Gazeta Rural nº 377

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Câmara de Ponte de Lima prepara edição especial da Feira 100% Agrolimiano Feira Gastronómica do Porco de Boticas continua a promover o que é tradicional

Associação Mais Boticas cria plataforma ‘online’ para produtores locais Pratos ‘picantes e feitos em casa’ são as tendências gastronómicas para 2021 Setor agroalimentar português vai organizar a primeira feira 100% digital

Empreendedores de Viseu levam sonhos a sério e dão passo para avançar com projetos Turismo do Centro apresentou processo de certificação do Caminho Português de Santiago Câmara de Vila Franca de Xira aposta no enoturismo para promover o concelho Conferência “Wine Future 2021” debate futuro da indústria vinícola Em Portugal número de explorações agrícolas caiu 5% em dez anos

APROLEP diz que “é preciso subir o preço do leite ao produtor”

Ficha técnica Ano XVI | N.º 377 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba Júlio Sá Rego | Gabriel Costa Departamento Comercial: Luís Cruz Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Liliana Vaz Impresão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

Bruxelas recomenda que agricultura em Portugal dê prioridade ao ambiente

Aquilino Ribeiro pode ser a âncora para o desenvolvimento das Terras do Demo Projeto internacional conquista 10 M€ para estudo de grandes incêndios florestais

Estudo luso-espanhol ajuda a compreender e a prever os efeitos das alterações climáticas na biodiversidade do solo Manteigas reconhecido como “eco município” Campanha do azeite na região de Viseu com quebra de produção de mais de 50% Iniciativa ‘Filhó Solidária’ apoiou Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova

Proença-a-Nova aprovou programa municipal de apoio à recuperação da atividade económica

Produtos certificados: Queijo Terrinho Fumeiro de Montalegre vai estar à venda online e ser entregue em casa



Editorial

Não podemos ignorar?

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hega ao fim um ano que, se pudéssemos, apagaríamos de bom grado do mapa. Nada de novo, dir-me-ão. 2020 foi, contudo, um ano de muitas mudanças. Nunca o mundo andou tão depressa. A pandemia, - que nenhum de nós estava à espera, excepto aqueles que acreditam no apocalipse, - fez-nos repensar a vida, a forma como vivemos e nos comportamos. Obrigou-nos a mudar hábitos, atitudes e a adiar projetos. Vimos, ouvimos e lemos – como diz a canção de Francisco Fanhais - ao longo de meses notícias que “não podemos ignorar”, que nos obrigaram a pensar, mas também a reflectir o que fizemos e o que faremos no futuro, ainda que incerto. A verdade é que 2021 está a chegar e com ele a esperança de um ano novo, no verdadeiro sentido do termo. Não podemos ignorar o que se passou, muito menos as consequências. Podemos, contudo, acreditar que vamos ultrapassar um dos momentos mais difíceis da nossa história e que nada será como dantes. Basta acreditar, basta que cada um de nós faça a sua parte. Bom ano de 2021… com saúde e paz. José Luís Araújo

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De 15 a 24 de Janeiro de 2021, em formato online

Câmara de Ponte de Lima prepara edição especial da Feira 100% Agrolimiano O Município de Ponte de Lima vai promover, de 15 a 24 de Janeiro de 2021, uma edição especial da VI Feira 100% Agrolimiano que vai decorrer exclusivamente em modalidade online.

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autarquia reinventou uma solução para promover a economia local e apoiar os produtores a reerguerem-se através do desenvolvimento de uma plataforma digital, que permitirá criar soluções e assegurar a preponderância de compra e venda de produtos locais. Assumindo um formato totalmente digital, este evento pretende mostrar, divulgar e difundir o setor agroalimentar de Ponte de Lima, num momento em que os profissionais enfrentam um dos maiores desafios de sempre, e que tem sido severamente penalizado com a atual situação pandémica que o país e o mundo atravessa. Durante este período e, através desta iniciativa inédita no setor agroalimentar, serão apresentados e promovidos vários produtores e os produtos do território, facilitando a realização de negócios, criando campanhas exclusivas e fornecendo todas as informações necessárias, levando Ponte de Lima numa viagem aos quatro cantos do mundo. Com um simples clique, os interessados poderão aceder a www. mercadoagrolimiano.pt e participar nos programas online organizados no âmbito deste evento. Deste modo, terão oportunidade de conhecer e adquirir uma diversidade de produtos únicos e endógenos do co0ncelho de Ponte de Lima, como o mel, a sidra, o vinho verde, enchidos e fumados, fruta, hortícolas, cogumelos, carne, doces e chocolates, entre outros, e, no conforto do seu lar, recebe-los e consumi-los nas melhores condições.

Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 797 202 www.gazetarural.com 5 Email: novelgrafica1@gmail.com


De 15 a 17 de Janeiro de 2021

Feira Gastronómica do Porco de Boticas vai continuar a promover o que é tradicional O Pavilhão Multiusos de Boticas vai receber de 15 a 17 de Janeiro de 2021 a XXIII Feira Gastronómica do Porco, num modelo completamente diferentes dos habitual, devido à pandemia, mas mantendo a qualidade a que habitou os visitantes.

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s produtos tradicionais do concelho de Boticas, sobretudo o fumeiro e os derivados do porco, continuam a ter lugar de destaque em mais uma edição do certame, proporcionando oportunidades de negócio àqueles que se dedicam à produção artesanal do fumeiro, que tem importantes reflexos na economia local. Em 2021, o evento organizado pelo Município de Boticas, em parceria com a Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB), pretende dar continuidade ao trabalho de promoção e divulgação do que de melhor há e se faz no território, através da apresentação de produtos de qualidade excecional e com características únicas da região do Barroso, classificada como Património Agrícola Mundial. “Estão reunidas todas as condições para que a feira se realize em segurança” Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Boticas diz que “tem sido um grande desafio” organizar o evento. Fernando Queiroga garante que “estão reunidas todas as condições” para que a Feira se realize “em total segurança”. Gazeta Rural (GR): Como foi organizar e preparar a edição 2021 da Feira do Porco, num tempo diferente? Fernando Queiroga (FQ): Dadas as circunstâncias que estamos a viver devido ao surto pandémico de Covid-19, que veio alterar de forma repentina as nossas vidas a todos os níveis, tem sido um grande desafio para nós organizar a Feira Gastronómica do Porco. 6

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Será a primeira vez que o certame não terá a componente gastronómica, com as “tasquinhas” no interior do pavilhão, assim como a animação, as “Chegas de Bois” e a mostra de Artesanato. Será uma feira completamente diferente do habitual, com a presença no recinto apenas de stands de venda de fumeiro e alguns produtos locais de panificação, licores, compotas e afins, mas estamos certos de que, com a ajuda e apoio de todos e cumprindo as normas emanadas pelas Autoridades de Saúde, iremos contribuir para que a feira seja um sucesso, dentro das limitações impostas. Os tempos assim o exigem e por esse motivo estamos a trabalhar no sentido de fazer tudo o que está ao nosso alcance para que os produtores de fumeiro tradicional possam ter o devido retorno financeiro de um ano de trabalho árduo, sem descurar a salvaguarda da saúde pública. Temos tudo pensado e organizado de forma a que os visitantes possam vir a Boticas e percorrer a feira em segurança. O Pavilhão Multiusos está preparado de maneira a que as pessoas possam comprar os nossos produtos sem grandes aglomerados e com o devido distanciamento. O uso de máscara é obrigatório, tal como a higienização frequente das mãos e a medição da temperatura corporal à entrada da feira. Além disso, serão disponibilizados testes rápidos e estará um enfermeiro em permanência no recinto para, em caso de necessidade, monitorizar aqueles que revelem sintomas relacionados com a Covid-19.


Creio que estão reunidas todas as condições para que a Feira do Porco se realize em segurança e conformidade com as normas impostas pela Direção-Geral da Saúde e, mais uma vez, possamos divulgar o que de melhor há e se faz no concelho de Boticas e na região do Barroso. GR: Que expectativas tem para esta edição? FQ: Atendendo ao momento, sabemos que esta edição da feira será completamente diferentes das anteriores, tanto pelo volume de vendas como pelo número de visitantes. No entanto, estamos confiantes de que os nossos produtores vão conseguir escoar todo o produto destinado para o certame. Estamos um pouco reticentes relativamente à evolução epidemiológica no nosso país, após esta quadra festiva, mas, ao mesmo tempo, confiantes de que vai tudo correr bem e que vai ser possível realizar o certame. Caso a situação pandémica no nosso concelho e na região piore e não seja possível a realização do certame no espaço físico, temos outras soluções em cima da mesa, nomeadamente a venda online, através do site www.boticastem.pt e, em último recurso, a feira decorrer em modo “Drive-In”, uma opção que permite aos visitantes comprar os produtos sem sair do carro.

Seja como for, queremos assegurar que a sustentabilidade económica do nosso concelho está garantida e, acima de tudo, que os nossos produtores conseguem escoar todo o fumeiro produzido, tendo assim o devido retorno financeiro do seu trabalho. “A Feira do Porco de 2021 contará com a vertente de venda online” GR: As plataformas digitais estão na moda e as experiências, na generalidade, têm corrido bem. Como foi a adesão dos produtores de fumeiro à venda online? FQ: Tal como referi anteriormente, a Feira do Porco de 2021 contará, além da venda física no Pavilhão Multiusos de Boticas, com a vertente de venda online. Esta é uma novidade para todos, tendo em conta que é a primeira vez que o certame irá ter vendas através de uma plataforma digital. A adesão é opcional, contudo, teve uma excelente aceitação por parte dos produtores, pois perceberam que desta forma têm ao seu dispor outro mecanismo para o escoamento dos seus produtos. Além disso, os produtores que aderirem à plataforma online têm apenas uma obrigatoriedade, que é garantir a entrega dos produtos que lhes são solicitados, recebendo o respetivo pagamento. Tudo o resto, quer o modelo de negócio, a gestão, acondicionamento e envio das encomendas são suportadas pelo Município de Boticas, contando com a parceria da Mais Boticas – Associação Empresarial Botiquense. Os produtores de fumeiro não têm qualquer tipo de encargo

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relacionado com a venda online dos seus produtos, pois todos os custos associados a este método de venda são comportados pela autarquia. O site www.boticastem.pt estará disponível a partir do dia 15 de Janeiro, permitindo aos consumidores comprar os excelentes produtos de Boticas de forma rápida, prática e sem sair de casa e com a mesma qualidade a que já estão habituados, uma vez que o fumeiro vendido online, à semelhança do que acontece na feira, será alvo de um rigoroso controlo de qualidade.

apenas dois dos motivos pelos quais as pessoas decidem visitar e pernoitar no nosso concelho. As pessoas valorizam cada vez mais a tranquilidade típica das regiões do interior norte do país e se puderem conjugá-la com experiências únicas e diferentes, tanto melhor. Temos um vasto património natural e paisagístico, cultural, arquitetónico e também gastronómico que é cada vez mais conhecido e motivo de atração. Não é por mero acaso que a região do Barroso, constituída pelos municípios de Boticas e Montalegre, foi classificada como Património Agrícola Mundial. São cada vez mais aqueles que trocam os grandes centros urbanos pela pacatez dos meios rurais, daí estarmos de braços abertos para receber todos aqueles que pretendam visitar o nosso concelho. As gentes do Barroso são conhecidas pela arte de bem receber, por isso sintam-se à vontade para conhecer as maravilhas deste território e deliciar-se com a excelente gastronomia local.

