6 minute read
de liquidez
from Gazeta Rural nº 361
by Gazeta Rural
Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão
Há produtores de vinho da região com problemas “gravíssimos de liquidez”
Advertisement
Há empresas na região do Dão com problemas “gravíssimos de liquidez”, revelou o presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão (CVR Dão), uma vez que os mercados nacionais e internacionais estão parados. “Aqui no Dão, e para as empresas em geral, há casos gravíssimos de liquidez, casos que conheço e é nesse sentido que defendo que o Governo tem de recapitalizar as linhas que criou, porque já não dão resposta, já estão esgotadas, como é o caso da linha Capitalizar”, explicou Arlindo Cunha.
Segundo o presidente da CVR Dão, os empresários maiores da região “são pequenos à escala nacional e muito pequenos à escala internacional e, regra geral, são produtores e engarrafadores, no segmento dos 10/50 mil hectares, que têm marcas próprias no mercado. “Esses é que têm as vendas completamente bloqueadas e, portanto, precisam muito não só de liquidez como também de medidas de flexibilidade como as do ‘lay-off’ aplicado aos sócios gerentes”, defendeu.
Este mercado nacional, explicou o presidente da CVRD, é aquele “a que se chama o canal HoReCa, que são onde estão estes produtores “dos vinhos ‘premium’, ou seja, acima dos cinco euros”. Arlindo Cunha explicou que “os mercados estão todos parados e pararam de forma dramática”, como é o caso do mercado internacional, uma vez que o setor vinícola exporta cerca de 45% dos vinhos certificados, principalmente para os EUA, Brasil, Canadá e China, e isto “é um rombo enorme nas vendas” do vinho. “Agora, começa a haver alguma coisa a pensar-se na China, mas ainda é muito pouco. Ainda por cima a componente do mercado externo é a componente mais bem paga, com os vinhos de preço médio e alto”, contou.
O canal onde as descidas “não foram abruptas” foi nos “vinhos de mais baixo preço, sobretudo em boxes, embora também alguns engarrafados, que se continuam a vender, ainda que a um ritmo mais baixo, através das grandes superfícies”.
Esta paragem no mercado, por causa da pandemia da covid-19, tem, no entender de Arlindo Cunha, “uma questão de fundo” num futuro próximo, uma vez que “se o mercado não escoa há ainda os ‘stocks’ da última campanha, de Outubro, nas cubas, uma vez que a grande parte não vai para o mercado”. “Estamos a quatro meses da próxima vindima e isto vai implicar uma depressão brutal nos preços de vinho”, alertou.
A medida que Arlindo Cunha entende como a “mais necessária e urgente é uma de intervenção preventiva” e, neste sentido, defende que o Governo devia “comprar vinho a quem o tem para destilar para o mercado do álcool, com um preço mínimo de garantia para os produtores”. “Essa operação tem de ser, obviamente, negociada no quadro da União Europeia, até porque há mais países que também são grandes produtores de vinho, que julgo que também têm o mesmo problema, como Espanha, Itália, França e parte da Alemanha. Estamos profundamente convencidos de que se o Governo tiver vontade poderá facilmente uma coligação de países que terão a mesma preocupação que nós e negociarão com a UE uma medida de destilação”, desafiou.
Até porque “anda-se por aí a especular muito em Viseu” e “dizem que há álcool no mercado, mas não há” e “em qualquer médio ou grande supermercado da província não há, e, quando há, está tudo racionado. “Ou seja, há uma grande falta de álcool também. Obviamente que a destilação do vinho não seria só por causa disto, mas será apenas uma das consequências, mas é também importante nesse ponto de vista”, defendeu.
CVR Dão reabre Welcome Center e serviço de Assistência
Técnica ao Agricultor
Dois meses após o encerramento, o Welcome Center da Rota dos
Vinhos do Dão volta a abrir as portas. Esta decisão foi tomada após o anúncio do fim do estado de emergência e serão cumpridas todas as indicações por parte da Direção-Geral de Saúde, cumprindo as condições de higienização e segurança do espaço, estando limitada a entrada a duas pessoas. Assim, o Welcome Center está preparado para receber de forma segura os visitantes a partir de 4 de Maio, em horário excecional de segunda a sexta-feira, das 10 às 12,30 e das 14 às 18 horas.
A par da reabertura do Welcome Center, reabrirá ainda serviço de Assistência Técnica ao Agricultor para a receção das amostras no horário das 90 às 12,30 e das 14 às 17,30 horas. Também neste serviço haverá regras a cumprir e todos os utilizadores deverão utilizar máscara de proteção e o atendimento é limitado a uma pessoa de cada vez.
“Com o fim do estado de emergência e, depois de garantir a segurança dos nossos espaços, decidimos reabrir tanto o Welcome Center da Rota dos Vinhos do Dão como o serviço de Assistência Técnica ao Agricultor. Estamos a cumprir todas as medidas necessárias para evitar a propagação da pandemia e estaremos atentos a todos os desenvolvimentos e conselhos das autoridades”, refere Arlindo Cunha, presidente da CVR Dão.
Decisão aprovada por unanimidade pelo Conselho Diretivo da AMPV
Pinhel com estatuto de “Cidade do Vinho” até 2021
Omunicípio de Pinhel viu alargado o estatuto de “Cidade do Vinho” a 2021 devido à pandemia da Covid-19. “Face à situação de pandemia que está a afetar Portugal, a Europa e o mundo, a Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) decidiu estender a 2021 o estatuto de Pinhel como ‘Cidade do Vinho’”, refere a autarquia em comunicado.
Segundo a mesma fonte, com a decisão que foi aprovada por unanimidade na última reunião do Conselho Diretivo da AMPV, “as iniciativas previstas na candidatura de Pinhel a ‘Cidade do Vinho’ 2020 poderão ser realizadas ainda em 2020 (desde que reunidas as condições ideais), mas também ao longo de 2021”.
O presidente da Câmara de Pinhel, Rui Ventura, citado no comunicado, considera tratar-se de “uma decisão justa, tendo em conta que Pinhel continua determinado em concretizar o programa delineado no âmbito da sua candidatura, ao abrigo da qual está prevista mais de uma centena de atividades.
O projeto “Cidade do Vinho”, promovido pela AMPV, surgiu com o objetivo de “valorizar a riqueza, a diversidade e as características comuns dos territórios associados à cultura do vinho e de todas as suas influências na sociedade, na paisagem, na economia, na gastronomia e no património”. O município de Pinhel lembra que a iniciativa “pressupõe a elaboração de um programa anual de ações culturais, de formação e de sensibilização ligadas ao vinho, com visibilidade nacional”.
Não sendo a situação ideal, nomeadamente devido às circunstâncias causadas pela pandemia, Pinhel passa a ser a primeira cidade a ostentar o título de ‘Cidade do Vinho’ durante dois anos consecutivos”, lê-se.
No dia 23 de Janeiro, o autarca de Pinhel apresentou publicamente o programa comemorativo dos 250 anos da elevação de Pinhel à categoria de cidade (Agosto de 1770) e do projeto “Pinhel – Cidade do Vinho 2020”. A programação “Pinhel – Cidade do Vinho 2020” inclui iniciativas de divulgação dos vinhos locais e da Beira Interior, não só em Pinhel, como também no país e no estrangeiro.
Uma das iniciativas está relacionada com a produção do vinho “Pinhel Cidade Falcão 1770 – 2020”, encomendado pelo município à adega cooperativa local. Está também prevista a realização da atividade “Alegria Engarrafada”, que consiste na divulgação e comercialização dos vinhos de Pinhel em várias cidades do país.