Gazeta Rural nº 370

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Em Terras de Trás-os-Montes eventos continuam suspensos até ao final de Novembro

Rota EN2 recebeu mais de 50.000 visitantes e gerou 20 milhões de euros Fins de semana gastronómicos da Turismo do Porto e Norte estão de regresso

Bacalhau em destaque nos fins de semana gastronómicos de Barcelos Famalicão promove ‘Dias à Mesa’ dedicados à cozinha vegetariana Município de Ponte de Lima prepara eventos equestres para 2021

Encontro Nacional de Tocadores de Concertina assinalado de forma simbólica Cultura e gastronomia na “Festa da Cataplana” em Castro Marim ‘Tondela Futuro’ é o mote das evocações do Feriado Municipal de Tondela

Ficha técnica Ano XV | N.º 370 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba | Júlio Sá Rego Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Liliana Vaz | lilivaz@gazetarural.com Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

Confraria ‘Grãs Vasco’ apresentou o livro “Viseu à Prova” Tradição e vindimas na Rota dos Vinhos do Dão “Será uma colheita com bons vinhos do Dão”, diz Carlos Silva Há ‘Fado & Vinho no Moinho’ na Mourisca Vinho da terceira geração da Quintas de Sirlyn ‘emergiu’ em Nelas

Adega de Penalva Reserva 2016 recebe medalha de ouro em Bruxelas Vinhos do Dão arrecadam 39 medalhas em concursos internacionais

Viseu lidera o ranking das cinco principais regiões não associadas a viagens turísticas de Verão Câmara de Trancoso projeta a criação do Museu da Cidade Câmara de Aguiar da Beira vai requalificar ‘Dólmen I do Carapito - Reconstituir a Mamoa’

Centro de Competências do Agroalimentar foi apresentado em Famalicão Memórias Rurais II – Por Gabriel Costa

Governo mantém apoio a pequenos agricultores para valorização do interior Ministra da Agricultura de a conhecer Agenda de Inovação para a Agricultura



Como forma de mitigação da pandemia

Em Terras de Trás-os-Montes eventos continuam suspensos até ao final de Novembro Os eventos estão cancelados nas Terras de Trás-os-Montes, pelo menos até ao final do mês de Novembro, como forma de mitigação da pandemia da COVID-19. A medida aplica-se aos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais e surge no seguimento da posição divulgada a 13 de Maio quando este Conselho Intermunicipal decidiu cancelar todos os eventos no território até ao final do mês de Setembro.

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endo em conta o quadro atual, com os últimos dados conhecidos a merecerem a preocupação acrescida dos autarcas e o reforço de medidas preventivas a decisão de prorrogação do prazo de suspensão de eventos foi assumida unanimemente pelos nove Presidentes de Câmara que compõem o Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes. A resolução foi tomada na última reunião deste Conselho e abrange feiras temáticas, festas populares, festivais e iniciativas análogas que impliquem ajuntamentos de pessoas. Esta é uma das respostas para evitar possíveis contágios e cadeias de contaminação potenciadas pela aglomeração de pessoas que estas iniciativas implicam. A decisão de prorrogar o cancelamento dos eventos será revista em função da evolução da situação pandémica, tendo sempre presente a necessidade de proteger a saúde pública. A exceções a esta medida aplicam-se a iniciativas que, pelas suas características, permitam a aplicação das normas de distanciamento e segurança em vigor.

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Revelado no seminário “Reinventar o turismo para a nova era” do BPI

Rota EN2 recebeu mais de 50.000 visitantes e gerou 20 milhões de euros A Rota EN2 já recebeu mais de 50 mil visitantes em 2020, com os turistas a registarem gastos médios de cerca de 400 euros, o que representa um impacto económico de 20 milhões de euros para os 35 municípios associados. A revelqação foi feita pelo presidente da Associação da Rota EN2 num seminário, em formato de webinar, organizado pelo BPI sob o tema “Reinventar o turismo para a nova era”

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Pedro Barreto, administrador do BPI referiu que o setor do turismo “duplicou o seu peso no PIB nacional entre 2009 e 2019”, e destacou que foi o setor “que mais contribui para a atividade exportadora do país” nesse período. Pedro Barreto referiu ainda que os empresários “têm mostrado a atitude certa” no atual contexto, mas defendeu que o setor precisa de medidas especiais de apoio devido à pandemia. Carlos Abade, administrador do Turismo de Portugal, também manifestou a preocupação da instituição com a necessidade de “reforçar as competências de gestão” do setor, tendo para tal lançado o Programa BEST– Business Education for Smart Tourism, um programa nacional de Ferràn Adrià defende que falta formação em adminiscapacitação que já apoiou mais de 50 mil empresários, empreendedores tração e gestão dirigida às pequenas empresas de rese gestores em temáticas como o digital, o marketing, os modelos de fitauração, salientando que, em Espanha, “90% dos restaunanciamento, a gestão financeira e operacional e os recursos humanos. rantes não fazem um orçamento anual”, pelo que poucos Aquela responsável destacou que o Turismo de Portugal pretende “genegócios estavam preparados para a atual crise de liquidez rar confiança em todos os atores da cadeia de valor”, e tem promovido e solvência. O fundador da elBullifoundation participou um trabalho de muita cooperação entre todas as entidades do setor no num seminário, em formato de webinar, organizado pelo sentido de assegurar que “o próximo ano será marcado pelo reatar da BPI sob o tema “Reinventar o turismo para a nova era”. atividade turística”. “A necessidade de atuar em rede e parceria tem Ferràn Adrià considera que “gastronomia é economia” e ajudado o turismo a crescer”, concluiu. que todas as escolas de turismo e cozinha deveriam “fomenUm exemplo do sucesso do trabalho em rede foi deixado por Luís tar a formação em gestão”. Machado, presidente da Associação da Rota EN2. Uma parceria entre O Chef espanhol aconselhou os empresários a desenvolve35 municípios portugueses, a Rota EN2, demonstra que “o Poder Lorem um plano de negócios a cinco anos, uma vez que a “crise cal é determinante para o desenvolvimento do território”, salientou vai ter um enfoque com esse horizonte temporal, no mínimo”. Luís Machado. A Rota EN2 já recebeu mais de 50 mil visitantes em “O que faz falta é gerir bem e ter qualidade”, salientou Adrià, 2020, com os turistas a registarem gastos médios de cerca de 400 alertando também para a necessidade de ter “capacidade de euros, o que representa um impacto económico de 20 milhões de transformação, e não necessariamente inovação”, para dar reseuros para os municípios associados. posta aos desafios e incertezas colocados pela pandemia. a ocasião, o Turismo de Portugal anunciou o lançamento de uma plataforma de e-commerce com centenas de experiências em Portugal para fomentar o turismo interno, enquanto o Chef espanhol Ferràn Adrià, fundador da elBullifoundation, aconselhou os empresários da restauração a desenvolverem planos de negócio a cinco anos para dar resposta aos desafios colocados pelos efeitos prolongados da crise.

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Durante todo o mês de Setembro

Fins de semana gastronómicos da Turismo do Porto e Norte estão de regresso Os Fins de Semana Gastronómicos, uma iniciativa do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) em articulação com os municípios, continuam a dinamizar os restaurantes da Região.

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sta iniciativa, que se apresenta como uma oportunidade para dar a conhecer os produtos certificados e únicos da região do Porto e Norte é, de acordo com o presidente da TPNP, Luís Pedro Martins, “um dos produtos turísticos que mais contribui para a coesão territorial e o combate à sazonalidade”. Alijó e Castelo de Paiva iniciaram o ciclo no passado fim de semana. O Bacalhau Frito à Lavrador, a Massa à Lavrador, as Filhoses de Vindima, o Fumeiro Tradicional, o Bife à Romaria e a Sopa Seca fizeram parte da ementa. No fim de semana de 18 a 20, o anfitrião da iniciativa é o concelho de Ponte da Barca, onde os visitantes terão a oportunidade de degustar pataniscas de bacalhau, posta barrosã e rabanadas de mel. No último fim de semana deste mês de Setembro, de 25 a 27, a iniciativa desce até ao Grande Porto, para marcar presença nos concelhos da Maia, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. Na Maia os apreciadores da boa gastronomia vão poder apreciar Bola de Cebola, Bacalhau à Lavrador e para rematar o tradicional Toucinho do Céu Maiato. Em Gaia a proposta passa pelos filetes de polvo com arroz do mesmo, as Tripas enfarinhadas com Broa de Avintes e Molho de Francesinha. Para a sobremesa chegam os Velhotes com Compota de Vinho do Porto. Já em Matosinhos não custa adivinhar que o peixe e marisco vão ser a principal proposta, rematando a refeição com leite creme. Os Fins de Semana Gastronómicos que, ainda nas palavras do presidente da TPNP, são “o maior projeto público-privado do país no que ao produto turístico de gastronomia e vinhos diz respei6

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to”, estão na sua décima segunda edição e envolvem 78 municípios, mil restaurantes, 500 empreendimentos turísticos, 350 quintas, adegas e espaços enoturísticos. À mesa destes Fins de Semana estarão, ainda, mais de 100 receitas de doçaria tradicional e conventual, 210 receitas tradicionais 50 produtos qualificados e vinho proveniente de cinco denominações. De referir que, por sugestão de cada Município participante, os empreendimentos turísticos, assim como os restaurantes aderentes à iniciativa, deverão aplicar uma percentagem de desconto, no mínimo de 10 por cento, sobre o preço de balcão nas noites de sexta-feira e sábado.


De 18 e 20 de Setembro, em 42 unidades de restauração

Bacalhau em destaque nos fins de semana gastronómicos de Barcelos O Fim de Semana do Bacalhau está de volta a Barcelos para mais uma edição entre os dias 18 e 20 de Setembro. A edição de 2020 conta com a participação de 42 unidades de restauração do concelho, que possuem um posicionamento forte na região e algumas receitas diferenciadoras.

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bacalhau é uma das iguarias mais afamadas da Cozinha Tradicional Portuguesa, e serão dezenas as interpretações e receitas que vão preencher as ementas das unidades de restauração local, desde o “bacalhau à lavrador”, passando pelo “bacalhau com broa”, na brasa, assado no forno, gratinado, na caçarola, com natas, até ao bacalhau recheado. Com o Fim de Semana do Bacalhau, o Município de Barcelos retoma a dinâmica promocional ligada às atividades gastronómicas com o intuito de atrair mais clientes aos nossos estabelecimentos.

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Entre 24 e 27 de Setembro em 10 restaurantes

Famalicão promove ‘Dias à Mesa’ dedicados à cozinha vegetariana A cozinha vegetariana é uma forma de alimentação que está cada vez mais em voga a nível mundial, sendo que o número de entusiastas está em constante crescimento. Foi a pensar nisso que o município de Vila Nova de Famalicão decidiu promover no último fim-de-semana de Setembro, entre 24 e 27, a iniciativa Dias à Mesa dedicada à Cozinha Vegetariana proporcionando uma experiência gastronómica repleta de cores e sabores.

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ez restaurantes do concelho responderam “sim” ao desafio, sugerindo uma refeição equilibrada, variada e capaz de despertar os vários sentidos, excluindo a carne e o peixe. Os restaurantes aderentes são o Alfa; o Attrevidu; o Bisconde; a Casa da Frangos de Baltar; Combinação de Sabores; Fusilli, Massa &Café; Moutados; Na Boca; Refresco e Vinha Nova. Refira-se que depois de um interregno de vários meses devido à pandemia da Covid 19, os Dias à Mesa regressaram no passado mês de Julho, atraindo muita gente aos restaurantes de Famalicão. Apesar da não realização dos eventos culturais que acompanham habitualmente a iniciativa, o regresso dos Dias à Mesa tem sido um sucesso. Uma das novidades desta edição é o “Passaporte Gastronómico”, que oferece um desconto de 10% nos restaurantes aderentes. Para além disso, o passaporte dá a oportunidade de jantar ou almoçar gratuitamente num restaurante à escolha. Depois da cozinha Vegetariana, os Dias à Mesa promovem a castanha e as massas, em Novembro.

