Gazeta Rural nº 348

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sumário Ficha técnica Ano XV | N.º 348 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Paulo Barracosa | Rita Barata | Catarina Simões Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

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05Rota do Cabrito afirma Sever do Vouga como destino gastronómico da Figueira da Foz “assenta no arroz e no mar”, diz vice-presidente da Câmara 06Gastronomia 08Artesanato e Festa Brava cumprem a tradição em Vila Franca de Xira “Valorização da Maçã Bravo de Esmolfe” ‘abre’ Feira da Maçã Bravo Esmolfe 10Colóquio 12Armamar prepara edição 2019 da Feira da Maçã 13“Ado’Gula” é um ‘pecado’ gastronómico promocional de ‘Azambuja Terra do Torrica14Festa das Adiafas à espera de mais de 20 mil visitantes 15Festival mostra gastronomia produzida a bordo das embarcações de pesca 16ANIL promove Concurso Queijos de Portugal para dinamizar sector 19Dão ambiciona ser a “região dos vinhos mais caros” do país 23Produção de Maçã em Armamar “deverá atingir as 70 mil toneladas” 20“O Mundo do Vinho” regressa com música, exposições e degustações 23Produção de Maçã em Armamar “deverá atingir as 70 mil toneladas” um ano excepcional de produção de maçã”, diz o presidente da Cooperativa do 24“ÉTávora 28Produção de carne Mirandesa está em sintonia com o ambiente 29Projecto europeu recupera práticas tradicionais de pastoreio para prevenir fogos 34Escola de Pastores já arrancou na Escola Agrária de Viseu 35Escola Superior Agrária de Viseu celebrou 25 anos de serviço à comunidade 37Soveco relança a Hyundai no distrito de Viseu 38Sernancelhe à espera de muitos milhares de pessoas


Figueira da Foz le invita Figueira da Foz invites you Figueira da Foz vous invite

PORTO 140 KMS

LISBOA 206

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COIMBRA 57 KMS

PORTUGAL

FIGUEIRA DA FOZ

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agenda

De 25 a 27 de Outubro Rural Castanea em Vinhais

Feiras Agrícolas e Sectoriais De 2 a 13 de Outubro Feira Anual em Vila Franca de Xira

A centenária Feira Anual em Vila Franca de Xira vai ter este ano 12 dias de duração. Numa organização da autarquia local, ao Parque Urbano do Cevadeiro regressam os feirantes, as diversões para todas as idades e os petiscos nas tasquinhas.

Até 5 de Outubro Festival Cabelos Brancos 2019

A Câmara de Ílhavo aposta, na edição de 2019, num Festival mais ambicioso, mais enriquecedor e multifacetado. Durante 16 dias vão acontecer momentos de festa, de criação artística, de expressão cultural, de reflexão sobre o envelhecimento e de reconhecimento do papel da mulher na Maior Idade.

Dia 5 de Outubro Festa das Colheitas em Covas do Barroso

A aldeia de Covas do Barroso, no concelho de Boticas, vai recriar o tempo das colheitas no próximo dia 5 de Outubro. É que na região de Barroso é tempo de recolher as colheitas e preparar o Inverno que se adivinha frio, severo e agreste.

A 12 e 13 de Outubro Feira da Maçã Bravo Esmolfe em Penalva do Castelo

O Largo de Santo Ildefonso em Esmolfe vai receber a XXIV Feira da Maçã Bravo Esmolfe. A novidade da edição deste ano é a realização de um colóquio, subordinado ao tema “Valorização da Maçã Bravo de Esmolfe”.

De 17 a 20 de Outubro Feira da Maçã em Armamar

Está marcada a edição 2019 da Feira da Maçã em Armamar, evento que realça a rainha da produção agrícola deste concelho duriense, mas que é também uma mostra de outros produtos de excelência do concelho, nomeadamente o vinho.

De 19 a 27 de Outubro Festa das Adiafas no Cadaval

No Cadaval prepara-se a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve”. A festa de final das colheitas reúne anualmente gastronomia, exposições, espectáculos, actividades equestres e espaços de conversa em torno do sector produtivo do concelho.

De 25 a 27 de Outubro Festa da Castanha em Sernancelhe

Sernancelhe prepara a XXVII Festa da Castanha, num fim de semana onde, mais uma vez, são esperados milhares de visitantes. Este é o evento com maior longevidade do concelho, uma festa da tradição e da identidade local. 4

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Valorizar a castanha, promovê-la gastronomicamente e potenciar a sua produção é o objectivo da realização da décima quarta edição da Rural Castanea - Festa da Castanha de Vinhais.

De 20 a 24 de Novembro Agrovouga

A Agrovouga vai reaparecer em Novembro, dedicado à agro sustentabilidade. O objectivo é fazer uma feira com uma nova e distinta personalidade, em complemento a outras feiras do país, “tendo na agro-sustentabilidade a ideia central”.

Eventos Vínicos e Gastronómicos Até 31 Outubro Rota do Cabrito em Sever do Vouga

Afirmar Sever do Vouga como destino gastronómico é uma das metas da realização da VIII Rota do Cabrito. Se a vitela assada com arroz de forno é a ‘rainha’ da cozinha severense, o cabrito, a par da lampreia, é outra das iguarias que atrai ao concelho muitos apreciadores.

De 3 de Outubro até 3 de Novembro “A Gula” em Azambuja Terra do Torricado

O evento gastronómico “A Gula” é uma aposta do município da Azambuja de promoção do território, mas especialmente de valorização da gastronomia local, que tem como expoente máximo o torricado.

De 24 de Outubro a 3 de Novembro Festival Nacional de Gastronomia

A edição 2019 vai decorrer como habitualmente na Casa do Campino, em Santarém. O tema deste ano será a vinha e o vinho, idêntico ao da Feira Nacional de Agricultura de 2019, como vem acontecendo nos últimos anos.


Durante o mês de Outubro em 13 restaurantes do concelho

Rota do Cabrito afirma Sever do Vouga como destino gastronómico

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ontinuar a afirmar Sever do Vouga como destino gastronómico Contudo, a iniciativa pode ter outros efeitos de excelência é uma das metas da realização da VIII Rota do na economia do concelho, podendo funcionar Cabrito. Se a vitela assada com arroz de forno é a ‘rainha’ da cozinha “como incentivo para a criação de gado caprino” severense, o cabrito, a par da lampreia, é outra das iguarias que atrai nas freguesias mais serranas do concelho, como ao concelho muitos apreciadores. Rocas, Talhadas e Silva Escura. Porém, diz Almeida Deste modo, em Sever do Vouga, o mês de Outubro traz consigo e Costa, “o que nos leva promover esta incitativa a tradição de várias gerações. Durante todos os fins de semana, 13 prende-se com a nossa oferta gastronómica”, pois restaurantes do concelhio irão promover os sabores regionais na “temos inúmeros restaurantes que confeccionam oitava edição da Rota do Cabrito. Espera-se que o evento continue bem o cabrito das mais variadas formas, ao gosto a reforçar os estímulos à economia local, através da divulgação do freguês”. Aliás, acrescenta o autarca, “no da cozinha tradicional local, destacando-se o cabrito como uma seguimento de iniciativas anteriores sabemos que especialidade. é um prato muito procurado e apreciado por quem Poderá experimentar-se o cabrito assado em forno a lenha, nos visita”. caldeirada, chanfana, grelhado com castanhas e arroz de miúdos. Não é possível fazer uma estimativa do número de A iguaria integra o património gastronómico do concelho, visitantes que passa por Sever do Vouga no período apresentando-se diferentes modos de confecção, agradando a da Rota do Cabrito. “Há restaurantes em todas as todos os gostos. freguesias que têm o cabrito na sua ementa e o que A iniciativa da Câmara de Sever do Vouga tem tido uma vamos ouvindo dos proprietários é que a afluência adesão bastante positiva por parte dos estabelecimentos de é maior nesta altura”, refere o vice-presidente da restauração, integrando-se no cartaz do Turismo Centro de Câmara. Aliás, salienta Almeida e Costa, “temos a Portugal. Para Sever do Vouga, esta representa grandes ganhos noção do aumento de visitantes nesta altura, pois há em termos turísticos, sendo que a gastronomia assume um gente que passa pelo Posto de Turismo para saber os forte papel de divulgação e promoção. pontos de interesse turístico do concelho, que marca a Para o vice-presidente da Câmara de Sever do Vouga, sua mesa no restaurante e que, a pretexto do cabrito, o objectivo da Rota é “atrair gente ao concelho, no âmbito ficam mais dias e dinamizam a nossa economia”. da promoção do turismo e na oferta gastronómica”, mas também “continuar a afirmar Sever do Vouga como destino gastronómico”. A iniciativa, segundo Almeida e Costa, vem no “seguimento de edições anteriores, que foram um êxito, mas também da solicitação feita pelos restaurantes do concelho, que integram a Rota do Cabrito”. www.gazetarural.com

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Diz a vice-presidente da Câmara Municipal, Ana Carvalho

Gastronomia da Figueira da Foz “assenta no arroz e no mar”

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Figueira da Foz vai receber nos meses de Outubro e Novembro os Festivais Gastronómicos da Feijoada de Búzios, de 4 a 13 de Outubro, e do Bacalhau e Derivados, de 22 a 30 de Novembro, promovidos pela Figueira Sabor a Mar. Este foi o mote para a conversa com a vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, que sublinha a importância e influência do mar na cozinha figueirense, a que junta o arroz do Vale do Mondego. Ana Carvalho diz que a cidade está cada vez mais “atractiva”, “com excelente qualidade de vida” e que aposta na atracção de turistas durante todo o ano. Gazeta Rural (GR): O sector primário da Figueira da Foz assenta na produção de arroz. Em que medida este produto marca a gastronomia do concelho? Ana Maria Carvalho Oliveira (AMCO): O arroz produzido no Vale do Mondego faz parte da nossa cozinha e é um bom ingrediente para pratos com sabor a mar, como o arroz de peixe, o arroz de sardinha e, naturalmente, o melhor arroz doce do mundo como sobremesa. Lembro que temos no concelho a mais antiga indústria de arroz do país, a Ernesto Morgado, SA, para além de vários produtores. Temos também sedeada na Figueira a Confraria do Arroz e do Mar, que promove os dois produtos. GR: A gastronomia da Figueira assenta muito no mar? AMCO: Sim, naturalmente. A maior parte dos restaurantes do concelho aposta nos pratos com ‘sabor’ a mar e no arroz doce. Um dos pratos mais tradicionais é a raia de pitau, bem como as enguias, que sempre houve nas antigas salinas. Porém, também temos as nossas enguias doces, 6

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muito apreciadas. Para além disso, a Figueira da Foz tem o porto de pesca onde chega a melhor sardinha do país.

GR: O mar, a praia, os monumentos e a gastronomia são os principais polos de atracção? AMCO: A Figueira é uma cidade muito atractiva, com uma beleza natural fantástica. Tem o estuário do Mondego, a serra da Boa Viagem e uma das maiores e mais belas praias do país. Quem nos visita, nacionais e estrangeiros, gosta de comer bem, nomeadamente no período de férias, que agora se estende durante o ano inteiro, mas também nos fins-de-semana em que nos visitam. Tentamos incentivar e promover a nossa gastronomia com vários eventos ao longo do ano, desde logo os festivais organizados pela Figueira Sabor a Mar, mas também a nossa Feira das Freguesias, um evento gastronómico, onde mostramos os melhores pratos da cozinha do concelho, alguns que nada têm a ver com peixe. Naturalmente que a maior parte das nossas freguesias estão viradas para o mar, que influencia a sua gastronomia.

