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Editorial - A comunicação e o meio rural
Produtores de Mirtilo preocupados com o escoamento do fruto
Feira do Queijo DOP passa a incluir vinhos de produtores das Comunidades Intermunicipais Prémio Cinco Estrelas para Leitão da Bairrada e Termas e Hotel de Luso
Empresas de turismo no Centro tentam adaptar-se a uma nova realidade Proença-a-Nova promove II BiodivSummit e destaca a importância da água
Melgaço celebra 25 anos da Festa do Alvarinho e do Fumeiro com um brinde “à janela” FENADEGAS preocupada com “importações oportunistas e especulativas” de vinhos Há produtores de vinho do Dão com “problemas gravíssimos de liquidez” Vinhos Verdes e Instituto Português do Sangue promovem recolha a 15 de Maio
Pinhel com estatuto de Cidade do Vinho alargado a 2021
Projeto LIFE WolFlux lança novo programa de cães de gado
Ficha técnica Ano XV | N.º 361 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Paulo Barracosa | Rita Barata Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores. 4
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para proteger rebanhos
TAGUS abre candidaturas para apoiar cadeias curtas no âmbito do DLBC Rural Município de Tondela cria apoios a microempresas de comércio e serviços
“Braga é de vital importância no Caminho da Geira”, diz presidente da AJCMR Politécnico de Coimbra desenvolve projeto para a prevenção de incêndios florestais Governo dos Açores cria medida de apoio para as empresas de artesanato da região
Produção de Cereja do Fundão reduzida a menos de metade
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devido ao mau tempo
AHRESP diz que muitas empresas “não terão condições para reabrir”
Portuguesa Atlas faz parceria de seguros agrícolas com Sompo
Editorial
A comunicação e o meio rural D
urante décadas a comunicação associada ao meio rural foi vista estes OCS como meros transmissores de informação, como ‘quase desnecessária’ e praticamente inexistente nos jorsem reconhecer a sua importância para o mundo runais e revistas nacionais, seguindo o ditado de que “a agricultura é a ral e para os seus leitores. Basta atentar no facto desarte de empobrecer alegremente”. As exceções foram a Vida Rural, nastes OCS não terem acesso ao porte pago, porque percida em 1953 como suplemento do Diário de Notícias; o “TV Rural”, tencem à categoria de “temáticos”, mas também, e por programa que esteve ‘no ar’ entre 1959 e 1990, da responsabilidade isso, estarem fora dos apoios (publicidade institucional) do saudoso Eng.º Sousa Veloso, na RTP, e o pioneiro “Diário Rural”, que o Estado ‘prometeu’ à comunicação social, neste emitido durante 29 anos pelo Rádio Clube Português (entre 1964 e período difícil que atravessamos, mas apenas destinados 1993) entre as 6 e as 7 horas da manhã. aos jornais e revistas de informação generalista, nacionais Na última década do sec. XX nasceram a Frutas e Legumes (92) e a e regionais, conforme confirmação que nos foi dada por Voz do Campo (97), que vieram destacar e promover o que de meuma associação do setor. lhor de ia fazendo no meio rural, dando voz aos protagonistas tantas Porque pretendemos continuar o nosso trabalho, com vezes esquecidos. mais empenho e determinação, os OCS que ‘atuam’ ao Até meados da primeira década do sec. XXI falar de agricultura setor primário e agroalimentar tomaram uma posição conera, para muitos, quase uma ‘heresia’, para alguns até ‘jornalismo junta e enviaram uma carta aos Órgãos de Soberania, Minismenor’. Lembro-me quando iniciei o projecto da Gazeta Rural, em térios e entidades que tutelam a Comunicação Social, que 2004, muita gente me terem perguntado se tinha pensado bem e publicamos na integra nas páginas seguintes. se havia matéria para um jornal quinzenal. Porém, aos poucos o paradigma mudou e até passou a ser chique falar de agricultura, de vinhos, de gastronomia e de produtos endógenos. Mas nem tudo mudou, apenas se tornou mais superficial. Apesar da contribuição que os órgãos de comunicação social (OCS) especializados no setor primário e agroalimentar, do meritório trabalho que têm feito, - para além do esforço financeiro e dos muitos quilómetros percorridos, - na promoção e desenvolvimento do setor, os poderes públicos, as entidades que direta e indiretamente o tutelam, continuam a olhar para
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Editorial
Exmos. Senhores: Os subscritores são responsáveis, e/ou diretores, de órgãos de comunicação social (OCS) que se dedicam à promoção e divulgação do que de melhor se faz no setor primário em Portugal. Inserem-se no segmento da Imprensa Técnica Especializada, produzem informação, cobrem todo o território nacional e têm centenas de milhares de leitores. Pretendemos com esta iniciativa apelar às entidades que tutelam os diversos setores relacionados com a área a que nos dedicamos que olhem para nós como parceiros e nos deem o valor e o reconhecimento que julgamos merecer, por tudo quanto temos feito em prol do seu desenvolvimento, bem como o contributo técnico e científico que temos proporcionado à produção agrícola nacional, que entendemos não ter ainda acontecido. Gostaríamos de salientar a importância dos OCS que representamos na disponibilização de informação credível e atualizada; na sua relevância a nível sectorial, (nacional, regional e local), mas especialmente na importância da agricultura e das atividades ligadas ao território em contexto de crise, mas também enquanto fator de desenvolvimento económico e de sustentabilidade, de coesão do território e de boas práticas agrícolas e ambientais. Sabemos, como sempre o afirmámos e de forma incutida nos nossos conteúdos, de uma forma geral, que a agricultura tem vindo a contribuir de forma decisiva para a progressiva afirmação do nosso meio rural, atestando os seus valores e potencialidades, nomeadamente turísticas, nos grandes aglomerados urbanos. O que queremos acentuar é que, apesar do contexto que vivemos de extremas dificuldades, continuamos motivados e queremos continuar o nosso trabalho, agora ainda com mais afinco, para juntos podermos reerguer a economia em geral e manter vivo o nosso meio rural.
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Sabemos, enquanto OCS especializados, que temos essa responsabilidade, mas sabemos também que, por não sermos generalistas, ficamos muitas vezes arredados de determinados apoios institucionais, como é o caso, por exemplo, do porte pago. Nesta fase difícil, não queremos esmolas, preferimos antes ter mais trabalho, mas com o mínimo de acompanhamento e garantia por parte das entidades competentes no sentido de um maior e melhor acesso à publicidade institucional, de modo a alcançarmos os dividendos necessários para fazer face às nossas necessidades financeiras do dia-a-dia. Neste sentido, apelamos a que nos seja atribuído parte do valor destinado à promoção e divulgação dos diferentes programas de apoio aos mais diversos setores, nomeadamente à agricultura, desenvolvimento rural, floresta, promoção territorial, ambiente, turismo e gastronomia, o que até à presente data nunca aconteceu com nenhum dos signatários, na sua maioria com muitos anos de atividade dedicados a estas áreas, cada vez mais importantes. Entendemos, também, que no contexto atual, deve ser suspensa a taxa para a ERC e o alívio dos procedimentos administrativos associados. Os subscritores: Gazeta Rural Voz do Campo Jornal dos Sabores Revista Frutas e Legumes Portal Agricultura e Mar Revistas Agrotec e Tecnoalimentar e portal Agronegócios Revista Ruminantes Vida Rural Agro-Manual
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Com uma estimativa de uma “boa produção”
Produtores de Mirtilo preocupados com escoamento do fruto Os produtores de Mirtilo estão preocupados com o escoamento do fruto, num ano em que a estimativa de produção é “boa”. Com o mercado nacional em queda, a aposta passa pela exportação, pelo que esperam “não haja constrangimentos” nas fronteiras.
