Gazeta Rural nº 367 – 16 anos

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Produção vinícola em Portugal deverá cair 3% em relação a 2019

Festim do tomate para atacar a crise nos restaurantes da região do Douro

Semana Gastronómica Medieval arranca em Santa Maria da Feira

Primeira Licenciatura em Enologia do sistema Politécnico abre em Bragança Vinhos do Algarve registaram “nos últimos anos uma evolução bastante positiva”

Tondela organiza mais de 70 ações culturais em todo o concelho

Viseu inaugurou a primeira incubadora de base rural em São Pedro de France

Ficha técnica Ano XV | N.º 367 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba | Júlio Sá Rego Departamento Comercial: André Pereira Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

“O comportamento cívico em Viseu tem sido exemplar”, diz Almeida Henriques Estudo revela que a camarinha poderá ter propriedades anticancerígenas

GAL da região Dão Lafões tem 2,5 milhões euros para apoio à criação de emprego “Conhecimento que o InnovPlantProtect cria é mais importante que o impacto económico”, diz o presidente da Câmara de Elvas

“Motivou-nos para a criação de um mestrado inovador”, diz diretor da ESTM do Politécnico de Leiria Via ciclável do Mondego aposta na valorização turística do interior

CARM Grande Escolha é o melhor Azeite Virgem de Trás-os-Montes e Alto Douro

Estância termal da Fonte Santa de Almeida abre a 3 de Agosto

Diário de Bordos, Luís Serpa e os encantos de Mértola



Mensagem Mensagem

Ex.mo Sr. Diretor, É com enorme satisfação que endereço os parabéns à revista Gazeta Rural, pela passagem de mais um aniversário, e desejo que por muitos e bons anos possa continuar a divulgar e a promover o mundo rural da forma exemplar como o tem vindo a fazer desde o seu nascimento. Num mundo em que a comunicação social desempenha um papel relevante, a Gazeta Rural tem-se assumido como um fator de desenvolvimento muito importante para os territórios e atividades predominantemente rurais. A Gazeta Rural está de parabéns não só pela passagem de mais um aniversário, mas também porque apresenta uma qualidade comunicacional e jornalística muito acima da média. Informa sobre o meio rural, promove os seus produtos e divulga todo o género de atividades que nele se vão realizando, constituindo-se como um parceiro determinante dos agentes políticos, económicos, sociais e culturais. E faz tudo isso de uma forma ao mesmo tempo sóbria, mas graficamente apelativa; acessível, mas com profundidade e rigor. Quando as pessoas não podem ir aos lugares e aos acontecimentos, a Gazeta Rural leva esses lugares e esses acontecimentos às pessoas! E essa é uma colaboração preciosa com todos aqueles que procuram afincadamente lutar contra os problemas da interioridade, como a desertificação e o isolamento, promovendo e divulgando as suas terras, os seus produtos e as suas gentes, como é o caso dos órgãos do poder local. Acresce que a Gazeta Rural tem sabido desempenhar essa função de forma isenta e abrangente, sem se reger por interesses político-partidários, cumprindo estritamente os critérios deontológicos que devem nortear qualquer órgão de comunicação. Por todas estas razões, reitero os parabéns em nome da autarquia de Aguiar da Beira e faço votos para que esta colaboração se possa manter e reforçar ao longo dos anos. O Presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira Joaquim Bonifácio

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Editorial

E o tempo anda tão depressa! À

s vezes dizemos, e ouvimos dizer, que o tempo passa depressa, tão depressa que nem demos por isso. Há também momentos, como agora, em que o tempo demora a passar. Neste caso passou depressa e já lá vai mais de década e meia. Exatamente 16 anos. A Gazeta Rural nasceu a 1 de Agosto de 2004 e está, por isso, quase a atingir a maioridade, ou não, se atendermos ao pandemónio em que a pandemia tornou a nossa vida e o mundo em que vivemos. De repente tudo é diferente. Contudo, o meio rural continua o mesmo. Por lá o tempo anda devagar, ao ritmo da natureza, às vezes tão maltratada. A agricultura resistiu aos tempos e às pandemias, continuando a dar-nos o seu melhor, desde que haja quem nela insista e não desista. Neste périplo, que foram os meus 16 anos a olhar o mundo rural, o tempo andou tão depressa que deu até para encontrar um tal Covid, que nos inferniza a vida. É este o tempo com que contamos, mas que, tal como o virus, não vemos. Sim, foi em 2004 que começou esta aventura de mostrar o melhor que o mundo rural tem para nos dar. Haja saúde para continuar.

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SEJA RESPONSÁVEL. BEBA COM MODERAÇÃO.

José Luís Araújo


Última Hora Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho

Produção vinícola em Portugal deverá cair 3% em relação a 2019 A produção de vinho em 2020 deverá cair 3% face à campanha anterior e 2% em relação à média das últimas cinco campanhas. As previsões são Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), adiantando que a produção de vinho este ano rondará os 6,3 milhões de hectolitros, que corresponde a uma quebra de 2% face à média das cinco últimas campanhas.

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s regiões do Douro, Terras do Dão, Trás-os-Montes e Terras de Cister poderão ser as mais afetadas, com previsões de quebra de produção entre os 20 e os 35%. Por sua vez as regiões do Minho (+9%), do Alentejo (+5%) e de Lisboa (+5%) serão as que apresentam maiores subidas em volume relativamente à última campanha, com aumentos previsíveis superiores a 45 mil hectolitros. Apesar da instabilidade meteorológica observada ao longo do ciclo vegetativo da cultura, e de se terem registado focos de míldio, no geral as uvas apresentam um bom estado fitossanitário. As condições climatéricas que se verificarem até à vindima, nomeadamente a ocorrência de ondas de calor, serão determinantes na quantidade e qualidade da colheita.

Politécnico de Viseu: O Futuro é Agora! No Politécnico de Viseu (PV), a articulação entre ensino, investigação e ligação à região permite uma formação sólida, baseada no conhecimento, na prática, no diálogo e na descoberta, permitindo um papel transformador na sociedade. A partir de uma comunidade académica integradora, o PV procura ser relevante para as regiões onde atua, através de uma forte ligação à sociedade, que se traduz em projetos de investigação e desenvolvimento, e contribui inequivocamente para a inovação regional e coesão territorial, em torno de temáticas como a valorização de subprodutos, transição alimentar, valorização do território, da sua cultura e da sua história, deste modo fixando pessoas e promovendo o empreendedorismo e a criação de atividades e emprego. Contribuir para a co-construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, mais inclusiva e menos desigual, reunindo todos os esforços para que ninguém fique para trás, é a visão do futuro no PV.


Parque Industrial CoimbrĂľes, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt www.soveco.pt

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Tomate Coração de Boi do Douro volta a ser estrela

Festim do tomate para atacar a crise nos restaurantes da região do Douro Não há concurso, mas o festim está de regresso com os melhores tomates Coração de Boi das tradicionais hortas do Douro, que voltam à prova nos restaurantes da região. Durante todo o mês de Agosto, os visitantes podem degustar esta iguaria carnuda, suculenta e de sabor único, na própria região onde é produzido.

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mais diabólico vírus das nossas vidas obrigou-nos a cancelar a quinta edição do Concurso do Tomate Coração de Boi do Douro, mas tal não significa que tenhamos de prescindir daquele que - a nosso ver – é o melhor tomate criado em Portugal. Até porque, nesta como noutras áreas da alimentação, os agricultores não deixaram de trabalhar para nos alimentar”, refere a organização. Acontece que o Tomate Coração de Boi do Douro é uma festa e a prova de que o Douro é um terroir abençoado para a produção de inúmeros frutos, além da uva. E é esta a razão pela qual, em tempos de pandemia, 14 restaurantes da região vão colocar nas suas ementas o tomate criado por inúmeros agricultores da região, durante todo o mês de Agosto, que devido à paixão por tomate recuperaram as velhas hortas do Douro. Assim, em saladas ou em pratos especiais concebidos durante todo o mês, qualquer duriense ou visitante pode degustar esta iguaria carnuda, suculenta e de sabor único. “Hoje podemos comer Tomate Coração de Boi no Porto ou em Lisboa, mas, temos de admitir, não é a mesma coisa. No Douro o tomate sabe muito melhor”. Além disso “Agosto já é o mês do Tomate no Douro. Esta época, que antecede o período forte da região, que são as vindimas, está a transformar-se numa verdadeira festa do tomate. A adesão a esta iniciativa, por parte dos restaurantes e do consumidor, tem sido tão extraordinária que estamos a conseguir concretizar o nosso objetivo de aumentar a atratividade do Douro, valorizando outros produtos de excelência para além do vinho, mais rapidamente do que alguma vez imaginaríamos”, sublinha Celeste Pereira, diretora da Greengrape, entidade organizadora do Concurso do Tomate Coração de Boi do Douro. A iniciativa conta com a curadoria do jornalista Edgardo Pacheco. Assim, quem visitar aos restaurantes aderentes está a contribuir para a revitalização da economia regional em duas áreas fundamentais: agricultura e turismo. É este também um modo de promover o território, a sua diversidade de produto e originalidade. Mais informações em https://www.facebook.com/TomateDouro.


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Até 9 de Agosto nos restaurantes de todo o concelho

Semana Gastronómica Medieval arranca em Santa Maria da Feira Santa Maria da Feira vai, este ano, sentir e viver a Viagem Medieval de forma simbólica. Os sons e sabores medievais vão, no entanto, ser ouvidos e degustados nos restaurantes de todo o concelho, com maior incidência nos que se encontram no centro histórico da cidade, através da Semana Gastronómica Medieval que irá decorrer entre 30 de Julho e 9 de Agosto.

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dealizada pela AHRESHISTÓRICA (Associação que reúne os empresários de restauração e bebidas do Centro Histórico de Santa Maria da Feira), a Semana Gastronómica Medieval acontece nos dias em que iria decorrer a XXIV Viagem Medieval em Terra de Santa Maria e irá proporcionar sabores e experiências medievais aos munícipes e visitantes. A Câmara de Santa Maria da Feira associa-se a esta iniciativa, permitindo que a Semana Gastronómica Medieval se possa estender a todos os restaurantes do concelho e preparando um programa de animação de rua com a temática medieval. A zona histórica de Santa Maria da Feira ganhará nova vida com breves momentos de animação, decoração e sons medievais, relembrando aos munícipes e visitantes a maior recriação histórica da península Ibérica, em condições de segurança e cumprindo com as recomenda-

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ções da Direção-Geral da Saúde. Pedro e Inês, no Castelo da Feira, Oxalá, Marionetas Circulantes e o Nabo Gigante, na Praça Gaspar Moreira, Saltimbancos e Inês de Castro, na Praça da República, Marionetas e Circo Galaico, nas Margens do Rio Cáster, e o espetáculo itinerante Burgo da Vila da Feira, preenchem o programa de animação nesta Semana Gastronómica Medieval. Além da decoração que nos fará viajar no tempo, os restaurantes recriarão as suas ementas, apresentando diversas iguarias medievais e, simultaneamente, proporcionando diferentes experiências aos visitantes das principais praças e ruas do centro histórico de Santa Maria da Feira.