GR: A Figueira vai receber um festival gastronómico, com búzios e bacalhau, promovido pela Figueira Sabor a Mar? AMCO: O bacalhau não era um ‘peixe’ que chegava à Figueira, mas era daqui que partiam os navios para a sua pesca, o que deixou de acontecer há cerca de 40 anos.


Porém, ainda há no concelho gente ligada à pesca do bacalhau, como armadores, mestres e pescadores desta ‘arte maior’, pelo que a tradição se mantem, com muitos pratos, como a chora de bacalhau e a chora do mar, típicos dessa altura e de quem andava no mar. Serviam também para matar as saudades de casa. GR: E onde entram os búzios? AMCO: Os búzios são pescados na nossa costa, mas vêm também da tradição da pesca longínqua. Os nossos pescadores andaram por esse mundo fora e trouxeram búzios e outros bivalves de outras paragens. A nossa gastronomia também é marcada por isso.

e nas novas formas da sua utilização, como em produtos de beleza, mas também o sal verde, ou as plantas halófitas, como a salicórnia, muito utilizadas em substituição do sal. Para além disso, têm surgido novos negócios à volta do sal, até para exportação, bem como projectos turísticos, alguns bastante interessantes e cimentados. Temos o Pescódromo de Lavos, nas antigas marinhas transformadas em tanques de aquacultura, onde as pessoas vão pescar por laser, com vários pontos de pesca, que é essencialmente uma actividade turística, mas também de aprendizagem na arte de pescar.

GR: Para alguém não visita a Figueira há algum tempo como a atrairia? AMCO: Começaria por dizer que a cidade está muito diferente e que se tem vindo a embelezar. Tem uma das praias mais bonitas do país, tem turismo de natureza, património edificado, a safra do sal, ou uma visita à nossa ilha, onde dá para observar as aves. GR: Falou no sal e nas salinas, uma tradição e um Temos, também, um património geológico de nível mundial, património que a autarquia preserva? como é o Cabo Mondego, os nossos museus, entre outros. AMCO: Nós temos o Eco Museu do Sal, que é da Recentemente recuperámos um barco tradicional, que Câmara Municipal, bem como as nossas salinas, onde antigamente levava o sal, que agora faz viagens por vários todos os anos fazemos a safra do sal, que vendemos e pontos do estuário do Mondego. distribuímos. Aliás, uma das formas de merchandising Para além de tudo isto, temos uma agenda cultural riquíssima, da Câmara é distribuir o sal da Figueira da Foz, muito diria mesmo que comparável com Lisboa e Porto, e uma cidade rico em vários minerais importantes para a nossa saúde, virada para o desporto, plana, que permite praticar um vasto que tentamos potenciar ao máximo. leque de actividades desportivas, de natureza ou ligadas ao Também temos uma unidade da Universidade de mar. Coimbra, a Marefoz, financiada pela Câmara Municipal, Somos uma cidade com uma excelente qualidade de vida, a para fazer o desenvolvimento de negócios à base do salgado que juntamos a nossa riquíssima gastronomia. da Figueira da Foz. Aposta muito no desenvolvimento da aquacultura, mas também na exploração tradicional do sal www.gazetarural.com

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Feira Anual decorre de 2 a 13 de Outubro

Artesanato e Festa Brava cumprem a tradição em Vila Franca de Xira

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centenária Feira Anual em Vila Franca de Xira vai ter este ano programa, Vila Franca de Xira volta a receber na 12 dias de duração, decorrendo de 2 a 13 de Outubro. Numa sua praça a grande competição internacional de organização da autarquia local, ao Parque Urbano do Cevadeiro recortadores. Será a 12 de Outubro, pelas 22 horas, regressam os feirantes, as diversões para todas as idades e os a realização do troféu internacional - campeão dos petiscos nas tasquinhas, condimentos obrigatórios de um grande campeões. evento que volta a atrair à cidade vila-franquense dezenas de Nas ruas da cidade, as esperas e largadas de milhares de visitantes. toiros voltam a fazer as delícias dos aficionados, que O também já tradicional Salão de Artesanato, este ano na sua durante cinco dias, entre 5 e 9 de Outubro, podem trigésima nona edição, vai decorrer de 4 a 13 de Outubro no contar com o entusiasmo e a adrenalina desses pavilhão Multiusos. Neste que é um dos melhores salões de momentos. artesanato do país, a apresentação de trabalhos de características únicas é também o local para a descoberta de culturas, saberes e Animação musical e gastronomia também técnicas artísticas que marcam a diferença num mundo cada vez fazem parte da festa mais globalizado. Entre têxteis, trabalhos em cerâmica, metal, madeira, cortiça A animação musical não está esquecida nestes 12 e vidro, matérias-primas que dão lugar a produtos especiais, dias de feira de Outubro. No palco junto às tasquinhas, de qualidade e com a marca portuguesa, marcam presença no todos os dias existirão actuações que convidam à salão de artesanato cerca de uma centena de artesãos, muitos diversão e confraternização. Antecipando a campanha deles trabalhando ao vivo. de gastronomia de Novembro, dedicada ao torricado Nas ruas de Vila Franca e na praça de toiros Palha Blanco, com bacalhau assado, haverá showcookings nos dias 5 e os espectáculos taurinos exaltam as tradições ligadas à festa 13 de Outubro, sempre às 17 horas, com a colaboração brava. Elemento fundamental desta feira é, sem dúvida, a sua dos chefs José Maria Lino e Luís Machado. componente tauromáquica, que Vila Franca de Xira continua a vivenciar com grande entusiasmo e paixão. Reafirmando a ligação ancestral da terra às tradições da festa brava, a praça de toiros Palha Blanco volta a apresentar uma programação de grande qualidade. Destaque para a corrida mista a realizar a 6 de Outubro (17h00), que comemora os 60 anos de alternativa do maestro José Júlio. Para além deste intenso 8

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De 25 a 27 de Outubro, no Parque Municipal de Exposições

Rural Castanea quer valorizar e promover a castanha de Vinhais

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alorizar a castanha, promovê-la gastronomicamente e potenciar a sua produção é o objectivo da realização da décima quarta edição da Rural Castanea - Festa da Castanha de Vinhais que se vai realizar-se 25 a 27 de Outubro de 2019, no Parque Municipal de Exposições. O certame, com a duração de três dias, reúne as principais empresas ligadas a este sector, produtos relacionados com a castanha, vinhos, licores, queijos, azeite e toda a gastronomia local. Para além destes, o programa da Rural Castanea conta ainda com as Jornadas do Castanheiro, animação musical e o magusto permanente no Maior Assador de Castanhas do Mundo. Vinhais é dos concelhos portugueses com maior produção de castanha, anualmente saem entre 13 a 15 mil toneladas, tendo este número vindo a aumentar devido ao investimento dos produtores locais na plantação de novos soutos e nas tecnologias de produção.

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Nos dias 12 e 13 de Outubro, em Penalva do Castelo

Colóquio “Valorização da Maçã Bravo de Esmolfe” ‘abre’ Feira da Maçã Bravo Esmolfe

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Largo de Santo Ildefonso em Esmolfe, no concelho de Penalva do Castelo, vai receber a 13 de Outubro a XXIV Feira da Maçã Bravo Esmolfe, que este ano terá como convidado para a cerimónia de abertura o secretário de estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino. A novidade da edição deste ano é a realização de um colóquio, subordinado ao tema “Valorização da Maçã Bravo de Esmolfe”, que decorrerá no dia 12 de Outubro, na Loja do Cidadão. “A maçã é um produto essencial para o enoturismo” Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penalva do Castelo diz que “há alguma expectativa em torno deste colóquio”, mas também num certame consolidado. Francisco Carvalho destaca a importância da maçã Bravo de Esmolfe como produto de enoturismo e na atracção de gente ao território. 10

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Gazeta Rural (GR): A novidade da edição deste ano da Feira Maçã Bravo Esmolfe é a realização de um colóquio no dia 12? Francisco Carvalho (FC): Sim, a Feira decorrerá no domingo, mas este ano teremos no sábado, dia 12 de Outubro, um colóquio sobre a “Valorização da Maçã Bravo de Esmolfe”, na Loja do Cidadão, que contará com especialistas que irão falar sobre a importância deste produto para o território, mas também a nível nacional. Há alguma expectativa em torno deste colóquio, pois trás conhecimento, mas também novas ideias do que poderemos fazer em torno daquela que é considerada a melhor maçã do mundo. No âmbito da feira, mantemos o concurso “Delícia da maçã Bravo de Esmolfe” para promover a utilização deste fruto nas várias receitas culinárias, na doçaria, mas, também, que a mesma seja utilizada como um produto diferenciador e que alguma das nossas Pastelarias possa registar a patente deste doce. Na inauguração da Feira contamos com a presença do Secretário de Estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino, que irá presidir à sessão de abertura do certame. A animação estará a cargo do Ruizinho de Penacova, um artista de cariz popular apreciado pelas nossas gentes e que já tem na sua agenda a presença na feira. O programa de domingo, dia 13, terá início, pelas 9 horas, com uma misa Campal no Largo de Santo Ildefonso, onde se realiza o certame.

da maçã. Hoje a área de produção de Maçã Bravo de Esmolfe vai desde Oliveira do Hospital, Covilhã até Armamar. Estive recentemente na abertura da Expodemo, em Moimenta da Beira, e percebemos a importância que o edil local dá à maçã. E digo, sem qualquer problema, que Moimenta será hoje o município que melhor promove a maçã, trazendo jornalistas de todo o mundo e que tem uma capacidade económica diferente de Penalva do Castelo, o que lhe permite fazer um investimento mais forte na Expodemo, do que nós podemos fazer na nossa feira.

GR: Como está a produção de maçã este ano? FC: Segundo me vão dizendo os nossos fruticultores deverá ser igual a anos anteriores, num ano normal de produção. Aliás, os expositores que vão estar na feira serão sensivelmente os mesmos do ano passado, a que se juntam os nossos produtores de vinho, de queijo, nomeadamente a Casa da Ínsua e a Queijaria de Germil, bem como as associações do concelho e artesãos. A data foi escolhida propositadamente para depois das eleições e, diria, a expectativa é que tenhamos uma feira semelhante a anos anteriores, num fim de semana de promoção, divulgação e valorização da nossa maçã Bravo de Esmolfe.

GR: Mas a região não deve aproveitá-la como potencial turístico? FC: E nós já estamos a faze-lo. Há muitos turistas, nacionais e estrangeiros, que nesta altura visitam Penalva do Castelo. Temos uma trilogia de produtos de excelência, - que não nos cansamos de repetir, como são o vinho do Dão de Penalva, o queijo Serra da Estrela e a Maçã Bravo de Esmolfe, - que potenciam e atraem gente ao nosso concelho. Hoje, os espanhóis que nos visitam nesta altura, muitos dos quais ficam alojados na Casa da Ínsua, procuram a maçã, o mesmo acontece em Fevereiro com o queijo e no Verão com o vinho. Nas conversas que vamos tendo com os operadores turísticos do concelho, vamos percebendo que a maçã é um produto essencial para o enoturismo e os nossos agricultores arrecadam alguma receita extra com a sua venda.