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á uma grande expetativa nos produtores nacionais de pequenos frutos, nomeadamente de mirtilo, quanto à produção deste ano. Esta é, contudo, travada pela pelos efeitos que a crise possa ter nos mercados, nomeadamente na exportação. Se as estimativas quanto à produção são boas, a comercialização é a grande preocupação das organizações de produtores. Os primeiros indicadores do mercado, vindos de Espanha, apontam para preços entre os 5,20 e os 6,50 euros, por quilo de mirtilo, na última semana de Abril. Porém, a nível nacional a apanha do fruto está a começar e só depois das primeiras encomendas seguirem para o mercado internacional será possível perceber os preços praticados. É que no mercado interno a procura tem sido pouca, como revelam associações do setor. O presidente da Mirtilusa, sedeada em Sever do Vouga, estima “uma produção normal e dentro o que era esperado”. Segundo José Sousa, “o fruto adiantou um pouco no mês de Março, em relação ao ano passado, mas estagnou em Abril, que tem sido um mês frio e húmido”. Ainda assim “está a desenvolver-se bem e com um bom calibre. Lá para o segundo quinzena de Maio já devemos ter fruto”, refere o dirigente. As preocupações do presidente da Mirtilusa centram-se na comercialização. “Estamos sem saber como vai decorrer. Temos vindo a falar com os nossos clientes, mas, neste momento, não podemos garantir nada, pois também não temos respostas do outro lado”, referiu José Sousa à Gazeta Rural, esperando “que no início Maio já as tenhamos”, pois “se isto não normalizar vai ser um caos”. Quanto às medidas de apoio destinadas ao sector dos pequenos frutos, José Sousa diz que são insuficientes. “A fruta que não for comercializada e retirada do mercado, os 8
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agricultores poderão vir a receber uma compensação na ordem dos dois euros por quilo. Se for este o valor, não dá para a amanha e o fruto fica nas plantas”, afirmou. Também Paulo Lúcio, da Bagas de Portugal, está expectante em relação ao funcionamento do mercado, uma vez que a cooperativa a que preside só trabalham para exportação. Se a produção “está melhor que o esperado”, já a comercialização “é uma incógnita”. Para já “as expectativas estão mais baixas do que as negociadas feitas na Fruit”, que decorreu em Berlim em Fevereiro passado. “Há encomendas de fruta, mas se não houver consumo as encomendas seguintes já não se farão”, refere Paulo Lúcio, sustentando que “as expectativas são mais baixas do que era esperado, mas não temos um quadro negro”. A Bagas de Portugal enviou a primeira fruta que recebeu na última semana de Abril, “só depois veremos como o mercado vai funcionar”, salienta o dirigente, que referiu existiram “algumas dificuldades nos transportes”. Entretanto, Paulo Lúcio adiantou ainda que a cooperativa vai avançar com uma iniciativa pioneira, que em breve será conhecida. Também o presidente da COAPE, de Mangualde, se mostra confiante no escoamento do fruto dos produtores de mirtilo da região, “se não houver constrangimentos” na exportação. Rui Costa diz que, para já, “vivemos um momento de grande expectativa, no sentido de perceber como o mercado vai responder com esta pandemia, nomeadamente na exportação, para onde enviamos toda a nossa produção”. “Temos que perceber se não haverá constrangimentos, embora até agora as coisas têm estado a correr mais ou menos bem”, acrescentou o dirigente. Para já as dificuldades estão “na falta de mão de obra para a colheita do fruto, dadas as restrições existentes, que esperemos sejam minimizadas com o levantamento gradual de algumas delas”. No resto, diz Rui Costa, e no que se refere ao mirtilo, “estamos a trabalhar muito bem as certificações,
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Também o presidente da COAPE, de Mangualde, com todas as exigências que dai resultam, para que não tenhamos se mostra confiante no escoamento do fruto dos problemas no mercado”. produtores de mirtilo da região, “se não houver consPara já os indicadores de preços que vêm de Espanha, entre os trangimentos” na exportação. Rui Costa diz que, para 5,20 e os 6,50 euros, “são bons, embora há bem pouco tempo já, “vivemos um momento de grande expectativa, no “tivessem andado um pouco acima dos quatro euros”, refere Rui sentido de perceber como o mercado vai responder Costa, acrescentando que se os preços “se mantiveram naqueles com esta pandemia, nomeadamente na exportação, valores, que estão acima da média do ano passado, a expectativa para onde enviamos toda a nossa produção”. “Temos é boa, desde que não haja constrangimentos nas fronteiras para que perceber se não haverá constrangimentos, emboo escoamento do fruto”. ra até agora as coisas têm estado a correr mais ou meAté agora e com toda a produção vendida para exportação, Rui nos bem”, acrescentou o dirigente. Costa diz ter conhecimento, por parte de outros ‘players’, que Para já as dificuldades estão “na falta de mão de obra no mercado nacional, “as encomendas das grandes superfícies para a colheita do fruto, dadas as restrições existentes, caíram de forma significativa”. que esperemos sejam minimizadas com o levantamento Também Paulo Lúcio, da Bagas de Portugal, está expectangradual de algumas delas”. No resto, diz Rui Costa, e no te em relação ao funcionamento do mercado, uma vez que a que se refere ao mirtilo, “estamos a trabalhar muito bem cooperativa a que preside só trabalham para exportação. Se a as certificações, com todas as exigências que dai resulprodução “está melhor que o esperado”, já a comercialização tam, para que não tenhamos problemas no mercado”. “é uma incógnita”. Para já “as expectativas estão mais baixas do Para já os indicadores de preços que vêm de Espanha, que as negociadas feitas na Fruit”, que decorreu em Berlim em entre os 5,20 e os 6,50 euros, “são bons, embora há bem Fevereiro passado. “Há encomendas de fruta, mas se não houpouco tempo “tivessem andado um pouco acima dos quaver consumo as encomendas seguintes já não se farão”, refere Paulo Lúcio, sustentando que “as expectativas são mais baixas tro euros”, refere Rui Costa, acrescentando que se os preços “se mantiveram naqueles valores, que estão acima da do que era esperado, mas não temos um quadro negro”. média do ano passado, a expectativa é boa, desde que não A Bagas de Portugal enviou a primeira fruta que recebeu na haja constrangimentos nas fronteiras para o escoamento última semana de Abril, “só depois veremos como o mercado do fruto”. vai funcionar”, salienta o dirigente, que referiu existiram “alAté agora e com toda a produção vendida para exportagumas dificuldades nos transportes”. Entretanto, Paulo Lúção, Rui Costa diz ter conhecimento, por parte de outros cio adiantou ainda que a cooperativa vai avançar com uma ‘players’, que no mercado nacional, “as encomendas das iniciativa pioneira, que em breve será conhecida.
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Feira Digital prolongada até 15 de Maio
Feira do Queijo DOP passa a incluir vinhos de produtores das Comunidades Intermunicipais Os vinhos produzidos nas Comunidades Intermunicipais (CIMs) de Coimbra, Viseu Dão Lafões, Beira Baixa e Beiras e Serra da Estrela – vinhos DOC e DOP, frisantes, espumantes e licorosos - juntam-se aos Queijos DOP na primeira Feira Digital de Vinhos e Queijos DOP, que vai ser prolongada até 15 de Maio. O portfólio da Feira está agora mais completo, com um dueto imbatível, entre líquido e alimento, essencial à vida.
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semelhança do que já tinha acontecido com os queijos DOP, já com cerca de um milhar de queijos vendidos (a 30 de Abril), a integração dos vinhos nesta feira tem, também, como principal objetivo ajudar os produtores, estando aberta a todos os que a ela se queiram associar, aumentando todos os dias o número de produtos disponíveis nesta feira online. Organizada pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra no âmbito da distinção “Região de Coimbra é Região Europeia da Gastronomia 2021”, em parceria com os CTT – Correios de Portugal e o marketplace Dott, a Feira dos Vinhos e Queijo DOP vai apoiar o negócio dos produtores de queijo DOP e de vinhos e licores, cujas vendas sofreram fortes quebras devido ao isolamento social voluntário e Estado de Emergência para proteção da pandemia Covid-19. Os CTT, empresa de correio e expresso e encomendas, são os responsáveis pelo processo de logística e distribuição dos produtos colocados no marketplace Dott, do qual são fundadores. Os pequenos produtores podem ainda complementar a presença na feira com o portefólio de soluções digitais dos CTT, permitindo-lhes ter um único parceiro no seu negócio digital. O Dott é o maior shopping online de Portugal. Opera em 10
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modelo marketplace puro e trabalha com o catálogo e stocks das empresas vendedoras para apresentar os produtos aos seus clientes. De portugueses para os portugueses, estão, mais que nunca, empenhados, em ajudar a digitalizar as marcas portuguesas e em trazer para o canal online todas as pequenas e médias empresas ligadas ao retalho de bens físicos, proporcionando-lhe a venda dos seus produtos neste canal. Para o efeito conta com uma equipa dedicada a ajudar as empresas a vender online o mais rapidamente possível, sendo exequível a conclusão de todo o processo no próprio dia. Por outro lado, iniciativas como esta também permitem ao Dott cumprir uma outra premissa da marca: oferecer aos portugueses as marcas de que mais gostam. Esta iniciativa, que está online no Dott até ao dia 15 de Maio - https://dott.pt/pt/campaign/feira-do-vinho-e-do-queijo-dop -, conta com produtores de vários municípios das Comunidades Intermunicipais da Região de Coimbra, Beiras e Serra da Estrela, Viseu Dão Lafões e Beira Baixa. “Região de Coimbra - Região Europeia da Gastronomia 2021” A “Região de Coimbra - Região Europeia da Gastronomia 2021” é uma distinção atribuída pelo Instituto Internacional de Gastronomia, Cultura, Artes e Turismo que contribuirá para a concretização de um conjunto de objetivos que permitirão uma maior afirmação e sustentabilidade, quer ao nível da gastronomia, quer a nível económico, ambiental e social. Os Queijos DOP – Rabaçal e Serra da Estrela – e os vinhos são produtos que fazem parte do Bid Book de candidatura desta região.
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Na Mealhada, no distrito de Aveiro
Prémio Cinco Estrelas para Leitão da Bairrada e Termas e Hotel de Luso O
