Gazeta Rural nº 347

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sumário Ficha técnica Ano XV | N.º 347 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Paulo Barracosa | Rita Barata | Catarina Simões Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

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05Vila da Feira promove IV Festival da Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense 06Escola Agrária de Viseu está a comemorar Bodas de Prata 08Festival Cabelos Brancos 2019 mais ambicioso e multifacetado 10Covas do Barroso recupera tradição da Festa das Colheitas 12Covilhã recebe XII Festival da Cherovia debatem alimentação animal com “produção sustentável” no horizonte 2050 14Jornadas 15Sushi Wine Party funde os vinhos portugueses e a comida japonesa 18Gastronomia gourmet e vinhos do Dão nas Vindimas de Viseu 21VI Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola vai decorrer em Peso da Régua 22Trancoso recebeu o maior encontro europeu da castanha de sempre 26CIM Viseu Dão Lafões inaugura primeira obra da Rede de Percursos de Natureza 30Combate às alterações climáticas envolve trabalho de longo em cada dez portugueses consideram alterações climáticas problema muito sério 32Nove 36VI Congresso internacional de Enfermagem Veterinária vai decorrer em Viseu 38Fórum debate opções sustentáveis para as embalagens do presente e do futuro


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agenda Feiras Agrícolas e Sectoriais

Eventos Vínicos e Gastronómicos

De 19 a 22 Setembro FICA Castro Daire - A Festa das Colheitas

A Feira Industrial, Comercial e Agrícola de Castro Daire está de regresso em 2019 com vasto programa de 4 dias. A recriação da tradição das colheitas na região é o mote para a realização deste evento que promete envolver toda a comunidade local e atrair também muitos visitantes ao concelho.

De 20 a 22 de Setembro “Never ending summer” em Albufeira

A Marina de Albufeira vai ser palco do “Never ending summer”, evento que reúne música, artesanato, gastronomia, workshops, uma exposição de automóveis clássicos, regatas de vela, festa da cataplana e ainda uma corrida/ marcha com dois percursos à escolha.

De 20 de Setembro e 5 de Outubro Festival Cabelos Brancos 2019

A Câmara de Ílhavo aposta, na edição de 2019, num Festival mais ambicioso, mais enriquecedor e multifacetado. Durante 16 dias vão acontecer momentos de festa, de criação artística, de expressão cultural, de reflexão sobre o envelhecimento e de reconhecimento do papel da mulher na Maior Idade.

De 26 a 29 de Setembro Feira das Colheitas de Arouca

Arouca sai à rua para comemorar a 75ª Feira das Colheitas, pois é tempo de colher o que foi lançado à terra. As ruas enchem-se de vida com as feiras, os concertos, as exposições e o folclore. À mesa, reina a boa disposição, e saboreiam-se as iguarias da raça arouquesa e os doces conventuais.

Dia 5 de Outubro Festa das Colheitas em Covas do Barroso

A aldeia de Covas do Barroso, no concelho de Boticas, vai recriar o tempo das colheitas no próximo dia 5 de Outubro. É que na região de Barroso é tempo de recolher as colheitas e preparar o Inverno que se adivinha frio, severo e agreste.

De 20 a 24 de Novembro Agrovouga

A Agrovouga vai reaparecer em Novembro, dedicado à agro sustentabilidade. O objectivo é fazer uma feira com uma nova e distinta personalidade, em complemento a outras feiras do país, “tendo na agro-sustentabilidade a ideia central”.

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De 19 a 22 de Setembro XII Festival da Cherovia na Covilhã

A Covilhã vai ser palco do XII Festival da Cherovia, certame que visa promover este produto endógeno da região, que faz lembrar uma cenoura branca e que sempre foi cultivado no concelho.

De 27 a 29 de Setembro IV Festival da Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense

No final de Setembro prepare as suas papilas gustativas e aventure-se pelo mundo da cerveja artesanal, rumando até Santa Maria da Feira onde irá decorrer este Festival.

A 28 de Setembro Sushi Wine Party

A Associação Naval de Lisboa, na Doca de Belém, vai receber a terceira edição da festa vínica Sushi Wine Party. Assim, entre as 18 e as 23 horas, são esperadas 1000 pessoas para brindar e celebrar a vida numa perfeita fusão de sabores japoneses e portugueses.

De 24 de Outubro a 3 de Novembro Festival Nacional de Gastronomia

A edição 2019 vai decorrer como habitualmente na Casa do Campino, em Santarém. O tema deste ano será a vinha e o vinho, idêntico ao da Feira Nacional de Agricultura de 2019, como vem acontecendo nos últimos anos.


Acontece de 27 a 29 de Setembro

Vila da Feira promove IV Festival da Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense

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o final de Setembro prepare as suas papilas gustativas e aventure-se pelo mundo da cerveja artesanal, rumando até Santa Maria da Feira onde irá decorrer, entre 27 e 29 de Setembro, o IV Festival de Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense. Abandone o conforto das marcas que já conhece e aventure-se pelo mundo da cerveja artesanal com lúpulo feirense, colhido das margens do rio Caster. O Mercado Municipal volta a ser palco para um encontro ímpar de saberes e sabores, mas não só! Os saberes dos cervejeiros revelam-se nas diversas cervejas artesanais de edição limitada, cujo protagonista é o lúpulo feirense, e aliam-se aos sabores da gastronomia regional, com diferentes iguarias doces e salgadas. A programação do IV Festival da Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense inclui ainda diferentes concertos e mostra e venda de artesanato urbano com a “Feirinha pela Noitinha”.

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Diz Maria João Lima, vice-presidente da Escola Superior Agrária de Viseu

“O ensino agrário precisa de dar uma volta muito grande”

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Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV), integrada no Instituto Politécnico, está a comemorar as bodas de prata. As celebrações estão marcadas para o dia 25 de Setembro a partir das 14 horas. São duas décadas e meia a formar novos técnicos nas diversas áreas, mas também de crescimento e de afirmação. Em conversa com a Gazeta Rural, a vice-presidente da ESAV faz um balanço “muito positivo” destes 25 anos, mas também “de aprendizagem”, nomeadamente da aproximação aos alunos e ao tecido empresarial da região e do país. Mas nem tudo são rosas. Maria João Lima diz que “o ensino agrário precisa de dar uma volta muito grande”, apontando a interioridade como uma dificuldade a ultrapassar. Gazeta Rural (GR): Que balanço faz dos 25 anos da Escola? Maria João Lima (MJL): Em termos globais, o balanço é muito positivo, com momentos melhores e outros menos bons. Os aspectos positivos destes 25 anos foi conseguirmos, neste momento, ter quatro licenciaturas, com muitos alunos a concorrerem e os que saíram estão a fazer boa figura, tanto no país como no estrangeiro, e a mostrarem o que valem. Temos profissionais que se estão a integrar no mercado de trabalho e, reconhecidamente, muito bem preparados. O que nos importa é que os nossos alunos, no mercado de trabalho, sejam uma mais valia e mostrem os conhecimentos que adquiriram. GR: O que mudou nestes 25 anos? MJL: Mudou muita coisa e também a nossa aprendizagem, no sentido de estarmos cada vez mais perto dos alunos. Entendemos isso como muito importante, procurando acompanhá-los e ir percebendo o que podemos fazer para melhorar a Escola. Os tempos mudam e nós temos que nos adaptar. 6

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GR: Houve muitas mudanças, nomeadamente a que acabou de referir, mas também a aproximação ao mundo empresarial da região? MJL: Essa sempre foi uma das nossas grandes preocupações, pois sozinhos não vamos a lado nenhum. Precisamos estar próximos das empresas, conhecer as suas necessidades e que tipo de profissionais necessitam. Desse modo, podemos adaptar o nosso tipo de ensino e direccioná-lo para essas necessidades. Pretendemos, também, que os nossos alunos fiquem na região ou no país e que não vão para o estrangeiro, pelo que temos que ter essa proximidade com as empresas, que estas trabalhem connosco, para que, por um lado, possamos formar profissionais para essas empresas, por outro também nos interessa que isso aconteça na área da investigação. Ou seja, nós gostamos de dizer às empresas que estamos disponíveis para elaborar projectos com elas. Isso tem vindo a mudar, pois, neste momento, estamos carregados de projectos com empresas da região e isso é muito positivo, para nós e para elas.

GR: Nesta altura as empresas pedem profissionais em que áreas? MJL: Não lhe vou apontar uma, pois todas as áreas que a Escola lecciona são importantes. Por exemplo, na Veterinária somos já uma referência no país e é o primeiro curso a ‘encher’. Na área Alimentar temos alunos bem colocados em várias empresas, como na Viticultura e nos Frutos Secos. Estamos a crescer na Agronomia e apraz-nos registar


que temos alunos a provar que esta não é uma área decadente, mas sim com futuro, em que os jovens estão a acreditar. Por fim na Ciência Animal temos alunos espalhados pelo país. O sector avícola está também bem preenchido. GR: O ensino superior, de uma forma geral, tem vindo a perder alunos. Em que ponto está a ESAV? MJL: A ESAV estabilizou, mas no diz respeito ao ensino agrário isto precisa Mais interessante é que temos alunos de diferentes sectores, como pessoas de dar uma volta muito grande. De facto, com a 4ª Classe, licenciados, gente de fora da região DOP e até um estrangeiro estamos no interior e sofremos muito inscrito. com isso, pois não temos alunos como se estivéssemos no litoral. Os alunos, em GR: O que pode trazer esta nova área à região Centro e ao queijo em primeiro lugar, escolhem a região, depois particular? cursos da moda e, por exemplo, a avicultura MJL: Sobretudo mostrar que é possível fazer vida na agricultura e não está. Contudo, é uma área em que ganhar dinheiro, uma vez que esta área está associada a alguma pobreza. quase todos os dias as empresas do sector O que pretendemos é dar os conhecimentos técnicos suficientes, para nos perguntam por alunos, como noutras que os pastores tenham ferramentas para terem rentabilidade, como em áreas, mas não está na moda. Continuamos a qualquer outro negócio. trabalhar no sentido de mostrar aos alunos que, Queremos que os alunos aprendam mais sobre a parte técnica, vindo para cá, têm possibilidade de emprego mas também aulas práticas nas explorações e, posteriormente, e isso é importante. Contudo, os jovens com conhecimentos na área da gestão, para perceberem, por exemplo, o 17/18 anos não pensam na empregabilidade, número de cabeças que necessitam para terem rentabilidade, a venda mas noutras coisas que, por vezes, não passam das crias ou do leite, neste caso dependendo da quantidade. Queremos de utopias. demonstrar que esta é uma área rentável, se for bem gerida. GR: A interioridade ainda é um óbice? MJL: É e de que maneira. Para nós é muito difícil, embora façamos coisas tão boas, ou melhores, que se fazem lá fora. Por isso, temos que estar constantemente a relembrar que existimos, que estamos no interior, a fazer projectos, a mostrar a nossa investigação, porque somos esquecidos, e isso é um problema, mas insistimos em mostrar o que somos e o que fazemos de muito bom.

