Gazeta Rural nº 378

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Câmara de Viseu aposta em plano de acção sob o signo da “Cidade-Jardim”

Reguengos de Monsaraz vai receber o Festival Andanças 2021

Agroglobal está marcada para Setembro de 2021 Restaurantes de Valença já têm lampreia Proença celebra 2021 como Ano Municipal dos Sabores Tradicionais

Feira 100% Agrolimiano decorre em formato online Criadores de Suínos de Raça Bísara contestam critérios do ministério da Agricultura Feira do Porco de Boticas realiza-se em formato exclusivamente digital

Feira do Fumeiro de Montalegre em formato digital ‘Titular Reserva Encruzado 2018’ recebeu medalha de ouro no International Wine Challenge

Torres Vedras vai criar rota de enoturismo em torno da Estrada Nacional 9 Candidaturas a apoios de 50 ME para vinha prolongadas até Fevereiro Vinhos do Tejo superaram todas as expectativas de 2020 e cresceram 28%

Ficha técnica Ano XVI | N.º 378 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba Júlio Sá Rego | Gabriel Costa Departamento Comercial: Luís Cruz Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Liliana Vaz Impresão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

Venda de vinho para a restauração sofreu quebra de 50% até Setembro UTAD usa tecnologia do DNA dos vinhos para a deteção rápida do COVID Universidade de Évora está a desenvolver um projeto para criar jardins sustentáveis

Idanha-a-Nova lança campanha para dinamizar turismo e setor agroalimentar Comissão Europeia pede mais esforços para redução da poluição atmosférica Sistema de Videovigilância Florestal avança nas regiões de Viseu e Coimbra

“Territórios de Pedra” com candidatura aprovada Câmara de Ílhavo requalifica receção e área envolvente ao Navio-Museu Santo André Grande Rota do Estrela Geopark terá percursos pedestres e cicláveis

Prémio CA Ovibeja 2021 aposta na qualidade e o potencial de exportação do azeite Capacidade das plantas para absorver dióxido de carbono pode vir a bai-

xar para metade



Com vista à “valorização e o desenvolvimento local” e o “fomento turístico e económico”.

Viseu é “Cidade-Jardim” em 2021 Viseu elege em 2021 o seu património natural e cultural e os seus valores naturais e de qualidade de vida urbana, depois de “2017, Ano Oficial para Visitar Viseu”, “Viseu, Cidade Europeia do Folclore 2018”, “Viseu 2019, Destino Nacional de Gastronomia” e “Viseu 2020. Luz, Câmara, Ação”.

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aquele que deixou de existir na Mata do Fontelo, é ouclassificação da Mata do Fontelo como conjunto de interesse pútra das acções. blico, a criação de uma escola de jardineiros e o desafio “Flores à Almeida Henriques destacou também, já este mês, o janela” são algumas acções que a Câmara de Viseu vai desenvolver, anunlançamento da Escola de Jardineiros de Viseu, que pociou o presidente da Câmara de Viseu. Para este ano, a autarquia adopderá formar até 20 pessoas por ano, em parceria com o tou o slogan “Viseu Cidade-Jardim” que, segundo Almeida Henriques, é Instituto de Emprego e Formação Profissional, e que peroriginário dos anos 30 do século XX. “É uma lógica do reencontro com o mitirá à autarquia recorrer cada vez menos à contratação nosso passado e com a nossa identidade histórica e, ao mesmo tempo, de serviços externos nesta área. uma resposta aos tempos presentes e a um futuro próximo do conceParalelamente ao ajardinamento das praças, a autarquia lho”, frisou, aos jornalistas, durante a apresentação do plano de acção. vai “estimular os cidadãos” a terem “as suas janelas ajarSegundo o autarca, serão desenvolvidas 15 acções âncora e outras dinadas”. “Com este projecto (“Flores à janela”) queremos tantas complementares em áreas como ambiente, cultura, património, simbolizar o regresso da liberdade”, deixando “uma janela reabilitação urbana, mobilidade, educação, desporto, turismo e maaberta de esperança”, realçou. rketing territorial, a pensar “numa reactivação do turismo no próximo O plano de acção inclui ainda medidas como a implemenano”. tação da aplicação “Viseu walk”, de suporte à acessibilidade Atendendo à pandemia de covid-19, Almeida Henriques considera turística e cultural de espaços públicos e museus municipais, “especialmente estratégica esta aposta na valorização turística de e a execução do projecto de valorização do Caminho Português recursos naturais locais, de produtos e eventos associados à natureInterior de Santiago. za, ao ar livre e a actividades culturais e físicas seguras”. A criação do Fórum Local de Ambiente e a reactivação da O plano de acção, que tem uma “agenda aberta” e visa primeiagenda de grandes eventos e a sua reorganização para a temáramente a “valorização e o desenvolvimento local” e só depois o tica “Viseu Cidade-Jardim” também integram o plano. “fomento turístico e económico”, prevê que a Mata do Fontelo seja declarada de interesse público, depois das intervenções que aí têm sido realizadas. “Este é claramente um ponto importante”, Viseu com quebra superior a 50% nas dormidas em 2020 frisou. A valorização do Parque da Aguieira, para onde está prevista a construção de um percurso de natureza que irá substituir O concelho de Viseu terá tido uma quebra superior a 50% no 4