GR: A região tem noção da real valia que a Bravo de Esmolfe DOP representa para o território? FC: Penso que começa a ter. Há cerca de década e meia esta maçã era vista de maneira diferente. Nesse aspecto a FELBA tem feito um excelente trabalho, com a certificação

GR: A aposta no turismo, e no enoturismo, é um dos vectores de promoção do concelho. Há mais turistas em Penalva do Castelo? FC: Sim. Basta andar pela Vila e perceber que se falam diferentes línguas. Por outro lado, circulando pelo território do concelho, vamos percebendo que há pessoas que não são de cá, turistas nacionais e estrangeiros, que nos visitam para conhecerem as nossas paisagens, o nosso território, a nossa gastronomia, mas também para conhecer e comprar os nossos produtos endógenos, como o vinho, o queijo e a maçã. www.gazetarural.com

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mais valor acrescentado ao nosso concelho, que é excelente do ponto de vista produtivo na área agrícola. Pretendemos que esta feira seja também uma montra de oportunidades para mostrar os nossos produtos, que são de excelente qualidade, e atrair clientes e consumidores.

De 17 a 20 de Outubro

Armamar prepara edição 2019 da Feira da Maçã

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stá marcada para o fim de semana de 17 a 20 de Outubro a edição 2019 da Feira da Maçã em Armamar, evento que realça a rainha da produção agrícola deste concelho duriense, mas que é também uma mostra de outros produtos de excelência do concelho, nomeadamente o vinho. A expectativa é grande, num ano de excelente produção. Cláudia Damião, vereadora da Câmara de Armamar, adiantou à Gazeta Rural que este certame “é uma aposta ganha”, que é também uma “montra de oportunidades para mostrar os nossos produtos e atrair novos clientes e consumidores”. Gazeta Rural (GR): Está aí mais uma Feira da Maçã, com grande expectativa em torno da mesma? Cláudia Isabel Damião (CID): Sim, a Feira da Maçã é uma aposta ganha. Há uma expectativa crescente para que cada edição seja melhor que a anterior, nomeadamente para trazer

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GR: As previsões são de uma boa campanha? CID: Há uma boa produção quer no sector da vinha, quer da maçã. Este ano, felizmente, será para alterar um ciclo, uma vez que os dois últimos anos foram de perdas para os nossos fruticultores, que viram as suas produções devastadas pelas condições climatéricas. Os nossos agricultores passaram tempos difíceis, mas felizmente este ano tudo foi diferente para melhor, uma vez que há quantidade e qualidade. Este facto estendese também ao sector do vinho, com um ano excelente para os viticultores do nosso concelho. GR: Se a maçã é a rainha da festa, o certame é também uma mostra de outros produtos da terra, como o vinho? CID: Sim. Contudo, não é fácil fazer o percurso de afirmação deste evento. A Feira tinha que ter esta designação, porque somos o concelho que mais maçã produz no país. E não devemos dizer isto baixinho, porque é verdade e os números comprovam-no. Nós tínhamos que nos diferenciar, mas não vamos esquecer o vinho, pois estamos inseridos na Região Demarcada do Douro, e também o dizemos com muito orgulho. Porém, diferenciamo-nos na maçã, mas temos também alguma expressão na produção de vinho, nos enchidos, no queijo e noutros produtos que são importantes para a economia do nosso concelho.


De 3 de Outubro até 3 de Novembro

“A Gula” é um ‘pecado’ gastronómico promocional de ‘Azambuja Terra do Torricado’

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ai decorrer de 3 de Outubro a 3 de Este evento começou por ter uma semana, mas verificámos que isso não Novembro o evento gastronómico “A chegava e, agora, dura um mês. Fazemos uma campanha de promoção Gula”, uma aposta do município da Azambuja forte para atrair gente ao concelho e para promover e dar a conhecer o de promoção do território, mas especialmente torricado. de valorização da gastronomia local, que tem Aliás, registámos a marca “Azambuja - Terra do Torricado”. Sabemos como expoente máximo o torricado. que se faz noutros locais, mas aqui sente-se verdadeiramente o O objectivo do evento promovido pelo torricado, que está muito ligado às nossas gentes. Ao promovermos a município e que decorre nos restaurantes Gula é saltar para fora de portas, comunicar ao mundo esta iguaria, aderentes do concelho é promover o torricado e para atrair gente ao nosso concelho que a venha descobrir e durante todas as manifestações culturais a ele associadas, este mês sabemos que ela fará parte das ementas dos restaurantes mas também de valorização da gastronomia e na aderentes. dinamização da restauração local. António José Matos, vereador com os pelouros GR: A gastronomia e o vinho como produtos de tracção turística? da Cultura, Turismo e Património, adiantou à AJM: Naturalmente. Temos uma zona de grande produção de Gazeta Rural, que o objectivo deste evento e “levar vinho. Para isso, há 37 anos que promovemos um concurso de o torricado para fora das portas do concelho”, mas vinhos à produção e temos verificado que há um aumento grande também de promoção da marca ‘Azambuja Terra da sua qualidade. O vinho é um produto que combina bem como o do Torricado’. torricado e com o bacalhau assado. Gazeta Rural (GR): Qual o objecto da realização GR: Há uma história à volta do torricado e o que se pretende deste festival gastronómico? é, também, preservá-la? António José Matos (AJM): A Azambuja tem AJM: Sim. Para além da componente gastronómica há a parte uma característica gastronómica de há muitos cultural. E esta começa logo pela cozinha mediterrânica. A anos, que é o torricado, que é o aproveitamento primeira coisa é sentar à mesa e não comer de pé e depressa. do pão duro, torrando-o e untando-o com azeite e O torricado não se faz apenas para uma pessoa, mas para alho. Acompanhava, normalmente, com bacalhau e todas que se sentam à mesa. A parte cultural do torricado está é um prato associado aos trabalhadores rurais ou aos associada à tauromaquia e aos toiros, mas que se disseminou por pastores. todo o concelho, nomeadamente às pessoas que trabalhavam Este prato representa muito daquilo que é a parte nas vinhas. cultural e gastronómica do concelho da Azambuja, O que se pensa é começou com os campinos, que guardavam onde, num passado não muito longínquo, se fazia o gado no campo de segunda a domingo. Levavam o pão para sempre dentro de portas. Percebemos o potencial que toda a semana e, ao fim de alguns dias, estava duro. Daí, diztem o torricado e inovámos com um evento que é a se, que nasceu o torricado. Os campinos iam torrando o pão Gula, que não é mais do que envolver os restaurantes do duro, untando-o com azeite, ou toucinho, e alho até ficar concelho para fazer este prato e tê-lo nas suas ementas e comestível. Acompanhavam o torricado com bacalhau que, fazer passar este prato tão nosso para fora das portas do salgado, não se estragava. concelho. www.gazetarural.com

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De 19 a 27 de Outubro, no Cadaval

Festa das Adiafas à espera de mais de 20 mil visitantes No Cadaval prepara-se a Festa das Adiafas e Festival Nacional do Vinho Leve”, que vai decorrer de 19 a 27 de Outubro. A festa de final das colheitas reúne anualmente gastronomia, exposições, espectáculos, actividades equestres e espaços de conversa em torno do sector produtivo do concelho, bem como animação, este ano com David Antunes e Cláudia Picado como cabeças de cartaz. À Gazeta Rural, o presidente da Câmara do Cadaval destaca a realização da eleição da Miss Adiafas no último dia do evento. José Bernardo Nunes refere a limitação do espaço para albergar mais expositores, mas espera que passem pelo certame mais de 20 mil pessoas. Gazeta Rural (GR): O que muda este ano na Festa das Adiafas e do Vinho Leve? José Bernardo Nunes (JBN): Todos os anos temos vindo a melhorar o espaço que acolhe a Festa das Adiafas, nomeadamente ao nível das exigências das entidades fiscalizadoras deste tipo de eventos. No ano passado dedicámos a nossa atenção ao conforto acústico do pavilhão que recebe os eventos musicais. Este ano a novidade será a realização da eleição da Miss Adiafas no último dia do evento, domingo, e não no primeiro dia como era hábito. Normalmente fazemos sempre uma reunião de balanço com os nossos parceiros do evento, a sugestão foi de passarmos para o fim do certame o momento alto. Vamos ver como corre.

JBN: Ainda está a decorrer a vindima, devido ao ano sequeiro teremos menor quantidade que será decerto compensada pela elevada qualidade das uvas que estão a ser apanhadas. As previsões são de uma boa colheita para as uvas. A Pêra Rocha teve uma boa campanha, com quantidade e qualidade acima da média, com bons calibres e frutos bonitos. Agora é preciso escoar a produção de modo a poder compensar os agricultores que dedicaram um ano inteiro de trabalho ao cultivo de produtos de elevada qualidade.

GR: Como olha, hoje, para a agricultura do concelho? JBN: É um sector onde continua a existir um forte GR: Quais as expectativas e qual o número, estimado, de investimento, nomeadamente na modernização. expositores e de visitantes? Podemos dizer que no concelho do Cadaval existe JBN: Esperamos superar o número de visitantes e ultrapassar os tecnologia de ponta, no que respeita à actividade 20.000 durante os nove dias do evento. Quanto aos expositores, agrícola. Os nossos agricultores e as suas organizações estamos limitados ao espaço e temos sempre de recusar têm sabido organizar-se e acompanhar a evolução inscrições, estamos a estudar a possibilidade de poder alargar a tecnológica. Neste momento, do pomar à central mais participantes, mas não será ainda este ano. fruteira, acompanhamos aquilo que de mais moderno se faz no mundo. GR: O que mais destaca no programa do evento? Para além dessa tecnologia de ponta, temos também JBN: Todos os anos estabelecemos um teto para o produção biológica, nomeadamente no sector do vinho investimento no programa, que também está limitado pelo e com marca própria, o que é sinal de que é possível ser espaço. Como o evento é em Outubro, estamos sempre sustentável ambientalmente, conjugando agricultura dependentes das condições meteorológicas, por isso tudo intensiva com biológica no mesmo território. é pensado para fazer “indoor”. Mas teremos um programa No vinho é incrível a evolução do sector no concelho na muito equilibrado, multifacetado, abrangendo vários última década. Desde a reconversão e plantação de novas públicos-alvo durante a semana. vinhas, ao aparecimento de novos produtores e marcas. Este ano teremos David Antunes e Cláudia Picado, uma Para além das duas adegas cooperativas já existentes, fadista natural do concelho que há muito queríamos que e que reúnem um número substancial de associados, fizesse um espectáculo no Cadaval. temos já um lote de produtores individuais de elevada qualidade com marcas implantadas no mercado, para além GR: Sendo uma festa de fim das colheitas, como foram disso acolhemos também um grupo importante na área da no concelho? produção e comércio de vinhos. 14

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Nos concelhos de Peniche, Ílhavo e Murtosa

