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Ministra da Agricultura inaugura Feira do Pastor e do Queijo em Penalva do Castelo
Sopas e folclore são ingredientes para um festival único em Sernancelhe
Feira 100% Agrolimiano quer “preservar e divulgar a cultura agrária de Ponte Lima” Feira do Fumeiro de Vinhais comemora “em grande” 40 anos Festival divulga e reforça a competitividade dos Sabores Mirandeses
Macedo de Cavaleiros espera 40 mil visitantes na Feira da Caça e do Turismo Feira do Porco Alentejano recebe delegações de Itália e Croácia Mostra Gastronómica em Arraiolos promove “Semanas do Porco” Prova de Vinhos de Porto raros no Mercado Velho de Tondela Cientistas alertam que as alterações climáticas ameaçam produção de vinho
Aldeias Históricas de Portugal lideram comunidade internacional de Destinos Turísticos Sustentáveis Incêndios podem afetar qualidade da água em Lisboa
Ficha técnica Ano XV | N.º 355 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Paulo Barracosa | Rita Barata Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores. 2 www.gazetarural.com
Produtos regionais esgotaram na Feira do Fumeiro de Montalegre Ministra da Agricultura apela a uma transição justa e equilibrada para os agricultores
Projeto prevê produzir biocombustível avançado com resíduos da poda de árvores Cinema e fotografia marcam programação anual da rede museológica de Viseu Restaurantes da Sertã oferecem degustação grátis de Maranho e Bucho
“Trovas de D. Dinis na Terra do Ferro” é tema da Feira Medieval de Moncorvo Politécnico de Viseu quer repensar ensino superior no interior do país
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Em Penalva do Castelo a 8 e 9 de Fevereiro
Ministra da Agricultura inaugura Feira do Pastor e do Queijo M
aria do Céu Albuquerque vai marcar presença na abertura da Feira do Pastor e do Queijo que acontecerá em Penalva do Castelo nos dias 8 e 9 de Fevereiro. A ministra da Agricultura vai ouvir as preocupações do presidente da Câmara de Penalva do Castelo relativamente à necessidade de apoiar os produtores de queijo e não a promoção do produto. Francisco Carvalho, em entrevista à Gazeta Rural, defende que “o queijo ‘Serra da Estrela’ tem que ser visto como um produto raro e tem que ser pago como tal”. Dado o programa da Feira, - com José Malhoa a actuar no sábado à tarde, e, no dia seguinte, o ‘Somos Portugal’, da TVI, - o autarca de Penalva do Castelo acredita num aumento em cerca de 20% do número de visitantes.
feira do queijo da região tem para o país. A sua presença na cerimónia de abertura é a demonstração desse facto. A acrescer a isto, e é uma nota importante, - segundo informação que recebemos dos produtores, - o facto da qualidade do queijo ser este ano de muito boa qualidade, melhor que no ano passado. Os nossos produtores estão interessados, e entusiasmados, em dignificar a feira, tornando-a mais apelativa. Nesse sentido, os stands terão imagens das queijarias de forma a que o consumidor se sinta enquadrado com a paisagem da região. Desta forma, pressinto que vamos ter um acrescento de visitantes na ordem dos 20%.
Gazeta Rural (GR): Este ano a Feira vai ter mais expositores? Francisco Carvalho (FC): Vamos ter mais expositores, GR: O que vai dizer à ministra da Agricultura? nomeadamente na área do artesanato. Acedemos a um pedido FC: Tendo ela sido autarca em Abrantes, uma região da estação de Televisão que vai estar na Feira, no sentido de agrícola e no interior, vou sensibilizá-la para o produto, enriquecer o programa que vai ser transmitido em direto e que que é o rei do evento. Vou pedir-lhe para olhar para terá como pano de fundo a Igreja da Misericórdia de Penalva, os produtores, para os pastores que andam como os que é ímpar. rebanhos e para as queijeiras que fazem este produto de O grande objectivo da Feira do Queijo é promover o território e o enoturismo. O concelho aproveita sempre estes excelência. A actual ministra da Agricultura herdou, do anterior eventos para promover os seus três produtos de excelência, governo, um projecto para a fileira do queijo na Região que são a maçã Bravo de Esmolfe, o vinho do Dão de Penalva Centro, que visa promover o queijo desde Castelo Branco e, naturalmente, o queijo ‘Serra da Estrela’. até à Serra da Estrela. Não são necessários incentivos à No resto, e como costumo dizer, à medida que vamos comercialização, mas sim à produção, não tanto no aspecto fazendo os eventos, também vamos acrescentando valor. formativo, pois os nossos pastores têm o ‘saber fazer’, O facto de termos cá a senhora Ministra da Agricultura é nasceram no meio e sabem como produzi-lo muito bem. É o reconhecimento da grande importância que a primeira 4
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para a produção que deve haver incentivos. As técnicas de venda e de marketing são necessárias na grande distribuição. É preciso lembrar que os pequenos produtores têm o queijo todo vendido na Feira e à porta das suas queijarias. E não são necessárias grandes promoções. O projecto para a fileira do queijo, que foi entregue a uma empresa de Castelo Branco, com cursos para pastores, etc, tem pouco a ver com as necessidades da produção. Tem que haver incentivos para a criação de ovelhas, para os pastores, linhas de apoio para a certificação e melhoria das queijarias, para que o agricultor possa melhorar a produção, aumente a qualidade, sem sacrificar o seu património.
“O queijo ‘Serra da Estrela’ tem que ser visto como um produto raro” GR: Há aumento criadores de gado e produtores de leite e queijo no concelho? FC: Segundo os dados que temos, há mais produção de leite na região, que resulta de uma maior procura, o que torna o produto mais rentável. Hoje, um pastor se quiser tirar um bom salário, pode fazê-lo sem produzir queijo, pois há uma grande procura de leite de qualidade no mercado. Se fizer queijo ‘Serra da Estrela’ e se for praticado o preço que defendo há algum tempo, na ordem dos 20 euros o quilo, a rentabilidade pode ser maior. É que o queijo ‘Serra da Estrela’ tem que ser visto como um produto raro, de grande qualidade, e tem que ser pago como tal.
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De 14 a 16 de Fevereiro há milhares de litros de sopa para degustar
Sopas e folclore são ingredientes para festival único em Sernancelhe D
ezoito associações, dez ranchos folclóricos e milhares de litros de sopa são os ingredientes para um evento único, que atrai milhares de visitantes. O Festival de Sopas de Sernancelhe vai na sétima edição e é um evento singular, que alia a manifestação etnográfica, proporcionada por dez ranchos folclóricos do nosso país, ao saber ancestral da confecção das sopas. Em conversa com a Gazeta Rural, o vereador com o pelouro da Cultura, responsável pela organização do evento, diz que este “é um evento surpreendente”, que se está a aproximar da Feira da Castanha em número de visitantes. Armando Mateus, à Gazeta Rural, diz que é “um evento genuíno, com identidade e que mostra a alma e as tradições de um povo”. Gazeta Rural (GR): O VII Festival das Sopas já ganhou um espaço de relevo no calendário de eventos do concelho? Armando Manuel Mateus (AMM): Sim. O Festival é um evento surpreendente, uma vez que conseguiu captar imensos visitantes e entusiastas da gastronomia, das tradições e do folclore. É um evento que vai na sétima edição e que consegue atrair bastante público. Além disso, caminha a passos largos para atingir um número de visitantes semelhante ao que temos no nosso maior certame, que é a Festa da Castanha. O sucesso deste evento, no que concerne à capacidade de atração de pessoas, tem a ver com o facto de ser um evento genuíno, com identidade e que mostra a alma e as tradições de um povo. GR: É mais que um evento gastronómico? AMM: Naturalmente que sim. É que, associado à gastronomia, apela a uma causa, que é termos uma alimentação saudável, e apela também à questão da sustentabilidade que é esgotar os produtos endógenos, os produtos locais, que está distribuída pelas diferentes 6
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freguesias do concelho e que utiliza os produtos agrícolas dos pequenos agricultores. Há, portanto, uma sustentabilidade e uma lógica de escoamento de produtos, na sua grande maioria produzidos de forma natural e biológica. Estamos a falar de uma agricultura familiar e tradicional, que muitas vezes tem dificuldades em escoar estes produtos. Além disso, tem outro princípio que reputo de muito interessante, pois é organizado com todas as associações culturais, recreativas e desportivas do concelho, onde, pelo seu desenvolvimento do trabalho, são beneficiários da venda das malgas que se faz nos três dias do festival, desmarcandose assim daquela questão de associações subsídiodependentes. Acrescentar ainda que, sendo este evento planeado e organizado pelo município, são as associações que produzem alguns milhares de litros de sopa durante os três dias.