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número de dormidas em 2020, mas registou um crescimento significativo ao nível do alojamento local. “A nossa projeção é de uma quebra entre 50 a 60%, num desempenho alinhado com aquilo que são as quebras do Centro Norte do país”, explicou o vereador do Turismo, Jorge Sobrado. No entanto houve em Viseu “um fenómeno de explosão do alojamento local nos meses de Verão”, em que “os proveitos cresceram 248% face aos meses de Julho e Agosto de 2019”. “Esse indicador anima-nos no sentido de compreender que nem tudo foi mal no ano de 2020, apesar da interrupção deste ciclo extraordinário que Viseu vinha a fazer, especialmente em 2018 e 2019”, frisou. Na sua opinião, aos números do alo-

jamento local não são alheios os “resultados extraordinários da descoberta da Estrada Nacional 2”, na qual Viseu continuará a apostar “de uma forma muito esclarecida e robusta”. Jorge Sobrado afirmou que a pandemia de covid-19 veio colocar um “forte travão” à dinâmica do setor que se vinha a registar em Viseu. Segundo o vereador do Turismo, entre 2013 e 2019, o número de dormidas deu “um salto de 121.767 para 245.061 (em alojamento turístico, excluindo o alojamento local)” e os proveitos aumentaram “de 5,7 milhões para 11,4 milhões de euros”. De acordo com projeções da Entidade Regional de Turismo do Centro, se forem somadas as dormidas provenientes da oferta de alojamento local, Viseu terá ultrapassado as 300 mil.

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Em Campinho, junto ao Grande Lago Alqueva, em Agosto

Reguengos de Monsaraz vai receber o Festival Andanças 2021 A edição de 2021 do Festival Andanças está agendada para os dias 18 a 22 de Agosto e vai decorrer no Parque de Eventos de Campinho e nas áreas adjacentes, no concelho de Reguengos de Monsaraz, onde serão instalados vários palcos, zonas para alimentação e bebidas, área de campismo e parques de estacionamento.

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ara o efeito, a Câmara de Reguengos de Monsaraz estabeleceu uma parceria com a Associação PédeXumbo para a realização do Festival. A autarquia e a organização pretendem que esta parceria permita a realização do evento durante muitos anos neste concelho alentejano. Nesta primeira edição em Campinho, o Andanças terá cinco dias de música, dança e outras atividades para todas as idades, pretendendo levar as iniciativas ao interior da aldeia e ao espaço natural junto ao lago. O Festival Andanças teve início em 1996 e junta anualmente milhares de pessoas de todo o mundo num espirito de partilha, de encontro e de práticas sustentáveis. Neste festival promove-se a música e a dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas. No Andanças é possível aprender mais de meia centena de estilos de danças africanas, americanas e europeias, como as portuguesas, húngaras, balcânicas, bascas, belgas, mediterrânicas, catalãs e italianas. O festival assenta em quatro pilares, nomeadamente a dança e a música, voluntariado, comunidade e sustentabilidade.