Festival mostra gastronomia produzida a bordo das embarcações de pesca

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segunda edição do Festival Gastronomia de Bordo volta a realizarse nos municípios de Peniche (18 a 20 Outubro 2019), Ílhavo (8 a 17 Novembro 2019) e Murtosa (27 Novembro a 1 Dezembro 2019) com a curadoria da chef Patrícia Borges, especialista em pescado nacional. O evento projecta para os dias de hoje a gastronomia (sabores e costumes) tradicionalmente produzida a bordo das embarcações. O mar e a actividade da pesca ligam estes três municípios e o Gastronomia de Bordo recupera as memórias ligadas à pesca e resgata as receitas e as técnicas de confecção tradicional. O festival, além de promover as gastronomias locais, olha também para a sustentabilidade promovendo a pesca sustentável e o consumo local. O convite é para um périplo por Peniche, Ílhavo e Murtosa onde se pode conhecer, descobrir e experimentar diferentes pratos de peixe de pesca costeira, longínqua e lagunar, especifica de cada município. Há uma série de restaurantes aderentes onde se pode provar estas iguarias e um programa paralelo que contempla visitas às lotas, embarcações, museus, etc. O Festival arranca em Peniche de 18 a 20 de Outubro e circunscreve-se ao Mercado Municipal pela importância que este tem na cidade. Por valores entre os 3 e 8€ será possível degustar um menu de excelência constituído unicamente por marisco e pescado nacional, em seis dos estabelecimentos mais emblemáticos desta cidade e em duas pastelarias especialistas em doces regionais. De 8 a 17 de Novembro, Ílhavo presenteia-nos com uma homenagem à cozinha tradicional portuguesa, e bacalhoeira, tendo como “porto seguro” diversos restaurantes do Município, num modelo contemporâneo e inovador, suportado nos sabores às degustações nos restaurantes, com visitas guiadas e nas tradições a bordo dos bacalhoeiros. Será também possível à Estação Litoral da Aguda, em busca dos segredos da “mergulhar” no património gastronómico nacional, através de Enguia e a COMUR-Museu Municipal. visitas a estaleiros, museus, fábricas, lotas, navios e também a Estas acções são desenvolvidas no âmbito no outros equipamentos de transformação e preparação alimentar. Projecto “Territórios com História: o mar, a pesca e A viagem de circum-navegação gastronómica termina em as comunidades - programação cultural em rede dos Murtosa, onde desembarcam as melhores caldeiradas do municípios de Ílhavo, Peniche e Murtosa”, cofinanciado pelo CENTRO2020, Portugal 2020 e União Europeia país de pesca lagunar, pratos preparados, desde tempos através do FEDER. imemoriais pelos pescadores e que se tornaram ícones O desafio está lançado para o embarque nesta gastronómicos, como é o caso da caldeirada de enguias. De 27 “experiência de bordo”, bem como a desfrutar das a 1 de Dezembro, o destaque será paras as espécies piscícolas múltiplas actividades, complementares à programação da Ria de Aveiro, onde os espaços de restauração prepararam do festival, de “descoberta” da cultura gastronómica e menus específicos para a festival, tendo como referencial os vivencial da pesca costeira (Peniche), longínqua (Ílhavo) e pratos de peixe e, de um modo especial, as caldeiradas. lagunar (Murtosa). O programa propõe algumas actividades complementares www.gazetarural.com

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A 10 e 11 de Outubro em Tondela

ANIL promove Concurso Queijos de Portugal para dinamizar sector

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Associação Nacional dos Industriais dos Lacticínios (ANIL) já industrial (diferentes de ano para ano, dando voz lançou os dados para a décima primeira edição do ‘Concurso a todas). Nota ainda para o facto de, este ano, se Queijos de Portugal’ e anuncia novidades. Com esta competição, juntarem ao Concurso dois membros brasileiros, a ter lugar nos dias 10 e 11 de Outubro nas instalações da ALS ficando assim uma porta aberta para difundir os Controlvet / Fullsense, em Tondela, a instituição procura, uma sabores dos queijos portugueses além fronteiras. vez mais, desafiar os fabricantes a inovar e, ao mesmo tempo, À semelhança dos anos anteriores, a cerimónia de despertar a atenção do consumidor para as diversas variedades. entrega de prémios acontece em Lisboa, durante o Por essa razão, a ANIL vai levar a concurso mais duas categorias evento ‘Grandes Escolhas Vinhos & Sabores’. Assim, o de queijos portugueses: Novos Sabores Frescos – premiada, pela anúncio dos vencedores será feito na segunda-feira, primeira vez, na passada edição, mas sem categoria oficialmente dia 28 de Outubro, no Pavilhão 1 da FIL, Parque das aberta – e Queijo de Ovelha Amanteigado, elevando-se assim a Nações. 23 categorias. Esta decisão vai ao encontro dos objectivos definidos pela Categorias do ‘CONCURSO QUEIJOS DE PORTUGAL ANIL para a realização desta iniciativa, que visa promover e 2019’ estimular o desenvolvimento da indústria queijeira, no sentido Queijo Fresco (5): Vaca, Ovelha, Cabra, Mistura e de proporcionar mais e melhores escolhas, bem como fomentar Atabafado o conhecimento e o posicionamento do produto junto do Requeijão (4): Vaca, Ovelha, Cabra e Mistura consumidor, que somos todos nós. Flamengo (1) Esta competição é realizada anualmente, sendo feita em Vaca (2): Cura Normal e Cura Prolongada regime de “prova cega”, por jurados com proveniências Ilha (1) diversas, como representantes do sector queijeiro, dos Ovelha (3): Cura Normal, Cura Prolongada e Amanteigado organismos de controlo e certificação, de instituições de – Nova categoria ensino, da restauração e da gastronomia, da distribuição e Cabra (2): Cura Normal e Cura Prolongada comunicação social. Mistura (2): Cura Normal e Cura Prolongada Para reforçar a qualidade e a seriedade do desafio, na Para Barrar (1) avaliação objectiva e técnica das amostras enviadas pelos Novos Sabores (2): Novos Sabores e Novos Sabores Frescos participantes, a ANIL passa a integrar no painel de jurados, a – Nova categoria partir desta edição, representantes de empresas do sector 16

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PAL Wines tem sede e vinhas em Nelas

Quinta dos Três Maninhos é um conceito e um projecto familiar

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filhos”, pelo que cada uma das propriedades foi alorizar as vinhas da família para criar um vinho único foi dividida em sete partes. Sem ter como um objectivo o objectivo dos irmãos Pedro Ana e Luis Borges, quando crescer para patamares muito mais elevados, Pedro em 2012 criaram a PAL Wines e decidiram trabalhar as vinhas Borges não coloca de parte adquirir algumas dessas centenárias da família e produzir vinho da forma mais tradicional. parcelas que pertenciam à família. “Temos a noção “Manter o património”, que ronda os dois hectares, e aumentá-lo perfeita que até quatro hectares é relativamente apenas com vinhas que eram dos herdeiros da família é o objectivo fácil tomar conta das vinhas, mas, a partir daí, tem deste produtor. que entrar mão de obra estranha ao processo, o que “Isto começou como uma brincadeira séria em 2012”, diz hoje em dia é cada vez mais difícil”, acrescenta. Pedro Borges, que define os objectivos que levou os três irmãos Com 21 anos de enologia na mesma empresa e três a apostar neste projecto e que são “o espírito de família, de vindimas em tempo de estágio profissional, Pedro amizade e de companheirismo”, tudo isso “antes de fazer o Borges tem experiencia e uma visão larga sobre a vinho”, que “é um acréscimo deste sentimento ao negócio, que região e os vinhos que nela se produzem, salientando está por trás deste projecto, que temos mantido com muito que “o Dão sofreu várias evoluções” ao longo dos anos e amor e carinho”. que isso tem muito a ver com a geração de enólogos, na Com uma produção anual a rondar as 2,500 garrafas e apenas qual se inclui, que colocou mais conhecimento cientifico três referências com a marca Quinta dos Três Maninhos, o na sua produção. produtor tem bem definido o público a que pretende fazer Olhando para as últimas duas décadas o enólogo diz chegar. “Quem consome os nossos vinhos sabe que há uma que “o clima mudou imenso”, salientando “dois anos história, onde o trabalho e o amor que foi colocado na sua completamente atípicos, 2004 e 2011”, mas ainda assim, produção se repercute no produto final”, refere Pedro e com algumas oscilações, “passamos a ter anos mais Borges, sustentando que “é cada vez mais importante ligar o equilibrados”. vinho à história que está por trás da sua produção”, Com apenas dois hectares, um dos quais é uma soma de pequenas parcelas de vinhas centenárias, à volta das quais há outras que “pertenciam ao nosso bisavô, que teve sete 18

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Arlindo Cunha a propósito do 111.º aniversário da região demarcada

Dão ambiciona ser a “região dos vinhos mais caros” do país

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presidente da Comissão Vitivinícola Cunha, lembrando o caminho percorrido. Regional do Dão (CVR Dão) disse, a Na altura, nos finais dos anos 1990, “havia a moda de plantar castas propósito do 111.º aniversário da região estrangeiras” e, “feliz e sabiamente, numa decisão devidamente pensada demarcada, que ambiciona que o Dão produza e estruturada, o Dão resolveu estruturar as vinhas com as suas castas dos vinhos mais caros, logo de maior qualidade, autóctones ou na região há muitos anos, ou mesmo séculos, e o tempo do país. veio mostrar que foi o melhor caminho”. “Se este Dão de hoje, esta “Há muitas décadas que se diz que o Dão nova fase, está a ter o sucesso que tem, é porque insistiu nesta tradição é a Borgonha portuguesa e, como é sabido, das castas, mas já com inovação”, apontou. Borgonha é a região de França onde os vinhos Segundo este responsável, a região do Dão tem catalogadas 66 são mais caros, mesmo mais caros do que em dessas variedades diferentes de videiras, como é o caso da “touriga Bordéus. Portanto, o que nós queremos é ser a nacional, a casta rainha dos vinhos tintos”, e o encruzado, a casta região dos vinhos mais caros, o que quer dizer rainha dos vinhos brancos”. que seremos os melhores vinhos”, ambicionou E se, no passado “o Dão teve muita notoriedade devido aos Arlindo Cunha. vinhos tintos, hoje está a ser redescoberto também pelos brancos”. O Dão é “a segunda região demarcada mais Actualmente, a região “está a crescer e o objectivo é continuar a antiga do país, a seguir à região do vinho do Porto crescer, mas, sobretudo, acrescentando valor”, até porque “os e, em matéria de não licorosos, ou seja, de mesa, é vinhos do Dão são hoje os segundos vinhos com preço mais elevado a primeira e foi criada pelo então ministro Ferreira no mercado nacional”. do Amaral”. “O que queremos é continuar por essa senda, porque o que Arlindo Cunha explicou que o percurso nem sempre importa nem é tanto produzir em quantidade, embora também foi de glória apesar desta comparação com os vinhos seja importante, mas é importante se for com a criação de valor, franceses ter surgido nos finais do século XIX, altura em ou seja, com uma melhoria gradual dos preços, porque para haver que a região tinha “muita notoriedade, pela elegância bons vinhos tem de haver boas vinhas e nós só podemos pagar dos seus vinhos” e, por isso, “o cientista e enólogo com justiça aos produtores se se conseguir vender melhor”, Cincinato da Costa escreveu que a região do Dão considerou. produzia os vinhos mais elegantes de Portugal, a lembrar No entender deste responsável, esta estratégia de criação de os melhores vinhos de Borgonha”. Uma notoriedade que valor “é uma trajectória estrutural e, necessariamente, lenta”, se prolongou, no entender do presidente da CVR, até à uma vez que, “para conquistar mercado, primeiro é preciso década de 1980, depois “teve um período difícil de lidar ter qualidade e depois comunicar ao mercado essa qualidade” com a concorrência e com outras regiões do país, até com e isso “demora muito tempo e exige muito investimento, em a adesão à comunidade europeia e os apoios que levaram termos de promoção”. “É sem dúvida o nosso maior desafio à criação de outras vinhas”. neste momento: conseguir preservar a nossa melhor qualidade, “Andou cerca de década e meia a trabalhar para se aumentar os preços dos vinhos, o preço médio da garrafa, e reestruturar e preparar para um novo combate, lidar remunerar melhor os produtores para eles produzirem ainda com a concorrência interna e externa e a verdade é que melhores uvas, é esse o objectivo, para sermos uma região de a estratégia seguida foi muito sábia”, defendeu Arlindo referência”, assumiu. www.gazetarural.com