GR: Como é que este evento provocou a recuperação de algumas receitas tradicionais? AMM: Cada associação tem uma distribuição pelas diferentes freguesias, ainda que estejam num território muito próximo, mas a verdade é que cada freguesia tem uma cultura, uma prática, uma lenda, uma história que está associada às questões da gastronomia. As associações localizadas nas zonas mais ribeirinhas, apresentam as sopas associadas ao rio Távora, nomeadamente de peixe do rio. Há associações que estão em territórios de montanha, que nos apresentam as sopas de castanha ou à lavrador, onde se destaca o feijão. Há outras, como a 5 Reis de Gente ou os Baldios do Carregal,
fazia sentido eleger a melhor. que baseiam a sua gastronomia na obra de Mestre Aquilino Ribeiro, como, por exemplo, a GR: Este Festival marca o calendário de eventos do concelho, que tem sopa dos Gravanços com o bacalhau. A Sarzeda por objetivo atrair visitantes ao concelho, mas fundamentalmente todos os anos apresenta uma sopa diferente, recuperar tradições? tal a riqueza em lendas e história. Em 2019 AMM: Sim. Quando organizámos este evento gastronómico apresentaram a Sopa das 3 Marias. A lenda diz percebemos que tínhamos que lhe associar uma componente lúdica, que eram três irmãs e cada uma tinha apenas um artística e entretenimento. Como estávamos a falar de tradições, produto: uma o feijão, outra a batata e a outra as hábitos e de uma cultura gastronómica, entendemos que tínhamos couves. Pela dificuldade ao tempo, só as três juntas que lhe associar a etnografia e o folclore. Por isso é que, associado conseguiriam fazer a sopa. Esta curiosa história de ao Festival das Sopas, temos um Encontro de Ranchos Folclóricos. partilha associada a uma sopa e contá-la é bastante O folclore e a etnografia têm um registo de tradição e de cultura. interessante. Entendemos também que era uma forma de motivar e cativar mais Mas há outras. Por detrás destas sopas há uma lenda os visitantes. ou uma história que as associações locais aproveitam e Procuramos ter alguma diversidade de grupos das diferentes que revela também a riqueza desta região. regiões do país. Este ano temos um grupo do Algarve e os restantes No primeiro ano do Festival fizemos um concurso centram-se mais na região da Beira, Minho e Trás-os-Montes. para eleger a melhor sopa, mas rapidamente Acredito que a junção deste espectáculo folclórico com esta entendemos que a dedicação de todos era tanta montra gastronómica é um grande atrativo e uma aposta ganha e que as sopas apresentadas tinham uma grande para termos tão grande número de visitantes neste festival. riqueza histórica, gastronómica e cultural, que não
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A realizar de 21 a 23 de Fevereiro
Feira das Tradições de Pinhel integra comemorações
250 anos de elevação a cidade A
XXV Feira das Tradições e Atividades comemorações, que coincidem com a criação dos 250 anos da Económicas de Pinhel, a realizar de 21 a 23 diocese local, que não existe em termos religiosos, mas possui um de Fevereiro, será dedicada à temática dos 250 bispo titular. anos da cidade (“250 anos de História, 25 anos O padre Jorge Castela, presente no encontro com os jornalistas, de Emoções”). O evento que tem vindo a crescer adiantou que ao longo do ano a paróquia realizará jornadas de e a afirmar-se pela qualidade com que brinda os estudo e pastorais, concertos de música de inspiração cristã, entre milhares de visitantes que anualmente passam outras iniciativas. pelo recinto daquele que é já considerado o maior Quanto à programação a realizar este ano pela autarquia no certame de Inverno da Beira Interior. âmbito da ação “Pinhel - Cidade do Vinho 2020”, o presidente As comemorações dos 250 anos da elevação da Câmara destacou as galas de abertura e de encerramento, e de Pinhel (Agosto de 1770) a cidade têm uma iniciativas de divulgação dos vinhos locais e da Beira Interior, não programação muito diversa e de qualidade, a realizar só em Pinhel, como também no país e no estrangeiro. ao longo do ano. “2020 é um ano muito importante Uma das iniciativas para promover os vinhos locais inclui para a nossa cidade e para o nosso concelho”, afirmou o lançamento de 3.000 garrafas do vinho “250 da Cidade de o presidente da autarquia de Pinhel na apresentação Pinhel”, adquiridas à adega cooperativa local, que serão do programa comemorativo dos 250 anos da cidade e oferecidas aos participantes em iniciativas e vendidas no Posto do projeto “Pinhel - Cidade do Vinho 2020”. Segundo de Turismo de Pinhel, de acordo com Rui Ventura. Rui Ventura, a programação delineada pelo município Ao longo de todo o ano, será também realizada a atividade é “muito diversa, mas de qualidade e abrangente”. “Alegria Engarrafada”, que consiste na divulgação e Os 250 anos vão ser comemorados com momentos comercialização dos vinhos de Pinhel em várias cidades do de música clássica, uma maratona de orquestra de país. bolso, uma homenagem à fadista Amália Rodrigues, Com a iniciativa “Cidade do Vinho 2020”, aquele município espetáculos de teatro, de música e de artes cénicas, do distrito da Guarda pretende “valorizar o trabalho” dos entre outras iniciativas. agricultores do concelho que “contribuem para a geração O município de Pinhel também vai proceder ao de riqueza” e também valorizar a região vitivinícola da Beira lançamento de várias publicações como uma antologia Interior, onde o território se insere. poética dos autores locais e uma obra sobre as “Artes Vindouras de Pinhel”, e realizar jogos florais. A Paróquia de Pinhel também se associa às 8
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Oitava edição vai decorrer nos dias 15 e 16 de Fevereiro
Feira 100% Agrolimiano quer “preservar e divulgar a cultura agrária de Ponte Lima” O
município de Ponte de Lima promove, a 15 e 16 de Fevereiro, a oitava edição da Feira 100% Agrolimiano, certame que decorrerá no pavilhão da Expolima, e que nas palavras do vereador com o pelouro do Desenvolvimento Rural daquele município minhoto visa “preservar e divulgar a cultura agrária de Ponte Lima”. Segundo Paulo Jorge Sousa, em entrevista à Gazeta Rural, este certame integra o projeto “Em Época Baixa, Ponte de Lima em Alta”, que tem como objectivo, entre outros, atrair cada vez mais turistas ao concelho, mas também promover os produtos locais, como o mel, sidra, vinho verde, enchidos e fumados, fruta, hortícolas, cogumelos, carne, leite, e também animais criados no concelho limiano. Gazeta Rural (GR): O que representa, neste momento, a Agrolimiano para o concelho? Paulo Jorge Barreiro de Sousa (PJBS): A Feira 100% Agrolimiano está de volta a Ponte de Lima, para preservar e divulgar a cultura agrária de Ponte Lima. De olho no mercado consumidor, mas também produtor, a Feira faz o apogeu do mundo rural limiano. Durante dois dias são apresentados produtos produzidos ou transformados no concelho, como mel, sidra, vinho verde, enchidos e fumados, fruta, hortícolas, cogumelos, carne, leite, e também animais criados no concelho limiano. A valorização crescente do caráter do produto endógeno tem vindo a criar novos postos de trabalho, e potenciais negócios, com produtos inovadores e de excelente qualidade, 100% limianos. GR: Quais as perspetivas para a edição deste ano? PJBS: Promover e potenciar os produtos endógenos do concelho, em prol dos agentes locais, de empresários do setor turístico, hoteleiro, e da restauração, gerando retorno económico e novas oportunidades para a economia local 10
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e para os visitantes e turistas, é a missão desta iniciativa que vai já na oitava edição. GR: Este é um certame que integra o calendário de eventos em época baixa. Está consolidado? PJBS: Sim, este certame integra o projeto “Em Época Baixa, Ponte de Lima em Alta”. É um projeto que apresenta especial relevância na dinâmica da vila, com eventos que vão ao encontro da estratégia de desenvolvimento do território e que procuram contrariar as consequências da sazonalidade, operando como uma alavanca da economia do concelho. Este tipo de iniciativas tem levado a um aumento significativo do número de turistas ao concelho, apoiando esta afirmação no aumento do número de visitantes ao Posto de Turismo da Ponte de Lima, em época baixa e em época alta.
GR: Num breve olhar, como está o sector primário do concelho? PJBS: Está em crescimento. Tem reagido de uma forma extraordinária ao apresentar um conjunto alargado de produtos inovadores no ramo agroalimentar, quer seja em carnes brancas, fumados e enchidos, quer em novos produtos ligados ao chocolate e às bebidas licorosas. Por outro lado, tem apostado na inovação dos métodos produtivos que se refletem na qualidade excecional dos produtos limianos, desde o leite, o vinho, as hortícolas e as frutícolas, entre outros.
Realiza-se de 6 a 9 de Fevereiro
Feira do Fumeiro de Vinhais comemora “em grande” 40 anos V
inhais vai estar em festa, de 6 a 9 de Fevereiro, com a realização da Feira do Fumeiro, que este ano comemora 40 anos. 457 expositores, 257 em área coberta, em mais de 25 mil metros quadrados de exposição e algumas dezenas de milhares de visitantes são os números de um mais maiores certames dedicados ao fumeiro. Se a isto juntarmos os seis milhões de euros que o certame gera na economia local, podemos daqui concluir a enorme importância que o mesmo representa para este concelho transmontano. À Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Vinhais diz que a fileira do fumeiro “é um motor da economia durante todo o ano” e um “setor é fulcral no desenvolvimento deste território do interior”, sustenta Luis Fernandes. Gazeta Rural (GR): Quais as expectativas para a edição deste ano e o que mais destaca da mesma? Luís dos Santos Fernandes (LSF): Quando falamos da Feira do Fumeiro de Vinhais as expectativas só podem ser as melhores, por tudo aquilo que este evento representa, pela sua enorme projeção e pelo dinamismo que lhe é característico. Para esta edição comemorativa dos 40 anos, desta que já é também uma grande festa, dispomos de um programa muito atrativo e diversificado. GR: Que importância tem este sector para o território do concelho? LSF: O fumeiro, conjuntamente com a castanha, são os principais produtos deste concelho e aqueles que mais influência têm na nossa economia. Assim a importância deste setor é fulcral no desenvolvimento deste território do interior. GR: O que representa a feira e o sector do fumeiro para a economia de Vinhais? LSF: A Feira do Fumeiro é uma montra e uma festa para
valorizar ainda mais este produto, sendo que a fileira do fumeiro é um motor da economia durante todo o ano. Claro que a Feira movimenta cerca de 6 milhões de euros, mas, neste caso, a feira não se reduz à venda do fumeiro, com os milhares de visitantes que temos anualmente, são vários os setores que beneficiam, como o alojamento e a restauração. GR: Há rejuvenescimento do sector? LSF: Sim, felizmente é um setor pelo qual tem havido cada vez maior interesse, todos os anos temos novos pedidos para participar na feira do Fumeiro, o que significa que há novos produtores, mais pessoas que querem fazer parte desta fileira, e muitos deles são jovens.