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Organização “quer muito” fazer o certame

Agroglobal marcada para Setembro de 2021 A Agroglobal vai realizar-se em Setembro deste ano, depois de inicialmente marcada para o mês de Julho, após a edição de 2020 ter sido realizada apenas em formato online. “Pelos motivos conhecidos não foi possível realizá-la nos moldes habituais e foi adiada para Julho de 2021, perante uma perspetiva otimista da evolução da crise pandémica”, diz a organização.

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nfelizmente as coisas não se passam como todos gostaríamos”, refere Joaquim Pedro Torres, acrescentando que, com a segunda vaga, “as dúvidas persistem sobre quando poderemos voltar a reunir tranquilos, apesar das esperanças que resultam da existência de vacinas”. “Queremos muito fazer a Agroglobal”, sustenta Joaquim Torres, pois “o setor precisa que nos juntemos para reflectirmos em conjunto na forma de todos, e cada um de nós, se adaptar às transformações resultantes do período que vivemos”. É que, diz, “vêm aí tempos de (ainda mais) inovação e empreendedorismo”. “Em Setembro, esperando que a Covid esteja controlada, estaremos no Mouchão da Fonte Boa a festejar o regresso à normalidade e a contribuir para fortalecer um setor do qual o nosso País vai precisar mais do que nunca”, finaliza.

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A época prolonga-se até finais de Abril

Restaurantes de Valença já têm lampreia

Decorrerá entre 15 e 17 e 22 e 24 de Janeiro

Fins de Semana Gastronómicos da Fogaça de Palmela em formato take away

Chegou o momento dos apreciadores da lampreia. Está oficialmente aberta a temporada da lampreia à mesa em Valença. As primeiras redadas do ano, no rio Minho, já presentearam os pescadores com exemplares de excelente qualidade. A época da lampreia, na restauração valenciana, prolonga-se até finais de Abril.

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m Valença a tradição apresenta a lampreia à bordalesa, em arroz de lampreia, recheada, assada no forno ou na brasa. Tantas formas para saborear, deliciar-se e encantar-se com os sabores únicos da lampreia do rio Minho. Às tradicionais os chefes da restauração valenciana vão acrescentando novas formas de apresentação e confeção. Há séculos que a lampreia é um verdadeiro petisco em Valença, tem tradição, fama e serve-se à mesa como um manjar. Por esta época saborear a lampreia é um verdadeiro prazer, no mínimo uma vez por ano, assim manda a tradição. Os segredos da preparação, confeção e apresentação tem passado de geração para geração pelas mãos sábias das cozinhas das aldeias que a restauração local recria. Lampreia do Rio Minho As primeiras lampreias da época já estão a sair nas redadas dos pescadores das comunidades de São Pedro da Torre e Cristelo Côvo e segundo os mesmos é de excelente qualidade. A lampreia é um prato de época e é entre Janeiro e Abril que se apresenta na plenitude dos seus sabores. Festival Sabores da Lampreia não se realiza Este ano, devido à situação pandémica não se vai realizar o emblemático Festival da Lampreia na comunidade de pescadores de São Pedro da Torre. Contudo, o Município de Valença tem em perspetiva a realização de várias ações de promoção deste produto gastronómico.

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Devido à adoção de medidas de confinamento face ao agravamento da pandemia, a edição 2021 dos Fins de Semana da Fogaça de Palmela, decorrerá entre 15 e 17 e 22 e 24 de Janeiro no sistema de take away.

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om a possibilidade dos estabelecimentos de restauração voltarem a funcionar apenas em regime de take away e as medidas a adotar poderem sofrer algumas alterações, sugere-se a realização de um contacto prévio com os estabelecimentos de restauração aderentes. O elemento da doçaria mais representativo do concelho serve de mote a este roteiro gastronómico que abre o Programa “Palmela, Experiências com Sabor!” 2021, composto por seis estabelecimentos locais que apresentarão menus com pratos inovadores, onde a fogaça surge como ingrediente na recriação de pratos principais ou de sobremesas. Recorde-se que a Fogaça assume um destaque especial em Janeiro, altura em que a população local confecionava este biscoito para oferecer a Santo Amaro como forma de pagamento das suas promessas.


Com o objetivo de publicar a Carta Gastronómica do Concelho

Proença celebra 2021 como Ano Municipal dos Sabores Tradicionais

Depois dos anos municipais da Floresta, em 2018, e das Plantas Aromáticas e Medicinais, em 2020, o Município celebra em 2021 o Ano Municipal dos Sabores Tradicionais com um conjunto de iniciativas que pretendem destacar a importância da gastronomia assente em sabores que foram sendo aprimorados e transmitidos ao longo de gerações.