Leitão da Bairrada, as Termas de Luso, o rência gastronómica nacional incontornável, de elevadíssima qualidaGrande Hotel de Luso, a Bongás Energias de. O mesmo acontece, embora a outra escala e noutras áreas, com e a Soluções Ideais foram distinguidos com o as Termas de Luso e o Grande Hotel de Luso, duas instituições que Prémio Cinco Estrelas, no distrito de Aveiro. Este prestigiam o nosso concelho”, afirmou Rui Marqueiro. Já em relação galardão resulta da votação dos portugueses e à Bongás e à Soluções Ideais, o autarca sublinha o facto de ambas as procura reconhecer o que de melhor existe nas diempresas criarem riqueza e emprego no concelho, o que, só por si, já versas regiões do país. é merecedor de aplauso. Nesta terceira edição do Prémio Cinco Estrelas O Prémio Cinco Estrelas Regiões é um sistema de avaliação que Regiões, a Mealhada está em destaque com a quanidentifica, segundo a população portuguesa, o melhor que existe em tidade de empresas e produtos premiados com ligacada uma das 20 regiões (18 distritos e duas regiões autónomas) ao ções ao município. Desde logo, as Termas de Luso e nível de recursos naturais, gastronomia, arte e cultura, património o Grande Hotel de Luso são dois ícones concelhios e outros ícones regionais de referência nacional; bem como pree foram distinguidos nas categorias, respetivamente, meia empresas portuguesas que se diferenciam a nível regional. de “Termas” e de “Hotéis termais”. Através de uma votação nacional, os portugueses identificaram, Ainda no âmbito das empresas, foram também dispara cada região, o que consideram Cinco Estrelas a vários níveis. tinguidas a imobiliária Soluções Ideiais, que tem uma Esta votação foi gerida pela Multidados.com, uma das empresas agência na Mealhada, e a Bongás Energias, na categode estudos de mercado parceiras dos Prémios Cinco Estrelas, ria distribuição de gás em garrafa, uma empresa que tendo contado no total com a participação de 313 450 consumitem também implantação no município e que, de resdores portugueses. to, foi patrocinadora oficial da edição da FESTAME – FeiA identificação destas marcas é feita com base na metodora do Município da Mealhada, em 2019. logia dos Prémios Cinco Estrelas que mede o grau de satisfaNa categoria de “Cozinha Tradicional Portuguesa” foi ção global dos consumidores, tendo em conta os 5 principais premiado o Leitão da Bairrada, esse ícone incontornável critérios que influenciam a sua decisão de compra ou adesão na região e que, na Mealhada, motivou (juntamente com (Satisfação pela experimentação, Relação preço-qualidade, Ino pão, o vinho e a água) a criação de uma marca que a tenção de compra ou recomendação, Confiança na marca e Câmara Municipal procura promover e divulgar: “Água, Inovação), em três situações distintas e complementares: CoPão, Vinho e Leitão - 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada”. mité de Avaliação; Testes de Experimentação e Questionários O presidente da Câmara da Mealhada considera que de Avaliação Massificada. “esta distinção dos portugueses reforça aquilo que é por demais evidente, pois o leitão da Mealhada é uma refe-
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Sublinhando que é essencial recuperar a confiança
Empresas de turismo no Centro tentam adaptar-se a uma nova realidade U
funcionários, decisão semelhante à que foi tomada pela esmagadora m processo de adaptação rápida a uma maioria dos hotéis da região. nova realidade marcada pelo distanciaNeste período forçado de portas fechadas, João Diniz e a sua equipa mento social está em curso entre os agentes de colaboradores mais próximos têm trabalhado em novas regras de turísticos da região, reconheceu o presidente da funcionamento para a reabertura. Horários de refeições mais alargaTurismo do Centro, sublinhando que é essencial dos, redução do número máximo de clientes nas salas de refeição, recuperar a confiança. desinfeção permanente das instalações, regras ainda mais apertadas “Só com vacina ou antivirais será possível reno spa e nas termas do Luso, criação de produtos de animação tucuperar a confiança total dos visitantes durante e rística ligados à natureza, que possam ser desfrutados por casais, após a pandemia de covid-19. Até lá, vamos ter de famílias, ao ar livre. nos adaptar”, refere Pedro Machado, na linha de “Há duas palavras que marcam estes tempos: adaptação e conoutras opiniões ouvidas pela Lusa, numa ronda por fiança. Precisamos de nos adaptar e de recuperar a confiança de agentes turísticos da região Centro, que engloba cem quem nos visita, propondo novos produtos, novos procedimentos, municípios. reforçando a sensação de segurança”, avança João Diniz, que diaHotéis, restaurantes, termas, empresas de animariamente assiste a ‘webinars’ (seminários online), muitos deles ção turística e aventura tentam aproveitar o período promovidos pela Turismo do Centro, à procura de novas ideias de encerramento forçado para repensar as respetivas e de um conhecimento mais profundo do que será o mercado estratégias, elaborar novos procedimentos, fazer forquando a evolução da pandemia abrandar. mação à distância. Mas, para muitos, o mais difícil será O coordenador do consórcio das Termas do Centro, Adriano sobreviver à crise, uma vez que ficaram sem receitas e Barreto Ramos, sublinha também a necessidade de estabelecer tiveram que cancelar as atividades programadas. novos procedimentos, que reforcem a sensação de segurança “Estamos a preparar-nos para uma nova normalidade, com novos procedimentos, criando produtos novos, mais dos frequentadores das estâncias termais. “Antes de mais, convém lembrar que está demonstrado por vários estudos cientíorientados para o mercado nacional e respeitando todas ficos que a frequência de termas, em condições de seguranas normas de segurança”, conta João Diniz, presidente do ça, reforça o aparelho imunitário das pessoas, o que é muito Conselho de Administração e diretor do histórico Grande importante nesta época de infeções”, refere Barreto Ramos. Hotel do Luso. As Termas do Centro representam 60% do mercado nacioO hotel de 117 quartos, projetado pelo arquiteto Cassianal de estâncias termais, integrando unidades de toda a reno Branco, colocou em ‘lay-off’ a maior parte dos seus 42 14
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gião: Alcafache, Almeida-Fonte Santa, Águas-Penamacor, Bicanho, praia fluvial do Mosteiro, em Pedrógão Grande, para Caldas da Felgueira, Caldas da Rainha, Carvalhal, Curia, Cró, Ladeira além de organizar trilhos de aventura, caminhadas, de Envendos, Longroiva, Luso, Manteigas, Monfortinho, Piedade, passeios de canoa e de organizar o popular campeonaSangemil, São Pedro do Sul, Unhais da Serra, Vale da Mó e do Vito nacional de carrinhos de rolamentos. meiro. “Está tudo parado”, lamenta Luís Dias, que vê o fuAtualmente, estão de portas fechadas, mas Barreto Ramos gaturo com muita preocupação. “Dizem que o Centro vai rante que, quando tiverem autorização, vão reabrir com controlo beneficiar com as regras de distanciamento social, por ainda mais apertado de procedimentos e higiene, nomeadamente ser território de baixa densidade. Mas se as pessoas não o uso obrigatório de máscaras por todo o pessoal médico e auxitêm dinheiro para comer, seguramente não terão dinheiliar. “Estamos a adaptar-nos, para sobreviver, como acontece em ro para brincadeiras”, resume. todo o setor do turismo”, refere, avançando que as termas irão Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, reabrir gradualmente, sendo as unidades de fisioterapia as pritem defendido que as microempresas deveriam receber meiras a regressar aos tratamentos. apoios a fundo perdido, dizendo que é preciso “salvar as A adaptação também é a palavra de ordem nos restaurantes, empresas, para salvar empregos”. que têm optado por soluções de “take-away” para sobreviver. A Turismo do Centro já lançou uma campanha de pro“Mas ninguém aguenta se não pudermos abrir as portas, recemoção da região e no fim de Abril vai lançar, no mercado ber clientes, ganhar dinheiro para pagar salários e pagar emnacional, uma campanha mais alargada, intitulada “A vida préstimos”, refere o dono de um restaurante na Figueira da Foz. é agora”, em diversos formatos. O empresário está a preparar-se para reduzir o número de Tem promovido ainda seminários ‘online’ diários, abertos mesas, alterar procedimento no atendimento e na cozinha, a todos, discutindo novos procedimentos, regras, refletindo mas não esconde a preocupação com a situação, queixandocomo vai ser o mercado turístico quando for levantado o -se que as medidas previstas pelo Governo são insuficientes. confinamento. Machado quer envolver empresários, traba“A receita deles é que eu peça mais dinheiro à banca? Mesmo lhadores do setor, mas sobretudo autarcas. “Lanço um decom condições favoráveis representa mais despesa, mais difisafio aos autarcas, que venham discutir o futuro das ‘smart culdades”, resume. cities’. Cidades onde seja possível gerir fluxos de visitantes, Bastante crítica é a situação de dezenas de empresas de horários, circular em segurança, respeitando as normas de aventura e animação turística, a maior parte situadas no inteisolamento social, para bem de todos”, conclui. rior do país, em territórios de baixa densidade, quase sempre de natureza familiar ou microempresas, que viram as receitas desaparecer com a pandemia. “Já tínhamos feito investimentos, programado o ano, e tudo parou. As câmaras desviaram o dinheiro, e muito bem, para apoiar as populações, os eventos foram adiados ou cancelados na totalidade”, relata o dono da Trilhos do Zêzere. Esta microempresa explora um pequeno restaurante na www.gazetarural.com
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A 22 de Maio, num debate online
Proença-a-Nova promove II BiodivSummit e destaca a importância da água P
ara assinalar o Dia Internacional da Biodiversidade o Município Lobo. de Proença-a-Nova, o Centro Ciência Viva da Floresta e Biomas Confirmadas estão já as intervenções dos Mi– Associação para a Promoção da Biodiversidade, Rota das Aromátinistros do Ambiente e Ação Climática, João Pedro cas e Medicinais promovem a 22 de Maio, pelo segundo ano conseMatos Fernandes, e do Mar, Ricardo Serrão Santos. cutivo, a realização da conferência BiodivSummit, que se comemora nessa data. Grupos Etnográficos de Proença-a-Nova perpeCom o tema “A água no mundo e o mundo da água. Que futuro?”, tuam sons e tradições do povo esta segunda edição será exclusivamente online, devido à pandemia da COVID-19 e ao seu impacto na realização de eventos. “Nos O Grupo de Danças e Cantares do Centro Social, nossos dias, o desperdício de água aliado ao aumento da procura Cultural e Recreativo de Montes da Senhora, o Grupo deste recurso, tornou-se num problema que requer a atenção de de Danças e Cantares Populares de Sobreira Formosa todos devido à decrescente disponibilidade de água doce no nosso e o Rancho Folclórico “Resineiros de Corgas” foram planeta. Se tivermos em conta que diariamente usamos a água nas convidados pelo Município de Proença-a-Nova a gramais diversas atividades na nossa vida (agricultura e indústria, hivar temas num único cd representativo do vasto regiene pessoal, alimentação, rega e limpeza), e nem sequer temos portório musical, com o objetivo de preservar os sons a noção da sua importância, é a prova de que ainda temos muito e tradições etnográficas e folclóricas, matriz identitária que aprender relativamente à relevância deste recurso na nosque percorre as artes e ofícios do povo. sa sobrevivência”, considera João Lobo, presidente da autarquia, Voz e tradição de Proença-a-Nova é o nome do áljustificando a escolha do tema. bum que inclui um conjunto de temas que integram o A partir da página do evento, em https://www.biodivsummit. vasto espólio destes grupos e resulta da estratégia do pt/, é possível realizar a inscrição, gratuita, de modo a receber Município de assegurar a manutenção e perpetuar a alertas sobre a divulgação de novos conteúdos. Nas semanas história do povo. que antecederem o evento, serão disponibilizadas apresentaOs ranchos folclóricos, que dão corpo à vivência, mações de especialistas que contribuirão com as suas perspetivas nutenção e promoção das modas e cantares, através de nos quatro painéis em debate: A água no mundo; O valor da recolhas realizadas e que traduzem o período entre os água; A água na saúde; e O mundo da água. anos vinte a sessenta do século passado, exprimem cosNo dia 22 de Maio, a partir das 14 horas serão revistos os tumes e ofícios daquele espaço temporal. pontos fortes de todas as comunicações recebidas, responEstes grupos foram constituídos na sua maioria entre didas as questões que chegarem até ao dia, com a troca de os finais dos anos 70 e início dos anos 80 e em comum ideias entre os moderadores e convidados em debate. “Tal partilham a inspiração nas letras e músicas que eram bacomo a natureza, também nós temos que nos saber adapseados no labor da terra (na colheita da azeitona, nas lidas tar a novas condicionantes, sejam elas ao nível climático, do do linho, nas sachas, nas ceifas), nos acontecimentos do uso do solo ou da sua ocupação. O evento online é a forma quotidiano, pretendiam dar a conhecer como o povo do de mantermos a celebração deste dia por tudo aquilo que seu concelho se divertia aos domingos, no terreiro depois ele significa para nós enquanto território, que pode ver poda missa, em dias de festa, em dias de trabalho e, sobretutenciada ainda mais a sua biodiversidade”, acrescenta João do, demonstravam o orgulho nas suas raízes. 16