Com uma forte componente prática e de inovação

Primeira Licenciatura em Enologia do sistema Politécnico abre em Bragança O Instituto Politécnico de Bragança vai abrir a primeira licenciatura em Enologia do sistema Politécnico já no próximo ano letivo com vinte alunos. A nova licenciatura em Enologia é uma formação diferenciadora com uma forte componente prática e de inovação aliada à investigação aplicada. A licenciatura em Enologia abre a possibilidade aos detentores do Diploma de Técnico Superior Profissional, e em particular os de Viticultura e Enologia, de prosseguirem os estudos ao nível de licenciatura e aos profissionais já no mercado de trabalho a possibilidade de fazerem uma formação avançada e de atualizarem conhecimentos. A licenciatura vem assim dar resposta ao aumento da procura de quadros na área da viticultura e enologia, promovendo a fixação de jovens qualificados nas regiões vitivinícolas, potenciando a criação de projetos inovadores. A formação prevista para esta nova licenciatura vai ao encontro daquilo que são as necessidades de um sector em constante mudança, sujeito a uma competitividade cada vez maior à escala global. Os alunos vão ter ao dispor condições laboratoriais e vinhas experimentais para desenvolver a sua formação prática, além da possibilidade de realizar atividades nas explorações vitivinícolas através das parcerias existentes.

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Presidente da CVA, Sara Silva, à Gazeta Rural

Vinhos do Algarve registaram “nos últimos anos uma evolução bastante positiva” A região vitivinícola do Algarve é a mais pequena do país, o que não significa menor potencial e qualidade. Com 45 produtores e uma produção média anual de 1.400.000 litros, a região algarvia tem vindo a ganhar adeptos, não só no interesse da instalação de vinhas na região, mas, e principalmente, o despertar da curiosidade dos consumidores, registando “nos últimos anos uma evolução bastante positiva”, como revelou à Gazeta Rural a presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA). Sara Silva diz que os Vinhos do Algarve “evoluíram bastante e estão cada vez melhores”. pre na focalização na qualidade, uma vez que não será Gazeta Rural (GR): Como estão hoje os vinhos do Algarve? possível competir em escala, não sendo algo que temos Sara Silva (SS): Os Vinhos do Algarve evoluíram bastante e estão cada vez como objetivo, mas sim o crescimento sustentável da melhores. Efetivamente, a Região Vitivinícola do Algarve registou nos últiregião. A aposta no mercado nacional, e mais especifimos anos uma evolução bastante positiva ao nível do aumento do número camente, regional é deveras importante. de produtores, área de vinha, produção e qualidade dos vinhos. As novas No que concerne a estratégia de promoção, passa, vinhas, plantadas segundo técnicas de viticultura mais recentes, com clonão só, pela nova identidade e comunicação dos Vinhos nes de castas adaptados aos nutrientes existentes nos diversos tipos de do Algarve, com vista à projeção e reconhecimento da solos, associado a práticas enológicas inovadoras e ao investimento em qualidade dos vinhos, mas também por ações dirigidas ao modernas adegas, leva a que o perfil dos novos vinhos algarvios atinja canal Horeca. Ainda que a Região do Algarve seja a que patamares de qualidade bastante elevados. apresenta maior crescimento neste canal de distribuição, Fruto do esforço conjunto de todos os agentes do setor, constata-se existe um mercado regional bastante alargado com um que o volume vínico introduzido no mercado, tem aumentado consisenorme potencial a ser explorado pelos Vinhos do Algarve. tentemente ao longo dos últimos anos (cerca de 80% do volume declaOs Vinhos do Algarve são já reconhecidos como tendo rado anualmente é comercializado como “Vinho Regional Algarve). Por grande qualidade. A sua procura já é significativa quer ao sua vez, a comercialização tem apresentado uma evolução bastante nível da crescente procura por parte dos consumidores, na positiva e consistente, situando-se na última campanha 2018/2019 restauração e nas superfícies comerciais. Sendo, por isso, reem mais de 1.300.000 garrafas. As exportações de “Vinhos do Algarlevante continuar a reforçar esta aposta. ve” representaram cerca de 10% do volume total comercializado. As A restauração e hotelaria do Algarve são parceiros inconexpedições para o mercado Europeu continuam a dominar (48%), tornáveis dos vinhos da região, que podem oferecer mais auainda que se destaque os volumes exportados para os EUA. tenticidade com uma experiência gastronómica enriquecedora No que se refere aos hectares, verifica-se a existência de vários e única, aliando os excelentes vinhos da região não só à exceprojetos de novas plantações, seja de produtores já inscritos na CVA lente gastronomia algarvia e nacional, bem como a pratos mais ou de potenciais novos produtores. internacionais. GR: Em que patamar coloca o Algarve em ‘confronto’ com as GR: Tem havido investimentos de novos viticultores na reoutras regiões nacionais? gião. É sinal de que o Algarve é uma região com potencial vitíSS: Os Vinhos do Algarve têm a sua própria história e perfil, cola ainda por descobrir? que os diferenciam de outras regiões. Somos a região vitivinícola SS: Efetivamente a região tem crescido nos últimos anos, a mais pequena do país e sabemos que o nosso caminho será sem12

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tos e os licorosos brancos, rosados e tintos. A diversidade de vinhos tem vindo uma média de 4 a 5 novos produtores por ano. a aumentar na região e atualmente temos produtores a colocar no mercado viNo último ano (2019), registou-se uma evolução nhos espumantes e colheitas tardias. importante no número de produtores, com um Na produção destes tipos de vinhos surgem-nos castas de reconhecimento aumento de 15%, situando-se atualmente nos 45 nacional e internacional, em vinhedos com clones muito bem-adaptados ao produtores. Este ano, e tendo em consideração o terroir algarvio. Falamos de castas brancas como Chardonnay, Moscatel, Sauatual panorama de pandemia, registamos quase 60 vignon Blanc, Arinto ou Viognier, bem como as tintas Castelão, Negra Mole, hectares de novos pedidos de plantação, parte dos Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Syrah, entre tantas ouquais são de produtores já implantados na região e tras, fundamentais para o devido destaque e reconhecimento da excelência que procuram crescer e aumentar a sua produção. dos vinhos algarvios, perante a opinião pública e a crítica especializada. Trata-se de uma região bastante atrativa e com Refira-se ainda as quatro Denominações de Origem (D.O.), de qualidade um excelente potencial para a produção de vinhos. O indiscutível, nomeadamente das D.O. Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira, que nome “Algarve”, ainda que não seja associado de imerefletem a maior a tipicidade dos vinhos algarvios diato aos vinhos, ajuda na promoção e comercialização dos produtos. Considerando a região do Algarve e GR: O consumidor hoje está aberto a novas experiências. O que marca sua relação intrínseca ao turismo, não podemos deixar a diferença nos vinhos do Algarve? de referir as mais valias do enoturismo. Existe um claro SS: Constata-se, hoje, uma tendência de regresso às origens, buscando investimento da parte dos produtores nesta matéria, e o mais tradicional do Algarve tendo-se assistido a uma aposta forte nas que, claramente surge como um potenciador de vendas, castas Negra-Mole e Crato-Branco (Síria), de Vinhas Velhas, em linha com e revela-se uma ferramenta sólida na criação de expeas novas tendências do consumidor que procura algo diferenciador e geriências memoráveis junto do consumidor, que se procunuíno. Por outro lado, dado às origens diversas dos nossos produtores, ra fidelizar no atual mercado tão competitivo como é do temos uma forte presença de vinhos de perfil mais internacional, com vinho. castas como Syrah, Viognier, Sauvignon Blanc, entre outras. Ao nível das experiências existe todo o potencial de crescimento da GR: O que mais destaca, ou as principais característiregião ao nível do enoturismo. Refira-se que em boa parte das quintas cas, nos vinhos que se produzem na região, nos brancos abertas ao público, é o próprio produtor que realiza a visita, contrie nos tintos? buindo assim para uma partilha de conhecimento e experiência única SS: Os Vinhos do Algarve destacam-se pela sua diversipara o visitante. Existe um mar de diversidade nos Vinhos do Algarve, dade. A Região apresenta um terroir único, que se destaca que convidamos a conhecer! pela diversidade de solos. A elevada incidência de exposição solar, perto das 3000 horas de sol anuais, e a influência do ar marítimo do atlântico algarvio, conferem à vinha uma amplitude térmica relativamente baixa e moderada. Refira-se ainda o factor humano, em que cada produtor procura colocar no seu vinho a sua marca distintiva. Grande parte dos vinhos hoje produzidos na região ostentam a certificação de Vinho Regional Algarve, brancos, rosados e tinwww.gazetarural.com

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Com cerca de 150 pessoas envolvidas e 71 ações multidisciplinares

“Que bicho é que nos mordeu”

é o programa de Verão do Município de Tondela “Que bicho é que nos mordeu” é o programa de Verão que o município de Tondela leva a cabo para animar as diversas freguesias do concelho. Serão 71 ações multidisciplinares, que envolvem cerca de 150 pessoas e “cada uma delas aceitou o desafio para circularem no concelho”, como referiu o vereador da cultura da autarquia.

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é nuclear, porque queremos que corra bem dentro das programa cultural envolve três instituições do concelho, “que são limitações a que estamos obrigados. Se for preciso, repeo pilar deste programa”. Teve início no último fim de semana de timos o espetáculo”, admitiu. Julho e vai decorrer até 27 de Setembro, num investimento de cerca de A Casa do Povo de Tondela apresentou duas propostas 90 mil euros. O objetivo é acima de tudo quebrar algum isolamento, com o grupo coral e um espetáculo de música e poesia até mais afetivo, é dar oportunidade àquelas que continuam a investir que funciona em espaços menos convencionais, tal como na sua formação, nas escolas de música e canto, nas artes e no teatro, a Sociedade Filarmónica Tondelense, que também tem a terem um momento de partilha para com os outros. Este é o granduas ações distintas”, anunciou Miguel Torres. de propósito”, esclareceu o presidente da Câmara de Tondela. José Uma delas é a “Banda Filarmónica por inteiro em quatro António Jesus insistiu que “o objetivo não é substituir festas, não é espetáculos e depois têm outras sete apresentações num fazer animações de rua ou evocar festividades populares, porque indesafio lançado pela autarquia, de distribuir a sua banda em felizmente o tempo que se vive não permitirá isso”. Na apresentação pequenos naipes para pequenas animações em diferentes da programação, o autarca frisou que ao longo de dois meses foram espaços informais”. “ensaiadas várias variáveis e esta foi a possível. A ACERT tem quatro ações diferentes com o espetáculo TerHá uma grande fatia da atividade cultural popular que não conra, que o Trigo Limpo Teatro Acert estreou a 12 de Junho, o 20 seguimos aqui integrar, como os ranchos, as tocatas, por razões Dizer, que é de música e poesia, o Filmos, que é um filme do que todos compreenderão. Um rancho para atuar teria de ter um Charlie Chaplin musicado ao vivo e outra pequena ação à volta momento de proximidade e isso não quisemos, nem poderíamos”, de uma cadeira gigante e serão 36 espetáculos de cerca de 10 justificou. minutos”, contou. José António Jesus avisou que perante o cumprimento das norJosé António Jesus acrescentou ainda que este programa “é mas estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), como o um modelo que procura levar algum espaço que fuja de um condistanciamento social, “há obrigatoriedade de as pessoas fazefinamento, até emocional, com que muitas pessoas estão a viver” rem uma pré-marcação dos espetáculos, apesar de serem gratuie deixou o aviso que “se não houver condições de segurança de tos”. “Claro que vai haver pessoas que vão questionar o porquê saúde para se realizar o espetáculo ele não acontecerá”. de não poderem estar, mas não vamos quebrar o princípio que 14

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Com a presença da ministra da Agricultura

Viseu inaugurou a primeira incubadora de base rural em São Pedro de France A Câmara de Viseu inaugurou a primeira incubadora de base rural, instalada na antiga escola primário de São Pedro de France, um projeto elogiado pela ministra da Agricultura, presente na cerimónia, que acolheu pedidos dos autarcas, como internet no meio rural.