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restaurantes que, em alguns casos, já os apresentam nas suas ementas. Toobjetivo é publicar a Carta Gastronómica do dos os meses, as capas das agendas culturais apresentarão um prato típico, Concelho de Proença-a-Nova, em que pratos divulgando-se igualmente a receita, com a certeza de que o melhor é provar como o maranho, o plangaio, o peixe do rio, o cadiretamente na origem, ficando assim o convite para visitar o concelho. brito, o bolo finto ou a tigelada estão naturalmente Neste ano municipal será consolidado o trabalho iniciado nos últimos anos presentes por serem os mais conhecidos e procuracom a realização de Festivais Gastronómicos, que pretendem alavancar os dos por quem pretende degustar a rica gastronomia produtos mais típicos e os sabores mais genuínos, nomeadamente a cereja, do concelho. o limão, a tigelada, o peixe do rio, o plangaio, o maranho e os sabores de Em colaboração com as associações locais, resNatal. tauração e os detentores do saber fazer, o município Em conjunto com os restaurantes, o Município de Proença-a-Nova depretende recolher as receitas mais típicas associadas finiu já algumas iniciativas, sendo que a primeiro delas arranca já em Jaa momentos chave das vivências da comunidade: por neiro: o Festival do Maranho e da Salada de Almeirão. Nos restaurantes exemplo, a comida dos casamentos, dos batizados, das aderentes, estes produtos farão parte da ementa de sexta a domingo, festas populares, no Natal, no Carnaval, na Páscoa e duentre 21 de Janeiro e 16 de Fevereiro. Haverá animação específica e a rante outros momentos festivos; também a que acompapossibilidade de ganhar prémios. nhava os trabalhos no campo – nas malhas ou na apanha Estão ainda previstos cinco outros momentos no restante ano, como da azeitona; e a resultante da matança do porco, da caça o Festival das Sopas e Condutos, de 12 de Março a 4 de Abril; o Festival e da pesca. da Cereja, de 21 de Maio a 13 de Junho; o Festival do Peixe do Rio, de 2 Para além de recuperar o receituário, um outro objetia 25 de Julho; o Festival da Tigelada, de 6 a 29 de Agosto; o Festival dos vo é tornar cada vez mais a gastronomia, as tradições e os Sabores Caprinos e do Plangaio, de 3 a 26 de Setembro, e o Festival sabores um dos pontos essenciais da promoção turística Gastronómico de Caça, de 29 de Outubro a 21 de Novembro. do território, num trabalho a ser realizado de perto com os

Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 797 202 www.gazetarural.com 9 Email: novelgrafica1@gmail.com


Até 24 de Janeiro, promovida pela Câmara de Ponte de Lima

Feira 100% Agrolimiano decorre em formato online V

ai decorrer até 24 de Janeiro a edição especial da VI Feira 100% Agrolimiano, este ano em formato exclusivamente online. A Câmara de Ponte de Lima, entidade promotora do evento, reinventou uma solução para promover a economia local e apoiar os produtores a reerguerem-se através do desenvolvimento de uma plataforma digital, que permitirá criar soluções e assegurar a preponderância de compra e venda de produtos locais. Este evento, em formato digital, pretende mostrar, divulgar e difundir o setor agroalimentar de Ponte de Lima, num momento em que os profissionais enfrentam um dos maiores desafios de sempre, e que tem sido severamente penalizado com a atual situação pandémica que o país e o mundo atravessa. Através desta iniciativa inédita no setor agroalimentar de Ponte de Lima serão apresentados e promovidos vários produtores e os produtos do território, facilitando a realização de negócios, criando campanhas exclusivas e fornecendo todas as informações necessárias, levando este concelho minhoto numa viagem aos quatro cantos do mundo. Com um simples clique, os interessados poderão aceder a www. mercadoagrolimiano.pt e participar nos programas online organizados no âmbito do evento. Deste modo, terão oportunidade de conhecer e adquirir uma diversidade de produtos únicos e endógenos do concelho de Ponte de Lima, como o mel, a sidra, o vinho verde, enchidos e fumados, fruta, hortícolas, cogumelos, carne, doces e chocolates, entre outros, e, no conforto do seu lar, recebe-los e consumi-los nas melhores condições.