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Em formato “adaptado” à pandemia de covid-19
Melgaço celebra 25 anos da Festa do Alvarinho e do Fumeiro com um brinde “à janela” A
Câmara de Melgaço desafiou “os portugueses e entusiastas do Alvarinho e da boa gastronomia” a brindarem, à janela, aos 25 anos da festa dedicada aos ex-líbris do concelho, este ano, em formato “adaptado” à pandemia de covid-19. A edição 2020 da Festa do Alvarinho e do Fumeiro, que todos os anos decorre durante três dias num recinto instalado para o efeito, e que em 2019 atraiu mais de 60 mil visitantes, foi cancelada, pela câmara, a 11 de Março devido à pandemia de covid-19. No entanto, o município do distrito de Viana do Castelo vai assinalar os 25 anos do evento, entre 01 e 03 de Maio, com degustações e animação através das redes sociais. Em comunicado, o município presidido por Manoel Batista adiantou que durante aqueles três dias haverá “diversos momentos de degustação e animação através da página de Facebook Festa do Alvarinho e do Fumeiro e também das redes sociais da autarquia”. “Nestes dias, não devemos esquecer também os bons momentos que vivemos e vamos continuar a viver em Melgaço. Este ano celebramos 25 anos da Festa do Alvarinho e do Fumeiro, não comemoramos como desejamos, mas não perderemos o espírito e a união entre todos. É também tempo de celebrar o nosso território. Os nossos produtores merecem o reconhecimento do seu trabalho”, referiu Manoel Batista, citado naquela nota. O programa inclui “uma surpresa na Torre de Menagem, uma prova de Alvarinho comentada, um momento musical com Augusto Canário, showcooking com o Chef Vítor Matos - Estrela Michelin e um brinde de Alvarinho à janela”. “Não será a mesma coisa, mas não será por falta de produtos que a casa não terá um pouco dos sabores de Melgaço. São muitos os produtores que estão a fazer vendas “online”, levando Melgaço a vários cantos do país e do mundo. Nas redes sociais da autarquia e da festa estão disponíveis os contactos dos produtores que iram participar nesta edição do certame para que todos possam celebrar em casa”, refere a autarquia. A Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço começou, em 1995, “como uma mostra de produtos locais para as populações locais e, em 2009, o Turismo de Portugal reconheceu o seu Interesse para o Turismo”. Em 2019, o recinto da Festa do Alvarinho e do Fumeiro contou com um total de 62 expositores e uma zona de degustações com capacidade para mais de 400 pessoas sentadas, um auditório de “showcooking” e provas comentadas de vinhos. Além da exposição, prova e venda de produtos, o evento incluiu animação, diurna e noturna, e atividades turísticas e desportivas. Na altura, questionado sobre o impacto económico do evento, o autarca socialista de Melgaço disse “não ter números por ser complicado aferir esses resultados”. “Não temos forma de medir esse impacto, mas não tenho dúvidas de que é absolutamente brutal no município. É importantíssimo para o alojamento, para a restauração, para as empresas que fazem turismo de natureza e para os produtores”, reforçou. www.gazetarural.com
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Numa altura em que se verifica “uma enorme quebra de vendas”
FENADEGAS preocupada com “importações oportunistas e especulativas” de vinhos A
Federação Nacional das Adegas Cooperatiefetivo dos vinhos importados e o seu cabal acompanhamento”. vas de Portugal (FENADEGAS) manifestouCom efeito, prosseguem, “a atual situação de mercado interno, com -se preocupada com “importações oportunistas e uma enorme quebra de vendas, motivada não só pela normal retração especulativas de vinhos”, que penalizam o sector, do nosso mercado, face ao encerramento da restauração e de grannuma altura em que se verifica “uma enorme quede parte dos circuitos de distribuição, como ainda, pelas dificuldades bra de vendas” no mercado nacional. sentidas na exportação, é geradora duma depreciação continua e sigA FENADEGAS, apesar do seu alerta quando dinificativa de preços”. vulgou o resultado do inquérito que lançou a todas “Tal realidade pode ainda ser potenciada por importações oporas Adegas Cooperativas de Portugal, a 13 de Abril pp., tunistas e especulativas de vinhos, penalizando fortemente o setor continua muito preocupada com o controlo efetivo e, nomeadamente, o tecido cooperativo”, referem no mesmo dodos circuitos comerciais dos vinhos importados. cumento. A organização representativa do setor cooperativo Para a FENADEGAS, urge “defender a genuinidade e qualidano setor dos vinhos, enviou uma carta ao Ministro da de do Vinhos de Portugal, que é também uma forma de garanEconomia e Transição Digital, com conhecimento à Mitir o futuro do setor e obstar a que vinhos de países terceiros nistra da Agricultura e ao residente do Instituto da Vinha venham a ser objeto de uma qualquer ajuda aprovada para o e do Vinho, onde “manifesta essa preocupação”, solicitansetor em Portugal, prejudicando-o no seu todo”, sustentam. do “que as entidades competentes garantam o controlo
todos os dias
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Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão
Há produtores de vinho da região com problemas “gravíssimos de liquidez” H
á empresas na região do Dão com problemas “gravíssimos de lide fundo” num futuro próximo, uma vez que quidez”, revelou o presidente da Comissão Vitivinícola da Região “se o mercado não escoa há ainda os ‘stocks’ da do Dão (CVR Dão), uma vez que os mercados nacionais e internacionais última campanha, de Outubro, nas cubas, uma estão parados. “Aqui no Dão, e para as empresas em geral, há casos vez que a grande parte não vai para o mercado”. gravíssimos de liquidez, casos que conheço e é nesse sentido que de“Estamos a quatro meses da próxima vindima e fendo que o Governo tem de recapitalizar as linhas que criou, porque isto vai implicar uma depressão brutal nos preços já não dão resposta, já estão esgotadas, como é o caso da linha Capide vinho”, alertou. talizar”, explicou Arlindo Cunha. A medida que Arlindo Cunha entende como a Segundo o presidente da CVR Dão, os empresários maiores da “mais necessária e urgente é uma de intervenção região “são pequenos à escala nacional e muito pequenos à escapreventiva” e, neste sentido, defende que o Goverla internacional e, regra geral, são produtores e engarrafadores, no devia “comprar vinho a quem o tem para destilar no segmento dos 10/50 mil hectares, que têm marcas próprias no para o mercado do álcool, com um preço mínimo mercado. “Esses é que têm as vendas completamente bloqueadas de garantia para os produtores”. “Essa operação tem e, portanto, precisam muito não só de liquidez como também de de ser, obviamente, negociada no quadro da União medidas de flexibilidade como as do ‘lay-off’ aplicado aos sócios Europeia, até porque há mais países que também são gerentes”, defendeu. grandes produtores de vinho, que julgo que também Este mercado nacional, explicou o presidente da CVRD, é aquele têm o mesmo problema, como Espanha, Itália, França “a que se chama o canal HoReCa, que são onde estão estes proe parte da Alemanha. Estamos profundamente condutores “dos vinhos ‘premium’, ou seja, acima dos cinco euros”. vencidos de que se o Governo tiver vontade poderá Arlindo Cunha explicou que “os mercados estão todos parados e facilmente uma coligação de países que terão a mesma pararam de forma dramática”, como é o caso do mercado interpreocupação que nós e negociarão com a UE uma menacional, uma vez que o setor vinícola exporta cerca de 45% dos dida de destilação”, desafiou. vinhos certificados, principalmente para os EUA, Brasil, CanaAté porque “anda-se por aí a especular muito em Vidá e China, e isto “é um rombo enorme nas vendas” do vinho. seu” e “dizem que há álcool no mercado, mas não há” e “Agora, começa a haver alguma coisa a pensar-se na China, mas “em qualquer médio ou grande supermercado da provínainda é muito pouco. Ainda por cima a componente do mercacia não há, e, quando há, está tudo racionado. “Ou seja, do externo é a componente mais bem paga, com os vinhos de há uma grande falta de álcool também. Obviamente que a preço médio e alto”, contou. destilação do vinho não seria só por causa disto, mas será O canal onde as descidas “não foram abruptas” foi nos “viapenas uma das consequências, mas é também importannhos de mais baixo preço, sobretudo em boxes, embora tamte nesse ponto de vista”, defendeu. bém alguns engarrafados, que se continuam a vender, ainda que a um ritmo mais baixo, através das grandes superfícies”. Esta paragem no mercado, por causa da pandemia da covid-19, tem, no entender de Arlindo Cunha, “uma questão www.gazetarural.com
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Com o fim do estado de emergência, a partir de 2 de Maio
CVR Dão reabre Welcome Center e serviço de Assistência Técnica ao Agricultor D
ois meses após o encerramento, o Welcome Center da Rota dos ras. Também neste serviço haverá regras a cumprir Vinhos do Dão volta a abrir as portas. Esta decisão foi tomada e todos os utilizadores deverão utilizar máscara de após o anúncio do fim do estado de emergência e serão cumpridas proteção e o atendimento é limitado a uma pessoa todas as indicações por parte da Direção-Geral de Saúde, cumprinde cada vez. do as condições de higienização e segurança do espaço, estando “Com o fim do estado de emergência e, depois de limitada a entrada a duas pessoas. Assim, o Welcome Center está garantir a segurança dos nossos espaços, decidimos preparado para receber de forma segura os visitantes a partir de reabrir tanto o Welcome Center da Rota dos Vinhos do 4 de Maio, em horário excecional de segunda a sexta-feira, das Dão como o serviço de Assistência Técnica ao Agricul10 às 12,30 e das 14 às 18 horas. tor. Estamos a cumprir todas as medidas necessárias para A par da reabertura do Welcome Center, reabrirá ainda serevitar a propagação da pandemia e estaremos atentos a viço de Assistência Técnica ao Agricultor para a receção das todos os desenvolvimentos e conselhos das autoridades”, refere Arlindo Cunha, presidente da CVR Dão. amostras no horário das 90 às 12,30 e das 14 às 17,30 ho-
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Decisão aprovada por unanimidade pelo Conselho Diretivo da AMPV
Pinhel com estatuto de “Cidade do Vinho” até 2021 O
primeira cidade a ostentar o título de ‘Cidade do município de Pinhel viu alargado o estatuto de “Cidade do Vinho” Vinho’ durante dois anos consecutivos”, lê-se. a 2021 devido à pandemia da Covid-19. “Face à situação de panNo dia 23 de Janeiro, o autarca de Pinhel apredemia que está a afetar Portugal, a Europa e o mundo, a Associação sentou publicamente o programa comemorativo de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) decidiu estender a 2021 dos 250 anos da elevação de Pinhel à categoria de o estatuto de Pinhel como ‘Cidade do Vinho’”, refere a autarquia em cidade (Agosto de 1770) e do projeto “Pinhel – Cicomunicado. dade do Vinho 2020”. A programação “Pinhel – CiSegundo a mesma fonte, com a decisão que foi aprovada por unadade do Vinho 2020” inclui iniciativas de divulgação nimidade na última reunião do Conselho Diretivo da AMPV, “as inidos vinhos locais e da Beira Interior, não só em Piciativas previstas na candidatura de Pinhel a ‘Cidade do Vinho’ 2020 nhel, como também no país e no estrangeiro. poderão ser realizadas ainda em 2020 (desde que reunidas as conUma das iniciativas está relacionada com a prodições ideais), mas também ao longo de 2021”. dução do vinho “Pinhel Cidade Falcão 1770 – 2020”, O presidente da Câmara de Pinhel, Rui Ventura, citado no comuencomendado pelo município à adega cooperativa nicado, considera tratar-se de “uma decisão justa, tendo em conlocal. Está também prevista a realização da atividade ta que Pinhel continua determinado em concretizar o programa “Alegria Engarrafada”, que consiste na divulgação e codelineado no âmbito da sua candidatura, ao abrigo da qual está mercialização dos vinhos de Pinhel em várias cidades prevista mais de uma centena de atividades. do país. O projeto “Cidade do Vinho”, promovido pela AMPV, surgiu com o objetivo de “valorizar a riqueza, a diversidade e as características comuns dos territórios associados à cultura do vinho e de todas as suas influências na sociedade, na paisagem, na economia, na gastronomia e no património”. O município de Pinhel lembra que a iniciativa “pressupõe a elaboração de um programa anual de ações culturais, de formação e de sensibilização ligadas ao vinho, com visibilidade nacional”. Não sendo a situação ideal, nomeadamente devido às circunstâncias causadas pela pandemia, Pinhel passa a ser a www.gazetarural.com