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Nos meses de Maio, Junho, Julho e Agosto

Município de Ponte de Lima prepara eventos equestres para 2021 Com uma tradição equestre de raízes bem vincadas, Ponte de Lima tem vindo a evidenciar o seu caráter enquanto “Destino Equestre Internacional”, no âmbito de uma estratégia que tem colocado a Vila Mais Antiga de Portugal na linha da frente do circuito mundial.

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Este concurso promove a disciplina de Ensino a nível regional, nos Centros cavalo, enquanto produto de excelência do Hípicos, escolas ou outros centros de formação de cada Região. mundo rural, é hoje uma alavanca fundamenCom um número de participantes em crescendo, este evento contribui, tal para a promoção do concelho, numa ótica transnuma ótica de maior proximidade, para a dinamização e promoção do desversal à preservação da cultura e valorização do enporto equestre. dógeno, do desporto, do turismo, do lazer, e ainda, da dinâmica económica que imprime ao concelho. Apesar da atividade equestre, de larga escala, esJulho - Feira do Cavalo de Ponte de Lima tar suspensa na Vila por consequência da Covid-19, a A marca “Ponte de Lima Destino Equestre Internacional” tem como base mesma não cessou, com o Município a trabalhar na rea Feira do Cavalo, um evento premiado pelo Turismo de Portugal, que muiprogramação da atividade que estava prevista, e com os to tem contribuído para a dinamização da Vila e da região do Alto Minho. agentes locais em processo de readaptação a uma nova Este evento âncora, atua como excelente via de promoção do turismo realidade. Através da dinâmica equestre, a autarquia mie dos produtos limianos no estrangeiro, fazendo rumar a Ponte de Lima nhota procura contribuir para a estabilização económica importantes ganadarias e criadores. e social da região, com um sentido de compromisso e responsabilidade para com os atores de um setor a valorizar. Agosto - Jogos Equestres Contextualizando e adaptando as medidas às especiRealizados pela primeira vez em 2017, e anualmente desde então, os ficidades de cada evento, o Município de Ponte de Lima Jogos Equestres juntam diferentes disciplinas num mesmo espaço, inapresenta um calendário de cinco eventos, divididos entre fraestruturado especificamente para o propósito, a Expolima. A cada os meses de Maio, Junho, Julho e Agosto de 2021: disciplina correspondem um conjunto de provas, a decorrer por vezes em paralelo, sendo que os seus resultados pontuam para várias comMaio - CSI – Concurso de Saltos Internacional de Ponte de petições externas à decorrente. Lima O CSI – Concurso de Saltos Internacional de Ponte de Lima Concurso Nacional de Saltos - O Concurso Nacional de Saltos é um é considerado um dos melhores eventos equestres internaevento “outdoor” que motiva de uma série de dinâmicas que se alarcionais em “outdoor” na disciplina de Saltos de Obstáculos. gam do campo desportivo, ao cultural, e deste último, ao económico, A qualidade superior das infraestruturas, e a consistência dinamizando a região no contexto nacional. da prova de alta competição, atraem largos números de cavaA seu tempo, as datas destes eventos que procuram garantir a los e cavaleiros nacionais e internacionais, a este evento que defesa e a prossecução dos interesses do setor, alavancando os represtigia a região e a alta competição. cursos que a região dispõe, serão divulgados, e os mesmos realizados, de acordo com as indicações emanadas pelas autoridades Junho - Concurso de Ensino de saúde. www.gazetarural.com

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Barrenta propõe 10 horas de música ao longo de 105 km

Encontro Nacional de Tocadores de Concertina assinalado de forma simbólica O XIX Encontro Nacional de Tocadores de Concertina da Barrenta vai decorrer este ano num formato diferente, em consequência da pandemia por Covid-19. Esta iniciativa, que habitualmente decorre no último sábado de Setembro, desde 2001, vai acontecer na internet e vai levar dois camiões palco vão percorrer as aldeias do Município de Porto de Mós, durante 10 horas de música, num total de 105 quilómetros em pleno coração da Serra de Aire e Candeeiros.

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ão podemos fazer o encontro no formato que sempre fizemos, mas não quisemos deixar de assinalar este dia, que é esperado por muitos tocadores de concertina que se deslocam até à Barrenta ano após ano, mas também, para as populações das aldeias do Município de Porto de Mós, que nos apoiam incondicionalmente”, explica Ricardo Pereira, presidente do Centro Cultural da Barrenta. Desta forma, e com o apoio de várias entidades locais, o Grupo de Concertinas da Barrenta, num total de cerca de 20 músicos, vai percorrer as aldeias do Município de Porto de Mós, levando música em segurança, durante 10 horas, num total de 105 km, percorridos em plena Serra de Aire e Candeeiros. “Só foi possível concretizar esta ideia, com o apoio do Município de Porto de Mós, e com todas as Juntas de Freguesia, para que pudéssemos delinear um caminho que abrangesse o máximo de pessoas possível, sem que houvesse necessidade de saírem de suas casas, mas mesaldeia na Serra de Aire, com toda a segurança, evitando as mo assim pudessem desfrutar um pouco da nossa música”, esclarece o habituais multidões que ali se deslocam. responsável. “É um caminho exigente e ambicioso, porque é extenso, Habitualmente, esta iniciativa realiza-se no último sábado são muitas horas, mas pensamos que valerá a pena”, diz ainda Ricardo de Setembro, desde 2001, e leva à pequena aldeia da BarPereira. renta, no concelho de Porto de Mós, centenas de tocadores Em paralelo, Barrenta ComVIDA, XIX Encontro Nacional de Tocadode concertina de todo o país. Este ano, todos estes grupos res de Concertina On-line, irá acontecer online a partir das 17 horas, foram convidados a participar num encontro que acontecerá na página oficial do Facebook do Grupo de Concertinas da Barrenta. online, e será transmitido nas redes sociais, assinalando assim Estão já confirmados mais de 30 grupos de tocadores de concertina este dia de forma especial. oriundos de todo o país. Este momento irá não só divulgar os todos Este pequeno lugar, na União das Freguesia de Alvados e Algrupos que participam e a cultura que engloba a concertina, e que caria, conta com cerca de 38 habitantes, e em 2019 acolheu nestes tempos de pandemia não têm tido oportunidade de mosmais de 500 tocadores de concertina e milhares de visitantes. trar o seu empenho e dedicação, mas também dar a conhecer a O primeiro encontro foi em 2001 e envolveu cerca de 40 toregião e muito dos seus pontos atrativos sobretudo no que toca à cadores, com o objetivo de poder dar “vida” a uma aldeia que só Serra de Aire. Esta iniciativa promete assim ligar centenas de topor si iria desaparecer com o passar dos anos se nada fosse feito cadores e respetivos grupos através dos seus lugares à pequena para ter alguma visibilidade. 10

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Até 17 de Outubro em 12 restaurantes do concelho

Cultura e gastronomia na “Festa da Cataplana” em Castro Marim A iniciativa não é nova, mas assume agora uma importância maior do que nunca. A Festa da Cataplana, que geralmente acontecia em Junho, decorre este ano até 17 de Outubro, procurando contribuir para colmatar os devastadores efeitos económicos que o combate à pandemia da covid-19 tem gerado, bem como colmatar alguns efeitos de uma época já tipicamente baixa.

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Ainda não é desta que a feira não se realiza

Vila Pouca de Aguiar recebe Feira das Cebolas a 25 de Setembro

s segredos da Cataplana, temperada com o “melhor sal do mundo”, regressam ao concelho de Castro Marim, nesta que é a sexta edição da Festa da Cataplana, uma iniciativa da Câmara de Castro Marim que pretende dinamizar turística e economicamente o território. À iniciativa aderiram 12 restaurantes do concelho, que irão apresentar, pelo menos, dois tipos de cataplana, com preços atrativos e diferenciadores. Apesar da de marisco ser das cataplanas mais procuradas, os restau25 de Setembro é sempre o dia da Feira das Cebolas, rantes estão a preparar também cataplanas de polvo, bacalhau, tamboril, em Vila Pouca de Aguiar. Por ser ano atípico, as ativicabrito e lombinho de porco. Nesta edição, a autarquia integrou um eledades cingem-se apenas ao dia da feira e com medidas mento diferenciador, que é a animação musical. Todos os restaurantes de prevenção asseguradas. aderentes serão, durante este período, animados por agentes culturais locais. principal objetivo está garantido que a compra e A Festa da Cataplana, que começou no passado dia 13 de Setembro, venda de produtos do campo (cebola, alho, tomate, pretende promover e fomentar a cultura, a economia e a gastronopimento, malagueta, mel, compotas, cogumelos e muitos mia locais, atraindo o público procura a qualidade e o diferencial gasoutros). Além da feira, as atividades do dia, em especial da tronómico e assim impulsionando a dinâmica económica, este ano parte da manhã, são o concurso da cebola, a arruada com particularmente fragilizada, depois de um Verão vivido no contexto concertinas e o teatro de rua. pandémico e cujas quebras no turismo foram responsáveis por tripliMeia centena de produtores vindos de diferentes zonas car o desemprego no Algarve. “Num ano tão difícil em termos ecodo concelho e da região estarão nas praças envolventes aos nómicos e de saúde pública, existe a necessidade, em harmonia com Paços do Concelho. De ano para ano há uma maior adesão de as medidas vigentes de saúde pública, ter um estímulo integrado e produtores aguiarenses. Este ano, a autarquia distribuiu perto equilibrado à economia local, interligado com a cultura e com os de 170 mil pés de cebolo para incentivar à produção e à preagentes locais culturais”, realçou a vice-presidente e vereadora da sença de produtores locais na feira. Cultura da Câmara de Castro Marim, Filomena Sintra. Tem 700 anos o mais antigo documento que refere a feira A organização apela a que o público faça a sua reserva junto aguiarense (documentos mostram que em 1319 esta feira foi dos restaurantes aderentes, bem como ao respeito pelas medidas proibida por D. Fernando, por prejudicar a feira de Vila Real; a de prevenção da COVID-19 - a higienização das mãos, a etiqueta restituição da feira é rubricada em Setembro de 1417, por D. respiratória e o distanciamento físico. João I).

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Programa de comemorações cumpre das regras da DGS

‘Tondela Futuro’ é o mote das evocações do Feriado Municipal de Tondela

Pública, que terá lugar na Oficina de Artes Criativas, onde serão dados a conhecer os investimentos industriais e comerciais do domínio privado no concelho de Tondela que se encontram em curso, ou com calendário previsto para se concretizarem, e que no seu todo ultrapassam os 60 milhões de euros de investimentos.