GR: Tendo em conta o tempo que vivemos, como está a reagir o setor na região e, de uma forma geral, o setor primário do concelho? FQ: Esta crise pandémica atingiu direta e indiretamente vários negócios e empresas do nosso concelho e o setor primário não foi exceção. É natural que as pessoas se sintam mais reticentes em relação ao futuro, mas mesmo assim continuam a batalhar por dias melhores. Boticas é uma zona rural, onde a agricultura e pecuária continuam a ser duas das principais atividades e fontes de rendimento de muitas famílias, tendo como tal um grande impacto na economia local. Sabemos que o setor agropecuário requer muito esforço e dedicação, mas graças ao espírito de sacrifício e resiliência das nossas gentes, estamos em crer que todos juntos vamos conseguir dar a volta por cima e GR: Como antecipa 2021 e quais as expectativas? ultrapassar esta fase menos boa pela qual estamos a atravessar, fazenFQ: Apesar de ser difícil fazer previsões para 2021, espedo com que as atividades ligadas ao mundo rural valorizem ainda mais ro que seja um ano melhor para todos e que consigamos o concelho de Boticas. ultrapassar esta crise pandémica da melhor forma possível. Avizinham-se tempos de muito trabalho e superação, no en“Há mais gente a procurar o concelho de Boticas” tanto quero que saibam que continuaremos a fazer o que está ao nosso alcance para ajudar as famílias e apoiar o setor emGR: Este novo tempo gera, também, novas oportunidades para presarial e da restauração, contribuindo de forma significativa o interior, com as pessoas a saíram das grandes cidades em busca para a melhoria da qualidade de vida dos nossos munícipes e de locais mais tranquilos. Há mais gente a procurar o concelho? para o crescimento do concelho de Boticas. FQ: É verdade. Com a fase de confinamento, em que nos vimos obrigados a permanecer fechados em casa por um longo período de tempo, é normal que agora as pessoas procurem locais mais tranquilos para descansar e estar longe da confusão do dia a dia. Efetivamente notamos que Boticas tem sido o local de eleição para muitos visitantes. O contacto com a natureza e a excelente gastronomia local são 8

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Plataforma começará a ser lançada em Janeiro de 2021

Associação Mais Boticas cria plataforma ‘online’ para produtores locais A associação empresarial Mais Boticas vai lançar em Fevereiro de 2021 uma plataforma digital de vendas para os cerca de 120 associados, assumindo todos os custos com os negócios ‘online’ para todo o país,

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partir de Fevereiro estará disponível a plataforma ‘boticastem.pt’ para os cerca de 120 associados do concelho, disponível e transversal a todos os setores de atividade e que vai desde os excelentes produtos endógenos até à indústria”, explicou Paulo Aleixo, presidente da associação empresarial Mais Boticas, no distrito de Vila Real. Vale de Compras conta com 19 negócios locais Esta loja virtual, que tem como lema ‘O que procura, Boticas tem’ permitirá vender para Portugal Continental e ilhas, sendo que “todos os custos, desde o embalamento, acondicionamento ou comissões de pagamento por multibanco ou transferências bancárias” serão assumidos pela associação. “O produtor ou empresário apenas terá de levar o produto até à sede da associação, que tratará do resto”, vincou. O responsável pela Mais Boticas salientou que esta iniciativa tem “o intuito de impulsionar o setor empresarial botiquense pela via digital”. “A plataforma digital versátil, agregadora e representativa de todos os ramos de atividade do concelho de Boticas, proporciona aos associados da Mais Boticas efetuar todos os negócios em comércio eletrónico sem qualquer custo acrescido”, apontou. A plataforma começa por ser lançada em Janeiro, como base de apoio para a venda ‘online’ na Feira do Porco de Boticas, que se realiza entre 15 e 17 de Janeiro. “Durante a feira será utilizada exclusivaMunicípio de Manteigas já lançou o MarketPlace local mente para o escoamento de produtos endógenos, como o fumeiro, que reúne mais de 100 produtos ou serviços da repão, mel, licores ou compotas por parte dos produtores que particigião. O Vale de Compras conta com 19 negócios locais a que pam na feira, do concelho de Boticas e Montalegre”, explicou Paulo se irão juntar mais nos próximos meses. O desafio de reunir os Aleixo. “As pessoas terão a possibilidade de, através da plataforma comerciantes locais e criar uma plataforma de venda online faz comprarem os produtos à distância durante a Feira do Porco. Terparte da estratégia do Município de dar a conhecer a região. minada a feira, a plataforma ficará disponível para os associados”, Serviços, comércio, restauração e hotelaria locais estão reuconcluiu. nidos num só endereço e tudo é possível fazer, desde marcar A Feira do Porco de Boticas vai realizar-se entre 15 e 17 de Jauma massagem, agendar uma estadia, comprar produtos ou arneiro, mas devido à pandemia a organização vai criar uma platatesanato local ou reservar uma mesa num restaurante. Tudo em forma para que o fumeiro possa ser vendido ‘online’. www.valedecompras.pt.

Manteigas lançou Marketplace Local com mais de 100 produtos e serviços da região

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Segundo a plataforma Pinterest

Pratos ‘picantes e feitos em casa’ são as tendências gastronómicas para 2021

A

s tendências gastronómicas para 2021 vão para pratos “picantes” e “feitos em casa”, segundo a Pinterest. Esta plataforma lançou o Pinterest Predicts, um relatório com tendências para 2021. O site separou as suas “previsões” nos grupos viagem; bem-estar; alimentos e bebidas; lar; moda; beleza; cuidados dos pais; comemorações; finanças e hobbies e interesses. 2020 foi um ano anormal, devido à pandemia, ao isolamento social e ao aumento considerável do take away. 2021 será “um ano quente” em termos gastronómicos, com tendência para pratos picantes e cozinhados em casa. O relatório revela que não haverá lugar para “comidas sem gosto”, mas sim para receitas com temperos fortes, especiarias e pimenta. As famosas tábuas de queijo darão lugar a outros alimentos, como doces, café e outras entradas. Em 2021, refere o documento, “as pessoas vão se aventurar mais na cozinha e recriar experiências de restaurantes estrelados em casa”. Receitas de chefs de cozinha, técnicas de gastronomia e a cuidadosa apresentação de pratos estarão em alta.

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De 20 a 23 de Janeiro de 2021, para promover exportações nacionais

Setor agroalimentar português vai organizar a primeira feira 100% digital Num contexto altamente adverso, o evento virtual vai servir de ponto de encontro entre empresas nacionais e clientes internacionais dos vários continentes, com aposta forte em países com potencial como China, Japão ou Estados Unidos. Objetivo é manter a rota de crescimento das exportações e criar oportunidades de negócio

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da Agricultura, Maria do Céu Antunes. O Digital Agriuma altura em que o impacto da pandemia de Covid-19 abala toFood Summit Portugal pretende chegar aos compradodos os mercados e setores, sem exceção, e restringe a mobilidares internacionais (retalhistas, grossistas, canal HoReCa, de e a capacidade de participação em feiras internacionais, o consórimportadores e distribuidores) provenientes de mercacio Portuguese Agrofood Cluster (no qual participam a PortugalFoods, dos considerados maduros e/ou prioritários dos diversos o Inovcluster, o Agrocluster e a Portugal Fresh) decidiu avançar para a continentes - incluindo China, Índia, Japão, Estados Unidos, organização da primeira edição do Digital AgriFood Summit Portugal. Canadá, Brasil, Chile, México, Colômbia, Angola e região do Este evento, que decorrerá entre os dias 20 e 23 de Janeiro de 2021, Magrebe, assim como Reino Unido, Suécia, Finlândia, Nonuma plataforma online especializada em eventos virtuais, pretende ruega ou Dinamarca. assumir-se como uma “montra” da excelência e qualidade da oferta A par dos encontros que ocorrem durante a feira, será agroalimentar nacional. O certame 100% digital contará com uma desenvolvido um trabalho de angariação de reuniões extra centena de expositores, de diversas fileiras do agroalimentar ‘made com compradores internacionais. As empresas expositoras in Portugal’, e receber compradores dos vários continentes, servindo poderão receber os profissionais de Food & Beverage nos de ponto de encontro entre procura e oferta, potenciando negócios seus stands e, através de uma plataforma interativa digital, de uma forma inovadora e integrada e contribuindo para o aumento apresentar os seus produtos através de diversos recursos audas exportações agroalimentares. diovisuais. Este certame contará ainda com workshops sobre Com o apoio da Secretaria de Estado da Internacionalização e do temáticas de internacionalização e inovação. Ministério da Agricultura, da AICEP e da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, a primeira edição do Digital Agrifood Summit Portugal conta com uma campanha de comuniEste evento “é uma forma do setor mostrar cação e marketing internacional, com o forte envolvimento das a excelência e capacidade de inovação” Embaixadas Portuguesas e da Rede Externa da AICEP. O evento conta ainda com o empenhado incentivo do Secretário de EstaNum contexto em que o setor agroalimentar nacional dedo da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, e da Ministra monstra grande resiliência perante as dificuldades impostas pela 12

