Gazeta Rural nº 357

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Presidente da República visita a maior Festa do Queijo Serra da Estrela Feira do Fumeiro do Demo tem “ajudado a revitalizar” o sector primário na região

Há Rota da Lampreia e da Vitela por Sever do Vouga

Festival Nacional de Gastronomia de Santarém comemora 40 anos Azambuja divulgou calendário de eventos gastronómicos em 2020 Em Março há sável “à mesa” em Vila Franca de Xira

Município mostra “Tábua de Queijos e Sabores da Beira” Feira em Monchique mostra os bons enchidos algarvios Viticóloga do Dão distinguida nos prémios Grandes Escolhas Vinho nacional “afirma-se no mundo” e o preço médio aumentou ‘Vidigueira Vinho’ promove néctares e produtos de excelência do concelho Há vinhos e petiscos no ‘Tejo a Copo’ em Santarém Proença-a-Nova promove III Concurso de Vinhos do concelho

Ficha técnica Ano XV | N.º 357 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Paulo Barracosa | Rita Barata | Catarina Simões Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da 2 www.gazetarural.com responsabilidade dos seus autores.

Crónicas Rurais – Cabrada no monte Estação Agrária de Viseu promoveu acção de formação sobre a cultura do mirtilo

Governo dos Açores vai rever legislação que regula atividade apícola Feira 100% Agrolimiano de Ponte de Lima superou as expectativas Em Sernancelhe houve sopas para todos os gostos Manteigas ‘mostrou’ o melhor na Expo Estrela Seminário vai discutir importância da Serra do Caramulo

Alandroal recebe XI Mostra Gastronómica do Peixe do Rio 2020 Em Ílhavo ‘antes de amassar aprende-se a tradição’


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agenda Eventos Gastronómicos De 6 a 8 de Março Festival da Lampreia e do Sável de Castelo de Paiva

O cais de Boure/Sardoura, nas margens do Rio Douro, é o palco deste Festival, promovido pela Câmara de Castelo de Paiva, onde os comensais podem apreciar a lampreia à mesa com arroz ou à bordalesa.

De 6 a 8 de Março Tábua de Queijos e Sabores da Beira

O Pavilhão Multiusos de Tábua é o palco da edição 2020 de um evento que visa promover os produtos locais como o queijo, os enchidos, o pão, o mel e o vinho do Dão.

De 6 a 15 de Março XI Mostra Gastronómica do Peixe do Rio 2020 do Alandroal

A grande celebração das cozinhas do rio vai decorrer na Mostra Gastronómica do Peixe do Rio no município do Alandroal. O evento, que já faz parte do roteiro gastronómico anual de milhares de visitantes.

A 7 e 8 de Março Feira dos Enchidos de Monchique

Mostrar que no Algarve também se fazem bons enchidos é um dos objectivos da realização desta Feira. Farinheira, chouriço, morcela, presunto ou torresmos são algumas das iguarias que prometem deliciar os visitantes.

A 14 e 15 de Março Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai visitar a Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital. O certame assume-se como o principal cartaz turístico de toda a região centro.

De 14 de Março a 12 de Abril Rota da Lampreia e da Vitela em Sever do Vouga

Promover e divulgar Sever do Vouga, contribuindo para a sua dinamização económica e cultural e a gastronomia típica do concelho é o objetivo da iniciativa.

De 29 de Fevereiro a 29 de Março Mostra da Lampreia em Tomar

A mostra visa contribuir para a divulgação do património gastronómico de Tomar. Durante o seu período os restaurantes e pastelarias aderentes terão pratos confecionados com lampreia à disposição dos seus clientes aos fins de semana.

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Até 31 de Março “Março, Mês do Sável” em Vila Franca de Xira

O sável é presença obrigatória nas mesas de Vila Franca de Xira durante o mês de Março. À iniciativa associam -se este ano 20 restaurantes de todo o concelho

Eventos Vínicos A 7 de Março ‘Tejo a Copo’ em Santarém

O Convento de S. Francisco, em Santarém, recebe o ‘Tejo a Copo’, uma excelente oportunidade para entusiastas vínicos e enófilos contactarem de perto com alguns dos melhores ‘Vinhos do Tejo’.

De 10 a 12 de Abril ‘Vidigueira Vinho’

Promover o vinho como um produto turístico, divulgar a gastronomia tradicional, bem como outros produtos de excelência do concelho é o objectivo do ‘Vidigueira Vinho’, evento que inclui uma Mostra Gastronómica da Sopa de Espinafres.

Eventos Sectoriais De 19 a 21 de Março Rota das Padeiras em Ílhavo

Em Ílhavo ‘antes de amassar aprende-se a tradição’ na Rota das Padeiras. A edição é dedicada à tradição das gentes de Vale de Ílhavo, ainda hoje mantida por 15 padarias artesanais.

De 9 a 14 de Junho Festas de Abrantes 2020

Mickael Carreira, Bárbara Bandeira, Os Quatro e Meia, José Cid e Rita Guerra são os nomes maiores das Festas. A Câmara de Abrantes garante que serão “as melhores de sempre”, muita animação, espetáculos musicais e várias novidades.


Em Oliveira do Hospital, nos dias 14 e 15 de Março

Presidente da República visita a maior Festa do Queijo Serra da Estrela O

Presidente da República, Marcelo Rebede qualidade e o artesanato. Neste espaço, os visitantes poderão assistir lo de Sousa, vai visitar a maior Festa do aos shows cooking – sempre tendo como base aquela que é uma das Queijo Serra da Estrela, que vai ter lugar nos dias Maravilhas da Gastronomia Portuguesa, o Queijo Serra da Estrela – com 14 e 15 de Março no centro da cidade de Oliveira a presença de vários chefes. do Hospital. O certame assume-se, no fim de sePara os mais pequenos estará em funcionamento a Escolinha do mana que antecede a Primavera, como o principal Queijo, com a execução de várias atividades centradas no Queijo Serra cartaz turístico de toda a região centro. da Estrela e toda a atividade ligada à pastorícia. O evento tem como rei da festa o Queijo Serra da Destaque ainda para o tão aguardado concurso de gastronomia Estrela DOP, considerado um dos melhores queijos “Com Queijo Serra da Estrela” que decorrerá no sábado, na tenda do mundo, conta com a participação de mais de de eventos, com a apreciação das iguarias concorrentes e divulga200 expositores de produtos endógenos, enchidos, ção dos vencedores, bem como do concurso “A Maior Abóbora”. A vinhos do Dão, mel, artesanato e gastronomia. confeção do “Maior Requeijão Serra da Estrela do Mundo” que será Ao longo dos dois dias da Festa, onde são espedegustado com o não menos famoso “Doce de Abóbora” volta a rados milhares de visitantes, decorrerão várias as centrar as atenções na edição deste ano do certame. iniciativas, que terão lugar pelo recinto da festa, no Prometendo ser um dos eventos nacionais mais mediáticos do Largo Ribeiro do Amaral e em algumas ruas próximas, país, a Festa do Queijo Serra da Estrela conta, na manhã de sácom destaque para as provas de queijo e vinhos do bado, com a transmissão em direto do programa Terra-a-Terra, Dão, tosquias e fabrico de queijo ao vivo, ou exposição da TSF, e na tarde de domingo, as atenções estarão centradas na animal. emissão do programa “Somos Portugal” da TVI. Ao longo dos dois De realçar também a aposta na promoção do artesadias também a emissora local Radio Boa Nova fará transmissão nato local, através da presença de diferentes artesãos especial em direto do certame. do concelho de Oliveira do Hospital que, no palco da Na edição deste ano, os visitantes vão ser novamente contemtenda Queijo Serra da Estrela, farão demonstrações ao plados com o chamado “Comboio do Queijo Serra da Estrela” vivo das suas artes. A animação cultural e musical será que conjuntamente com os “Tuk-Tuk”, da “Hillstar Eventos”, uma constante, com a presença de dezenas de grupos do conduzirão gratuitamente os visitantes aos principais pontos concelho e da região que irão atuar pelo recinto da festa de interesse turístico do município de Oliveira do Hospital. e nos vários palcos instalados no certame. Local de visita obrigatória é a Tenda de Eventos, onde serão dinamizadas diversas iniciativas, ao longo dos dois dias, que complementam a venda de produtos endógenos www.gazetarural.com

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No Parque Urbano de Touro, em Vila Nova de Paiva, a 7 e 8 de Março

Feira do Fumeiro tem” ajudado a revitalizar” o sector primário na região O

fumeiro típico, resultado das tradições gastronómicas ancestrais das gentes das Terras do Demo, vai estar em destaque na IX Feira do Fumeiro do Demo, que terá lugar no Parque Urbano de Touro. O certame é promovido pelo Município de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia de Touro. A Feira tem vindo a estimular uma forte dinâmica económica, através dos seus produtos de qualidade e gastronomia ímpar, que reúnem a riqueza do meio rural das Terras do Demo. Ao fumeiro aliam-se ainda os produtos regionais, o artesanato, os restaurantes e tasquinhas gastronómicas, o showcoocking, a prova de fumeiro, a animação constante e as atuações musicais. Do programa destaque para a conferência “Desenvolvimento Local Sustentável de Base Comunitária”, promovida pela ADDLAP, no dia 7, para além de muita animação com grupo “O Torreão”, a Banda Magma e a DJ Rita Mendes. “A diversidade e qualidade dos produtos tornam este certame apelativo” Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva destaca a “diversidade e qualidade dos produtos” que estarão presentes na Feira, que são “apelativos” para os visitantes. José Morgado refere a importância deste certame não só para a economia das famílias, mas especialmente para a dinamização do setor primário, que “tem vindo gradualmente a ganhar um novo fôlego no concelho”, salienta o autarca. Gazeta Rural (GR): Haverá novidades na edição deste ano da Feira do Fumeiro? José Morgado Ribeiro (JMR): Novidades estão sempre a acontecer, dado que já vamos para a nona edição e aprende-se sempre com as experiências anteriores, levando assim 6

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a melhorar e a limar arestas para chegar sempre às melhores condições e objetivos pretendidos. Encaminhamo-nos também para um maior número de participantes e consecutivamente ao estímulo e imaginação dos produtores para uma maior diversidade na confeção dos nossos produtos endógenos, refinando o seu paladar e apresentação. A expetativa tem vindo a aumentar de edição para edição, com o feedback muito positivo de quem nos visita a desafiar-nos para trabalharmos para uma Feira cada vez melhor e mais concorrida em termos de produtos, produtores e afluência de público. A diversidade e qualidade dos produtos que podem ser encontrados nesta feira, desde o fumeiro tradicional, o pão caseiro, o trigo de ovos, a bôla, o queijo, o mel e novos produtos como as compotas e licores, a doçaria, os cogumelos, entre outros, tornam este certame apelativo para quem nos visita.