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De 8 a 30 de Outubro, em Coimbra

“O Mundo do Vinho” regressa com música, exposições e degustações

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úsica, cinema, literatura, fotografia, enologia e enoturismo preenchem a programação da segunda edição do projecto “O Mundo do vinho”, que se realiza em Coimbra, no mês de Outubro, em diferentes espaços e equipamentos. Ao todo, segundo a organização, são 10 actividades que têm o vinho como figura principal de um evento que têm início a 8 e termina a 30 de Outubro. Além de exposições, a iniciativa inclui concertos, conversas, ateliês, instalação, visita a museu, recital, jantar vínico e degustações, todas elas “a partir de diferentes abordagens, enaltecendo a cultura, a tradição, a emoção e o prazer associados” ao vinho. A edição de 2018, que inclui uma visita à região demarcada da Bairrada, foi “uma prova que deixou boas memórias a todos aqueles que participaram na dezena de actividades então programada”. “De tal modo que estamos de regresso, com mais alento e energia, para a segunda edição”, refere um comunicado da “Cultura e Risco, Associação Cultural”, entidade responsável pela produção de “O Mundo do Vinho”.

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A exposição de fotografia de George Dussaud, recital OFF&SINA de MVSICA “Vinho & Amigo, o mais antigo” (acompanhado de vinho e petiscos, com a promessa de um interessante passeio gastronómico pelo país), ateliê sobre “Vinho e Harmonizações”, visita ao Museu do Vinho (Anadia), conversa sobre “Vinho e Sustentabilidade”, jantar vínico, concerto “Vinho dos Amantes”, com Janita Salomé e Filipe Raposo ou ainda a apresentação da obra “As Vinhas da Ira”, de John Steinbeck, são, entre outras, as sugestões para esta edição.


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Anunciou o Secretário Regional da Agricultura e Florestas

Governo Regional quer garantir a autenticidade dos vinhos dos Açores

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Governo dos Açores está a trabalhar para melhorar os Paralelamente, acrescentou o Secretário Regional, mecanismos que garantem a autenticidade e a genuinidade será editado um guia informativo, em versão dos vinhos regionais junto dos consumidores, anunciando que será bilingue, para ser distribuído na restauração, sobre desenvolvido um guia sobre os vinhos dos Açores para distribuição as quatro dezenas de vinhos certificados que são na restauração e uma aplicação informática (app) para smartphones produzidos nos Açores. sobre os vinhos certificados dos Açores, anunciou o Secretário O titular da pasta da Agricultura destacou ainda Regional da Agricultura e Florestas. que a vitivinicultura na ilha Graciosa tem um “A confiança dos consumidores nos produtos agrícolas grande potencial para crescer, não só em termos regionais, designadamente o vinho, bem como garantir a sua de área, mas também devido à qualidade do vinho qualidade e autenticidade é algo absolutamente essencial para que é produzido, às suas características genuínas e a sustentabilidade da produção de vinho na Região, por isso específicas. “Na ilha Graciosa apenas 13 hectares, dos o Governo dos Açores continuará a trabalhar para reforçar os 33 inscritos no Sistema de Informação da Vinha e do mecanismos de controlo e fiscalização da autenticidade dos Vinho, já foram recuperados através do VITIS”, referiu. vinhos dos Açores”, frisou João Ponte, à margem da visita à João Ponte reafirmou que abre no próximo mês Adega e Cooperativa da Ilha Graciosa, onde também reuniu com um novo aviso do VITIS, com uma dotação de quatro a direcção. milhões de euros, que “será mais uma oportunidade Além de reforçar os mecanismos de controlo da rotulagem das para continuar o desenvolvimento e a reconversão garrafas de vinho, João Ponte salientou que, em colaboração das vinhas na Região”, sendo que serão privilegiadas com a CVR/Açores, foi implementada outra medida de grande as candidaturas que surjam em ilhas como a Terceira, importância, que é o controlo da qualidade e da quantidade Graciosa, São Jorge, Faial, São Miguel e Santa Maria, das uvas entregues nas adegas por categoria, nomeadamente de modo a que, se houver excesso de candidaturas que Denominação de Origem (DO), Identificação Geográfica (IG) ultrapassem a dotação orçamental, os projectos dessas ou outra. ilhas sejam sempre prioritários na aprovação, porque “Agora pretendemos avançar também para a dimensão são locais onde existe um grande potencial ao nível da da comunicação directa com os consumidores, um aspecto produção de uva que importa desenvolver. muito relevante, através do desenvolvimento de uma ‘app’ para smartphone, que permitirá garantir aos consumidores a autenticidade dos vinhos dos Açores”, afirmou. 22

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Diz Jorge Augusto, produtor e dirigente cooperativo

Produção de Maçã em Armamar “deverá atingir as 70 mil toneladas”

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stima-se que o concelho de Armamar atinja este ano uma produção de 70 mil toneladas de maçã, o que consolidará a sua posição a nível nacional, com um cota de cerca de 25%. Os números foram avançados à Gazeta Rural por Jorge Augusto, dirigente associativo no concelho. O produtor, que tem a marca ‘Bem Boa’, destaca a “excelente campanha” de maçã deste ano, que anima os produtores, depois das quebras verificadas nos dois últimos anos. Jorge Augusto, à Gazeta Rural, apontou a necessidade de ampliar o perímetro de regadio no concelho, mas também os problemas com a mão de obra que afectam a região nesta altura do ano.

GR: O regadio é uma necessidade imperiosa, até para poderem competir com produtores de países como a Espanha e a Itália? JA: Em Armamar temos a barragem de Lumiares que já irriga um pouco mais de 500 hectares de pomar. Contudo, temos uma área de cerca de dois mil hectares fora do perímetro de rega. As organizações e a autarquia têm feito um esforço grande para fazer chegar a água a estas zonas, mas não tem sido fácil. E o regadio é um problema para muitas áreas de pomar que, ultrapassado, nos colocaria ao nível dos melhores da Europa. O concelho de Armamar está dentro do Plano de Regadio Nacional e estão em marcha candidaturas para ajudar a resolver este problema, mas não é garantida a sua aprovação.

GR: Uma outra questão é a falta de mão de obra na região para a apanha da maçã, que se complica com a campanha das vindimas? Gazeta Rural (GR): Está uma boa campanha de JA: Sim, a falta de mão de obra nesta região é outro grave maçã? problema, mas à boa maneira portuguesa vamo-nos desenrascando. Jorge Augusto (JA): Está boa, graças a Deus. A verdade é que não há pessoas para trabalhar, numa região cada Os produtores do concelho de Armamar estavam vez mais desertificada. Os mais novos emigram e outros vão, nesta a precisar de uma campanha assim para ficarem altura, para países onde ganham mais dinheiro. mais animados, pois há dois anos consecutivos que Por isso, como temos grandes extensões de pomares a opção é tivemos problemas com as condições climatéricas, a mecanização, o que, de certo modo, atenua a falta de mão de nomeadamente granizo. obra, mas que falta na altura da poda e da apanha. Se tivermos Estamos em plena campanha e a perspectiva é em conta que este ano as previsões apontam para uma produção que seja bem boa, em quantidade e em qualidade. e 70 mil toneladas e se um jornaleiro apanha uma tonelada de A produção em Armamar deverá atingir as 70 mil mação por dia, é fácil de fazer as contas ao número de dias e toneladas, o que, a confirmar-se, cimenta a posição do pessoas necessárias para tirar a maçã do pomar. concelho a nível nacional, com uma cota de cerca de 25%. Este problema tem sido ultrapassado com mão de obra Esta campanha vai desafogar alguns produtores, que que vem de outros concelhos da região, mas também do estavam com alguns problemas, e se tivessem mais estrangeiro. Alguns produtores têm grupos de pessoas com um ano como os anteriores ficariam numa situação quem trabalham há alguns anos, conseguindo assim resolver difícil, pois os prejuízos, nos dois últimos anos, foram o problema. elevadíssimos. Para além disso, o tempo tem ajudado, embora nalgumas regiões do concelho se tenha verificado a falta de água, pois o regadio não chega a todo o lado. www.gazetarural.com

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Diz o presidente da Cooperativa Agrícola do Távora

“É um ano excepcional de produção de maçã”

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epois de dois anos em que as condições climatéricas ditaram uma significativa perda de produção, os fruticultores da região da Beira e do Douro Sul respiram de alívio, com “um ano excepcional de produção de maçã”, segundo adiantou à Gazeta Rural o presidente da Cooperativa Agrícola do Távora. João Silva salientou a importância da criação da Beyra Douro Fruits, uma empresa que se vai dedicar a comercialização e que aguarda o seu reconhecimento como Organização de Produtores, criada por seis empresas, - Cooperativa Agrícola do Távora, Cooperativa Agrícola de Mangualde, Frutas Cruzeiro, Soma, Lapifrutas e Frucar, de Carrazeda de Ansiães. Gazeta Rural (GR): Como está a decorrer a campanha deste ano? João Silva (JS): É um ano excepcional de produção de maçã para Moimenta, mas também de toda a região, de Lamego a Viseu, e da Beira Baixa. Se não vier nenhuma intempérie até final da campanha, o que esperamos não aconteça, é um ano fantástico em quantidade e qualidade. Já no que se refere à parte comercial, vamos ver o que acontece.

“Beira Douro Fruits representará cerca de 40 mil toneladas de maçã GR: Porquê? JS: É simples, quando a oferta é muita, tem que haver algum cuidado na parte comercial. A Cooperativa do Távora associou-se com outras grandes empresas da região, que constituíram a Beyra Douro Fruits. 24

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Esta nova organização representará cerca de 40 mil toneladas de maçã, tem grandes profissionais a trabalhar e produtos de grande qualidade. É uma grande esperança para os produtores de fruta associados. Esta empresa pretende representar a região e defender o que de melhor se faz em fruticultura no país, garantindo aos consumidores que a maçã que comercializa é portuguesa e da região do Douro Sul e Beiras. Será, acredito, o grande emblema da região. Visa também organizar todo o processo comercial de forma profissional, mas garantir aos nossos clientes que não lhe falta produto de qualidade, produzido em Portugal e na nossa região. Estes são os grandes objectivos para esta empresa.