GR: Quais os desafios que o mundo rural enfrenta? LSF: Os desafios do mundo rural são muitos, mas as potencialidades são ainda mais, basta ver que a agricultura é dos setores que mais cresce. Desta forma, é importante criar mais condições que permitam uma maior fixação da população e um maior desenvolvimento. GR: De forma genérica, como está o sector primário do concelho? LSF: O setor primário é, como sabemos, o motor da nossa economia, como já referidos os casos da castanha e do fumeiro, que assumem uma grande importância, tal como a pecuária. É um setor que funciona bem no nosso concelho, mas a verdade é que precisa de mais apoios para se desenvolver, não pode estar apenas alavancado no poder local. www.gazetarural.com
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De 14 a 16 de Fevereiro, em Miranda do Douro
Festival divulga e reforça a competitividade dos Sabores Mirandeses A
poiar e reforçar a competitividade dos produtos tradicionais GR: O que contribuiu para o êxito deste e locais é um dos propósitos importantes da realização do evento? Festival de Sabores Mirandeses, que este ano vai decorrer de AN: Existem vários fatores que têm 14 a 16 de Fevereiro. O evento, organizado pela Câmara de contribuído para o êxito deste evento, dos Miranda do Douro, conta com a presença de cerca de uma centena quais destacamos, desde logo, a excelência dos de expositores de diversos sectores de actividades, com destaque produtos e de tudo o que envolve o Festival, as para o fumeiro e para as raças autóctones da região, e espera ações de promoção bem conseguidas e o sucesso receber muitos milhares de visitantes vindos dos dois lados da organizativo, num esforço constante em superar fronteira. ano após ano, bem como a qualidade percebida O presidente da Câmara de Miranda do Douro, à Gazeta Rural, deste evento. Ao sucesso do evento não é, ainda, de realça a importância do evento para a valorização e promoção modo algum alheio o saber receber que caracteriza do território. Artur Nunes, questionado sobre o momento que a hospitalidade dos mirandeses. o sector primário vive na região, diz que “a efectiva e justa valorização económica dos produtos locais poderia ser um bom GR: Este é um festival gastronómico que contributo para estimular a dinamização de um sector com evidencia e promove os produtos locais e as raças grande potencial”. autóctones? AN: A essência do Festival de Sabores Mirandeses é Gazeta Rural (GR): Este festival já se tornou num ‘chamariz’ mesmo essa, apoiar e reforçar a competitividade dos para Miranda dos dois lados da fronteira? produtos tradicionais e locais, desde o artesanato, Artur Nunes (AN): O Festival de Sabores Mirandeses há a doçaria e as raças autóctones (Vitela Mirandesa, muito que se tornou num evento de referência na região, Cordeiro de Raça Churra Galega Mirandesa, porco e procurando também, ano após ano, aumentar a sua visibilidade seus derivados). Trata-se de uma aposta determinada e notoriedade a nível nacional. Nos últimos anos tem-se em tudo aquilo que não só caracteriza como também apostado também, de forma mais acentuada, em ações de define a terra e as gentes de Miranda do Douro. promoção em Espanha, o que se tem vindo a traduzir num número crescente de visitantes oriundos do país vizinho. GR: A realização do Encontro Cinegético é acrescentar As dinâmicas de crescimento, quer do número de novo polo de atratividade ao festival? expositores quer de visitantes, determinou a criação de AN: Podemos dizer que sim. O Encontro Cinegético, que novas condições de natureza logística, assim como a decorre no âmbito do Festival de Sabores Mirandeses, atrai transferência do evento para uma das mais nobres zonas todos os anos centenas de pessoas a Miranda do Douro. da cidade, criando-se um muito maior nível de envolvência Pretende-se desta forma não só dinamizar e potenciar os de toda a cidade no evento. recursos cinegéticos da nossa região, mas também dar a 12
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conhecer o nosso patrimônio natural e paisagístico. Os participantes podem degustar a nossa gastronomia local, como seja a posta mirandesa, o cordeiro de raça churra mirandesa, o fumeiro, a bôla doce mirandesa e demais produtos regionais de excelência. GR: Que repercussões tem este evento no território? AN: A divulgação dos produtos locais constituí um factor decisivo para a sua valorização e, por conseguinte, um contributo para a criação e manutenção de canais de procura que permanecem activos durante todo o ano. Essa é uma das maiores mais-valias potenciadas pelo evento. A excelência dos produtos locais produzidos nas terras de Miranda do Douro suscita a sua procura ao longo de todo o ano em que os mesmos podem estar disponíveis. GR: Como está o setor primário do concelho e quais as maiores dificuldades que enfrenta? AN: É factor recorrente o notório despovoamento de todo o Nordeste Transmontano e a esta dinâmica de esvaziamento populacional não escapa, infelizmente, a Terra de Miranda. Embora no concelho de Miranda do Douro se registe um estancamento dos movimentos migratórios para fora, a verdade é que as grandes dificuldades do sector primário advêm do facto de ser um território de baixa densidade demográfica, ao que se alia um envelhecimento acentuado da população residente. A efectiva e justa valorização económica dos produtos locais poderia ser um bom contributo para estimular a dinamização de um sector com grande potencial. www.gazetarural.com
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Até ao dia 2 de Fevereiro
Macedo de Cavaleiros espera 40 mil visitantes na Feira da Caça e do Turismo
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uarenta mil é o número estimado de visitantes que são esperados na Feira da Caça e do Turismo, que vai decorrer em Macedo de Cavaleiros de 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro, e que contará com cerca de 200 expositores, das mais diversas áreas associadas ao evento. Serão quatro dias de muitas atividades associadas. Em entrevista à Gazeta Rural, o vereador da autarquia de Macedo de Cavaleiros responsável pelo certame diz que, fruto do trabalho levado a cabo ao longo de um quarto de século “foi possível fazer desta uma das maiores feiras nacionais do setor e a maior na região Norte”, refere Rui Vilarinho. Gazeta Rural (GR): A Feira da Caça tornou-se um ‘ex-libris’ do concelho. O que mais contribuiu para o êxito deste evento? Rui Vilarinho (RV): A Feira da Caça tornou-se um ex-libris do concelho, fruto do esforço feito quase há um quarto de século para juntar duas atividades que acabam por estar interligadas, como são a Caça e o Turismo. Em vez de termos aqui apenas uma feira de artigos ligados ao sector cinegético, juntamos num mesmo espaço e ao longo de vários dias uma panóplia de atividades que estão intimamente ligadas ao setor da caça, desde a gastronomia local aos artigos de caça, sem esquecer os espaços turísticos, a glorificação do cão de caça ou a promoção das montarias. Respeitando o espaço de cada atividade foi possível fazer desta uma das maiores feiras nacionais do setor e a maior na região Norte. GR: Que expectativas tem para a edição deste ano e o que destaca da mesma? RV: São expectativas similares às dos anos anteriores. O modelo em vigor é claramente vencedor e, perante isso, 14
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não vale a pena estar a mexer muito. Em destaque este ano temos a segunda edição do Seminário de Turismo do Interior, que este ano vai debruçar-se sobre o turismo de natureza. Esta é uma área onde Macedo de Cavaleiros tem singularidades muito interessantes para apresentar, desde a Paisagem Protegida do Azibo até ao Geopark Terras de Cavaleiros, com o seu Umbigo do Mundo em Morais. Temos uma oferta turística que cobre quase todo o ano, desde o Entrudo Chocalheiro, ao período da caça e, naturalmente, sem esquecer o Verão com a Albufeira do Azibo. Depois temos todo um conjunto de atividades paralelas que vão envolver grande parte do concelho, como as montarias em quatro freguesias diferentes, as corridas de galgos, o concurso de beleza de cães, o raid turístico de todo o terreno, o trail da Rota do Corço, a copa Ibérica de Cetraria, o Troféu Ibérico Santo Huberto e, claro, a VII Rota Gastronómica do Javali à qual aderiram praticamente todos os restaurantes do concelho e que, nestes dias, vão ter sempre um prato de javali na ementa.
GR: Como está e o que representa o sector da caça para o concelho? RV: O sector da caça no concelho não está muito diferente do que é a realidade nacional. Há cada vez menos caça menor, as obrigações legais também desencorajam mais os caçadores, os custos são cada vez mais avultados. Tudo, em conjunto, contribui para que haja cada vez menos caçadores.
GR: A aposta de Macedo de Cavaleiros no turismo cinegético está consolidada? RV: A aposta no turismo cinegético pode e deve ser consolidada. Somos uma das principais regiões do país de caça maior, mas padecemos de um problema que afeta todos os segmentos de turismo, que é a pouca oferta hoteleira no concelho. Estamos a trabalhar para que se consiga aumentar a oferta, mas a burocracia envolvida acaba, muitas vezes, por fazer os investidores desistir dos seus projetos. GR: O que ganhou o território com essa aposta? RV: A aposta que tem sido feita, embora possa ser desenvolvida, já ajudou a que, sobretudo na caça maior, Macedo de Cavaleiros seja um território de referência. Com isso, como é natural, conseguimos atrair mais gente para o concelho. Vejamos o exemplo da Feira da Caça e do Turismo, em que cerca de 700 a 800 pessoas, entre caçadores e familiares, se deslocam para o nosso território para participar nas diversas atividades. GR: De forma global, como está o sector primário no concelho? RV: Tem existido algum trabalho, sobretudo das cooperativas, para reforçar a aposta na produção de azeite e vinho e também na pecuária, mas sabemos que o território, no geral, padece de uma desertificação populacional, o que, como é natural, se reflete também aqui.
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Edição de 2020 vai decorrer de 27 a 29 de Março, em Ourique
Feira do Porco Alentejano recebe delegações de Itália e Croácia
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De 3 a 9 de Fevereiro, em Vila Viçosa
Festival Gastronómico “Vila Viçosa à Mesa” apresenta a Semana do Porco
elegações de Itália e Croácia vão marcar presença na edição de 2020 da Feira do Porco Alentejano, que vai decorrer de 27 a 29 de Março, em Ourique. Este evento assume, cada vez mais, relevância internacional na afirmação da capacidade produtiva agroalimentar e pecuária. É também um dos mais importantes certames de promoção do Mundo Rural, das marcas de identidade do território de Ourique e ai decorrer de 3 a 9 de Fevereiro, em Vila dos saberes e sabores da região. Viçosa, o Festival Gastronómico “Vila Viçosa Com a consolidação da fileira do porco alentejano e do certame no à Mesa, desta vez dedicado ao porco”. Os restaupanorama nacional, desde a realização do VII Congresso Mundial do rantes aderentes apresentam neste período as suas Presunto, em 2013, o evento tem contado com a presença de repremelhores iguarias de carne de porco, podendo ser sentações de outros países em que o presunto assume importância degustados pratos de secretos, plumas, bochechas, nas economias locais e na afirmação do Mundo Rural. pezinhos, lombinhos, febras, entrecosto, costeletas, O município de Ourique acolhe assim delegações de dois países cachaço, feijoada, cachola da matança, confecionaque partilham com Portugal uma resiliente comunidade rural comdos através da aplicação de diversas receitas tradicioprometida em valorizar os seus produtos regionais nos territórios nais e com os mais variados acompanhamentos. nacionais e no plano internacional, como expoente de qualidade A Semana do Porco no Festival Gastronómico “Vila do labor de um povo. Viçosa à Mesa” é o tempo do reencontro com os praO presunto de Parma (no original em italiano, prosciutto di Partos típicos da cozinha tradicional alentejana, onde a ma) é um dos presuntos mais famosos da Itália, um produto com carne de porco é soberana. É nesta época do ano que denominação de origem protegida (DOP), feito com pernas de a identidade cultural alentejana, nos costumes do ciclo porcos criados nas regiões central e norte da Itália, com uma da vida rural, traz à mesa a apaladada “carne do alguialimentação especial: cevada, milho, fruta e o soro e restos de dar” e se fazem os enchidos. coalho do queijo parmesão. Este Festival Gastronómico, que decorre durante o O presunto da Cróacia é produzido na região da Ístria e na reano na primeira semana de cada mês e onde os visitangião da Dálmata. Ao contrário da Croácia costeira do Sul, onde tes poderão encontrar os pratos característicos de cada os dálmatas defumam o presunto, os ístrios curam a carne época do ano, “dá corpo e alma à oferta gastronómica do com o forte vento setentrional dos Bura. O presunto da Ístria concelho e pretende elevar mais alto esta oferta, aliciar é envelhecido de 12 a 18 meses, dependendo das condições e trazer aos estabelecimentos de restauração do concelho os muitos turistas e visitantes que nos procuram, com climáticas. ofertas gastronómicas temáticas que evidenciam o melhor O município de Ourique continua a concretizar políticas que há para degustar em Vila Viçosa”, refere a autarquia autárquicas centradas nas pessoas, na valorização do terrialentejana. tório e na afirmação de Ourique e do seu Mundo Rural.