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Para promover a coexistência com o lobo ibérico
Projeto LIFE WolFlux lança novo programa de cães de gado para proteger rebanhos O projeto LIFE WolFlux visa, a sul do rio Douro, aumentar
balhar conjuntamente com os outros parceiros do projeto (Universidade de Aveiro, ATNatureza, Zoo a conectividade da subpopulação de lobo ibérico português, Logical e Rewilding Europe) para conseguir garanespécie em perigo de extinção. Uma das novas ações a ser tir a disponibilidade de presas silvestres suficientes para os lobos, aumentando as populações locais de desenvolvida através do projeto é a integração de cães de corço e, assim, reforçando as cadeias alimentares gado, sendo o Leão o primeiro filhote de Serra da Estrela a naturais. Em 2019, foi realizado um trabalho preliminar de monitorização para perceber melhor a disser incorporado pela equipa da Rewilding Portugal. tribuição e a abundância das populações de corço na área do projeto. “O objetivo é incorporar 100 cães com o gado existente na área Sendo uma das raças caninas mais antigas da Pedo projeto”, explica Sara Aliácar, técnica de conservação da Rewilnínsula Ibérica, os cães Serra da Estrela há séculos que ding Portugal. “Ao reduzir a predação dos lobos e, assim, promoprotegem o gado a sul do Douro contra ataques de ver a coexistência entre as pessoas e o lobo, o Leão e os cães que lobos ibéricos e cães vadios, sendo parte da tradição o seguirem contribuirão para a recuperação do lobo, aumentanlocal embora se esteja a perder, especialmente onde do a estabilidade, a interação e a expansão territorial das alcaos lobos agora raramente são vistos. Assim como está teias já estabelecidas”. a acontecer com o Leão agora, estes cães precisam de A subpopulação de lobo ibérico a sul do rio Douro está numa ser integrados em rebanhos e manadas enquanto ainda posição precária. Além de fatores como a perda de habitat, a são filhotes, a fim de criar um vínculo mais forte com os baixa conectividade entre grupos e o conflito com seres humaanimais que devem proteger. nos, a falta de presas silvestres continua a prejudicar a capaciNo entanto, com o projeto LIFE WolFlux a trabalhar para apoiar o regresso do lobo ibérico ao seu papel de dade de recuperação desta espécie. Atualmente, os lobos a sul predador de topo na cadeia trófica esta medida proativa do rio Douro dependem fortemente de gado doméstico para pode vir a ser fundamental. “Um pastor com cães Serra da alimentação, representando este mais de 90% da dieta de alEstrela pode proteger-se da predação de lobos com muigumas alcateias. Reduzir a predação do lobo no gado só será to mais eficiência do que um que não os utilize”, explica totalmente eficaz se os lobos tiverem uma fonte alternativa Sara Aliácar. “Os cães detectam invariavelmente a presença de alimento. dos lobos primeiro. Num habitat rochoso e arbustivo como Através do projeto LIFE WolFlux, que é financiado pela Comissão Europeia e cofinanciado pelo Endangered Landscaaquele que caracteriza a área deste projeto, a estratégia que pes Programme, a equipa da Rewilding Portugal está a tra22
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eles utilizam consiste em deitarem-se, esconderem-se e ficarem de vigia”. O novo programa de proteção de animais será implementado de acordo com a procura - os pastores primeiro precisam de solicitar os cães para iniciar o processo de incorporação. A equipa da Rewilding Portugal visita então o pastor para avaliar se o cão é realmente necessário. Se a avaliação for positiva, um cachorro de Serra da Estrela é fornecido gratuitamente, assim como os serviços de seguro, alimentação e veterinário até o animal completar os 18 meses de idade, quando se
considera que estará apto a realizar todas as suas funções. Os cães são fornecidos pelo Grupo Lobo, uma ONGA portuguesa que trabalha para conservar os lobos ibéricos e o seu habitat e que dará apoio no treino destes cães, facilitando a troca de conhecimentos fundamentais e melhores práticas neste processo. Se o cão incorporado vier a ter filhotes, o pastor envolvido é incentivado a entregar dois deles ao programa, para que este possa continuar a ajudar mais pastores. A equipa da Rewilding Portugal também planeia distribuir vedações aos pastores (em áreas prioritárias) para permitir que eles protejam ainda mais os seus rebanhos e manadas da predação de lobos ibéricos.
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Prolongado prazo para pequenos investimentos na agricultura
TAGUS abre candidaturas para apoiar cadeias curtas no âmbito do DLBC Rural A TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado
de despesas relacionadas com o armazenamento, transporte e aquisição de pequenas estruturas de do Ribatejo Interior abriu o período de receção de candidavenda, as ações de sensibilização e educação para turas de projetos, inseridos na componente ‘cadeias curtas’. consumidores e para a comercialização de proximidade, o desenvolvimento de plataformas eletrónicas Com 75 mil euros, esta abertura tem como objetivo proe de materiais promocionais, a adaptação e o apemover e agilizar os canais de comercialização de produtos trechamento de infraestruturas, as deslocações dos produtores aos mercados locais e entregas em pontos alimentares locais, alargando as possibilidades de escoaespecíficos. mento da produção. Já o concurso para os ‘Pequenos inRelativamente às deslocações o apoio é de 60 euros por cada uma e pode chegar a um somatório de 7.488 vestimentos’ nas explorações agrícolas foi prolongado até euros, durante o projeto, possibilitando aos produto18 de Maio. res que este suporte, permita fazer face aos custos de transporte, portagens e alimentação, para a participas investimentos, enquadrados nas “Cadeias Curtas e Merção em mercados em Abrantes, Constância, Sardoal e cados Locais”, no âmbito do Desenvolvimento Local de concelhos limítrofes ou para ir aos pontos de entrega. Recordamos que os financiamentos das despesas vão Base Comunitária Rural (DLBC Rural), através Portugal 2020 e cofinanciado pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento aos 50 por cento do investimento material e chega a 80 Rural (FEADER), devem promover o contacto entre o produtor e por cento nos imateriais. o consumidor, contribuindo para o escoamento da produção loJá o aviso aberto para a medida 10.2.1.1. – Pequenos cal, a preservação dos produtos e especialidades locais, a dimiInvestimentos nas Explorações Agrícolas, que abriu a 3 de Fevereiro, foi prolongado até dia 18 de Maio, dadas nuição do desperdício alimentar, a melhoria da dieta alimentar as dificuldades e os constrangimentos na submissão das através do acesso a produtos da época, frescos e de qualidade. candidaturas, resultantes da situação atual de pandemia Os pedidos de apoio têm, também, como objetivo incentivar a e as medidas de confinamento. práticas agrícolas menos intensivas e ambientalmente sustenPara mais informação e consulta dos avisos de concurtáveis, diminuindo a emissão de gases efeito de estufa, atraso e legislação aplicável aos projetos a implementar em vés da redução de custos de armazenamento, refrigeração e Abrantes, Constância ou Sardoal, devem os interessados transporte dos produtos até aos centros de distribuição. As candidaturas nesta componente, da ação do Programa ir ao sítio na Internet da TAGUS (www.tagus-ri.pt) ou do de Desenvolvimento Rural (PDR2020) 10.2.1.4 – Cadeias PDR2020 (www.pdr-2020.pt). Curtas e Mercados Locais, podem ser submetidas até 30 de Desde a implementação do DLBC Rural, através do Junho. E podem concorrer pessoas singulares ou coletivas, a PDR2020, a TAGUS já aprovou cerca de 60 candidaturas, que título individual ou em parceria, que sejam titulares de uma comprometem mais de 1,5 milhões de euros, o que indica exploração agrícola. um investimento na região na ordem dos três milhões euros. Os projetos podem ir desde os 500 até aos 50 mil euros
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Em resposta à crise provocada pelo COVID-19
Município de Tondela cria apoios a microempresas de comércio e serviços O
Município de Tondela preparou um pacote de medidas de apoio às microempresas de comércio e serviços do concelho, que tenham sido obrigados a encerrar temporariamente, em virtude da conjuntura atual que o país atravessa relacionada com a COVID-19. De acordo com o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, estes apoios visam minimizar os impactos negativos da pandemia na atividade económica do concelho e, consequentemente, da população. “Estes são apoios extraordinários para fazer face às consequências da Covid-19, que acreditamos que irão contribuir para a preservação do comércio local e serviços, garantindo a manutenção destes postos de emprego e reduzir o risco de não reabertura de alguns destes estabelecimentos.”, acrescentou. No seu entender, este é “um apoio ambicioso, mas necessário e justo, face à vulnerabilidade económica e aos encargos que essas lojas halbseitig e serviços23.08.2017 terão de 14:36 cumprir”. um Quinta das Marias_Inserat Seite “Terá 2 forte impacto na sobrevivência de muitos espaços, em particular do comércio local”, referiu.
Quinta das Marias V I N H O S D E Q U A L I D A D E – A N O S S A PA I X Ã O
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Diz Abdón Fernández, “Braga é de vital importância no Caminho da Geira”, diz presidente da AJCMR
“Braga é de vital importância no Caminho da Geira” Há três anos a Associação Jacobeia do Caminho Minhoto Ribeiro (AJCMR) apresentou em Braga o traçado do Caminho da Geira, coincidente, na sua quase totalidade, com o que foi oficializado em Março de 2019 pela Igreja. Abdón Fernández, presidente da AJCMR, realça nesta entrevista o papel da componente portuguesa e das associações envolvidas neste projeto.
Gazeta Rural (GR): O caminho Braga-Santiago tem duas propostas de traçado (Geira e dos Arrieiros e o dos concelhos). Qual defende a AJCMR? Abdón Fernández (AF): A nossa intenção não é diabolizar, nem prejudicar o projeto ou o objetivo global. As diferenças resultam da forma como se interpretam os dados históricos que abarcam os traçados dos caminhos de peregrinos. As duas propostas são fruto do trabalho iniciado com a fundação da AJCMR, em 2009, ainda que chegando a conclusões muito diferentes. No entanto, não devendo haver dúvidas sobre a história, quem detém o poder possui, muitas vezes, os meios para impor a sua versão. GR: Mas o Caminho da Geira e dos Arrieiros foi reconhecido pela Igreja? AF: O Caminho da Geira oficializado pela Igreja é o resultado do trabalho voluntário e desinteressado da AJCMR e, posteriormente, da Associação Codeseda Viva; com o obje26
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tivo de valorizar a história, o património e impulsionar a economia ao longo do seu traçado. No caso do outro traçado, proposto pela associação de concelhos, os políticos usaram o seu poder, incluindo económico, para custear a sua elaboração, feito à medida dos seus interesses, nalguns casos em desrespeito pela história, e esta é uma das diferenças fundamentais entre os dois projetos.