Programa para 16 de Setembro: 08h30 - Hastear da Bandeira nos Paços do Concelho de Tondela 08h45 - Hastear da Bandeira no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Tondela 09h00 - Romagem ao Cemitério 10h30 - Inauguração obras de ampliação dos Bombeiros Voluntários de Tondela A Câmara de Tondela assinala este ano o Dia do Município sob o mote 11h00- Sessão Solene evocativa 97ª Aniversário dos ‘Tondela Futuro’. Na apresentação do programa, o presidente José AnBombeiros Voluntários de Tondela tónio Jesus lembrou que, em situação de normalidade, por estes dias 15h00 - Missa Solene (Parque Urbano de Tondela) estaria a ser concluída a preparação da FICTON, a maior montra do po17h30 - Lançamento Oficial da 2ª fase das obras de retencial económico, social, associativo e cultural, a par da dinâmica asqualificação da Escola Secundária de Tondela sociada à gastronomia, aos produtos locais, ao artesanato. 18h00- Sessão Solene Evocativa do Feriado Municipal - Parque Urbano de Tondela (Dependendo da situação staríamos de portas abertas para receber os milhares de pesclimatérica e da alteração das normas da DGS, o prograsoas que nos visitam, que vivem e sentem a nossa identidade, ma do parque urbano poderá ter de ser deslocado para o que partilham e constroem connosco esta vivência permanente, de Pavilhão Municipal) ambição num futuro sempre mais promissor, referiu o presidente da • Reconhecimento dos alunos de Mérito, do ano letivo Câmara de Tondela. José António Jesus acrescentou que “esta nova 2019/2020, das Escolas do 2º, 3º ciclo, Secundárias e Prorealidade não nos afasta do objetivo permanente de promover a consfissional de Tondela. trução do concelho de Tondela e, por isso, move-nos o desafio diário • Entrega de Galardões Municipais de Mérito a: de adaptação às circunstâncias indo sempre ao encontro daquilo que Ricardo Loureiro – Campeão do Campeonato de Portugal nos define: cimentar sempre mais e mais a construção de um territóde Clássicos de Montanha. rio de bem-estar”, destacou. António Gouveia – Investigador, ex-diretor do Jardim BotâO Feriado Municipal assinala-se este ano de forma diferente, no nico e ex-diretor do Parque de Serralves. estreito respeito pelas normas da DGS, que vigorarão a partir do dia ALS/Controlvet – Projeto Nacional pioneiro para produção 15, no cenário de Estado de Contingência. de Kits COVID – 19. “Tondela é futuro, porque não se esgota no presente. Tondela é Gustavo Cunha – Campeão Nacional de escalada no escalão hoje um território onde impera o crescimento económico, reafirde minis e infantis. Top 5 nacional de todos os escaladores. mado nos próximos dias através da evidência dos elevados invesGalardão Municipal de Valor e Altruísmo a título póstumo ao timentos das nossas empresas que aqui encontram as melhores Padre António Rocha. condições para perspetivar um futuro próspero”, salientou José • Atuação Musical da Sociedade Filarmónica de Tondela António Jesus. 21h30 - Grupo Coral da Casa do Povo de Tondela Refira-se que para 18 de Setembro está marcada uma Sessão

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Uma obra que “vem preencher uma lacuna na cidade e na Beira Alta”

Confraria ‘Grão Vasco’ apresentou o livro “Viseu à Prova” ‘Viseu à Prova é o décimo sétimo livro editado pela Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. A apresentação esteve prevista para Abril, mas devido à situação que o mundo atravessa só este mês foi possível dar a conhecer esta obra, no âmbito do programa do “Cubo Mágico”, que decorre em Viseu até 21 de Setembro.

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leva para além do que estamos a ler e coloca-nos em ditado com o apoio do programa ‘Viseu Cultura’, da Câmara de Viseu, contacto com as nossas emoções, com os sabores e as o livro é, segundo Jorge Sobrado “um estímulo à descoberta dos sabocores da comida, mas também de forma a vivenciarmos res da Beira”. Com autoria de Joana Barros, o ‘Viseu à Prova’ contou com a uma experiência gastronómica”. colaboração de diversas personalidades ligadas ao vinho e à gastronomia, Joana Barros adiantou que está a pensar já num novo mas também às tradições populares da Beira Alta. livro. “Gostava de adaptar este conceito, de uma forma “É um livro especial, que tem a ver com a nossa gastronomia”, salienmais completa, a todas as áreas do turismo, nomeadatou o Almoxarife da Confraria Grão Vasco. José Ernesto Silva realçou o mente toda a envolvência de visitação de um destino”. trabalho da autora, mas também de todos quantos colaboraram nesta publicação, numa “abordagem diferente à nossa gastronomia, às nossas Esta obra “vem preencher uma lacuna receitas tradicionais e às nossas tradições”. O responsável da Confraria na cidade de Viseu e mesmo na Beira Alta” refere que “há páginas do livro onde as pessoas podem escrever as suas receitas ou tomar notas sobre um prato que comeram num restaurante Na apresentação do livro o vereador com o pelouro da e que lhes deixou água na boca. No futuro pode ter um livro de reCultura da Câmara de Viseu começou por referir que “esta ceitas que ela própria ajudou a elaborar”. Para José Ernesto Silva “é obra vem, de algum modo, preencher uma lacuna da cidade importante esta divulgação, porque Viseu é o coração da gastronomia de Viseu, e mesmo na Beira Alta, relacionada com um estíportuguesa”. mulo à descoberta dos sabores da Beira, afirmou Jorge SoO Almoxarife adiantou que a Confraria ‘Grão Vasco’ irá em breve brado, salientando que este livro “não é um inventário, uma lançar uma nova publicação. O “Baú de Encantos - Saberes e Sabores carta gastronómica ou um receituário, mas sim um guia de da Literatura Oral” tem autoria Odete Madeira e Rui Figueiredo, “fala experiência, que, de certa forma, guia e orienta turistas e vidas nossas tradições populares e é um livro que tem muito trabalho sitantes, mas também os viseenses, que queiram ter uma desde investigação na área da nossa cultura popular”. coberta qualificada, orientada e assistida áquilo que é a nossa Já a autora do ‘Viseu à Prova’ destacou os três elementos que gastronomia e o nosso património à mesa”. estiveram na génese do livro, e que são “a gastronomia, o turismo O livro está dividido por capítulos, que vão desde os queijos, e as emoções”, bem como “a experiência que se vive nos destinos aos vinhos, aos pratos principais e às sobremesas. Há uns paique se visitam”. “Foi a junção destes três elementos que decidi néis e referências que orientam o leitor, o visitante, o turista ou o avançar, com o indispensável apoio da Confraria”, referiu Joana viseense “para descobrir aquilo que constitui a paleta dominanBarros, que destacou as pessoas que colaboraram na sua criação. te dos sabores e das experiências dos produtos da terra”, acresA autora considera que este “não é um livro para se pegar centou o vereador da Cultura, sustentando que é também “um e ler, mas sim para ser preenchido pelo utilizador, porque nos 14

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O responsável pela área da Cultura na autarquia viseense adiantou que “há ‘gancho’ para se continuar a falar da gastronomia outros trabalhos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do Viseu Cultura, de Viseu, que tem no país e no mundo pergaminhos subordinados a esta área. É um conjunto de trabalhos que são um ‘ecrã’ para muito conhecidos”. se falar da gastronomia de Viseu e de um património cultural imaterial que Jorge Sobrado recordou que este trabalho “resulta é muito importante e que permite também um acervo de ciência e conhecitambém de um repto que lançamos em 2018, - na almento”, sustentou Jorge Sobrado. tura em que se assumiu e elegeu Viseu como Destino A terminar Garcia Mendes, presidente do Conselho Consultivo da ConNacional de Gastronomia, - a um conjunto de espefraria Grão, realçou “o trabalho desenvolvido pelo Almoxarife José Ernesto cialista e atores culturais, para que se desenvolvesse Silva, para arranjar apoios e dinamizar as actividades da Confraria”, agraconhecimento e promoção daquilo que é a identidade decendo também à Câmara de Viseu, nas pessoas do presidente Almeida gastronómica de Viseu à Prova”. Nesse âmbito, acresHenriques, e do vereador Jorge Sobrado, “o apoio dado às actividades da centou Jorge Sobrado, “está a ser concluída a Carta Gasconfraria, nomeadamente na edição de livros sobre a nossa cultura e tratronómica de Viseu, o tal inventário que será uma obra dições populares”. de referência que vai das origens até às práticas atuais De referir que a Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ gastronómicas de Viseu. Faz uma reconstituição históritem confrarias-irmãs no Rio de Janeiro e Manaus, no Brasil; Zurique e ca, das condições de solo e clima do concelho de Viseu e Sierre, na Suíça, e Toronto, no Canadá, tendo em fase de organização noda sua envolvente, do nosso receituário tradicional, mas vas confrarias na Flórida, nos Estados Unidos, e Marly le Roy, em França. é também uma viagem histórica até aos nossos dias”. A Grande parte das publicações editadas pela Confraria são oferecidos às Carta Gastronómica de Viseu abordará as sobremesas concomunidades portuguesas onde está representada. ventuais ou das origens mitológicas do Rancho à Moda de O livro ‘Viseu à Prova’ pode ser adquirido pelos interessados na ConViseu, até às práticas da comida vegetariana, mas com os fraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. produtos da terra beiraltinos, com a nossa identidade”.

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Há eventos até ao início de Outubro

Tradição e vindimas na Rota dos Vinhos do Dão Esta é a época mais especial e agitada do ano no mundo vínico. Por isso, muitos produtores do Dão prepararam programas especiais para aqueles que queiram viver a experiência única das vindimas. Junte-se à azáfama nas vinhas no Dão, seja estreante ou repetente nesta experiência única. Para viver esta tradição em pleno, os produtores da Rota dos Vinhos do Dão prepararam programas especiais que não vai querer perder.

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tos da Quinta enquanto degusta alguns dos néctares Quinta de São Francisco começou a campanha no início da terceira seali produzidos bem harmonizados com produtos da mana deste mês, com a Vindima no “berço” dos vinhos Chão da Quinregião. Este programa tem um custo de 50 euros por ta. O programa consiste na apanha da uva manual, no acompanhamento da pessoa, sendo que dos 12 aos 17 anos são 30 euros e uva à adega, em conhecer o processo de seleção na mesa de escolha e a sua dos 5 aos 11 anos, 10 euros. transformação subsequente. Por fim, haverá um piquenique com prova de Pode completar este programa criou-se a competivinhos Chão na Quinta. Este programa estará em vigor até 30 de Setembro ção “Pisa pé” que consiste numa atividade em família e tem um custo de 30 euros por adulto e de 15 euros por criança entre os ou com amigos, em que é necessário atingir um obje6 e os 14 anos (preços sujeitos a confirmação com o produtor). Para os que tivo. É necessária reserva antecipada obrigatória. Este gostam de aventura e da tradição, podem adicionar o momento de pisa a complemento tem um custo adicional de 10 euros por pé num dos lagares centenários que será utilizado na vinificação da casta pessoa, sendo que as crianças dos 5 aos 11 anos pagam da Touriga Nacional. mais 5 euros. (todos os preços estão sujeitos a confirmaJá na Quinta dos Monteirinhos as boas-vindas aos visitantes serão dação com o produtor). das na tarde de 30 de Setembro, com a distribuição de um kit (composto Na Quinta da Taboadella a experiência está disponível por uma t-shirt de vindima, um boné e uma máscara social customizadurante o mês de Setembro e é necessária a reserva anteda). Após esta receção, realiza-se a Vindima do Encruzado, finalizando cipada. A quinta, projeto da família Amorim no Dão, dispocom um jantar vínico com animação. Por fim, é possível também particinibilizará o material para vindima, que será realizada numa par na Vindima do Touriga Nacional no dia 5 de Outubro, em que estão das parcelas da vinha, e o programa inclui ainda uma visita incluídos uma merenda e um almoço popular. Estes programas têm o à vinha, à adega, a Barrel Top Walk, prova de vinhos Villae e custo de 25 euros por adulto, 18 euros para adolescentes dos 13 aos piquenique. O valor é de 50 euros por pessoa, 25 euros para 18 anos e gratuito para crianças até aos 12 anos. Para quem quiser ir crianças dos 12 aos 17 anos e 14 euros para os menores de em grupo, há também um pack grupo (mínimo quatro pessoas) dis12 anos. (todos os preços estão sujeitos a confirmação com ponível por 20 euros por pessoa (preços sujeitos a confirmação com o produtor). o produtor). O programa de vindimas da Lusovini (Pedra Cancela) comeDe 21 de Setembro a 5 de Outubro, o espírito das vindimas proça com um brinde com espumante, seguindo-se um passeio mete contagiar todos na Soito Wines. Na Quinta do Soito, a partir pela vinha com explicação das diferentes castas e depois os vidas 9,30 horas, receba o seu Kit vindimas e acompanhe a equipa sitantes podem colocar as “mãos” ao trabalho. Após a vindima para as vinhas. A etapa seguinte irá levá-lo à adega, onde partiserá servido o almoço na Taberna da Adega e haverá uma visita cipará no processo de vinificação. Começa no tapete de escolha, à adega e zona de vinificação e uma prova de mosto. O dia termiselecionando as melhores uvas e pode acompanhar o técnico que na com um piquenique na Vinha da Fidalga. O valor da experiênlhe dará a conhecer as várias etapas que decorrem até à fermencia é de 65 euros por pessoa, as crianças dos 9 aos 12 anos usutação. Depois de umas horas extenuantes, mas bem passadas, é fruem de um desconto de 50% e para as crianças até aos 8 anos possível aproveitar para relaxar e deixar-se envolver nos encan16