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Iniciativa destina-se a promover a gastronomia regional
Fevereiro é o mês das Migas nos restaurantes do concelho de Mora F
evereiro é o mês das Migas em 11 restaurantes do concelho de Mora, iniciativa destinada a promover a gastronomia regional e a atrair visitantes. O Mês das Migas, evento gastronómico de reconhecido sucesso, é levado a efeito anualmente pela Câmara de Mora, em colaboração com a restauração local. Com a realização deste evento gastronómico pretende-se atrair movimento ao concelho, através da valorização da gastronomia alentejana e da promoção de um prato típico e tão apreciado como é o caso das migas. A autarquia considera que, apesar de ao longo do ano as migas serem uma constante nas ementas dos restaurantes, em Fevereiro, a oferta é adaptada ao evento e as sugestões de pratos de migas e respectivas combinações são as mais diversas. “Edição após edição, surgem inovações resultantes da imaginação e trabalho dos restaurantes participantes”, refere o município. As migas constituem, segundo os especialistas, “um prato que tem tanto de delicioso como de versátil”, visto que há migas de espargos, de batata, gatas e de coentros, passando pelas de ovas e de enchidos, entre outras. A base é o pão alentejano e os acompanhamentos podem ser os mais variados, havendo “migas para todos os gostos”.
De 8 a 23 Fevereiro nos restaurantes aderentes
Mostra Gastronómica em Arraiolos promove “Semanas do Porco” I
ntegradas na Mostra Gastronómica do Concelho de Arraiolos, vão decorrer de 8 a 23 Fevereiro as “Semanas do Porco”, evento promovido pela Câmara de Arraiolos. Os restaurantes do concelho apresentam os pratos típicos e a gastronomia tradicional do concelho e do Alentejo. As mais de duas de dezenas de estabelecimentos de restauração aderentes integram nas suas ementas o melhor da cozinha arraiolense, percorrendo os sabores que os ciclos da natureza determinavam, tradicionalmente. Refira-se a presença do porco na “Empada de Arraiolos®” e nos “Pasteis de Toucinho”, produtos de elevada relevância na mesa dos arraiolenses. As semanas temáticas decorrem ao longo do ano, culminando com XXI Mostra Gastronómica, o XIII Festival da Empada e Feira do Tapete de Arraiolos, no Arraiolos Multiusos, no inicio do Outono de 2020. 18
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Mais uma distinção internacional para um vinho que é uma referência
Casa de Santar Reserva Branco 2017 recebeu 90 pontos
do crítico Mark Squires
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om o ADN do Dão bem vincado, o ‘Casa de Santar Reserva Branco 2017’ continua a conquistar a crítica internacional. Mark Squires, o avaliador da equipa liderada por Robert Parker para os vinhos portugueses, que escreve na prestigiada Wine Advocate, atribuiu 90 pontos a esta referência, conferindo-lhe um selo de qualidade indiscutível. Escreve Squires nas suas notas de prova que “é um vinho que permanece em boca, com a fruta fina bem definida e que tem grande potencial de envelhecimento em garrafa”. Castas típicas do Dão como a cerceal, encruzado e bical fazem deste vinho uma das referências da Região Demarcada do Dão, tendo o seu homólogo de 2015 já sido distinguido em 2018 como o melhor vinho do mundo para fazer pairing com a gastronomia nipónica, num concurso vínico que decorreu no Japão. O ‘Casa de Santar Reserva Branco 2017’ envelheceu seis meses em barricas novas de carvalho francês e as notas leves de tosta de madeira são detectáveis no palato. Também a colheita de 2014 já tinha merecido encómios por parte dos críticos da revista Wine Enthusiast, que na altura o classificou no patamar de «Escolha do Editor». Casa de Santar A Casa de Santar é a mais emblemática propriedade vitivinícola do Dão, pela sua história e dimensão e pelo prestígio dos seus vinhos. Os vinhos desta casa brasonada distinguem-se pela tradição, autenticidade e nobreza, argumentos que tornam esta marca do Dão tão especial e reconhecida pela sua história com mais de 200 anos. A Casa de Santar tem a maior vinha contínua do Dão, com 103 hectares- 90 de castas tintas e 13 de uvas brancas. A maior parcela de Santar é a Vinha dos Amores - uma encosta privilegiada em termos de solo e de exposição solar onde se localizam as melhores uvas de Encruzado e de Touriga Nacional.
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No próximo dia 07 de Fevereiro
Prova de Vinhos de Porto raros no Mercado Velho de Tondela
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Mercado Velho de Tondela vai acolher, no próximo dia 07 de Fevereiro, pelas 16 horas, uma prova de Vinhos do Porto raros. Trata-se de evento único, que dificilmente se voltará a repetir e que escolheu a cidade de Tondela para realizar uma prova de oito vinhos do Porto Colheita da Graham’s, desde 1940 a 1994. A Masterclass será apresentada por Dominic Symington- da quarta geração da família Symington - que irá partilhar todo o seu conhecimento e toda a história construída através dos séculos pela sua família. A inscrição tem um custo de 120 euros, revertendo 10% do valor da inscrição a favor de uma IPSS do concelho de Tondela. Esta é uma iniciativa da garrafeira online Port & Friends Wine Store, cujo proprietário é o tondelense André Lindo, com a colaboração da Symington Family Estates e da Portfolio Vinhos, e o apoio logístico da Câmara de Tondela. As inscrições podem ser feitas através do site www.portandfriends. com ou para o e-mail info@portandfriends.com
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Em 2019 passou de 13,5 para 23,3 milhões de litros
Região do Tejo aumenta em 71,8% a certificação dos seus vinhos
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m 2019, a região Tejo certificou mais 71,8% de vinhos face ao monstrado por parte do consumidor nacional em ano anterior. Passou assim de 13,5 milhões de litros para 23,3 relação ao vinho com certificado de origem ‘Tejo’, milhões de litros de vinho certificado, o que corresponde a 38% do quer através do canal HoReCa, quer por intermédio volume total de vinho produzido na Região, ou seja, 61 milhões de da moderna distribuição, são as principais razões litros. Há ainda muito espaço para crescer, mas não há dúvidas quando progresso desta importante actividade económito ao esforço e dedicação dos agentes económicos da região. ca na região. A aposta na qualidade da produção é contínua e o investimento Esta realidade deve-se ao constante aumento de na certificação dos Vinhos do Tejo é cada vez mais evidente, o que notoriedade da região vitivinícola e dos seus vinhos, se reflecte em um crescimento exponencial. Se olharmos para o quer a nível nacional, quer internacionalmente, a ano de 2019, no primeiro trimestre registou-se um aumento de qual é fruto do trabalho conjunto desenvolvido enquase 40%, tendo sido o maior de sempre. Número que subiu tre os produtores e a Comissão Vitivinícola Regional mais de 30% se analisarmos todo o ano. do Tejo, no sentido de aumentar a sua presença nos Importa salientar que a certificação dos vinhos é uma forma mercados nacional e internacional, através da criação de se valorizar o território, as suas uvas e, consequentemente, de vinhos empolgantes com estilos diferenciados, ofeos vinhos, potenciando a economia local e o desenvolvimento recendo ao consumidor, contínua e consistentemente, e fixação das populações, na medida em que estamos assim a referências vínicas de qualidade a bom preço. garantir que o investimento é feito na região, sendo estes néctares produzidos com uvas cultivadas e transformadas na região. Segundo Luís de Castro, presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, “este crescimento exponencial deve-se ao esforço de toda a Região e não de apenas alguns agentes económicos e, por isso, estamos todos de parabéns; no entanto, ainda estamos longe do grau de certificação das maiores regiões vitivinícolas portuguesas, que chegam a certificar a quase totalidade do vinho que produzem”. O incremento da exportação – nomeadamente para o Brasil, em primeiro lugar, seguido da Polónia e, depois, da Inglaterra, Alemanha e China – e o progressivo interesse de22
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Segundo um estudo divulgado pela Universidade de Columbia
Cientistas alertam que as alterações climáticas ameaçam produção de vinho
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s alterações climáticas são uma ameaça três cenários de temperatura: um de zero graus de aumento, outro de para a produção de vinho, que pode cair aumento de dois graus e outro de aumento de quatro graus. para metade com um aumento de dois graus Nos dois cenários de aquecimento as perdas eram inevitáveis e a quacelsius da temperatura global, indica um estulidade do vinho seria afetada. Mas os investigadores descobriram que do produzido por uma equipa internacional de mudar as variedades da vinha podia reduzir essas perdas. investigadores e divulgado pela Universidade de Com dois graus de aquecimento global e sem qualquer tentativa de Columbia. adaptação 56% das áreas vinícolas do mundo podem perder-se. Mas O documento precisa que com um aumento de se os produtores mudarem para variedades mais adequadas às alteradois graus as regiões do mundo adequadas para ções climáticas as perdas descem para 24%. o cultivo da vinha regridem em 56%, mas com um Na região de Borgonha (França), por exemplo, a mourvedre e a greaumento de quatro graus serão 85% dessas terras nache, que gostam do calor, podem substituir as atuais variedades, a tornar-se incapazes de produzir bons vinhos. No como o pinot noir. Em Bordéus, cabernet sauvinon e merlot podem entanto, o estudo, publicado na revista científica ser substituídos por mouvedre. “Procedimentos da Academia Nacional de CiênOs cientistas dizem que as regiões vinícolas mais frias, como na cias” (publicação oficial da Academia de Ciências Alemanha, Nova Zelândia e noroeste da costa do Pacífico dos Estados Estados Unidos), indica que se as vinhas forem dos Unidos, sairiam relativamente incólumes num cenário de aureorganizadas, com castas mais resistentes ao calor, mento de dois graus centigrados. as perdas potenciais podem reduzir-se a metade da Essas regiões podem tornar-se adequadas para variedades mais previsão com um aumento de dois graus. quentes, como merlot e grenache, enquanto as variedades que Os cientistas admitem que a diversidade é essencial preferem temperaturas mais baixas, como o pinot noir, podem para tornar a agricultura mais resistente às alterações expandir-se para norte, para regiões atualmente não adequadas climáticas e as uvas para produção de vinho são um para a produção de vinho. exemplo, com mais de 1.100 variedades plantadas, doPor outro lado, regiões vinícolas já mais quentes, como em Itácumentadas há muito. E essas uvas também são muito lia, Espanha ou Austrália, enfrentam as maiores perdas, porque sensíveis às mudanças de temperatura. “De certa forjá estão limitadas à plantação das variedades mais quentes. ma o vinho é como o canário na mina de carvão, devido Os cientistas admitem que o processo de mudança não é fáaos impactos das alterações climáticas na agricultura, cil, mesmo em termos de mentalidades, porque há regiões que porque as suas uvas são muito sensíveis ao clima”, disse cultivam as mesmas variedades há muitas centenas de anos. Benjamin Cook, da Universidade de Columbia, um dos autores do estudo. Os investigadores estudaram 11 variedades de uva para vinho, combinando arquivos para fazer modelos sobre quando cada uma iria brotar, florescer e amadurecer sob www.gazetarural.com
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O primeiro território português a receber este reconhecimento
Aldeias Históricas de Portugal lideram comunidade internacional de Destinos Turísticos Sustentáveis As Aldeias Históricas de Portugal acabam de ganhar a liderança da comunidade internacional de Destinos Turísticos Sustentáveis. É a primeira vez que o Instituto de Turismo Responsável (ITR) atribui essa responsabilidade a Portugal.