GR: Olhando para o futuro. O que tem que mudar no ensino virado para o sector primário? MJL: A primeira coisa tem a ver com o que acabei de referir. É possível ganhar dinheiro na agricultura, o que é fundamental, pois o que qualquer jovem pensa é ter a sua família e poder pagar as suas contas, o que nos trás de volta a questão da rentabilidade. Depois demonstrar que não é necessário trabalhar sete dias por semana de sol a sol, olhando para a parte técnica e de maquinaria, mas para isso é preciso ter conhecimentos científicos para saber onde, como e até aonde pode investir. GR: Em que áreas de investigação a ESAV sente Depois, entendo que é necessário dar importância ao sector. mais dificuldade? Lembro-me que há uns anos estive na Bélgica, numa faculdade, MJL: Dificuldades sentem todas as escolas, mas e vi um parque automóvel extraordinário e pensei, cá para nós temos a grande vantagem de nunca desistir. mim, que os professores lá ganhavam bem. O meu espanto foi Há áreas que parecem não fazer muito sentido, mas grande quando me disseram que os carros eram dos alunos, na nós mostramos o contrário. Temos vindo a fazer um sua maioria filhos de agricultores da região, que estão bem na trabalho excelente no sector do leite, queijo e do cardo, vida, trabalhando de forma organizada e a vender bem os seus com projectos na área do queijo Serra da Estrela. Agora, produtos. vamos avançar com a Escola de Pastores, outro grande O que pretendemos é mostrar que isto cá também é possível. projecto que envolve vários parceiros na região Centro. É claro que é preciso gostar do campo, da agricultura e dizer que é possível ter sucesso nesta área. GR: Por falar na Escola de Pastores. Houve maior adesão do que inicialmente se esperava, com mais de GR: Que mensagem gostaria de deixar aos jovens? uma centena de inscritos? MJL: De optimismo, sobretudo, mas também de espírito MJL: Inexplicavelmente, ou talvez não, muito maior. No positivo. Neste sector tudo é possível, sem esquecer que, início estávamos expectantes e convictos de que teríamos como em qualquer outra área, é necessário muito trabalho e que andar à procura de alunos, mas aconteceu o contrário. esforço para ter sucesso. www.gazetarural.com

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Em Ílhavo de 20 de Setembro e 5 de Outubro

Festival Cabelos Brancos 2019 mais ambicioso e multifacetado

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Câmara de Ílhavo aposta, na edição intenso, cabendo o destaque para o concerto da Lena d’Água, na sextade 2019, num Festival Cabelos feira, às 22 horas. Brancos mais ambicioso, mais enriquecedor Os dois primeiros dias da programação (20 e 21 de Setembro) são e multifacetado. Durante 16 dias, entre 20 ainda marcados pelas Exposições “Retratos e Mulheres” (pintura), de Setembro e 5 de Outubro, vão acontecer “Maria Ascensão” (fotografia bordada), “As Mulheres de Ílhavo” momentos de festa, de criação artística, (percurso artístico itinerante pelo centro urbano) e pelas Instalações de expressão cultural, de reflexão sobre o “Aldeia das Mulheres de Pés Descalços” (análise estética do conceito envelhecimento e de reconhecimento do papel de casa e Mulher), “Todos Nós podemos ser Maria Ascensão” (a voz e da mulher na Maior Idade. São 40 iniciativas entre as memórias da comunidade) ou a “Máscara” e o “Baile de Quimeras” concertos, oficinas, projectos comunitários, (projectos comunitários de teatro musical e dança). desporto, feira de artesanato e iguarias, terapias No dia 21, sábado, dois momentos merecem relevo: “Vai dar Água”, assistidas com animais, instalações e percursos conversas arriscadas protagonizadas por 22 oradoras que, em 3 artísticos, exposições, cinema, entre outros. minutos e 22 segundos, irão falar sobre a importância do envelhecer; Como destacou a vereadora do Pelouro da e a ante-estreia do filme de Gonçalo Almeida, “O Reino do Espírito”, Maior Idade da Câmara de Ílhavo, Fátima Teles, que conta com a participação especial dos Maior Idade. na apresentação do evento, “a edição deste Na segunda metade do festival, após a descoberta de novas ano do Festival vai fazer com que se deseje ter comunidades do norte e centro de Portugal, através dos Trilhos, Cabelos Brancos durante muito tempo”. Este Cabelos Brancos apresenta mais propostas especiais. ponto alto da actividade sénior no Município de No dia 27, na Casa da Cultura de Ílhavo, sobe ao palco, pelas Ílhavo, desenvolvida pela Câmara Municipal e pelas 14 horas, a peça “Clichés, Aqui Não!” que mistura o teatro com Instituições, mantém o conceito da edição de 2018 a música e que reflecte a necessidade de respeitar o direito à repartindo o evento em quatro vertentes: a Arte, mudança. No dia 30, a Casa Gafanhoa, na Gafanha da Nazaré, abre alicerçada na criação artística, na fotografia, na escrita, as suas portas para uma conversa com o antropólogo Nuno Costa no artesanato e na música, fruto, essencialmente, sobre o papel da “Mulher Cuidadora”, uma realidade social bem do trabalho realizado nos diversos Laboratórios que identitária do município. se iniciaram em Julho; a Mudança, com espaços de Uma das novidades da edição deste ano está reservada para reflexão e desconstrução de conceitos e preconceitos o dia 2 de Outubro, na Biblioteca Municipal de Ílhavo, com a sobre o sénior e o envelhecimento; os Trilhos, que realização de um Seminário sobre “O Envelhecer no feminino”, procuram a descoberta de novas comunidades e numa organização conjunta entre a Câmara Municipal e a experiências; e a Tradição, valorizando a identidade e a Associação Nacional de Gerontólogos. história. Os dois dias que fecham os Cabelos Brancos 2019 são Tendo como foco principal o papel da mulher no marcados pela festa dos artistas amadores seniores, o “Sarau envelhecimento, redescobrindo-a como mulher criativa, Maior Idade”, que se realiza no dia 4 de Outubro, às 21 horas, experiente e sábia, centrada na figura cultural e musical na Casa da Cultura de Ílhavo. de Maria Ascensão, o Festival Cabelos Brancos arranca no O último dia do festival está reservado para o concerto dia 20 de Setembro (sexta-feira) pelas 10 horas, estando a solidário organizado pelo Património dos Pobres e que abertura oficial agendada para as 10,30 horas, no Jardim trará a Ílhavo, também na Casa da Cultura (21h00) o Orfeão Henriqueta Maia. Universitário do Porto. Das inúmeras e diversificadas iniciativas que preenchem O programa completo do Festival Cabelos Brancos 2019 os 16 dias de festa da Maior Idade, o início do festival será pode ser consultado em www.cm-ilhavo.pt. 8

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De 20 a 22 de Setembro

Marina de Albufeira é palco do “Never ending summer”

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e 20 a 22 de Setembro, a Marina de Albufeira vai ser palco do “Never ending summer”, evento que reúne música, artesanato, gastronomia, workshops, uma exposição de automóveis clássicos, regatas de vela, festa da cataplana e ainda uma corrida/ marcha com dois percursos à escolha. Pelo palco irão passar os grupos musicais Anjos, Íris, Dixieland- Banda Armada, Alcatraz The Band, e The Bitols num tributo aos Beatles. “Never ending summer” é o nome do evento que resulta de uma organização da Marina com o apoio do Município de Albufeira. Durante o evento, a Marina de Albufeira irá realizar uma regata de vela, que será disputada nos dias 21 e 22 de Setembro, no campo de regatas da Baía de Albufeira. No dia 22, data em que se celebra o Dia Europeu sem Carros, está agendada uma corrida e marcha, uma prova oficial do IPDJ que integra o Calendário Regional de Marcha e Corrida do Algarve. Quem visitar o “Never ending summer” poderá ainda contemplar uma exposição de automóveis clássicos e de veículos de Bombeiros clássicos, participar em workshops e provar um dos pratos mais típicos do Algarve, a famosa cataplana, que terá um lugar especial neste evento com o Festival da Cataplana.

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Última Hora Roteiro “Verde Cool” até 13 de Outubro

Há petiscos e vinho verde em Braga

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m petisco e um copo de vinho verde ao final do dia vão voltar a ser o mote para os encontros de final de Verão entre amigos. A quinta edição do Verde Cool está de volta à cidade de Braga, com 49 espaços aderentes que lhe oferecem o menu por 3,50€. Até 13 de Outubro convidam-se os visitantes a planear o seu roteiro e partir à descoberta de Braga e da região do Minho, celebrando os prazeres aldeia de Covas do Barroso, no concelho de Boticas, vai recriar o da vida junto dos colegas de trabalho, amigos e tempo das colheitas no próximo dia 5 de Outubro. É que na região familiares. de Barroso é tempo de recolher as colheitas e preparar o Inverno Uma iniciativa de promoção colectiva dos que se adivinha frio, severo e agreste. Na aldeia havia em tempos a estabelecimentos da região através da promoção tradição de juntar o que de melhor a terra dava e fazer se uma festa do vinho verde e da gastronomia que, de ano que revertia para a igreja, pois Covas era uma das maiores e mais para ano, tem aumentado os espaços aderentes, importantes paróquias da região. os clientes e tornado cool o consumo de vinho verde. Nos tempos de hoje a Associação Celtiberus desafia a população e Aqueles que partilharem a sua experiência as várias entidades da aldeia a reviver tempos idos, reconstituindo, podem prolongar a iniciativa usufruindo dos em parte, a alegria de velhos tempos dando vida a uma nova “Festa prémios a concurso. Basta partilhar a fotografia da das colheitas”. experiência Verde Cool com #VerdeCool na própria Esta festa, que vai na quarta edição, é composta por várias página de Facebook ou Instagram e angariar gostos. iniciativas que, no seu todo, têm como objectivo criar uma festa As três fotografias com mais gostos ganham os essencialmente turística, de promoção da região, da sua cultura, prémios a concurso. dos seus produtos agrícolas, das suas tradições ou não fosse esta O Verde Cool é uma iniciativa da Associação aldeia a mãe do nome da região, hoje considerada Património Comercial de Braga que conta com os parceiros: agrícola Mundial pela FAO, Barroso. Câmara Municipal de Braga, Comissão de Viticultura Durante todo o dia, os visitantes poderão visitar Covas do da Região dos Vinhos Verdes, Adega Ponte da Barca Barroso e participar em muitas iniciativas, tais como, visitas aos tradicionais moinhos em pleno funcionamento, onde o burro e Vila Galé. ainda é o transporte da farinha, ver um forno comunitário a cozer o pão, visitar o mercado de produtos da aldeia, participar em caminhadas temáticas, reviver jogos e brinquedos tradicionais, ouvir música tradicional e muito mais. As actividades desenvolvem-se todas em volta da Quinta do Cruzeiro, hoje um pólo do ecomuseu de Barroso que representa a vida de uma casa de lavoura tradicional da região. Para os amantes das caminhadas esta é a oportunidade de participar num belo passeio pela região, podendo optar por dois trilhos distintos, a caminhada das colheitas de Covas do Barroso, de aproximadamente 12 quilómetros, e a caminhada do Arre Burro, onde os guias são os afáveis burros de Miranda que irão transportar as crianças durante um percurso de cinco quilómetros. Sábado, dia 5 de Outubro

Covas do Barroso recupera tradição da Festa das Colheitas

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À beira Tejo, a 28 de Setembro