GR: Que impacto, directo e indirecto, este evento tem no concelho e na região? JMR: Cada vez se encontram mais pessoas que pretendem reavivar esta tradição secular e também gente mais nova, impulsionada por esta iniciativa. Este certame, para além de se assumir como um cartão-de-visita do concelho, representa um elo cada vez maior aos munícipes, um espaço de convívio e de celebração das nossas tradições. Representa também a ligação do concelho a outras regiões, uma mais-valia em todas as suas vertentes no que temos de bom, genuíno e caraterístico das terras frias do Alto Paiva, levando assim de uma forma muito positiva a um melhor


conhecimento deste concelho que primou sempre pelo bem receber. O objetivo passa por envidar todos os esforços para que o fumeiro típico seja o produto que nos diferencie como concelho, ganhando cada vez mais projeção, dinamizando a economia do concelho e incentivando assim a uma maior aposta dos paivenses neste setor.

mónio intangível, criamos identidade e unicidade e, nesse sentido, o Município tem fomentado regularmente iniciativas de divulgação da nossa gastronomia, sensibilizando os agentes de desenvolvimento para a importância da promoção do nosso concelho em todas as vertentes.

“O setor primário tem vindo gradualmente a ganhar um novo fôlego no concelho” GR: O que representa, em termos económicos, a produção de fumeiro no concelho? JMR: O fumeiro tradicional, como produto endógeno ligado às nossas tradições, tem capacidade para se assumir como um fator potenciador de riqueza. A Feira do Fumeiro do Demo assumiu-se, desde o início, como uma iniciativa de promoção e aposta neste e noutros produtos de qualidade que representam a nossa gastronomia e os quais conheceram uma revitalização, com um incremento da sua produção. Com a valorização dos nossos produtos endógenos e da nossa gastronomia tradicional, enquanto patri-

GR: De forma geral, como está o sector da pecuária? JMR: Vila Nova de Paiva sempre foi um concelho muito ligado ao setor primário. Continua a subsistir a pecuária tradicional para sustento das famílias. Contudo, o setor primário tem vindo gradualmente a ganhar um novo fôlego no concelho, com o crescente interesse dos jovens na vertente agrícola, com o cultivo de novos produtos e na revitalização de práticas como a apicultura e a produção avícola. GR: Que evolução tem havido? Há projectos novos em que áreas? JMR: O setor agrícola tem conhecido alguns avanços, no entanto ainda vai imperando o conceito de agricultura familiar de subsistência. Novos projetos nesta área têm vindo a modernizar o conceito de agricultura, tal como o conhecíamos há alguns anos. A aposta em projetos de produção de pequenos frutos, de cogumelos ou até de ervas aromáticas, já existentes no nosso concelho, pretendem alterar este paradigma, havendo assim um reaproveitamento de terras que já não eram cultivadas e um maior interesse dos jovens na criação do seu próprio emprego.

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De 14 de Março a 12 de Abril

Há Rota da Lampreia e da Vitela por Sever do Vouga P

romover e divulgar Sever do Vouga, contribuindo para a sua dinamização económica e cultural, através da valorização de produtos locais e da gastronomia típica do concelho é o objetivo da Rota da Lampreia e da Vitela, uma iniciativa da Câmara de Sever do Vouga, que vai decorrer de 14 de Março a 12 de Abril. Arroz de lampreia ou lampreia à bordalesa são dois pratos que os apreciadores desta iguaria podem encontrar à mesa dos nove restaurantes aderentes. Para quem não gosta de lampreia, a vitela assada com arroz de forno é um prato gastronómico de referência, que pode ser saboreado durante todo o ano e cuja qualidade e fama ultrapassam os limites geográficos de Sever do Vouga. A Rota decorrerá durante um mês, uma vez que os “custos são os mesmos”, como adiantou o presidente da Câmara de Sever do Vouga à Gazeta Rural. Nesta conversa, António Coutinho falou também da luta que trava sobre o acesso rápido à A25, “muito importante para a competitividade das empresas” do concelho, mas também dos prejuízos, “muito acima de um milhão de euros”, provocados pela intempérie que assolou o país no final de 2019. Gazeta Rural (GR): A Rota vai decorrer nos mesmos moldes de 2019? António Coutinho (AC): Sim, tal como no ano anterior, a Rota decorrerá durante um mês. O feedback que temos dos agentes económicos, de uma forma geral, é muito positivo. Os custos para a autarquia promover este evento durante uma semana ou um mês são os mesmos. Desta forma divulgamos a nossa gastronomia e os produtos da época, como a lampreia do rio Vouga. GR: O município tem já definidos os eventos para o ano de 2020? AC: O ciclo de eventos mantem-se, apesar de alguns 8

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constrangimentos. Temos o calendário definido e que, no fundo, já vêm dos anos anteriores. Poderemos, em face desses constrangimentos, ter alguma dificuldade em novos eventos.

GR: As preocupações do presidente da Câmara mantêm-se, nomeadamente o acesso à A25? Continua a ser uma prioridade? AC: Naturalmente. Este processo está a andar e tenho-me movimentado no sentido de não o deixar ‘adormecer’, porque na última vez que estive com o senhor Ministro da Infraestruturas foi-me garantido de que o mesmo está a andar. Estive recentemente com a Ministra da Coesão Territorial, a quem coloquei a questão, no sentido de todos os ministérios, e mais alguém, poderem ajudar a resolver esta questão e ter este processo como garantido, que é fundamental para Sever do Vouga. Contudo, acredito naquilo que foi dito pelo senhor Ministro, Dr. Pedro Nuno Santos, de que é para avançar. Só não sei, ao certo, o tempo que vai demorar, mas espero que seja para breve. Nós aguardamos que esta seja uma prioridade para o Estado, com ou sem PNI (Plano Nacional de Infraestruturas), - sendo nossa vontade que isto entre já no Plano. É evidente que leva tempo, mas sabemos que temos já muitas coisas preparadas, nomeadamente o Estudo de Impacte Ambiental. GR: A ligação à A25 vai ser onde? AC: Será entre o Carvoeiro e as Talhadas?


GR: A Bolsa de Terras fez com que houvesse mais gente nova a chegar ao setor? AC: Sim. E criou um grande impacto. Isso entronca naquilo que estava a dizer. Há projectos que avançaram, outros estão parados, mas a grande maioria está em fase de arranque de produção. Quando todos estes projectos estiverem a produzir em pleno o sector dará um grande salto.

GR: Este atraso na construção de um acesso rápido à auto-estrada em que medida está a atrasar o desenvolvimento do concelho, que tem um sector industrial importante? AC: Em grande medida, principalmente no escoamento dos produtos, nomeadamente os de grande porte, e na circulação de veículos pesados, que transportam, na maior parte dos casos, estruturas metálicas de grande dimensão e o seu transporte acaba por ficar mais caro por via disso, o que se reflecte no custo directo. Uma coisa é fazer um transporte em 10’ outra é demorar 45’. Isto afecta, de sobremaneira, a competitividade das nossas empresas que, ainda assim, têm resistido. Com este acesso contruído, poderão mais facilmente competir no mercado.

GR: O Vougapark é hoje o polo dinamizador da ciência e do conhecimento no concelho? AC: É o grande polo e cada vez mais. O Vougapark está numa fase de grande sucesso e tem ultrapassado as nossas expectativas, não só em termos de captação de empresas, mas especialmente na área da inovação e das tecnologias. Está praticamente preenchido. Recentemente assinamos contrato com mais uma empresa inovadora, provavelmente a única em Portugal a trabalhar na área da robótica e dos drones. Brevemente estará a produzir material com incorporação de tecnologia de ponta, nomeadamente para a prevenção de incêndios e na proteção civil. Algumas das empresas instaladas têm progredido de forma acentuada e já são grandes no concelho.

GR: O que tem mudado nos últimos anos no sector primário do concelho? AC: Penso que estamos numa fase de transição. Os novos projectos no sector dos pequenos frutos estão a demorar um pouco a ‘arrancar’ ou a entrar em velocidade de cruzeiro, nomeadamente as últimas candidaturas. Tivemos uma série de projectos candidatados nos últimos anos, que ainda não estão a produzir em pleno. Esperamos que isso aconteça em breve, para que a produção de pequenos frutos no concelho fique normalizada. O concelho de Sever do Vouga iniciou a produção de pequenos frutos e queremos manter-nos como tal e cada vez com maior vitalidade.

GR: Há perspectiva de alargamento do Vougapark para torre que está ao lado? AC: A torre não será para a incubação de empresas, mas sim para outras áreas, como a hotelaria, por exemplo. Estamos a desenvolver contactos para que venha a ser transformada. GR: As últimas chuvas deixaram marcas no concelho, nomeadamente o controlo das descargas da barragem de Ribeiradio. Isso deixa-o preocupado? AC: Sem dúvida que sim. Temos que entender isto na perspectiva de que foi um fenómeno inusitado, felizmente, em que é difícil fazer previsões precisas. Contudo, temos que estar melhor preparados para estas situações. Houve alguma falhas devido à rapidez com que intempérie evoluiu, mas também a alguma inexperiência em situações deste tipo, porque nunca aconteceram. Para além da subida repentina das águas do rio, houve muitos outros prejuízos um pouco por todo o concelho, provocados diretamente pela intempérie, pois temos uma tipologia de terrenos em escarpas e socalcos. Fizemos um levantamento exaustivo e posso dizer que tivemos prejuízos enormes, públicos e privados, muito acima de um milhão de euros. Para o efeito, submetemos várias candidaturas para apoios do ministério da Agricultura.