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a experiência é gratuita. (todos os preços e a data de realização deste programa estão sujeitos a confirmação com o produtor). Na Quinta Madre de Água a experiência das vindimas está disponível de 28 de Setembro a 2 de Outubro. O programa foi delineado para dois dias e inclui uma visita à quinta e degustação de produtos Madre de Água no primeiro dia. No segundo dia, após o pequeno-almoço, os visitantes começam a vindima, seguindo-se um almoço temático e visita à adega em Penalva do Castelo. Após o regresso ao hotel da quinta, os visitantes poderão degustar um jantar vínico. O preço da experiência é de 420 euros (2 noites para 2 pessoas). (todos os preços estão sujeitos a confirmação com o produtor). De salientar que todos os produtores implementaram medidas de segurança, devido à COVID-19, como o uso de máscara obrigatório; distanciamento de 1,5 a 2 metros entre pessoas em qualquer momento; desinfeção dos equipamentos; disponibilização de gel desinfetante nos espaços a utilizar. Para mais informações os interessados poderão contactar a Rota dos Vinhos do Dão através do telefone 232 410 060 ou do email rotadovinho@cvrdao.pt. Além disso, no âmbito do evento Cubo Mágico, promovido pela Câmara Municipal de Viseu, haverá um dia – 19 de Setembro - dedicado à Festa das Vindimas e que conta com a participação de produtores da região. Para mais informações basta aceder ao site: https://cubomagicoviseu.pt/festa-das-vindimas

Rota dos Vinhos do Dão: A Rota dos Vinhos do Dão, promovida pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, tem como objetivo promover o Enoturismo na Região Demarcada dos Vinhos do Dão. A sede da Rota dos Vinhos do Dão situa-se no Solar do Vinho do Dão, em Viseu, num espaço designado “Welcome Center”, que acolhe o enoturista e proporciona-lhe uma experiência de prova de vinhos dos diferentes aderentes da Rota, a possibilidade de compra de vinhos, visionamento de filmes promocionais e exposições de arte. www.gazetarural.com

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O enólogo Carlos Silva e a vindima que já decorre

“Será uma colheita com bons vinhos do Dão” O Branco Índio Rei Grande Reserva 2017 foi o vencedor, na categoria de vinhos brancos, do Concurso de Vinhos Eng.º. Augusto Vilhena, que se realiza no âmbito da Feira do Vinho do Dão em Nelas.

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vinho do produtor Amora Brava tem a ‘marca’ de Carlos Silva, um dos mais reputados enólogos da região do Dão e que, com este prémio, vê reconhecido “o trabalho que tem desenvolvido em prol deste projecto”, referiu à Gazeta Rural. Nesta entrevista, Carlos Silva olha para a vindima deste ano e diz que será “uma boa colheita”, da qual se esperam “bons vinhos do Dão” Gazeta Rural (GR): O que representa o prémio do melhor vinho branco no Concurso de Nelas? Carlos Silva (CS): Acima de tudo representa um reconhecimento do trabalho que se tem desenvolvido em prol deste projecto. Significa que estamos no caminho certo, no que respeita à qualidade dos vinhos produzidos, e faz-nos aumentar a responsabilidade de fazer melhor ano após ano. GR: O que distingue esse vinho? CS: É um vinho elaborado a partir da casta ‘Encruzado’, proveniente de um terroir singular. Pretende-se demonstrar todo o potencial da casta num vinho único. Efectivamente, a casta é extraordinária quando bem acompanhada em todos os passos da sua criação. GR: Como se faz um grande vinho? CS: Um grande vinho é feito a partir de boas uvas, colhidas no ponto exacto de maturação e vinificado com todos os cuidados possíveis, para além de termos sempre uma boa dose de empenho e dedicação a todos os pormenores da sua vinificação e estágio. Respeitar o tempo e a nossa honestidade são também elementos essenciais para conseguir um grande vinho. 18

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GR: Olhando para a vindima deste ano. Como a antevê? CS: Será um ano com menor produção, onde se estima uma quebra de cerca de 30 %, segundo as indicações que correm. Para já as uvas apresentam boa maturidade, alguma falta de acidez resultado do tempo quente que assistimos. Para todos efeitos deposito boa esperança nesta colheita para obter bom vinhos GR: Em termos de acompanhamento da vinha por parte dos produtores, a pandemia teve ou tem algum efeito na campanha deste ano? CS: Pelo que tenho assistido não tem havido problemas. As pessoas têm desenvolvido os trabalhos de campo com normalidade, assim como na adega. Contudo, paira sempre o receio de surgir algum foco de contaminação que possa parar uma vindima. Mas julgo que respeitando as normas vai todo decorrer bem.

GR: Que vinho poderemos esperar da colheita deste ano? CS: Até ao lavar dos cestos é vindima. Até ao momento, como referir, estou a prever uma boa colheita. Espero que a chuva não venha a causar danos para aqueles que ainda têm uvas para vindimar. Contudo, julgo que será uma colheita com bons vinhos do Dão.


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Uma iniciativa da Câmara de Setúbal, a 25 de Setembro

Há ‘Fado & Vinho no Moinho’ na Mourisca

Noites de fado com a participação de artistas de Setúbal, acompanhadas de degustações gastronómicas, têm lugar o ‘Fado & Vinho no Moinho’, a realizar pela primeira vez, a 25 de Setembro, na Mourisca. As noites de fado serão sempre acompanhadas de degustações de caldo verde, vinhos e queijos da região.

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novo evento engloba diferentes concertos na noite de dia 25 pelos fadistas Maria do Céu Caetano, Freud Mamede e Inês Pereira, acompanhados pelos guitarristas Casalão Zorro e Carlos Pinto, na Sala Museológica das Mós do Moinho de Maré da Mourisca. O Fado & Vinho no Moinho, organizado pela primeira vez pela Câmara de Setúbal, em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, é constituído por um programa com várias sessões, cada uma com fadistas convidados diferentes, sempre entre as 21,30 e as 24 horas. O evento, com início a 25 de Setembro, tem outras sessões agendadas, nomeadamente a 30 de Outubro, com Nuno Rocha, Maria do Céu Freitas e Sara Margarida, acompanhados à guitarra por Eduardo Silva e Jorge Pimentel. Está agendada nova edição, a 27 de Novembro.

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É um ano fantástico para os vinhos de Tondela

Vinho da Quintas de Sirlyn premiado em Nelas homegeia “Avô Videira” O Quintas de Sirlyn - Grande Reserva 2016 (Avô Videira) foi o vencedor, na categoria de vinhos tintos, do concurso da XXIX Feira do Vinho do Dão, certame promocional de grande projeção da Região Demarcada do Dão, que homenageia Augusto Vilhena, o grande impulsionador do Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas.

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do Dão, o produtor considera que não foi apenas nesta ste prémio é o reconhecimento das potencialidades dos vinhos do região demarcada que se verificaram alterações signiconcelho de Tondela, em particular deste produtor de Santa Ovaia ficativas. “Há três ou quatro décadas o vinho era feito de Cima – Canas de Santa Maria. As Quintas de Sirlyn são propriedade do por quem tinha alguns conhecimentos. Depois algumas casal Augusto Teixeira e Maria do Rosário Teixeira. escolas e faculdades criaram cursos na área de Enologia, Augusto Teixeira considera que este prémio ‘mostra’ o vinho que pronomeadamente em Lisboa, Porto e Vila Real), e a partir duz, as marcas que comercializa e a própria quinta. De autodidata, este desse momento o ‘conhecimento’ chegou ao setor. Este produtor foi fazendo várias formações ligados ao vinho. “Comecei por ler foi um passo importante para que se tivesse dado um sallivros, artigos sobre vinho e a fazer testes. O curso foi só mesmo para to considerável em termos quantitativos e qualitativos”, dizer que o tenho”, afirmou, enquanto Maria do Rosário Teixeira lembra referiu Augusto Teixeira. Contudo, lembra que não são os o tempo em que o marido “andou a caminhar (um ano) para Vila Real enólogos que fazem os grandes vinhos. Estes começam nas para fazer o mestrado”. vinhas, com boas uvas, mas o território e o clima entram O produtor diz que a Quintas de Sirlyn é hoje muito diferente daquenessa avaliação. “De uvas más nunca sairá um vinho bom”, la que encontrou em 2002. O espaço agrícola da família era dos pais, sustenta. que por sua vez já o tinham herdado do avô. A terceira geração foi Empenho, determinação e dedicação fazem a diferença. iniciada nos anos 40. As primeiras vinhas, à entrada da quinta, foram “Tenho umas técnicas minhas, que não se ensinam na escoplantadas pelo avô em 1950. la, segredos que se aprendem com muita prática”, salienta o A atividade comercial da Quintas de Sirlyn foi iniciada em 2012, produtor, mas “o caminho para fazer melhor vai continuar”. com o lançamento do primeiro vinho. Antes, Augusto Teixeira, engePorém, salienta, “há muitas marcas que fazem ótimos vinhos e nheiro de formação, viajou pelo mundo e andou pela Austrália, Esnós somos apenas mais uma”, pelo que o caminho “é a diferentados Unidos, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, etc. Entre 2002 e 2012 ciação”. “Já se faz vinho há quatro mil anos e não há muito mais a relação com o vinho foi em part-time. Fazia vinho para dar aos técnicas que se possam aplicar, para além de alguma tecnoloamigos. Quando começou a sério, nunca mais parou. “Fui aprengia”, sustenta Augusto Teixeira, que tem os seus segredos, mas dendo aos poucos, cometi muitos erros, deitei vinho fora, mas de sente-se desconfortável quando se fala de vinhos naturais. “Isso há alguns anos a esta parte isto já não acontece”, lembra com um é enganar as pessoas”, atira de pronto. sorriso maroto. Pelo meio, a esposa, Maria do Rosário Teixeira, destaca alguns Questionado sobre o que mudou nos últimos 20 anos no vinho 22

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fatores preponderantes sobre o trabalho feito pelo marido na Quintas de Sirlyn. “Tem uma característica muito importante, é perfeccionista e nunca desiste. Nas várias áreas em que tem trabalhado, quando quer atingir um objectivo não descansa enquanto não chegar lá”, salienta. Augusto Teixeira ‘correu mundo’ e não tem dúvidas em afirmar que Portugal “tem dos melhores vinhos do mundo”. “Os franceses têm vinhos tão bons quantos os nossos, mas são quatro vezes mais caros”. Maria do Rosário Teixeira reforçou as palavras do marido, destacando um pormenor importante: “Há bons vinhos em todo o mundo, quase todos de castas francesas, enquanto nós temos castas nossas, autótones, que dão vinhos completamente diferentes”. E este é um fator que Rosário Teixeira considera “pode trazer-nos dificuldades nos mercados internacionais”, mas “são uma mais valia, porque são vinhos completamente diferentes e de alta qualidade”. Augusto Teixeira lembra que em mercados como Estados Unidos, Brasil ou noutros países da América do Sul o consumidor não compra marcas de vinho, mas sim castas. “Nos rótulos, em destaque, aparece a casta, como por exemplo o “Pinot Noire”,

e só depois o nome do produtor”. Maria Rosário Teixeira lembra que Portugal “é um país que se destaca pelos ‘blend’ (vinhos de lote), enquanto lá fora dão importância à variedade de uva”, mas lembra que “as castas portuguesas fazem vinhos completamente diferentes”. Os produtores finalizam dizendo que este prémio “é bom para o nosso concelho e põe Tondela no mapa dos vinhos da região”, embora, fique pelo meio um lamento. “Provavelmente precisamos de mais apoio de certas entidades. Acho que é muito bom para Tondela e é uma forma de promover o concelho e trazer mais gente, mas infelizmente não temos tido o apoio que gostaríamos das entidades competentes, que nos poderiam ajudar mais”.