GR: O traçado da Associação Codeseda Viva e da AJCMR coincidem? AF: Perante as propostas apresentadas e os interesses dos peregrinos, que são quem faz viver o caminho, sem duvida que a proposta revelada em Braga a 1 de Abril de 2017 (e em Fevereiro anterior em Ribadavia) pela AJCMR é genericamente coincidente com a da Associação Codeseda Viva, reunindo na sua passagem por ‘O Ribeiro’ elementos singulares que caracterizam este caminho - o património cultural e edificado, as termas e o vinho. É uma realidade muito próxima à época das peregrinações. Já a proposta dos concelhos mescla distintas variantes, não é tão rica naqueles aspetos e passa até por locais que não existiam na Idade Média, como Leiro. GR: Qual a importância que atribui à parte portuguesa deste caminho? AF: A importância da parte portuguesa é vital. É a mais importante, não vou escamotear esta questão. Basta o facto de o caminho começar na Sé de Braga. Realço a importân-
cia histórica de Braga em relação à peregrinação a Santiago de Compostela, a capitalidade espiritual ibérica em que Braga desempenhou um dos papéis mais importantes e as relações históricas e religiosas entre Braga e Santiago de Compostela. Além da importância ao nível do romano, mais antigo que o próprio fenómeno jacobeu. Mais que não fosse pela existência da geira romana, é de vital importância neste projeto. É o que faz dele único, seja a nível nacional ou internacional. É uma singularidade se o compararmos com todos os caminhos de peregrinação. É um fenómeno transfronteiriço, que enriquece as duas regiões. GR: A Geira e as termas são símbolos deste caminho? AF: Os vínculos deste caminho com Portugal são fundamentais para a nossa associação, nomeadamente no que se refere à geira romana, que é um património romano fundamental, essencial para que seja um traçado único devido a esta referência tão antiga. Por outro lado, de facto, abundam as termas, comuns a ambos os países, daí que não haja explicação para haver quem queira que não passe em Berán. Para além, claro, do comércio do vinho e das peregrinações religiosas. E constitui-se também como uma linha de ligação entre Portugal e a
Galiza, muito interessante a diferentes níveis, por exemplo termais, o que também evidencia a a sua singularidade. GR: As autoridades e associações portuguesas têm colaborado? AF: Eu não tenho razões de queixa. Por exemplo, a Associação Espaço Jacobeus tem-nos dado um apoio incondicional e estou muito orgulhoso em ter conhecido muitos dos seus elementos. É um grande exemplo para mim e a seguir. Em relação às autoridades políticas também tenho boas referências, nomeadamente em relação às câmaras de Braga ou Amares - aqui através de Caldelas, onde já há um albergue, uma iniciativa que louvamos e apoiamos.
GR: Como analisa o facto do concelho de Leiro não ter aprovado a proposta de abertura de negociações de geminação de Berán com Caldelas, concelho de Amares? AF: Os interesses que prevaleceram não foram os da promoção dos interesses das populações e deste itinerá-
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rio. Seria uma forma de promover as termas de Berán e aproximar as relações com Portugal, através de Caldelas e Amares. Haverá razões políticas e de incapacidade pessoal que levaram à decisão de não haver esta geminação, que seria muito importante dos pontos de vista social, cultural e económico.
o vinho. Hoje, por estar a 103 quilómetros de Santiago, é um ponto de partida a pé a considerar na atribuição da Compostela.
GR: A Igreja certificou proposta da Associação Codeseda Viva. É a que defende? AF: A proposta da Associação Codeseda Viva é praticamente coincidente com a que apresentamos em 2017 em Ribadavia [Galiza] e Braga e concordamos com ela, embora admitamos uma variante na zona de O Ribeiro pela margem esquerda do rio Avia, ligando à Via da Prata. No entanto, a associação dos concelhos tem um poder político muito grande para pressionar e fazer valer a sua proposta, independentemente da fundamentação histórica. Tenho algum receio em relação ao que possa acontecer. A minha esperança é que se mantenha um traçado próximo do atual Caminho da Geira, mesmo que depois sejam aprovadas variantes que não desvirtuem o projeto.
GR:E que pensa a AJCMR fazer para garantir a passagem por Berán? AF: O que continuaremos a fazer é procurar mais documentos que sejam irrefutáveis e provem a passagem por Berán de peregrinos e caminhos de comércio. Estamos a tentar promover a cultura jacobeia e demonstrar que Berán era um ponto de referência na época medieval. E também estamos a tentar fazer um albergue de peregrinos. Promovemos recentemente o encontro “O Caminho da Geira Minhoto Ribeiro”, em Berán, onde foi apresentado o traçado, e descreveram-se as diferenças entre a nossa e outras propostas, e analisar a repercussão socioeconómica do caminho para Berán. GR: Será possível haver também em Leiro uma variante (por Berán ou por Leiro)? AF: A nossa associação tentou reunir com as associações e entidades no sentido de estabelecer um traçado comum ou com uma variante no núcleo central da comarca de O Ribeiro, com base em razões históricas fundamentadas. Tal não foi possível, daí cada um [associações e grupo de concelhos] ter apresentado a sua proposta, o que de alguma forma está a confundir os peregrinos.
GR: Acha que deveria haver uma variante em A Estrada? AF: A proposta da Associação Codeseda Viva está suficientemente documentada e não impede que se possa estabelecer uma variante, pela Via da Prata ou por Pontevedra/Ramalhosa. Esta solução é perfeitamente viável em minha opinião. GR: Por que é que é fundamental que o caminho passe por Berán (Galiza)? AF: Como Leiro não existia na Idade Média, a nossa proposta é que o traçado depois de Beade siga por Berán, junto às termas, seguindo por Caldas até Lebosende e Pazos de Arenteiro. As razões para que o caminho passe por Berán assentam fundamentalmente na história. Além disso, se este caminho é singular pela sua riqueza termal, não faz sentido ser de outra maneira. Por outro lado, Berán era um enclave pelo qual entrava em O Ribeiro quem vinha de Santiago de Compostela para negociar 28
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GR: Ao fim destes 11 anos a lutar por este caminho, valeu a pena o trabalho da AJCMR? AF: Sim, valeu a pena. O papel da AJCMR neste projeto é indesmentível. Basta analisar a história destes anos. E além disso, não haverá marcha-atrás, o caminho é uma realidade e muito próxima do traçado que apresentámos em 2017. Por um lado, receio que o pior dia esteja para vir, se não for reconhecido o nosso trabalho, mas, ao mesmo tempo, espero a chegada de um momento de alegria. Até agora, a maior alegria foi ver os primeiros peregrinos a chegar a Berán, em Maio de 2017, bem como o dia de apresentação em Braga no dia 1 de Abril de 2017. A maior esperança que mantenho é que os peregrinos continuem a fazer o caminho atual, porque o caminho é deles e são eles quem o faz. É um caminho que inevitavelmente será reconhecido pelas autoridades.
Em redor de zonas industriais
Politécnico de Coimbra desenvolve projeto para a prevenção de incêndios florestais O
Instituto Politécnico de Coimbra está a desenvolver um projeto, na sequência dos incêndios de 2017, com o objetivo de evitar a ação de incêndios florestais em zonas industriais. O InduForestFore visa encontrar as melhores soluções para a gestão de combustíveis, construção e organização urbanística em redor dessas zonas. Joaquim Sande Silva, docente na Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC), refere que “este é um projeto inovador na medida em que, pela primeira vez, duas equipas de áreas científicas muito distintas, as engenharias florestal e civil, tentam, numa mesma equipa, perceber o que esteve na origem dos elevados danos sofridos por várias zonas industriais durante os incêndios de 2017.” Acrescenta ainda que “esta parceria inovadora tenta encontrar soluções, quer ao nível das construções, quer ao nível da gestão da vegetação em torno das zonas industriais, no sentido de possibilitar a adoção de medidas legislativas cientificamente mais fundamentadas do que as que vigoram atualmente.” Os resultados permitirão estabelecer diretrizes de construção e proteção de zonas industriais a serem definidas pelos municípios e suas associações. Estas políticas aplicar-se-ão tanto às zonas existentes como às a construir. Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o InduForestFire assenta num estudo em seis zonas industriais: Mira, Tocha, Oliveira do Hospital, Mortágua, Oliveira de Frades e Pedrogão Grande. Com a duração de três anos, o projeto espera resultados e propostas de ação no próximo ano. Resulta de uma parceria entre a Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra, o Instituto de Investigação e Desenvolvimento (ITECons-UC), a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. www.gazetarural.com
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Cuja atividade está a ser diretamente afetada
Governo dos Açores cria medida de apoio à manutenção das empresas O
Governo dos Açores criou uma medida Os empresários do setor que se candidatem a esta medida têm como excecional de incentivo à manutenção das obrigações principais manter a sua atividade e o nível de emprego até empresas de artesanato da Região, cuja atividade ao final de 2020. Na prática, esta medida de incentivo, de caráter exestá a ser diretamente afetada pelos efeitos da cecional, publicada em Jornal Oficial, consiste num apoio financeiro pandemia de COVID-19 com o encerramento das às empresas de artesanato, não reembolsável, atribuído por um mês, suas instalações, a diminuição da venda dos seus renovável por três meses, o qual corresponde ao pagamento mensal produtos e o cancelamento dos mercados e das feide 666,75 euros por cada trabalhador da empresa detentor de carta ras direcionadas para o setor. de artesão, emitida até 29 de Fevereiro de 2020, e sócios-gerentes Este novo apoio constitui mais um complemento com descontos efetuados para a Segurança Social. regional, que, em articulação com as medidas deterDeste modo, o Executivo açoriano dá mais uma resposta no quaminadas a nível nacional, representa um reforço de dro da Autonomia regional que garante o apoio à liquidez das emliquidez que vai permitir aos artesãos açorianos fazer presas de artesanato, aos trabalhadores e às famílias açorianas. face às situações tidas por mais urgentes. O formulário de candidatura a este apoio encontra-se disponível O Governo açoreano considera que as empresas no sítio da Internet do Centro Regional de Apoio ao Artesanato de artesanato são fundamentais para a economia da (CRAA), em http://www.artesanato.azores.gov.pt sendo que o Região, contribuindo ativamente para a riqueza e diformulário e a cópia dos anexos exigidos devem ser remetidos versidade do seu património cultural e, neste sentido, para o email craa@azores.gov.pt até ao final do mês de junho. faz um esforço adicional com vista a garantir a sua susO Governo dos Açores continua fortemente empenhado em tentabilidade e, consequentemente, a manutenção do adotar todas as medidas que se mostrarem necessárias não só emprego no setor. para combater a pandemia de COVID-19, como também para Trata-se de mais uma medida inovadora, de implefazer face às suas consequências sociais e económicas na Rementação imediata, criada no âmbito de um conjunto de gião. medidas já aprovadas e implementadas pelo Governo dos Açores para apoio à economia, à manutenção do emprego e de rendimentos, e cujas candidaturas já podem ser apresentadas. 30
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Com a área de 121.850 metros quadrados
Lusiaves adquire terrenos para construir unidade industrial em Pombal O