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De 16 de Outubro e 1 de Novembro, mas celebrações estendem-se até ao final do ano

Festival Nacional de Gastronomia de Santarém comemora 40 anos O

Festival Nacional de Gastronomia de Santarém comemora 40 trouxe nos últimos anos “um retorno no surgimenanos, com celebrações que se estendem até ao final do ano, to de novos chefes e de restaurantes referência”, visando promover um concelho que junta à mesa todas as regiões que o presidente considera contribuírem para “uma do país. grande visitação” ao concelho. O município, subliOs 40 anos do Festival Nacional de Gastronomia de Santarém são nhou, tem na gastronomia “um dos pilares da estrao mote para “reforçar a capitalidade de Santarém e a importância tégia turística”. “Quando os estrangeiros decidem da gastronomia que é Património Imaterial da Humanidade”, afirvisitar Portugal nos 10 primeiros factores nunca apamou o presidente da Câmara, Ricardo Gonçalves. rece a gastronomia, mas quando saem a gastronomia O arranque das celebrações foi assinalado em Santarém com a aparece sempre nos três primeiros aspectos que mais apresentação do programa, que “vai decorrer até Dezembro, com gostaram”, afirmou Ricardo Gonçalves, sustentando a várias iniciativas ao longo de todo o ano”, e que tem como princiimportância de “aproveitar esta grande riqueza marpal novidade, segundo o autarca, o alargamento do festival “por cada pela diferenciação de sabores de norte a sul do mais uma semana”, decorrendo entre o dia 16 de Outubro e 1 país”. de Novembro. O Festival Nacional de Gastronomia atrai anualmente Entre as dezenas de iniciativas e eventos de “amplitude remais de 40 mil pessoas, número que este ano a organigional e nacional” que marcam as celebrações destacam-se a zação estima “poder aumentar substancialmente com a comemoração do Dia Nacional da Gastronomia (em Maio), o adesão do público repartida pelas dezenas de actividaevento “Portugal à Mesa em Santarém”, a participação na Bolsa des ao longo do ano”. de Turismo de Lisboa com um stand em formato de cozinha e O festival, que movimenta habitualmente um orçameno lançamento do Guia Gastronómico de Santarém, durante o to de 300 mil euros, contará este ano com um reforço fiFestival Nacional de Gastronomia. nanceiro, ainda não apurado, comparticipado pela autar“A preservação da memória e dos sabores está na ordem quia e por patrocinadores privados e entidades de turismo. do dia”, sublinhou Ricardo Gonçalves, defendendo a importância de associação essa missão a Santarém, onde há “o único festival gastronómico com uma dimensão nacional que demonstra aquilo que se faz no país inteiro”. A afirmação de Santarém como Capital da Gastronomia 10

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De 6 a 8 de Março, na zona ribeirinha de Boure/Sardoura

Sob a marca ‘Terras do Torricado’

Azambuja divulgou eventos gastronómicos para 2020

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marca Azambuja Terras do Torricado, lançada pelo município em Outubro de 2018, anunciou o calendário de eventos para o ano 2020. Este projeto concelhio volta a percorrer todas as freguesias, com um conjunto de oito iniciativas a realizar entre Março e Novembro, procurando consolidar, cada vez mais, o slogan ‘Azambuja Terras do Torricado’. Recorde-se que o lançamento do conceito concretizou uma forte aposta na defesa e promoção da identidade e das potencialidades deste território. O objetivo geral é valorizar e divulgar o Torricado d’Azambuja e todas as manifestações culturais a ele associadas. Para potenciar o mais possível essa promoção, o Município de Azambuja envolveu um conjunto largo de parceiros, desenvolvendo sinergias com as Juntas de Freguesia e diversas associações socioculturais do concelho com esse mesmo fim. Neste âmbito, Azambuja Terras do Torricado, dinamizará, ao longo do ano de 2020, uma iniciativa em cada uma das sete freguesias e ainda uma aberta a todos os estabelecimentos de restauração. De 01 de Outubro a 01 de Novembro de 2020 – Evento Gastronómico “A GULA” – à mesa nos restaurantes do concelho aderentes ao evento. Eventos nas Freguesias 07 e 08 de Março - Do Torricado à Lapardana, Uma Viagem Gastronómica - Aveiras de Cima 24 a 26 de Abril- Torricado na Praça – Tasquinhas de Manique do Intendente - União de Freguesias de Manique do Intendente, Vila Nova de S. Pedro e Maçussa 30 de Abril a 03 de Maio - Festa das Tasquinhas e do Torricado - Alcoentre 25 a 28 de Junho - Cultura, Gastronomia e Torricado - Vila Nova da Rainha 24 a 27 de Julho - Retiro do Torricado - Aveiras de Baixo 02 a 05 de Outubro - Paraísabor – Festival do Torricado Vale do Paraíso 06 a 08 de Novembro - Festa do Torricado - Azambuja 12

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Festival da Lampreia e do Sável promove gastronomia de Castelo de Paiva

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cais de Boure/Sardoura, nas margens do Rio Douro, é o palco de mais uma edição do Festival da Lampreia e do Sável, uma iniciativa que a Câmara de Castelo de Paiva promove anualmente no segundo fim de semana de Março, onde os comensais podem apreciar a lampreia à mesa com arroz ou à bordalesa. Este evento gastronómico, que decorrerá de 6 a 8 de Março, é orientado para a degustação desta iguaria da cozinha regional, tão presente neste concelho e uma das mais emblemáticas da tradição culinária portuguesa. “Esta iniciativa apresenta-se como uma forma de divulgação do que melhor temos em Castelo de Paiva, como um artesanato genuíno e diversificado, uma saborosa gastronomia e os excelentes Vinhos Verdes de Paiva”, refere a autarquia duriense.


Campanha de gastronomia envolve 20 restaurantes

Em Março o sável “está à mesa” em Vila Franca de Xira C

om a chegada do mês de Março, o sável é presença obrigatória “Liberdade” (núcleo museológico), visitas guiadas nas mesas de Vila Franca de Xira. A iniciativa da Câmara Munia museus e outras atividades. cipal dá continuidade à campanha de gastronomia “Março, Mês do Novidade este ano é a parceria estabelecida com Sável”, à qual se associam este ano 20 restaurantes de todo o cona Associação Cultural dos Avieiros da Póvoa de Sancelho, em Vialonga, Alverca, Alhandra, São João dos Montes e Vila ta Iria (ACAPSI) proporcionando, nos fins de semaFranca de Xira. na de Março, visitas livres e gratuitas à Casa Avieira A campanha foi oficialmente apresentada no centro de eventos situada na frente ribeirinha da Póvoa de Santa Iria. Plaza Ribeiro Telles, em Vila Franca de Xira, e contou com as preassente na tradição gastronómica das comunidasenças do presidente da Câmara Municipal, Alberto Mesquita, e do des varina e avieira, cuja fixação na borda do Tejo é presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa, Vítor Cosparte essencial da história e da cultura do concelho, ta. Este evento mobilizou jornalistas, operadores turísticos, resa Campanha de Gastronomia “Março, Mês do Sável” taurantes e representantes do movimento associativo e do tecido valoriza estas raízes, ao mesmo tempo que potencia a empresarial local. Para além da degustação do Sável, o momento ligação do Município ao rio Tejo e promove a sua frenincluiu também uma prova comentada dos vinhos “Encostas de te ribeirinha, com 22 km de extensão, enquanto uma Xira”. das suas maiores riquezas naturais. Seja na sua confeção mais tradicional – o sável frito com açorPara alargar a promoção do “Março, Mês do Sável”, a da de ovas, ou descobrindo outras propostas em carta, como o Câmara de Vila Franca de Xira vai também promover nos sável frito com risoto de ovas ou a cabidela de sável, o “Março, mercados municipais sessões de showcookings, a cargo Mês do Sável” é um evento mobilizador para milhares de visido Chefs José Maria Lino e Luís Machado, que irão confetantes que, a cionar a receita ao vivo, dando-a a provar aos visitantes. pretexto de uma bela refeição, descobrem um território cheio de motivos de interesse: natural, paisagístico, cultural e de lazer. Para potenciar esta experiência, a Câmara de Vila Franca de Xira proporciona também, em articulação com diversos operadores e Associações, alguns roteiros turísticos e culturais, que incluem passeios no Tejo a bordo do barco varino www.gazetarural.com

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A 7 e 8 de Março, com Fernando Daniel e Nelson Freitas no programa de animação

Monchique mostra enchidos algarvios M

De 9 a 14 de Junho, com Mickael Carreira, Bárbara Bandeira, Rita Guerra e José Cid

Festas de Abrantes 2020 prometem ser “as melhores de sempre” M

ickael Carreira, Bárbara Bandeira, Os Quatro e Meia, José Cid e Rita Guerra são os nomes maiores das Festas de Abrantes, que decorrem este ano de 9 a 14 de Junho. A Câmara de Abrantes garante que as Festas de 2020 serão “as melhores de sempre”, muita animação, espetáculos musicais e várias novidades. Os concertos vão decorrer no Largo 1 de Maio e com a London International Gospel Choir a conferir dimensão internacional ao evento, nos Mourões, naquele que o presidente da Câmara de Abrantes diz ser “um concerto único no mundo”, pois, no fim de contas, “os abrantinos são o melhor cartaz”. Manuel Jorge Valamatos diz que tudo está a ser preparado para estas sejam “as melhores festas de sempre”. O Largo 1 de Maio, onde começa e acaba o evento, vai receber os concertos de Mickael Carreira, Bárbara Bandeira, Os Quatro e Meia, José Cid & Quarteto e os Hotplay, a banda de tributo a Coldplay. Por sua vez o hipódromo dos Mourões será o palco do “grande concerto” de Rita Guerra e Héber Marques (dos HMB), Anin Rose e o Coro internacional de Gospel de Londres com acompanhamento da Orquestra Ibérica.

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ostrar que no Algarve também se fazem bons enchidos é um dos objectivos da realização da Feira dos Enchidos de Monchique, que vai decorrer nos dias 7 e 8 de Março, e que tem em Fernando Daniel e Nelson Freitas os destaques no programa de animação. Farinheira, chouriço, morcela, presunto ou torresmos são algumas das iguarias que prometem deliciar os visitantes. Mas nesta vigésima sétima edição, quem passar por Monchique pode ainda apreciar a famosa aguardente de medronho, licores, mel e doçaria tradicional. No que à oferta gastronómica diz respeito, para além dos diversos pratos da cozinha tradicional local, os visitantes terão “oportunidade de apreciar a variedade gastronómica que caracteriza esta região do Algarve e que evidencia os sabores e saberes locais”. Porco assado no forno de lenha, milhos com feijão, feijoada com enchidos, bochechas de porco preto, cozido com enchidos, feijão com arroz e castanhas, cozido de grão, panela de couve à moda de Monchique, assado de cabrito com ameixas, bolo de tacho, pudim de mel, doce de alfarroba, são alguns dos pratos da cozinha tradicional algravia desta região que podem ser degustados. Na Feira do Enchido de Monchique os visitantes podem também encontrar artesanato característico da região, vários momentos de animação e dois espetáculos musicais, com Fernando Daniel, a 7 de Março, e Nelson Freitas, no domingo, 8 de Março. De destacar a presença da RTP; com a transmissão do Programa “Aqui Portugal”.