Sushi Wine Party funde os vinhos portugueses e a comida japonesa

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Associação Naval de Lisboa, na Doca de portugueses pela mestria do Chef Jacinto Alves. Em paralelo, estarão os Belém, vai receber no próximo dia 28 de produtores de vinhos e espumantes das várias regiões do país com as Setembro, a terceira edição da festa vínica Sushi novidades em prova, serão mais de 200 os vinhos que poderá provar, Wine Party. Assim, entre as 18 e as 23 horas, são havendo ainda lugar à preparação de cocktails e outras surpresas. esperadas 1000 pessoas para brindar e celebrar a A grande novidade desta edição Sushi Wine Party é a tipologia de vida numa perfeita fusão de sabores japoneses e bilhetes disponíveis, que podem ser comprados na Ticketline, on-line portugueses. e nos locais habituais como Fnac, Worten, El Corte Inglés, Casino Certamente já ouviu falar de sashimi, hosomakis, de Lisboa e CCB, por exemplo, e através da APP Fever, a aplicação huromakis e nigiris. Muitas vezes já terá comido para smartphones, mas neste caso apenas nas opções “Wine Party”, estas deliciosas iguarias da gastronomia japonesa, “Amigos X6” e “Ao par é melhor”. habitualmente chamadas de “sushi”. São estes os No dia 28 de Setembro, junte os amigos e desfrute em pleno da sabores que estarão em destaque na próxima festa festa, das iguarias, dos vinhos e espumantes e do belíssimo cenário vínica organizada pela revista Paixão Pelo Vinho. que, seguramente, oferecerá um extraordinário pôr-do-sol. Estarão em prova mais de 200 vinhos e espumantes portugueses e para os mais cépticos não faltarão as iguarias portuguesas, como hambúrguer de carne maturada em bolo do caco e as tradicionais tábuas de queijos e enchidos. A música promete animar até ao final da festa vínica e o cenário não poderia ser melhor: o Rio Tejo, a marina, Belém e o Padrão dos Descobrimentos. No piso inferior da Associação Naval vão estar as iguarias do Sushiman do restaurante Chiyome, o restaurante de sushi com vista sobre o Tejo, que prometem fazer as delícias de todos os apaixonados pelos sabores japoneses. Os apreciadores destas iguarias poderão desfrutar de Sashimi, Hosomakis, Huromakis e Nigiris. Já no piso superior, no restaurante da Associação Naval de Lisboa, vão imperar os sabores tipicamente www.gazetarural.com

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De 19 a 22 de Setembro no Centro Histórico

Covilhã recebe XII Festival da Cherovia

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Covilhã vai ser palco, entre os dias 19 e 22 de Setembro, do XII doce de cherovia, apresentados pelo ‘chef’ Festival da Cherovia, certame que visa promover este produto Carlos Martins, na Tasquinha do Ti Carlos. endógeno da região, que faz lembrar uma cenoura branca e que O principal produtor de cherovia do concelho, sempre foi cultivado no concelho. Daniel Almeida, também estará presente com Organizado pela Banda da Covilhã, pela Associação Deserturna e uma banca em que vai comercializar cherovia ao pela Câmara da Covilhã, em parceria com várias entidades, o evento natural, cherovia laminada e pronta a cozinhar e agrega animação, tasquinhas, gastronomia e concertos, e tem cherovia embalada em vácuo. vindo a crescer ao longo dos anos. “Esta será a melhor edição de Está ainda incluído o lançamento do mel de sempre, quer em expositores, quer em animação, quer no número cherovia, produzido pela empresa covilhanense de artistas”, afirmou, na apresentação do festival, Eduardo Cavaco, Apistar, num cruzamento entre o mel de rosmaninho presidente da Banda da Covilhã e principal promotor da iniciativa. e cherovia desidrata. A marca “I Love Covilhã” Segundo referiu, este ano o certame alarga-se a mais duas ruas também se junta à festa, com vários produtos de do centro histórico e continua a ser uma oportunidade para dar a ‘merchandising’ nos quais se vê o desenho de uma conhecer o património histórico e cultural daquela zona ou de ficar cherovia a fazer a vez do vocábulo inglês “I”. Outra a conhecer algumas das principais obras de arte urbana da cidade, das novidades prende-se com a aposta ecológica, isto ao mesmo tempo que se visitam as tasquinhas e o artesanato através da introdução de copos reutilizáveis. que é apresentado ao longo dos quatro dias. Com um reforço Na animação, o certame diferencia-se pela forte da componente da restauração, o certame terá este ano cerca aposta nos artistas e grupos locais e tem ainda a de 83 espaços a funcionar e, muitos deles, será possível provar característica de agregar outros eventos. É o caso do diferentes receitas de cherovia, o produto ex-líbris da festa. XXIV Festival de Ranchos Folclóricos, que é organizado Rica em vitamina C, potássio, fósforo e magnésio, a cherovia pelo Grupo Recreativo Vitória de Santo António, bem sempre foi um produto usado na gastronomia da Cova da Beira, como o Festival de Tunas, promovido pela Desertuna, mas que era praticamente desconhecido no resto do país. bem como o Festival de Bandas que é dinamizado pela A dinamização do evento tem contribuído para a afirmação Associação Académica da Universidade da Beira Interior gastronómica desta raiz e para o aumento da produção, que e ainda o Festival de Bandas Filarmónicas, organizado aumentou muito significativamente nos últimos 12 anos. pela Banda da Covilhã. Parcerias que foram destacadas Segundo os dados recolhidos pela organização, quando pelo vereador do Associativismo na Câmara da Covilhã, o evento começou, a produção de cherovia rondava as seis José Miguel Oliveira, que lembrou ainda que este é “um toneladas e agora já ultrapassa as 20. Além disso, “ainda festival em que a Covilhã se mostra no seu todo”. há uma grande margem de crescimento” e a aposta na promoção do produto mantém-se com a apresentação de diferentes receitas e novas iguarias à base de cherovia. Entre as propostas deste ano estará o hambúrguer de cherovia, com chouriço da serra e vitela, a tarte de cherovia com javali, veado e coelho bravo, e ainda o estaladiço com 12

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Parque Industrial Coimbrões, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt Parque Industrial Coimbrões, Lote 76 Apartadowww.soveco.pt 5002, 3501-997 VISEU www.gazetarural.com Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt www.soveco.pt

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A 19 de Setembro, em Fátima

Jornadas debatem alimentação animal com “produção sustentável” no horizonte 2050

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Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos internacional e professor emérito da Universidade para Animais (IACA) realiza, no próximo dia 19 de Setembro, Politécnica de Madrid que abordará os desafios e as VIII Jornadas de Alimentação Animal. A principal temática do oportunidades que se apresentam à indústria de evento, que decorre em Fátima e conta com a participação de alimentação animal. oradores nacionais e internacionais, é o impacto do sector na A propósito do evento, Pedro Folque, director sustentabilidade do planeta e vai debruçar-se sobre formas de da secção de Pré-Misturas e Aditivos da IACA, mitigação desse mesmo impacto em Portugal e no mundo, tendo afirma que, “num momento em que o mundo se em conta o crescimento previsto do consumo de carne a nível debruça sobre os impactos ambientais da produção global, e uma posterior estabilização na União Europeia, até 2050, agroalimentar, se torna essencial fornecer às segundo análise de tendências do consumo realizada pela equipa empresas ferramentas que possam reduzir e mitigar do InovFeed, projecto a ser debatido, também, neste encontro. esse impacto.” Os destaques do dia vão para as intervenções de Divanildo Já Jaime Piçarra, secretário-geral da mesma Monteiro, engenheiro Zootécnico e Professor no Departamento Associação acrescenta que, “por outro lado, de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro também é importante transmitir aos vários sectores (UTAD) e de Emídio Gomes, vice-reitor na mesma Universidade o que as empresas já fazem no sentido de controlar para a área da Investigação e Inovação e, também, coordenador esses impactos, bem como o investimento que se do InovFeed - Estratégias Alimentares Inovadoras para uma propõem fazer, agora e no futuro, para responderem Produção Animal Sustentável, o mais recente Laboratório à necessidade mundial de aumento da produção Colaborativo dedicado à investigação e inovação em de alimentos ao mesmo tempo que reduzem o alimentação animal, projecto de dois milhões de euros que impacto ambiental do sector, contribuindo para a envolve 16 entidades e vai empregar 30 pessoas, na maioria sua sustentabilidade e respondendo aos desafios da investigadores. sociedade”. A intervenção de Divanildo Monteiro incide sobre o papel da Alimentação de Precisão na redução do impacto ambiental da produção animal e a intervenção de Emídio Gomes, versa sobre a inovação no contexto da produção de alimentos para animais em Portugal, nomeadamente no que respeita à descoberta de novas matérias-primas mais sustentáveis e, ainda assim, ricas em proteína. As VIII Jornadas de Alimentação Animal contam, ainda, com a intervenção de Carlos Buxadé, consultor 14

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parceria com a Associação Empresarial de Cambra e Arouca, terá também um novo formato, com a recriação de uma casa, a qual pretende dar a conhecer o que de melhor se faz em Arouca, em particular no sector secundário, mas também no sector primário. No domingo à noite, vai haver um espectáculo musical, “O canto dos dias”, centrado na etnografia e no folclore, com as actuações dos ranchos folclóricos locais a estar concentrada na tarde de domingo. Há ainda também a assinalar a mudança de local de algumas das actividades, devido às obras de requalificação da zona poente da vila, que estão actualmente em curso. GR: Que expectativas tem para a edição deste ano e qual o número estimado de expositores? MB: Em cada ano procuramos fazer melhor do que no ano que o antecedeu. É o que pretendemos fazer este ano, ainda para mais quando se assinalam 75 anos que a Feira se organizou pela primeira vez. Esperamos assim que os quatro dias do evento celebrem com orgulho e de forma entusiástica as bodas de diamante do certame. Quanto a expositores, ultrapassaremos a uma centena de expositores presentes, desde o artesanato, aos produtos do campo e regionais, às velharias, turismo e sector agroflorestal.

De 26 a 29 de Setembro

Feira das Colheitas de Arouca celebra as ‘bodas de diamante’

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GR: Em que medida este evento contribui para o crescimento do sector primário do concelho? MB: Este evento constitui-se como uma oportunidade privilegiada para mostrarmos o que de melhor temos e fazemos a nível do sector primário, mostrando, por um lado, práticas que se mantêm há muito, mas também dando a conhecer novos produtores e produtos. É, por assim dizer, o evento corolário do trabalho que o Município desenvolve ao longo do ano na área do sector primário, com particular destaque para a agricultura, como é o caso da Feira dos Produtos do Campo e os projectos municipais Arouca Agrícola e Geofood.

rouca sai à rua para comemorar a 75ª Feira das Colheitas, que este ano tem algumas novidades. É tempo de colher o que foi lançado à terra e as ruas enchem-se de vida com as feiras, concertos, exposições e o folclore. Com mais de uma centena de expositores, a expectativa da Câmara de Arouca passa por “celebrar, com orgulho e de forma entusiástica, as bodas de diamante do certame”, como referiu a presidente Margarida Belém à Gazeta Rural.

GR: Neste quadro, e com a atracção de gente ao concelho, os Passadiços têm alavancado a aposta no turismo feita pela autarquia? MB: Numa altura de massificação turística e de globalização, queremos diferenciar-nos com uma oferta turística com identidade vincadamente local. Arouca é um município com uma forte matriz identitária rural, pelo que a ligação à terra também está presente na nossa oferta turística.