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mento, não temos dúvidas que o Digital Agrifood Summit Portugal criará novas pandemia de Covid-19 - sendo o único setor da oportunidades para as empresas, aproveitando as facilidades e vantagens que as economia portuguesa que, no contexto das exnovas tecnologias colocam ao seu dispor”. portações de bens, regista um crescimento homólogo nos três primeiros trimestres deste ano -, “Setor agroalimentar assume a sua capacidade de reinvenção” a realização deste evento virtual vem sublinhar a capacidade de mobilização dos empresários nacioO Ministério dos Negócios Estrangeiros, através do Secretário de Estado da nais e a forte vocação e capacidade exportadora das Internacionalização, considera também este evento virtual prioritário para a empresas do setor agroalimentar português. promoção do setor. “Sabemos que uma das principais limitações que a panAmândio Santos, presidente da PortugalFoods demia nos impôs está relacionada com a circulação de pessoas, que por sua e responsável pelo consórcio Portuguese Agrofood vez veio condicionar significativamente a capacidade de promoção dos nossos Cluster, sublinha que “face aos desafios impostos produtos. Com uma história de sucesso neste âmbito, o setor não se resignou pela pandemia, o setor agroalimentar necessita, mais e decidiu apostar numa forma inovadora e diferenciadora, com a criação da do que nunca, de se mobilizar para enfrentar de uma primeira edição do Digital Agrifood Summit Portugal. É uma iniciativa que se forma concertada e profissional, tempos incertos e destaca pela digitalização e pela cooperação entre parceiros, dois fatores mercados difíceis, como já nos habituou nos processos fundamentais para transformarmos esta crise numa grande oportunidade”, de promoção e internacionalização”. Para além disso, frisou Eurico Brilhante Dias. “temos sabido corresponder à qualidade que esperam Por seu turno, a Ministra da Agricultura considera da maior relevância a de nós, como notam os dados mais recentes sobre as iniciativa “perante os constrangimentos que esta pandemia coloca, e que exportações de bens nacionais, mas a manutenção deslimitam as ações de promoção de cariz presencial, o setor agroalimentar se bom desempenho e o futuro do setor depende das assume a sua capacidade de reinvenção conseguindo criar um formato de ações que conseguirmos levar a cabo agora, numa fase promoção dos produtos nacionais inteiramente adaptado ao momento de grandes constrangimentos”, referiu. excecional em que vivemos, constituindo esta iniciativa uma excelente O presidente da PortugalFoods acrescentou ainda que oportunidade para afirmar a qualidade da produção nacional e impuleste evento virtual “é uma forma de o setor agroalimentar sioná-la nos mercados externos, em consonância com a estratégia de mostrar, mais uma vez, a sua excelência e a sua capacidade internacionalização do Ministério da Agricultura”, afirmou Maria do Céu de inovação. Além de se assumir como uma plataforma de Antunes. negócio e um ponto de partilha de experiências e conheci-


Programa V21Rural a caminho da reta final

Empreendedores de Viseu levam sonhos a sério e dão passo para avançar com projetos São 14 os empreendedores que estão já a desenvolver o Plano de Negócios, no âmbito do Programa V21 Rural. “Esta é mesmo uma oportunidade para mudar de vida” é, assim, que os participantes resumem esta iniciativa da Vissaium XXI e do Município de Viseu.

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esta que é a primeira edição, os resultados estão à vista. Os participantes terão em breve todas as ferramentas para tirar finalmente os seus negócios do papel para ação. Trata-se de um grupo de empreendedores pluridisciplinar, de várias faixas de idade, percursos e setores de atividades diversificados que vão desde o artesanato, ao turismo, à produção, à educação, à comercialização, entre muitos outros setores de base rural. “São oportunidades destas que nos fazem querer ficar na nossa terra” Lídia Neves, tem 54 anos e é uma das finalistas. A pouco e pouco o seu projeto começa a desenhar-se. A empreendedora quer levar pedaços de Viseu ao mundo. “Através de produtos endógenos de qualidade, maioritariamente certificados, o objetivo passa por promover a região de Viseu”. Quanto ao programa, Lídia Neves não podia estar mais satisfeita. “Está a ser um grande desafio. Antes para mim um plano de negócios era um verdadeiro “bicho-papão”. É uma grande oportunidade para aprendermos e testarmos as nossas ideias. Temos um acompanhamento permanente e recebemos sempre feedback do que estamos a fazer. Sinto que o meu projeto está cada vez mais solidificado”, explica. A empreendedora não tem dúvidas, este era um programa exemplar que permite desenvolver a região e fixar os jovens “É uma aposta no capital humano, são oportunidades destas que nos fazem querer ficar na nossa terra. Esta é uma capacitação importante para os que querem agarrar novas oportunidades e enveredar por novas áreas. É uma oportunidade para mudar de vida”, desabafa. 14

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“Trabalhar em rede faz toda a diferença”

A mesma opinião tem Maria Paula Freitas, 44 anos, professora universitária e designer industrial. Foi há cinco anos que começou a idealizar o seu plano de vida. O projeto está ligado ao turismo rural e ao artesanato e pretende reinventar o Turismo Rural em Portugal associando experiências turísticas sustentáveis ao artesanato, como forma de preservar memórias, promover a identidade social e a sustentabilidade cultural. A empreendedora não tem dúvidas, este era o clique que faltava para tirar o seu projeto da gaveta. “O programa tem sido fundamental para conseguir estruturar o meu negócio e perceber qual a direção que tenho que tomar”, resume. Nas palavras da finalista, são muitas as mais valias do V21 Rural. “Temos a oportunidade de ouvir, na primeira pessoa, testemunho de empresários que já passaram pelas dificuldades que hoje estamos a sentir e que neste momento estão já do outro lado do muro”, destaca, acrescentando, ainda, a importância do trabalho de grupo. “O programa tem-nos permitido criar uma rede importante de contactos. Trabalhar em rede faz toda a diferença”, sublinha. “Muitos destes projetos vão germinar” Sérgio Lorga faz um balanço muito positivo do caminho já per-


corrido. “É evidente o processo de evolução dos participantes. Estão entusiasmados e motivados em construir os seus projetos. Cada um desenvolve o seu plano de negócio, mas aqui têm o conforto de, a nível metodológico, terem um caminho partilhado, acompanhado e orientado”, sublinha. O diretor executivo da Vissaium XXI não tem dúvidas, muitas destas sementes vão dar frutos. “Estamos certos que deste programa vão surgir novos negócios. Acreditamos, inclusive, que alguns vão germinar muito brevemente, alguns podem até não avançar, no imediato, mas estamos certos que o V21 Rural será um passo importante para consolidar as suas ideias e, no futuro, quando avançarem, vão fazê-lo de forma muito mais consistente e mais facilmente atingirão o sucesso”, sustenta. De olhos postos no futuro, em cima da mesa, na Vissaium XXI, estão já a ser ponderadas novas edições. “Tendo em conta a avaliação positiva desta primeira edição, o estímulo é cada vez maior. Estamos empenhados em ter sempre respostas ajustadas às necessidades dos empreendedores”, remata. Depois de o programa ter dado a oportunidade de todos porem à prova o seu perfil de empreendedor, o V21 Rural seguiu em frente com os projetos finalistas que estão a ser munidos das competências necessárias para criar um negócio de sucesso. Na reta final, os empreendedores estão, agora, a trabalhar o seu plano de negócios. São 24 horas de capacitação nos mais diversos temas: Estratégia de negócio, análise de mercado, plano de marketing, recursos humanos, modelo de negócios, análise económico-financeira, digitalização do negócio, financiamento e o modelo LASEr, no âmbito do qual são trabalhadas várias competências de comunicação e os participantes são preparados para o pitch do projeto. Paralelamente, cada participante recebe um acompanhamento personalizado semanalmente. Depois, os diversos Planos de Negócio serão apresentados ao grupo e apreciados pelo júri. Segue-se a última fase: estágio e cooperação. É a reta final, antes dos projetos nascerem.

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Estabeleceu protocolo de cooperação com 20 municípios

Turismo Centro de Portugal apresentou processo de certificação do Caminho Português de Santiago O Turismo Centro Portugal (TCP) assinou um protocolo de cooperação com 20 municípios da região, com o objetivo de acelerar a certificação e dinamização do Caminho Português de Santiago, nos seus itinerários Caminho Central e Via Portugal Nascente. Estes dois percursos atravessam o território do Centro de Portugal, ao longo de 210 e 199 quilómetros, respetivamente.

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“Estes Caminhos têm duas vias, ascendente e deso Centro de Artes de Águeda foi assinado o protocolo com os 12 mucendente. É nossa ambição que, a longo prazo, os perenicípios da região Centro atravessados pelo Caminho Central, que grinos façam o percurso inverso, descendo até ao Censão, de sul para norte: Vila Nova da Barquinha, Tomar, Ferreira do Zêzere, tro de Portugal, o que permitirá reforçar, ainda mais, as Alvaiázere, Ansião, Penela, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Mealhada, Anadia, estreitas ligações entre esta região e o mercado turístico Águeda e Albergaria-a-Velha. O Caminho Central segue depois para norte, espanhol”, acrescentou Pedro Machado. até terminar em Santiago de Compostela. Na Casa das Artes e da Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, o proInscrição do Caminho Português tocolo foi assinado pelas oito edilidades da região por onde passa a Via como Património da Humanidade Portugal Nascente. De sul para norte: Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Belmonte, Guarda, Celorico da Beira e Trancoso. Em Os Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago Trancoso, esta rota de peregrinação entronca no caminho de Torres, que de Compostela foram inscritos na lista Indicativa de Portuprocede de Salamanca e termina, naturalmente, na Galiza. gal a Património Mundial UNESCO em Maio de 2016. Para O protocolo estipula que o Turismo Centro de Portugal é a entidade que tal classificação seja concedida, é necessária a certifigestora do Caminho Português de Santiago, ao longo do território da cação dos caminhos. O Decreto-Lei n.º 51/2019, de 17 de Região Centro. Nas sessões de assinatura do protocolo foram apresenAbril, veio regular a valorização e promoção do Caminho de tados os passos que já foram dados no processo de certificação dos Santiago, através da certificação dos seus itinerários. caminhos. José Luís Sanches, presidente da associação de peregriO presidente do Turismo Centro de Portugal realçou a importânnos Via Lusitana, parceiro nesta certificação, explicou nas cia e o potencial de atratividade turística do Caminho Português apresentações que, para um itinerário ser certificado, tem de de Santiago. Este “representa uma fatia importante do número de obedecer a um conjunto de requisitos, nomeadamente a “funperegrinos que se deslocam a Santiago de Compostela, tendo sido damentação do uso consistente do itinerário de peregrinação, o segundo mais usado no último Jubileu”, referiu Pedro Machado, comprovado por fontes históricas, vestígios materiais ou traacrescentando que “entre 2011 e 2019 duplicou o número de pedição documentalmente registada” e a “identificação e caracregrinos que fazem o Caminho Central, que passaram de 183 mil terização do património cultural e natural e justificação da sua para cerca de 350 mil”. O presidente do TCP lembrou que “este associação ao itinerário”, entre outros. é um caminho para todos”, uma vez que “40% das pessoas que fazem o Caminho de Santiago têm motivação religiosa e 49% têm motivação cultural ou outra”. Quase todos percorrem o trajeto a pé (327 mil em 2019), mas há quem o faça de bicicleta (19 mil), a cavalo ou até em cadeira de rodas. 16

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A partir da quinta Municipal de São João dos Montes

Câmara de Vila Franca de Xira aposta no enoturismo para promover o concelho A Câmara de Vila Franca de Xira está apostada em divulgar o concelho através de um projeto de enoturismo, que tem vindo a ser desenvolvido há alguns anos. A abertura recentemente de uma loja de vinhos junto à quinta municipal, em São João dos Montes, onde se produzem os vinhos “Encostas de Xira” faz parte desse objetivo.