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Acesso aos apoios da medida excepcional em causa

Criadores de Suínos de Raça Bísara contestam critérios do ministério da Agricultura A Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB) contesta os critérios de acesso aos apoios da medida excepcional e temporária criado pelo ministério da Agricultura, porque fazem com que grande maioria dos criadores de suínos desta raça autóctone não sejam abrangidos.

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medida foi lançada pela tutela para ajudar os produtores de car“Até agora têm sido pouquíssimos, a grande maioria ne a responder às consequências económicas do surto pandémico, não consegue cumprir os critérios de elegibilidade e, em particular à dificuldade de escoamento dos produtos perante o enportanto, estão excluídos do apoio. Fizemos algumas cerramento e limitação de horários de restaurantes, cafés e hotéis. Está candidaturas e aqui do concelho de Vinhais só um criador previsto apoio aos sectores de aves, do leite e pequenos ruminantes e é que vai aceder, porque na altura da declaração de exisda carne de suínos. No entanto, os criadores da raça bísara queixam-se tências, ainda tinha lá muitos leitões e isso permite-lhe dos critérios para atribuição do apoio, que se destina essencialmente a atingir os 90%”, afirmou. explorações compostas por porcas reprodutoras e leitões. “Como está A ANCSUB contesta também o facto de ter sido aberdesenhada a portaria, exclui a grande maioria dos produtores de raça ta uma excepção neste critério para o porco alentejano e bísara”, afirma o secretário técnico da ANCSUB, Pedro Fernandes. pede a mesma discriminação positiva para a raça bísara que A maioria dos criadores desta raça teve de se adaptar por causa da tem o solar em Trás- -os-Montes. “Parecia-nos mais correcto pandemia, explica ainda. “A candidatura é baseada na declaração de haver também um subsector, como o que foi criado para o existências do mês de Abril, que já reflecte as alterações ao efectivo porco alentejano devido às suas especificidades, e acho isso que os criadores fizeram para se defenderem dos efeitos da pandebem, mas também achava bem que fossem atendidas as esmia. Por exemplo, leitões que não foram vendidos, uma vez que enpecificidades da raça bísara, porque estamos a falar de raças cerraram os restaurantes e toda essa clientela, foram recriados para autóctones, que têm modos de exploração e produção muito substituir reprodutores e também para fazer algumas engordas. específicos. Parece-me que não faz sentido isolar o porco alenLogo aí, é impossível cumprir com a alínea dos critérios de elegitejano e não outras raças autóctones, como o porco bísaro ou bilidade que diz que para terem o apoio 90% do efectivo da exploo malhado de Alcobaça”, sublinhou. ração, em Abril, tinha de ser constituída por porcas reprodutoras A ANCSUB, que tem 160 explorações associadas, espera que e leitões”, afirmou. O secretário técnico da ANCSUB explica ainda quando forem lançadas medidas de apoio no futuro a definição que devido às especificidades da raça, nomeadamente ao facto de critérios seja diferente e a situação não se repita. de muitos animais serem criados para fumeiro, tanto em Vinhais como na alheira de Mirandela, faz com que sejam muito poucos os produtores que conseguem aceder ao apoio. 12

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Na plataforma www.boticastem.pt