GR: Ao longo do tempo fui ouvindo a necessidade de organizar a produção de maçã na região e este é um passo importante. Houve consenso? JS: Foi dado um primeiro passo, mas não fechamos a porta a ninguém. Começámos com seis empresas ou cooperativas, das regiões de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Mangualde e Carrazeda de Ansiães. Não estão presentes fruticultores de alguns concelhos da região, mas temos a porta aberta para a entrada de novas empresas que queiram aderir ao projecto. Este não é um processo fechado, mas aberto a todos, porque o que pretendemos é ter massa critica e defender aquilo que esta região produz e produz muito bem.


“A moderna distribuição é para nós um parceiro”

diziam que tinham. Fizemos a vindimas com algumas uvas tintas especificas que nos chegaram da região do Rio Torto. Diria que a campanha das vindimas está a correr dentro do que estava previsto. Estamos a vinificar cerca de 250 toneladas de uvas por dia, o que é significativo para uma empresa como a nossa. Na Adega de São Romão, em Armamar, estamos a vinificar a um ritmo mais lento, dentro do que tínhamos planeado. No total, penso que deveremos vinificar perto das oito mil toneladas de uvas.

GR: Ou seja, aquilo que há muito se falava, GR: Já é um volume significativo? sustentado na necessidade de organizar a JS: Sim, mas devemos aumentar nos próximos anos, logo que as produção e ter peso na definição, por exemplo, novas vinhas e outras que foram reconvertidas entrem em produção, de um preço mínimo a pagar pela maçã? de acordo com o programa VITIS e que satisfazem os objectivos da JS: Não. O objectivo não é impor. A moderna Cooperativa. Contudo, tenho que o dizer, é um volume grande de distribuição, - ainda que muita gente pense que é uvas seleccionadas de muito boa qualidade. um grande mal e nós não o entendemos assim, é para nós um parceiro e que quer bom produto. GR: Para responder a um mercado cada vez mais exigente? Estou convicto que se tivermos produto de JS: Naturalmente. O espumante Terras do Demo tem sido um qualidade, se satisfizermos as suas necessidades, fenómeno nacional, não só pela grande qualidade do produto, também o podemos valorizar mais e melhor. mas também pelo nome que lhe está associado e que é Aquilino A nossa ideia não é contrapor uma organização Ribeiro. Quando vendemos uma garrafa com a denominação com outra e tentar impor o que quer que seja. Nada ‘Terras do Demo’, ela contém sempre um pouco da história, da disso. Queremos continuar a ter um diálogo franco e literatura, da gastronomia e a monumentalidade desta região, aberto, dizendo a todos quantos estão na moderna em que Aquilino foi brilhante. distribuição, sejam eles quem forem, que temos um Podendo nós contar com a solidariedade da família de produto de qualidade, genuinamente português e Mestre Aquilino Ribeiro, é para nós um orgulho vender vinhos têm que o premiar. e espumantes com o rosto e a marca ‘Terras do Demo’, que é, Nós sabemos que estão abertos a isso, pois quando naturalmente, uma homenagem ao Mestre e a todos quantos o produto é bom, valorizam-no. Com esta nova no nosso país escrevem, defendendo a literatura e aquilo que organização vamos ter condições de fornecimento de de bom se faz em Portugal. produto, de o valorizar e, por essa via, pagar melhor aos nossos associados. GR: Mudando a agulha. Como está a produção de vinho na região? JS: A vindima está a correr muito bem e, até agora, estamos a receber as uvas que os nossos agricultores www.gazetarural.com

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Por ocasião do seu 65º aniversário

Cooperativa de Moura e Barrancos apresentou imagem renovada

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A comemoração do aniversário foi ainda marcada pelas Cooperativa de Moura e Barrancos palavras motivadoras do Ministro da Agricultura, que apontou a comemorou o seu 65º aniversário, num evento que se realizou na sua sede em Moura e que, para Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos como exemplo de além das centenas de associados e colaboradores sucesso tanto no sector cooperativo como no sector oleícola. presentes, reuniu personalidades tão distintas como Estão ainda previstas mais novidades para breve, garantindo Capoulas dos Santos – Ministro da Agricultura, Henrique Herculano que “a curto e médio prazo, o mercado e os Florestas e Desenvolvimento Rural – e José Pedro consumidores terão mais provas da qualidade e da diversidade Salema, presidente da EDIA. da oferta que a Cooperativa tem para disponibilizar, continuando Foi neste evento que foi revelada a nova imagem a fazer com que os nossos azeites mantenham o compromisso assumido desde o nascimento do projecto: qualidade e paixão institucional da Cooperativa Agrícola de Moura pelo azeite”. Barrancos, a qual motivou a renovação do packaging dos azeites da marca, com especial destaque para o Azeite Moura DOP. Segundo Henrique Herculano, director de Marketing da Cooperativa Moura Barrancos, “a comemoração do nosso 65º aniversário foi o argumento perfeito para podermos finalmente apresentar esta mudança de imagem, em que trabalhámos arduamente no sentido de modernizarmos a nossa marca, garantindo, ainda assim, o reforço da nossa história, da nossa tradição e, claro, da qualidade dos nossos azeites”. 26

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Em resposta à decisão do reitor da Universidade de Coimbra

Produção de carne Mirandesa está em sintonia com o ambiente

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s criadores de bovinos de raça Mirandesa com preocupações ambientais, onde se destacam os lameiros defenderam que a produção de carne tradicionais e o aproveitamento económico da vegetação herbácea desta espécie “está em sintonia com o meio e arbustiva através do maneio dos efectivos em ecossistemas ambiente”, destacando “o bem-estar animal” e a focados na pastorícia. “A raça bovina Mirandesa apenas prima sua contribuição para fixação de população na área pela sua qualidade, não sendo uma raça competitiva e explorada de produção. na perspectiva de rentabilidade pura e dura, produzindo apenas “A criação desta raça autóctone tem permitindo quilogramas de carne”, acrescentaram os representantes dos criar condições de vida e sustento em regiões criadores desta espécie de bovinos. tantas vezes esquecidas e que lamentavelmente têm Para os responsáveis pelo fomento desta a raça em vias de sofrido e assistido ao fenómeno do êxodo rural”, extinção, a sua génese sobressai e torna-a competitiva pela disse o administrador da Cooperativa Agropecuária sua capacidade de aproveitamento e adaptação a um sistema Mirandesa, Nuno Paulo. agropastoril sustentável, onde o meio ambiente é primordial e A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAPM) e a daí em grande parte esses territórios serem enquadrados em Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa área protegidas. (ACBRM) repudiaram as declarações do reitor da O administrador Nuno Paulo referiu que a cooperativa fornece Universidade de Coimbra (UC), que na semana passada carne a várias cantinas escolares, fruto do desenvolvimento anunciou banir a carne de vaca das cantinas. comercial, mas também pela abordagem directa que faz junto Segundo o reitor Amílcar Falcão, este será o primeiro das direcções dos Agrupamentos de Escolas e Instituições de passo para, até 2030, tornar a Universidade de Coimbra Ensino Superior da região de produção. “a primeira universidade portuguesa neutra em carbono”. A CAM e a ACBRM apelaram ainda às entidades públicas Os responsáveis das entidades que comercializam e que promovam o consumo de produtos nacionais nas suas produzem a carne Mirandesa, com chancela de produção cantinas, discriminando-os positivamente, fomentando de Denominação de Origem Protegida (DOP), adiantam a criação de emprego e desenvolvimento do país de uma que a sua estrutura assenta num modo de produção forma integrada. 28

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Na zona transmontana do Romeu, em Mirandela

Projecto europeu recupera práticas tradicionais de pastoreio para prevenir fogos

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m projecto europeu que junta 13 parceiros de Portugal, Espanha parcela sirva de exemplo para que haja práticas e França está a tentar recuperar práticas antigas de pastoreio semelhantes, para que seja replicado”. O para prevenir incêndios florestais e melhorar a qualidade dos produtos projecto que envolve os três países é coordenado pecuários. pela Universidade Pública de Navarra e vai a Na zona transmontana do Romeu, em Mirandela, está em curso uma meio, com data de conclusão em Fevereiro de das oito experiências do projecto que envolve ovinos da Raça Churra 2021, mas os intervenientes estão já a pensar Galega Bragançana, responsável pelo cordeiro com Denominação de pedir o alargamento do prazo. De acordo com Origem Protegida (DOP). Rosa Maria Canales, da Universidade de Navarra, “Estamos a recuperar práticas e técnicas que já eram utilizadas serão necessários, pelo menos, “mais dois anos, ancestralmente pelos pastores, mas que fruto do abandono rural para obter resultados mais consolidados”. vieram a ser desmotivadas e agora o que nós queremos é recuperar Fernando Costa é pastor do rebanho com mais de essas práticas com melhores tecnologias, melhores técnicas e 170 ovelhas que participa na experiência e garante valorizar os produtos obtidos nestas áreas”, explicou Alfredo que aqueles terrenos são “muito bons para o gado”. Teixeira, do Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Sobre o projecto nada diz porque não é ele o patrão, Esta instituição faz parte do grupo de 13 parceiros, entre mas apressa-se a contestar a associação que é feita instituições de ensino superior, centros de investigação e institutos dos pastores aos incêndios florestais. “Serão pessoas tecnológicos, fundações, organismos de gestão regionais e que o fazem de maldade, agora o pastor não deita 22 associações de Portugal, Espanha e França. O projecto fogo. Depois onde é que o pastor vai meter o gado OPEN2PRESERVE é financiado pela União Europeia em mais de para comer?”, questionou. 1,7 milhões de euros, através do programa FEDER (Fundo de Contribuir para melhorar a relação entre os Desenvolvimento Regional). incêndios, os pastores e o ambiente é também Segundo Alfredo Teixeira, o objectivo “é, com práticas culturais um dos propósitos do projecto que mostra ainda combinadas de fogo controlado ou de limpeza mecânica, “a componente social da pecuária” e, no caso, o associada a pastoreio de ovinos ou de equinos, procurar contributo para limpar as áreas mais sensíveis, como prevenir incêndios florestais e preservar estes espaços”. realçou o secretário técnico da Raça Churra Galega No caso do Romeu, concretamente no Vimieiro, está a ser Bragançana. Armando Carloto adiantou que esta raça de trabalhada uma parcela de terreno, onde foi feita limpeza ovinos não se pode queixar, porque é das poucas que mecânica para, quando rebentar a vegetação, começar a ser está a aumentar o efectivo, passando de 10 mil animais pastoreada por ovinos. para aproximadamente 15.500 em uma década. Os animais vão ser controlados através de GPS para Todavia, o preço dos cordeiros não aumenta “há mais estudar a ocupação que fazem e será também analisada a de 20 anos”, ao contrário dos custos de produção, e “em qualidade da carne para comparar com as práticas normais função do rendimento, cada vez há menos pastores”, numa de pastoreio e ver qual é a valorização. região que “tem cada vez menos gente e com idade mais Os promotores ambicionam igualmente que “esta avançada”, constatou www.gazetarural.com

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No âmbito da reprogramação do Programa de Desenvolvimento Rural