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m entrevista à Gazeta Rural, António José Sequeira Félix, vereador com o pelouro do turismo da autarquia ribatejana, salientou a aposta feita nesta vertente, com o objetivo de “dar a conhecer o município”, mas também “atrair mais visitantes”. À aposta na vertente do enoturismo, a Câmara de Vila Franca de Xira vai juntar um mês dedicado à carne de coelho, já em Novembro de 2021. “Não há no nosso país um evento em que a carne de coelho esteja em destaque”, avançou António Félix.

GR: A ideia é dar a conhecer a quinta, mas também a marca ‘Encosta de Xira’? AJSF: Naturalmente. Criámos este projeto no sentido de dar a conhecer o município. O objetivo inicial não foi a pensar o resultado financeiro, uma vez que a venda de vinhos não é o ‘core business’ da autarquia, mas sim dar a conhecer e projetar o município e fazer com que, através do vinho, tenhamos mais visitantes. Juntar os nossos vinhos à gastronomia do concelho é importante para nós, no âmbito da estratégia que temos nesta área.

Gazeta Rural (GR): A Câmara de Vila Franca de Xira, no âmbito da produção de vinho na Quinta de São dos Montes, abriu uma loja de vinhos. Quais os objectivos? “Queremos promover um evento António José Sequeira Félix (AJSF): Temos vários. Em primeiro lugar, em que o coelho vai ser ‘rei’” depois de termos iniciado este projecto temos que escoar a produção. O vinho está à venda no nosso Posto de Turismo, em restaurantes e GR: Nesse quadro, há várias iniciativas que a autarquia superfícies comerciais do concelho e também nalguns locais fora de leva a cabo durante o ano? Vila Franca de Xira. Porém, tínhamos que ter uma loja especifica e AF: Sim. Temos um evento, consolidado e solidificado, que que estivesse localizada no sítio onde o vinho é produzido, junto da é “Março, Mês do Sável”, mas também a campanha de Noadega e da vinha, permitindo-nos vender o vinho, mas também ouvembro, à volta do Torricado com Bacalhau assado. Queremos, tros produtos produzidos no nosso concelho, mas também para que contudo, a partir do próximo ano centrá-la no coelho. Quereos visitantes possam fazer visitas e provas de vinhos. O espaço pode mos promover um evento em que o coelho vai ser ‘rei’, com ainda servir para fazer pequenos eventos e reuniões, para quem vários pratos, mas os restaurantes terão toda a liberdade para o pretender. Ou seja, pretendemos vender os nossos vinhos, mas criar ementas que tenham como ingrediente principal o coelho, também dar a conhecer o trabalho que levamos a cabo na Quinta, cuja produção é muito relevante no nosso concelho. Já fizemos tudo incluído num projeto de enoturismo que temos em desenalguma promoção à volta do coelho, com a entrega de receitas e volvimento, que este ano não teve o ‘andamento’ que gostaríaalguma formação junto dos restaurantes, mas cada um dará azo à mos, porque 2020 foi complicadíssimo.

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sua criatividade, uma vez que esta carne permite imensas possibilidades de confeção. Para já a recetividade dos restaurantes tem sido boa e vamos trabalhar para que este evento seja uma realidade no próximo ano, além de que, tanto quanto sei, não há no nosso país um evento em que a carne de coelho esteja em destaque. Pode ser o arranque para algo de muito relevante para os apreciadores desta carne. No nosso concelho, em Calhandriz, há tradição dos pratos de coelho e queremos projetá-la para o resto do município. GR: Voltando ao vinho. Como foi a vindima deste ano? AJSF: Bastante boa, superior aquilo que estávamos à espera. Os nossos vinhos brancos estão consolidados. O Arinto voltou a ser destacado, e com uma nota muito boa, numa revista da especialidade. O tinto tem vindo a melhorar, o que não é uma novidade em face das alterações que temos vindo a fazer e a tendência é para continuar nesse caminho. Neste momento os nossos vinhos tintos estão centrados nas castas Castelão (a grande maioria) e a Touriga Nacional. Este ano vamos ter um blend com três castas, ainda que em quantidade reduzida, uma vez que é o primeiro ano de produção de um talhão de Touriga Franca, plantado há três anos, o que vem dar um acrescento qualitativo. Este ano plantámos mais Touriga Nacional e Syrah, pelo que daqui a três anos poderemos produzir aquilo que é o nosso objetivo, e é onde queremos estar, que é atingir um patamar de qualidade elevado. A Syrah dá-se muito bem nesta zona e vem acrescentar qualidade. No nosso portefólio, para além dos blends, temos um monovarietal de Touriga Nacional, que está muito bom. A nossa meta, nesta matéria, é fazer monovarietais com as outras castas, nomeadamente de Syrah, dependendo da qualidade que as uvas apresentarem. GR: 2020 foi um ano difícil para todos, e não podemos inverter o curso da história. Como projeta 2021, em termos dos eventos que a autarquia leva a cabo? AJSF: Este ano foi o que foi e não há volta a dar. Houve coisas que fizemos e outras que não conseguimos fazer, como o Colete Encarnado, a nossa festa maior. De qualquer modo, não o fazendo, conseguimos promovê-la de forma brilhante, pois foi considerada uma das 7 Maravilhas da Cultura Popular. Não houve festa, mas projetámo-la a nível nacional e despertar curiosidade a muita gente para vir conhecê-la e o que ela tem de tão especial. Como se costuma dizer, “quem não tem caça com gato” e nós não tendo conseguido levar a cabo alguns eventos, realizámos outros, usando as novas tecnologias. Por exemplo, fizemos vários vídeos, divulgados nos nossos canais digitais, com receitas da nossa região, de que resultará um livro que sairá no início do próximo ano.

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ViniPortugal patrocina evento online, que vai decorrer de 23 a 26 de Fevereiro de 2021

Conferência “Wine Future 2021” debate futuro da indústria vinícola Vai decorrer de 23 a 26 de Fevereiro de 2021, em formato digital, a conferência “Wine Future 2021”. Este evento vai na terceira edição e continua a atrair os principais players do setor vitivinícola internacional, bem como o apoio das organizações mais relevantes.

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conferencia conta com o apoio da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e tem como patrocinador principal a ViniPortugal, através da chancela “Wines of Portugal”. A maior conferência internacional dedicada aos negócios de vinho vai realizar-se em formato virtual, devido à situação pandémica, depois de as edições anteriores terem decorrido em Rioja (Espanha) e Hong Kong (China): Ao longo de quatro dias, diversos especialistas e profissionais vão discutir o futuro do sector e partilhar soluções para os desafios que a indústria vitivinícola e o comércio internacional de vinho enfrentam, decorrentes da pandemia de Covid-19 e os seus consequentes impactos económicos, mas também da emergência climática e das desigualdades sistémicas. Para o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, “é uma honra fazer parte desta conferência e apoiar a oportunidade de discutir globalmente os desafios do negócio do vinho de hoje e para o futuro”. A conferência reunirá, virtualmente, diversas personalidades do setor vitivinícola internacional, que irão discutir as soluções mais adequadas para os desafios enfrentados pela indústria vinícola global, especialmente decorrentes da pandemia COVID-19. Além disso, mesas redondas e conferências individuais também se concentrarão em discutir o futuro do setor nos próximos anos. Entre os oradores internacionais já confirmados estão o director-geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), Pau Roca, o realizador e produtor de vinhos Francis Ford Coppola e a antiga directora-geral da UNESCO, Irina Bokova. Dada a crise económica global, a organização decidiu estabelecer um preço simbólico de 65 euros para quem pretender participar nos quatro dias de conferências e mesas redondas. “Graças ao formato virtual, esperamos alcançar muitos profissionais do vinho de todo o mundo, muitos dos quais nunca conseguiriam pagar uma viagem de avião, estadia em hotel e inscrições para congressos que costumavam ter preços muito altos antes do vírus”, afirmou Pancho Campo, fundador e co-organizador da conferência. Os profissionais do setor vitivinícola internacional interessados em participar podem fazer a sua inscrição através do site www. winefuture2021.com.

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Marca líder do Dão soma prémios e distinções no palco internacional

Cabriz Colheita Selecionada Branco 2019 no TOP 100 Values da Wine Spectator O vinho Cabriz Colheita Selecionada Branco 2019, produzido na Região Demarcada do Dão, integra o TOP 100 Values da revista Wine Spectator, publicação norte-americana vista como um farol no seio da indústria do vinho.