Feira do Porco de Boticas realiza-se em formato exclusivamente digital A

Câmara de Boticas decidiu realizar a Feira Gastronómica do Porco apenas em formato digital, face ao momento difícil que o país atravessa devido à pandemia. A vigésima terceira edição do certame estava agendada para o fim de semana de 15 a 17 de Janeiro, não se realiza de forma presencial, por ser de consenso geral que não estão reunidas as condições necessárias para que tal aconteça. Deste modo, o evento realizar-se-á de forma exclusivamente digital, podendo o fumeiro e restantes produtos tradicionais do concelho de Boticas serem adquiridos, com toda a comodidade e total segurança através da plataforma digital BoticasTem, no endereço www.boticastem.pt, com a mesma garantia de qualidade, rigor e segurança alimentar, e que já está disponível. “Ao fazer compras nesta plataforma está a ajudar os nossos produtores e a economia local, adquirindo o que de melhor se faz no concelho e contribuindo para que os sabores e saberes de gerações continuem a entrar na casa dos portugueses e a terem um lugar de destaque nas suas mesas”, refere a autarquia em comunicado. “Contamos com todos para que esta iniciativa tenha sucesso e para que os nossos agricultores possam obter o rendimento do seu trabalho árduo, que tão necessário é para equilibrar as finanças das famílias do nosso concelho”, acrescenta o documento. A autarquia transmontana refere ainda que “num momento atípico e de grandes dificuldades para todos, esta é a forma possível de darmos continuidade à Feira Gastronómica do Porco, uma iniciativa que tem sido o evento de maior relevância na promoção do Concelho e dos seus produtos endógenos, de grande relevância económica e social, que continuará a ser a nossa grande bandeira, mau grado todas as dificuldades que tenhamos que enfrentar”. Quem pretender comprar produtos locais de Boticas, nomeadamente o fumeiro, pode fazê-lo através da plataforma www.boticastem.pt. www.gazetarural.com 13


Marcada para os dias 28, 29, 30 e 31 Janeiro

Feira do Fumeiro de Montalegre será em formato digital

Na página oficial da Câmara de Chaves

Sabores de Chaves à venda em plataforma electrónica

A Câmara de Montalegre decidiu suspender a realização da Feira do Fumeiro no formato habitual, sem público, e avança com o certame em versão digital. Nesse sentido, todo o foco está dirigido para a plataforma online onde os interessados podem adquirir todo o produto desejado.

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ace à crise pandémica que o país vive, a “rainha do fumeiro” aposta forte na plataforma online com entregas personalizadas. A autarquia e a Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã revista para 29 a 31 de Janeiro, a décima sexta ediassinam a mesma garantia de qualidade, rigor e segurança alimentar. ção da feira de fumeiro Sabores de Chaves deverá O certame, marcado para o fim de semana de 28 a 30 de Janeiro, dá realizar-se apenas em formato online. A Câmara de Chao salto para as novas tecnologias. “Era um desafio que era obrigatório ves adiantou que, face ao confinamento obrigatório, deverá um dia ser assumido pela Associação de Produtores. Temos este hábicancelar o evento, garantindo que “serão encontrados outo de, perante um problema, enfrentá-lo, ver uma oportunidade e astros instrumentos” para a venda dos produtos, nomeadasim fizemos com a sexta-feira-13 e, agora, com o fumeiro”, afirmou o mente uma plataforma electrónica para encomendas. vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira. O autarca O presidente da Câmara de Chaves, em declarações ao jordestacou a adesão dos produtores, mesmo dos mais idosos, à planal A Voz de Chaves, admitiu o cancelamento da feira, refetaforma, que representa uma “nova forma de venda do produto”. rindo, contudo, que “serão encontrados outros instrumentos Os consumidores poderão fazer as encomendas e pagar através para que os produtores possam escoar os seus produtos”. Para da plataforma (https://fumeirodemontalegre.pt), por transferêno efeito, a Câmara de Chaves irá disponibilizar uma plataforma cia bancária ou no ato de entrega, serão definidos dias de envio electrónica de venda de fumeiro, através da sua página oficial para determinadas zonas e o transporte vai ser feito em viaturas na internet (www.chaves.pt), “para uma maior visibilidade dos apropriadas para o efeito. David Teixeira assegura que o produto participantes e potenciando as encomendas”. enviado tem “a qualidade” que “tinha na produção”.

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Última Hora

Vinho de edição limitada do produtor ‘Caminhos Cruzados’

‘Titular Reserva Encruzado 2018’ recebeu medalha de ouro no International Wine Challenge Um monovarietal de Encruzado, emblemática casta branca da região demarcada do Dão produzido pela ‘Caminhos Cruzados’, mereceu 95 pontos e a respetiva medalha de Ouro no concurso International Wine Challenge.