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falava-se no 5G, mas, de facto, o 3G ou 4G já seria s incubadores de base rural pretendem criar, capacitar e fixar emimportante nestes espaços”. preendedores e ideias de negócio em espaço rural, aproveitando Por sua vez António Almeida Henriques aproveitou não só a vertente agrícola e florestal da região, mas também outras áreas a deixa e pediu à ministra para “dizer ao colega das que se queiram aqui instalar, nomeadamente áreas tecnológicas e de difeInfraestruturas que as autarquias de Viseu e Sátão esrentes áreas da economia”, explicou o vereador para as Freguesias e Desentão à espera de audiência para fechar o trabalho que volvimento Rural, Equipamento Rural e Urbano. tem vindo a ser feito em torno da EN229 e que vai, preJoão Paulo Gouveia adiantou ainda que, dentro das incubadoras, “há cisamente, beneficiar esta freguesia” de São Pedro de um programa intensivo, de formação, mas também de mentores, que é France. muita vez aquilo que falta aos empreendedores de base rural e a outros: Maria do Céu Antunes Albuquerque deixou elogios ao mentores e acompanhamento e aconselhamento que aqui vai ser feito”. A espaço, já que “esta incubação em meio rural alia não incubadora de base rural faz parte do programa autárquico “Viseu Rural”, só a ruralidade a outras competências mais tecnológicas que tem outros projetos em andamento, como os ecopontos de resíduos para desenvolver o país como um todo”. “O Governo tem florestais. quatro objetivos para esta legislatura: esbater as desigualO presidente da Câmara de Viseu assumiu que São Pedro de France é dades; inverter o nosso crescimento demográfico e promouma das “freguesias mais distantes da sede do município e das maiores, ver uma renovação geracional nos nossos territórios, em com mais de 20 quilómetros quadrados e 28 povoações e localidades, concreto nos mais rurais; combater as alterações climátio que dificulta o trabalho de melhoramento, uma vez que é das mais cas; e apostar na inovação e desenvolvimento tecnológico dispersas e com mais necessidades”. “Desde que cheguei à autarquia e digitalização, e este projeto pode e tem de contribuir para já foram investidos nesta freguesia, só em água e saneamento, 800 mil estes quatro desígnios”, considerou. euros e, nesta antiga escola primária, construída em 1968, foram 70 Quanto aos pedidos dos autarcas, a ministra da Agricultura mil euros, para a adaptar a esta nova incubadora”, adiantou Almeida prometeu levá-los aos gabinetes ministeriais das suas comHenriques. petências até porque defendeu que “hoje, a distância não se Os discursos destacaram a “importância do mundo rural” e a “nemede pelos quilómetros de que distam as localidades, mas cessidade de se investir nestes meios para capacitar e atrair famípelas ligações fáceis, mas que têm de ser melhoradas” e, para lias a fixarem-se nos meios rurais”, não faltaram pedidos à ministra. isso, citou António Costa e Silva que “disse que seria bom ter “Não compreendemos como é que em todos os programas comu5G em todo o interior do país para garantir as acessibilidades”. nitários não existe enquadramento para podermos colocar infraes“Para o crescimento da agricultura são precisos, cada vez mais, trutura fora da exploração agrícola e como é que não existe um processos tecnológicos para produção primária e transformação programa para eletrificação e caminhos em espaço rural”, pediu e, para isso, é preciso tornar acessível essa tecnologia e inovaJoão Paulo Gouveia. Num espaço onde os dados móveis de interção a todos e estas incubadoras de base rural têm de fazer isso”, net chegam num ou noutro ponto, “porque na realidade não se desafiou. apanha rede” na zona, o vereador acrescentou que “há pouco 16

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Diz o presidente da Câmara, António Almeida Henriques

“O comportamento cívico em Viseu tem sido exemplar” O período que atravessamos tem, de uma forma geral, sido bastante difícil, não só para o cidadão comum, mas também para as instituições, nomeadamente as autarquias. A Câmara de Viseu já gastou, com a pandemia, mais de dois milhões de euros em despesa direta. O presidente da Câmara de Viseu, em conversa com a Gazeta Rural, diz que “o comportamento cívico em Viseu tem sido exemplar”, destacou a importância da iniciativa de Verão “Cubo Mágico” para “dinamizar a economia local”, mas também a inauguração da primeira incubadora de Base Rural, “numa lógica de promoção dos territórios rurais”.

GR: Na abertura do evento apelou à consciência individual. Como tem Gazeta Rural (GR): Passamos por um período difívisto os primeiros dias? cil. O que pesaram estes meses para Viseu? AAH: De uma maneira geral, o comportamento cívico em Viseu tem sido António Almeida Henriques (AAH): Este momento exemplar e espero que continue a ser. Tirando uma ou outra exceção, os núestá a ser difícil para todos e Viseu, até agora, tem cerca meros refletem isso mesmo. O trabalho da Comissão Municipal de Proteção de 120 pessoas infetadas e nenhum óbito. Civil, em interligação com a Autoridade de Saúde, tenho elogiado, tal como Do ponto de vista da saúde publica, estamos a passar o Hospital de Viseu. por uma fase complicada, que trouxe atrás de si problemas É necessário termos sempre presente que quando nos protegemos a nós sociais que o ‘Viseu Ajuda’ tem procurado minorar, mas também estamos a proteger os outros. Não podemos ficar fechados em também problemas económicos. Sabemos como está o cocasa e temos que continuar a nossa vida. Uma cidade como Viseu, que tem mercio de proximidade, a restauração e, de um modo geral, potencial de crescimento, não pode parar. todos os setores de atividade, que estão a ser afetados. Temos que continuar a desenvolver o nosso projeto para logo que ulIsto implica, por um lado, não deixarmos de continuar a trapassemos esta pandemia, quem tiver continuado é quem mais rapidadesenvolver o projeto que temos para Viseu, no sentido de mente irá acelerar. Estamos num momento que não está a ser fácil para estarmos mais preparados quando chegarmos ao final, porninguém, nem para a autarquia. Só de despesas direta com a Covid já que acredito que sairemos desta pandemia, mas, ao mesmo ultrapassamos os dois milhões de euros, que não estavam previstos. Fetempo, não deixando de atuar ao nível das crises sanitária, lizmente a boa saúde financeira da Câmara permite-nos manter o plano social e económica. É nesta base que temos vindo a atuar, de investimentos previstos e mantivemos todo o tipo de apoios, desde a com algumas medidas diretas de apoio, estimulando outras cultura, à educação e ao desporto. Ao mesmo tempo que olhamos para com parceiros, desenvolvendo projetos como o Cubo Mágico, o presente preparamos o futuro. que visa ajudar a economia local, os comerciantes, a restauração e a hotelaria, mas procurando não ter um Verão desregulado, porque não podemos impedir as pessoas de virem à cidade. Regular o acesso dos residentes e visitantes à nossa cidade di“A valorização da terra e o que ela produz, namiza a economia. É isso que pretendemos com esta iniciativa que vai decorrer até 21 de Setembro em locais dispersos, evimais do que nunca, faz todo o sentido” tando a concentração de pessoas e respeitando as normas de higiene e segurança. www.gazetarural.com

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GR: Olhando para o futuro. Foi inaugurada a primeira incubadora de base rural em S. Pedro de France. O que isso representa para o meio rural do concelho? AAH: Representa muito, especialmente no momento que vivemos. Acho que a valorização da terra e o que ela produz, mais do que nunca, faz todo o sentido. Este período da pandemia veio, por um lado, valorizar territórios como o nosso, ecologicamente mais sustentáveis, onde se vive com mais qualidade de vida, mas veio também trazer uma reflexão profunda que nos aproxima cada vez mais da terra. A produção agrícola, em toda a sua dimensão, deve ser cada vez mais levada a sério. A industrialização da Europa, enquanto Bloco Económico, é uma reflexão que está a ser feita e vais implicar, seguramente, oportunidades para Portugal de captar investimentos que estavam a ir para outras latitudes. No setor agrícola vai acontecer a mesma coisa. O facto de termos inaugurado a primeira incubadora de base rural em S. Pedro de France, a freguesia mais longínqua e de características marcadamente rurais, tem um significado de presença física, na reabilitação de uma escola construída nos anos 60 do século XX e tem também a importância de um apoio de proximidade a todos os empreendedores que se pretendam instalar nestes territórios de baixa densidade. Não é só o espaço físico, ali ou na incubadora de base científica e tecnológica que temos na Vissaium XXI, no edifício da Universidade Católica, mas é também um trabalho em rede que permite ao empreendedor desenvolver o seu projeto a partir de casa, mas com a consultoria e aconselhamento de técnicos devidamente qualificados. Esta é uma das faces visíveis do projeto Viseu Rural, que se estende a todas as freguesias rurais, dentro da Vissaium, mas alicerçado numa incubação física, para além de outras vertentes. Recordo que lançamos os primeiros ecopontos florestais, em Bodiosa e Cepões - o terceiro será em Côta, - com uma consciência ambiental, mas também o aproveitamento dos resíduos florestais, que vão alimentar a Central de Biomassa. Refiro também os bosques para as gerações futuras, uma visão pedagógica no sentido de plantar espécies robustas, como o carvalho e outras, menos propícias a incêndios e que garantem sustentabilidade futura, mas também as hortas pedagógicas na Quinta da Cruz. Temos procurado, com esta dinâmica, valorizar o que de melhor têm as nossas freguesias, nomeadamente a ligação à natureza, a vertente agrícola, de uma forma geral, mas também a vertente cultural e monumental. Refiro, por exemplo, o linho em Calde, as flores em Fragosela, a broa de Vildemoinhos, ou os estanhos de Bodiosa. Claro que não nos podemos esquecer do vinho, que é hoje uma ‘indústria’ ligada ao setor primário, é um cluster que vai da produção à comercialização. Apesar da conjuntura, o Dão atingiu patamares de excelência em termos de qualidade, que o mercado vai, cada vez mais, valorizando. A Câmara de Viseu tem-se assumido como um parceiro de proximidade nesta área rural. Diria que temos procurado pegar nesta lógica do Viseu Rural, ligá-lo ao marketing da cidade e, ao mesmo tempo, a todo este cluster, no domínio da vinha, que se tem vindo a consolidar na região. GR: Mantem a aposta em quatro setores, nomeadamente a valorização dos territórios rurais? AAH: Naturalmente. Nos quatro setores que elegemos, como as tecnologias de informação, há muito trabalho a fazer. Associam a agricultura; a saúde, que foi o segundo; a energia e ambiente, que está muito ligado ao meio rural. Basta dizer que Viseu, hoje, produz 130% de energia limpa, que em parte advém da nossa Central de Biomassa, seguida da produção eólica na freguesia de Côta, para além da mini-hídrica na freguesia de Calde. A inauguração da Incubadora de Base Rural entronca nesta lógica e, assim, atingimos mais um objectivo. Por fim, um aspeto que gostava de relevar é a política que temos seguido de valorização dos territórios mais rurais. Não é 18