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regularidade com que os vinhos de Cabriz têm vindo a destacar-se além-fronteiras é a prova de que a estratégia delineada pela empresa sediada no Dão de internacionalizar a marca está a ser coroada de êxito. O Cabriz Colheita Selecionada Branco 2019 é visto pela revista norte-americana como uma aposta segura e uma boa compra. Considera o autor da lista, nas notas sobre o vinho, que “tem muita mineralidade e notas florais, é leve, tem notas de pêssego e melão e um final de boca que sugere notas de mel e especiarias”. O Cabriz Colheita Selecionada Branco, bem como o seu congénere tinto, tem visto a sua qualidade realçada em vários circuitos da enofilia internacional, dada a qualidade que demonstram na hora de consumo. Os vinhos brancos têm vindo a ganhar terreno nas preferências dos consumidores, nomeadamente na geração millennials, pelo que esta distinção se reveste de importância assinalável para a marca Cabriz. A mesma revista também já tinha considerado há cerca de meio ano o Cabriz Espumante Bruto 2015 como um dos cem melhores espumantes do mundo. Já a revista norte-americana Wine & Spirits inseriu Cabriz no restrito lote de marcas que integram a lista do TOP Value All Stars de 2020. No Outono chegava a notícia, através da Wine Enthusiast, de que o Cabriz Reserva Tinto era um dos melhores vinhos mundiais para consumir nesta altura do ano.

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Revelam os primeiros resultados do recenseamento agrícola

Explorações de agricultura biológica mais do que triplicam numa década As explorações certificadas para produção em modo biológico mais do que triplicaram entre 2009 e 2019, para cerca de 3.900, revelam os primeiros resultados do Recenseamento Agrícola de 2019 (RA2019) do Instituto Nacional de Estatística (INE).

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oram recenseadas cerca de 3,9 mil explorações certificadas para a produção em modo biológico (+210% que em 2009), um terço das quais em Trás-os-Montes”, indica o documento. A área em produção biológica era em 2019 de 211 mil hectares, dos quais 69% pastagens permanentes e 9% prados temporários e culturas forrageiras destinadas à produção pecuária biológica. Segundo o INE, nas culturas biológicas destacam-se os olivais com 20,8 mil hectares, os amendoais com cinco mil hectares, as vinhas com 3,8 mil hectares e as hortícolas com 1,7 mil hectares.

entre 1989 e 2009, registou um acentuado abrandamento no último decénio, tendendo mesmo para alguma estabilização, comprovada pelo reduzido decréscimo do número de explorações agrícolas, mas, principalmente, pelo inédito aumento da SAU”, explica o INE. Segundo o documento, o abandono da atividade agrícola em 2009 ocorreu sobretudo entre os pequenos produtores, tendo o número de explorações com mais de 20 hectares aumentado 15%. O INE adianta que o aumento da dimensão média das explorações “não resultou duma concentração fundiária em grandes unidades produtivas, que não registaram alterações significativas quer em número quer na respetiva SAU, ficando principalmente a dever-se ao efetivo redimensionamento das explorações de média dimensão”. No entanto, as cerca 1,1 mil explorações com mais de 500 hectares continuam a gerir mais de um quarto da SAU, incluindo-se alguns baldios ou terras comunitárias, na sua maior parte pastagens. Número de explorações agrícolas caiu 5% em dez O INE avança ainda que, na década em causa, a utilização das teranos ras agrícolas alterou-se, verificando-se um decréscimo de 12% nas terras aráveis, “mais que compensado pelos expressivos aumentos das Os resultados do RA2019 indicam que o número de áreas das culturas permanentes (+24%) e das pastagens permanentes explorações agrícolas caiu 5% em 2019 face a 2009, para (+14%)”. “Assistiu-se a uma forte aposta na instalação, modernização 290 mil, mas a superfície agrícola utilizada aumentou 7%, e rega de olivais e pomares, principalmente de frutos pequenos de ocupando 3,9 milhões de hectares, revelam os primeiros baga, subtropicais e amendoais”, lê-se no documento. Já a produção resultados do recenseamento agrícola. pecuária registou “uma evidente reestruturação”, levando ao aban“ Recenseamento Agrícola 2019 (RA 2019) foram registadono de pequenos produtores e ao aumento generalizado da dimendas 290 mil explorações, menos 15,5 mil que em 2009 (-5%)”, são média do efetivo por exploração. indica o INE. Contudo, os dados mostram que “a superfície Estes são os primeiros resultados de âmbito nacional do RA2019, agrícola utilizada (SAU) aumentou 7%, passando a ocupar 3,9 cuja recolha de informação decorreu entre Outubro de 2019 e Nomilhões de hectares (43% da superfície territorial)”. vembro de 2020. No final de Março de 2021 serão disponibilizados A dimensão média das explorações agrícolas aumentou os resultados definitivos, indica o INE. para 13,6 hectares de SAU por exploração, o que significa mais 1,6 hectares do que em 2009. “O abandono da atividade agrícola por um número significativo de agricultores, verificado www.gazetarural.com

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Em 2020 o preço do leite em Portugal esteve abaixo da média europeia

APROLEP diz que “é preciso subir o preço do leite ao produtor” Os produtores de leite terminam 2020 com o sentido de dever cumprido, porque não pararam de trabalhar para que houvesse alimento na mesa dos portugueses, apesar das dificuldades inerentes à pandemia da Covid19. Contudo, persiste também entre os produtores um sentimento de injustiça, porque este foi mais um ano com o preço do leite abaixo da média europeia.

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rendimento do nosso setor e mais ainda, no âmbito da m Outubro, em Portugal, o preço médio era de 30,4 cêntimos por kg reforma da PAC até 2027, com a anunciada redução das de leite, cerca de 4,6 cêntimos abaixo do preço médio comunitário. ajudas do atual RPB (Regime de Pagamento Base) devido Foi o quarto pior preço entre os 27 estados membros. à convergência a 100% em 2026 nas áreas de cultivo des“Mês após mês, ano após ano, estivemos sucessivamente abaixo do tinadas à produção de leite”. Os produtores, acrescentam, preço médio de Espanha e da Europa, apesar de comprarmos combustí“preferiam poder dispensar os subsídios e receber um preveis, adubos e rações a um preço equivalente aos nossos colegas euroço justo pelo leite produzido, mas até que isso aconteça as peus”, diz a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) ajudas serão essenciais para a sobrevivência do setor”. em comunicado. Nesse sentido, a Aprolep espera que sejam encontradas A associação acrescenta que “manter a produção de leite só tem formas de mitigar a redução das ajudas, nomeadamente sido possível recorrendo ao crédito, adiando investimentos, compranatravés do reforço substancial do pagamento ligado e da do máquinas em segunda mão ou recorrendo ao sacrifício pessoal de adoção de eco-regimes adaptados ao setor que permitam agricultores e familiares, que abdicam de receber uma justa remuum futuro mais eficiente e ecológico na produção de leite, neração pelo seu trabalho”. Contudo, “para agravar, além da subida compensando os agricultores pelos serviços que prestam na anunciada do salário mínimo e dos aumentos habituais da energia e defesa do ambiente e no combate às alterações climáticas. dos restantes custos de produção, ocorreu nos últimos meses uma Em 2020, a produção de leite não parou, a poluição baixou subida significativa no preço das matérias-primas e cereais usados e ficou demonstrado que a culpa não era das vacas nem dos no fabrico das rações, necessárias para equilibrar o bolo alimentar agricultores. Esperamos em 2021 continuar a ter a preferência das vacas, baseada no milho e erva que produzimos nos nossos dos portugueses pelo leite e produtos lácteos nacionais, rececampos. Apesar da ração comprada ser, em média, apenas 20% da ber um melhor preço por parte da indústria e distribuição e mais quantidade total de alimento ingerida por uma vaca, representa atenção por parte do Governo e da União Europeia. cerca de 50% dos custos de uma vacaria”, alerta a APOLEP. A associação salienta que a “preocupação é agravada pela decisão do Ministério da Agricultura em relação ao período de transição 2021-2022 que provocará uma perda de 12% na ajuda ao 24

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Preservação ambiental e aumento da área de agricultura biológica são prioridades

A FORÇA DA UNIÃO

Bruxelas recomenda que agricultura em Portugal dê prioridade ao ambiente

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Comissão Europeia recomenda que Portugal dê prioridade à preservação ambiental e aumente a área de agricultura biológica, segundo as recomendações divulgadas para ajudar a delinear o plano estratégico para a PAC. Nas recomendações feitas a Portugal para ajudar na elaboração do plano estratégico nacional exigido pela Política Agrícola Comum (PAC) 2021-2027, Bruxelas salienta que “a preservação da biodiversidade continua a ser um desafio em Portugal, onde o estado de conservação dos ‘habitats’ agrícolas é “largamente avaliado como inadequado”, em parte devido ao “abandono dos sistemas agrícolas tradicionais”. Segundo a avaliação de Bruxelas, “a área de agricultura biológica está muito abaixo da média da União Europeia” e os sistemas agrícolas que têm um impacto positivo em termos ambientais estão a desenvolver-se lentamente, devendo ser privilegiado o financiamento das boas práticas agrícolas, que respeitem a biodiversidade. “A disponibilidade de água e a qualidade do solo são outros dois desafios significativos para o setor agrícola”, lê-se ainda nas recomendações, estando Portugal entre os países da União Europeia (UE) onde os níveis de captação de água são particularmente elevados. O documento destaca que “sem água suficiente, algumas culturas podem entrar em colapso até 2050, com grande diminuição do rendimento”. A Comissão considera que a agricultura portuguesa necessita de melhorar a transição climática de acordo com os objetivos da Estratégia do Prado ao Prato e a da biodiversidade. “O futuro plano estratégico da PAC deverá desempenhar um papel importante através de uma ambição ambiental reforçada”, que passe pela “preservação de áreas de agricultura extensiva”, devendo ser incentivada a utilização de modelos agrícolas que ajudam a manter ou aumentar a biodiversidade. Ao desenvolver o seu plano estratégico, Portugal deve considerar a diversidade e a especificidade de diferentes áreas no país, nomeadamente as regiões ultraperiféricas. A Comissão Europeia divulgou as recomendações aos Estados-membros para a elaboração dos respetivos planos estratégicos nacionais para atingir os nove objetivos traçados na Política Agrícola Comum 2021-2027. As recomendações fazem parte do diálogo entre a Comissão e os Estados-membros para os ajudar a executar a PAC a partir de 2023 e para assegurar que os seus planos estratégicos contribuam de forma ambiciosa para o Pacto Ecológico Europeu. O acordo político sobre a nova PAC deverá ser concluído até à Primavera de 2021, durante a presidência portuguesa da UE, tendo os Estados-membros um prazo até 01 de Janeiro de 2022 para apresentar os respetivos planos estratégicos. A Comissão Europeia prevê até 01 de Janeiro de 2023 aprovar os planos, quando a nova PAC estará em plena execução.