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Touriga Nacional 2017 e o Tinta Roriz 2015 obtiveram a de Prata

Adega de Penalva Reserva 2016 recebe medalha de ouro em Bruxelas A Adega de Penalva do Castelo conquistou três medalhas no Concurso Mundial de Bruxelas, com destaque para o Adega de Penalva tinto Reserva 2016, que recebeu a medalha de Ouro. O Touriga Nacional 2017 e o Tinta Roriz 2015 obtiveram a de Prata. O concurso decorreu na cidade de Brno, na República Checa, onde estiveram em prova 8500 vinhos de todo o mundo.

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No Concours Mondial de Bruxelles

Adega de Silgueiros conquistou duas medalhas de ouro

s prémios obtidos pela Adega Cooperativa de Penalva do Castelo são muito relevantes, pois tratam-se de grandes produções. Virgílio Loureiro, numa publicação no Facebook sob o título “A Adega de Penalva a sair-se das cascas”, explica o que atrás dissemos. “Sabe-se que hoje em dia, dada a importância das medalhas para o sucesso comercial (dos vinhos e das marcas), se fazem vinhos especialmente para os concursos. São pequeníssimas produções, tratadas com todo o desvelo, para que os vinhos saiam ‘perfeitos’. Acontece que no caso dos vinhos premiados não aconteceu nada disso, pois a Tinta Roriz e o Reserva representavam uma produção de cerca de 100 000 litros e a Touriga Nacional de 150 000 litros”, refere o enólogo, acrescentando que “só uma fração desses A Adega Cooperativa de Silgueiros esteve em destavinhos foi para barricas de carvalho francês - pois caso contrário não que no Concours Mondial de Bruxelles, onde conquistou ganhariam medalha nenhuma - mas se houvesse mercado para eles duas Medalhas de Ouro com os vinhos Morgado de Silpoderiam ter sido feitas quase meio milhão de garrafas exatamente gueiros Reserva Tinto 2017 e Morgado de Silgueiros Touiguais!”. riga Nacional 2017. O consultor e enólogo fez questão de salientar que “o sucesso é de todos”, mas “é, acima de tudo, da maioria dos associados da Adega setor cooperativo do Dão prova, assim, que há qualiCooperativa de Penalva do Castelo, que cultivam as vinhas com todo dade dos néctares que produz na região. Prova disso o cuidado e preocupam-se em entregar boas uvas na adega. Já não é são as medalhas que os vinhos do setor vão conquistando novidade para ninguém que os bons vinhos se fazem com boas uvas nos diversos concursos em que participam. São também, no e os enólogos, que não fazem milagres, estão lá para evitar que se caso de Silgueiros, resultado do trabalho que tem vindo a ser deem pontapés na Enologia”. desenvolvido, não só na modernização da adega, mas, e prin“Importa recordar que a Adega de Penalva recebe uvas de quase cipalmente, nos produtores, que, anos após ano, entregam na mil associados, é a maior cooperativa do Dão, produz vinhos ao adega uvas de excelente qualidade, que permitem fazer grannível dos melhores e é um bom exemplo do excelente trabalho des vinhos. que todo o setor cooperativo do Dão tem realizado nos últimos Para além das 2 medalhas no Concours Mondial de Bruxelles, anos”, finalizou o consultor. Refira-se que Virgílio Loureiro, que é a Adega de Silgueiros conquistou também uma medalha de prata professor do Instituto Superior de Agronomia, divide a responno Challenge International du Vin com o Morgado de Silgueiros sabilidade da enologia na Adega de Penalva com António Pina. Touriga Nacional 2017

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A região continua em destaque além-fronteiras

Vinhos do Dão arrecadam 39 medalhas em concursos internacionais A região continua a merecer destaque além-fronteiras. Os vinhos do Dão foram premiados em três concursos: Challenge International du Vin, Concours Mondial de Bruxelles e IWSC - Wine Spirits Competition. Entre as distinções, destaca-se o Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010, que arrecadou o prémio Revelação no Concours Mondial de Bruxelles.

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Dona Georgina Tinto 2013 Quinta de Lemos Touriga Nacional 2013 Dona Georgina Tinto 2010 Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010 Quinta da Ponte Pedrinha Reserva Tinto 2016 Adega de Penalva Reserva Tinto 2016 Casa da Passarella Abanico Reserva Tinto 2016 Pedra do Gato Premium Tinto 2016 Quinta da Ponte Pedrinha Touriga Nacional 2016 Medalhas de Prata Titular Reserva Tinto 2017 Casa de Santar Vinha dos Amores Touriga Nacional 2014 Quinta da Ponte Pedrinha Tinto 2016 Adega de Penalva Touriga Nacional 2017 Adega de Penalva Tinta Roriz 2017 Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2017 Catedral Reserva Tinto 2018 Pingo Doce Reserva Tinto 2017 Borges Touriga Nacional Tinto 2016 Lagar de Darei - Rodeio Reserva Tinto 2015 Lagar de Darei - Rodeio Reserva Tinto 2016

qualidade dos do Dão vinhos não passa despercebida internacionalmente. A provar isso mesmo estão as 39 medalhas arrecadadas pelos néctares da região em três concursos internacionais. No Challenge International du Vin foi atribuída uma medalha de ouro ao Casa da Passarella Abanico Reserva Branco 2018, uma medalha de prata ao Morgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017 e uma medalha de bronze ao Pedra do Gato Premium Tinto 2016. No Concours Mondial de Bruxelles a lista de distinguidos provenientes do Dão é longa e com destaque para o Prémio Revelação atribuído ao Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010 e a medalha Grande Ouro ao Picos do Couto Reserva 2016. Neste concurso foram ainda atribuídas aos vinhos do Dão 16 medalhas de ouro e 11 medalhas de prata. Já no IWSC - Wine Spirits Competition os vinhos do Dão foram distinguidos com seis medalhas de bronze. Por outro lado, os vinhos Cova do Frade Reserva Tinto 2017 e Vinha Maria Premium tinto 2017 alcançaram 91 pontos e o Casa de Santar Reserva Tinto 2014 90 pontos. A lista completa dos premiados em cada concurso: Challenge International du Vin Medalha de Ouro Casa da Passarella Abanico Reserva Branco 2018 Medalha de Prata Morgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017 Medalha de Bronze Pedra do Gato Premium Tinto 2016 Concours Mondial de Bruxelles Prémio Revelação Quinta de Lemos Touriga Nacional 2010 Medalha Grande Ouro Picos do Couto Reserva 2016 Medalhas de Ouro Cabriz Edição Especial Tinto 2015 Cabriz Reserva Tinto 2016 Casa de Santar Vinha dos Amores Encruzado 2016 Fonte do Ouro Tinto 2018 Fonte do Ouro Touriga Nacional Reserva Especial 2016 Morgado de Silgueiros Reserva Tinto 2017 Morgado de Silgueiros Touriga Nacional 2017

IWSC - Wine Spirits Competition Medalhas de Bronze Cabriz Colheita Selecionada Rosé 2019 Cabriz Edição Especial Tinto 2015 Cabriz Reserva Encruzado 2019 Carvalhais Mélange à 3 Tinto 2018 Quinta de Lemos Dona Santana 2011 Vinha Maria Tinto 2017 91 Pontos Cova do Frade Reserva Tinto 2017 Vinha Maria Premium tinto 2017 90 Pontos Casa de Santar Reserva Tinto 2014

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Turistas portugueses na Airbnb escolheram destinos próximos

Viseu lidera o ranking das cinco regiões não associadas a viagens turísticas de Verão As regiões de Viseu, Açores, Vila Real, Castelo Branco e Santarém lideram o ranking dos destinos normalmente não associadas a viagens de Verão. Nos meses de Julho e Agosto deste ano, os turistas portugueses na Airbnb escolheram destinos próximos, a menos de 500 km da sua residência principal, o que permitiu aos anfitriões aumentarem neste período o seu rendimento em 30% em relação ao ano passado.

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to levou ao isolamento e a dificuldades económicas para s últimos dois meses ficaram conhecidos como o Verão da pandetantas pessoas em todo o mundo, mais de 200.000 nomia, mas foi também o período em que muitos portugueses desvos anfitriões abriram as suas casas aos primeiros hóspecobriram que têm muito para desfrutar perto de casa. As viagens de prodes na Airbnb. ximidade na Airbnb em Portugal – de hóspedes que vivem a menos de Estes novos anfitriões vivem em todos os continentes – 500 km – aumentaram os ganhos, permitindo o acolhimento em todas exceto na Antártida -, em mais de 200 países e regiões, e as regiões, mas especialmente em destinos de Verão menos tradicionais. estimamos que 57 por cento deles são mulheres. E porque As receitas do acolhimento provenientes de reservas feitas por viaa facilidade da listagem torna possível à Airbnb oferecer jantes próximos (durante Julho e Agosto) cresceram cerca de 30% em alojamento em locais onde os hotéis não têm meios para os Portugal, em comparação com o mesmo período do ano passado. Reter, muitos destes novos anfitriões encontram-se em cidagiões normalmente não associadas a viagens de Verão, como Viseu, des mais pequenas, vilas e áreas mais remotas, em posição Vila Real, Castelo Branco e Santarém, foram tendência neste Verão. de beneficiar economicamente do turismo local à medida Por outro lado, e apesar das restrições às viagens internacionais, os que as pessoas saem de casa e fazem uma pausa. anfitriões em destinos insulares, como os Açores e a Madeira, ganhaOs 10 principais destinos que registaram o maior aumenram mais com os viajantes de proximidade, o que mostra a força dos to nas receitas do acolhimento das viagens de proximidade, corredores internos e das viagens domésticas portuguesas nas ilhas. ganharam entre 5 a 6 vezes mais do que no ano passado (em As 5 principais regiões tendência no Verão (medida pelo cresciJulho e Agosto) com o mesmo grupo de hóspedes foram Santa mento dos ganhos dos anfitriões dos hóspedes de viagens de proxiBárbara de Nexe (Faro); Boliqueime (Faro); Pombal (Leiria); São midade) foram Viseu: 248%; Açores: 190%; Vila Real: 180%; CasJoão das Lampas (Lisboa); Gondomar (Porto); Monsanto (Castelo Branco: 164% e Santarém: 156%. telo Branco); Póvoa de Lanhoso (Braga); Moreira (Porto); Lagoa As tendências das viagens de proximidade começaram a mani(Faro) e Vilela (Vila Real). festar-se logo nas primeiras fases do desconfinamento na Europa, Ao deslocarem-se para estes destinos, os viajantes optaram quando a percentagem de reservas feitas em Portugal por hóspepor ficar em casas com piscina e espaço suficiente para desfrutar des que vivem num raio inferior a 500 km (ou 300 milhas) passou com a sua família. Por essa razão, os alojamentos marcados como de 6% em Fevereiro para 46% em Maio. ‘Casa’, ‘Villa’ ou ‘Chalet’ foram os mais procurados em Portugal. A Durante a pandemia de COVID-19, uma vez que o confinamen26

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piscina foi a comodidade mais procurada nas buscas na plataforma, ao mesmo tempo que poder viajar com o animal de estimação e ter wifi foram algumas das outras principais exigências para os viajantes portugueses neste Verão.