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De 6 a 8 de Março, no Pavilhão Multiusos

Município mostra “Tábua de Queijos e Sabores da Beira” O

Pavilhão Multiusos de Tábua é o palco da edição 2020 do “Táos 120, tendo subido para mais de 130 nesta edibua de Queijos e Sabores da Beira”, evento que vai decorrer de ção. O autarca de Tábua “espera fazer este evento 6 a 8 de Março e que visa promover os produtos locais como o queijo, com um investimento inferior a 30 mil euros”. os enchidos, o pão, o mel e o vinho do Dão. As associações do concelho também marcam O presidente do Município de Tábua, na apresentação do certapresença, tendo a seu cargo a dinamização de um me, manifestou a intenção de ver superado o número de visitantes espaço dedicado à gastronomia regional. registado nas últimas edições estimado em cerca de 30 mil. Mário Loureiro adiantou também que o programa contempla, no dia 6 de Feira consolida recuperação após fogos de 2017 Março, a “inauguração de um monumento de homenagem ao pastor”, em São Geraldo, na União de Freguesias de Covas e Vila Nova O reforço da participação de expositores na Tábua de Oliveirinha. Para além de uma sessão de showcooking, com o de Queijos e Sabores da Beira traduz a recuperação chef Luís Lavrador, “no âmbito da CIM Região de Coimbra, Região da economia após os incêndios de 2017. “Houve um Europeia da Gastronomia 2021”, a realização de uma prova de trabalho intenso para não deixarem de estar ativos”, vinhos é um dos momentos altos do segundo dia. “O nosso vinho, adiantou Mário Loureiro, questionado sobre a evolualiado ao queijo, ao pão e aos enchidos trazem muita gente a ção das diferentes áreas de atividade do concelho, em Tábua”, referiu o autarca. especial a criação de ovelhas e a produção do queijo da O programa inclui música, folclore, confeção e degustação de Serra da Estrela, nos últimos três anos. O autarca realpratos tradicionais, provas de vinhos e um passeio de bicicletas çou que os rebanhos “são muito importantes em termos antigas. Outra das iniciativas é a eleição da “rainha das vindieconómicos e turísticos” para os municípios adjacentes mas” de Tábua, no âmbito do Concurso Nacional da Rainha das à Serra da Estrela, cujos ovinos de raças autóctones e o Vindimas, promovida pela autarquia liderada por Mário Loureipróprio queijo tradicional estiveram ameaçados devido ro, enquanto associada da Associação dos Municípios Portuaos fogos de 15 de Outubro de 2017. Houve algumas pergueses do Vinho, em colaboração com as juntas de freguesia. das, “mas foram poucos casos e os rebanhos renovaramNos últimos anos, em termos de adesão de produtores, -se”, tendo as unidades de produção de queijo regressado vendedores e visitantes, a Tábua de Queijos e Sabores da Beià normalidade, congratulou-se. ra “tem crescido de forma fantástica”, segundo Mário Loureiro. Em 2019, o número de expositores presentes no Pavilhão Multiusos, onde comercializam pão, enchidos, mel, vinhos, licores e artesanato, entre outros produtos locais, rondou 16

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A grande celebração das cozinhas do rio faz-se de 6 a 15 de Março

Alandroal recebe XI Mostra Gastronómica do Peixe do Rio 2020

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grande celebração das cozinhas do rio vai decorrer no município do Alandroal de 6 a 15 de Março, na XI edição da Mostra Gastronómica do Peixe do Rio. O evento, que já faz parte do roteiro gastronómico anual de milhares de visitantes, acontece em 18 restaurantes e cafés de todo o concelho e nas tasquinhas da Feira da Mostra, no Castelo do Alandroal, onde vai ser possível encontrar uma grande diversidade de pratos de peixe do rio e descobrir também toda a gastronomia de um concelho que tem muito para oferecer. Na Feira da Mostra (sextas, sábados, domingos e segunda-feira, dia 9) haverá as tasquinhas, os showcookings, a feira de produtos locais com momentos de provas, feira de vinhos e animação musical. Dezanove alojamentos do concelho associam-se mais uma vez à iniciativa e há muito mais para fazer, como passeios pedestres, passeios de BTT, a “Rota do Petisco” (um roteiro de um dia pelos cafés e tascas de todo o concelho, para conhecer os petiscos mais genuínos) e a já emblemática “Caldeta para Todos”, no castelo do Alandroal, no último domingo da mostra, depois da caminhada por terras de Capelins. O Chef José Júlio Vintém será o convidado da mostra e estará presente para momentos de interação com os visitantes. Este ano, o chef colabora também na organização do “Congresso das Cozinhas do Rio”. O dia 9, aberto a todos os interessados, é dedicado a debater e a experienciar a riqueza e singularidade da gastronomia associada ao rio em todas as suas vertentes com outros chefes convidados – como António Loureiro, o Chef que levou a primeira estrela Michelin para Guimarães – e com especialistas de outras áreas do saber que se cruzam com a gastronomia. Destaque ainda para o concurso “A Caldeta Lá de Casa” que, como o nome indica, convida todos os participantes, cozinheiros e cozinheiras amadores, a trazerem a concurso a caldeta e o peixe frito, o mais tradicional prato de peixe do rio, que foi passando de geração em geração com as suas singularidades.

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F E S TA da A M E N D O E IR20A20 em F L O R

CAPITAL DA AMENDOEIRA EM FLOR

21 DE FEVEREIRO A 8 DE MARÇO FEVEREIRO 15 |SÁB. | 16H00 |

Abertura da Exposição

“Amendoeiras e Mundo Rural”

pelo olhar de Adriano Ferreira

| Galeria d’ Artes do Centro Cultural |

16 |DOM.| 08H30 | II Foz Côa TT Tour | Foz Côa Automóvel Clube + J.F. de Foz Côa + J.F. de Freixo de Numão - Murça | Praça do Município 08H30 | VI Passeio TT – Motos-Quads-Buggies | Largo do Adro - J.F. de Chãs

21 | SEX. | 21H30 | Abertura Oficial | Stand Up Comedy com HUGO SOUSA | Auditório do Centro Cultural 22 | SÁB. | 09H00 | Montaria das Amendoeiras em Flor 2020 | Clube Caça e Pesca de V.N. Foz Côa 21H45 | MATAY

| Praça do Município

23H00 | DJ JOÃO AMARAL

| Praça do Município

23 |DOM.| 09H00 | Montaria em Flor 2020 | Clube Caça e Pesca de Almendra 09H00 | XIX Passeio Pedestre das Mós | Sede da ACR d´As Mós 09H00 | XXXII - Passeio de Cicloturismo | ACCÔA + J.F. de Almendra + J.F. de Castelo Melhor | Praça do Município 09H00 | Rota das Amendoeiras - Passeio em 2 Rodas | (Mcbonellifozcoariders) +

J.F. de Numão + J.F. de Touça

09H30 | Das Seixas à Quinta do Vesúvio pelos Socalcos do Douro | Ass. Causas e Contextos - Largo do Terreiro - Seixas 15H00 | Tertúlias de Pão Tradicional e Incursões ao Museu da Telha | J.F. de Touça 15H00 | Free Style Motard | Mcbonellifozcoariders | Estação de Camionagem 15H00 | Concerto de Guitarra do Conservatório de São José da Guarda 18H00 | Brass Band | Guitarras do Côa

24 | SEG. | 21H00 | Brass Band e Orquestra Sinfónica 25 | TER. | 16H00 | Guitarras do Côa |

| Freguesia de Custóias | Igreja Matriz

| Freguesia de Sta. Comba | Igreja Matriz | Auditório do Centro Cultural

Freguesia de Touça | Salão da Junta de Freguesia

27 | QUI. | Um Percurso, Dois Patrimónios 09H30 |

Quinta do Vale Meão | Inscrições na Fundação do Côa | Museu do Côa

14H00 |

Adega Mateus Nicolau de Almeida e Quinta do Monte Xisto e Mateus Nicolau de Almeida | Inscrições na Fundação do Côa | Museu do Côa

28 | SEX. | 21H30 | NOITE DE FADO FOZCOENSE | Auditório do Centro Cultural 29 | SÁB. | 09H00 | XI Torneio de Karaté das Amendoeiras em Flor 2020 11H00-13H00 | 14H30-20H00 | Aqui Portugal - RTP

| Pavilhão Gimnodesportivo

| Av. Gago Coutinho e Sacadura Cabral

14H30 | Jogar com Tradição – Jogo da Malha e Torneio da Sueca 14H30 | Passeio pela História, Sentir o Local | Castelo de Numão – 14H30 | XXXIV Festival de Folclore

| Ass. Amigos de Murça – Murça

J.F. de Numão

| Coreto do Parque de St. António

R.F. de Vila Nova de Foz Côa – Associação de Cultura Popular | R.F. de Alcaria, Fundão R.F. de "Os Loureiros de Lordosa", Castelo Branco | R.F. de "Danças e Cantares de Raiz do Monte" de Vila Pouca de Aguiar

16H15 | Master Chefe - À Mesa com a Amêndoa 21H45 | BÁRBARA BANDEIRA

Com o Chef Emanuel Cunha e Tia Cátia | CLDS4G | Auditório do Centro Cultural

| Praça do Município

23H00 | DJ WILSON HONRADO

EXPOSIÇÂO PERMANENTE

“AMENDOEIRAS E MUNDO RURAL”

| Praça do Município

MARÇO

pelo olhar de Adriano Ferreira

1 |DOM.| Feira Franca | Um Percurso, Dois Patrimónios 09H30 |

Percurso Pedestre entre Muxagata e Ribeira de Piscos | Inscrições na Fundação do Côa | Museu do Côa

6 |SEX. | 21H45 | Sarau Cultural do Agrupamento Vertical de Escolas | Auditório do Centro Cultural 7 |SÁB.| 09H00 | Caminhada “Do Pelourinho ao Museu de Ervamoira“ | Junta de Freguesia de Muxagata 14H30 | Atuação da Banda Musical de Freixo de Numão 17H00 | Olhares Cativos

| Coreto do Parque de St. António

| Fundação do Côa | Museu do Côa

21H45 | CAROLINA DESLANDES

| Praça do Município

8 |DOM.| 14H30 | DESFILE ETNOGRÁFICO 21H30 | ROUXINOL FADUNCHO 23H00 | Fogo de Artifício

| Praça do Município

| Praça do Município

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15 |DOM.| 08H00 | “Rota da Amêndoa e do Figo” Convívio de Veículos, Motos, Clássicos e Desportivos

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Motoclube do Côa + J. F. de Muxagata + J. F. de Chãs | Praça do Município