Produtores podem receber até sete mil euros com novo apoio à agricultura

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s produtores agrícolas que operam em circuitos de venda curtos não as de montanha, sujeitas a condicionantes podem receber até 7.488 euros, ao longo de três anos, com a nova naturais significativas que deixaram de medida de apoio lançada pelo Governo no âmbito da reprogramação ser elegíveis em resultado do processo de do Programa de Desenvolvimento Rural. eliminação faseada, de acordo com o disposto Esta possibilidade integra uma nova medida de apoio à agricultura [em regulamentos europeus], relativo ao apoio familiar, e consta de uma portaria que já seguiu para publicação e ao desenvolvimento rural pelo Fundo Europeu que determina um montante fixo a atribuir a cada produtor por Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER)”, lêdeslocação semanal ao mercado. O valor, de 48 euros, poderá ser se no diploma. atribuído uma vez por semana ao longo de todas as semanas do ano, Desta forma, por exemplo, para um escalão até um limite de três anos. de superfície agrícola igual ou inferior a três Assim, cada produtor poderá receber até 7.488 euros ao longo hectares, considerando uma zona afectada por de três anos, segundo a portaria que define os critérios para condicionantes naturais significativas, o montante a atribuição dos apoios. Serão apoiadas exclusivamente as do apoio é de 130 euros por hectare. Por sua vez, deslocações dentro do município onde está inserida a exploração, considerando o mesmo escalão e as zonas que, dentro dos municípios que integram o Grupo de Acção Local em resultado do processo de eliminação faseada, (GAL) onde se inserem as explorações, ou as deslocações até aos deixaram de ser elegíveis, o montante é de 104 municípios adjacentes ao GAL. euros por hectare em 2019 e 52 euros por hectare Em causa, estão os circuitos de venda de produtos em que o em 2020. produtor vende directamente ao público num raio de proximidade Já para um escalão de superfície agrícola entre da exploração que não vai além dos municípios em seu redor. Por 30 hectares e 150 hectares, considerando também outro lado, a aquisição de equipamentos de apoio à actividade uma zona afectada por condicionantes naturais comercial poderá também receber uma ajuda entre 50% e 80%. significativas, o apoio é de 18 euros por hectare. Para Trata-se de apoios à compra de viaturas para o transporte da o mesmo escalão e tendo em conta as zonas sujeitas a produção ou de bancadas para instalar nos mercados de venda. condicionantes naturais significativas que, em resultado do processo de eliminação faseada, deixaram de ser Governo altera apoios à manutenção da actividade elegíveis, o apoio é de 14,40 euros por hectare em 2019 agrícola em zonas desfavorecidas e 7,20 euros por hectare em 2020. A portaria, assinada pelo ministro da Agricultura, O Governo procedeu ao ajustamento dos apoios à Capoulas Santos, já entrou em vigor. O Programa de manutenção da actividade agrícola em zonas desfavorecidas, Desenvolvimento Rural de Portugal foi aprovado na no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) sequência da decisão da Comissão Europeia em Dezembro 2020, segundo um diploma publicado em Diário da República. de 2014 e visa o apoio às actividades do sector agrícola No seguimento da reprogramação do PDR 2020, tornouassente numa gestão eficiente dos recursos. se necessário introduzir alguns ajustamentos ao referido regime de aplicação, clarificando a alteração dos valores de apoio a atribuir às freguesias pertencentes às zonas, que 30

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No dia do Feriado Municipal de Viseu

Confraria ‘Grão Vasco’ homenageou a Diáspora Beirã

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o âmbito do Dia do Município de Viseu, a Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, em colaboração com a Câmara de Viseu, promoveu um jantar, integrado no Capítulo de Verão/Outono, que visou homenagear a Diáspora beirã, aproveitado também para o lançamento de mais uma obra o escritor viseense Jorge Marques. Foi um momento de são convívio e confraternização, abrilhantado pela Tuna Sabores da Música, que contou com a presença do presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, bem como representantes de Confrarias Irmãs e amigos da diáspora portuguesa. “O Canto das Pedras do Rio”, da autoria do nosso confrade Jorge Marques, foi apresentado por Eduardo Pinto, num enredo que se desenrola entre Portugal e Brasil. Um dos capítulos do livro, lido por outro escritor, Igor Lopes, é totalmente dedicado à Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro. Durante o repasto, a Confraria entregou o Título Confrádico a Jucirema Maria Godinho Gonçalves e Mariangela da Campos Argento Muraro, desembargadoras em S. Paulo, apresentadas pelo nosso Confrade Luís Carvalho; Silvério Silva, empresário de Joanesburgo, da África do Sul, Alberto Reigado, empresário na Costa do Marfim, e Igor Lopes, escritor e jornalista no Rio de Janeiro. O repasto foi o final de um dia de comemorações. Para além das cerimónias oficiais, teve lugar uma reunião promovida pela Câmara Municipal de Viseu, onde participaram diversos representantes da Diáspora portuguesa, do Brasil, (Rio de Janeiro e S. Paulo), África do Sul, Costa do Marfim e representes das cidades de Lublin (Polónia) e Haskovo (Bulgária).

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Victor Gomes foi reconduzido

Novo Conselho de Administração do CA do Vale do Dão e Alto Vouga tomou posse

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ictor Gomes tomou posse para mais um mandato de três anos como presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga. A tomada de posse ocorreu mais de meio ano depois, devido às imposições da supervisão para os administradores do sector da banca. A única lista para os órgãos sociais do Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga, com sede em Mangualde, liderada no Conselho de Administração por Victor Gomes como Presidente Executivo, foi aprovada com 90% dos votos em Assembleia Geral, no passado dia 27 de Março. Os novos órgãos sociais da Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga, eleitos para o triénio 2019-2021, tomaram posse no passado dia 17 de Setembro José Moniz dirige a Assembleia Geral, enquanto Acácio Pinto preside ao Conselho Fiscal, Victor Gomes, agora reconduzido no cargo, está ligado ao Crédito Agrícola há mais de 40 anos, desempenhando cargos na administração da CCAM há cerca de 30 anos e em Órgãos Sociais de empresas do Grupo CA há mais de 25 anos. O Grupo Crédito Agrícola existe em Portugal há mais de cem anos (1911) e é composto actualmente por 80 Caixas Agrícolas e uma Caixa Central que lidera o Grupo, com funções de representação, orientação e supervisão das Caixas suas Associadas. Em 2018, o Crédito Agrícola foi galardoado, pelo quinto ano consecutivo, com o Prémio Cinco Estrelas na categoria “Banca - Atendimento ao Cliente” e eleito pela revista Global Banking and Finance Review como o “Melhor Banco para o Desenvolvimento Agrícola em Portugal – 2018”. Foi ainda eleito pela “Escolha do Consumidor 2019” como melhor Banco, na Categoria Pequenos e Médios Bancos. Além da actividade bancária, o Grupo Crédito Agrícola actua também na área Seguradora – ramo Vida e Não Vida –, Gestão de Activos e capital de risco, e apresenta a maior rede bancária actualmente em Portugal (654 agências). www.gazetarural.com

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Formação incidirá a sua acção no âmbito da DOP “Serra da Estrela”

Escola de Pastores já arrancou na Escola Agrária de Viseu

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á teve início primeira edição da “Escola de Pastores”, evento que conta com mais de centena e meia de participantes. Esta nova formação já começou na Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) e surge no âmbito do Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região Centro e envolve 14 parceiros, um dos quais o Politécnico de Viseu. A Escola de Pastores, que registou cerca de 160 candidaturas, tem uma duração de 560 horas e tem como propósitos contribuir para o reforço e rejuvenescimento da actividade, promover a inovação e conhecimento dentro da fileira dos queijos da Região Centro, qualificar empreendedores e dotá-los das competências necessárias para o desenvolvimento da actividade, de forma profissional e rentável. Incorporar conhecimento nos produtos e actividades tradicionais para os valorizar e tornar mais competitivos e rentáveis é o grande desígnio desta formação. A formação é ministrada pela ESAV e Escola Superior Agrária do Politécnico de Castelo Branco. Em Viseu, a formação incidirá a sua acção no âmbito da DOP “Serra da Estrela”. A componente prática abrange os concelhos de Viseu, Gouveia e Oliveira do Hospital. Os 19 candidatos seleccionados são provenientes de diferentes sectores, com habilitações que variam entre a escolaridade obrigatória e a licenciatura, e origens geográficas para lá da região DOP e mesmo com a participação de um estrangeiro. Para o presidente do Politécnico de Viseu, esta nova formação tem “uma profunda ligação telúrica à natureza e assenta em duas grandes vertentes, como a necessidade de valorizar os nossos produtos, assegurando de igual modo a segurança alimentar, e a criação de condições de aprendizagem para actividades e profissões tradicionais, facultando conhecimentos práticos e científicos”, referiu João Monney Paiva. Por sua vez o presidente da ESAV relevou a importância 34

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da Escola de Pastores “na valorização dos produtos endógenos e a esperança de que esta possa ser um pólo renovador do sector e que contribua para valorizar o produtor, o pastor e a importância do trabalho que desenvolvem”, salientou António Monteiro. A apresentação pública da Escola de Pastores decorreu na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), e contou com a presença do presidente do Politécnico de Viseu e do presidente da ESAV, bem como dos presidentes da CCDRC, Inovcluster, IPCB e ESACB.


Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior esteve presente

Escola Superior Agrária de Viseu celebrou 25 anos de serviço à comunidade

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Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) Almeida Henriques salientou a importância da Escola no contexto do comemorou 25 anos de actividade, com ensino superior em Viseu, bem como o trabalho e contribuição que uma sessão solene na Aula Magna do Institem dado na preservação da floresta urbana da cidade, com destaque tuto Politécnico de Viseu (IPV), que assinalou para a mata do Fontelo. também o início do ano lectivo 2019/2020, em Enquanto o presidente do IPV, João Monney Paiva, - depois que estiveram presentes o Secretário de Estado de realçar o trabalho da ESAV ao longo de 25 anos, - apontou ao da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João futuro do ensino politécnico em Viseu, o Secretário de Estado da Sobrinho Teixeira, e os presidentes do PolitécCiência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, nico de Viseu, Câmara de Viseu, ESAV e AEESAV, lembrou a importância do mesmo no desenvolvimento das regiões, respectivamente, João Monney Paiva, Almeida sublinhando que, apesar da desertificação do interior, este tem a Henriques, António Monteiro e Filipe Almeida. vantagem de “estar mais perto da Europa”. Na cerimónia esteve também presente o SecreReferir que ESAV tem vindo a realizar vários projectos de tário de Estado da Juventude e do Desporto, João investigação, de âmbito internacional e nacional, muitos em Paulo Rebelo. parceria com empresas e instituições da região, promovendo o A cerimónia contou com a “Evocação dos 25 conhecimento, a inovação e o desenvolvimento de tecnologia anos da ESAV”, em que participaram diversas que tem contribuído decisivamente para a sustentabilidade e personalidades que fizeram parte da história da valorização dos produtos, nomeadamente os regionais. Ao longo Agrária; a assinatura do protocolo entre o IPV e destes anos produziram-se milhares de comunicações técnicas e a Confraria de Santo António e do contrato de científicas e foram organizados inúmeros eventos sobre diversas promessa de permuta de terrenos da Quinta da temáticas, envolvendo a comunidade da nossa região. Alagoa, a exibição do filme sobre os 25 anos da Actualmente com cerca de meio milhar de alunos, esta Escola, momentos musicais e o descerrar da placa Escola Superior do IPV tem formado profissionais altamente de celebração, complementaram o programa das qualificados nas áreas da agricultura, produção animal, comemorações. indústrias alimentares e enfermagem veterinária, contribuindo Na hora dos discursos, o presidente ESAV, António para a fixação de pessoas no interior e para o desenvolvimento Monteiro, destacou a importância do protocolo das empresas das áreas da sua formação. assinado com a Confraria de Santo António, que A ESAV é uma instituição dinâmica que continua a procurar resolve a questão dos terrenos onde se insere a Escola, aumentar as suas valências, disponibilizando formações bem como o percurso que a mesma fez ao longo de e serviços, de modo a que no futuro possa incrementar 25 anos, destacando todos quantos nele participaram, ainda mais o envolvimento com a região e uma crescente bem como os projectos futuros da mesma. interacção no país. Com um percurso sólido e em crescendo, Na ocasião o presidente da Câmara de Viseu adiantou a ESAV tem acompanhado as transformações da sociedade que vai propor na próxima reunião de Câmara a e contribuindo para o entendimento e dinamização do atribuição da Medalha de Mérito Municipal à ESAV. conhecimento. www.gazetarural.com