GR: Como está o sector primário no concelho? MB: O sector primário no concelho de Arouca, em particular na área agrícola, tem procurado ajustar-se aos desafios actuais. A agricultura familiar permanece e assistimos ao surgimento de alguns jovens agricultores mais profissionalizados, que estão a desenvolver novos projectos e explorar produtos que não existiam na nossa região, como é o caso dos cogumelos shiitake Gazeta Rural (GR): A Feira das Colheitas é o maior e dos mirtilos. acontecimento agrícola do concelho. Qual ou quais as A nível pecuário, registam-se um pequeno aumento novidades da edição deste ano? dos efectivos nas vacarias. No que concerne ao arouquês Margarida Belém (MB): Este ano a Feira das Colheitas especificamente, nas zonas serranas, assiste-se a um declínio assinala o 75.º aniversário. Assim, as actividades natural do número do efectivo, fruto do envelhecimento dos basilares deste evento e que se organizam deste o início produtores. Em contraposição, na zona do vale e poente do certame estão a ser pensadas por forma a celebrarem de Arouca, começam a surgir algumas vacadas, registandoestas mais de sete décadas de Feira. se então aí um aumento do número de efectivos de raça No cortejo dos açafates, que decorre no domingo (29) à arouquesa. tarde, haverá a recriação de alguns quadros etnográficos. A exposição das Actividades Económicas, promovida em www.gazetarural.com

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Com destaque para Rosé de Encruzado e Touriga Nacional

Quinta do Mondego lançou novos vinhos no mercado

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Quinta do Mondego, sedeada nas Caldas da Felgueiras, em Nelas, colocou no mercado uma gama de vinhos novos, onde se destaca um Rosé. Sob a capa ‘Quinta do Mondego Rosé 2018, é o resultado de um lote de Encruzado e Touriga Nacional. “O objectivo foi fazer um vinho mais complexo, que pudesse acompanhar pratos mais ‘pesados’, de charcutaria ou de queijo Serra da Estrela”, explicou Joana Cunha. Este vinho fez um estágio de seis meses em barrica, com ‘bâttonage’, para ficar mais gastronómico e representativo da região do Dão”, acrescentou. E se esta já uma novidade, também chegaram aos apreciadores o Munda Touriga Nacional 2014; o Munda Encruzado 2017; o Quinta do Mondego Tinto 2012 e o Quinta do Mondego Branco 2017 um lote de Encruzado e Gouveio. A aposta deste produtor passa por deixar os vinhos na adega e colocá-los no mercado no tempo certo. “Nos brancos, tanto no Munda Encruzado como no Quinta do Gouveia, são colheitas 2017. São vinhos com estágio em barrica, pois gostamos de mostrar que o encruzado tem potencial de envelhecimento. Nos tintos, o Quinta do Mondego 2012 é um Dão clássico, para envelhecer, mas que ainda está jovem, tal como o Munda Touriga Nacional 2014, que está mais suave, mas ainda a ‘pedir’ mais tempo de garrafa”, afirmou Joana Cunha. A Quinta do Mondego foi um dos produtores do Dão mais afectados pelos incêndios de 2017 e a recuperação das vinhas tem vindo a ser feita com naturais cuidados. “A recuperação das vinhas é um processo para mais de dez anos. Estamos a fazer do nosso melhor, a ser criativos e o resultado já se 16

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nota, mas ainda temos muito trabalho a fazer”, conta a enóloga, que referiu que já terem sido tratadas “quase 80% das vinhas”. Contudo, “ainda há algumas reenxertias e enxertias para fazer no próximo ano em algumas vinhas”, acrescenta, lembrando que este “é um processo gradual”, que tem que ser executado “com calma para ser bem feito”. Sobre a vindima deste ano, Joana Cunha tem boas expectativas. “Estamos contentes com o que temos. Não temos muita quantidade, porque ainda estamos com o processo do incêndio muito presente”, salientou.


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De 19 a 22 de Setembro em 13 quintas da região

Gastronomia gourmet e vinhos do Dão nas Vindimas de Viseu

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O queijo da Serra, a maçã Bravo Esmolfe, os ichel van der Kroft é um ‘chef’ holandês, com duas estrelas míscaros, a feijoca, a vitela de Lafões, o cabrito da Michelin, e um dos dez que marcam presença no ‘Viseu Gralheira, o azeite de variedade galega, as avelãs de Estrela à Mesa’, um dos eventos âncora da Festa das Vindimas de Viseu, o feijão papo de rola e a broa de Vildemoinhos Viseu, que vai decorrer de 19 a 22 de Setembro. são os 10 eleitos. Também os melhores vinhos do No ano em que Viseu se assume como “Destino Nacional de Dão acompanham os menus de almoços e jantares. Gastronomia”, a cidade é por excelência e especialmente ao longo Pelo segundo ano consecutivo, Diogo Rocha, um dos de três dias, o palco principal da alta cozinha ao reeditar aquele Embaixadores de Viseu e Chef do restaurante Mesa que é o novo evento-âncora da temporada, o “Viseu Estrela à de Lemos, assina a curadoria do festival gastronómico Mesa”. Dez Chefs lideram um restaurante gourmet a céu aberto, e assume também o leme da alta cozinha no Rossio. em pleno Rossio, assinando experiências gastronómicas onde os “Estou curioso para saber em que vão resultar estes ingredientes regionais são reinterpretados. pratos, porque, por exemplo, Portugal é dos poucos “Viseu será o restaurante a céu aberto mais estrelado do país países da Europa onde se usa na cozinha o míscaro durante três dias, com a presença de quatro chefes, portadores amarelo e o ‘chef’ Michel van der Kroft, que nunca os de cinco estrelas Michelin, uma vez que vai estar Michel van usou, já pediu para a sua ementa”, contou o curador do der Kroft, que tem duas estrelas”, sintetizou o director da evento. Viseu Marca e vereador da Cultura da Câmara de Viseu. Jorge Diogo Rocha destacou também a “importância deste Sobrado destacou também que o “Viseu Estrela à Mesa” é um evento gastronómico que produz bons resultados” e, a dos destaques do evento, tendo em conta que a autarquia título de exemplo, destacou a presença do ‘chef’ Óscar decidiu que este ano Viseu se assume como “Destino Nacional Geadas que, “após a edição do ano passado, ganhou Gastronómico”. uma estrela Michelin, o que quer dizer que é um bom “Dez chefes e dez restaurantes instalam-se no Rossio, sob presságio”. o comando do ‘chef’ Diogo Rocha, curador do evento, a Na sua sexta edição, a Festa das Vindimas de Viseu preparar refeições ‘gourmet’ e sofisticadas, tendo na base garante pretextos para viseenses, visitantes e turistas dez produtos regionais. É uma forma desta cozinha do redescobrirem o melhor da cidade vinhateira do Dão. As mundo chegar a uma grande parte das pessoas, uma vez experiências reais de vindima e pisa distribuem-se por 13 que o preço é o mais popular e democrático possível para Quintas da Região, a 21 de Setembro, Feriado Municipal. São este tipo de cozinha”, assumiu. 18

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com os seus ofícios, sendo possível assistir à elas as Quintas do Medronheiro, Penassais, Perdigão, Soito, Teixuga, execução dos trabalhos ao vivo e participar de Falorca, Reis, Chão de São Francisco, Vinha Paz, Turquide, Pedra ateliês criativos. Cancela, Lemos e Casa de Santar. Quem procura apurar os sentidos e descobrir São “experiências reais de vindima e de pisa da uva” que, segundo os segredos das melhores referências do Dão o presidente da Câmara de Viseu, “têm trazido a Viseu cada vez tem no Mercado o ponto de contacto ideal. Aqui mais pessoas para verdadeiras experiências” nesta área. “Há muita marcam presença produtores e enólogos da Região encenação deste processo no país inteiro, mas no Dão fazem-se Demarcada, que colocam à prova as colheitas das vindimas a sério, isto é, as pessoas vêm passar o dia nas nossas suas Quintas, de quinta-feira a sábado. Em horário quintas para vestirem a pele de um trabalhador da quinta com complementar, e até adomingo, também o Wine o acolhimento que os beirões sabem dar”, considerou António Bar garante a todos os visitantes a possibilidade de Almeida Henriques, que continua a defender que “Viseu é a desfrutar dos vinhos a copo. capital vinhateira do Dão”. E porque as colheitas nos terroirs do Dão, o Para debater o potencial turístico da região vinhateira do Dão e património verde e histórico e a dinâmica que por o seu estado de afirmação, o Novo Banco, patrocinador da Festa estes dias se vive na cidade compõem o trio perfeito das Vindimas de Viseu, organiza com a Viseu Marca na quintapara cenários de fotografia, o evento renova o desafio feira, 19 de Setembro, uma conferência onde se apresentam para mais uma edição do “Instameet Viseu”. indicadores e casos emergentes ou de sucesso. A Meia Maratona do Dão fecha a Festa das Vindimas, A música é também um dos pontos fortes dos quatro dias da no dia 22, e que, segundo a organização, “mais uma vez, festa, com a presença, em três palcos diferentes da cidade, de trará às ruas da cidade, na manhã de domingo, centenas Bárbara Tinoco, no Mercado 2 de Maio, Tatanka, o vocalista da de pessoas de todo o país”. banda portuguesa The Black Mamba, no largo da Fonte das 3 Bicas, e António Zambujo no largo da Igreja da Misericórdia. Durante os três dias o Mercado 2 de Maio é local de paragem obrigatória para reencontros com vinhos e sabores de referência, para além de garantir uma programação em permanência, recheada de actividades e oficinas para os mais pequenos. Artesãos da Região marcam aqui presença www.gazetarural.com

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Cerimónia decorreu na Fundação Schloss Dick, em Dusseldorf,

Paisagem da cultura da vinha do Pico distinguida com prémio internacional

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vinha da ilha do Pico ganhou um prémio internacional de protegem a geodiversidade, a biodiversidade e o “melhor desenvolvimento de paisagem cultural”. As vinhas património cultural e promovem uma arquitectura são cultivadas em pequenos currais de pedra, que protegem as integrada”, motivaram a organização a distinguir a uvas do vento e do sal. paisagem da vinha da ilha do Pico, que se estende A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico foi distinguida com por mais de 700 hectares. o primeiro prémio na categoria de “Melhor Desenvolvimento de As vinhas são cultivadas em pequenos currais uma Paisagem Cultural de Relevância Europeia” dos European de pedra, que protegem as uvas do vento e do sal, Garden Awards. numa tradição que remonta ao século XV, tendo A paisagem, que é protegida desde 1996, e foi classificada atingido um pico de produção no século XIX, antes de como Património Mundial pela UNESCO em 2004, foi ser abandonada devido a doenças que afectaram as reconhecida pelos European Garden Awards como “Melhor culturas e à desertificação da ilha. Desenvolvimento de uma Paisagem Cultural de Relevância Citado em nota de imprensa, o presidente do Europeia”, uma categoria que premeia intervenções que Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, “promovam a salvaguarda dos valores naturais e culturais e a destaca a estratégia que permitiu, “preservando qualificação de paisagens culturais relevantes, contribuindo e salvaguardando o ambiente, mobilizar um dos para a revitalização de território”, explica a nota do executivo principais activos para ajudar ao desenvolvimento da açoriano. nossa região”. A receber o prémio, esteve, na cerimónia realizada na Os European Garden Awards são atribuídos Fundação Schloss Dick, em Dusseldorf, na Alemanha, o bienalmente pela European Garden Heritage Network director do Parque Natural do Pico e do Gabinete Técnico (EHGN), uma rede que conta com parceiros de 14 da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Manuel países, sendo a selecção feita por um júri internacional Paulino Costa. que avalia a implementação e gestão inovadoras em O “excepcional exemplo de adaptação das práticas desenvolvimento urbano, sustentabilidade e qualidade de agrícolas a um ambiente exigente”, através de “acções que serviços aos visitantes. 20

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Inscrições até 11 de Outubro

VI Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola vai decorrer em Peso da Régua

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stão abertas as inscrições para o VI Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola, destinado a produtores e cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país, em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal. O Concurso prevê a inscrição de vinhos brancos, tintos e espumantes, produzidos em Portugal. Para cada região vitivinícola e para as categorias “Vinho Branco”, “Vinho Tinto” e “Vinho Espumante”, será atribuída a distinção Tambuladeira dos Escanções de Portugal de Ouro, Prata e Bronze. O painel de Júri reunirá no AUDIR, Auditório Municipal do Peso da Régua – Cidade do Vinho 2019 -, no dia 19 de Outubro, para a realização das Provas Cegas dos vinhos a concurso. De sublinhar que no total das cinco edições anteriores o Concurso de Vinhos registou a inscrição de mais de 1.000 vinhos e premiou com Ouro, Prata e Bronze três centenas de vinhos brancos, tintos e espumantes oriundos das regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes, Trás-os-Montes, Douro, Beiras, Dão, Bairrada, Tejo, Lisboa, Península de Setúbal, Alentejo e Algarve. Esta é mais uma iniciativa do Grupo Crédito Agrícola para apoiar o sector vitivinícola e o desenvolvimento das economias locais, especialmente as Cooperativas e os Produtores, promovendo e colocando à prova a qualidade dos vinhos nacionais. O Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola é, desde a sua primeira edição, reconhecido pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV I.P.).