EM CASO DE MAU TEMPO OS ESPECTÁCULOS MUSICAIS SERÃO NA EXPOCÔA

CM-FOZCOA.PT | MUNICIPIO_DE_FOZ_COA | CMFOZCOA


Com o prémio “Os Melhores do Ano” na categoria de Viticultura

Viticóloga do Dão distinguida nos prémios Grandes Escolhas N

a gala anual “Grandes Escolhas”, organizada pela revista Vinho Grandes Escolhas, o Dão voltou a estar em destaque. Vanda Pedroso, viticóloga do Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, foi distinguida com o prémio “Os Melhores do Ano” na categoria de Viticultura. Além disso três vinhos da região ficam no Top 30. Mais uma vez a região do Dão esteve em destaque na gala dos Prémios Grandes Escolhas, que se realizou no Velódromo de Sangalhos. Como é habitual foram entregues os galardões “Os Melhores do Ano” e na categoria de Viticultura a distinção foi entregue a Vanda Pedroso, viticóloga-investigadora do Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão. Há vários anos que Vanda Pedroso desenvolve o seu trabalho de investigação na região e vinhas do Dão. Além deste prémio, os vinhos da região também estiveram em destaque e três deles figuram no TOP 30 dos melhores de 2019: Grande Druída Homenagem João Corrêa Encruzado branco 2017, Carlos Lucas & Carlos Rodrigues tinto 2015, Quinta da Pellada “Mata” e “casa” tinto 2015. O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR do Dão) disse estar orgulhoso dos resultados alcançados pela região. “Estas distinções provam não só a qualidade dos vinhos do Dão, mas também de todos aqueles que se dedicam à região. Com três vinhos distinguidos entre os melhores de Portugal, e a distinção de Vanda Pedroso, não podemos deixar de estar orgulhoso e motivados para continuar o trabalho na afirmação do Dão”, referiu Arlindo Cunha. De salientar, que na semana anterior o Dão também já tinha sido distinguidos na gala “Os Melhores do Ano 2019”, da Revista de Vinhos. Fotos: Créditos: Mário Cerdeira

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Exportações valem 820 milhões

Vinho nacional “afirma-se no mundo” e o preço médio aumentou A

em volume (9%), quer em valor (6%), resultando s exportações do sector vitivinícola português aumentaram numa ligeira quebra do preço médio de cerca de 0,3% em 2019, para cerca de 296 milhões de litros, face a 2,2%, salienta o Ministério da Agricultura. igual período do ano anterior, enquanto em valor subiram 2,5%, Em 2019, os 10 principais mercados de destino do para cerca de 820 milhões de euros. vinho português são a França, na primeira posição, De acordo com o Ministério da Agricultura, que cita dados do seguida dos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, AleInstituto Nacional de Estatística (INE), “2019 foi um ano positivo manha, Canadá, Bélgica, Países Baixos, Angola e por para as exportações de vinho português”, lembrando que a dinâfim a Suíça. mica observada se traduziu num crescimento de cerca de 2,3% do Os dados do INE permitiram concluir também que as preço médio do vinho exportado. exportações destinadas aos Estados Unidos apresentaEm 2018, o vinho exportado por Portugal representava um ram “um expressivo crescimento” de 10%, tendo passapreço médio de 2,71 euros/litro e, já em 2019, o preço médio do de 81 milhões de euros, em 2018, para 90 milhões aumentou para 2,77 euros/litro. Os números permitem ainda de euros no ano passado. No que respeita ao saldo da realçar que há a registar também um “comportamento muito balança comercial em 2019, o Ministério destaca o saldo positivo” das exportações de vinho português para os países positivo de cerca de 653 milhões de euros. terceiros, quer em volume (10%), quer em valor (6%). No entanto, há a assinalar a quebra, em volume, registada nas exportações para a União Europeia de cerca de 7%, apesar da manutenção do valor exportado se ter situado nos 0,3%. Segundo os dados do INE, observou-se uma subida de cerca de 8% do preço médio do vinho nacional exportado para o espaço comunitário, que, no ano de 2018, se situou em 2,70 euros/litro e, no ano de 2019, em 2,91 euros/litro. Quanto ao vinho certificado de Identificação Geográfica (IG) há também a registar “um aumento significativo”, quer www.gazetarural.com

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De 10 a 12 de Abril, com uma Mostra Gastronómica da Sopa de Espinafres

‘Vidigueira Vinho’ promove néctares e produtos de excelência do concelho P

Com a organização do ‘Vidigueira Vinho’, a romover o vinho como um produto turístico, divulgar a gastronomia autarquia pretende promover o vinho do contradicional, bem como outros produtos de excelência do concelho celho como um produto turístico, promotor de é o objectivo do ‘Vidigueira Vinho’, que vai decorrer de 10 a 12 de Abril. desenvolvimento económico; divulgar a riqueza O programa desta iniciativa, promovida pela da Câmara de Vidigueira, da cozinha tradicional local; dar ênfase a outros vai integrar a Mostra Gastronómica da Sopa de Espinafres, exposição produtos agroalimentares, designadamente o e venda de produtos agroalimentares, conferências, provas de vinho, espetáculos musicais, animação de rua e festas temáticas. Do cartaz pão, a doçaria, as laranjas e os azeites da região, musical destacam-se o grupo RAYA e os concertos do grupo Os Vocaelementos importantes da gastronomia e economia local; promover a excelência produtiva do terlistas e de António Caixeiro. ritório no domínio da produção vitivinícola; dignifiNeste evento podem participar todos os agentes económicos e car o cante alentejano como fator de promoção da produtores de agroalimentares, designadamente, nos sectores da cultura alentejana; valorizar e dignificar o vinho de doçaria, panificação, citrinos, queijaria, vinhos, azeites, mel, compotalha; promover e comercializar o artesanato local tas, licores, vinhos artesanais e enchidos. Podem também particie capacitar o evento para o mercado turístico espapar expositores de venda de artesanato tradicional e/ou que sejam nhol. produzidos com matérias-primas tradicionais, de preferência com trabalho ao vivo.

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A 7 de Março, no Convento de S. Francisco

Há vinhos e petiscos no ‘Tejo a Copo’ em Santarém N

uma iniciativa da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), vai decorrer no próximo dia 7 de Março, no Convento de S. Francisco, em Santarém, o ‘Tejo a Copo’, uma excelente oportunidade para entusiastas vínicos e enófilos contactarem de perto com alguns dos melhores ‘Vinhos do Tejo’ e com quem os produz. “Em casa”, são os produtores e os enólogos que dão a cara pelos vinhos em prova, alguns deles em pré-lançamento ou em estreia. Depois do sucesso da edição de 2019, e partindo da expressão “equipa que ganha, não se mexe”, a CVR Tejo vai mais longe e aplica-o não só à equipa, mas à realização deste evento, que decorrerá das 15 às 21 horas. Foi estratégia da CVR Tejo realizar este evento no Ribatejo, a fim de promover os ‘Vinhos do Tejo’ e a sua gastronomia, mas também o vasto património territorial e cultural da região. Se os vinhos e a comida são facilmente transportáveis para outras paragens, como as grandes capitais de Portugal e do Mundo, o seu habitat (que é história e criar estórias) nem tanto! E é este um factor cada vez mais importantes e decisivo na eleição de um vinho. Composta por 20 produtores, a lista de presenças do ‘Tejo 22

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a Copo 2020’ já é conhecida. Em breve, vão ser anunciados nas páginas de Facebook e Instagram Vinhos do Tejo. No que toca a petiscos, a autoria dos deste ano cabe aos escalabitanos Tascá e Pigalle, restaurantes que vão estar representados no evento. Na edição deste ano, a prova comentada vai dar lugar a três ‘Conversas Vínicas’, mais intimistas e informais, com quatro vinhos cada e sob a batuta do sommelier Rodolfo Tristão, consultor da CVR Tejo. São gratuitas e de inscrição no local. A entrada no ‘Tejo a Copo’ é livre, mas quem quiser provar os vinhos do evento tem que adquirir o copo do evento, disponível por €3,00. Os petiscos têm um custo unitário de €3,50.


Com inscrições abertas até 7 de Março

Proença-a-Nova promove III Concurso de Vinhos do concelho O

município de Proença-a-Nova vai promover a terceira edição do concurso “Os Melhores Vinhos do Concelho”, uma iniciativa conjunta do Câmara Municipal e do Centro Ciência Viva da Floresta que pretende consolidar o trabalho realizado pelo Laboratório de Vinhos do CCV da Floresta nos últimos oito anos e que tem contribuído para aumentar, de uma forma geral, a qualidade dos vinhos produzidos na região. Os vinicultores individuais residentes no concelho podem de Proença-a-Nova inscrever-se até dia 7 de Março, em qualquer uma das categorias em competição: vinhos tinto, branco e rosado da colheita de 2019. Asa provas cegas terão lugar a 28 de Março, com a presença de um júri composto por oito elementos que irá determinar quais são os vinhos com classificação de ouro e prata. Serão atribuídas classificações de ouro aos vinhos que alcançarem 85 ou mais pontos e classificações de prata aos vinhos que alcançarem 75 ou mais pontos. De entre as classificações de ouro atribuídas a cada tipo de vinho, a que tiver a pontuação mais elevada será atribuída a categoria de “Excelência de Ouro”. Nas edições anteriores, já receberam a distinção Excelência de Ouro o vinho tinto de Luís António Cardoso (2018) e os vinhos brancos de José Adelino Cristóvão (2018) e Joaquim Farinha Dias (2016). Em 2018, participaram 37 vinhos tintos e 16 brancos, tendo chegado à final 16 tintos e 10 brancos. Já em 2016, primeiro ano deste concurso, apenas 15 dos 42 vinhos tintos, oito dos 17 brancos e nenhum dos sete rosados inicialmente a concurso passaram pela prova organolética. O laboratório de análises de mostos e vinhos do CCV da Floresta, que presta serviços no controlo de maturação das uvas, análise a mostos e vinhos, apoia todo o processo de elaboração do vinho. No segundo semestre de 2019 recebeu quase três mil amostras para análise.