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sta distinção conferida ao ‘Titular Reserva Encruzado 2018’ é mais um passo para a afirmação internacional dos vinhos deste produtor sediado no concelho beirão de Nelas. A gama ‘Titular’, marca-âncora da ‘Caminhos Cruzados’, exporta boa parte da sua produção, sendo de grande importância este tipo de reconhecimento em concursos da especialidade, não só pela visibilidade e credibilidade que dão à marca, mas também pelo prestígio que traz às suas diferentes referências de vinho. O ‘Titular Reserva Encruzado 2018’ tem bem presente os valores da vinha do Dão, apresenta grande frescura e mineralidade, a que se alia a já tradicional capacidade de evolução em garrafa. Todavia, está pronto para consumir já, harmonizando com peixe, marisco, os mais diversos pratos de bacalhau ou queijos. O vinho, assinado pelos enólogos Manuel Vieira, Carla Rodrigues e Carlos Magalhães, foi sujeito a fermentação total em barricas de carvalho francês e estagiou durante nove meses com batonagge. Tem um teor alcoólico de 13,5% e deve ser servido a uma temperatura entre os 16 e os 18 graus. O preço de venda ao público recomendado é de 16,90 euros. O International Wine Challenge é visto pelo mundo da enofilia como o concurso mais justo e imparcial de todos quantos se realizam um pouco por todos o mundo. Reconhecido pelas inúmeras provas cegas que faz, o que o distancia de qualquer eventual pressão, tem juízes especializados em todas as áreas da indústria ligada ao setor, dando a cada vinho a oportunidade de ser julgado com total independência. Recentemente, a Caminhos Cruzados passou a integrar o Grupo Terras e Terroir, detido pelos empresários Paulo Pereira e casal Maria do Céu Gonçalves e Álvaro Lopes, de que fazem parte, ainda, a duriense Quinta da Pacheca, em Lamego, e a Quinta do Barrilário, em Viseu.

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A mesma publicação já distinguiu a marca como sendo uma das 100 mais valiosas do mundo

Cabriz Reserva Tinto 2016 vale 93 pontos para a revista Wine & Spirits Muda o ano, mas mantêm-se as excelentes pontuações atribuídas às várias referências de vinho de Cabriz, a marca líder do Dão. Desta vez foi a conceituada revista norte-americana Wine & Spirits que atribuiu 93 pontos ao Cabriz Reserva Tinto 2016, indicando-o ainda como um dos melhores vinhos do ano do Norte de Portugal.

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m vinho de elevada qualidade, que chega ao mercado a um preço muito acessível. Elegante e harmonioso, este Cabriz mostra-se frutado, apresentando aromas de geleia de frutos vermelhos, notas tostadas e frutos secos que lhe dão um caráter muito gastronómico, capaz de harmonizar de forma perfeita com pratos mais intensos, como assados, estufados ou carnes vermelhas grelhadas. Os vinhos Cabriz são o exemplo do melhor que o Dão consegue fazer: vinhos com características singulares e elegantes. Aliás, nos últimos anos, têm-se sucedido distinções para a marca, tendo inclusivamente em 2020, a mesma Wine & Spirits colocado este produtor do Dão entre as 100 empresas de vinho mais valiosas do mundo, premiando assim o somatório das altas pontuações alcançadas, e valorizando as que apresentam a melhor relação qualidade/preço. Ainda recentemente o Cabriz Reserva Tinto foi ‘nomeado’ como um dos melhores vinhos para consumir no Outono, apesar de em qualquer altura do ano este vinho está pronto para ser apreciado. A marca tem sido muito alavancada nos mercados externos pela constância das suas pontuações em meios de referência que ajudam a amplificar o seu prestígio internacional. Também os preços competitivos e a inegável qualidade destes vinhos são permanentemente sublinhados pelo mundo da enofilia, colocando-as em posições cimeiras nos vários rankings da especialidade.

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Via acompanha as áreas de maior concentração de vinha no território

Torres Vedras vai criar rota de enoturismo em torno da Estrada Nacional 9

A Câmara de Torres Vedras está a desenvolver uma rota dedicada ao enoturismo, que irá acompanhar o percurso da Estrada Nacional 9 no concelho, uma via estruturante que acompanha as áreas de maior concentração de vinha no território.