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No ranking percapita do primeiro semestre de 2019

Manteigas lidera destacado o ranking na recolha de materiais recicláveis

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Evento alia música, poesia e alimentação

RESISTRELA divulgou recentemente o ranking percapita do 1.º semestre de 2019, relativo ao serviço de recolha de materiais recicláveis por Município, onde Manteigas surge destacado em primeiro lugar, sendo o único Concelho da região que irá atingir os objectivos inscritos no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) 2020 antes do prazo, ou seja, 40 kg/habitante/ano, de acordo com a estimativa para o ano de 2019. Dos 14 Municípios abrangidos pela RESISTRELA, Manteigas no período de Janeiro a Junho do corrente ano atingiu 25,57 kg por habitante, distribuídos da seguinte forma pelos respectivos materiais: 13,03 kg de decorrer de 4 a 6 de Outubro na Aldeia vidro, 8,06 de papel/cartão e 4,49 de embalagens. Histórica de Idanha-a-Velha, o encontro O Município considera que estes resultados se devem a um conjunto inédito AgriCultura – Poesia e Música para de factores, designadamente, à realização inúmeras acções de Sementes é uma celebração física e espiritual educação ambiental ao longo de anos, sobretudo destinadas ao público da sementeira e da colheita, da alimentação e escolar, à disponibilização de uma eficaz rede de distribuição de Ecoda nutrição. Pontos pelo Concelho, e, porventura o mais importante de todos, Com organização do Município de Idanha-aa uma consciencialização crescente dos manteiguenses de que a Nova e das Sementes Vivas, a iniciativa alia a relação espaço urbano com o espaço natural é fundamental para a música, à poesia, à agricultura e às sementes, sustentabilidade social, económica e ambiental da sua terra. através de actividades que têm lugar na Sé Catedral de Idanha-a-Velha, no Posto de Turismo e no Páteo dos Sabores e Mercado de Artesanato. Durante três dias, estarão presentes poetas portugueses como Adalberto Alves e Maria Azenha, De 25 a 27 Outubro a poeta italiana Roberta Dapunt, o ecologista e escritor Joaquín Araújo, a artista e ‘food activist’ Tainá Guedes e o escritor Paulo Condessa. A música irá ecoar na Sé Catedral de Idanha-aVelha através dos Beltane (música celta e irlandesa), Baltazar Molina (percussionista do Médio Oriente), Lina Gameiro e Tó Rascão (voz, adufe e viola beiroa), Sérgio Peixoto e Filipe Faria (workshop de voz) e do já tradicional visita vitivinícola da Associação Portuguesa de grupo Sete Lágrimas, a cumprir 20 anos de existência Horticultura (APH) volta este ano ao Alentejo, de 25 a 27 e com uma forte ligação a Idanha-a-Nova. Outubro, para dar a conhecer ou revisitar uma das regiões líderes Não faltará também um programa infantil e familiar. na produção de vinho em Portugal. No sábado, dia 5, primeiro às 11 e depois às 15 horas, Do programa constam visitas guiadas e provas de vinhos em Paula Varandas orienta ateliers para crianças e famílias adegas de referência - Fundação Eugénio de Almeida, Adega no Posto de Turismo de Idanha-a-Velha, onde se Cooperativa de Borba, Adega das Mouras de Arraiolos -, uma recepção nos Viveiros PLANSEL, em Montemor-o-Novo, com o combinam sons, cores, palavras e sementes. acolhimento do seu fundador, Jorge Bohm, e uma apresentação Assim, a iniciativa AgriCultura irá inspirar e conectar sobre “Melhoramento em Viticultura”, por Augusto Peixe, os seus participantes - profissionais e amadores - através docente da Universidade de Évora. Será dado a conhecer um da poesia, da música e da alimentação boa e saudável. pouco da história da região, com visita guiada à vila antiga de Uma partilha de conhecimento e de espírito no sentido Estremoz e ao castelo de Évora-Monte. da transição da sustentabilidade para a prosperidade, O momento da visita é mais do que oportuno, pois o atenuando fronteiras e abrindo espaço à improvisação e “Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo” criação espontânea. foi recentemente premiado com o título de “Embaixador A iniciativa “AgriCultura – Poesia e Música para Sementes” Europeu de Inovação Rural de 2019”, pela Comissão é apoiada pelo Projecto Cinco: Cinco Municípios. Cinco Europeia. Mais uma razão para conhecer ou revisitar o Culturas. Cinco Sentidos – Programação Cultural em Rede. Alentejo e a sua vitivinicultura.

Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha recebe o inédito AgriCultura

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Associação Portuguesa de Horticultura promove visita vitivinícola ao Alentejo

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Empresas

Soveco relança a Hyundai no distrito de Viseu

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Soveco Viseu, sedeada no Parque Industrial de Coimbrões, relançou a marca Hyundai no distrito de Viseu. Depois de alguns anos, a empresa viseense volta a juntar a Hyundai ao seu portefólio, agora composto por sete marcas de ligeiros, (Hyundai, Kia, Nissan, Fiat, Abarth, Alfa Romeo e Jeep”, e uma na gama de pesados (Iveco). “Relançámos uma marca que já tivemos, pois houve um período em que deixamos de representar a Hyundai e abordaram-nos para voltarmos a comercializá-la no distrito de Viseu”, referiu o administrador da Soveco Viseu. Henrique Rodrigues diz que “receber a Hyundai, outra vez, dá-nos algum orgulho, pois apresenta uma gama de produtos bastante variada e com a qualidade que lhe é reconhecida”. O gestor salienta o facto da aposta forte da marca na garantia, que passou “de 5 para 7 anos sem limite de quilómetros, o que é uma mais valia para o consumidor e demonstra a sua qualidade”. Para além disso, acrescenta Henrique Rodrigues, “a Hyundai aposta forte, e está na linha da frente, na inovação e na criação de viaturas amigas do ambiente, numa gama de eléctricos, híbridos e plugins”. As questões ambientais estão também no topo das prioridades da Soveco, que promove acções “onde tentamos sensibilizar os nossos clientes para a defesa do ambiente, uma preocupação que deve ser de todos”, sublinha Henrique Rodrigues, destacando o facto “do consumidor português mostrar essa preocupação e procurar, cada vez mais, viaturas ecológicas”. Neste âmbito, destacou, “o mercado dos veículos eléctricos está a crescer fortemente”. Ao voltar a representar a Hyundai, a Soveco aproveitou a prata da casa, tanto na parte técnica como comercial, que já tinham trabalhado na marca, para além de um espaço próprio dentro das instalações da empresa no Parque Industrial de Coimbrões, em Viseu. www.gazetarural.com

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Certame vai decorrer de 25 a 27 de Outubro

Sernancelhe espera milhares de pessoas na Festa da Castanha

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ernancelhe prepara-se para a XXVII Festa da Castanha, que vai decorrer de 25 a 27 de Outubro, num fim de semana onde, mais uma vez, são esperados milhares de visitantes. Este é o evento com maior longevidade do concelho, uma festa da tradição e da identidade, um evento que alia a cultura à economia, o saber ancestral às novas dinâmicas do sector agrícola, promovendo o concelho como um espaço de referência na produção de castanha da variedade Martinha no nosso País. Mais do que promover alterações ou novidades, a autarquia de Sernancelhe quer manter a qualidade do certame e estar preparada para receber bem os visitantes que naquele fim de semana ali demandam. Essa foi a preocupação demonstrada por António Mateus, vereador da Cultura e Turismo da Câmara de Sernancelhe, em conversa com a Gazeta Rural. Gazeta Rural (GR): Há alguma novidade para a Festa da Castanha? António Mateus (AM): Não apontaria novidades, pois estamos a falar de um formato com bastantes edições, que já deu provas do que interessa apresentar e promover neste certame e isso não vamos alterar. A Festa da Castanha tem obrigatoriamente alguns programas e actividades que são para manter, pois são elas que dão alma e uma característica diferente ao certame. Sem falar em novidades, procuramos melhorar todos os anos algumas situações, que não têm a ver com a programação da Festa ou das actividades associadas, mas para as quais temos que estar cada vez mais preparados, nomeadamente uma adesão em massa de visitantes. Basta olharmos para o número de agentes turísticos que nos 38

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solicitam informações para agendarem excursões e pelo número de inscritos nas diversas actividades. Por exemplo, na caminhada vamos equacionar se mantemos as inscrições abertas, dado que o número de inscritos do ano passado (1300) já foi ultrapassado em cerca de 30%. É nisto que estamos mais atentos, não tanto em inovar, mas em estar precavidos e ter uma planificação bem feita para receber os muitos milhares de pessoas que vêm a Sernancelhe no fim de semana da Festa da Castanha. Queremos ter um certame onde haja segurança, onde o visitante se sinta bem, por exemplo com mais parques de estacionamento, com ligação, de meia em meia hora, destes ao local do certame com minibus e vice-versa. Um aspecto que reputamos de importante, tem a ver com a planificação nas áreas de restauração. Quem visita a feira procura um bom lugar para estacionar, bons acessos, um boa diversão e acolhimento e que fique satisfeito os produtos que compra e com a oferta gastronómica. Temos que estar preparados para manter a qualidade do certame, contando com um número maior de visitantes. GR: Para além da Festa e tudo o que gira em torno dela, a castanha é um cartaz turístico? AM: Cada vez mais. Este não é um certame regional. Para além das pessoas da região que vêm a Sernancelhe, temos excursões marcadas de todo o país, a maior parte delas têm no programa a visita à Festa da Castanha e ao Santuário da Lapa. Este é um visitante que não pernoita. O que pretendemos reforçar é a aposta num visitante que venha à Festa e que fique mais dias, contribuindo para a hotelaria e restauração do concelho. Contudo, as camas disponíveis em Sernancelhe e nos concelhos à volta já estão esgotadas. Basta dizer que há excursões com estadias marcadas para Viseu e São Pedro do Sul, que vêm à feira no sábado e voltam no domingo.


Parque Industrial Coimbrões, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt Parque Industrial Coimbrões, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU www.soveco.pt Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt www.gazetarural.com www.soveco.pt

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