Gazeta Rural nº 361

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Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão

Há produtores de vinho da região com problemas “gravíssimos de liquidez” H

á empresas na região do Dão com problemas “gravíssimos de lide fundo” num futuro próximo, uma vez que quidez”, revelou o presidente da Comissão Vitivinícola da Região “se o mercado não escoa há ainda os ‘stocks’ da do Dão (CVR Dão), uma vez que os mercados nacionais e internacionais última campanha, de Outubro, nas cubas, uma estão parados. “Aqui no Dão, e para as empresas em geral, há casos vez que a grande parte não vai para o mercado”. gravíssimos de liquidez, casos que conheço e é nesse sentido que de“Estamos a quatro meses da próxima vindima e fendo que o Governo tem de recapitalizar as linhas que criou, porque isto vai implicar uma depressão brutal nos preços já não dão resposta, já estão esgotadas, como é o caso da linha Capide vinho”, alertou. talizar”, explicou Arlindo Cunha. A medida que Arlindo Cunha entende como a Segundo o presidente da CVR Dão, os empresários maiores da “mais necessária e urgente é uma de intervenção região “são pequenos à escala nacional e muito pequenos à escapreventiva” e, neste sentido, defende que o Goverla internacional e, regra geral, são produtores e engarrafadores, no devia “comprar vinho a quem o tem para destilar no segmento dos 10/50 mil hectares, que têm marcas próprias no para o mercado do álcool, com um preço mínimo mercado. “Esses é que têm as vendas completamente bloqueadas de garantia para os produtores”. “Essa operação tem e, portanto, precisam muito não só de liquidez como também de de ser, obviamente, negociada no quadro da União medidas de flexibilidade como as do ‘lay-off’ aplicado aos sócios Europeia, até porque há mais países que também são gerentes”, defendeu. grandes produtores de vinho, que julgo que também Este mercado nacional, explicou o presidente da CVRD, é aquele têm o mesmo problema, como Espanha, Itália, França “a que se chama o canal HoReCa, que são onde estão estes proe parte da Alemanha. Estamos profundamente condutores “dos vinhos ‘premium’, ou seja, acima dos cinco euros”. vencidos de que se o Governo tiver vontade poderá Arlindo Cunha explicou que “os mercados estão todos parados e facilmente uma coligação de países que terão a mesma pararam de forma dramática”, como é o caso do mercado interpreocupação que nós e negociarão com a UE uma menacional, uma vez que o setor vinícola exporta cerca de 45% dos dida de destilação”, desafiou. vinhos certificados, principalmente para os EUA, Brasil, CanaAté porque “anda-se por aí a especular muito em Vidá e China, e isto “é um rombo enorme nas vendas” do vinho. seu” e “dizem que há álcool no mercado, mas não há” e “Agora, começa a haver alguma coisa a pensar-se na China, mas “em qualquer médio ou grande supermercado da provínainda é muito pouco. Ainda por cima a componente do mercacia não há, e, quando há, está tudo racionado. “Ou seja, do externo é a componente mais bem paga, com os vinhos de há uma grande falta de álcool também. Obviamente que a preço médio e alto”, contou. destilação do vinho não seria só por causa disto, mas será O canal onde as descidas “não foram abruptas” foi nos “viapenas uma das consequências, mas é também importannhos de mais baixo preço, sobretudo em boxes, embora tamte nesse ponto de vista”, defendeu. bém alguns engarrafados, que se continuam a vender, ainda que a um ritmo mais baixo, através das grandes superfícies”. Esta paragem no mercado, por causa da pandemia da covid-19, tem, no entender de Arlindo Cunha, “uma questão www.gazetarural.com

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