Grupo Lusiaves adquiriu 12,19 hectares na Zona Industrial da Guia, em Pombal, para a construção de uma unidade industrial, que a autarquia prevê ter impacto em toda a “dinâmica económica e social” do concelho. O Município de Pombal alienou terrenos industriais, com a área de 121.850 metros quadrados (12,19 hectares), para construção de uma unidade industrial, localizados contiguamente à Zona Industrial da Guia, ampliando-a em cerca de 85% da sua área, refere uma nota de imprensa conjunta. Na hasta pública, o Grupo Lusiaves apresentou uma proposta, no valor de 640 mil euros, garantindo a adjudicação dos terrenos, que tinham sido adquiridos pelo Município para expansão da zona industrial, tendo em conta a procura de investidores. O presidente da Câmara de Pombal, Diogo Mateus, destacou que a instalação desta empresa “vai influenciar toda a dinâmica económica e social do concelho” e que será “uma âncora para a fixação de outras empresas”. “Parece estar a confirmar-se a expectativa que tinha há vários anos: Pombal apresenta-se como um ‘cluster’ agroindustrial fortíssimo, com indústrias de renome como a Compal, Cuétara ou a Derovo. Esta concentração contribui para uma dinâmica do setor”, salientou o autarca de Pombal, no distrito de Leiria. Diogo Mateus entende que estas indústrias, a que se junta agora um “grande” projeto da Lusiaves, são também uma “belíssima oportunidade para a agricultura menos capacitada aproveitar o setor mais sofisticado da indústria para escoar os seus produtos”. A produção na área de pomares, cereais ou aves poderá ser encaminhada para a indústria, exemplificou. Além da agricultura, “um conjunto de empresas que orbitam à volta desta unidade – que é 10 a 15 vezes maior do que o Expocentro – podem ganhar muito”. “Com o forte teor tecnológico que empresas desta dimensão possuem, o efeito no emprego será de colaboradores mais qualificados. Terá também um impacto na formação profissional e no ensino da região”, reforçou o autarca. O presidente da Câmara de Pombal entende também que a Lusiaves poderá “potenciar a área logística”, que já é “muito forte”, no concelho. Diogo Mateus lembra que o dinamismo da zona industrial da Guia, junto a Monte Redondo, no concelho de Leiria, merece “mais uma oportunidade para se apostar na requalificação da linha do Oeste, que poderia servir como canal de escoamento dos produtos”. A pensar a médio/longo prazo, o autarca já avançou com o estudo de impacto ambiental para ser criada uma variante entre a Estrada Nacional 109 e a autoestrada 17. “Apesar da situação difícil que se vive no país, estamos comprometidos com a concretização deste investimento, cujo estudo prévio prevemos apresentar nos próximos meses, quando todo o processo de adjudicação estiver concluído”, afirmou Nuno Maurício, representante do Grupo Lusiaves, na nota de imprensa conjunta. Este responsável acrescentou que, além da criação de dezenas de postos de trabalho, esta unidade industrial de grande dimensão, na área da transformação, criará diversas sinergias com outras empresas do concelho. Nuno Maurício destacou ainda “a eficiência com que o Município conduziu o processo e a atratividade que esta disponibilidade constitui para as empresas que aqui se pretendem instalar”. www.gazetarural.com
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Alerta um estudo da “University College London”
Aquecimento global pode causar perdas de biodiversidade súbitas O aquecimento global pode causar súbitas e potencialmen-
cais, e dizem que situações recentes de branqueamento em massa de corais na Grande te catastróficas perdas de biodiversidade por todo o mundo Barreira de Coral (Austrália) indicam que essa durante este século, alerta um estudo da “University College mudança já está a acontecer. O estudo inclui também a previsão de que as London” (UCL), uma das universidades públicas britânicas. latitudes mais altas e as florestas tropicais estarão em risco até 2050. “As nossas descobertas destaestudo, publicado na revista científica “Nature”, prevê quancam a necessidade urgente de mitigação das altedo e onde poderá haver graves perturbações ecológicas nas rações climáticas, reduzindo imediata e drasticapróximas décadas e sugere que as primeiras ondas podem já estar a mente as emissões (de gases com efeito de estufa), acontecer. o que pode ajudar a salvar milhares de espécies da Alex Pigot, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Ambienextinção. Manter o aquecimento global abaixo dos te da UCL, um dos autores principais do estudo, diz que os riscos 2°C efetivamente ´achata a curva´ de como esse risdas alterações climáticas para a biodiversidade não aumentam graco para a biodiversidade se acumulará ao longo do dualmente, mas que numa determinada área as espécies podem século, dando mais tempo às espécies e ecossistemas enfrentar de repente condições que nunca antes tinham sentido. para se adaptarem às alterações climáticas, seja enA investigação indica que em muitas comunidades ecológicas contrando novos habitats, alterando o comportamendo mundo uma grande proporção de organismos estará fora da to ou com a ajuda dos esforços de conservação liderasua zona de conforto na mesma década, e que com temperaturas dos pelos humanos”, disse Alex Pigot. nunca sentidas até 2100 dois terços dessas espécies vão cruzar muito rapidamente esse limiar. Os investigadores calculam que se as temperaturas globais subirem 4°C (quatro graus celsius) até 2100, num cenário de “altas emissões” de gases com efeito de estufa, que consideram plausível, pelo menos 15% das comunidades de todo o mundo, e potencialmente mais, vão sofrer uma alteração abrupta das condições e uma em cada cinco espécies dessas comunidades ultrapassa os limites de conforto, o que pode causar danos irreversíveis ao funcionamento do ecossistema. Se o aumento de temperatura for mantido nos 2°C, menos de 02% dessas comunidades enfrentarão esses eventos extremos, embora os investigadores alertem que nesses 02% estão comunidades como os recifes de coral. Os investigadores prevêem que essas temperaturas sem precedentes começarão antes de 2030 nos oceanos tropi-
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Prejuízos são muito avultados
Produção de Cereja do Fundão deve cair para menos de metade devido ao mau tempo C
erca de metade da habitual produção de Cereja do Fundão estará este ano perdida devido às condições meteorológicas “extremas” de final de Março e Abril, que causaram prejuízos muito avultados, adiantou o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes. “Tivemos condições climatéricas excecionais extremas que destruíram grande parte da produção e que teve um efeito devastador em, pelo menos, 50% da produção, sendo provável que este número até venha a ser superior”, frisou o autarca deste concelho do distrito de Castelo Branco, que é uma das principais zonas de produção de cereja nacional. Segundo explicou, o nevão caído no final do mês de Março, seguido de geada forte e temperaturas muito baixas, bem como a chuva intensa e a queda de granizo, em Abril, levaram a que mais de metade da produção ficasse “arruinada”. Se em anos normais a produção de cereja neste concelho supera as sete mil toneladas, este ano estará entre as três mil a três mil e quinhentas, “na melhor das hipóteses”. A estimativa do município tem em conta o levantamento feito junto dos produtores e também um relatório da Direção Regional de Agricultura, que atesta as condições meteorológicas extremas que se fizeram sentir, com consequências “muito duras” e ainda difíceis de apurar a nível económico. “Teremos uma campanha muito condicionada a todos
ADD - Venha à descoberta…
os níveis”, apontou o autarca, sublinhando que o município está a acompanhar a situação, quer para ajudar a agilizar o acesso aos seguros, quer no sentido de encontrar um “apoio extraordinário” para esta fileira. A questão das perdas será também apresentada à tutela numa visita que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, deverá fazer ao concelho durante a campanha, que deverá arrancar no início de Maio. Outra preocupação prende-se com os efeitos da Covid-19, motivo pelo qual este ano os produtores vão implementar um “Código de Boas Práticas para a Colheita”, que foi publicamente apresentado esta terça-feira e que apresenta recomendações direcionadas para o “trabalho seguro” e para minimizar riscos relacionados com a pandemia na fase da colheita. No manual encontram-se medidas que já eram seguidas e outras, como a exigência de uma quarentena obrigatória para quem chegue de fora para a apanha ou a recomendação de medições de temperatura diárias e a implementação de horários diferenciados de saída e entrada.
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Última Hora
Setor da hotelaria e restauração reclamam apoios adicionais
AHRESP diz que muitas empresas “não terão condições para reabrir” A
Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal das empresas e para conservar os postos de tra(AHRESP) alertou que sem medidas adicionais de apoio ao setor balho”, sustentou, salientando estarem em causa muitas empresas “não terão condições para reabrir” dados os “gran320 mil postos de trabalho canal Horeca. des constrangimentos” iniciais com que terão de laborar. Entre as medidas adicionais reclamadas, a se“Se não tivermos apoios, há muitas empresas que não vão ter cretária-geral Ana Jacinto destacou a necessidade condições para reabrir, porque não o vão fazer para ter prejuízo. Sade “estender o regime do ‘lay-off’, ou outra medibendo nós que vamos reabrir numa situação extraordinária e com da similar”, ao período posterior à reabertura dos grandes constrangimentos, se não formos apoiados será muito diestabelecimentos. Conforme explicou, “as emprefícil manter os postos de trabalho e as empresas abertas”, avisou a sas quando reabrirem não o poderão fazer com a secretária-geral da AHRESP num ‘webinar’ para debater Problemas máxima capacidade, não terão muitos clientes e não e Soluções para o canal Horeca [hotelaria, restauração e cafetarias] terão todas as suas equipas a trabalhar em simultâno contexto do surto de covid-19. neo, de forma a manter o distanciamento”. Desta forConforme salientou Ana Jacinto, “a AHRESP percebeu desde a ma, salientou, os estabelecimentos “não vão poder primeira hora que esta pandemia iria ter um impacto tremendo utilizar todos os seus colaboradores”, cujos postos de nos setores que representa”, tendo-se, entretanto, confirmado trabalho é, contudo, preciso continuar a assegurar. um “cenário verdadeiramente preocupante”, em que se impõem Outro dos “ajustamentos” reclamados pela AHRESP “medidas robustas para que empresas consigam sobreviver e teao atual regime de ‘lay-off’ é o aumento da compartinham condições para reabrir”. cipação da Segurança Social, “porque se as empresas “Obviamente que o Governo tem de criar linhas de apoio esestão encerradas e não faturam, é muito difícil no final pecíficas para este setor, na defesa dos postos de trabalho. Chado mês terem os 30% que agora lhes são exigidos dismemos-lhe ‘lay-of’ simplificado 2’ ou outra coisa, tem que haver poníveis para suportar a parte que lhes compete” nos um regime para assegurar a manutenção dos postos de trabalho salários dos trabalhadores. no período pós-reabertura, porque um estabelecimento que Adicionalmente, a associação defende o alargamento está parcialmente encerrado terá diferenças nas suas vendas do ‘lay-off’ aos sócios-gerentes, medida que considera e receitas”, afirmou, por sua vez, o primeiro vice-presidente da “mais do que justa” dado o “tecido empresarial muito associação. micro” dominante em Portugal, e reclama a criação de Segundo Carlos Moura, impõe-se também “uma linha de fi“apoios à tesouraria” das empresas, criticando que as tonanciamento aos equipamentos de proteção individual” que das medidas de financiamento até agora disponibilizadas os estabelecimentos terão que adquirir de forma a poderem passem por “criar mais endividamento”. laborar, assim como “um reforço nas medidas de liquidez, Outro problema que a AHRESP considera “muito preoporque as empresas não pagam só salários, têm uma série cupante” é o das rendas dos estabelecimentos encerrados, de compromissos que têm de ver satisfeitos”. defendendo que durante o período de emergência vigoras“Num setor que está encerrado desde o dia 22 de Marse uma isenção e não uma moratória no pagamento destas ço e que o vai continuar a estar parcialmente, há medidas prestações, “nem que para isso depois tivessem que prolonespecíficas que têm de ser tomadas para proteger a saúde gar o contrato e pagar as rendas mais tarde, como foi feito 34
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em Espanha”. “Nós não estamos a criar condições para as empresas sobreviverem, estamos a fazer alívios temporários que depois são pagos com custos avultados, numa reabertura que já vai ser muito condicionada e com muito poucas receitas. Continuamos a trabalhar no sentido de se criarem isenções e não moratórias e de se injetar dinheiro a fundo perdido nas empresas”, sustentou Ana Jacinto. Relativamente ao guia de boas práticas desenvolvido pela AHRESP para orientar a reabertura dos estabelecimentos, e que a associação espera que fique “fechado já esta semana”, a secretária-geral da associação garante que prevê medidas “muito fáceis de executar”, grande parte das quais “as empresas já cumprem e só terão de intensificar”. “Muitos empresários já estão a fazer compras de acrílicos e de termómetros, mas é preciso que tenham calma e não façam aquisições nem tomem decisões precipitadas. A matéria dos medidores de temperatura ainda nem está totalmente tratada, ainda tem de ser legislada e da nossa parte nem sequer consta do guia”, referiu Ana Jacinto.