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epois de, em Novembro de 2018, terem recebido o certificado BIOSPHERE DESTINATION, tornando-se assim o primeiro destino em rede, no mundo, e o primeiro a nível nacional, a receber a distinção, as Aldeias Históricas de Portugal voltam a obter um importante reconhecimento por parte do Instituto de Turismo Responsável. Com efeito, a organização internacional decidiu atribuir à rede das Aldeias Históricas de Portugal a liderança da comunidade internacional de Destinos Turísticos Sustentáveis. É a primeira vez que um destino português é eleito para este cargo. Até ao momento, a liderança da comunidade Biosphere estava a cargo da região de Thompson Okanagan, na Colúmbia Britânica. Situado no Canadá, este lugar foi eleito, em 2018 e 2019, como o Destino Mais Sustentável do Mundo. Desta forma, as Aldeias Históricas de Portugal vão dinamizar o projeto a nível internacional e pôr em prática um plano integrado de ação para os 28 destinos que fazem parte desta rede. Das várias ideias propostas pelas Aldeias Históricas de Portugal destacam-se a realização de uma ação de responsabilidade social conjunta, a promoção em rede junto dos operadores turísticos, a partilha de boas práticas entre as equipas, a transferência de conhecimento para os diversos destinos e o reforço do envolvimento das empresas do setor já certificadas em matéria de sustentabilidade no turismo. O Instituto de Turismo Responsável (ITR) é uma organização internacional independente, que tem como propósito implementar ações e programas de desenvolvimento sustentável na indústria turística. Para isso, criou e desenvolveu o Sistema de Turismo Responsável (STR), que se traduz na Certificação BIOSPHERE Responsible Tourism. Para isso, segue as recomendações da Agenda 21 da ONU e as linhas de orientação de vários programas da OMT e da UNESCO, relativos ao desenvolvimento sustentável e à proteção do património cultural e natural. A certificação surge como uma resposta para estabelecer os critérios necessários para se obter um comportamento sustentável no negócio internacional do Turismo. Assim, o STR promove atividades turísticas sustentáveis, de forma a que o Turismo responsável se torne num produto turístico. A missão da comunidade Biosphere é tirar proveito das sinergias que podem ser criadas entre os vários destinos. 24
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Revela investigação da Universidade de Aveiro
Incêndios podem afetar qualidade da água em Lisboa A
previsão da qualidade da água, da erosão pluvial e do comportamento qualidade de uma das maiores fontes de das águas subterrâneas teve como base a simulação hidrológica da baabastecimento de água da Área Metropolicia hidrográfica com a ferramenta SWAT (Soil Water Assessment Tool) tana de Lisboa pode estar seriamente compromepara os quatro anos que seguiram o incêndio (2018-2021). tida. O alerta é de uma equipa de investigação da “As simulações demonstraram um aumento substancial na resposta Universidade de Aveiro (UA) que aponta como culhidrológica e erosiva, assim como um aumento na concentração de pados os incêndios que, em 2017, devastaram boa nutrientes, representando um potencial risco de eutrofização, defiparte da bacia hidrográfica do rio Zêzere e cujas ciência de oxigénio e redução da biodiversidade”, diz Diana Vieira. águas alimentam a barragem de Castelo de Bode. Normalmente, explica Diana Vieira, “estes impactos só se sentem No Verão desse ano, cerca de 30 por cento da nos custos de tratamento de água, que pode aumentar, ou em epibacia hidrográfica do rio Zêzere que alimenta a sódios de interrupção de distribuição”. Mas ao nível dos habitats barragem de Castelo de Bode, e cuja água mata a aquáticos “esses impactos também podem ser verificados especialsede a milhões de habitantes de Lisboa e arredores, mente em peixes e comunidades de invertebrados”. foi devastada por vários incêndios, elevando assim o Para minorar os danos da qualidade da água dos lisboetas, aconrisco de degradação da qualidade da água por causelha a investigadora, “podem ser aplicados tratamentos de misa da rápida e descontrolada erosão dos terrenos e tigação dos efeitos dos incêndios em áreas da bacia hidrográfica consequente incorporação nas águas de sedimentos e que sejam mais sensíveis à erosão do solo”. Esses tratamentos nutrientes destas áreas ardidas. “podem ser executados com técnicas testadas e aplicadas em “O aumento da concentração de sedimentos e nutodo o mundo, inclusive em Portugal, como a aplicação do multrientes poderá levar ao chamado algae bloom, que ching”, que consiste na distribuição pelos solos consumidos pelo corresponde a uma rápida acumulação de algas na barfogo de uma camada de restos florestais triturados de forma a ragem, processo vulgarmente denominado de eutrofização”, aponta Diana Vieira, investigadora do Centro de Esdiminuir a erosão. tudos do Ambiente e do Mar (CESAM), uma das unidades de investigação da UA. O alerta das cientistas do CESAM Diana Vieira e Marta Basso tem como base o trabalho de simulação hidrológica realizado em colaboração com Tiago Ramos e Marcos Mateus, ambos da Universidade de Lisboa. Este trabalho de www.gazetarural.com
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Reforçam o impacto económico do certame na região
Produtos regionais esgotaram na Feira do Fumeiro de Montalegre Cerca de 50 mil visitantes passaram pela Feira do Fumeiro de Montalegre, dinamizando a produção e comércio locais. Quase todos (94,3%) chegaram à região propositadamente para o evento e praticamente metade para uma primeira visita (47,6%).
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mesmo o fator mais valorizado (4,46 de 1 a 5) na a vigésima nona edição, a Feira do Fumeiro de Montalegre hora de decidir ir à Feira do Fumeiro, juntando-se surpreendeu com um aumento do impacto económico na rea “reputação da feira” (4,42 de 1 a 5) e a “possibiligião de 3,5% face ao ano anterior (5,7 milhões de euros, em 2019). dade de conhecer produtos regionais” (4,38 de 1 a Destaca-se que, a meio do último dia, vários expositores já tinham 5) como outros motivos em destaque. esgotado o seu produto. De acordo com um estudo do Núcleo de O estudo do NIDISAG avaliou também o comporInvestigação do ISAG – European Business School, realizado em partamento dos visitantes enquanto consumidores de ceria com a Câmara Municipal de Montalegre, 3,2 milhões de euros fumeiro, denotando o consumo de pelo menos uma foram gerados só no recinto. vez por mês como o mais frequente (37,3%). O local O Estudo de Público, de Impacto Económico e de Comportamenpreferido para a compra do fumeiro são mesmo as feito do Consumidor em Relação à marca “Fumeiro de Montalegre” ras tradicionais (32,4%) ou a compra diretamente ao foi aplicado pela segunda vez consecutiva e comprovou a atratiprodutor (23,9%). vidade desta celebração do mundo rural junto de público vindo Entre os objetivos do estudo, esteve ainda a avaliade todo o país. 78,6% dos 50 mil visitantes chegaram de outros ção da forma como a marca “Fumeiro de Montalegre” concelhos portugueses que não Montalegre. é percecionada. Aqui confirmam-se os elevados níveis Apesar da sua longa história, a Feira do Fumeiro de Montade concordância em relação à procura e à possibilidade legre não deixa de ser uma novidade e de atrair um renovado de compra, no futuro, de produtos desta marca (4,49 e público, com a edição de 2020 a marcar a estreia de 47,6% 4,44 de 1 a 5, respetivamente). Os níveis de satisfação dos visitantes. Verificou-se também que 66,5% dos visitantes são atestados com 89,9% a indicar que serão recomennão residentes no concelho de Montalegre não costumam vir dados os produtos da marca “Fumeiro de Montalegre”. a outros eventos promovidos na região, o que indica a forte atratividade deste evento. Os visitantes foram unânimes em relação à satisfação global face ao evento (4,51 de 1 a 5). Destacaram igualmente a satisfação e a organização da feira (4,47 de 1 a 5). Em quatro dias dedicados à excelência das iguarias locais, a sua qualidade e diferenciação ficou bem patente, com a alheira, a chouriça de carne, o salpicão e o presunto a serem os produtos mais comprados. A “qualidade do Fumeiro” foi 26
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Para valorizar a optimização dos recursos naturais de suporte à produção
Crédito Agrícola aposta na promoção de agricultura sustentável O
Crédito Agrícola lançou a nova campanha CA Agricultura com a prioridade de valorizar a optimização dos recursos naturais de suporte à produção, cada vez mais escassos. Sob o claim “Juntos na produção Sustentável”, esta campanha assenta no apoio à inovação tecnológica com vista à obtenção de uma agricultura cada vez mais sustentável, permitindo aos empresários agrícolas obter melhores produtos e maior rentabilidade financeira, melhorando o meio ambiente. Entre as soluções de financiamento, destaque para o crédito à tesouraria, para fazer face às necessidades do dia-a-dia, e para o crédito ao investimento que permite o financiamento de médio e longo prazo para a aquisição de imóveis, de equipamentos, de efectivos pecuários e de factores de produção, destinados à normal actividade das empresas e dos agricultores. Bem como a existência de crédito para apoio à internacionalização das empresas. Estão ainda disponíveis soluções de leasing mobiliário (veículos automóveis e máquinas agrícolas) e imobiliário para aquisição de bens imóveis (explorações agrícolas, instalação de agro-indústrias, armazéns, escritórios e espaços comerciais). O Crédito Agrícola apresenta ainda soluções de antecipação ou complemento aos investimentos que são objecto de financiamento a curto, médio e longo prazo, no âmbito das medidas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) e das Ajudas Directas. Entre as soluções de protecção, destaque para os Seguros Não Vida, onde se incluem o CA Tractores e Máquinas Agrícolas e os CA Acidentes Pessoais Individual e Grupo e, nos Seguros Vida, o CA Pessoa Chave, o CA Corporate e o CA Empresa Viva, soluções de protecção para os Empresários Agrícolas e os seus colaboradores. Todas as condições específicas da campanha podem ser consultadas em www.creditoagricola.pt e nas 654 Agências do Banco.