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indiferente a existência desta lógica de criar valor nos territórios, por exemplo a valorização e reabilitação das habitações. Lançámos a 1 de Janeiro deste ano o ‘Rural Habita’, um programa que isenta de taxas e licenças a reabilitação de casas antigas, com mais de 30 anos, o que, ao mesmo, as isenta do pagamento de IMT, se for para habitação própria, secundária ou para arrendamento, para além de IMI durante cinco anos e IVA à taxa reduzida. Estamos, com isto, a incentivar a reabilitação para fixação de pessoas. Valorizamos a mobilidade, com transporte a pedido, em seis freguesias da zona norte do concelho, pelo preço de um bilhete normal de transporte público. Por fim, os Serviços, com a sua desmaterialização. Há 10 freguesias em que estamos a instalar Espaços do Cidadão, com serviços da Administração Central, serviços da Autarquia, com o Viseu Net e o Viseu Urb, os serviços do SMAS e da Freguesia. Nas freguesias onde a dimensão não permite um atendimento permanente, estamos a criar um atendimento On Road, com uma equipada autarquia que, em dias fixos, vai lá estar para atender os cidadãos que o pretendam, evitando a sua deslocação a Viseu. Tudo isto, para além do enorme investimento que estamos a fazer nos serviços de água e saneamento, em que 99% do concelho tem água ao domicílio e 98,5 tem saneamento.

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Realizado no âmbito das atividades previstas no projeto IDEAS4life

Estudo revela que a camarinha poderá ter propriedades anticancerígenas O extrato de camarinha, uma espécie endémica da Península Ibérica, poderá ter propriedades anticancerígenas, revelam os primeiros resultados de um estudo liderado por uma equipa da Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) Química-Física Molecular, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

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estudo foi realizado no âmbito das atividades previstas no projePerante estes resultados promissores, a equipa tenciona to IDEAS4life, com financiamento da Fundação para a Ciência e agora alargar os testes in vitro, aplicando os extratos em célua Tecnologia (FCT), cuja equipa conta com a participação de investigalas de outros tipos de cancro. Além disso, “estamos a explorar dores da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), da Faculdade de as várias partes da camarinha e da camarinheira. Mesmo denFarmácia da Universidade do Porto, através da REQUIMTE (Rede de tro do fruto estamos a explorar evidências e comportamentos Química e Tecnologia), e do Instituto Superior de Agronomia (ISA) da que nos possam fornecer informação para eventuais futuros Universidade de Lisboa (UL). fármacos”, avançam Aida Moreira Silva e Maria João Barroca. Nas várias experiências realizadas em linhas celulares de cancro do “Pretendemos recuperar estas bagas ancestrais, que eram cólon (HT29), observou-se que “extratos de Corema album [nome usadas como antipirético e vermicida”, afirmam as investigadocientífico da camarinha] conseguem inibir a proliferação deste tipo ras, adiantando que também vão explorar a vertente gastronóde células cancerígenas”, indicam Aida Moreira da Silva e Maria mica, tendo já recuperado várias receitas antigas, para que, “por João Barroca, coordenadoras do estudo. um lado, não se perca este património e, por outro, possa conAs investigadoras da Unidade de Química-Física Molecular da FCtribuir para a subsistência de alguns agricultores da orla marítima TUC e docentes da Escola Superior Agrária de Coimbra sublinham o portuguesa”. facto do extrato obtido a partir das folhas da planta (camarinheira) Apesar de ser abundante na orla marítima portuguesa, a camarise ter mostrado “mais eficaz do que propriamente o extrato das nha está ainda por explorar e a literatura científica sobre a espécie bagas de camarinha, o que é que muito interessante, atendendo é relativamente reduzida. Este estudo está a ser desenvolvido no a que as folhas existem durante todo o ano, enquanto as bagas âmbito de um projeto mais vasto (IDEAS4life) que pretende valorisão sazonais”. De modo a obter o máximo de informação sobre zar recursos marinhos endógenos, obtidos a partir de plantas marío comportamento dos extratos, foram aplicadas várias técnicas timas, incluindo as plantas halófitas. Recentemente, um dos artigos físico-químicas, entre as quais espectroscopia vibracional: escientíficos produzidos pela equipa foi tema de capa da revista cientípectroscopia de Raman e de Infravermelho. fica Journal of Raman Spectroscopy. 20

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Dirigido às micro, pequenas e médias empresas e às Entidades da Economia Social

GAL da região Dão Lafões disponibilizam

2,5 milhões euros para apoio à criação de emprego

Apoiar novos empregos, através da criação ou modernização das empresas locais ou de novos serviços na área social e do associativismo, é o objectivo do novo programa “+CO3SO Emprego”, que tem uma dotação de 2,5 milhões de euros, e cuja gestão é da responsabilidade dos Grupos de Ação Local (GAL) (ADD, ADICES e ADDLAP) que integram a região Dão Lafões.

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munerações e encargos sociais, durante o período máximo de 36 meses, nas ste programa é dirigido às micro, pequenas e condições definidas nos respetivos avisos, bem como na atribuição de uma médias empresas e às Entidades da Economia taxa fixa de 40% sobre estas despesas para apoio a outros custos inerentes Social dos seus territórios. aos postos de trabalho criados. Inserida no Programa de Estabilização Económica Serão elegíveis os empregos que contribuam para a criação líquida de e Social, esta medida de apoio visa contribuir para postos de trabalho por parte dos respetivos beneficiários, e, para além da a rápida retoma da economia na fase pós-COVID, ao criação do próprio emprego é dirigido, entre outros, a novos trabalhadores mesmo tempo que qualifica e alavanca o desenvolvique se queiram instalar nestes territórios, nomeadamente com compemento do tecido económico e social, promovendo e tências de nível médio e superior. valorizando o potencial destes setores na região. Será ainda dado um importante estímulo para a prestação de novos O programa “+CO3SO Emprego” é um instrumento serviços na área da solidariedade social e do associativismo de base local, de apoio financeiro que está disponível em duas moem resposta às crescentes necessidades das populações, contribuindo dalidades destinadas às empresas (“Interior” e “Urbapara o fomento da inclusão, bem como para qualificação da ação dinano”) e outra dirigida ao apoio às Entidades da Economia mizada por estas Entidades. Social, como Misericórdias, IPSS, Associações culturais, O programa “+CO3SO – Emprego” constitui-se como um instrumento desportivas e recreativas, entre outras, designada por determinante na implementação das estratégias de desenvolvimento “Empreendedorismo Social”. Os avisos às diferentes molocal de cada um dos territórios, pelo que as equipas técnicas dos redalidades de apoio decorrem até 16 de Novembro, termiferidos GAL encontram-se disponíveis para prestar toda a colaboração nando a primeira fase no dia 15 de Setembro. e apoio, no sentido de contribuírem para um melhor e pleno acesso a Este regime de incentivos prevê o apoio à criação de emestas importantes medidas de apoio. prego, através do reembolso integral das despesas com re-

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Nuno Mocinha, presidente da Câmara Municipal de Elvas

“Conhecimento que o InnovPlantProtect cria em Elvas é mais importante que o impacto económico” Convicto de que o fator mais determinante para o desenvolvimento de um território é o conhecimento, Nuno Mocinha foi um dos grandes impulsionadores da instalação do InnovPlantProtect (InPP) em Elvas. Como presidente da Câmara, ter na “sua” cidade o único Laboratório Colaborativo em Portugal a desenvolver soluções biológicas para controlar pragas e doenças é uma oportunidade para realizar o sonho de tornar Elvas numa referência científica e académica, capaz de atrair investigadores e empresários interessados nos produtos e serviços do InPP.

Gazeta Rural (GR): Porque é que o município de Elvas se tornou parceiro do Laboratório Colaborativo InnovPlantProtect (InPP)? Nuno Mocinha (NM): Porque consideramos que o InPP é um projeto estruturante para o concelho. Sendo um dos atores principais no território, a Câmara Municipal de Elvas não poderia ficar de fora. A iniciativa partiu da Universidade Nova de Lisboa, que juntou um conjunto de parceiros, entre os quais a autarquia, para concretizar e abraçar este desafio. Também o facto de a antiga Estação Nacional de Melhoramento de Plantas do INIAV-Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária estar localizada em Elvas foi um fator determinante para aceitarmos este desafio, uma vez que é uma entidade com quase 80 anos de experiência no melhoramento de plantas. A própria localização estratégica da cidade abonou a favor: há quem diga que é uma cidade do interior, mas eu prefiro dizer que Elvas é a porta de entrada da Europa, o que permite 22

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estabelecer pontes com outros países, sobretudo com Espanha. GR: Concretamente, em que consiste a parceria entre a autarquia e o InPP? NM: Consiste essencialmente na execução de candidaturas, para adaptação das instalações, e na aquisição de equipamento para dotar o InnovPlantProtect das condições necessárias ao seu bom funcionamento. Como é óbvio, não nos compete definir o plano de trabalho do InPP, pois não temos competências científicas para isso, mas cabe-nos reunir as condições materiais para que os cientistas possam desenvolver as suas investigações. A Câmara Municipal também apoia na angariação de verbas, porque há determinado tipo de financiamento que só se consegue por via dos agentes instalados no território.


GR: O Programa dos CoLab não financia a construção de instalações? NM: Não, por isso é que tivemos que arranjar uma estrutura já existente. O INIAV disponibilizou o espaço, mas este ainda não está preparado para aquilo que se pretende fazer. É indispensável fazer obras. GR: Em que fase está o processo? NM: Diria que está em bom ritmo. Tudo isto dá muito trabalho e leva tempo a materializar. Primeiro, tivemos que encontrar um local para o InPP. Depois foi necessário aferir o tipo de intervenção que deve ser realizada. Seguiu-se a apresentação de projetos e a identificação dos equipamentos necessários. Também submetemos as candidaturas, que já estão aprovadas, e, recentemente, lançámos os concursos para a aquisição do equipamento, que já está adjudicado, e para a realização das obras, que esperamos possam iniciar em meados de novembro. GR: E prevê data para a conclusão das obras? NM: Se tudo correr bem, penso que estará tudo a funcionar em pleno daqui a um ano. No entanto, a atividade do InPP não está totalmente dependente da finalização deste processo. Os investigadores já estão a trabalhar há alguns meses.

Badajoz como também com a junta da Estremadura, são seguramente determinantes para atrair investidores e “transportar” para Espanha o conhecimento que aqui vai ser criado. Além das razões apresentadas, não é de desprezar outros fatores, entre os quais a Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE), o que permitirá estabelecer sinergias e troca de conhecimento entre o InPP e o Politécnico de Portalegre, a Universidade de Évora e a Universidade Nova. Sendo um projeto que, na minha opinião, vai muito para além da academia – porque vai desenvolver um conjunto de soluções de aplicação prática para resolver problemas concretos -, o InPP é um contribuinte crucial para a criação de valor em Elvas.