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Revelou José Laranjo, presidente da RefCast

Trancoso recebeu “o maior” Encontro Europeu da Castanha

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permitem o estabelecimento de redes, da troca de ideias, da troca de conhecimento entre os produtores de diferentes países e dos operadores. Isto é muito importante para gerar ideias e uma linha de condução daquilo que pode ser a definição de uma estratégia global, ou as estratégias, de desenvolvimento desta fileira a nível europeu. Houve neste encontro uma mensagem subliminar. A Europa tem deficit de castanha, pelo que precisa de produzir mais. A Europa precisa de mais 40 mil hectares de soutos para equilibrar o mercado, a produção e o consumo, da década de 90 do século passado. Isto é transversal a todos os países e que foi reforçada por todos. Por outro lado, há uma outra mensagem que gostaria de passar. O sector tem a expectativa de ter uma maior atenção por parte das entidades governativas, nacionais e europeias. Esta vai ser a nossa grande linha de acção para os próximos tempos. Estamonos a preparar para isso, juntando aqui os investigadores, aproximando-os da fileira para preparar projectos que vão de encontro às debilidades da fileira, construindo projectos mais Gazeta Rural (GR): Este encontro excedeu as fortes com a participação dos stakeholders. Tudo isto para expectativas? termos uma imagem coerente, forte, clara, para falarmos José Laranjo (JL): Acho que houve um misto de com as autoridades e entidades governativas, nacionais e exceder e confirmar. Naturalmente, isto poderia indicar um número na ordem de edições anteriores, mas foi europeias, para ver se o novo quadro comunitário de apoio não é uma oportunidade perdida, mas que, de uma vez por superior. Tínhamos essa expectativa, tendo em conta o todas, o sector da castanha, a nível europeu, recupere para envolvido de Portugal com a fileira da castanha, e tivemos aquilo que foi no final do século passado, pelo menos. um excelente encontro, o maior realizado até hoje, com perto de 300 participantes. No décimo encontro ter esta GR: Quais as principais preocupações que foram participação é um orgulho. apresentadas neste encontro? No fundo, podemos dizer que estes encontros JL: As questões das doenças, como a tinta e o cancro, é estão sedimentados, o que muitos nos agrada, porque erto de 300 especialistas, oriundos de Portugal, Espanha, França, Itália, Áustria e Chile, debateram em Trancoso e Penedono as questões em torno da produção de castanha, mas também as soluções para alguns problemas, como as doenças e as questões provocadas pelo clima. O X Encontro Europeu da Castanha foi organizado pela RefCast- Associação Portuguesa da Castanha, pela Assembleia das Regiões Hortícolas Europeias (AREFLH), e pelos municípios de Trancoso e Penedono e Cooperativa Agrícola de Penela da Beira. Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da RefCast fez um balanço muito positivo deste encontro. José Laranjo destacou a grande adesão à iniciativa, revelando que na campanha deste ano haverá uma quebra de produção que poderá chegar aos 20’%.

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uma mensagem comum a todos os O que vimos, de uma forma transversal, é que há uma quebra de produção estimada encontros. Nos últimos anos a vespa entre 10 e 20%. Também deu para perceber que em Portugal ainda não se nota o tem ocupado muito estes encontros, impacto da vespa, e não sei se alguma vez se vai notar verdadeiramente, atendendo mas também o mnemiopsis, uma à rapidez com que actuámos ao nível da luta biológica. Porém, a Itália, que é um doença recente. Aliás, num encontro grande produtor de castanha, está a recuperar e o impacto da vespa é cada vez houve uma sugestão para que se menor. Aliás, nestes encontros esta questão tem sido cada vez menos falada, o desse um nome mais simpático a esta que é um bom sinal. podridão castanha, que está a aparecer no fruto em zonas mais infestadas com a vespa. Estes são alguns problemas. O que queremos, também, passar para fora é que todas as culturas têm problemas com doenças, uma mais e outras menos. A maioria das nossas culturas se não fosse tratada não havia produção e o que estamos a falar é de uma cultura quase ecológica, quase sem tratamentos, mas que tem estes problemas. Tem sido nossa preocupação actualizar e modernizar o modelo de produção, para que os produtores de castanha saibam contornar estes problemas e fazer desta fileira uma oportunidade, que tem uma margem de rentabilidade verdadeiramente interessante. É isso que pretendemos que saia destes encontros. GR: As questões do clima são outra preocupação? JL: Estão implícitas em tudo isto. As alterações do clima estão a trazer um aumento da temperatura, um tempo mais seco, que está a afectar o castanheiro e a provocar ajustes ou alterações naquilo que era o percurso da fileira, designadamente antecipando as produções. Se estas forem muito precoces as pessoas não se lembram da castanha. Isto pode acontecer nos próximos anos nalgumas variedades. Castanhas e calor não combinam. Mas há outro. É que com ambientes mais quentes e secos, as árvores necessitam de outros cuidados, nomeadamente a questão da rega, pois ficam mais frágeis, e onde as doenças vão atacar mais. Com tudo isto há o risco do desaparecimento dessas variedades mais temporãs. Uma das preocupações dos investigadores é trabalhar não só todas estas questões, para dar soluções aos produtores, porque para algumas ainda não há resposta, mas também o cuidado de se criarem bancos de reservas genéticas destas variedades que podem estar em risco, um tema que mereceu muita atenção nesta reunião. GR: O que poderemos esperar da campanha deste ano? JL: Nestes encontros há um painel em que cada país dá a conhecer as perspectivas para a produção do ano em curso.

“Foi um orgulho receber este encontro” “Foi um orgulho para Trancoso receber este encontro, num trabalho conjunto e numa parceria estreita com o município de Penedono, com a RefCast e outras entidades. A castanha é muito importante para o concelho de Trancoso, pelo trabalho que temos feito nos últimos anos, nomeadamente no protocolo que fizemos com a UTAD, em que trouxemos o conhecimento científico aliado à prática dos nossos agricultores. Foi um trabalho exemplar e já renovámos o protocolo para mais quatro anos. Nós promovemos também a Feira da Castanha, que é importante para a dar a conhecer, promover e vender a produção do nosso munícipio. Pelo trabalho que os concelhos de Trancoso e Penedono fazem em prol da castanha, foi de inteira justiça, e muito importante, a realização deste encontro, que juntou perto de três centenas de especialistas. Amílcar Salvador Presidente da Câmara de Trancoso 23 www.gazetarural.com


Opinião

Cultivar laços de confiança e afectividade no seio de uma agricultura familiar que se quer de cariz biológico

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agricultura familiar assume-se de vital importância pelo número de conhecimento sedimentado e não por um explorações que representa e pelo volume de produtos agrícolas simples fluir de modas, na qual a ancestralidade que garantem alimento para uma parte significativa da população. dos recursos genéticos e dos métodos empíricos Pode também responder aos desafios que se colocam a uma sociedade de práticas agrícolas se devem harmonizar com tendencialmente globalizante, mas que se quer sustentável, criando o conhecimento técnico-científico e a inovação laços de proximidade e de confiança entre produtores e consumidores, assentes na racionalidade e sustentabilidade. fruto da qualidade e afectividade que conferem uma identidade a esta Por falar em valorização de recursos genéticos, forma inclusiva de agricultura. recordo-me do melão de Vila Soeiro que se Num tempo em que se vaticina que o futuro assenta em cultiva(va) na freguesia com o mesmo nome megametrópoles, contra todos os indicadores de racionabilidade e da região de Fornos de Algodres, e que não se razoabilidade, temos a clara sensação que pela frente nos espera pode deixar perder para memória futura, na uma tarefa hercúlea ao jeito de “um David contra Golias”, na qual criação de identidades que nos distingam da um sistema de produção desta natureza parecia estar condenado massificação e ajudem os pequenos produtores a ao fracasso, se não existirem directivas e incentivos que promovam terem nichos de mercado baseados na activação de esta actividade. Mas pode ser que o próprio evoluir das sociedades neurónios relacionados com o prazer dos sabores, conduza naturalmente esta prática ao sucesso na devida proporção das fragâncias, da convivialidade e dos saberes. para cada uma das realidades quer em termos de dimensão Esta como outras variedades de iguarias agrícolas, demográfica quer pela localização geográfica. nas quais estes territórios ditos de interior são A recente publicação do estatuto de Agricultura Familiar e a extraordinariamente ricos, deveriam ser preservados, tendência em incentivar a produção e o consumo apelidado estudados e alvo de melhoramento em projectos de “quilómetro zero”, mesmo pelas cadeias retalhistas, são um regionais que deveriam envolver produtores, sinal que apontam numa visão de estratégias de futuro que autarquias, centros de investigação, instituições de privilegiem a proximidade física e afectiva limitando o uso de ensino superior e o ministério da agricultura. recursos despendidos em transporte. O uso da designação familiar acarreta em si uma Estamos hoje perante uma realidade invertida, na qual parece responsabilidade acrescida pela força da palavra e todo dar-se mais importância ao transporte comparativamente com o simbolismo que representa nos laços de confiança a produção e por isso surgem estas convulsões sociais na qual que permite criar. Mas para esta concretização há que aqueles que fazem do transporte o seu modo de vida pensarem creditar tecnicamente os seus produtores, conferindo poder ditar as suas regras. São estes exemplos que nos fazem capacidade e responsabilidade ao acto de produzir e acreditar ainda mais nos serviços e práticas em proximidade desta forma, as relações de confiança e afectividade como tendência de futuro. que podem fazer a diferença surgirão naturalmente. Existe actualmente a convicção que os consumidores Têm que ser criados instrumentos de rastreabilidade e podem condicionar a produção, não apenas na variedade monitorização das actividades e práticas agrícolas que se de produtos, mas também na qualidade dos mesmos e até vão implementando ao longo dos ciclos de produção. na forma como são embalados. Esta relação tem que ser A estratégia de adopção das práticas da agricultura levada a cabo com base numa ligação exigente ditada pelo biológica, assente em princípios de equilíbrio e 24