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Crónicas Rurais

Um dia no monte: a chegada à Aldeia Por Júlio Sá Rêgo Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se a meu lado. (Alberto Caeiro, 1925, poema I)

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onduzia em direção ao Alvão. Acostumado com as paisagens rurais de incêndios florestais, etc., mas ela não me francesas, esperava encontrar no fim do caminho uma aldeia florida, pareceu nada convencida pela minha pregacom suas lojas gourmets promovendo iguarias locais e riquezas da região. ção. Diante de patente fracasso, resignei-me a À medida que subia a encosta, a perplexidade crescia. As paisagens vermudar de assunto. dejantes do vale davam, pouco a pouco, lugar a um ‘marrom’ rochoso. Como outros que ali viviam, ela morou uns Em um povoado, no caminho da Aldeia, deparei-me com um rebanho anos na França e regressou por sentir falta da de cabras, na estrada, bem à minha frente. Paciente, segui calmamente região natal. Surpreendeu-se em saber que eu atrás. O som dos chocalhos penetrava meu veículo, enquanto minha também era francês e logo começamos a conimaginação corria. O que ia encontrar nesse meu primeiro contato com versar sobre lugares comuns. Observei que nas o mundo rural português? paredes havia escudos de clube de futebol, troO rebanho deambulava pelas ruas do povoado. As cabras eram basféus esportivos e retratos das belezas naturais da tante animadas e bagunceiras. Saltitantes, elas apoiavam-se contra os freguesia. Não sabia, mas lentamente ia-me já muros dos jardins e invadiam os terrenos, comendo plantas ornamenapegando àquela comunidade. tais que porventura estivessem ao alcance. Os cães pastores, incansáOs habitantes da Aldeia gostam de futebol. A veis, tentavam pôr ordem, a organizar o rebanho e orientar as cabras maioria torce para o FC Porto, mas também há bascom seus latidos. Os vizinhos, de suas janelas, acompanhavam o motantes torcedores do Benfica. Contudo, ninguém vimento desconfiados e usavam o berro para espantar as bichas de torcia para o Sporting. A própria Dona do café consuas plantas. fessou respeitar os dois rivais nacionais, mas não ter O rebanho tangenciou e pude seguir o meu caminho. O visual nenhum apreço pelo Sporting. continuava a transformar-se e a estrada a estreitar-se. A vegetação, Na Aldeia, anos atrás, havia um ‘time’ de futebol cada vez mais rasteira e seca, dominava as montanhas onduladas, também. A foto da equipe da época estava lá exposdas quais, agora, apenas um desfiladeiro me separava. A estrada ta. Nela figurava, muito mais novo, o Pastor pelo qual não comportava mais barreiras de proteção e as curvas se multiesperava. Nostálgica, disse-me que o time já não exisplicavam ao horizonte. tia e enganchou nas fotos das belezas naturais da reA 960 metros de altitude cheguei à Aldeia. Um conjunto de cagião... rio, cachoeiras, pontes medievais... foi quando sas esparsas em estado de conservação variável. Não havia ninchegou o Pastor. guém. Ouviam-se apenas os pássaros, galinhas e algumas máquiBonachão, ele inspirou-me logo muita simpatia e nas agrícolas à distância. Havia combinado de encontrar o Pastor confiança. Brincou dizendo que já não era o primeiro a no café da Aldeia, mas como dispunha de tempo aproveitei para aventurar-se com ele no monte. Outro dia competiu-lhe dar uma pequena volta. No passeio, avistei algumas pessoas. levar um tipo de Guimarães lá. Temia que fosse obeso, Engajadas em tarefas rurais, elas interrompiam-se para, por inspois era da cidade e não daria conta de caminhar. Contutantes, me espiar. do, o tipo era magrinho. Percebi logo o recado. A apreenApós deambular pelas ruas quase desertas, traçadas por são também se dirigia a mim. Perguntou-me se tinha háimemoriais casas de pedras, dirigi-me ao café de nosso enconbito de caminhar. Diante da afirmativa e de minha silhueta tro. Não havia nenhum cliente lá. Apresentei-me à dona do esbelta, tranquilizou-se. Despedimo-nos da Dona do café mesmo e expliquei-lhe o propósito de minha visita. Surpresa, e fomos rumo ao estábulo. ela indagou: vais ao monte pastorear o dia todo?! Nos arredores da Aldeia lá estava o estábulo, guardado Provavelmente pensou que fosse algum aloprado urbapor três cães pastores de raça Castro Laboreiro. Simpáticos no que via beleza naquela vida dura e que aparentemente e afetuosos logo me acolheram. O Pastor percebeu que eu ninguém mais estava disposto a assumir. Engatei no diálogo não tinha cajado. De fato, quem vai ao monte sem cajado? animado sobre a pastorícia, a biodiversidade, a prevenção Mais um turista, deve ter pensado ele ao abrir uma portinha 24

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e estender-me um bastão de caminhada. Após alimentar rapidamente os cães, o Pastor abriu os portões e de lá saíram duas centenas de cabras Bravias. Os cães juntaram-se a nós e partimos para o monte. O dia estava lindo e o sol estupendo. Uma brisa suave refrescava-nos, enquanto admirávamos aqueles montes ondulados a perder de vista. Distinguíamos, ao longe, oásis de faixas de vegetação verdejante – caminhos d’água, indicou-me o Pastor – coabitando com terra queimada e tocos carbonizados – triste lembrança dos incêndios de 2010 e 2017 que assolaram a região. Caminhamos muito no baldio, uma vasta pastagem que acolhe a sobrevivente pastorícia da freguesia. Não se via ninguém naquela serra. Havia, certo, ao longe, um outro pequeno rebanho de vacas maronesas, mas estas caminham pouco e andam sem alguém por perto. O Pastor lamentou-se e disse-me que antigamente havia muitos rebanhos e pastores nessa serra. Hoje, aquela vasta paisagem parecia nos pertencer, somente a nós. * Economista e antropólogo nascido em Paris e criado no Rio de Janeiro. Especialista do patrimônio cultural imaterial e do desenvolvimento sustentável, ele está a percorrer o Centro e Norte de Portugal relatando as pastorícias em busca das, agora em voga, “cabras sapadoras”. - www.juliosarego.site - jsr@juliosarego.site - @aneconomistinanthropology www.gazetarural.com

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Produtores alertados para a necessidade de controlo de pragas e doenças

Estação Agrária de Viseu promoveu acção de formação sobre a cultura do mirtilo A

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), ao apoio de várias instituições, pessoas e empreatravés da Estação Agrária de Viseu, promoveu mais uma ação sas, como a Crimolora, que fornece toda a parte de formação e divulgação acerca da cultura do mirtilo. Estiveram prenutricional necessária à cultura e que acompanha sentes produtores e técnicos de todas as regiões do país. a produção desde o primeiro dia, e a Plamaza, resEsta ação, que teve uma elevada participação, acontece todos os ponsável pela oferta de todas as plantas. anos e a organização procura que seja coincidente com a altura da Neste projeto, participam também os alunos da poda do mirtilo, para que os agricultores tenham a oportunidade de Escola Superior Agrária de Viseu, que integram esassistir e intervir numa ação prática. O objetivo principal foi transmitágios de colheita do mirtilo e que fazem também tir os resultados obtidos ao longo dos sete anos da cultura do mirtilo com que seja possível a continuidade do projeto e o na Estação Agrária de Viseu e sensibilizar os produtores para a prodecréscimo dos custos de produção, ao fazerem um pagação de pragas que possam afetar os campos. acompanhamento semanal das culturas. Sérgio Martins, da DRAPC, adiantou que “estas ações destinamQuando questionado sobre os custos de produção, -se essencialmente a produtores deste fruto, mas também a todas Sérgio Martins afirma que procura que sejam os meas pessoas que se interessem ou queiram iniciar a sua produção”. nos possíveis, pois o principal objetivo deste projeto Esta ação foi dividida em três partes. A primeira contou com será o de informar sobre as melhores técnicas utilizauma palestra, apresentada por Sérgio Martins, onde foram apredas nesta cultura e não o de obter lucro com a produsentados com detalhe os estados dos últimos sete anos de produção que possa cobrir os gastos. Sérgio Martins afirma ção das 20 variedades de mirtilo existentes para testes e colheita. ainda que não pretende alargar o espetro a outras vaNa segunda parte Vanda Baptista sensibilizou os produtores riedades de mirtilo, nem alargar a área de cultivo. para a necessidade de controlo de pragas e doenças, apresenAções como esta funcionam como um alerta para um tando um plano de ação controlar as pragas, que já afetaram a comportamento preventivo no que diz respeito a pragas produção, como a Drosophila Suzukii, e outras que são já uma e outros fatores externos que poderão afetar a produção ameaça, como a Bactrocera Dorsalis, para as quais os produtode mirtilo nacional. res devem estar atentos. A terceira e última parte contou com “Os resultados agora divulgados servem essencialmenuma ação pratica de pode do mirtilo. te como uma base importante de informação, para que Segundo a organização, a instalação de campos de cultura os produtores saibam como agir e tirar o melhor lucro das de mirtilo na Estação Agrária de Viseu ocorreu em Novemsuas plantações”, afirmou Sérgio Martins. bro de 2012, decorrente da necessidade de dar resposta às questões colocadas sobre a cultura e produção de pequenos frutos e qual seria a sua adaptação às condições climáticas da região. Esta instalação de campos de mirtilo só foi possível devido 26

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Garantia dada pelo Secretário Regional da Agricultura e Florestas

Governo dos Açores vai rever legislação que regula atividade apícola A

legislação que regula a atividade apícopara o crescimento da diversificação agrícola e para a preservação da la nos Açores vai ser revista e ajustada biodiversidade no arquipélago”. às dimensões dos apiários na região e ao número de colmeias por apiário, entre outros, Caçadores nos Açores são “verdadeiros vigilantes contando para o efeito com os contributos dos da natureza em regime de voluntariado” agentes do setor. A garantia foi dada pelo Secretário Regional Noutro âmbito, o Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirda Agricultura e Florestas em Ponta Delgada, no mou, na ilha Terceira, que os caçadores são “verdadeiros vigilantes final de uma reunião com a direção da Associada natureza em regime de voluntariado”, salientando que o futuro da ção de Apicultores da Ilha de São Miguel (APIcaça nos Açores assenta num compromisso partilhado entre GoverMAR). João Ponte afirmou que o Governo Regiono, associações e caçadores para continuar a administrar bem os renal “vai iniciar o processo de revisão da alteração cursos cinegéticos e garantir às gerações futuras a sustentabilidade legislativa relacionada com a apicultura nos Açodesta importante atividade lúdica. res, cumprindo um compromisso assumido, em “Os caçadores têm uma profunda ligação com o ambiente e o estreita articulação com as associações apícolas na meio rural. São verdadeiros vigilantes da natureza em regime de Região e com a Federação Agrícola dos Açores, de voluntariado, que, desde logo, interiorizaram que é preciso saber quem esperamos contributos construtivos”. caçar, conciliando a ciência, o fomento das espécies e as preoO governante salientou que esta reunião serviu cupações sanitárias”, referiu João Ponte, acrescentando que são, para a associação apresentar um conjunto de propor isso mesmo, parceiros privilegiados do Governo dos Açores postas, ao nível da sanidade, da promoção e comerna implementação da estratégia cinegética. cialização de produtos apícolas, bem como de reforO governante falava, em Angra do Heroísmo, na abertura do ço do associativismo, que vão agora ser devidamente II Fórum da Caça, sob a temática da sustentabilidade e dos deapreciadas pela Secretaria Regional da Agricultura e safios futuros, que reúne vários especialistas regionais e nacioFlorestas. nais. O Secretário Regional frisou que a caça é uma atividade João Ponte destacou que os Açores dispõem de um com tradição nos Açores e que tem múltiplos impactos na Plano Estratégico para a Apicultura assente em quatro Região, desde logo ao nível ambiental, agrícola e económico, objetivos estratégicos, que passam por assegurar e prodefendendo a importância de continuar a existir uma estreimover a sanidade agrícola, promover a partilha de forta colaboração e articulação entre o Governo dos Açores, os mação e de conhecimento técnico-científico, promover caçadores e as associações representativas dos caçadores, de e fortalecer o associativismo de modo a favorecer a dinadefesa do ambiente e da agricultura “para garantirmos a premização e inovação no setor apícola, bem como fomentar servação e a sustentabilidade dos recursos cinegéticos em a promoção dos produtos e encontrar novos mercados. respeito pelos princípios da conservação da natureza e do Segundo o governante, “apostar na apicultura é contribuir equilíbrio biológico”. www.gazetarural.com