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Empresas
Um gigante internacional do setor
Portuguesa Atlas faz parceria de seguros agrícolas com Sompo A Atlas, mediadora de seguros, passa a
cultura portuguesa. Pretendemos garantir que os agricultores estão protegidos e contrariar a tendência que se verifica, em Portugal, de não se subscrever riscos agrícolas em nome da fazer seguros no setor agrícola”, adianta Frederico Bernardino. Sompo International, especializada em seEm Portugal, menos de 10% da área cultivada está abrangida por apólices de seguro. Com muitos agricultores desprotegidos, esta é uma guros e resseguros. A gigante japonesa é realidade que a Atlas e a AgriSompo gostariam de contrariar. detentora de uma situação financeira sólida A experiência técnica e tecnológica e a equipa de especialistas da plataforma japonesa asseguram uma vasta rede de recursos a nível e integra um grupo financeiro com ativos suglobal, o que permite responder às necessidades específicas dos neperiores a 100 mil milhões de dólares. gócios agrícolas a nível internacional. A AgriSompo subscreve riscos nos principais mercados agrícolas mundiais, entre os quais os Estados Unidos, a China, o Japão, a Índia parceria entre a Atlas e a Sompo é estabelee ainda na América do Sul, o que representa um portefólio com um cida através da plataforma de seguros agrívolume de prémios superior a mil milhões de dólares (30 vezes sucolas, AgriSompo, e garante uma oferta de apólices perior ao mercado segurador agrícola português). Este é um fator de seguros agrícolas tradicionais e soluções de risco decisivo na hora de garantir condições competitivas e credibilidade adaptadas às necessidades da agricultura e dos agrino setor dos seguros. cultores portugueses. A Atlas e a AgriSompo pretenA Atlas - Mediação de Seguros Lda. resulta de um spin-off do dedem fazer chegar ao mercado nacional novos produpartamento agrícola da Secose – Corretores de Seguros, criado em tos, tais como seguros pecuários e florestais para risco 2013, ano em que negociou uma inovadora apólice de colheitas de incêndio. para a cultura de tomate com a cobertura de ‘chuvas persisten“Esta é uma parceria inédita, com soluções inotes’, que se tornou um standard do mercado e que abrange hoje vadoras e alternativas ou complementares à oferta a quase totalidade dos produtores de tomate para indústria. Desdisponível em Portugal. A Atlas passa, deste modo, a de 2013, desenvolveu uma intensa actividade noutras culturas subscrever seguros agrícolas, com a chancela da Somnomeadamente na fruticultura, e na produção de cereais ou de po, tornando-se assim na primeira MGA agrícola da Pefrutos vermelhos. nínsula Ibérica e uma das primeiras na Europa”, destaca Por sua vez a Sompo International Holdings Ltd. (Sompo InFrederico Bernardino, CEO da Atlas. ternational) é um fornecedor global especializado em seguros Em consequência desta parceria, a carteira de cliene resseguros de bens e acidentes com sede nas Bermudas. As tes da Atlas conta já com a apólice da Comissão de Vitiempresas da Sompo International são subsidiárias detidas intecultura da Região dos Vinhos Verdes, a maior apólice de gralmente pela Sompo Holdings, Inc., cujo core business engloseguro agrícola em Portugal que cobre 61 mil parcelas de ba um dos maiores grupos de seguros de bens e acidentes do terreno, mais de 16 mil hectares pertencentes a 15 mil mercado interno japonês. produtores na região. “Disponibilizamos soluções de risco à medida de cada agricultor e em sintonia com as necessidades reais da agri-
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De forma a responder às dificuldades de escoamento
Mercearia online quer ligar produtores a consumidores
A mercearia online Bairro pretende ligar produtores, comerciantes e consumidores de frutas e hortícolas de todo o país, de forma a responder às dificuldades de escoamento e de aquisição de produtos criadas pela pandemia da covid-19. m comunicado, a empresa responsável pela criação da mercearia explica que “o Bairro abre um canal direto entre os pequenos produtores, cooperativas e mercearias locais”, dando-lhes a oportunidade de exporem os seus produtos agrícolas e oferece ao consumidor final “uma oferta alargada de produtos frescos nacionais para ir colocando no carrinho de compras”. Segundo a empresa AgriMarketplace, “a plataforma disponibilizará frutas, legumes, verduras, frutos secos e grãos, e produtos biológicos” e vai funcionar em todo o país “por geolocalização, sendo as entregas feitas pelos produtores e comerciantes” na casa do consumidor, com o pagamento a ser feito no ato da entrega. Tiago Pessoa, co-fundador da empresa, refere que a plataforma surgiu “da necessidade identificada de ajudar os produtores” e aproveita “as mais valias do mercado digital onde o comércio de produtos agrícolas é fácil, rápido e transparente”. “Esta é uma aposta na produção nacional de produtos agrícolas, na reconhecida qualidade e procura. Queremos, com o Bairro, permitir a todos os consumidores o acesso direto a essa qualidade, neste momento em que estamos em casa. É importante, darmos segurança, conforto e, acima de tudo, qualidade a todos, garantindo esta plataforma de proximidade”, afirma Tiago Pessoa.
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Curtas Município de Oleiros cancelou Feira do Pinhal A Câmara de Oleiros decidiu cancelar a realização da edição número 20 da Feira do Pinhal. A decisão surgiu da avaliação das condições excecionais e de incerteza dos próximos meses, devido à Pandemia da COVID 19, bem como do cumprimento das orientações que chegam por parte das entidades competentes. A organização do evento deixa uma palavra de reconhecimento a todas as pessoas que anualmente nele têm participado (expositores, artistas, produtores, empresários, agentes, colaboradores e visitantes), bem como a todos aqueles que têm manifestado interesse em participar, aproveitando para agradecer a confiança que sempre depositaram no certame.
Câmara de Barcelos assinala Festa das Cruzes A Câmara de Barcelos vai assinalar a Festa das Cruzes de 2020, através de mensagens e vídeos dos momentos mais marcantes da primeira grande romaria do Minho que, devido à situação epidemiológica provocada pelo Covid-19, este ano não se realiza. A autarquia minhota suspendeu todas as atividades culturais, desportivas e recreativas, como medida de redução do contágio, prevenção e combate à pandemia, em conformidade com o decretado pelo Estado de Emergência. Apesar destes constrangimentos, a autarquia vai assinalar a Festa das Cruzes, destacando as tradições culturais e religiosas associadas ao mais importante evento anual da cidade e do concelho de Barcelos.
Penamacor recebe Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas 2020 O Município de Penamacor e o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) estão a promover o programa Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas 2020. Este programa visa promover práticas de voluntariado juvenil no âmbito da preservação da natureza, florestas e respetivos ecossistemas, através da sensibilização das populações em geral, bem como da prevenção contra os incêndios florestais e outras catástrofes com impacto ambiental, da monitorização e recuperação de territórios afetados, da inventariação de espécies vegetais e animais, vigilância fixa e móvel, entre outras. Esta iniciativa destina-se a jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos de idade e as inscrições estão abertas até ao dia 30 de Junho, podendo ser realizadas através do telemóvel 969 025 983 ou do email renato.silva@ cm-penamacor.pt. A execução do programa termina a 30 de Novembro. Para mais informações, consultar o link: https:// ipdj.gov.pt/voluntariado-jovem-para-a-natureza-e-florestas 38
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Continente comprou mais de 71 milhões de euros à produção nacional Para ajudar a produção nacional no escoamento de produtos nesta fase de emergência, o Continente integrou, em apenas duas semanas, 40 novos membros no Clube de Produtores Continente (CPC) e comprou mais cinco milhões de euros em bens agroalimentares no 1º trimestre de 2020 que no ano anterior. Só entre Janeiro e Março, o Continente já comprou mais de 71,3 milhões de euros em produtos nacionais sendo que, no segmento frutas e legumes, um dos que mais procura registou durante a pandemia, as compras nacionais representaram um crescimento superior a 4 milhões de euros em relação a 2019, superando os 28 milhões de euros.
FAO estima que 17 milhões precisem de ajuda alimentar na África Ocidental A organização da ONU para a Alimentação e Agricultura disse que a pandemia de Covid-19 atingiu a África Ocidental na pior altura, adiantando que 17 milhões de pessoas poderão vir a necessitar de ajuda alimentar de emergência. “Desde Abril, mais de 11 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar na África Ocidental, principalmente devido a conflitos, mas o seu número poderá aumentar para 17 milhões durante a época de escassez de alimentos (Junho/Agosto) se não for dada uma resposta rápida”, considerou Coumba Sow, coordenadora para a África Ocidental da equipa de resiliência da organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO). A responsável manifestou-se “particularmente preocupada” com a crise humanitária no Sahel Central, uma região que inclui o Burkina Faso, o Mali e o Níger.
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