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sustentabilidade do solo, das culturas adequadas às épocas do ano e texturas dignas de um(a) pintor(a) naturalista, tendo por base uma comercialização em proximidade com redução da à qual se aliam as inebriantes fragrâncias das pegada do carbono, parece ser o melhor caminho para guindar este tipo ervas aromáticas que compõem o buquê. de cultura ao sucesso que merece. Havendo uma base comum, estamos sempre Obviamente que todo este investimento tem que se traduzir na ansiosos, semana após semana, em saber qualidade dos seus produtos, não por calibres ou padronizações, mas qual a fruta ou o legume que surge de novo por sabores únicos que nos façam recuar às memórias de infância. porque estamos na sua época de eleição e não As práticas agrícolas são uma das áreas onde mais se tem que precisamos pedir porque ela já nos conhece os apostar, aliando o conhecimento empírico no combate às pragas e hábitos, mas, acima de tudo, sabe os trunfos que doenças às estratégias mais inovadoras creditadas cientificamente. tem para nos surpreender todas as semanas ao O uso de fungicidas e bactericidas, de base natural, para a utilização longo do ano agrícola. Isto para além da confiança em culturas agrícolas deve assumir-se como uma das grandes maise laços de amizade que já damos por adquiridos, valias de futuro, não numa lógica de “mezinha”, mas em combinar de mas que foram os promotores de toda esta uma forma sinérgica as virtudes das plantas para a preservação do partilha e convivência. Curioso é ser agora que ecossistema com claro benefício para a saúde dos consumidores e estamos de férias, período em que escrevo estas dos nossos vindouros. linhas despretensiosas, mais sentimos a falta dos Nós, como consumidores, também temos a responsabilidade primores provindos da nossa Agricultora Familiar. de procurarmos incentivar as relações de confiança com aqueles Faço votos que este artigo possa ser o mote para produtores de agricultura familiar que consideramos cumprirem que cada um encontre a sua alma gémea no seio da os requisitos de qualidade, sustentabilidade, afectividade e Agricultura familiar. proximidade. Bem-haja! Sabermos ser exigentes, mas dando tempo para que as relações de confiança se desenvolvam e maturem naturalmente. Se por Paulo Barracosa um lado somos animais de hábitos e gostamos de comodidade, também nos cansamos cada vez mais depressa das rotinas e isso, por vezes, não facilita o estabelecimento de relações duradoiras, especialmente de índole afectiva. Aqui entram os prazeres proporcionados pela diversidade das iguarias que, de acordo com a sazonalidade, nos vão chegando pela mão daqueles em quem depositamos a confiança de alimentarem a nossa família. No meu caso a exigência é redobrada, porque as minhas duas filhas são nutricionistas e os pais partilham o menu. Temos o privilégio da nossa agricultora familiar nos ir surpreendendo logo desde princípio com a chegada do cabaz semanal com uma composição de cores, formas e www.gazetarural.com

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No Parque Botânico “Arbutus do Demo”, em Vila Nova de Paiva

CIM Viseu Dão Lafões inaugura primeira obra da Rede de Percursos de Natureza

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esultado de uma forte aposta no Turismo de Natureza, a Relembrando que, entre outros projectos, a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões está a CIM Viseu Dão Lafões lançou recentemente um executar intervenções de qualificação e sinalização de um conjunto de concurso público para a construção da Ecopista percursos pedestres, contribuindo para a sua valorização, divulgação e do Vouga, o secretário executivo destaca que melhoria das condições de visitação. o Centro de Trail faz parte de um investimento Neste quadro, a CIM Viseu Dão Lafões inaugurou o Centro Municipal total de meio milhão de euros, que tem como de Trail Running, no Parque Botânico “Arbutus do Demo”, em Vila Nova objectivo a implementação da Rede de Percursos de Paiva. Com esta obra — integrada na execução da candidatura de Natureza de Viseu Dão Lafões. “Produtos Turísticos Integrados”, cujo investimento global ascende a Nuno Martinho destaca, ainda, que esta é uma mais de 1,8 milhões de euros, os amantes da natureza vão dispor de oportunidade “para a promoção do turismo de sinalização e identificação dos trajectos que percorrem Vila Nova de natureza, na iniciativa Portuguese Trails, que é Paiva, Fráguas, Queiriga e Vila Cova à Coelheira. uma marca criada pelo Turismo de Portugal para Esta iniciativa da CIM Viseu Dão Lafões insere-se na estratégia comunicar internacionalmente as actividades de reforçar o posicionamento da região como destino turístico de de Turismo de Natureza, dedicadas ao Cycling & excelência, nomeadamente através do aumento do número de Walking”. visitantes aos espaços patrimoniais, do incremento do número Para José Morgado, presidente da Câmara de Vila espectadores para eventos de animação, da realização de acções Nova de Paiva “este projecto vem alicerçar a aposta de valorização dos produtos endógenos e, complementarmente, que o Município tem feito no desenvolvimento do do aumento número de dormidas e estada média de turistas na desporto e na adopção de processos de melhoria região. contínua, já galardoado como “Município Amigo Resultado dos trabalhos de intervenção para a implementação do Desporto” em 16/17 e 2018 pela Cidade Social e da sinalética de identificação do trajecto, os visitantes têm ao APOGESD”. dispor cinco percursos, que variam entre os 4,03 e os 47,7 José Morgado prosseguiu afirmando que “apostando quilómetros. Ao mesmo tempo que inauguram os percursos o sector de Turismo com novas estratégias e ferramentas que passam por Vila Nova de Paiva, Fráguas, Queiriga e Vila que aliadas à reconstrução do património edificado, Cova à Coelheira, está a ser implementada a identificação do como as “Casas dos Cantoneiros”, à Rede Museológica percurso pedestre PR Rota do Paiva, nas localidades de Alhais (Museu Arqueológico do Alto Paiva, Museu Rural de e Vila Nova de Paiva. Pendilhe e Centro de Memória Judaica), possibilitam a Para Nuno Martinho, secretário executivo da CIM Viseu Dão oferta de um produto turístico estruturado.” Lafões, este projecto “vem reforçar a estratégia de Turismo Para marcar o lançamento deste importante projecto, de Natureza que a CIM Viseu Dão Lafões está a implementar na região Viseu Dão Lafões, decorreu no dia 15 de no território, através da criação de um produto compósito Setembro a primeira iniciativa no Centro Municipal de de turismo de natureza que associa percursos pedestres Trail Running de Vila Nova de Paiva, o Trail Rota da Truta, com as grandes e pequenas rotas, as ecopistas, as subidas que contou para o Circuito Nacional da Associação de Trail épicas e os centros de BTT e Trail”. Running de Portugal (ATRP). 26

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Vacas alimentadas com girassóis de Viana do Castelo dão queijo “especial” em Barcelos

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primeira plantação de girassóis em quilos de queijo “especial”. “Com uma alimentação à base de silagem Carreço, Viana do Castelo, tem mais de um de girassol conseguimos produzir mais queijo, com menos litros de hectare e vai alimentar cerca de 200 vacas de uma leite, ao contrário do que acontece com a silagem de milho. Por outro exploração de Barcelos para dar um queijo com lado, por causa da gordura da planta de girassol, o queijo ganha uma “textura especial” produzido para épocas festivas. textura muito boa e é muito versátil, em termos gastronómicos”, “O queijo que fizermos para o Natal ou para a garantiu. Páscoa já será com o leite produzido por vacas Ligado desde sempre à lavoura, Miguel Lemos “tornou-se alimentadas pelos girassóis de Carreço. É um leite profissional” da agricultura em 1990, após a formação em zootecnia com características únicas por causa do óleo de e cuidados veterinários. girassol, o que resulta num queijo com uma textura Há cinco anos começou a apostar na plantação de girassóis para especial. É um queijo de cura longa que fabricamos alimentar as 200 cabeças de gado bovino da Quinta da Pegadinha, simples ou enriquecido com pinhão ou amêndoa”, que lhe dão, por mês, 75 mil litros de leite, 30% dos quais para explicou Miguel Lemos, de 54 anos, proprietário de fabrico de queijo. uma exploração agropecuária em Chorente, Barcelos, Os cinco hectares que planta com aquela cultura são no distrito de Braga. insuficientes para aumentar a produção do queijo “especial” que A plantação de girassóis em Viana do Castelo, no lançou há quatro anos. Precisa de mais girassol, mas não tem Alto Minho, foi semeada em Junho, como resultado campos disponíveis para o cultivar. de uma parceria entre o empresário e a Elisabete Já Elisabete Fontainhas, solicitadora de 42 anos, tem terrenos Fontainhas, proprietária de 20 hectares de terrenos na de sobra, porque a vacaria que explora e onde chegou a ter veiga de Carreço. 150 animais está localizada numa zona com limitações legais. Do “teste” feito em 13 mil metros quadrados Elisabete tem agora apenas 50 animais para reprodução. de campo nasceram “70 a 80 mil plantas de cinco Impossibilitada de expandir o negócio por “condicionantes variedades de girassol”. Vão começar a ser colhidas em impostas pelo Plano Director Municipal (PDM) de Viana do meados deste mês e, segundo as estimativas de Miguel Castelo, a aposta em novas culturas foi a “alternativa” que Lemos, é esperada “uma produção de 40 toneladas de encontrou para rentabilizar cerca de 20 hectares de terreno, alimento seco” para as 60 vacas leiteiras da exploração do na veiga de Carreço. empresário. “Que tenha conhecimento, na freguesia de Carrelo esta As contas de Miguel apontam para uma produção de é a primeira plantação de girassóis. No concelho de Viana cerca de 30 mil litros de leite, que será transformado “numa do Castelo, com esta dimensão, penso que também será a pequena queijaria artesanal”, em aproximadamente 3.500 primeira plantação”, afirmou. 28

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Além da “sustentabilidade” do negócio familiar, Elisabete decidiu avançar com a plantação de girassóis “para fazer ver à sociedade a importância dos agricultores”. “Dizem que os agricultores só poluem, mas esta aposta demonstra que se os agricultores deixarem de trabalhar a terra ficará tudo cheio de silvas e mato”, reforçou a solicitadora. Em pleno Verão, a plantação de girassóis não passou despercebida aos frequentadores da praia de Paço. O acesso ao mar faz-se por entre campos agrícolas. Ao verde tradicional dos milharais associouse, este ano, o amarelo da planta associada ao amor e à felicidade. Nos últimos meses, os girassóis serviram de cenários a inúmeras sessões fotográficas, vídeos de casamentos ou mesmo a ‘selfies’. “Chegam a fazer fila para tirar fotos”, brincou Elisabete que espera ver evoluir a parceria com o empresário de Barcelos. “Se tudo correr bem para o ano poderemos estar a ver muitos mais girassóis nestas paragens”, referiu. Com um ciclo de cultura a variar entre os 80 e os 100 dias, as plantas começam a ser colhidas por uma máquina automotriz, a mesma utilizada na colheita do milho. “Este ano fizemos um ensaio e funcionou bem. Estamos a estudar os comportamentos das cinco variedades que semeamos para ver a que melhor se adapta a esta zona, próxima do mar, sujeita a ventos fortes, a testar o terreno e a resistência da planta por não ser utilizada rega”, explicou Miguel Lemos. Cerca de 50% da alimentação diária das 200 vacas leiteiras da exploração de Miguel Lemos é garantida pela selagem de girassol. O resto é milho, cereais e pasto. “O girassol é muito rico em gordura e, essa gordura, tem muito Ómega 6 e 9 e Vitamina E. São os principais factores que ajudam na transformação do leite em queijo. Além disso, o óleo da planta ajuda a ter mais rendimento, porque com menos litros de leite conseguimos fabricar mais queijo. É um queijo forte, mais elástico e versátil que acompanha bem um vinho ou uma sobremesa. Pode ir ao forno e dá umas óptimas francesinhas”, especificou. Em termos ambientais, explicou Miguel, “é uma cultura mais benéfica, por reduzir as pragas e doenças dos solos, por atrair insectos, de fácil maneio e baixo risco”. A produção de forragem para os animais, para garantir a produção do queijo Pegadinha, é apenas a primeira fase do projecto empresarial que Miguel Lemos tenciona pôr em prática. Para o futuro, a intenção passa por produzir sementes de girassol e óleo para conservar o queijo. www.gazetarural.com

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Diz o ministro da Agricultura, Capoulas Santos

Combate às alterações climáticas envolve trabalho de “longo prazo”