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Certame foi inaugurado pelo Secretário de Estado da Agricultura

Feira 100% Agrolimiano de Ponte de Lima superou as expectativas A

quinta edição da Feira 100% Agrolimiano cumpriu o objetivo Para o presidente da Câmara de Ponte de Lima de promover e valorizar o que de melhor se produz no sector “a feira dignifica o mundo rural e todos aqueles que agroalimentar no concelho de Ponte de Lima e superou as expectatitrabalham nesta área. Ruralidade é Modernidade” vas da Câmara local, entidade que promoveu o certame. disse Victor Mendes, que destacou também o traO certame, que teve lugar no Pavilhão de Feiras e Exposições balho dos jovens empresários como “um exemplo de Ponte de Lima, contou com a visita do Secretário de Estado da que ajudam a alavancar a economia local através de Agricultura e Desenvolvimento Rural, que salientou a importância uma estratégia que apoiam a promoção do desenvolna promoção do setor agroalimentar “a iniciativa local é um convimento rural e territorial”. tributo essencial para o desenvolvimento nacional, e a prova de Assim, foi cumprido o objetivo principal deste evenque estão a fazer um bom trabalho, apostando num produto difeto, satisfazendo as espectativas dos participantes e renciado e de qualidade, é a procura dos consumidores”, afirmou curiosos. Este conceito tem-se revelado, ao longo dos Nuno Russo. anos, útil, principalmente para os pequenos produtoSobre a Feira 100% Agrolimiano, o governante revelou que res e “startups”, fazendo jus à excelência do mundo ru“concorre para a manutenção dos sistemas de produção sustenral limiano. tados na valorização dos recursos endógenos e espelha exactaA principal atração desta Feira são os produtos endómente o espírito que quero manter desperto na nossa agriculgenos do concelho, dos quais se destacam o mel, a sidra, tura: um espírito empreendedor, ambicioso, empenhado em o vinho verde, os enchidos e os fumados, as frutas e horvalorizar os produtos de excelência que contam uma história tícolas, o leite, a carne de raças autóctones, entre outros local, de uma região e do nosso país”, sustentou o responsável produtos limianos. Também os animais, como as vacas pela pasta da Agricultura e Desenvolvimento Rural. e os cavalos, tiveram um lugar de destaque nesta Feira, Esta quinta edição da Feira 100% Agrolimiano revelou-se com destaque para o IX Concurso Regional da Raça Frísia, um sucesso, atraindo para o concelho de Ponte de Lima miaberto à participação de todas as explorações pecuárias lhares de visitantes, de entre os quais profissionais do setor dos distritos de Viana do Castelo e Braga. Contou com a agroalimentar, distribuidores, empresários, e o público em participação de mais de meia centena de animais com forte geral, que agitaram o tecido empresarial da área, agindo não participação das explorações provenientes do concelho de só como plataforma de divulgação e promoção da região, Ponte de Lima. mas também como catalisador de potenciais investimentos. 28

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Flashes Em Sernancelhe houve sopas e animação a ‘rodos’

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o Exposalão, em Sernancelhe houve sopa a ‘rodos’ para degustar e muito folclore para os milhares de visitantes que passaram pelo VII Festival de Sopas de Sernancelhe, um evento singular, que alia a manifestação etnográfica ao saber ancestral da confecção das sopas.

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Flashes Manteigas ‘mostrou’ o melhor na Expo Estrela

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ostrar o de melhor tem e se faz em Manteigas é o objectivo da Expo Estrela, que, na edição 2020, foi inaugurada pela secretária de Estado da Ação Social. Na ocasião Rita Cunha Mendes afirmou a importância de “reforçar este tipo de iniciativas”, realçando o papel da autarquia na sua realização, uma vez que “promove uma iniciativa que estimula a economia local, com o envolvimento dos agentes económicos e das associações do concelho”. Por sua vez o presidente da Câmara de Manteigas disse que o certame mostrou “o que de melhor temos em Manteigas, mas também muito do que vem de fora e que complementa o que por cá se faz”. Contudo, Esmeraldo Carvalhinho explicou que “há coisas que não conseguimos ter nesta mostra, como as nossas paisagens únicas que temos no concelho, os recantos maravilhosos, os percursos pedonais, as nossas águas, passear junto aos nossos rios e ribeiras, descobrir novos cheiros e novas paisagens a cada recanto e isso não conseguimos ter na mostra a não ser em fotografia”.

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Flashes Houve muitos e bons “Sabores Mirandeses”

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Festival dos Sabores Mirandeses, em Miranda do Douro, mostrou muitos e bons produtos da região. A iniciativa da Câmara do nordeste transmontano, recebeu milhares de visitantes. Para além do fumeiro, do vinho, do mel, dos queijos e outros produtos locais, os pratos da cozinha regional, como as cascas, o butelo, o borrego e a posta de vitela da região, foram os mais procurados.

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Flashes Nuno Russo, na abertura da Feira do Queijo de Seia

Importa preservar “os produtos tradicionais e dinamizar os mercados locais”

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reservar “a genuinidade dos produtos tradicionais e apoiar a dinamização dos mercados locais, em prol da manutenção dos sistemas de produção assentes na valorização dos recursos endógenos”, foi a mensagem deixada em Seia pelo Secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Nuno Russo salientou que isso “permitirá a fixação de populações activas e o rejuvenescimento das regiões, fomentando o empreendedorismo local e o crescimento do setor, com contributos inegáveis para um mais elevado nível de sustentabilidade, para uma resposta aos efeitos das alterações climáticas e para a preservação dos recursos e do nosso património natural”, salientou o governante, que falava na abertura da 43ª Feira do Queijo teve lugar no Mercado Municipal de Seia, onde os sabores regionais se associaram a um programa de animação e festa, num dos mais antigos eventos dedicado ao queijo e produtos endógenos.

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Ministra da Coesão Territorial inaugurou Feira do Fumeiro de Trancoso

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erca de 70 produtores e agentes económicos da região marcam presença na Feira do Fumeiro, Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, em Trancoso. O certame teve a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na cerimónia de inauguração. A Feira, organizada pelo Município de Trancoso e pela Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA) continuará nos dias 7 e 8 de Março. No Pavilhão Multiusos estão os principais produtores da região de fumeiro, queijos, pão, doçaria regional, vinhos, mel, azeite, gastronomia e artesanato regional. A Feira é considerada um marco no concelho e na região e aposta na divulgação e promoção dos produtos endógenos e produtores regionais, contribuindo assim para fortalecer o setor.


Feira do Queijo do Alentejo “tem vindo a crescer de forma sustentada”

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Cante Alentejano, com jovens das escolas de Serpa, abriu a Feira do Queijo do Alentejo. O certame, promovido pela Câmara de Serpa, contou com cerca de 120 expositores, metade dos quais de queijo, na sua maioria produtores do concelho. No Parque de Feiras e Exposições estiveram também presentes produtores de queijo DOP Serra da Estrela, Azeitão e da vizinha Espanha. Na abertura, o presidente da Câmara de Serpa lembrou quem há 19 anos deu início ao certame, na altura com 30 expositores, e que, segundo Tomé Pires, “tem vindo a crescer de forma sustentada”. “O aspecto mais relevante desse crescimento é que foi acompanhado pelo produto rei da feira, que é o queijo”, destaque o autarca, acrescentando que dos 120 expositores presentes em 2020, “mais de 50% vendem queijo e Isso dá mostra daquilo que é esta feira”, salientou. Tomé Pires lembrou que o principal objectivo da Feira “é a promoção deste produto de excelência que é o Queijo Serpa, nas mostramos também outros produtos de qualidade”.

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Última Hora Festejos decorrem até 15 de Março

Amendoeiras em flor são o mote para a festa em Figueira de Castelo Rodrigo

No próximo dia 7 de Março, no Hotel do Caramulo

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ecorre até 15 de Março, em Figueira de Castelo Rodrigo, a festa “Rainha da Amendoeira em Flor 2020”. O município do Nordeste da Beira celebra o magnífico espetáculo das amendoeiras em flor, com um programa recheado de música e animação. Por esta altura as paisagens deste concelho ganham tons de branco e rosa. São as amendoeiras que, com o ar da sua graça, anunciam a chegada da Primavera, numa explosão de magia e cor. Com um território repleto desta árvore de fruto, Figueira de Castelo Rodrigo é um dos lugares onde o espetáculo das amendoeiras em flor mais impressiona, conjugado com a beleza natural do concelho. Nesta época, são inúmeras as excursões por terras Figueirenses. A pensar nisso, o município preparou um programa repleto de música, artesanato, gastronomia, tasquinhas e muito mais. Nos dias 6 e 7 de Março a “Rainha da Amendoeira em Flor 2020” apresenta concertos de Ruizinho de Penacova, Grupo Rilufe, Lucas & Mateus e Grupo Renovação 3. Por esses dias, haverá também tasSerra do Caramulo e as suas potencialidades quinhas, provas gastronómicas, artesanato, passeio TT pelas cénivão estar no centro do debate no próximo cas paisagens das amendoeiras em flor, entre outras iniciativas. dia 07 de Março, no Hotel do Caramulo. Intitulado “Potencialidades e desafios da Serra do Caramulo: do contexto à sala de aula”, este seminário, que terá início pelas 9 horas, resulta da parceria entre o CEISCaramulo, o Agrupamento de Escolas de Tondela de Tomaz Ribeiro (Clube Ciência Viva na Escola), o Centro de Formação Planalto Beirão (CFAE-PB) e Câmara Municipal de Tondela. Do programa do seminário, aberto à comunidade, consta a apresentação do “Guia da Flora Vascular do Caramulo” da autoria de Pedro Ribeiro. Trata-se de um trabalho coordenado pelo CEISCaramulo e que contou com o patrocínio/parceria da ADICES. Este seminário é considerado como formação específica abrangida na dimensão científica e pedagógica de todos os grupos disciplinares, para cumprimento dos requisitos previstos para a avaliação do desempenho e para a progressão na carreira dos docentes em exercício efetivo de funções, na modalidade Ação de Curta Duração (ACD), ao abrigo do Despacho n.º 6851-A/2019, de 31 de Julho e do Despacho Nº 5741/2015, de 29 de Maio.