A Airbnb A Airbnb é um dos maiores mercados do mundo de espaços únicos e autênticos para ficar e coisas para fazer, oferecendo mais de 7 milhões de alojamentos e 40 000 atividades criadas a dedo, todas desenvolvidas por anfitriões locais. A Airbnb é um motor de fortalecimento económico que já ajudou milhões de empreendedores de hospitalidade a rentabilizar os seus espaços e paixões, mantendo os benefícios financeiros do turismo nas suas próprias comunidades. Com mais de 500 milhões de chegadas de hóspedes até à data e disponível em 62 idiomas em 220 países e regiões, a Airbnb promove a ligação interpessoal, a comunidade e a confiança em todo o mundo. www.gazetarural.com

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Vai ocupar o antigo Palácio Ducal

Câmara de Trancoso projeta a criação do Museu da Cidade A Câmara de Trancoso está a requalificar a maior necrópole rupestre da península ibérica e o castelo e está também a projetar o futuro Museu da Cidade, que vai ocupar o antigo Palácio Ducal. A autarquia, presidida por Amílcar Salvador, apresentou os três projetos à secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, durante uma visita da governante ao concelho de Trancoso.

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intervenção em curso na aldeia de Moreira de Rei, com um investimento superior a 329 mil euros, contempla a requalificação da igreja de Santa Marinha e largo envolvente, e a criação de um centro interpretativo da necrópole rupestre, que é considerada como sendo a maior necrópole de sepulturas antropomórficas da Península Ibérica. Segundo a autarquia, os arqueólogos encontraram no local mais de 600 sepulturas de adultos e de crianças escavadas na rocha, em redor da igreja de Santa Marinha, datada do século XII, que está classificada como Monumento Nacional desde 1932. Durante a visita, o arqueólogo João Lobão, disse que a intervenção em curso permite “a correta salvaguarda das sepulturas”. O local “é um sítio patrimonial único” e “constitui um recurso turístico único”, garantiu. Amílcar Salvador anunciou que a intervenção em Moreira de Rei deve estar concluída “na Primavera/Verão de 2021”, tal como a intervenção que está em curso no castelo de Trancoso, com um custo global de 331 mil euros. O projeto do castelo, denominado “Do monumento construído ao monumento interpretado”, é “muito pouco intrusivo e minimalista”, como referiu a arqueóloga municipal Maria do Céu. Estão contempladas ações nas áreas da segurança, acessibilidades, criação de novas condições de visitação, colocação de painéis de “leitura da paisagem” e criação de núcleos expositivos, entre outras iniciativas, indicou. O município de Trancoso apresentou também hoje o estudo prévio de arquitetura para a criação do futuro Museu da Cidade, no edifício do Solar dos Costas, Lopes e Tavares, conhecido localmente por Palácio Ducal, datado de finais do século XVIII. No projeto, que está a ser mo, Rita Marques, disse aos jornalistas que conheceu “boas elaborado pela Universidade da Beira Interior (Covilhã), o município ideias” por parte do município de Trancoso. A governante reprevê investir “entre 1,5 e dois milhões de euros”, de acordo com feriu ainda que os territórios do interior “têm imensos tesouAmílcar Salvador. ros, muitos deles escondidos”, que precisam de ser “trabalhaO responsável considera tratar-se de um projeto “âncora” e dos e animados”. “estruturante” para “Trancoso e para toda a região”. “Queremos O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, avançar com ele nos próximos tempos”, referiu, indicando que que integrou a comitiva, reconheceu que os projetos de Tranainda falta conseguir financiamento para a execução da obra. coso “são apostas certeiras” para captar novos visitantes para No final da visita a Trancoso, a secretária de Estado do Turisa região. 28

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NOVO OPEL CORSA

Gasolina Diesel Elétrico

Lemos & Irmão

O seu Concessionário Opel Consumo de energia Opel Corsa-e 16,8 - 16,5 kWh / 100 km (ciclo WLTP*); Emissão de CO2 0 g / km; autonomia de 329 km a 337 km (ciclo WLTP*). * Os dados apresentados sobre autonomia e consumo de combustível são preliminares e foram determinados de acordo com a metodologia do procedimento de teste WLTP (R (EC) N.º 715/2007, R (EU) N.º 2017/1151). A aprovação do tipo EG e o Certificado de Conformidade ainda não estão disponíveis. Os valores preliminares podem diferir dos valores finais oficiais de aprovação www.gazetarural.com 29 do modelo. O uso quotidiano pode diferir e depende de vários fatores, em particular: do estilo de condução pessoal, características do percurso, temperatura exterior, aquecimento/ar condicionado e pré-condicionamento.


Um sonho de 40 anos tornado realidade

Câmara de Aguiar da Beira vai requalificar ‘Dólmen I do Carapito - Reconstituir a Mamoa’ A Câmara de Aguiar da Beira assinou o auto de consignação da obra de requalificação do Dólmen I do Carapito - Reconstituir a Mamoa, um sonho de 40 anos tornado realidade. Este foi um momento extremamente relevante não apenas para o concelho de Aguiar da Beira mas para toda a região Centro de Portugal, pois com este ato dá-se início a uma obra aguardada há mais de 40 anos e que só o especial esforço do município permitiu que fosse concretizada a empreitada que agora irá ser iniciada.

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Dólmen I do Carapito está classificado como Monumento Nacional, sendo o maior da região Centro de Portugal e um dos dólmens mais conhecidos internacionalmente. Intervencionado primeiro em 1966, por Vera Leisner e Leonel Ribeiro, e mais tarde, em 1989, por Domingos Cruz e Raquel Vilaça, foi um dos primeiros monumentos megalíticos portugueses profundamente estudado. O projeto foi adjudicado e elaborado pela empresa Eon, Indústrias Criativas, e contou com a colaboração de vários especialistas nas áreas de arqueologia, conservação e restauro, engenharia e arquitetura. O orçamento da obra ascende a 399 579,27 euros, sendo financiada no âmbito do Centro 2020. A qualificação do monumento contempla a recolocação da tampa e dos esteios tombado, assim como a reconstrução da mamoa que cobria originalmente o monumento; a intervenção inclui ainda a definição de uma área de estacionamentos e a valorização paisagística do conjunto. A intervenção de valorização deste património megalítico, 30

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para além da valorização do monumento, define-se como exemplo singular, seja nos aspetos construtivos e estruturais que permitirão a sua reconstrução, seja em termos científicos e didáticos com a reconstituição da mamoa, cuja significativa dimensão implicará um elemento de especial impacto na paisagem. A implicação deste dólmen numa pequena rota local, que envolve a passagem por outros três dólmens com diferentes características e em diversos estados de conservação, e a sua inclusão na futura Rota do Megalitismo da Região Viseu Dão Lafões e Sever do Vouga concretizam a integração deste monumento nacional em diversas escalas de percursos devidamente definidos que caraterizam o património pré-histórico da região Centro.


O futuro do setor começou a ser construído

Centro de Competências do Agroalimentar foi apresentado em Famalicão É no recém-criado Centro de Competências do Agroalimentar, instalado em Vila Nova de Famalicão, que o setor nacional das carnes vai encontrar as respostas para os desafios do futuro.

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novo centro tecnológico - o único no país focamentar, que considerou essencial para que o projeto atingisse o seu ponto do na investigação, desenvolvimento e promode maturidade. “Dentro de pouco tempo vamos ver este espaço a trabalhar, com investigadores, formação, experimentação e desenvolvimento para que ção da indústria das carnes- conta receber os primeiros investigadores já a partir do próximo mês de Outubro. as nossas empresas possam produzir e exportar mais e para que os nossos Instalado no CIIES - Centro de Investigação, Inovação e trabalhadores possam adquirir mais competências e ser melhor remuneraEnsino Superior de Vila Nova de Famalicão, nas antigas dos”, acrescentou. instalações da Didáxis de Vale São Cosme, o TECMEAT Refira-se que a criação do Centro de Competências do Agroalimentar surge para “transformar conhecimento em valor”, conimplicou um investimento de cerca de um milhão de euros, contando com forme explica o seu presidente, Amândio Santos. “O que uma comparticipação FEDER de 812 mil euros. O setor do agroalimentar está aqui a nascer em Vila Nova de Famalicão é algo que é, de resto, identificado como prioritário na agenda do plano estratégico concelhio. É no concelho famalicense que estão sediadas inúmeras é muito importante para o setor das carnes. Surge como empresas altamente competitivas e tecnologicamente avançadas que uma resposta às necessidades desta indústria que, trabalhando em rede, vai poder tirar partido da transversalidade fazem já de Famalicão um dos mais relevantes municípios neste setor. O Tecmeat tem como entidades sócio fundadoras a AMECAP - Assode conhecimento que este Centro Competências vai permiciação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal, a Associatir”, acrescentou. O presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão fala ção Integralar - Intervenção de Excelência no Sector Agroalimentar; a CESPU - Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, o numa “ferramenta decisiva para a projeção futura do setor”. CENTITVC - Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos Funcionais Paulo Cunha teve oportunidade de conhecer os espaços e recursos associados a este centro tecnológico impulsionado e Inteligentes, o CITEVE - Centro Tecnológico das Industrias Têxteis e de Vestuário de Portugal, a CONFAGRI - Confederação Nacional de pela autarquia famalicense, nomeadamente o já equipado laCooperativas Agrícolas e de Crédito Agrícola; a FPAS - Federação Porboratório de microbiologia e o local onde ficará instalada uma unidade piloto para simulação industrial que deverá estar tuguesa de Associações de Suinicultores, a Universidade Lusíada; o IPVC- Instituto Politécnico de Viana do Castelo; a Universidade Catóconcluída ainda no final deste ano. O autarca enalteceu a cooperação existente entre as várias lica Portuguesa, a Universidade do Minho e a UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. entidades associadas ao Centro de Competências do Agroaliwww.gazetarural.com