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ministro da Agricultura, Capoulas Santos, defendeu que deve há a “necessidade” de obter respostas sobre ser desenvolvido um trabalho de “longo prazo” para combater quais são as variedades e os métodos menos os problemas causados pelas alterações climáticas, envolvendo nesta utilizadores de água, surgindo essa resposta estratégia o cooperativismo, a ciência e os instrumentos políticos. através da tecnologia e da ciência. “Temos que nos adaptar, temos que mitigar estas consequências “Através da ciência e através da tecnologia e isto é um trabalho de longo prazo, de longo folgo e que tem de ser encontrar soluções de forma a que, possamos desenvolvido em diversas frentes. E para isso só a cooperação e a a manter o nosso modelo de vida e modelo ciência e, naturalmente, os instrumentos de política que possam ser de sociedade, pese embora estarmos todos depois mobilizados para a resolução concreta dos problemas é que conscientes que profundas mutações no clima podem dar a resposta”, disse. ocorrerão nas próximas décadas no mundo inteiro, O ministro da Agricultura falava aos jornalistas em Elvas, no mas com particular incidência na zona geográfica distrito de Portalegre, à margem do seminário “Alterações onde Portugal está inserido”, disse. Climáticas: que Desafios para o Sector Agroflorestal Nacional?”, O CNCACSA vai ficar instalado na Estação Nacional iniciativa promovida pelo Instituto Nacional de Investigação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, tendo o Agrária e Veterinária (INIAV), durante o qual teve lugar a cerimónia mesmo mais de uma dezena de entidades gestoras, de assinatura do protocolo de constituição e funcionamento do como a Associação Nacional dos Produtores de Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas Milho e Sorgo (ANPROMIS), a Agência Portuguesa do do Sector Agroflorestal (CNCACSA). Ambiente (APA) ou a Direcção Geral de Agricultura e Para Capoulas Santos, o Governo já está no terreno a combater Desenvolvimento Rural (DGADR). os problemas causados pelas alterações climáticas, dando como Este projecto conta ainda com 40 parceiros, exemplo as políticas que estão a ser desenvolvidas em redor da destacando-se a participação de várias universidades água e do regadio. “Nós neste momento temos aprovados e em e institutos politécnicos. execução mais de 320 projectos de regadio, que corresponde a um apoio público já atribuído na ordem dos 333 milhões de euros, sendo que, até 2023, iremos investir um montante global de 560 milhões de euros para mais cerca de 100 mil hectares de regadio, metade dos quais, ou cerca de metade dos quais, significa a ampliação do Alqueva”, disse. “Gostaria de lembrar que tinha sido dado concluído, em 2012, nos seus actuais 120 mil hectares, portanto há um aumento de quase um terço da área de rega do Alqueva, com a mesma água, o que significa que somos mais eficientes porque vamos regar mais com a mesma água, é porque vamos gastar menos água por hectare”, acrescentou. O ministro da Agricultura sublinhou, no entanto, que 30

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Segundo um Eurobarómetro divulgado em Bruxelas

Nove em cada dez portugueses consideram alterações climáticas “problema muito sério”

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ove em cada dez portugueses consideram (96% e 95%, respectivamente) defendem que o Governo deve as alterações climáticas um “problema estabelecer metas para aumentar o uso de energias renováveis até muito sério”, mais do que na média da União 2030 e apoiar a melhoria da eficiência energética. Europeia (UE), indica um estudo, no qual estes Também a quase totalidade destes inquiridos nacionais (97%) disse cidadãos revelaram estar a tornar-se mais `verdes`. apoiar o objetivo de a UE se tornar neutra em emissões de carbono Em causa está um Eurobarómetro conhecido, até 2050. em Bruxelas, para o qual foram feitas 1.012 A Comissão Europeia adoptou ainda uma comunicação que entrevistas presenciais em Portugal entre os dias reafirma o envolvimento da União com os compromissos ambientais, 09 e 22 de Abril, e que demonstra que 87% dos que serão desde logo apresentados na Cimeira de Acção Climática inquiridos portugueses classificam as alterações promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), no final como “um problema muito sério”, contra 11% que o deste mês, em Nova Iorque. consideram um assunto “relativamente sério” e 1% Em conferência de imprensa realizada em Bruxelas após a que o desvalorizam. divulgação dessa comunicação, o vice-presidente do executivo As preocupações demonstradas pelos portugueses comunitário e comissário para a União da Energia, Maros Sefcovic, foram superiores à média da UE (num total de 27.655 vincou que “o facto de Julho [deste ano] ter sido o mês mais cidadãos dos 28 Estados-membros entrevistados quente alguma vez registado torna evidente a necessidade de neste Eurobarómetro), já que foram menos (79%) actuar”. os inquiridos europeus que falaram num “problema “Durante todo o Verão - e até arriscaria dizer durante todo o muito sério”, enquanto 14% apontaram ser um assunto ano - temos tido notícias trágicas sobre como o mundo está a “relativamente sério” e 6% o desconsideraram. mudar drasticamente aos nossos olhos”, acrescentou, aludindo Ainda assim, 23% dos entrevistados europeus falam a “exemplos vindos do Brasil, de França, mas também do sul da nas alterações climáticas como o problema mais sério Europa”. que o mundo enfrenta, percentagem que baixa para Já recordando as declarações do secretário-geral da ONU, 19% nos inquiridos portugueses. o português António Guterres, Maros Sefcovic vincou que Questionados sobre o que estão a fazer, a nível pessoal, Bruxelas está “disposta a fazer mais”. “Respeitamos na para combater este fenómeno, 74% dos entrevistados totalidade o pedido feito por António Guterres, de que não em Portugal afirmaram estar a tomar medidas, mais do devem ser feitos anúncios, mas sim colocados planos em que a média de toda a UE, que rondou 60%. prática”, precisou. Como exemplo das medidas adoptadas nos últimos seis Este responsável revelou ainda que, na cimeira das Nações meses, os inquiridos portugueses falaram na redução do Unidas, a UE - que está representada pelo presidente lixo produzido e num aumento da reciclagem (76%) e ainda do Conselho Europeu, Donald Tusk - vai sublinhar o seu na diminuição do consumo de energia através da utilização objectivo de ter neutralidade carbónica até 2050, assumido de electrodomésticos mais eficientes (42%). por 24 Estados-membros, incluindo Portugal. Acresce que quase todos os entrevistados portugueses 32

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Uma investigação da Universidade de Aveiro

Nanomateriais à base de algas limpam águas contaminadas

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s biopolímeros extraídos de fontes naturais, como é o caso das aluna do programa doutoral em Nanociências algas abundantes no litoral nacional, podem ser enormes aliados e Nanotecnologia, Sofia Soares, supervisionada na remoção de poluentes da água. Uma equipa de investigadores pelos investigadores Ana Luísa Daniel da Silva e da Universidade de Aveiro (UA) demonstrou que nanomateriais Tito Trindade. preparados a partir destes biopolímeros têm a capacidade de Os nanoadsorventes sintetizados no DQ remover da água antibióticos e outros fármacos, herbicidas e ainda apresentam uma eficácia de remoção entre 30 a corantes orgânicos utilizados pela indústria, poluentes estes que são 90 por cento deste antibiótico. Quantitativamente, difíceis de eliminar pelas estações de tratamento de águas residuais. explicam os investigadores, “é possível remover até O segredo destes adsorventes está no seu pequeníssimo tamanho, 1350 miligramas de ciprofloxacina usando 1 grama inferior a 100 nanómetros, que possibilita uma elevada área de de adsorvente”. contacto com a água, combinado com os polissacarídeos presentes Pelo facto de serem magnéticos, os adsorventes na sua composição e que são provenientes das algas. Estes podem ser separados de uma forma fácil e rápida da constituem os ingredientes fundamentais dos nanoadsorventes água tratada. Para além disso, são preparados a partir magnéticos desenvolvidos e já patenteados por uma equipa de de polissacarídeos de origem natural que fornecem investigadores do Departamento de Química (DQ) da UA e do uma diversidade de grupos funcionais viabilizando a CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de remoção de uma grande variedade de contaminantes. investigação da Academia de Aveiro. Outra das grandes vantagens destes nanoadsorventes Os nanoadsorventes desenvolvidos, para além dos é serem reutilizáveis. polissacarídeos, são constituídos ainda por um miolo de óxido de “Estes adsorventes podem ser regenerados e ferro (magnetite) que lhes confere características magnéticas e reutilizados o que representa uma vantagem económica por sílica que tem o papel de ligar entre si os ingredientes e de acrescida, pretendendo-se também avaliar o impacto tornar os materiais insolúveis na água. ambiental em colaboração com especialistas na área”, dizem os investigadores. Enorme eficácia de remoção Com o patenteamento do método de preparação destes adsorventes, apontam os investigadores, “algumas Entre os vários poluentes estudados, encontra-se o empresas já mostraram interesse e estão a testar estes antibiótico ciprofloxacina que é utilizado no tratamento de materiais na remoção de diferentes contaminantes em um amplo espectro de infecções. “Este antibiótico pode contextos variados”. ser encontrado nas águas residuais devido à inadequada eliminação de medicamentos não usados ou à metabolização incompleta deste medicamento em humanos”, explica a www.gazetarural.com

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A 13 de Outubro, às 8,30 horas, em Sátão

Rota do Míscaro com visita turística e almoço convívio

Mariana Alves e natural de Aveiro e reside em Viseu

Feira de São Mateus coroou visitante um milhão Mariana Alves, natural de Aveiro, subiu ao palco da Feira para receber um passe-geral para 2020 e a possibilidade de escolha de um espectáculo na próxima edição. Na noite de 10 de Setembro, a Feira de São Mateus atingiu o número mágico um milhão de Visitas. O momento teve lugar na Porta de São Mateus, pelas 21 horas, e proporcionou uma grande recepção à visitante que alcançou este número: a jovem Mariana Alves. Natural de Aveiro e residente em Viseu, Mariana Alves veio feirar pela primeira vez este ano, com os amigos, e foi surpreendida pela equipa da Feira de São Mateus assim que entrou no recinto, que a felicitou pela meta alcançada. Depois de festejar e aceitar os “direitos e deveres” do visitante um milhão, Mariana respondeu às perguntas dos jornalistas. “Eu vinha feirar com os meus amigos, porque este foi o único dia em que nos conseguimos reunir, e fomos apanhados nesta boa surpresa, muito interessante e engraçada. Acho que é uma excelente iniciativa e que deve continuar, pois valoriza os visitantes da Feira e de Viseu.” Para o gestor da Feira, Jorge Sobrado, “atingir o número mágico de um milhão de visitas, pelo quarto ano consecutivo, é revalidar o estatuto de feira popular de referência no país e confirmar o trajecto de revitalização e de modernização que temos vindo a fazer. Hoje é um dia feliz pois a Feira atinge, mais uma vez, o seu principal objectivo de público.” Após a celebração inicial, Mariana Alves subiu ao Palco Santander para a coroação oficial, entrega do passe-geral para 2020 e para uma nova leitura do estatuto de “Visitante 1 Milhão”, que lhe garantiu “livre-trânsito” nas áreas de gastronomia e diversões da Feira durante toda a noite. A visitante vai poder, ainda, escolher, em conjunto com a VISEU MARCA, um artista ou banda para actuar na próxima edição do certame. Já devidamente coroada e acompanhada do seu grupo de amigos, Mariana passeou pelo recinto e andou nas diversões da Feira - nos Carrinhos de Choque, na Rã e na Roda Gigante. 34

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O Município de Sátão vai promover mais uma edição da caminhada “Rota do Míscaro”, no próximo dia 13 de Outubro, domingo, a partir das 8,30 horas, com saída do Santuário Nosso Senhor dos Caminhos, na União das freguesias de Romãs, Decermilo e Vila Longa. Este ano, a caminhada terá uma visita turística onde os participantes poderão apreciar algumas das maravilhas satenses e contará novamente com um almoço convívio (arroz de míscaros). As inscrições têm o valor de 5 euros e devem ser feitas obrigatoriamente até ao dia 04 de Outubro na Piscina Municipal de Sátão ou no Gabinete de Atendimento ao Munícipe da Câmara Municipal. Com esta caminhada o Município de Sátão pretende incentivar à prática do desporto, consciencializar as pessoas para a protecção do meio ambiente, bem como promover o património natural e religioso que o Sátão tem para oferecer a todos os que o visitam. Para quem necessitar de transporte, a saída realiza-se às 8 horas do Largo de S. Bernardo, em Sátão.