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Região têm um “potencial imenso” por explorar

Aquilino Ribeiro “pode ser a âncora” para o desenvolvimento das Terras do Demo O escritor Aquilino Ribeiro “pode ser a âncora” para ajudar as Terras do Demo a retomar o rumo do desenvolvimento, evitar o despovoamento e apostar no turismo literário, enquadrado “numa estratégia económica, social e de desenvolvimento muito mais alargada” para a região, que enorme potencial.

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estratégias de intervenção com que nos esbarramos siss Terras do Demo têm um “potencial imenso” por explorar, mas é tematicamente”, considerou. preciso que os seis municípios da região de Viseu que o compõem Conclusões que tirou na sua tese de doutoramento, se unam e dialoguem com os seus habitantes, defendeu a investigadoaprovada com distinção e louvor, sobre geografia humana ra Ana Lopes. “Há muito potencial com o património literário e todas nesta região, onde tentou “dar uma configuração ao terrias tipologias que queira e, neste caso em concreto, há um potencial tório, a partir da valorização literária de um autor filho da imenso que está completamente em bruto” nas Terras do Demo, disse terra”. “A fronteiras têm que existir, mas há uma sucessão Ana Isabel Lopes. Segundo explicou, “há muita pouca coisa que se faça de subdivisões administrativas, municipais e supramuniciem termos de sustentabilidade e políticas globais de valorização deste pais, que, muitas das vezes, acabam por colidir e por não território e, em particular, com este pendor literário, porque quer se permitir aquilo que efetivamente se pretende, quer para queira, quer não, Aquilino Ribeiro é uma figura incontornável” desta as Terras do Demo, quer para a generalidade do interior do região. território português que sofre de despovoamento, de forma Em 1919, nascia a obra “Terras do Demo”, de Aquilino Ribeiro, regritante”, considerou. sidente em Soutosa, Moimenta da Beira, mas foi o trabalho de Carlos No entender da investigadora, “o sucesso de implemenAlberto Medeiros, em 1985, que esteve na base de estudo de Ana tação de políticas acaba por não se alcançar, porque depois Isabel Lopes. Este professor definia os concelhos de Aguiar da Beira, entra-se num jogo de capelinhas” e, “muitas vezes, o superior Moimenta da Beira, Penedono, Sátão, Sernancelhe e Vila Nova de interesse das populações é colocado em causa com este tipo Paiva como as Terras do Demo, e são também as localidades que de questões, que não são de hoje”, registou. Ana Isabel Lopes Ana Isabel Lopes encontrou, “em supremacia, nas 16 obras” que vincou que o objetivo do trabalho não era político e admitiu que analisou de Aquilino Ribeiro. não sabe, “nem quis saber, quais os partidos no poder para ter “Há uma imagem de marca ligada aos territórios que não é poliberdade” na realização do trabalho, mas reconheceu que estas sitiva, até pela denominação Demo, mas isso tem a ver também diferenças, “muitas vezes, inviabilizam completamente algo que com algum terminismo geográfico, mas há um filão imenso a expodia ser feito”. plorar, mas depois há as barreiras administrativas e políticas nas 26

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Sem a solução nas mãos, defendeu que “falta muito a aproximação às pessoas e são elas que constituem os territórios e as paisagens que Aquilino Ribeiro descreve” nas suas obras e, “com exceção para as sedes de concelho, as freguesias continuam iguais um século depois” e “muito dificilmente se conseguirá uma reversão total do que está a acontecer”. Com base em dinâmicas rurais semelhantes noutros países, defendeu que “terá de haver uma interação e um comprometimento muito grandes dos agentes locais com os atores locais, porque de outra maneira, se andar cada um para seu lado, quando estas pessoas morrerem, não há ninguém que venha e que continue e os territórios vão-se apagando”. Território que, no seu entender, é composto por “concelhos com dinâmicas regressivas, com índices de envelhecimento superiores a 200%, com crescimentos naturais negativos e com perdas populacionais brutais”. “Aquilo que nos fica, daqui a meia dúzia de dias, são as ditas paisagens do despovoamento, os muros, as casas fechadas e não fica mais nada. É o retrato da memória e mais nada”, lamentou, enquanto avisava que “o turismo não é solução para todos os problemas”. Mas, acrescentou, Aquilino Ribeiro “pode ser uma âncora de uma estratégia que enquadre o próprio turismo, nomeadamente literário, mas numa estratégia económica, social, de desenvolvimento muito mais alargada que não pode ser confinada a concelhos para que estas questões não se esbarrem nas tomadas de decisão”.

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Diz a Confederação Nacional da Agricultura

Negociação da água em bolsa é “ataque predatório” aos recursos para agricultura A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) mostra-se preocupada com a negociação da água em bolsa, classificando-a como um “ataque predatório” do sistema financeiro e do poder económico aos recursos naturais essenciais à agricultura.

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assembleia-geral da CNA assinalou com grande preocupação a notícia de que a água começou a ser negociada como recurso em contratos futuros na bolsa de Nova Iorque. Trata-se de um ataque predatório do sistema financeiro e do grande poder económico aos recursos naturais, essenciais à agricultura, ao ambiente e à vida”, considerou, em comunicado, a confederação. Para os agricultores, este recurso fica agora “ainda mais submetido ao interesse especulativo”, agravando a “vulnerabilidade” dos camponeses, comunidades e das populações mais frágeis. A CNA disse estar igualmente preocupada com o acordo de parceria entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fórum Económico Mundial (FEM) para a organização da cimeira das Nações Unidas sobre sistemas alimentares. Neste sentido, a confederação defendeu que a agricultura familiar deveria ser o tema central desta cimeira, tendo em conta que produz mais de 80% dos alimentos do mundo. A água começou a ser negociada como recurso (`commodity`) em contratos futuros na bolsa de Nova Iorque, à semelhança do que já acontece com o petróleo ou o ouro, mas sem poder ser fisicamente transacionada, segundo avançou Bloomberg no início de Dezembro. De acordo com a agência financeira, a negociação salienta as preocupações de que o recurso natural que suporta a vida pode ficar escasso em várias partes do mundo. Agricultores, `hedge funds` (fundos especulativos) e municípios poderão apostar contra ou a favor da escassez da água desde 07 de Dezembro, já que o Grupo CME lançou contratos ligados à indústria de cerca de 1,1 mil milhões de dólares (cerca de 906 milhões de euros) do mercado de água da Califórnia, nos Estados Unidos. Os contratos serão acordados financeiramente e não requererão a efetiva entrega física de água, e estão baseados no índice de Água Nasqaq Veles Califórnia lançado há dois anos. 28

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Liderado pela Universidade de Coimbra

Projeto internacional conquista 10 milhões de euros para estudo de grandes incêndios florestais Um projeto internacional liderado pelo cientista Domingos Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), obteve 10 milhões de euros de financiamento para o estudo de grandes incêndios florestais.

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ntitulado “FirEUrisk - Developing a holistic, risk-wise strategy for European wildfire management” (Desenvolvendo uma estratégia holística e baseada no risco para a gestão de incêndios florestais na Europa), o projeto foi aprovado no âmbito do programa Horizon 2020 da União Europeia, na área focal “Building a low-carbon, climate resilient future” (Construindo um futuro climaticamente resiliente e baixo em carbono), mais especificamente no tópico “Forest Fires Risk Reduction: towards an Integrated Fire Management Approach in the EU” (Redução do risco de incêndios florestais: em direção a uma abordagem de gestão integrada do fogo na UE). Este ambicioso projeto junta em consórcio 39 parceiros de todo o mundo (Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Chipre, Espanha, Estados Unidos da América, França, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, Roménia, Suécia, Ucrânia). Na Universidade de Coimbra, o estudo vai ser efetuado no Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), da FCTUC, envolvendo também equipas do Instituto Jurídico da Faculdade de Direito (FDUC) e da Faculdade de Medicina (FMUC). Genericamente, o FirEUrisk, com a duração de quatro anos, tem como grandes objetivos utilizar o conhecimento científico desenvolvido para atualizar os sistemas de avaliação do risco de incêndio florestal, incluindo fatores críticos que não são ainda tidos em conta, propor medidas eficazes para a sua redução e adaptar as 30

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estratégias de gestão dos incêndios às mudanças climáticas e socioeconómicas futuras. Estas metas, explica a equipa de Xavier Viegas, “serão alcançadas em estreita colaboração entre investigadores, utilizadores e cidadãos, integrando novas tecnologias, orientações e recomendações de políticas para melhorar os sistemas e práticas atuais, das escalas regionais às da UE2. O projeto vai abordar “todos os tipos de incêndios florestais, com foco particular em mega-incêndios, a interface urbano-florestal e os desafios dos incêndios emergentes no norte da União Europeia. Uma estratégia de gestão centrada no risco integrará as práticas e políticas de prevenção de incêndios florestais, supressão e restauração, numa estrutura conceitual holística e implementará uma plataforma operacional que apoie a coordenação conjunta, treino profissional e exercícios operacionais, envolvendo várias partes interessadas e abordando todas as tarefas relevantes de gestão de incêndios florestais, para melhorar a proteção dos cidadãos expostos”, destacam os investigadores.


Investigadores das Universidades de Coimbra e Pablo de Olavide

Estudo ajuda a compreender e a prever os efeitos das alterações climáticas na biodiversidade do solo Os investigadores Jorge Durán, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e Manuel Delgado-Baquerizo, da Universidad Pablo de Olavide (Sevilha, Espanha), avaliaram, pela primeira vez, de que forma e por que razão a variabilidade espacial da biodiversidade do solo muda em ecossistemas terrestres a uma escala global.