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Diários

de

Bordo

Os lugares que deixamos Por: Luís Serpa

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parecia que deixava para trás uma tonelada de baensamos muitas vezes nas cidades que já visitámos, nos países onde salto que trazia agarrada às costas. O meu barco estivemos, naqueles aonde gostaríamos de ir. Mas quantas vezes nos chegou depois, chamava-se Don Vivo e ficou arreslembramos dos lugares que tivemos de abandonar, voluntária ou involuntariatado na marina de Vilamoura por causa de um polícia mente? (Sim, há «ter de» voluntário: uma vez estava na Horta, na Pousada. marítimo maldoso. Havia muitos, nesses longínquos Era o meu aniversário, tinha ido jantar com uma senhora fotógrafa e bailarina anos oitenta. – isto é uma combinação que não se inventa – americana de ascendência De onde é que já saí? De Maputo, mas ainda é cedo açoriana, o que explica a sua presença no Faial. Não seria justo dizer que para pensar nisso. De Bocas del Toro – larguei, voltei era minha namorada – tínhamos iniciado uma relação afectiva uns dias ana entrar, voltei a largar e ainda hoje penso no Palmar tes, uma semana, talvez duas – mas tão-pouco era aventura de passagem. Tent Lodge onde ia todos os dias ao fim da tarde beber Depois do jantar - num dos restaurantes chiques da Horta, não me lembro um rum punch e ver o mar numa das praias mais boo nome - fomos para a Pousada. Como provavelmente sabem dá directanitas que me foi dado ver. (Não sou grande apreciador mente para a marina. A senhora era muito bonita, morena e musculada, de praia, por isso dizer que aquela praia está ao nível inteligente e culta. Às duas da manhã eu ainda não tinha adormecido, da de Salines, na Martinique ou das do Parque Nacional ela sim. Dormia ao meu lado, solta e feliz, os longos cabelos negros esManuel António, na Costa Rica, ou daquela onde ia nas palhados pela almofada, o ventre e as pernas musculadas da bailarina à Filipinas, não recordo o nome, é dizer muito.) vista, a dizerem-me: «Não me deixes.» Às duas e meia da manhã decidi Deixei Genebra aos bocadinhos, levei quase dois anos a que tinha de me ir embora. Vesti-me, ela acordou, expliquei-lhe que ia mudar-me para Cascais – daqui a dias estarei ali de novo, o para Lisboa e se ela quisesse vir era bem-vinda a bordo porque ia fazer que me leva a pensar no que é «deixar um sítio», partir. Ala viagem sozinho. Hesitou um pouco, disse «Não vou», combinámos guma vez partimos, verdadeiramente? Onde é que ia, antes encontrar-nos em Lisboa e vim-me embora. Creio que este é o melhor deste desvio todo? exemplo, se bem não seja o único, de uma pessoa querer ir-se embora Zurique. Nunca mais ali voltei. Morava na Niederdorf, no porque tem de ir-se embora. «Os teus cabelos, o teu amor, o teu vencentro do centro. O apartamento ficava por cima de uma tre, as tuas pernas de bailarina são um repto demasiado forte para a boutique da moda, que não tinha cabines para as senhoras minha fraqueza. Vou-me embora e quando nos reencontrarmos em mudarem de roupa. Quando saía para ir trabalhar – trabaLisboa estaremos em igualdade.») lhava nas limpezas, para um refugiado político checoslovaco De que sítios saí, ao longo da minha vida? Saí de Quelimane e de que só não me surpreendeu porque já tinha estado na Rússia Lourenço Marques, sem querer. De Nakhodka, idem. De Caracas, Soviética. O homem conhecia o conceito de exploração até ao querendo. Detestei aquele país, hoje vejo que injustamente. De Lisfundo e levava-o a sério - via as senhoras na boutique a mudar boa. La Chaux-de-Fonds, duas ou três vezes. Aveiro, onde acabara de roupa no meio da loja, visão abençoada naquele tempo em de passar um ano. Zurique... Que horror! que ninguém usava soutien. Limpava bancos (literal, não metaAinda não estou em metade da minha vida e já deixei metade de foricamente). Um dos que limpava tinha uma quantidade que meio mundo. Passei a vida a deixar lugares, pessoas, vidas. Viajar, me parecia ilimitada de obras do Christo e ali me familiarizei com muito mais do que chegar a qualquer lado é largar desse lugar, as obras deste artista. seja ao fim de quatro meses seja depois de mil sonhos. Como Outra cidade que deixei várias vezes e nunca deixei foi S. Luís quando larguei dos Açores pela última vez, desta vez de avião, 32

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TERMAS DE

ALMEIDA

do Maranhão, onde ainda hoje um bocadinho de mim se passeia pelas ruas e ao fim da tarde vai beber uma cerveja ao Mercado do Peixe, ver o decote da Jeny e trocar com ela sorrisos de entendido: «Este decote serve para vender cervejas», diz-me. «Eu sei, Jeny». Falávamos sem trocar uma só palavra. (Não sei de onde vem este gosto pelo entendimento tácito. Suponho que seja a noção de pertença a um grupo. Esta grande fraternidade de pessoas que não se conhecem, mas conhecem as mesmas coisas, viveram as mesmas situações, passaram pelo mesmo e sabem que hoje sou eu e amanhã és tu e depois de amanhã será outro e é para isso que estamos cá.) Deixei Antigua, aonde espero nunca mais voltar; Bequia, onde quero voltar para morrer. Deixei St. Martin, ilha mágica porque mistura tudo o que as outras são. Deixei Jost van Dyke vezes de mais, porque ali se bebe o melhor cocktail do mundo – chama-se Painkiller e é o único cocktail que conheço cujo nome corresponde à realidade. Deixei Bitter End, fim amargo de tudo o que de bom aquelas ilhas têm. Deixei o Burundi, vencedor vencido e o Zaire, vencido mas revoltado. Deixei Kindu, uma evacuação como aquelas que se vêem nos filmes, soldados armados por todo o lado, o avião a parar para me deixar entrar, uma mãe a ter de escolher qual dos filhos a acompanharia na fuga. As partidas marcam mais do que as chegadas, com a possível exceção de Bequia (pronuncia-se Béqüei) porque ali mal cheguei e pela segunda vez na vida vi o lugar onde quero morrer (o primeiro é praticamente inacessível. Chama-se península de Burton e fica na margem oeste do lago Tanganica. Não se pode querer morrer num lugar ao qual não se pode voltar). A Bequia quero voltar, todos os marinheiros querem. Richard Dey escreveu as coisas mais bonitas que há sobre esta ilha. Não tenho o livro comigo, mas é de lá que vem aquele verso que não me deixa: «I know them. I am one of them.» Já deixei mais sítios do que aqueles a que cheguei: a matemática das viagens não é algébrica, é alquímica.

Fonte Santa Um prazer que dá saúde...

+351 271 571 123 | 938 607 662

www.cm-almeida

(Para o R. A., com um abraço.) www.gazetarural.com SEJA RESPONSÁVEL, BEBA COM MODERAÇÃO

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Emissores de TDT na região alterados até 6 de Outubro

ANACOM explica migração da TDT à CIM de Viseu Dão Lafões A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) realizou uma reunião na Comunidade Intermunicipal (CIM) de Viseu Dão Lafões com o objetivo de divulgar informação sobre a migração dos emissores da rede de televisão digital terrestre (TDT) e as medidas adotadas pela ANACOM para minimizar o impacto deste processo junto da população.

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m dos aspectos salientados neste encontro pelo vice-presidente da ram evitá-lo, foram temas abordados na reunião, bem ANACOM, João Miguel Coelho, foi o calendário de migração dos como o calendário de implementação do 5G e o teor do emissores que servem os concelhos desta CIM, bem como a linha telefóprojeto de regulamento do leilão submetido a consulta nica de apoio gratuita (800 102 002) disponibilizada pela ANACOM, que pública. funciona todos os dias entre as 9h00 e as 22h00, para o qual as pessoas Na reunião, os autarcas exprimiram a sua preocupação poderão ligar para esclarecer dúvidas e obter apoio na sintonia da sua com a fraude no processo de migração da TDT, enaltetelevisão ou do descodificador TDT. Caso não consigam fazer a sintonia cendo a atuação da ANACOM para divulgar o processo de dos equipamentos por si ou com a ajuda prestada através desta linha modo a preveni-la e manifestaram a disponibilidade para gratuita, a ANACOM agendará uma visita a casa da pessoa para procecolaborar neste processo. Outras preocupações prendemder à sintonia, com técnicos seus e de forma gratuita. -se com a deficiente cobertura de banda larga, tanto móA ANACOM informou ainda sobre a distribuição de uma carta com vel como fixa, numa altura em que ela se afigura essencial um folheto explicativo em todas as residências e estabelecimentos devido à situação de pandemia (COVID-19), para além de comerciais, assim como outras iniciativas de comunicação que estão ser primordial para o desenvolvimento económico e social e planeadas. para promover a coesão territorial. Os emissores de TDT que servem os municípios que integram a A ANACOM referiu o roaming nacional e a partilha de inCIM de Viseu Dão Lafões serão alterados entre 10 de Setembro e 6 fraestruturas como forma de ajudar a melhorar a cobertura de Outubro de 2020 e começou pelo emissor do Caramulo. das zonas do país em que ela é mais deficiente, com um meA CIM de Viseu Dão Lafões integra os municípios de Aguiar da nor esforço de investimento. Recordou ainda as obrigações de Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de cobertura de banda larga móvel impostas por ocasião do Leilão Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Multifaixa e da renovação dos direitos de utilização de frequênSátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. cias dos 2100 MHz, assim como a recomendação de redução de O vice-presidente da ANACOM enfatizou a preocupação em evipreços da Fibroglobal como formas de melhorar as comunicatar que as pessoas fiquem sem televisão gratuita e daí a importânções em Portugal. cia de apoiar a população neste processo. Os problemas sentidos no passado no sector postal, em que alguns concelhos correram o risco de ficar sem estação de correios, e as medidas que visa34

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Para o sector da construção e mobiliário

FSC® organiza Business Fórum sobre opções sustentáveis “Forest For All Together” é o mote de mais um FSC Friday, uma data assinalada em todo o mundo e que pretende realçar a importância da gestão florestal responsável e o papel que o FSC® desempenha neste âmbito.

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buto para uma gestão florestal responsável. FSC Friday será celebrado no dia 25 de Inscrição obrigatória através do link: https://zoom.us/webinar/register/WN_ Setembro, através da realização de um rnzRJcRJQ9Kvk92tMttXYQ Business Fórum, e pretende dar a conhecer alternativas sustentáveis no sector da construção e do mobiliário e alertar para a urgência de PROGRAMA DE 25 DE SETEMBRO: encontrar um equilíbrio entre a necessidade de consumo e um futuro sustentável. 9.30h – Recepção dos participantes online Sustentabilidade e Competitividade, Green 10.00h - Sessão de Abertura Deal, Inovação & Design na aplicação de materiais Anabela Isidoro – Diretora Regional dos Recursos Florestais da Região Autónoflorestais e Certificação de Projecto FSC, são os ma dos Açores temas chave do evento, que culminará com uma Pedro Silveira – Presidente do FSC Portugal mesa redonda onde grandes players nacionais e 10.20h – “Contruindo Vida” com o FSC® internacionais serão convidados a partilhar o poJoana Faria - FSC Portugal sicionamento das suas Organizações sobre opções 10.30h – Sustentabilidade, Inovação e Competitividade no sector da construsustentáveis para o sector da construção e do mobição liário, e o seu compromisso com o FSC. Vítor Ferreira - Cluster Habitat Sustentável Os produtos de origem florestal, como a madeira e 10.40h – Green Deal: Construir e Renovar a cortiça, têm ganho grande expressão neste sector, Eduardo Maldonado - Agência Nacional de Inovação uma vez que se tratam de materiais naturais, renová10.50h – O papel da certificação FSC no sector da construção veis e recicláveis, com impacto na redução das emisAna Cabral – Caldeira Cabral Arquitectos sões de carbono, mas carecem de uma responsabili11.00h - A importância da certificação FSC na cadeia de valor do mobiliário dade acrescida em assegurar que a gestão dos espaços Ana Barbosa – IKEA Portugal florestais de origem desses produtos é feita de forma 11.10h - Inovação & Design: aplicações de materiais florestais no sector da apropriada. construção e mobiliário No tempo em que vivemos, deixou de haver espaço Abel Barbosa e Daniel Barbosa - ICFM Indústria e Comércio de Folhas de para o “business a usual”, e abrem-se portas a uma nova Madeira Lda. (Interveneer®) era de consciencialização, onde a relevância da floresta Michelle Quintão - Sonae Arauco na conservação da biodiversidade e na mitigação das alteRafael Rocha – Corticeira Amorim rações climáticas, ganha cada vez mais destaque - “Forest 11.50h – 2B_Office” 1ª Certificação de Projecto FSC na Ibéria For All Together”! Susana Brígido - 2BForest Esta iniciativa do FSC Portugal, conta com o apoio de vá12.00h - Mesa Redonda: Opções sustentáveis para o sector da construrias organizações certificadas, como a 2BForest, Fibromade, ção e mobiliário” Finieco, Intervenner, Sonae Arauco e Unimadeiras, evidenModerador Luís Ribeiro – Revista Visão ciando a importância da certificação florestal e o seu contri13.00h - Encerramento

Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 797 202 www.gazetarural.com 35 Email: novelgrafica1@gmail.com