GR: Por que é que Elvas foi a cidade eleita, entre tantas no interior de Portugal com potencial para acolher o InPP? O que é que Elvas tem que as outras não têm? NM: Pelas mesmas razões que levaram a autarquia a ser parceira do InPP. Antes de mais, porque o INIAV está instalado em Elvas e tem espaço para acolher o InPP, além de ser um centro de investigação consolidado há muitos anos. A própria localização de Elvas foi um fator favorável: está num contexto ibérico, é uma cidade transfronteiriça, bilingue, que, juntamente com Badajoz e Campo Maior, é a maior Eurocidade ibérica, com 200 mil habitantes, o que faz com que tenha uma dinâmica local muito própria e lhe permite ser o maior núcleo urbano no eixo entre Lisboa e Madrid. Estas características, somadas à relação que o município de Elvas mantém não só com

GR: Além da criação de valor, de conhecimento científico, que impactos o InnovPlantProtect vai ter? Por exemplo, na economia local, é mensurável? NM: Mais importante do que a vertente económica é o acréscimo de massa crítica que o Laboratório Colaborativo vai trazer a este território, porque é a massa crítica que desenvolve um território. Estamos a falar de um projeto que agrega uma mais valia que é a investigação e a criação de know-how no desenvolvimento e comercialização de produtos específicos que vão resolver problemas concretos. Para mim, isso é tão ou mais aliciante do que a criação direta de postos de trabalho e o impacto direto na economia. Claro que é fundamental aumentar a população

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residente, atrair novas famílias, porque consomem bens e serviços locais, fazem mexer a economia. GR: Existem 26 Laboratórios Colaborativos aprovados em Portugal, mas o InnovPlantProtect é o único a fazer investigação na sua área. Quais são as suas expetativas? Espera que Elvas seja reconhecida como um polo científico no desenvolvimento de biopesticidas e de variedades de plantas resistentes ao ataque de pragas e doenças, que é o mal maior da produção agrícola? NM: Eu não espero, eu tenho a certeza. A criação de valor científico é difícil de mensurar, mas estou certo de que este projeto vai ser sustentável. Não só conseguirá criar valor científico suficiente para suportar financeiramente toda uma estrutura de investigação como irá ter um papel importante na sua área de investigação, quer no contexto nacional, quer internacional. Penso mesmo que o InPP irá dar cartas no desenvolvimento de novas soluções para a agricultura. Por estas razões, estou convencido que o InPP atrairá a Elvas mais cientistas portugueses e de outros países que trabalham nestas matérias. GR: Também stakeholders? NM: Acalento essa esperança. Estou convicto que os produtos que o InPP vai desenvolver serão do interesse de algumas empresas e que estas poderão mesmo vir a criar um cluster a partir deste projeto. Até lhe digo mais: o ideal seria que o InPP fosse o embrião de um projeto maior. Gostaria que o InPP trabalhasse outras áreas dentro da mesma linha de investigação de modo a reunir todas as condições necessárias para se transformar numa instituição académica, que, além de investigação, possa dar formação especializada a alunos de mestrado e de doutoramento. Seria um projeto a longo prazo.

GR: O InnovPlantProtect está a funcionar há quatro meses. Já há reações da parte dos agricultores e representantes de associações do setor? Estão recetivos à utilização de biopesticidas ou de plantas resistentes a pragas e doenças? NM: Os agricultores locais estão a par deste projeto e sabem que já está em curso. Penso que o InPP está a ter impacto local e não apenas na comunidade mais restrita da antiga Estação Nacional de Melhoramento de Plantas. Aliás, a própria Escola Superior GR: O Ministério da Agricultura está a preparar a Estratégia Agrícola Agrária de Elvas já foi contactada para a possibilidade para Portugal. Tendo em conta que os agroquímicos tradicionais estão a de os seus alunos fazerem pós-graduações no InPP. Se ser descontinuados devido aos seus níveis de toxicidade ou ao seu especos agricultores estão recetivos à substituição dos agrotro de atuação muito amplo, acha que o documento deverá promover a químicos por produtos alternativos, de base biológica biotecnologia e as novas tecnologias genómicas para o desenvolvimene não tóxicos para as pessoas e para o ambiente, como to de produtos alternativos, como aqueles em que o InnovPlantProtect aqueles que o InPP está a tentar desenvolver, o que lhe está a trabalhar? posso dizer é que os agricultores estão dispostos a acoNM: Bem, sou presidente de câmara e a minha formação é Economia, lher tudo o que os possa ajudar a melhorar o seu trabanão percebo nada de biotecnologia, não sou investigador nem agricultor, lho e a sua produtividade. por isso não sei se Portugal deve investir mais na biotecnologia e nas São muito atentos às novidades que surgem no setor técnicas de edição do genoma na agricultura. O que sei e advogo é que e certamente que, se houver novas soluções que substia política deve tomar decisões com base no conhecimento e, nesse sentuam eficazmente os pesticidas que estão a ser proibidos, tido, a futura Estratégia Agrícola para Portugal deve ser definida à luz irão aceitá-las de bom grado. Agora, têm é de ser soluções do saber científico atual. Acredito nos cientistas, defendo aquilo que rentáveis, não podem ser mais um custo que os agricultores o InPP defende. Na reunião entre a senhora ministra da Agricultura e não possam suportar. Só para concluir, tenho a certeza que os agricultores, que decorreu em Elvas, em 13 de fevereiro deste ano, não vão faltar agricultores dispostos a apoiar o InPP. Digo-o para auscultar o setor agrícola antes da elaboração desse documento, com conhecimento de causa: na reunião que tivemos com a a Câmara Municipal de Elvas, enquanto parceira do InPP, deu o seu senhora ministra, os agricultores presentes (e foram muitos, contributo para que a Estratégia contemple as medidas mais adequamais de cem) manifestaram várias preocupações, entre as das e necessárias para a agricultura nacional. E também enviámos quais a necessidade de aplicar pesticidas para o controlo das à senhora ministra um parecer, por escrito, que traduz os anseios e pragas e doenças que atacam as culturas, portanto, querem as expetativas de cientistas, de agricultores e de outros agentes do soluções para estes problemas e estão desejosos que o InPP setor agrícola. lhas proporcione. Muitos deles já disseram que disponibilizam parte dos seus campos para testes experimentais, se o InPP GR: Nessa reunião com Maria do Céu Albuquerque, a atividade precisar. do InnovPlantProtect foi tema de discussão? NM: Foi, desde logo, porque o encontro se realizou no INIAV. Entrevista: Margarida Paredes - CiB Além disso, o professor Pedro Fevereiro, que dirige o InPP, apreFotografia: Joaquim Miranda sentou o Laboratório Colaborativo durante a sua intervenção nessa reunião. 24

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Paulo Jorge Almeida, diretor da ESTM do Politécnico de Leiria, e o Mestrado em Gastronomia

“A necessidade de investigar motivou-nos para a criação de um mestrado inovador” O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) ‘lançou’ para o próximo letivo um Mestrado em Gastronomia, facto que está a gerar enorme expectativa. Como oferta formativa, para além do novo mestrado, o IPL vai oferecer também uma nova edição da Pós-Graduação em Wine Business, no núcleo de formação em Torres Vedras.

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m entrevista à Gazeta Rural, Paulo Jorge Almeida, diretor da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do IPL, diz que esta formação vem dar resposta “à crescente necessidade de profissionais com formação avançada” nesta área. Gazeta Rural (GR): O Politécnico de Leiria lançou, para o próximo ano lectivo, um Mestrado em Gastronomia. Como surgiu a ideia, qual o objectivo e a recetividade dos potenciais candidatos? Paulo Jorge Almeida (PJA): Tendo em conta a evolução do turismo, o aumento significativo das taxas de ocupação e a crescente necessidade de profissionais com formação avançada na área da gastronomia para dar resposta a esta procura, procurámos criar uma formação pós-licenciatura que permitisse aprendizagem de novas técnicas e novas sensibilidades nesta área. Também a necessidade de se investigar ainda mais a cultura e o vastíssimo património gastronómico, motivou-nos para a criação de um mestrado inovador que abordasse especificamente esta área do conhecimento. GR: Alguns alunos do IPL têm vindo a ser inovadores, como aconteceu com o lançamento do pão de Medronho ou, mais recentemente, o pão de frutos vermelhos. Foi esta a base para o lançamento deste Mestrado? PJA: Se analisarmos especificamente a procura turística que Portugal tem tidos nos últimos anos percebemos que uma das razões tem passado também pela excelência da nossa gastronomia e, neste caso e com base nos espaços de restauração de sucesso nacionais, percebemos que muitos destes espaços aliaram a tradição à inovação e isto é algo que pretendemos manter no Politécnico de Leiria. Também a criação destes novos produtos tem estado associados a projetos de investigação e a solicitações de empresas e 26

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jovens empresários, pelo que muita da inovação que temos desenvolvido deve-se também a novos desafios que nos têm sido colocados e que procuramos dar resposta.

GR: Neste quadro, a gastronomia está na moda ou tem vindo a ganhar um peso importante na economia? PJA: A gastronomia tem estado sempre na moda, mas o que mudou significativamente foi a formação das pessoas que trabalham a gastronomia. Hoje, os novos Chefs, de uma forma geral, têm cursos profissionais e/ou superiores e desenvolveram competências, especificas e transversais para trabalhar produtos e utilizar determinadas ferramentas que antes eram impensáveis e não se percebia a conexão. Também muito importante neste processo foi a evolução dos consumidores/turistas, que, de uma forma geral, tem formação e informação, exigindo assim produtos diferenciados e personalizados. Logo, isto exigiu por parte dos produtores um olhar diferente para os meios de produção e adaptação aos novos consumidores e novos mercados, dinamizando assim uma nova economia e cadeia de valor que é percebida e valorizada pelos novos consumidores/turistas.

GR: Estamos no fim de um ano lectivo, ainda que atípico, mas o próximo está aí. Quais serão as novidades, para além da que acima falamos? PJA: Este ano foi muito atípico e exigiu de todos nós um esforço considerável de adaptação a uma realidade que foge muito à forma como as coisas estavam pensadas e foram projetadas. Louvo adaptação que estudantes, técnicos e administrativos, do-


centes e outros colaboradores tiveram de um dia para o outro. Estamos a projetar o próximo ano letivo essencialmente assente no regime presencial e vamos ter na ESTM um novo laboratório de inovação e criatividade, laboratório de biotecnologia, laboratório de línguas, laboratório de neurociências e nova sala prática cozinha pedagógica. Tudo isto para fazer face às exigências de higiene e segurança, formação e investigação que esta nova realidade obriga. Como oferta formativa, para além do novo mestrado em gastronomia, vamos oferecer também uma nova edição da Pós-Graduação em Wine Business no núcleo de formação do Politécnico de Leiria em Torres Vedras. Estamos assim a procurar inovar com novos espaços e novas formações, procurando desenvolver novo conhecimento para partilhar com a sociedade.

de empregabilidade em todas as áreas, e especificamente na ESTM, do total dos seus 1600 estudantes, mais de 800 estudantes realizam estágios curriculares e extracurriculares por todo o mundo e, especificamente na área do turismo, antes da pandemia, não conseguimos dar resposta às muitas solicitações por parte das empresas para reforçar os seus quadros de pessoal. Assim, quem escolhe o Politécnico de Leiria tem a oportunidade de ter toda uma equipa de profissionais preocupada com o seu futuro e a trabalhar diariamente para transferir todo um conjunto de competências, para que os seus estudantes vinguem e tenham sucesso no mercado de trabalho.