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dados, de solo e vegetação, de 87 locais diferentes de todos os continentes variabilidade espacial, ou seja, a distribuição (exceto Antártica), atingindo uma ampla gama de condições climáticas, tipos desigual das propriedades do solo, desempede vegetação, idades e origens do solo. nha um papel essencial no controlo das principais Os resultados obtidos, afirmam Jorge Durán e Manuel Delgado-Baquerizo, características e serviços dos ecossistemas, como o “mostram que a variabilidade espacial dos principais grupos de organismos desempenho das plantas, a produtividade dos ecossisdo solo (bactérias, fungos, protistas e invertebrados) está altamente corretemas, as interações tróficas ou a ciclagem de nutrienlacionada nos diferentes ecossistemas, sugerindo fortes ligações entre os tes do solo. diferentes grupos, e que qualquer fator ou distúrbio que afete um grupo, Os resultados deste estudo, publicado na revista cienafeta provavelmente o resto dos grupos de organismos do solo de maneitífica Scientific Reports, do grupo Nature, são essenciais ra semelhante”. “para melhorar a nossa capacidade de compreender e Observou-se também que a variabilidade espacial dos organismos do prever os complexos efeitos das alterações climáticas na solo “é controlada principalmente pela estrutura da vegetação, que, por biodiversidade do solo, bem como para projetar medidas sua vez, é influenciada pela aridez e por diferentes atributos do solo. de deteção e mitigação precoces mais eficazes”, afirma Assim, áreas com baixa cobertura vegetal, mas alta heterogeneidade esJorge Durán. pacial das plantas, estão consistentemente associadas a altos níveis de “Sabemos que a variabilidade espacial das propriedades variabilidade espacial da biodiversidade do solo. Além disso, o nosso e funções do solo é controlada pela interação de vários atriestudo sugere a existência de vínculos significativos e não descritos butos biológicos, químicos e físicos. No entanto, pouco se entre a variabilidade espacial da biodiversidade do solo e importantes sabe acerca dos fatores que controlam a variabilidade esfunções do ecossistema, como o sequestro de carbono, a ciclagem de pacial dos organismos subterrâneos. O que não deixa de ser nutrientes ou produtividade vegetal”. surpreendente porque a biodiversidade do solo é um fator As implicações destes resultados, segundo os autores do estudo, essencial em múltiplas funções do ecossistema. Embora a insão amplas num contexto de alterações climáticas, “pois indicam vestigação na última década tenha sido capaz de identificar que as reduções no coberto vegetal (por exemplo, via desertificação, os fatores ambientais mais importantes que controlam a bioaumentos na aridez ou desmatamento) são suscetíveis de aumendiversidade dos organismos do solo, um aspeto que tem sido tar a variabilidade espacial dos organismos do solo, o que poderia negligenciado nesses estudos é sua variabilidade espacial”, excomprometer a capacidade dos diferentes ecossistemas de realizar plica o investigador do Centro de Ecologia Funcional da FCTUC. funções importantes e manter serviços ecossistémicos chave”. Este estudo visou precisamente colmatar estas lacunas no conhecimento. Os investigadores analisaram uma grande base de www.gazetarural.com

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Uma iniciativa da Associação Bandeira Azul da Europa

Manteigas reconhecido como “eco município” O município de Manteigas foi reconhecido como “eco município”, tendo recebido o galardão que confirma o empenho no desenvolvimento do concelho, com a adoção e promoção de iniciativas em áreas importantes como a Educação Ambiental, a Gestão Florestal, Conservação da Natureza e Florestas, Agricultura e Desenvolvimento Rural e Turismo Sustentável.

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Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) promoveu o programa ECOXXI, que pretende reconhecer o esforço dos municípios na implementação de medidas ambientalmente positivas e, ao mesmo tempo, contribuir para a aferição da trajetória sustentável desenvolvida ao longo do ano. Na edição 2020, o concelho de Manteigas destacou-se no ranking dos municípios participantes com 68,4%, ficando em primeiro lugar nos indicadores 13, Gestão e Conservação da Floresta, e 16, Produção e Recolha Seletiva de Resíduos Urbanos. Ficou ainda bem posicionado num conjunto de outros indicadores, conforme apresentação da ABAE. Manteigas é o melhor sítio para viver O concelho de Manteigas chegou ao primeiro lugar do rating da Marktest de Qualidade de Vida. Desde 2014, a Marktest tem disponível uma aplicação que permite observar a nível nacional os pontos fortes de cada município. Este ano, Manteigas, destacou-se no primeiro lugar com uma pontuação de 15.1 numa escala até 20. O rating de Qualidade de Vida analisa 15 factores nos 308 concelhos nacionais. Para o presidente da Câmara de Manteigas, “esta distinção vem confirmar o que sentimos todos os dias enquanto habitantes de Manteigas, é para todos uma enorme honra”. Esmeraldo Carva32

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lhinho lembrou que “já em 2019 tínhamos ficado nos dois primeiros lugares”, acrescentando que este é resultado “do esforço que a Câmara e os manteiguenses têm feito para que Manteigas cresça, tanto no aspeto económico como na qualidade de vida de quem cá vive”. O autarca referiu “a fixação de tecido económico, não usual, nos últimos tempos, resultado de uma estratégia que começou há uma década”, para além de ser “notório o regresso de jovens casais a Manteigas para aqui fixarem residência, fazerem os seus investimentos e terem aqui novas oportunidades de vida”. Esmeraldo Carvalhinho salientou que a taxa de desemprego em Manteigas, “pese embora a pandemia, está entre as melhores a nível nacional”. “Antes da pandemia a taxa de desemprego em Manteigas era inferior a 3% e não se alterou muito”, reforçou o autarca.


Para além de fraca qualidade

Campanha do azeite na região de Viseu com quebra de produção de mais de 50%

Os produtores de azeite na região de Viseu não têm razões para estar satisfeitos. A quebra de produção rondou os 50%, relativamente a 2019, para além da fraca qualidade do azeite. Os olivais foram afetados pelas condições climatéricas e fustigados com doenças, como a gafa e o caruncho.

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lagar de azeite de Delfim Vaz, situado na Zona Industrial de Coimbrões, em Viseu, trabalhou pouco mais de três semanas e “com alguma folga”. “Este ano a campanha do azeite na região teve, em geral, uma quebra de produção que rondou os 50%, relativamente a 2019, e houve zonas em que foi quase nula”, adiantou Maria João Vaz à Gazeta Rural. No lagar de Coimbrões, ao contrário da azáfama de anos anteriores, “este ano trabalhámos, com alguma folga, durante três semanas e ultimamente abrimos o lagar uma vez por semana”, referiu aquela responsável, acrescentando que a juntar à baixa produtividade da azeitona “a qualidade do azeite é fraca, com acidez elevada, que o torna mais grosso e mais intenso”. “Aconselhámos alguns clientes a gastarem primeiro o azeite deste ano e guardarem o do ano anterior”, salientou. 2020 foi um ano difícil para o olival, afetado por doenças como a gafa e o caruncho. “No início da floração houve muita humidade, com chuva e granizo”, o que favoreceu o aparecimento de doenças nas oliveiras e afetou a produção. Além disso, “na região, a maior parte das pessoas apanha a azeitona, normalmente ao fim de semana, e coloca-a em água, em vez de a levar logo ao lagar, porque são pequenas quantidades. Este ano, passados dois ou três dias, já estava castanha”, refere Maria João Vaz, sublinhando que “há mais de meia dúzia de anos que não tínhamos uma quebra tão grande de produção”. A empresa tem outro lagar em Foz Côa, onde “tudo foi diferente”. “O azeite é de muito boa qualidade, com uma acidez de 3 décimas”, referiu Maria João Vaz, realçando que naquela região do Douro “as quintas apanham a azeitona e levam-na ao lagar”. Para além disso, acrescenta, “o clima é diferente e houve menos doenças nos olivais”. www.gazetarural.com

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Através da APP Geonatour

Decorreu durante o Mercado dos Sabores de Natal

Iniciativa ‘Filhó Solidária’ apoiou Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova A iniciativa Filhó Solidária permitiu angariar 1.425,00 euros para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, contribuindo para a aquisição e reparação de veículos de combate a incêndios rurais. As filhós puderam ser adquiridas no Mercado dos Sabores de Natal, que animou o Mercado Municipal de Proença-a-Nova em dois fins de semana distintos, numa iniciativa que trouxe a magia do Natal apesar dos atuais constrangimentos.

Percursos Pedestres de Oliveira de Frades ao alcance de todos Os Percursos Pedestres de Oliveira de Frades já estão disponíveis na Aplicação Geonatour, a qual pode ser descarregada gratuitamente no Google Play. Na aplicação os interessados poderão descobrir os encantos e recantos do património natural, arqueológico, geológico e histórico do concelho de Oliveira de Frades.

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eja numa montanha ou num vale, a aplicação vai alertar o pedestrianista para locais que descopresidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, fez um balannhece do ponto de vista geológico e natural, avisandoço positivo da iniciativa, destacando o “habitual espaço de partilha”, -o, através de notificações, para as particularidades mesmo que muito limitado pela COVID-19. geológicas do local. Além disso, garante que o pedesCumprindo-se as recomendações da Direção-Geral de Saúde, o Mercatrianista não se engana durante o percurso sendo avisado dos Sabores de Natal contou com a presença de oito expositores - que do através de vibração e sinalização sonora, e caso haja trouxeram os seus produtos artesanais- e um programa de animação com necessidade de emergência pode alertar as autoridades magia, música e teatro. ou enviar e-mail a reportar algum problema no percurso. A 13 de Dezembro realizou-se o atelier de cultura e gastronomia, dediCom tudo isto, basta selecionar o percurso de Oliveira cado à filhó, um dos sabores mais típicos do Natal proencense, iniciativa de Frades mais próximo de si, navegar até ao ponto inicial integrada no projeto Beira Baixa Cultural, cofinanciado no âmbito do e com o auxílio dos mapas digitais, ativando a opção offline Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Reutilizando apenas o GPS, pode começar esta aventura para gional da União Europeia. entender a origem e formação da paisagem envolvente. Para além de se exemplificar como se faz este doce tradicional, as Recomenda-se que tire uma fotografia e a partilhe com a filhós que resultaram do atelier foram entregues a várias instituições comunidade Geonatour e com o Município de Oliveira de do concelho, reforçando-se o espírito de solidariedade da época. Frades. Para breve está prevista a opção de incluir alguns Também 12 associações se juntaram ao exemplo e distribuíram filhós agentes turísticos do concelho, para permitir agendamentos pela população, em especial a mais necessitada. Foram ainda realizae reservas para maximizar esta experiência. das duas rotas das visitas guiadas e encenadas, incluídas igualmente no projeto Beira Baixa Cultural, uma dedicada ao filósofo Pedro da Fonseca e outra às tradições do Natal, ambas realizadas pelo grupo Váatão. Escola de Concertinas de Proença-a-Nova, Fábio Farinha, a chegada do Pai Natal com a Companhia do Balão Mágico e o espetáculo de magia com o Palhaço Mário Faísca – que tem a decorrer uma exposição no Auditório Municipal que sintetiza os seus 33 anos de carreira – foram outros dos momentos em cartaz. A neve artificial que caiu na Praceta Frei Rodrigo Egídio foi bastante apreciada, em especial pelos mais pequenos.