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Algumas em risco de desaparecer
Direção Regional de Agricultura quer abrir a visitas colecção com mais de mil árvores de fruto
Algarve, só na área da vinha, há “84 castas dedicadas e aptas à produção de vinho tinto, 98 castas aptas à produção de vinho branco”, mas também 56 de uva de mesa para consumo em fresco tinta e 42 de uva branca, assim como 44 variedades de alfarroba. Estas espécies foram recuperadas em “toda a região, desde o barlavento ao sotavento, do litoral à serra”, em parceria com agricultores da região, acresDireção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do Algarve quer centou. abrir ao público uma colecção de 1.000 variedades de fruteiras Este acervo genético permite “estudar a aptradicionais algarvias, algumas em risco de desaparecer, reabilitando o tidão das castas à região” e ajudar “qualquer espaço, em Tavira, para permitir visitas turísticas ou escolares. agricultor que queira fazer vinha no Algarve” a No Centro de Experimentação Agrária (CEA) de Tavira está reunida perceber “como se comportam” face a “fatores uma das maiores coleções de árvores de fruto no país, que funciona adversos” como pragas, doenças e clima. Por oucomo um ‘banco’ genético de dezenas de variedades de espécies: só tro lado, permite “preservar castas que estavam de alfarrobeira há 44 espécies, havendo também centenas de varieem perigo de extinção”, recuperando esse material dades de citrinos e de castas de vinho. genético para as gerações futuras, exemplificou o Mas a continuação deste trabalho de estudo e caracterização entécnico. tre os 29 hectares de vinhas, alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras, Pedro Monteiro deu o exemplo da casta “negra oliveiras, romãzeiras, nespereiras ou macieiras enfrenta dificuldamole”, que “quase desapareceu” e é “autóctone do des, como a falta de pessoal para renovar o corpo técnico, disse o Algarve”, mas “praticamente foi abandonada porque director regional de Agricultura e Pescas, Pedro Monteiro. dava um vinho com cor muito esbatida”, pouco apre“Temos de olhar para futuro e o nosso propósito na direção ciada então pelos produtores. “Se não tivesse sido regional é, por um lado, fazer a reabilitação deste centro, abrir preservada em locais como este, hoje em dia era uma este centro à sociedade, às escolas, a outros organismos da admicasta que estaria extinta. Felizmente foi preservada e nistração, às universidades, para mostrar o trabalho valioso que estamos a observar que essa tonalidade esbatida está a aqui é feito”, defendeu, cifrando a verba necessária para a reabiter um enorme sucesso nos rosés que estão agora a ser litação em mais de 200.000 euros. feitos pelos vitivinicultores do Algarve e que são uma As principais dificuldades do centro para o futuro são “funimagem de marca da nossa produção”, justificou. damentalmente de ordem material” e estão relacionadas com João Costa também destacou a coleção “única no país” os “pouco ágeis” mecanismos de contratação da administração de alfarrobeiras e com a qual já foi possível obter “10 pública”, para colmatar a saída de técnicos que estão próximo toneladas de alfarroba por hectare”, quando a média é da reforma, reconheceu Pedro Monteiro. de 3 a 3,5 toneladas, graças a, por exemplo, ajustes e inAs variedades existentes no centro foram recolhidas em crementos de níveis de rega. “E estamos a verificar nestoda a região após um trabalho de identificação e localização te momento uma situação anormal, com alfarrobas em realizado pelos técnicos da DRAP/Algarve e constituem -- com fase de maturação nesta altura, quando a época normal a coleção de citrinos localizada no Patacão (Faro) -- um bande colheita da alfarroba é em Agosto ou Setembro”, frisou, co de germoplasma que compila cada uma das variedades, considerando que a anomalia pode estar relacionada com algumas das quais sem aptidão comercial e em perigo de o aumento das temperaturas médias anuais, mas é necesdesaparecer. sário realizar mais estudos para identificar a origem desta Segundo João Costa, engenheiro agrónomo da DRAP do alteração.
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Para alcançar a neutralidade carbónica na União Europeia até 2050
Ministra apela a uma transição justa e equilibrada para os agricultores A
lcançar a neutralidade carbónica na União Europeia (UE) até 2050, bióticos e pesticidas químicos como um tema garantindo a sustentabilidade dos sistemas alimentares, foi o tema que tem de ter um debate aprofundado neste que esteve em cima da mesa Conselho de Ministros de Agricultura e Conselho, bem como a escolha de alimentos sePescas, em Bruxelas. A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerguros e de qualidade e a redução do desperdício que, apelou que seja uma transição justa e equilibrada para os agriculalimentar. tores. Este objetivo vem ao encontro da iniciativa que A governante portuguesa destacou o papel que a PAC assume para Portugal tem tido na defesa da criação de legislauma maior ambição climática, em particular “o contributo da PAC, de ção harmonizada que regule e promova o investi40%, para os objetivos do ambiente e clima. O debate neste Conselho, mento em investigação, avaliação e colocação no relativo à arquitetura verde da PAC, tem vindo a permitir evoluir de mercado de agentes de controlo biológico, na área forma positiva no que se refere à adequação dos instrumentos de poda proteção das culturas – os chamados biopestilítica a utilizar, com vista a essa maior ambição ambiental e climática”, cidas”. afirmou Maria do Céu Albuquerque. O Pacto Ecológico Europeu, segundo a ministra, “vem aumentar Ministra abordou a questão do queijo açoriano o nível desta ambição, impondo custos acrescidos aos agricultores, com secretário da Agricultura dos EUA facto que dever ser devidamente tomado em consideração na transição que se pretende justa, evitando pôr em causa o equilíbrio do À margem do Conselho, os Ministros da União Eusistema alimentar em todo território europeu”. Neste sentido, “é ropeia reuniram-se com o Secretário da Agricultura necessário um orçamento adequado para a PAC”, reforçou. dos Estados Unidos da América, Sonny Perdue, para Maria do Céu Albuquerque sublinhou que, “dada a abrangêndiscutirem temas relacionados com a inovação e a suscia e a elevada ambição dos objetivos do Pacto Ecológico, para tentabilidade, enquanto instrumentos para fazer face os sectores agrícola e florestal”, considera-se “fundamental a aos desafios globais na agricultura. Neste encontro, foi complementaridade e sinergias com outros fundos. Destacatambém salientada a preocupação com os danos colamos o papel de estímulo à inovação pelo Horizonte Europa, o terais na agricultura decorrentes de tensões comerciais. programa LIFE, o INTERREG, os Fundos de Coesão e Regional, Sobre este encontro, a ministra da Agricultura disse ter bem como de outros Programas de Investimento e de estímufeito “o pleno” da sua “missão diplomática” relativamenlo, nomeadamente no âmbito do BEI. Sublinhamos o papel dos te às taxas aduaneiras norte-americanas sobre o queijo fundos estruturais no que respeita à criação de infraestruturas açoriano, num encontro com o secretário de Estado dos coletivas, caso de barragens, diques, redes de proteção conEUA, em Bruxelas. “Sempre que tive oportunidade, em tra incêndios, essenciais ao desenvolvimento das atividades todos os momentos da minha intervenção na Europa, tive produtivas, determinantes na prevenção e/ou no restabelecia atenção e cuidado de trazer este assunto para a mesa. mento para fazer face a eventos climáticos extremos”. Estamos a fazer o pleno da nossa missão diplomática para O membro do governo português referiu-se ainda à Espodermos garantir que esta situação vai ser ultrapassada tratégia do “Farm to Fork” (do Prado ao Prato), que “inclui, e vamos conseguir repor uma atividade fundamental para como objetivo, o estabelecimento de medidas destinadas a os Açores e a ilha de São Jorge em particular”, disse Maria reduzir significativamente a utilização de fertilizantes, antido Céu Albuquerque. A governante referiu ainda ter tido a 30
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“oportunidade de falar sobre algumas tensões comerciais que afastam o comércio entre a UE e os EUA. Mais uma vez, naquela sede, tive oportunidade de falar sobre a tensão que afeta os produtores portugueses, em particular a ilha de São Jorge, Açores, com a exportação do queijo, que tem expressão grande e está altamente lesada”, afirmou. Segundo a ministra da Agricultura, houve “uma grande sensibilidade para esta questão” por parte do responsável norte-americano, “que não quer que afecte as trocas comerciais e isso é sinal de que pode haver aqui uma bandeira branca em breve para alcançar aquilo que a UE e Portugal têm vindo a pedir”. Rotulagem de origem do mel Portugal apresentou, em conjunto com a Eslovénia, uma declaração sobre a Rotulagem de origem do mel. Durante o Conselho de Ministros europeu, Maria do Céu Albuquerque destacou que a rotulagem constitui a afirmação da diversidade da UE, suportada na evidência de que “os consumidores europeus preferem conhecer o local de proveniência dos seus alimentos”. Segundo a Ministra da Agricultura, é fundamental garantir “a defesa do interesse dos consumidores e a prevenção de fraudes, através de uma maior transparência e rastreabilidade na cadeia alimentar. A apresentação da estratégia “do prado ao prato”, em 2020, constitui uma oportunidade para que o Conselho de Agricultura possa tomar posição relativamente a esta matéria”.
