia este ano consolidar esta escolha do local, num tradicional é o objectivo do ‘Vidigueira Vinho’, evento promovido certame que tem momentos para toda a família pela autarquia local de 19 a 21 de Abril. e, além disso, será um evento verde. Todos os O programa vai integrar o Roteiro Gastronómico de Migas, expoexpositores terão que usar materiais alternatisição e venda de produtos agroalimentares, colóquios, provas de vos ao plástico e estes terão que ser reutilizáveis vinho, espectáculos musicais, animação e oficinas de transmissão ou biodegradáveis. A imagem do espaço também de saberes e técnicas inerentes ao exercício da actividade artesaserá melhorada e há mais área disponível tendo nal. Nesta edição, o maior destaque pretende ser a valorização e em conta que as obras na Igreja do Espírito Sandignificação das artes associadas à produção de vinho de talha, to já terminaram. Agora o público do Festivinhão designadamente o que diz respeito à sua candidatura a Patrimópode ainda visitar o Centro Interpretativo do Barronio Cultural Imaterial da Humanidade. co”, explica a organização. Neste evento participam agentes económicos e produtores Sendo este um evento direccionado para os vide agroalimentares, designadamente, os sectores da doçaria, nhos produzidos na região e no qual se pretende cepanificação, citrinos, queijaria, vinhos, azeites, mel, compotas, lebrar a casta Vinhão, à semelhança do que já tem licores, vinhos artesanais e enchidos, além de expositores de acontecido em outras edições, a Selecção do Festivivenda de artesanato tradicional e/ou que sejam produzidos nhão Vinho do Ano volta a ter um lugar de destaque. com matérias-primas tradicionais, de preferência com trabalho Com este evento Arcos de Valdevez quer continuar ao vivo. a afirmar-se como a terra do Vinhão. O Vinhão é rei Com a organização do ‘Vidigueira Vinho’ a autarquia preneste festival, mas aqui há ainda espaço para destatende promover o vinho do concelho de Vidigueira como um car os brancos Loureiros e Alvarinhos, os rosados e os produto turístico, promotor de desenvolvimento económico; espumantes. divulgar a riqueza da cozinha tradicional local; dar ênfase a outros produtos agroalimentares, designadamente o pão, a doçaria, as laranjas e os azeites da região, elementos importantes da nossa gastronomia e economia local; promover a excelência produtiva do território no domínio da produção vitivinícola; dignificar o cante alentejano como factor de promoção da cultura alentejana; valorizar e dignificar o vinho de talha; promover e comercializar o artesanato local e capacitar o evento para o mercado turístico espanhol.

‘Vidigueira Vinho’ promove os produtos de excelência do concelho

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