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Podem candidatar-se empresas e empresários locais

Proença-a-Nova aprovou programa municipal de apoio à recuperação da atividade económica A Assembleia Municipal de Proença-a-Nova aprovou, por unanimidade, o Regulamento do Programa Municipal de Apoio à Recuperação da Atividade Económica no âmbito da pandemia Covid-19 que descrimina um conjunto de medidas excecionais e temporárias que podem atenuar os efeitos económicos que o surto pandémico está a desencadear na economia local.

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acima referido em 50% do valor do investimento na remodelação de esplao âmbito deste programa, podem candidatarnadas, compra de aquecedores, guarda-sóis e guarda-ventos até ao limite de -se empresas e empresários em nome indi750,00 €; e em 50% do valor do investimento para renovação de toldos e vidual com sede e estabelecimento no concelho de vitrines até ao limite de 750,00€. O município abdica da taxa da licença das Proença-a-Nova, que sejam entidades empregadoras, esplanadas e do terrado do mercado municipal e mercados e feiras para o que tenham atividade comercial e que tenham tido, ano 2021, sendo necessário que os requerentes apresentem na mesma os em 2019, um volume de negócios igual ou inferior a pedidos de licenciamento e requisição de espaço, como sempre fizeram. 270.000,00€. “Esta é uma das formas de diretamente contribuirmos para fomentar a Se no período entre Janeiro e Novembro de 2020 economia local e para a manutenção do nível de emprego no nosso conapresentarem quebras de faturação igual ou superior celho”, afirmou João Lobo, presidente da Câmara de Proença-a-Nova, cona 15%, quando comparado com o mesmo período de siderando que os benefícios subjacentes à aplicação destas medidas ex2019, poderão usufruir de um apoio financeiro não traordinárias são superiores aos custos. O Município aguarda a publicação reembolsável, pago mediante a emissão de fatura, de em Diário da República do Regulamento para que se possa dar início ao 15% sobre o valor da quebra de faturação com o limite processo de apresentação de candidaturas, no início de 2021. O prazo máximo de 1.600,00 euros. Este apoio poderá ter uma termina a 15 de Fevereiro de 2021 ou até 31 de Maio (no caso da reamajoração de 25% no caso de as empresas terem estabelização de investimento em esplanadas e vitrines), estando o Gabinete lecimento arrendado. de Apoio ao Empresário e Agricultor disponível para esclarecimento de A autarquia de Proença-a-Nova apoiará ainda as emprequestões. sas que se encontrem no critério de quebra de faturação

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Parte significativa que chega através dos Fundos Europeus

Turismo do Porto e Norte aprova orçamento de sete milhões para reerguer o setor A Assembleia Geral da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal aprovou o Orçamento e Plano de Atividades para 2021, contemplando uma verba que ronda os sete milhões de euros para “Reerguer o Turismo na Região”.

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verba total inclui montantes transferidos do Orçamento de Estado e uma parte significativa que chega através dos Fundos Europeus. O Plano de Atividades, aprovado por 98% dos votos expressos, é o primeiro elaborado em total alinhamento estratégico com a Associação de Turismo do Porto e Norte, depois do momento histórico alcançado em Outubro, que unificou a liderança do turismo na região, permitindo a partilha de uma visão única na promoção turística. “Temos agora condições para reerguer o turismo, a uma só voz, através de uma aposta muito clara no planeamento, na gestão e no marketing do destino, que favoreçam a revitalização da região”, disse Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, congratulando-se, ainda, “por verificar o esmagador apoio da Assembleia Geral para a estratégia a implementar em 2021, num claro sinal de união de todos os associados”. Números animadores Os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a atividade turística indicam que o destino Porto e Norte liderou o ranking nacional de dormidas de residentes no passado mês de Outubro. Apesar de os números refletirem uma queda brutal em relação ao período homólogo de 2019, embora menor do que seria ex36

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pectável dado a pandemia que decorre, as mais de 402 mil dormidas refletem uma clara tendência de preferência dos turistas nacionais pela região. No número total de dormidas, o destino ficou apenas atrás do Algarve e ex-áqueo no segundo lugar com a região de Lisboa. Avaliado o período entre Janeiro e Outubro, o Porto e Norte de Portugal situa-se no segundo lugar do ranking nacional, com um total de 2,484 milhões de dormidas. Ainda no período em análise, a região recebeu 2,280 milhões de hóspedes, o que a coloca como primeira classificada nesta lista. “São dados que nos dão ânimo e esperança apesar de não fazerem esquecer, naturalmente, o ano extremamente difícil que todo o setor está a ultrapassar”, sustenta Luís Pedro Martins. O Turismo do Porto e Norte lançou uma forte campanha de promoção e divulgação do destino, em Junho, para convidar o mercado nacional a partir à descoberta da região, tendo já no Verão registado números muito interessantes, se levarmos em linha de conta a situação atípica pela qual passamos e que tem um impacto muito significativo na área do turismo.


Produtos certificados

Queijo Terrincho e Queijo Terrincho Velho A

Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra da Terra (ANCOTEQ) promoveu a criação da QUEITEQ Cooperativa dos Produtores de Leite de Ovinos da Terra Quente, C.R.L. com o principal objetivo de valorizar a produção dos seus associados, promovendo, designadamente, a transformação do leite de ovelha e a obtenção de queijo. A QUEITEQ foi constituída no dia 24 de Novembro de 1994 e está sedeada na Quinta Branca, em Larinho, no concelho de Torre de Moncorvo. Produz dois queijos com Denominação de Origem Protegida: Queijo Terrincho e Queijo Terrincho Velho. Estes queijos são produzidos segundo métodos tradicionais, pelas mãos de uma equipa com uma vasta experiência, utilizando o leite cru das ovelhas da raça Churra da Terra Quente e coalho animal, obedecendo a um rigoroso sistema de gestão e qualidade e da segurança alimentar. O Queijo Terrincho é um queijo curado mínimo 30 dias, resultante do escoamento lento da coalhada após coagulação do leite de ovelha cru. O Queijo Terrincho Velho tem 90 dias de cura e é untado com colorau (ou massa de pimentão). A pasta é semidura a dura, ligeiramente untuosa de cor branca a amarelada, com um aroma suave e característico. O queijo Terrincho e o Terrincho Velho fazem as delicias dos paladares mais exigentes.

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Para aumentarem os canais de distribuição, devido à pandemia

Fumeiro de Montalegre vai estar à venda online e ser entregue em casa Os produtores de fumeiro de Montalegre aderiram à plataforma online para venda das alheiras, chouriças e salpicões, anunciada pela autarquia local, e aumentarem os canais de distribuição neste ano marcado pela pandemia de covid-19.

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plataforma “Fumeiro de Montalegre” deverá entrar em funcionamento em Janeiro e resulta de uma parceria entre o município e a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã. A iniciativa foi anunciada na reunião com os produtores de Montalegre que teve também como objectivo a preparação da feira do fumeiro que se vai realizar de 28 a 31 de Janeiro de 2021. José Maria Pereira gostou do projecto que acredita que vai por o fumeiro “mais valorizado” na Internet e que vai ser um “passo decisivo” para ajudar a escoar as alheiras, chouriças, salpicões e presunto que se tornaram num factor de atracção para este concelho do distrito de Vila Real. Devido aos seus 63 anos e porque não nasceu “com estas modernices”, considerou que a ajuda disponibilizada pela câmara e associação é muito importante. “Já enviamos fumeiro pelo correio e, agora, com a plataforma estaremos muito mais acessíveis devido à divulgação que vai ser feita”, referiu. Montalegre vai realizar a feira do fumeiro no último fim de semana de Janeiro, para não coincidir com as eleições presidenciais, mas para além destes quatro dias de negócio os produtores locais já vendem também directamente aos clientes nas suas casas. “Temos as cozinhas licenciadas e com todas as normas que podem assegurar a higiene dos produtos”, salientou José Maria Pereira que resolveu manter a produção idêntica aos anos anteriores. Rosa Moura já tinha os 30 porcos antes da pandemia e decidiu que os vai transformar a todos em fumeiro. “A gente trabalha para isto (...). É de onde a gente tira o nosso dinheiro. A gente trabalha o ano inteiro para chegar a esta altura e conseguirmos vender os nossos produtos e tirar algum rendimento”, salientou. Mesmo sabendo que esta será uma feira realizada em moldes diferentes, com menos pessoas e possivelmente menos produtos, Rosa Moura disse que vai tentar manter os clientes. “Temos clientes desde a primeira feira, quase como uma família. Era naqueles dias em que a gente se encontrava, acabava por ser um convívio”, frisou. de 50 toneladas de fumeiro, com um volume de negócios na Os cuidados com a segurança e a higiene foram os conselhos mais ordem dos três milhões de euros. ouvidos na reunião de hoje. Joaquina Costa disse que o encontro foi David Teixeira, vice-presidente da Câmara de Montalegre, importante para ajudar a preparar os produtores e adiantou que já disse que são precisas novas formas de “chegar aos consumitransformou três porcos e vendeu todos os produtos. dores” e considerou como uma “tragédia económica para as A venda online vai ajudar a complementar a venda que já faz tamfamílias” se o fumeiro não se vender. bém directamente em casa. “Às vezes ainda assávamos as chouriças O autarca explicou que os consumidores poderão fazer as para dar a provar e agora não, nem podemos, mas eles (clientes) encomendas e pagar os produtos através da plataforma e também compreendem”, referiu. anunciou que o município vai assumir os custos do transporte Também Preciosa Canto concorda com a venda pela Internet e para encomendas acima dos 100 euros, para, por exemplo, resreferiu que já vende “bastante em casa”. Esta produtora disse que taurantes, que será feita um dia por semana nos municípios até prevê transformar 15 porcos, menos cinco do que no passado e ao distrito do Porto. mostrou-se apreensiva com a pandemia de covid-19. Haverá também a possibilidade de se fazerem encomendas Há 58 produtores registados no município do distrito de Vila para levantamento em casa dos produtores ou num local que fiReal. Na feira realizada em Janeiro foram comercializadas cerca cará reservado para o efeito na feira. 38

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