Memórias Rurais

O caminho do rio Na curva grande da fonte “pauca sed bona” - “pouca mas boa” diziam os romanos - o fio de água, sempre igual, continuava a rasgar a boca do tubo de ferro como se estivesse ali desde o princípio do mundo. Mais um atalho, mais uma corte na estrada… e o rio de água cintilante à nossa espera lá ao fundo. A cavalgada acabava, invariavelmente, no Poço das Canas logo ali no topo da levada que manda a água pelo canal de pedra que, nos antanhos, levava para à turbina nova, junto à Ponte de Porcas, onde mandava o sr. Cardoso, rosto trigueiro e adega aberta. ra o caminho da perdição da ganapada! À beirinha rio, os montinhos de roupa - deposta sabiamente sobre os sapatos, Um caminho longo e fresco que a miudanão fosse sujar-se e denunciar a fuga, para a folia das águas do Coja - iriam dormir gem, afogueada pela canícula do Verão, conheali uma par de horas. A friura das águas não tinha cabidela no termómetro dos cia como ninguém. No Terreiro, junto à saudopiratas do Coja. Saltos mortais, piruetas aéreas, voos de frente, de costas e dolosa escola velha das meninas, o fim do almoço rosas chapas na água faziam as horas passar como a brisa fresca, sem dar conta marcava a hora do encontro. Os preparos para que o tempo, esse ladrão, dava ordens de recolher. A praia – um saudoso naco a viajem eram simples: “Vamos?”… e lá íamos! de areia no interior da curva do rio, em frente à mesinha de baixo - servia para Um bando de pardais vagabundos peregrinado à amulatar a cor e dar o tom bronzeado à pele. O chuveiro na cascata da barraNossa Senhora de Lurdes, guardiã da Mata e do gem era obrigatório e o último cerimonial antes da retirada. A sede, matava-se recato do Rio. na limpidez das águas correntes ou no moleiro, o “Pintinha”, coração largo e Na centenária Fonte do Oiteiro, de paragem puro e abrigo dos sequiosos. obrigatória, matava-se a sede que ainda não se senO regresso, por via do íngreme dos atalhos, era falseado e a xanatas viatia, num ritual vicioso. Depois, era subir até à Moijavam num lento rame-rame pela estrada de saibro e piso macio. As costas ta deixando para trás os Portões da Meia-Laranja, doíam menos e o descanso - p’ra dar sossego aos pulmões secos do pó - era guardados para as noites da barba de milho incansagrado no Miradouro do Diabo, varandim de ferro no topo de um enorme descente e da tosse áspera e azeda da fumarada. A penedo encastrado na encosta. Havia que dar trabalho ao eco, que sempre estrada asfaltada, sempre a descer, era feita a trote atento, respondia com a voz vinda das Regadias. Gritávamos: “filho da” e a com o olho nas castanhas ainda leitosas da Casa da resposta vinha “uta, uta, uta!”. Ínsua, que haveriam de estar boas de roer lá para o Uma paragem era obrigatória: na Quinta do Retiro, em casa da minha avó tempo da escola. O pior era o Maneto, de sacho debaiAna, Mãe do meu Pai, que nos cheirava á distância de uma pedrada e nos xo do braço e balde na mão, que não largava o poiso e a esperava com a lata redonda dos biscoitos na mão, uma caneca de água e sombra dos castanheiros. Nas noites frescas do Outono um ralhete: “então estes malandros vêm para o Rio sozinhos? se os vossos seria enganado e as pedradas certeiras nos ouriços de pais sabem vão ficar ralados!”. E, para mim, que neto mais vizinho não boca arreganhada, fariam uma razia nos ramos e os boltinha, bichanava, “ai menino, se a tua Mãe sabe?”. E saíamos dali com os sos abonados de castanha. bolsos abarrotados de cerejas. À entrada do caminho de terra que nos levava ao desAinda hoje me sabem bem! tino, a casa do castelo, austera e autoritária, de torre redonda, era o quartel do sr. Ismael, o guarda da Mata da Senhora de Lurdes. Dali, não vinha mal ao mundo, mas Gabriel Costa lá ia dizendo “ó meninos, cuidadinho, hem! cuidadinho!”. Mais depressa do que as palavras do cuidador do arvoredo, voavam as nossas pernas até ao primeiro dos muitos atalhos que nos encurtavam o caminho. Estreitos, escorregadios da caruma dos pinheiros e do folhelho das árvores que nos acoitavam do sol, descendo a uma velocidade louca, as pontas das mimosas iam refreando o desejo de chegar ao rio. Cheirava a eucalipto! Aquele cheirinho verde e fresco que limpa o ranho. Cheirava a liberdade! A liberdade de tudo o que poderia impedir um puto de 12 ou 13 anos, de mandar na sua vida por breves instantes. Por vezes, as calças rasgadas numa raiz ou nas pedras do bordejo ao trilho, eram as marcas dessa sensação de pássaros voando entre os troncos da floresta.

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Segundo a proposta de lei das Grandes Opções do Plano para 2021

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Governo mantém apoio a pequenos agricultores para valorização do interior

Governo vai continuar a desenvolver medidas para apoiar pequenos agricultores no interior no âmbito da política de valorização daquele território, segundo a proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021. “Será dada continuidade a medidas de apoio à ocupação do território, associada à atividade agrícola, através da viabilização das explorações associadas à pequena agricultura, em zonas com condições naturais desfavoráveis e outras condicionantes que constituem desvantagens à prática da atividade agrícola”, lê-se no documento. Na proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021, já aprovada pelo Conselho de Ministros, o Governo refere que foram apoiados cerca de 55 mil pequenos agricultores no ano passado e apoiados 2,7 milhões de hectares de área desfavorecida. Num capítulo dedicado à “Valorização do Interior”, o executivo indica também que o Projeto de Revitalização do Pinhal Interior vai ser alvo de uma reavaliação até ao final de 2020. O objetivo é fazer “uma reorientação estratégica com base na diversificação económica e produtiva de base territorial, com ancoragem nas cidades médias capaz de gerar impacto na fixação de recursos humanos qualificados e na renovação e modernização dos setores mais competitivos”.

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Um plano estratégico para o setor a 10 anos

Ministra da Agricultura apresentou Agenda de Inovação para a Agricultura A ministra da Agricultura apresentou na Agroglobal a Agenda da Inovação para a Agricultura | 20 | 30, um plano estratégico para o setor a 10 anos, na qual esteve presente, também, o primeiro ministro António Costa.

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sustentáveis, Revitalização das zonas rurais, Agricultura aria do Céu Antunes afirmou que a Agenda de Inovação para a 4.0, Programa dos produtos agroalimentares, Excelência Agricultura tem como propósito “fazer crescer o setor, inovandoda organização da produção, Transição agro energética, -o e entregando-o à próxima geração, sem deixar ninguém para trás. Esta Promoção da investigação, Inovação e capacitação, Rede agenda procura tornar o cidadão mais consciente do impacto da sua de Inovação, Portal Único da Agricultura e Reorganiza. alimentação, da urgência da proteção do planeta e da conservação dos Esta agenda foi construída tendo por base o programa recursos naturais. Pretende ainda reforçar uma cadeia de valor inovade Governo e após a auscultação de vários agentes ligados dora e competitiva e um Estado focado em apoiar os agricultores e em à gestão do território, à investigação e com intervenção simplificar a relação com a Administração Pública”. nos setores agrícola e agroalimentar, designadamente proAo apresentar publicamente estas linhas de ação para o futuro, a dutores, empresários, autarcas, investigadores, parceiros e titular da pasta da agricultura sublinhou tratar-se de “uma agenda organismos. ambiciosa, que visa proporcionar mais rendimento, mais futuro, mais Maria do Céu Antunes, que destacou ainda a aposta na saúde, mais inclusão e, para tudo isto, mais inovação. inovação e conhecimento e o incentivo às novas gerações de Esta ambição é evidente nas metas traçadas para estes objetivos agricultores e produtores, referiu que está a ser desenvolvida estratégicos: Mais Saúde (aumentar em 20% o nível de adesão à uma plataforma que permitirá monitorizar a aplicação destas Dieta Mediterrânica), Mais Inclusão (instalar 80% dos novos jovens medidas e assim avaliar a sua execução. A construção da Agenagricultores em territórios de baixa densidade), Mais Rendimentos da da Inovação para a Agricultura | 20 | 30 foi construída de (aumentar o valor da produção agroalimentar em 15%), Mais Futuro uma forma participativa e será implantada com a participação (mais de metade da área agrícola em regimes de produção sustende todos, sem deixar ninguém para trás, sobretudo com os hotável reconhecidos), Mais Inovação (aumentar em 60% o investimens e as mulheres que sempre trabalharam a terra e com os mento em investigação e desenvolvimento). jovens que acabam de chegar. Esta Agenda de Inovação para a Agricultura | 20 | 30 surge assente em quatro pilares - Sociedade, Território, Cadeia de Valor e Alterações climáticas e demografia Estado - e integra 15 iniciativas emblemáticas: Alimentação saudável, Uma só saúde, Mitigação das alterações climáticas, AdapAs alterações climáticas e o “desafio demográfico” são preocutação às alterações climáticas, Agricultura circular, Territórios 38

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que os cidadãos, os produtores, os agentes do território pações para a próxima década. “Ao construirmos uma estratégia de médio e o Estado, encontrem forma de atingir os objetivos a prazo, tivemos em consideração aquilo que são as condições de base que que nos propomos”, que passam por “garantir qualidade influenciam fortemente a vida dos cidadãos”, disse a ministra. de vida às pessoas”, indicou. A agricultura, referiu, é “particularmente sensível” às alterações climáO objetivo da agenda é ter um documento que ajude ticas sentidas no dia a dia por todos os cidadãos. Por outro lado, o cenáa fazer uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, rio demográfico aponta para uma diminuição da população em Portugal, com “maior respeito pela natureza e pela preservação da mas de aumento a nível mundial e de concentração nas cidades: “Isso biodiversidade”, combatendo a degradação dos solos e o leva a que, inevitavelmente, continuemos a assistir a uma mudança dos desperdício em todo o processo produtivo. Pretende-se padrões de consumo”. Os recursos são “cada vez mais escassos”, sublium modelo agrícola sustentável, que assegure uma alimennhou a ministra, referindo-se à água, aos problemas associados ao solo tação de qualidade e em quantidade, “muito assente em e à biodiversidade. produtos frescos, da época, locais”, em cadeias curtas, por Maria do Céu Antunes recordou as declarações do secretário-geral forma a reduzir a pegada ecológica, avançou a governante. da ONU, António Guterres, que advertiu que as alterações climáticas O Governo tenciona também alcançar uma melhor gestão são um perigo maior do que a atual pandemia de covid-19. “Se os da energia. “Queremos reforçar muito a energia verde e o portugueses se uniram no processo de contenção da covid-19, tamconsumo sustentável neste setor, mas também sabemos que bém vamos ter de estar juntos para podermos mitigar os efeitos do para isso precisamos de fazer mais investimento em investigaaquecimento global e precisamos todos sentir que precisamos de ção”, afirmou a ministra. respostas alternativas e que cada um tem de fazer a sua parte, em A agenda foi pensada a uma década e será ajustada em funconcreto”, disse a ministra. ção de novas realidades e oportunidades. “Queremos começar Para Maria do Céu Antunes, é necessária uma transição justa e a ter dados que nos permitam afinar a todo o tempo a nossa rápida. “Isto é um desafio que é para ontem, não é para daqui a 10 estratégia”, declarou. anos”. A ministra indicou que serão retirados contributos do reDe acordo com a ministra, no que respeita a gases com efeito latório da WWW (World Wid Fund for Nature) e do Novo Acordo de estufa, a agricultura e a pecuária são responsáveis por cerca de para a Natureza, no âmbito da estratégia que o governo prepara. 10% das emissões atualmente, valor que há 10 anos era de 14%. “O que queremos verdadeiramente é que isto seja um plano em

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