GR: Quais as principais razões, ou mais valias, que levam um aluno a escolher o IPL? PJA: O Politécnico de Leiria é uma instituição de Ensino Superior de Excelência, pelas formações inovadoras que oferece, pela qualidade do seu corpo técnico e administrativo, pela elevada qualificação do seu corpo docente, pela motivação e disponibilidade dos seus estudantes, pelo conhecimento que produz e relação com a sociedade, quer a nível nacional quer internacional. Somos uma Instituição plural de Leiria e Oeste para o mundo e recebemos e enviamos estudantes de e para todos os continentes. Temos Unidades de Investigação de Excelência reconhecidas e financiadas pela FCT e a desenvolver investigação de topo com parceiros estratégicos de todo o mundo. Elevados índices

GR: A mudança de Politécnico para Universidade, de que tanto se tem falado, é para levar por diante? PJA: Sem dúvida, é uma questão de igualdade e de abandono de preconceito. Estamos em 2020 e o sonho de qualquer família é o de conseguir que os seus filhos um dia vão para a Universidade, repito para a Universidade. Assim, só faz sentido o Politécnico de Leiria ser uma Universidade Politécnica, pela excelência do trabalho desenvolvido, pela intervenção social regional e nacional, pela internacionalização, pela investigação e transferência de conhecimento, pela qualidade das suas infraestruturas e pela competência dos seus investigadores. A nível internacional, como parceiro estratégico, temos que obrigatoriamente ser universidade e são muitas as vantagens nacionais e internacionais de uma simples alteração de designação. As autarquias, as empresas, as pessoas desta região precisam da Universidade Politécnica de Leiria para poderem inovar e competir de igual forma com outras regiões no mundo!

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Opinião

Mestrado em Gastronomia Por: Anabela Elias Almeida *

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Desenvolver e elaborar preparações culiná-rias investigação e o conhecimento científico na área da gastronomia estão em com base em produtos sustentáveis. Criar novos pleno crescimento. A necessidade de adaptar uma formação perfeitamenprodutos culinários tendo em conta as atuais nete relacionada com as novas realidades do mercado exige, consequentemente, cessidades, tendências e restrições alimentares. a urgência em adequar as formações tradicionais, muitas vezes dominadas pela Adquirir competências para a harmonização entre transmissão de conhecimentos, a processos de ensino e aprendizagem baseaum alimento confecionado e um vinho. Através dos dos no desenvolvimento das competências consideradas fulcrais, com vista à Seminários, com oradores convidados, pretende-se preparação de profissionais capazes de se adaptarem às constantes transforestimular o contacto entre mestrandos, profissiomações verificadas na generalidade dos sectores de atividade e, muito particunais e académicos da área da restauração, hotelaria larmente, numa área tão sujeita à mudança como é o turismo. e das ciências alimentares, para fornecer um panoO Mestrado em Gastronomia, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia rama dos desafios suscetíveis de serem estudados e do Mar, Politécnico de Leiria, tem a duração de quatro semestres (2 anos), aplicar soluções e melhorias. apresenta diversidade e abrangência no seu plano de estudos que conta com A exigência e o conhecimento do consumidor nesta uma componente prática laboratorial muito significativa e componente teóárea, fomenta a necessidade de ter profissionais com rico-prática multidisciplinar. Conta com uma equipa de docentes doutorados formação e qualificações específicas que procuram e especialistas nas áreas de Hotelaria e Restauração e de Ciências e Tecnoresponder às necessidades resultantes de uma mulogia dos Alimentos. dança profunda na relação dos consumidores com a A componente letiva, das aulas teórico-práticas e práticas laboratoriais alimentação e no processo de produção alimentar que decorrerão através dos laboratórios específicos, providos com equipamenocorreu na última década. Há necessidade de obter uma tos, material e tecnologia avançada, de Cozinha, de Microbiologia, de Anáperspetiva atualizada sobre alimentos sustentáveis, relise Sensorial, de Tecnologia Alimentar, entre outros. Os estudantes para conhecer as preocupações da alimentação do futuro e os concluírem o mestrado têm dois semestres com aulas letivas e têm dois desafios da gastronomia sustentável para os restaurantes semestres para criar um projeto, realizar um estágio ou desenvolver uma e hotéis. dissertação. Pretende-se assim que os estudantes adquiram competênOs objetivos pretendidos visam apresentar a evolução cias e valorização profissional para dar resposta às exigências contínuas da gastronomia nas suas mais variadas formas, assim de inovação e qualidade na restauração e produção de alimentos. como a da restauração, e a sua evolução nos processos de Está implícito no plano de estudos do Mestrado em Gastronomia, o trabalho e a nível de conhecimentos. desenvolvimento de competências ao nível da pesquisa, compreensão Para concluir, o Mestrado em Gastronomia foi elaborae resolução de problemas, para que o estudante conheça e aplique do de forma a permitir uma abordagem abrangente, com métodos de aprendizagem, seleção, análise e interpretação da inforpráticas de excelência nos diversos temas relacionados com mação, de modo a podê-la transmitir, através de diversos meios, com as ciências alimentares, técnicas avançadas de culinária, seelevado grau de autonomia e rigor científico. gurança alimentar, enologia, food design, entre outros aspeO Mestrado em Gastronomia tem como objetivos de aprendizagem, tos e temas muito relevantes para as áreas da restauração, conhecimentos técnicos e práticos determinantes para dar resposta às hotelaria e produção alimentar. Proporciona o conhecimento tendências gastronómicas atuais e futuras. Os estudantes terão a canecessário, através de competências e ferramentas específipacidade de dominar métodos de trabalho através de técnicas culinácas, para responder às mudanças e tendências da alimentação, rias, aprofundando conhecimentos de cozinha, pastelaria e padaria. restauração e produção alimentar. Aplicar conceitos de food design e criatividade na culinária. Compreender reações químicas nos alimentos. Compreender como a evolução cultural da gastronomia influencia a culinária do mundo. * Professora Doutora - Coordenadora do Mestrado Entender a interação entre microrganismos e alimentos na em Gastronomia da Escola Superior de Turismo e Tecnologia perspetiva da segurança alimentar. Definir e interpretar as caracdo Mar – Politécnico de Leiria terísticas dos alimentos e relacionar com métodos sensoriais. 28

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enquanto atualmente o país dispõe de pouco mais de dois mil quilómetros dessas infraestruturas públicas, que reforçam a atratividade turística dos territórios, a qualidade ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos em geral. “A valorização turística deste eixo estruturante, que se desenvolve ao longo dos territórios do interior das regiões de Coimbra e Viseu Dão Lafões, potenciará o surgimento de novas atividades económicas ligadas ao turismo e ao desenvolvimento de novos serviços turísticos com base no património natural e cultural existente e na valorização dos produtos endógenos”, segundo a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, dona da obra, em parceria com a CIM Viseu Dão Lafões e os municípios de Mortágua, Penacova, Vila Nova de Poiares e Santa Terá 40 quilómetros de extensão Comba Dão. Para o presidente da CIM da Região de Coimbra, José Carlos Alexandrino, a Ecovia do Mondego “vem dar resposta à mobilidade crescente de todos e esbater assimetrias”, propiciando aos cidadãos “uma maior fruição das zonas ribeirinhas”. “Este é, sem dúvida, um equipamento que permitirá alavancar a atratividade do nosso território e dar um grande impulso ao turismo e à economia local”, sublinhou na ocasião o também presidente da Câmara Municipal de A valorização turística com ganhos para a economia e a qualidade de Oliveira do Hospital. vida no interior foram enaltecidos, em Mortágua, na cerimónia de conPor sua vez, o presidente da Entidade Regional de Tusignação da Ecovia do Mondego, uma via ciclável que terá 40 quilómerismo de Centro, Pedro Machado, disse que este investros de extensão. timento vem reforçar “a aposta nos mercados internacionais”, designadamente da América do Norte, América om início na estação ferroviária de Santa Comba Dão, na linha Latina e Europa, que mais se têm desenvolvido na área da Beira Alta, no distrito de Viseu, a Ecovia do Mondego vai pro“cycling & walking”. longar-se até aos limites do concelho de Penacova, já no distrito Tal aposta permite “uma transversalidade com outros de Coimbra, após atravessar os municípios de Mortágua e Vila Nova de produtos turísticos”, desde logo no interior, podendo ainPoiares. da contribuir para a retoma da economia após a pandemia O secretário de Estado do Desporto e da Juventude salientou que da covid-19. se trata de um investimento de 1,5 milhões de euros que “ajudará a “Esta obra reforça o posicionamento da região Centro alavancar o turismo” no interior da região Centro, “com ganhos para nos mercados turísticos, ao nível nacional e internacional”, a economia” nacional. João Paulo Rebelo, que interveio na cerimónia acentuou Pedro Machado. da assinatura do auto de consignação da empreitada da nova ciclovia, Depois da cerimónia do lançamento da primeira pedra da um prolongamento da Ecopista do Dão, realçou que a obra se inseEcovia do Mondego, intervieram também o presidente da re “numa lógica de rede” que valoriza este destino turístico na área Câmara de Mortágua, Júlio Norte, e o secretário executivo da “cycling & walking”, ligada à fruição da natureza e da paisagem. CIM da Região de Coimbra, Jorge Brito, a quem coube apreNos próximos 10 anos, a estratégia do Governo aponta para a exissentar o projeto. tência em Portugal de mais de sete mil quilómetros de vias cicláveis,

Via ciclável do Mondego aposta na valorização turística do interior

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Candidaturas Abertas: Operação 10.2.1.4 – Cadeias Curtas e Mercados Locais 002/ADD/10214/2020 - Mercados Locais 003/ADD/10214/2020 – Cadeias Curtas

Período de Candidaturas: das 09h:00m:00s de 15 de

julho às 16h:59m:59s de 11 de setembro de 2020

No concelho de Proença-a-Nova

Centro Interpretativo da Resina nasce na aldeia de Corgas

Para mais informações consulte: www.add.pt ou www.pdr-2020.pt

O Centro Interpretativo da Resina vai nascer na aldeia de Corgas, no concelho de Proença-a-Nova. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Proença-a-Nova, no dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da aldeia.