Agroglobal 2020

Não vamos baixar a guarda

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nosso sector agrícola produz bens produtos representam cerca de 10% em valor das exportações essenciais de uma forma segura e amiga portuguesas. do ambiente. Motivar organismos públicos nacionais e europeus, pois o seu Em contraciclo com muitas outras actividades desempenho rápido, construtivo e pragmático é decisivo para o económicas, tem sido nos últimos anos um progresso da nossa actividade. exemplo de investimento e modernização. Aproximar comunidade científica e sector produtivo para a Contribui para um país mais ordenado e coeso utilização de novas ferramentas que permitam incluir cada vez territorialmente e também mais equilibrado no mais parcelas agrícolas em zona de mercado. plano económico, social e ambiental. Valorizar a marca ‘Portugal’ e avançar mais na cadeia de valor Não desperdiça água! Utiliza-a e devolve-a agroflorestal. purificada ao seu ciclo. Comunicar tudo isto a uma opinião pública ‘intoxicada’ por quem Está na primeira linha do sequestro de CO2 e da pouco sabe do sector - e não está interessado em saber, utilizando reciclagem de resíduos. meios que lhe são colocados ao dispor de forma desproporcionada. Deita mão das mais modernas tecnologias, potenciando o conhecimento de gerações de Mãos à obra! agricultores E conseguindo níveis de eficiência mais Exactamente a um ano da Agroglobal 2020 aqui estamos, com elevados. o entusiasmo de sempre, para conjuntamente com os nossos Mas temos tanto para fazer! expositores, contribuirmos para uma melhor agricultura. Encher o país de ‘Alquevas’ e outros regadios, Negócios, inovação e debate num ritmo dinâmico são a nossa grandes, pequenos, médios, evitando desperdícios. Na ‘visão’. região mediterrânica a água é o denominador comum O debate começa já nesta edição especial da Agroglobal de uma agricultura competitiva ao valorizar o nosso News. Para nós o espírito Agroglobal está sempre presente, maior recurso natural, a radiação solar. sendo o ponto alto a 9, 10 e 11 de Setembro de 2020 em Valada Apoiar o mais possível a agricultura nas zonas do Ribatejo. desfavorecidas porque, já o dissemos, o conjunto de funções que desempenha confere-lhe uma importância Joaquim Pedro Torres que ultrapassa em muito os resultados económicos In: Agroglobal News directos. Defender e ordenar uma floresta produtiva cujos www.gazetarural.com

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Nos próximos dias 25 e 26 de Outubro

VI Congresso internacional de Enfermagem Veterinária vai decorrer em Viseu

De 11 a 26 de Outubro em Melgaço, Pinhão e Vidigueira

Espaço Visual lança o “Wine Training Program”

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consultora agrícola Espaço Visual, líder de mercado, vai lançar um novo curso, denominado “Wine Training Program”, com a participação de produtores e enólogos de três quintas de referência em Portugal: Soalheiro, Wine & Soul e Cortes de Cima. iseu volta a receber o Congresso Destinado a produtores, sommeliers e outros profissionais ligados Internacional de Enfermagem Veterinária ao sector vitivinícola, à restauração e à hotelaria, o curso irá decorrer nos dias 25 e 26 de Outubro. Dez anos depois, a de 11 a 26 de Outubro em Melgaço, Pinhão e Vidigueira e tem como Escola Superior Agraria de Viseu volta a organizar objectivo dar aos profissionais do vinho conhecimentos sobre este evento científico público, agora na sua sexta as especificidades da produção, enologia, gestão vitivinícola e edição, que resulta de uma união ímpar e forte das comercialização, através da vasta experiência de três produtores cinco Escolas Agrárias que ministram Enfermagem nas principais regiões vitivinícolas em Portugal. Veterinária. As Escolas Superior Agrária de Elvas As regiões identificadas ficam localizadas em zonas históricas (ESAE), de Viseu (ESAV), de Bragança (ESAB), de dos grandes vinhos portugueses e onde a gastronomia é um exCastelo Branco (ESACB) e de Ponte de Lima (ESAPL) libris. Neste “coaching program”, cujas inscrições podem ser feitas são as promotoras. no site da Espaço Visual (espaco-visual.pt), os participantes terão Este congresso, com carácter bianual, teve início oportunidade de degustar vinhos e alimentos. no ano de 2009 na ESA Viseu e após ter decorrido Na sua vertente prática, o “Wine Training Program” irá uma edição em cada uma das outras Escolas Agrárias transmitir conhecimentos sobre viticultura e enologia, desde regressa Viseu. Trata-se de uma oportunidade o processo de produção da vinha ao engarrafamento; permitir de formação, de actualização de conhecimentos, conhecer os tipos, as características e os estilos de vinhos mas também de fortificar a união e o convívio de elaborados a partir das principais castas e regiões vitivinícolas; profissionais, licenciados nas diferentes escolas, para conhecer os factores determinantes na escolha de um vinho; reflectirem a profissão e o seu futuro. compreender a importância da harmonização de vinhos O Congresso de 20149 conta com 16 oradores de e gastronomia, através das experiências gastronómicas e renome na área da Veterinária, que em dois dias irão mecanismos de introdução à prova; identificar especificidades partilhar, discutir e debater temas impactantes na área da do marketing no mundo dos vinhos, comportamento do Enfermagem Veterinária. consumidor e principais estratégias. Com a certeza que cada um dos congressistas irá No final, os participantes estarão aptos a planear e gerir encontrar neste programa temas com os quais se identifica e beneficiar de muitas discussões frutíferas e as diferentes práticas vitícolas e enológicas em função enriquecedoras, a organização conta com uma boa adesão das características que pretendem do produto final, de profissionais e estudante de forma a tornar a sexta alicerçando o conhecimento vitivinícola na inovação e nas novas tecnologias. edição “num evento memorável”.

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Última Hora

Concurso Europeu de Inovação Rural 2019

Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo foi o vencedor

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Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) viu premiado o seu Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) com o título de Embaixador Europeu de Inovação Rural de 2019 pela LIAISON. O projecto ‘Parceria Europeia de Inovação para a Produtividade Agrícola e Sustentabilidade’ lançado em 2012, pela Comissão Europeia, promove os melhores projectos ao nível da inovação na agricultura, silvicultura em áreas rurais. O concurso recebeu mais de 200 inscrições de 13 países. Consideraram, pelo carácter inovador e inspirador do PSVA, um dos melhores exemplos de “trabalho em conjunto” em prol da inovação de toda a Europa. A cerimónia de entrega de prémios vai ter lugar em Bruxelas, no dia 3 de Dezembro. “Em Portugal, a CVRA foi pioneira no desenvolvimento e implementação de um programa de sustentabilidade, de adesão voluntária, capaz de olhar para a problemática de forma integrada e por forma a responder a diferentes motivações. Lançado em 2014, o PSVA seguiu uma prática já estabelecida em diversas regiões vitivinícolas mundiais, tendo vindo a ganhar importância em mercados nos quais os vinhos do Alentejo ganham posição” afirma João Luís Barroso, gestor do PSVA. “Ver o nosso trabalho e esforço reconhecido dentro de um mercado altamente competitivo é sempre um motivo de orgulho. Como projecto vencedor, esperamos ser um exemplo a nível nacional e internacional, e que possamos levar mais longe a nossa iniciativa”, acrescenta João Barroso. O PSVA é uma iniciativa pioneira em Portugal, de adesão voluntária, liderado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) e dirigida a produtores de uva e de vinho da Região Vitivinícola do Alentejo. Dada a dependência total dos recursos naturais, o objectivo do PSVA prende-se pela protecção e valorização destes activos naturais através de práticas sustentáveis nas vinhas e adegas, com redução de custos e desperdícios, protecção do meio ambiente e melhoria do bem-estar da sociedade em geral. A CVRA tem vindo a ser, frequentemente, reconhecida pelo seu trabalho em incorporar na região uma estratégia de sustentabilidade verdadeiramente inovadora. O Programa conta, neste momento, com 382 membros, que corresponde a uma área de 8266 hectares. www.gazetarural.com

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Última Hora

A 27 de Setembro, em Lisboa, promovido pelo Forest Stewardship Council

Fórum debate opções sustentáveis para as embalagens do presente e do futuro

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lorestas Para Todos Para Sempre” é o mote de mais um FSC de não possuirmos nem gerirmos qualquer Friday, uma data assinalada em todo o mundo e que pretende floresta, somos responsáveis nos nossos realçar a importância da gestão florestal responsável e o papel que o processos de compra de forma a fomentar uma FSC® desempenha neste âmbito. gestão florestal sustentável”. Este ano o FSC Friday será celebrado no dia 27 de Setembro e O crescente destaque dos produtos de associa-se às comemorações dos 25 anos do Forest Stewardship base florestal na redução das emissões e na Council® enquanto Organização Internacional, através da realização incorporação e armazenamento de carbono, tem de um Business Fórum que pretende dar a conhecer alternativas mobilizado o sector para a procura de soluções sustentáveis em termos de embalagens e alertar a sociedade civil cada vez mais eficientes e amigas do ambiente, para um consumo consciente e responsável, onde a conservação mas implica uma responsabilidade acrescida de dos recursos naturais é assegurada. assegurar que a gestão dos espaços florestais de Soluções sustentáveis ao nível das fileiras florestais, inovação origem desses produtos é feita de forma apropriada. e desenvolvimento para embalagens com novas aplicações de A gestão florestal responsável satisfaz os direitos materiais de origem florestal, sustentabilidade e marketing ambientais, económicos e sociais, e as necessidades empresarial, e a certificação como ferramenta de valorização da da presente geração, sem comprometer as floresta, são os temas chave do evento, que culminará com uma gerações futuras, assegurando que os produtos são Mesa Redonda onde grandes players nacionais e internacionais provenientes de florestas, e outras origens, bem serão convidados a partilhar o posicionamento das suas geridas (por exemplo, material reciclado), tornando Organizações sobre opções sustentáveis para embalagens e o possível que empresas e consumidores façam escolhas seu compromisso com o FSC. esclarecidas sobre os produtos florestais que compram. É o caso da Tetra Pak, empresa líder mundial em embalagens Esta iniciativa do FSC Portugal, conta com o apoio de de alimentos, que está altamente comprometida com o várias organizações certificadas e/ou titulares de licença FSC e os seus objectivos. Em Portugal todas as embalagens promocional, como a Direcção Regional dos Recursos comercializadas são fabricadas com papel certificado FSC e/ou Florestais (Governo dos Açores), 2BForest, ALDI Portugal, de outras fontes controladas. ALTRI Florestal, EMBA, Euro2 (JG - Artes Gráficas), FINIECO, O nível de presença do selo FSC no desenho das embalagens Interveneer (ICFM), Lafitte Cork Portugal, M. A. SILVA é bastante elevado, correspondendo actualmente a 72% do Cortiças, Parques de Sintra - Monte da Lua, Rovisco Garcia total comercializado e existindo um trabalho em curso para ( Herdade Monte Novo e Conqueiro), Seda Ibérica, Sonae que este número atinja os 100%. Ramiro Ortiz, director geral Arauco, Tetra Pak, The Navigator Company e Unimadeiras, da Tetra Pak Ibéria, explica que “como utilizador principal evidenciando a importância da certificação florestal e o de cartão, temos a responsabilidade de garantir que a seu contributo para uma gestão florestal responsável. gestão das florestas de todo o mundo seja feita de forma responsável, a nível social, ambiental e económico. Apesar 38

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