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Desenvolvido no Campus da BLC3, em Oliveira do Hospital
Projeto prevê produzir biocombustível avançado com resíduos da poda de árvores U
m projeto de aproveitamento de resíduos das podas de vinhas e de de resíduos de biomassa”, referiu ainda João árvores de fruto na produção de biocombustível avançado está a Nunes, admitindo que “poderemos estar a falar ser desenvolvido no Campus da BLC3, em Oliveira do Hospital. em cerca de um milhão de toneladas de resíduos A associação BLC3 “está a desenvolver um projeto de economia ciranualmente só nestas fileiras”. Trata-se, no encular no setor da agricultura, onde pretende que os resíduos da ativitanto, de “um valor sempre difícil de quantificar dade de exploração agrícola, como os resíduos das podas das oliveide forma rigorosa, porque depende do próprio ras, vinhas e outras árvores de fruto” sejam “usados para produzir ano de produção agrícola”, advertiu. biocombustível avançado”, revelou o presidente do Campus de Tec“Os sistemas de cultivo agrícola que usam manologia e Inovação BLC3, João Nunes. quinarias, com alguma intensidade, mas que geO projeto, “com potencial de aplicação também ao setor florestal”, ram elevadas quantidades de uma biomassa”, como preconiza ainda que “os resíduos do próprio cultivo” sejam igualé o caso, tem “potencial e interesse para produzir o mente usados na produção daquele biocombustível, adiantou o respróprio combustível” para usar na sua maquinaria, ponsável. Essa produção, salientou João Nunes, será feita de “forma concluiu João Nunes. eficiente e com níveis de emissão de carbono muito mais baixos do A BLC3 – Campus de Tecnologia e Inovação é uma que os fósseis”. associação sem fins lucrativos, fundada em 2010 e O biocombustível avançado produzido pelo método que está a com início de atividade em 2011, com um “novo moser desenvolvido no Campus de Oliveira do Hospital, é, esclaredelo de desenvolvimento de atividades de investigaceu, “similar e equivalente ao gasóleo agrícola para usar nas próção e intensificação tecnológica de excelência, incubaprias máquinas de exploração e de atividade agrícola”. ção de ideias e empresas, e apoio ao tecido económico O setor agrícola é uma atividade muito importante para a ecoem regiões interiores e rurais”. nomia nacional e tem “um potencial de crescimento, em termos É a única entidade em Portugal “criada para o dede competitividade, se o conseguirmos integrar na área do uso senvolvimento e industrialização das biorrefinarias (seeficiente dos recursos”, sustentou o presidente e fundador da gunda e terceira gerações) e da bioeconomia e ‘smart BLC3. regions’, com uma aposta no conceito de economia cirEm Portugal “temos 3,6 milhões de hectares de agricultura cular”, de acordo com a página da BLC3 na internet. (39,5% do território nacional), com mais de 360 mil exploraDe realçar que o Laboratório Colaborativo (CoLab) para ções agrícolas”, que “representa uma média de 10 hectares a Economia Circular, que se sediou muito recentemente por exploração agrícola”. Com esta dimensão média da prono seu Campus, em Oliveira do Hospital, desenvolve atipriedade agrícola, o setor é, naturalmente, “pouco competitividades em três plataformas tecnológicas: biotecnologia vo em termos de escala” e, por outro lado, com “impacto ao industrial, processos de sustentáveis de separação e químinível do uso de recursos e emissões de carbono”, sublinhou. ca verde e ecodesign; e será “uma estrutura de excelência, Cerca de 360 mil hectares do território nacional são de numa região interior, e com capacidade para a liderança e olival, 178 mil hectares de vinha e 45 mil de produção dos representação internacional de Portugal em economia cirprincipais frutos frescos, o que gera “uma elevada quantidacular”. 32
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Atualidade
Programa foi apresentado no Museu do Linho, em Várzea de Calde
Cinema e fotografia marcam programação anual da rede museológica de Viseu O
Museu do Linho, em Várzea de Calde, foi Câmara de Viseu inaugura este ano o Museu Keil do Amaral o local escolhido para a apresentação da programação anual da rede museológica de ViEntretanto, a Câmara de Viseu vai inaugurar este ano o museu dedicaseu, apresentada por Almeida Henriques e Jorge do à família Keil do Amaral, anunciou o presidente da autarquia, durante Sobrado, presidente e vereador, da Camara de a apresentação da programação anual da rede museológica municipal. Viseu. Na ocasião, o autarca adiantou que ainda “A data da inauguração ainda não está definida e gostaria que fosse este ano Viseu terá um novo museu municipal, o no Dia Internacional dos Museus [18 de Maio], mas, se não for, será oitavo da rede que contempla quatro espaços na este ano com toda a certeza que abriremos na casa da Calçada o Muárea urbana e três em freguesias rurais do conceseu Keil do Amaral”, anunciou António Almeida Henriques. lho. O autarca explicou que a obra da reconstrução da Casa da Calçada, Entre as actividades anunciadas, este ano com no centro histórico da cidade, ainda não foi entregue à Câmara, “o um foco no cinema e fotografia, uma vez que é o que deverá acontecer nos próximos dias”. tema escolhido pela autarquia para se celebrar em Este museu, que será o oitavo a integrar a rede de museus municiViseu, haverá conferências, oficinas, “safaris e conpais, é uma promessa que Almeida Henriques herdou, uma vez que, cursos fotográficos” e 24 exposições, “muitas delas no seu entender, “é uma herança do anterior executivo”, de Fernande fotografias”, como a de Samuel Almeida, sobre o do Ruas, “que foi muito bem acolhida, porque é uma boa herança”. escritor Aquilino Ribeiro. Carlos Magno, Pedro Cabri“Será um museu de família. É um museu que percorre dois séta Reis, Maria Jesus Agra Pardiñas, Rosário Pinheiro, culos, quase três. É uma viagem biográfica entre um conjunto de Jorge do Carmo, Rogério Seabra Cardoso e Ana Veróartistas da família Keil do Amaral, entre os séculos XVIII e XXI, e que nica são outros nomes de artistas viseenses e não só vai desde Alfredo Keil a Leonor Keil”, desvendou o vereador da a apresentar as suas artes em 2020 nos museus muCultura, lembrando o autor do hino “A Portuguesa” e a bailarina nicipais. internacional. Entre as outras novidades apresentadas pela autarJorge Sobrado acrescentou que o museu contemplará “algum quia está o inventário do acervo museológico da rede espólio da família” e o espaço apresenta “várias gerações de armunicipal, que “deixou de estar registado em folhas soltistas desde pintores, escultores, músicos, arquitectos, bailaritas, para estar informatizado, garantindo assim um connos e coreógrafos”, o que traduz “uma viagem pela história artrolo sobre o património municipal”. tística de uma família muito importante das artes portuguesas, O vereador disse ainda que também será apresentado contemporânea e moderna”. em 2020 o Entre Museus, um “novo serviço de mediação “Ao mesmo tempo que é uma viagem pela história da família com as escolas, e não só”, que terá uma sede na Quinta Keil do Amaral, é também um testemunho da própria históda Cruz, mas que “será transversal aos oito museus e terá ria da arte em Portugal, até porque muitos elementos desta toda a oferta educativa e será um ponto permanente das família foram vanguardistas na história da arte portuguesa”, actividades de cada museu”. contou. www.gazetarural.com
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Curtas Semana Gastronómica do Queijo em Serpa
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Semana Gastronómica do Queijo, promovida pelo Município de Serpa, irá realizar-se de 21 de Fevereiro a 1 de Março. Esta iniciativa pretende ser um fator de promoção não apenas da Feira do Queijo do Alentejo, mas também da gastronomia local enquanto património cultural e produto turístico, ao mesmo tempo que incentiva a inovação e a criatividade nos pratos da gastronomia local, como forma de cativar novos clientes.
Elvas promove I Feira de Olivoturismo em Novembro
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Câmara de Elvas e o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo vão promover no próximo mês de Novembro a I Feira de Olivoturismo em data a determinar. O evento, que terá lugar no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, irá destacar a produção de azeitona e azeite, bem como tudo o que envolve este sector agrícola e ainda tudo o que relaciona este sector ao turismo. A cidade de Elvas continua a receber os grandes eventos, de cariz cultural, turístico, musical, desportista e agrícola.
Carnaval em Oliveira de Frades
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liveira de Frades prepara o carnaval, que terá dois corsos carnavalescos. No dia 21 de Fevereiro sai à rua o corso infantil, com alunos do ensino pré-escolar e 1º ciclo, que irá desfilar a partir das 14 horas, e o tradicional desfile de Carnaval, na tarde do dia 23, que, para além de dinamizar as tradições populares associadas a esta festa milenar, proporciona momentos lúdicos de lazer e de partilha entre a comunidade.
Carnaval em Quintela de Azurara
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freguesia Quintela de Azurara, em Mangualde, volta a fazer jus aos seus costumes de Carnaval com momentos que vão recordar tradições seculares. A Fogueira, as Papas de Milho, a Sacada e o Enterro do Entrudo serão os pontos altos das festividades que, ao longo de vários dias, prometem animar as ruas daquela localidade. Os “Casamentos” dos Compadres abrem os festejos, a 12 de Fevereiro, mas, até 25 de Fevereiro, são muitas as propostas. 34
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Agricultura, Alimentação e Clima em debate na Lourinhã
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agricultura e a pecuária intensivas põem em causa a sobrevivência de muitos ecossistemas naturais e contribuem fortemente para o aquecimento global. O aumento da população e das áreas urbanas, os hábitos alimentares e novos paradigmas tecnológicos estão a contribuir para o aumento das áreas de cultivo intensivo. Perante os enormes desafios que as alterações climáticas colocam à agricultura e à pecuária, pilares da economia do Oeste, a CEIFAcoop está a organizar, com o apoio da Câmara da Lourinhã e outras instituições locais e regionais, um evento sobre “Agricultura, Alimentação e Clima” que terá lugar de 14 a 16 de Fevereiro.
Nos fins de semana do mês de Fevereiro
Restaurantes da Sertã oferecem degustação grátis de Maranho e Bucho
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o mês de Fevereiro regressa a iniciativa de degustação gratuita de Maranho e Bucho nos restaurantes aderentes do concelho da Sertã. Esta quarta edição d apresenta novidades, pois para além da degustação grátis, na compra de cinco Cartuchinhos de Amêndoa de Cernache do Bonjardim, as pastelarias aderentes oferecem a sexta unidade. Esta iniciativa visa promover e divulgar os principais pratos da gastronomia sertaginense, evidenciando o trabalho desenvolvido em conjunto pelo município da Sertã, APROSER e pelos empresários, com o objetivo primordial de potenciar o turismo no concelho. A campanha dirige-se a quem faça as suas refeições nos restaurantes e pastelarias aderentes, nos fins de semana de Fevereiro. A campanha contempla também um desconto de 5% na compra de Maranho e Bucho nos estabelecimentos aderentes. Dado o sucesso verificado nas edições anteriores desta campanha, as entidades intervenientes esperam novamente um retorno positivo, assim como visibilidade pelo trabalho desenvolvido anualmente em prol da gastronomia e do turismo, dando a conhecer e a provar o que de melhor se produz no concelho da Sertã.