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espaço museológico é dedicado ao trabalho da resinagem e à vida do resineiro. Esta foi uma atividade económica com grande expressão nas décadas de 60, 70 e 80 um pouco por todo o concelho, em especial na aldeia de Corgas, onde centenas de famílias dependiam do rendimento proporcionado pelo trabalho dos resineiros e, em muitos casos, apresentava-se como uma forma de juntar um dinheiro extra. Esta atividade, dura para homens e mulheres que trabalhavam de sol a sol, será agora homenageada no Centro Interpretativo que nascerá na aldeia de Corgas, resultado da reabilitação de um antigo edifício habitacional, que dará lugar a um equipamento que aglutinará a interpretação do valor da resina e da fileira do pinheiro bravo, bem como associada às vivências escolares de então. O projeto de reabilitação, cujas obras deverão arrancar em Agosto, transformará uma habitação num espaço expositivo, que se espera dinamizador e valorizador das tradições do concelho e servirá para recordar aquela que foi a atividade dominante na zona serrana em que se insere. A intervenção respeita o edifício em pedra xisto existente e propõe uma nova edificação adjacente. O interior será reorganizado em duas salas de exposição (uma em cada piso) e na nova edificação propõe-se a área de receção, acessos e instalação sanitária. www.gazetarural.com

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Programa de formação com a duração de 200 horas

AgroB Business School EV forma Jovens Agricultores A AgroB Business School EV, escola de formação profissional agrícola ligada à consultora Espaço Visual, lançou um programa de formação com a duração de 200 horas. Os destinatários, jovens agricultores com candidaturas a apoios, mas com projetos PDR 2020 já aprovados ou para submeter, têm assim a hipótese de auferir uma maior pontuação na futura candidatura.

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ambém agricultores e empresários que pretendam efetuar candidaturas de apoio à produção: Pedido Único (PU), Regime de Pagamento Base (RPB), Reserva Nacional de Direitos, estão incluídos nos participantes preferenciais deste programa de formação. Outros interessados que pretendam adquirir conhecimentos e competências na área da produção agrícola ou animal têm neste curso de formação a via ideal para receber informações, esclarecimentos e conhecimentos. Esta formação segue a metodologia de ensino à distância, pelo que através de plataforma digital a formação pode ser realizada em qualquer lugar e no horário mais conveniente, através de qualquer dispositivo equipado com placa de som, auscultadores, microfone e ligação à Internet. Este curso de formação é certificado pela DGERT, permite a partilha de experiências numa rede de networking com especialistas e empresários da área agrícola e um acompanhamento permanente do formador. Técnicas a explorações agrícolas de referência

Inscrições abertas até 4 de Setembro

Programa “V21 Rural - Empreendedorismo e Negócios em Meio Rural” arranca em Setembro

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stão abertas até 4 de Setembro as inscrições para A Espaço Visual vai levar a efeito, nos meses de Agosto, Setembro e Oua “Oficina do Empreendedor”, a primeira etapa tubro, sete visitas técnicas a explorações agrícolas de referência em Pordo Programa “V21 Rural – Empreendedorismo e Negótugal e Espanha, que serão acompanhadas por formadores ibéricos de cios em Meio Rural”. Com o arranque previsto para Seprestígio internacional. O arranque dá-se no dia 29 de Agosto, e a visita tembro, nesta primeira fase, os empreendedores terão técnica de campo incidirá sobre as Culturas de Hortícolas em Hidroponia, a oportunidade de integrar, gratuitamente, um plano em Torres Vedras, tendo como formador Jorge Camilo. de capacitação intensivo, que permitirá aos participanA 5 Setembro a visita técnica, dedicada ao Figo da Índia, será a uma extes adquirir importantes conhecimentos teórico-práticos ploração em Évora e o formador será Tomé Panazeite, que também será sobre o empreendedorismo de base rural. A oficina do o responsável da visita técnica ao Limão, a decorrer na mesma cidade empreendedor será assim, composta por seis sessões de alentejana em 17 de Setembro. capacitação online e presencial, a partir da Incubadora de O dia 19 Setembro será dedicado ao Maracujá, numa exploração de Base Rural de Viseu, na antiga escola do 1º C.E.B. de São Grijó (Gaia), cujo formador será José Martino. Uma semana mais tarCristóvão, em São Pedro de France. de, a 26 Setembro, visita técnica ao Abacate, em Oliveira do Bairro, Para além disso, esta etapa conta ainda, com uma visita com a formação a ser da responsabilidade de Miguel Abade. a empresários de sucesso, com o propósito de promover o Em Outubro há duas visitas técnicas a explorações agrícolas de recontacto dos participantes com boas práticas e casos de suferência. A 3 ao Pistácio, em Zamora (Espanha), cujo formador será cesso do setor agrícola, agroindustrial, serviços conexos ou Félix Talegón, e a 10 ao Medronho, em Proença a Nova, com João tecnologia. Paulo Dias como formador. Promovido pela Vissaium XXI, em parceria com o Município As visitas técnicas têm como objetivo analisar os aspetos técnicos de Viseu, no âmbito do Viseu Rural, o V21 Rural é um prograda cultura, desde o ciclo vegetativo às variedades, compassos de ma inovador dedicado aos promotores de ideias de negócio plantação, principais operações culturais, aspetos a ter em conta que pretendam lançar a sua empresa ou empresários instalana manutenção da cultura e as operações pós colheita. dos, que ambicionem desenvolver novos negócios de matriz rural. Totalmente gratuito, o programa conta com momentos de capacitação, networking, acompanhamento individualizado, visitas de estudo e estágios formativos em empresas modelo. Mais informações e inscrições na página do Facebook da Vissaiumxxi. 32

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APOIOS AO INVESTIMENTO OPERAÇÃO 10.2.1.2 – PEQUENOS INVESTIMENTOS NA TRANSFORMAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS PERÍODO DE APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS 28 DE JULHO DE 2020 A 21 DE AGOSTO DE 2020 (Anúncio nº. 005/ADDLAP/10212/2020)

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Concurso decorreu na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança

CARM Grande Escolha é o melhor Azeite Virgem de Trás-os-Montes e Alto Douro O azeite CARM Grande Escolha, da CARM, SA, venceu o Concurso de Azeite Virgem de Trás-os-Montes e Alto Douro, nas categorias de Melhor Azeite DOP “Azeite de Trás-os-Montes” e Melhor Azeite “Região Demarcada do Douro”. O Museu do Vinho, em S. João da Pesqueira, foi o palco da entrega de prémios aos vencedores das várias categorias a concurso.

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Casa de Santo Amaro Nature, da Trás-os-Montes Prime,

concurso decorreu no início deste mês de Julho, nas instalações da EsLda cola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança e o Painel foi Terras D´Azibo Ânfora, da Masaedo, Prod. Com. Prod. constituído por nove peritos nacionais, presidido por Francisco Ataíde Pavão e Alim, Lda com a Coordenação Técnica de José Alberto Pereira. Quinta da Pacheca, da Quinta da Pacheca, Soc. Agr. TuNo Concurso participaram 51 produtores, entre produtores-engarrafadorística Lda res, lagares de azeite e cooperativas, num total de 66 amostras provenientes de 18 concelhos da região de Trás-os-Montes e Alto Douro. No primeiro Frutado Maduro - Bronze dia foi feita uma pré-seleção dos azeites, segundo as quatro categorias a Casa de Valpereiro, da Sociedade Agrícola Alberto Manso, Concurso - Frutado Maduro, Frutado Verde Ligeiro, Frutado Verde Médio e Lda Frutado Verde Intenso, tendo passado ao segundo dia 48 das amostras a Casa Afonso Borges Primis, da Agrifiba, Lda Concurso, tendo sido atribuídas 13 Medalhas de Ouro, 12 de Prata, 15 de Quinta da Corte, da Pacheco & Irmãos, Lda Bronze e 2 Menções de Mérito, aos azeites com pontuação superior a 70 Azeite Decides, de A Roda das Delícias - Prod. Com. Azeite, Lda pontos, mas que estão fora do limite de 35% de medalhas em cada uma das categorias a Concurso. Frutado Verde Ligeiro – Ouro A organização foi da responsabilidade da Capital Douro, em parceria Quinta do Crasto Praemium, da Quinta do Crasto, SA com a Câmara Acushla, da Acushla, SA Municipal da Pesqueira, o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Quinta do Arnozelo, da Sogevinus Fine Wines, S.A. Douro (CEPAD), a Associação de Produção Integrada de Trás-os-Montes Quinta Vale do Conde, da Soc. Agr. do Conde Unip., Lda e Alto Douro (APPITAD) e o Instituto Politécnico de Bragança. Casa dos Varais, de João Baptista de Castro Girão de Azeredo A organização agradeceu “a todos os envolvidos neste Concurso de Azeites de Trás-os-Montes e Alto Douro, desde os produtores, aos eleFrutado Verde Ligeiro - Prata mentos do júri e a todos aqueles que têm contribuído para a divulgaAzeite Senhor de Murça, da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores ção e valorização dos Azeites, e em especial dos de Trás-os-Montes e de Murça Alto Douro. Resultados: Frutado Maduro - Ouro Rosmaninho Praemium, da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, C.R.L. Aurum Nostrum, de Ivo Alexandre Seixas Matos Esteves Quinta do Portal, da Sociedade Quinta do Portal, SA Frutado Maduro - Prata Zabodez, da Vitavitis Unipessoal, Lda

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Segredos do Côa Premium Bio, da Segredos do Côa, Lda Quinta do Javali Lobatos Selection, da Sociedade Agrícola Quinta do Javali, Lda Ouro da Fábrica Premium, da FábricaDouro, Unipessoal, Lda

Frutado Verde Ligeiro - Bronze Vale D´Anelha, de Fábio Filipe Almeida Guterres Casa de Santo Amaro Praemium, da Trás-os-Montes Prime, Lda Quinta de Ventozelo, da Quinta de Ventozelo, Soc. Agr. Com., S.A. Vale da Cerdeira, de Carlos Alberto Batoco Montês Arribas do Côa, de Sotero Ferreira, Unipessoal, Lda Casa Grande Gold Reserve, da Coop. Vit. Oliv. Freixo de Numão, CRL


Quinta dos Malvedos, da Symington Family Estates, Vinhos S.A.

Chousas Nostras, de Gerações de Xisto, Lda

Frutado Verde Ligeiro - Menção Honrosa Arvólea Single Edition, de Arvólea – Sociedade Unipessoal, Lda Quinta do Vale Meão, de F. Olazabal & Filhos, Lda

Frutado Verde Intenso - Ouro Rosmaninho Cobrançosa, da Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços, CRL

Frutado Verde Médio - Ouro CARM Grande Escolha, da CARM, S.A. Casa de Santo Amaro Prestige, da Trás-os-Montes Prime, Lda Quinta de Porrais, da Sociedade Agrícola Quinta de Porrais, Lda Quinta do Ataíde, da Symington Family Estates, Vinhos S.A.

Para além dos premiados nas 4 categorias de frutado, foram ainda atribuídos mais 3 prémios, ao melhor azeite DOP “Azeite de Trás-os-Montes”, ao melhor azeite da Região Demarcada do Douro e o “Azeite Kids”, sendo este último prémio escolhido por sete jovens da Associação Bagos D´Ouro.