Seminário vai discutir importância da Serra do Caramulo

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Município estabeleceu protocolo com a Quercus no âmbito do projeto Green Cork

Coruche celebrou os primeiros contratos de adesão à marca “Montado de Sobro e Cortiça”

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Município de Coruche celebrou os primeiros contratos de adesão à marca “Montado de Sobro e Cortiça”, no âmbito da EEC Provere “Montado de Sobro e Cortiça”. Esta marca pretende crescer e incluir todos aqueles que, de alguma forma, contribuam para o crescimento económico ou para o desenvolvimento do território do Montado de Sobro e Cortiça, como parte integrante da mesma. Todos os produtores ou prestadores de serviços que criem ou utilizem produtos endógenos do Montado de Sobro e Cortiça ou que valorizem os recursos do espaço natural do montado e que pertençam ao território de intervenção podem aderir à marca, sendo que essa adesão traz várias vantagens, tais como a utilização do selo da marca, a participação em ações de promoção da região e o acesso a contactos de outros parceiros. Para já aderiram à marca sete entidades - Artifícios, Black Pig Gin, Entre Meios, Jacinto Rodrigues, Juncus, Montado e Sabores de Coruche, - pertencentes aos ramos do artesanato, bebidas espirituosas, mel, malas e produtos de marroquinaria e restauração. Contudo, o município de Coruche acredita que em breve outras entidades vão aderir à marca. Protocolo com a Quercus no âmbito do projeto Green Cork O Observatório do Sobreiro e da Cortiça foi o palco da celebração do protocolo de cooperação entre a Quercus e o Município de Coruche, no âmbito do projeto “Green Cork”, que visa a recolha para reciclagem, sem custos adicionais, dos cerca de 300 milhões de rolhas de cortiça que todos os anos entram no mercado português, o que possibilita que as verbas sejam destinadas à plantação de árvores através do projeto “Floresta Comum”. No seguimento deste acordo, compete ao município criar pontos de recolha das rolhas de cortiça, acessíveis ao público em geral, e assegurar o respetivo transporte para as suas instalações. O projeto “Green Cork”, dinamizado pela Quercus e pela Amorim, foi implementado em 2008 e junta vários parceiros nacionais, com destaque para o Continente, bem como diversas escolas, municípios, empresas de recolha de resíduos, adegas, produtores de vinho e outras entidades que localmente têm ajudado a tornar este projeto um caso de sucesso. A valorização económica da cortiça, nas suas diversas aplicações, permite a conservação do Montado de Sobro, um dos habitats com maior biodiversidade da Europa, e de uma cultura rural e tradicional portuguesa ligada a este sistema agrosilvopastoril. Desde o início do projeto, já foram distribuídas e plantadas cerca de 828 mil árvores, resultado da recolha e reciclagem de cerca de 380 toneladas de rolhas de cortiça. www.gazetarural.com

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Gazeta Auto

Marca: LEXUS Modelo: UX 250h

Por Jorge Farromba

Guidelines A primeira incursão da marca no segmento dos crossover compactos demorou a ser assumida e, por isso mesmo, faz todo o sentido este ensaio. Num mercado extremamente concorrencial, onde pode a marca e o modelo fazer a diferença?

me agrada mais do que não integrado) e com boa leitura do sistema. Nesta versão disponibilizada com bancos em alcântara, num estilo similar ao das bacquets, os bancos eram não somente confortáveis, mas ofereciam muito bom apoio. Sobre o espaço interior e acessibilidade nada a assinalar de negativo.

Estética – exterior e interior

Materiais, User Experience

Em termos estéticos o UX 250h assume a mesma linhagem da marca, com uma grelha muito estilizada, pára-choques pronunciados e vários apontamentos em cromado. Lateralmente predomina a maior altura das portas, em detrimento do espaço para os vidros, não somente numa concessão ao estilo robusto que se pretende, mas também por imperativos de segurança lateral. Atrás, apresenta-se novamente com um visual onde impera a “desportividade” no seu design, com uns faróis que percorrem toda a extensão traseira da zona posterior. No computo geral, e no capítulo da estética, creio que a solução é consensual e positiva no mercado onde se vai inserir. Em termos de altura ao solo, este é bem mais baixo que a concorrência tradicional, o que, em teoria, pode trazer maiores e melhores dividendos no comportamento do UX. Outra das apostas da marca foi o amplo recurso a alumínio, numa clara solução para diminuir peso. O interior sempre foi um capítulo onde a Lexus investiu bastante para se posicionar ao lado de marcas alemãs e suecas. A qualidade percebida e sentida está presente, os materiais e a sua montagem são de boa qualidade, o tablier, numa solução transversal da marca, apresenta o painel de instrumentos digital de boa leitura e um grande ecrã central, sobreelevado e integrado no painel do tablier (solução que

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A marca mantém o “isolamento” que a caracteriza entre o interior e o espaço exterior – bons materiais, bom rigor de construção, bons materiais isolantes. Sistema de som de boa qualidade, com o ASC que simula um ruído de motor diferente emanado pelas colunas de som. A caixa CVT volta aqui a estar muito bem parametrizada e não se imiscui em ruído no habitáculo, nem no modo D de condução ou no modo S (sport), ou mesmo quando recorremos às patilhas no volante O sistema de infotainment necessita de alguma aprendizagem e algumas vezes provoca distrações. Estaticamente funciona bem, mas em movimento exige habituação.

Em estrada

O baixo centro de gravidade do modelo, o tipo de suspensões – neste caso pilotadas – a experiência da marca recolhida ao longo dos anos e em competição, faz-se notar – e bem – neste domínio do comportamento, onde o UX curva como qualquer familiar mais desportivo, com um comportamento de muito bom nível, uma direção que capta perfeitamente a estrada e um chassis que se nota competente e rígido. O motor com mais de 180cv faz-se sentir em qualquer momento (podemos também mudar o sistema para ECO, Nor-


mal ou Sport) e, em cada um deles, temos mais ou menos vivacidade, mas, mesmo em modo ECO, o motor e a faixa de utilização já é mais que necessária para tirar pontos na carta de condução

Consumos, preço e segurança Os consumos rondaram em estrada e auto-estrada, cumprindo a lei, os 5,9 litros. O preço inicia-se nos 42.000€. Em termos de segurança, tudo o que o mercado já disponibiliza para o citadino está, como é óbvio, presente nesta faixa: ABS, ESP, sistema de ângulo morto, aviso de saída de faixa, manutenção na faixa de rodagem, aviso de colisão eminente (que curiosamente me estancou o carro na garagem, porque segundo ele ia embater lateralmente). Seria interessante um estudo para registar os acidentes ocorridos em Portugal desde 2016, por exemplo, por marca e compreender que, muito provavelmente, este novo tipo de viaturas com estes sistemas, pouco figuram na lista de viaturas acidentadas, dados os sistemas que possuem. www.gazetarural.com

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Rota das Padeiras vai decorrer de 19 a 21 de Março

Em Ílhavo ‘antes de amassar aprende-se a tradição’ V

ai decorrer em Ílhavo, de 19 a 21 de Março, a Rota das Padeiras, numa edição dedicada à tradição das gentes de Vale de Ílhavo, ainda hoje mantida por 15 padarias artesanais. O evento, promovido pela Câmara Municipal, em parceria com a Associação Cultural e Recreativa “Os Baldas”, tem como principal objetivo a preservação e a promoção de uma identidade cultural e patrimonial muito próprias, assentes no Pão e nas Padeiras, na Farinha e nas Moagens desta localidade de Ílhavo Na edição deste ano, à tradição do pão, junta-se outra também muito particular: os Cardadores de Vale de Ílhavo, que são também, com a sua irreverência, uma figura peculiar da comunidade. Tendo presente a importância de valorizar esta tradição, a Rota das Padeiras vai integrar na sua programação um conjunto de iniciativas que possibilitam aos participantes um contacto mais estreito com o Pão, a Farinha, os Sabores e a Cultura de Vale de Ílhavo. Antecipando a abertura do evento, entre os dias 7 e 14 de Março, das 10 às 12 horas, decorrerá no Estaleiro - Estação Científica de Ílhavo, a Oficina de Pintura “Dá cor ao Cardador”. Irreverente no meio da multidão, a roncar, a saltar e a cardar, no Carnaval de Vale de Ílhavo, a figura típica do Cardador pode ser agora recriada nesta oficina, onde o artesão Marcos Abreu vai orientar a pintura de uma estatueta com as cores das roupas e das extravagantes máscaras. Este workshop, limitado a 10 participantes com idade superior a 12 anos, tem um custo de 10 euros (inclui a peça “Cardador” e material de pintura). Nos dias 21 e 22 de Março, já em plena Rota das Padeiras, há duas atividades muito próprias da tradição do Pão de Vale de Ílhavo. Em ambos os dias, pelas 16 horas, na sede da Associação “Os Baldas”, a oficina de costura “Cosipa o teu envelope de Pão” recorda a tradição antiga da lancheira de pano. Orientada pela artesã Rucas, e dirigida a maiores de 10 anos (com ou sem experiência), convida-se todos os que querem devolver ao pão o seu envelope perfeito, numa aposta na recuperação de tradições e na redução da pegada ecológica, eliminando o papel ou o plástico. Limitada a 10 participantes, esta oficina tem um custo de 5 euros por pessoa. Às 17 horas, a massa vai colar-se aos dedos e a farinha espalhar-se até ao nariz. Na oficina de padas, pão de salicórnia e folar- “Mete a mão na massa”- é obrigatório arregaçar as mangas e meter a mão na massa, para vestir a pele de uma padeira de Vale de Ílhavo. Esta atividade é gratuita e dedicada a toda a família, limitada ao máximo de 15 participantes. As inscrições nas Oficinas da Rota das Padeiras devem ser efetuadas através do e-mail artesanato@cm-ilhavo.pt ou através dos contactos do Município: 234 329 641 e 234 325 911. 38

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