Última Hora Realiza-se nos dias 24, 25 e 26 de Abril
Subirão ao palco nas noites de 15 de Agosto e 12 de Setembro
Ana Moura e Delfins confirmados na Feira de São Mateus 2020 A
“Trovas de D. Dinis na Terra do Ferro” é tema da Feira Medieval de Moncorvo A
s “Trovas de D. Dinis na Terra do Ferro” são o tema da Feira Medieval de Torre de Moncorvo, que se vai realizar de 24 a 26 de Abril. Em 2020, a Feira Medieval mantém as suas características mais importantes e é dedicada ao rei D. Dinis e ao ferro, presente em todas as edições. O Rei D. Dinis não só apreciava literatura, como foi ele próprio um poeta notabilíssimo e um dos maiores e mais fecundos trovadores do seu tempo. Aos nossos dias chegaram 137 textos da sua autoria, distribuídos por todos os géneros (cantigas de Amor, cantigas de Amigo e cantigas de Escárnio e Maldizer). D. Dinis na sua passagem por Santa Cruz da Vilariça verificou a centralidade do lugar onde hoje se situa Torre de Moncorvo e a sua importância na defesa contra as incursões espanholas, atribuindo a 12 de Abril de 1285 foral a “Turre Menendi Corvi” e mandando construir a cerca, como refere o documento de 1295. A 2 de Novembro de 1319 concede-lhe Carta de Feira. Com o surgimento desta nova vila, D. Dinis incentiva o povoamento e a exploração económica da região, fomentou todos os meios de uma riqueza nacional, na extração de prata, estanho e ferro. Assim, no decorrer dos três dias são várias as experiências que podem ser vividas, as recriações históricas e cantigas de amigo, escárnio e maldizer que serão interpretadas na terra do ferro.
fadista Ana Moura e a banda Delfins são presenças confirmadas no cartaz da Feira de São Mateus 2020. A VISEU MARCA anunciou “dose dupla” de espetáculos com forte ADN da portugalidade. Ana Moura e os Delfins irão subir ao palco nas noites de 15 de Agosto e 12 de Setembro, respetivamente. Foi em Madrid, durante a FITUR - Feira Internacional de Turismo, que a Viseu Marca anunciou um ícone do fado, fortemente acarinhado em Espanha, e o mítico grupo que, recentemente, divulgou o seu regresso aos palcos nacionais para um leque reservado e seletivo de atuações. Ana Moura subiu ao palco da Guardiã das Feiras Populares em 2018 e fez a delícia de todos os amantes de fado, em Viseu. Por sua vez os Delfins assinalam os seus 35 anos de vida com uma digressão de cinco espetáculos que irão ter lugar em vários pontos do país, uma década depois de dar por finda a sua atividade ao vivo. Para 2020, a Feira de São Mateus promete uma edição revivalista, que trará a Viseu nomes marcantes que fazem a banda sonora de várias gerações. Mão Morta e Jafumega são dois dos lendários grupos já confirmados, no dia 11 de Setembro, aos quais se junta o fenómeno do funk brasileiro, Kevinho, a 14 de Agosto. Em 2020, a Guardiã das Feiras Populares abre portas entre 6 de Agosto e 13 de Setembro.
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Gazeta Auto
Nissan Leaf e+ C
Por Jorge Faromba
em Abrantes (cerca de 150km de Lisboa) e outro no Fundão (a cerca de 270km de Lisboa), ambos com 2 pontos de carga, mas somente um deles de carga rápida, o que, logo aqui, inviabiliza duas viaturas a carregar rápido em simultâneo. Mais uma curiosidade, em caso de falha no cartão, a estação de serviço não permite o carregamento numa tomada (carece de autorização superior) e o próprio serviço afeto ao posto de carregamento não permite carregar “gratuitamente”, caso o nosso cartão não funcione (uma solução simples que passaria, tal como nas portagens, pela emissão de uma factura a pagar em determinado prazo).
om a nova bateria de 62 kWH, 214 cv e uma autonomia até 385 km, importava perceber até onde nos podia levar. Com vasta informação disponível a própria Nissan menciona que, em tempo frio – o que também significa o recurso a sistemas de aquecimento do veículo – a autonomia pode ser reduzida para 200km sendo a média em estrada e autoestrada perto dos 250-260km. O objetivo seria ligar Lisboa-Covilhã com 4 pessoas a bordo, bagageira cheia, sem AC, misto de auto-estrada e estrada nacional, velocidade máxima 120km/hora. Estrada multifacetada com bastante trânsito, recuperações de velocidade e muitas subidas e descidas. Temperatura exterior entre 5ºC e 11º. E como se comportou o LEAF nesta viagem? Com o objetivo traçado, importava perceber as diferenças neste novo Leaf. Melhor qualidade de construção, melhores acabamentos Ora bem, o levantamento ocorreu em Oeiras, o AC - estofos em pele e mais plásticos moles, espaço interior suficientefoi colocado em OFF, a opção ECO ligada, o aquecimenmente amplo para uma família até 5 pessoas, uma bagageira a conto dos bancos ligado e selecionado o modo B (travagem dizer. Bancos confortáveis e amplos, com bom apoio lateral e um mais regenerativa) e e-pedal ligado. Sempre que possípainel de instrumentos prático, incorporado num tablier que recevel, cruise control ligado. be o ecrã central que controla parte das funções. Neste elétrico, As primeiras impressões são simples e factuais. O LEAF o volante e os 4 bancos são aquecidos, o que com temperaturas não se posiciona abaixo de qualquer familiar. Mantém exteriores de Inverno faz toda a diferença. “Caixa de velocidades” níveis corretos de conforto e comportamento normais com mouse simples que concentra as opções, D, B, P e R. neste segmento, a direção elétrica permite sentir a esConduzir atualmente um elétrico não difere em nada de um trada, se bem que goste dela mais pesada. Viajámos por veículo a combustão, em termos de agradabilidade, comportaestradas municipais e nacionais sem qualquer queixume e mento e conforto. Obviamente mais silencioso e menos sujeito onde o sistema de leitura da faixa de rodagem foi deveras ao ruído emanado do motor e transmissão, tem sempre o senão útil, importante e eficaz, numa viagem que decorreu toda de se poder, com isso, sentir mais o ruído exterior, mas, neste ela sob nevoeiro cerrado, onde o sistema leu sempre de campo, os vidros são mais espessos e a camada insonorizante modo contínuo e eficiente a estrada, dando uma segurando Nissan reflete um bom compromisso nesta matéria. ça acrescida. O sensor de proximidade do veículo da frente Como consumidor que conduzo um automóvel com motor surge agora mais alarmante no painel de instrumentos (uma diesel de combustão, a minha preocupação com este elétriimagem de uma viatura a vermelho) que nos adverte para a co, dado o percurso da viagem, é saber exatamente os locais possibilidade de embate. Eficaz. possíveis de paragem. E, se no litoral e junto a Lisboa as opApós mais de 150kms reais e com 144kms de autonomia ções são extensas, já no interior somos remetidos a 1 posto é tempo de “estacionar” em Abrantes para carregar. Tem36
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po de carregamento total superior a 1h. Felizmente e por 4 minutos, chegámos antes de um TESLA, acabando por o prejudicar pois não pode carregar. Foi tempo para lanchar e estabelecer networking com o dono do TESLA e, curiosamente, uma conversa sobre duas viaturas que ele pretendia comprar e que estaticamente experimentou (o LEAF) dado ser uma das opções que este tinha em mente para possível aquisição. Após uma hora de alegre confraternização com o dono do Tesla e de um aconchego ao estomago, tempo de retomar viagem, sempre com nevoeiro denso e um sistema autónomo de leitura da estrada (e correção na faixa de rodagem) que só muito raramente falhou quando as faixas de rodagem da estrada não estavam marcadas. Chegada à Covilhã com autonomia suficiente. Conseguíamos efectuar todo o percurso com uma única carga Lisboa-Covilhã (cerca de 300kms ). Não o fizemos por precaução dado que no Fundão não sabíamos se o posto estava operacional e/ou ocupado. Curiosamente, numa cidade turística como a Covilhã, esta não possui um único posto de carregamento público deste tipo de viaturas. Uma grande superfície possui um posto, mas aguarda autorização de licenciamento. Um dos hotéis da cidade tem um carregador a funcionar. Bastante limitado para proporcionar uma mobilidade elétrica numa cidade turística. Em resumo, sabendo que a autonomia do e+ é de 385 km, mas que em tempo frio ronda os 255km. Conseguimos percorrer 286 kms com uma única carga sem nunca ir a “pastelar”, com ritmo de autoestrada até 120km/hora e em nacionais respeitando os limites. O LEAF passou o teste, a experiência foi gratificante e, a pouco e pouco, este tipo de mobilidade é o presente. Como familiar mantém intacto o cariz deste segmento de mercado, alinhado com a restante oferta elétrica e de combustão. Com preço final de 45.000€ e com custo menor para as habituais revisões e uma garantia e 8 anos das baterias, o LEAF e+ celebrou o NATAL em tempo frio. www.gazetarural.com
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Últimas
Comemorações dos 40 anos decorrem até Junho
Politécnico de Viseu quer repensar ensino superior no interior do país
O
Instituto Politécnico de Viseu (IPV) vai, até ao final de Junho, mais equilibrada e mais equitativa é o ensino sumostrar como foram os últimos perior politécnico no interior do país”, defendeu. 40 anos e promover iniciativas que permitam repensar o futuro do Nesse sentido, irá realizar-se uma conferência ensino superior politécnico no interior do país. Segundo o presidente internacional, que contará com a participação “de do IPV, João Monney Paiva, a instituição tem-se afirmado “à custa personalidades de outros países onde este procesdaquilo que tem sido um processo de comunicação, de participação so já foi feito há mais tempo e onde se vêem os e de envolvimento dos parceiros na região”. benefícios evidentes de ter capacidade de formação Neste âmbito, o programa de comemoração dos 40 anos teve a local”, afirmou. Na opinião de João Monney Paiva, preocupação de integrar atividades que mostram a forma como o “há idiossincrasias próprias da região que devem ser IPV se relacionou com a cidade e com os seus parceiros, e também enaltecidas por quem as conhece”. de reforçar essas relações com o território e a comunidade. Como desafio para o futuro, o IPV tem a ambição Haverá exposições físicas e ‘online’, que retratarão a vivência do integrar a rede de Universidades Europeias, o que IPV, intercaladas com outras atividades focadas no conhecimento, permitiria “a um estudante do Politécnico de Viseu ir na ciência e na técnica. fazer um semestre a qualquer uma das universidades Apesar da importância da história, João Monney Paiva frisou sem qualquer impedimento, sem qualquer obstáculo”, a necessidade de aproveitar esta data para repensar o ensino explicou. superior, “em particular o ensino superior no interior e o ensiAs comemorações dos 40 anos do IPV vão combinar no superior politécnico”. “Se há ensino superior que não está grandes e pequenos eventos, dentro e fora de portas. O destinado às elites, se há ensino superior que tem que ter uma encerramento está marcado para 27 de Junho, com um capacidade reforçada para fixar pessoas e criar uma sociedade concerto da Orquestra Gulbenkian, na Sé de Viseu.
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