Frutado Verde Médio - Prata Rosmaninho Gran Selection, da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, C.R.L. Quinta do Pessegueiro, da Quinta do Pessegueiro Sociedade Agrícola e Comercial, Lda Olimontes Premium, da Olimontes, Lda Caixeiro Signature, de Vilela, Cardoso & Morais, Lda Frutado Verde Médio - Bronze Casa de Valpereiro Premium, da Sociedade Agrícola Alberto Manso, Lda Segredos do Côa Grande Escolha Bio, da Segredos do Côa, Lda Ouro da Fábrica Biológico, da FábricaDouro, Unipessoal, Lda

Melhor Azeite DOP “Azeite de Trás-os-Montes” CARM Grande Escolha da CARM, S.A. Melhor Azeite “Região Demarcada do Douro” CARM Grande Escolha da CARM, S.A. Melhor Azeite “Kids” Quinta do Arnozelo da Sogevinus Fine Wines, S.A. Quinta de Porrais da Sociedade Agrícola Quinta de Porrais, Lda

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Almeida espera, ainda, mais visitantes

Estância termal da Fonte Santa abre a 3 de Agosto O concelho de Almeida tem, neste Verão, mais um motivo para atrair visitantes. A 3 de Agosto abre a estância termal da Fonte Santa, em instalações modernas que cumprem todas as recomendações para que os aquistas ali possam fazer os seus tratamentos em segurança.

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vice-presidente da Câmara de Almeida diz mesmo que o complexo termal “é exemplar para o período que atravessamos”. José Alberto Morgado, à Gazeta Rural, espera que este seja mais um motivo para visitar Almeida, “um museu a céu aberto”, numa altura em que há um aumento de pessoas na região. Gazeta Rural (GR): As Termas da Fonte Santa vão abrir a 3 de Agosto? José Alberto Morgado (JAM): Exatamente. A abertura é a aposta na continuidade do trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo dos anos, uma vez que as indicações terapêuticas das águas termais da Fonte Santa são recomendadas para o tratamento do aparelho respiratório, problemas reumáticos e doenças musculoesqueléticas, para além do bem-estar e combate ao stress. As termas estão instaladas num complexo moderno, considerado ‘exemplar’ para o período que atravessamos, uma vez que é simplificado nos seus circuitos, é linear e retilíneo, com entradas e saídas sem que haja o encontro dos aquistas. Estamos muito satisfeitos por termos estas instalações e ir ao encontro daquilo que as pessoas pretendem quando nos procuram. A abertura a 3 de Agosto será, com certeza, uma mais valia para o nosso território. GR: Uma aposta no turismo termal? JAM: Naturalmente, especialmente tendo em conta as condições terapêuticas que a água tem, nomeadamente para os nossos “Maiores”, mantendo a aposta termal, para além dos serviços de bem-estar e SPA. Há alguns serviços que não são efectuados, porque levamos a rigor as recomendações da DGS, nomeadamente sauna e banhos turcos. GR: Tem sentido, nos últimos tempos, mais movimento de pessoas na região? JAM: Há um fluxo maior de visitantes a Almeida e à região, e temos verificado isso, no estrito comprimento das recomendações da DGS, o que nos apraz registar. Os serviços da autarquia estão abertos para responder às solicitações, de preferência com mar36

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cação prévia. Temos todas as condições para receber bem quem nos visita. Almeida, fruto do seu vasto e valioso património, que é um museu ao ar livre, um museu aberto, convida a que as pessoas nos visitem e possam andar com toda a tranquilidade, vivendo o passado, a memória e a nossa história. A procura não é a que desejaríamos, porque queremos muito mais, fruto dos investimentos feitos, nomeadamente por particulares que nesta altura vivem com algumas dificuldades.

Termas da Fonte Santa

As águas minerais do complexo termal de Almeida brotam nas escarpas dos montes que formam o vale por onde corre o Rio Côa a uma altitude de 560m, a cerca de 3,5 km a noroeste da Vila de Almeida, distrito da Guarda. Envolvida por uma paisagem verde, é um ótimo destino para fugir ao stress do dia-a-dia, recarregando energias através do bem-estar que um programa termal pode oferecer. O complexo termal é constituído por uma área de tratamentos (balneoterapia), ginásios, sauna, banhos turcos, gabinetes de massagem e uma área médica constituída por sala de espera secretaria médica, gabinete médico e gabinete do diretor clínico, tendo como principais vocações, para além do bem-estar e combate ao stress, o tratamento de doenças do aparelho respiratório, doenças reumáticas e músculo-esqueléticas.


Decorrem nos próximos três meses

“Escolas de Verão” do Politécnico de Viseu juntam 120 alunos Arrancaram as oito “Escolas de Verão” do Instituto Politécnico de Viseu (IPV). Os 120 alunos vão, durante os próximos três meses, receber uma bolsa e integrar equipas e atividades de investigação em várias áreas.

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a abertura, a vice-presidente e coordenadora das Escolas de Verão, referiu aos participantes a importância “das competências adquiridas nestes cursos” e que as mesmas “sejam aplicadas posteriormente”, sublinhou Manuela Ferreira. Por sua vez o presidente do Politécnico de Viseu lembrou que “o conhecimento é fundamental” e “mais conhecimento implica maiores competências e aptidões para exercermos as nossas atividades no futuro”. João Monney Paiva salientou que o grande objetivo passa pela exercitação do “processo de aquisição de conhecimento, investigando a realidade”. O presidente do IPV sublinhou também a importância da componente social associada a esta atividade, com a atribuição das bolsas que vão permitir amenizar as dificuldades económicas dos estudantes, complementada com a possibilidade de adquirirem mais conhecimento. www.gazetarural.com

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Diários

de

Bordo

É de Mértola que falo hoje! Por: Luís Serpa Tinha planeado continuar com artigos sobre Palma. Queria falar sobre as ruas e praças daquela cidade, sobre as praias e campos da ilha de Maiorca. Sobre, no fundo, aquilo de que naquela ilha me apropriei e transformei em território meu, território vivido. Porém, estou em Mértola, outro dos «meus» territórios, outra das minhas vidas, dos meus amores geográficos e resolvi fazer jus ao título desta coluna: Diário de Bordos, dos ziguezagues, das deambulações – e é de Mértola que falarei hoje.

Andar numa destas ruas à noite é empurrar continuamente uma parede de silêncio. É de tal forma que uma vez em casa raramente ponho música. Seria tão adequado como fazer um striptease numa igreja ou pedir um leite com chocolate num bar. (Às vezes fujo a esta regra e escuto Hildegarde Von Bingen, porque não há melhor forma de exprimir o espanto e a gratidão. É um espanto telúrico, vem da terra e atravessa-me como as notas contece-me por vezes – quando tenho um carro à mão, o que não é dos cânticos da abadessa atravessaram os séculos.) frequente – sentar-me ao volante e deixar-me levar. Isto é quase literal: Os árabes diziam de Mértola que era o último poro carro vai para onde quer e eu limito-me a conduzi-lo. Claro que os trajectos to de Mediterrâneo e nessas coisas eles raramente variam um bocadinho em função do veículo, mas é óbvio que eles sabem esse enganam. É aqui que o Mediterrâneo começa, ou colher as estradas que mais lhes convêm. Estando à vontade em todo o tipo acaba, e isto pode ser confirmado de várias maneiras, de estradas, desde as de terra batida às mais rápidas, nunca lhes imponho incluindo aquela teoria segundo a qual o Mediterrâneo uma preferência. acaba onde acabam as oliveiras. O automóvel decide (ou mais frequentemente vai decidindo), eu vou Os arredores de Mértola são lindos e incluem as Miconduzindo e entendemo-nos às mil maravilhas. Um dia, uma dessas nãonas de S. Domingos, o porto do Pomarão – por onde, -decisões trouxe-me a Mértola. Eu vinha de Cascais, cheguei cansado e desde os romanos, se escoava o minério das Minas de decidi ficar a dormir aqui e regressar à base no dia seguinte. Era dia de S. Domingos –, o célebre Pulo do Lobo e uma série de Festival Islâmico, a vila estava cheia de vida, de encantos, de cheiros e lugares nos quais sabe bem perdermo-nos, deixarmo-nos ruídos, à beira rio havia (ainda há) uma pensão chamada Beira-Rio. conduzir pelo automóvel. Entrei, pedi um quarto, se faz favor, a senhora da recepção abriu muiO centro da vida social, intelectual e cultural da vila é o to os olhos e perguntou-me se eu tinha reserva, disse que não, ela expliCafé Guadiana (onde agora escrevo); ao lado, no mercacou-me com santa paciência que não havia um quarto livre num raio de do, fica a cafetaria Bom D+, que faz as melhores caipirinhas cinquenta quilómetros, insisti dizendo-lhe que não me importava, no que bebi desde que deixei terras brasileiras (e tem de camifundo só queria um quarto, ela disse-me que não tinha... Abrevio, não nho uma vista maravilhosa sobre o rio e as muralhas). quero maçar os simpáticos leitores: consegui um quarto e apaixoneiÉ praticamente impossível comer mal em Mértola. Todos -me por Mértola, mais ou menos ao mesmo tempo. os restaurantes são bons: o Esquina, o Muralha, o Salvador, o Acabei por ficar duas noites e voltei muitas mais vezes, desta vez Migas... Todos. Mas um, tal como no livro, é mais igual do que menos ingenuamente: sabia para onde ia e o que me esperava. Vim os outros. Chama-se Tamuje e eu desafio qualquer ateu a lá ir frequentemente de camioneta, vim de carro alugado, de boleia, vim comer. Ainda a refeição irá a meio e o incréu será acometido sozinho e acompanhado. Ficava sempre na Pensão Beira-Rio ate pela dúvida. No fim, estará convencido: Deus existe, chama-se aparecer o Hotel-Museu, que é ao lado; mais tarde acabei por aluAna Isabel e cozinha ali. Já me aconteceu chorar de comoção gar uma casa pequena, tradicional, no centro da vila. Não é com com um coelho em vinho tinto e cada vez que lá vou fico à palavras que se demonstra o amor, é com feitos. beira das lágrimas. Aquela senhora tem lugar garantido no céu. Falei há pouco dos ruídos e dos cheiros do Festival Islâmico, um Só espero é que seja daqui a muito tempo. Outra das provas da marco a não perder no calendário da vila (é em Maio dos anos existência de Deus é-nos dada pelo vinho Balanches. Vinhos, no ímpares) mas o que mais me atrai em Mértola é o silêncio. O siplural, o branco e o tinto, feitos nas redondezas. A combinação lêncio aqui é azul e branco, como as barras de sabão de Marselha Tamuje/Balanches é irrefutável e eu penso que todos a deviam e tal como elas deve ser cortado à faca, um bocadinho como um experimentar pelo menos uma vez na vida. (E o medronho, Luís? explorador corta lianas na floresta para progredir.

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Não falas do medronho? Claro que falo. Chama-se Cerca da Estrada e é feito em Almodôvar, ali logo ao lado. Mas há tantos mais...) Para além de inúmeros restaurantes excelentes, de ruas e casas lindas, de uma igreja que já foi mesquita e hoje é, aparentemente, o único exemplar de arquitectura islâmica remanescente no nosso país, de um castelo cuja visita vale cada passo até ao topo da colina, Mértola tem uma inacreditável quantidade de museus. São tantos que é conhecida por vila-museu. Mértola é um produto de luxo e como tal deve ser visitada e degustada. Com respeito, veneração, espanto e gratidão, muita gratidão: visitá-la é um privilégio e poder lá ir e chamar-lhe «minha» uma incomensurável sorte.

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