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gentes públicos e privados, hotelaria, restauração, produtores e comerciantes são alguns dos elementos locais que vão dão forma a esta rota turística, que terá como sede a Casa do Espírito Santo, um edifício atualmente em ruína, em Carvoeira. O projeto prevê a reconversão da Casa do Espírito Santo num estabelecimento de enoturismo que irá afirmar-se enquanto local de referência na freguesia e no concelho, proporcionando experiências associadas à apreciação de vinhos locais e à participação na cultura e tradição vitivinícola do território. A sede da Rota do Vinho - N9 - Torres Vedras irá juntar-se às 13 unidades de enoturismo do concelho, inserindo-se numa oferta que dá a conhecer este território vinhateiro e o seu património histórico-cultural através de experiências como visitas guiadas, provas de vinhos e refeições temáticas. Note-se que a aposta do enoturismo no território conhece um crescimento acentuado desde 2018, ano em que a Rede Europeia das Cidades do Vinho atribuiu a distinção “Cidade Europeia do Vinho” a Torres Vedras. www.gazetarural.com

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Certificação atingiu os 30 milhões de litros, valor previsto para 2023

Vinhos do Tejo superaram todas as expectativas de 2020 e cresceram 28%

Perante a evolução da pandemia

Candidaturas a apoios de 50 ME para vinha prolongadas até Fevereiro

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hegados ao novo ano é tempo de fazer balanços, sendo que os Vinhos do Tejo ultrapassaram todas as expectativas de crescimento, não obstante os inúmeros contratempos causados pela pandemia da Covid-19, marco que ‘alimentou’ praticamente todo o ano de 2020. Em contracorrente à maioria do sector, nesta região do Centro de Portugal a certificação de vinhos aumentou em 27,72%, valor que fez catapultar para os Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) prolongou o quase 30 milhões de litros certificados, número que contavam atingir em prazo de apresentação das candidaturas ao regi2023. De Janeiro a Abril o crescimento foi de 76% (76,26%) e no primeiro me de apoio à restruturação da vinha, que tem 50 misemestre de 47% (47,13%). lhões de euros de dotação na campanha 2021-2022, até Nos primeiros seis meses do ano, a CVR Tejo certificou 15,21 milhões Fevereiro, perante a evolução da pandemia. de litros, o que representou cerca de metade dos números atingidos “Face ao previsível condicionamento de mobilidade, por no final do ano: 29,75 milhões de litros. Face a 2019, que fechou nos força da evolução da pandemia de covid-19, o IVV prorro23,30 milhões de litros, o aumento de certificação foi de 6,45 milhões gou o prazo de apresentação das candidaturas ao Regime de litros. de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha (VITIS)”, A quota de vinhos certificados com Indicação Geográfica Tejo o Viindicou o Ministério da Agricultura. nho Regional Tejo mantém-se superior à DOC do Tejo, o que seria As candidaturas para a campanha de 2021-2022 podem de esperar principalmente em 2020, com o fecho de muitos restauassim ser submetidas até 01 de Fevereiro, através do ‘site’ rantes, bares e algumas garrafeiras (on trade ou canal HoReCa) e o do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP). crescimento das vendas de vinho a registarem-se nos super e hiper“Com uma dotação de 50 milhões de euros, o VITIS para a mercados (off trade). campanha 2021-2022 continua a reforçar a forte dinâmica de O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo diz que investimento no setor, adotando regras e critérios de priorida“são boas notícias e que reflectem o esforço colectivo dos vários de e indo ao encontro das necessidades dos viticultores, das players da região. Nota para o facto de resultarem do trabalho não quais se destacam, nesta campanha, a ponderação de vinhas de um, mas de vários anos, em Portugal e nos mercados internadestinadas a modo de produção biológico e de viticultores decionais, onde a apetência para os Vinhos do Tejo é cada vez maior. tentores do estatuto da agricultura familiar”, sublinhou o miAs expectativas para 2020 eram de crescimento, mas não tão elenistério tutelado por Maria do Céu Antunes. A medida VITIS é vado; o facto de termos crescido tanto num ano tão atípico foi suportado pelo Plano Nacional de Apoio do IVV. uma grande vitória”, afirmou Luís de Castro.

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Decréscimo deverá manter-se nos próximos meses

Venda de vinho para a restauração sofreu quebra de 50% até Setembro As vendas de vinho para a restauração sofreram uma quebra de 50% até Setembro de 2020 devido à pandemia de covid-19, indicou a Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV), notando que a situação não deverá melhorar nos próximos meses.

“A

s vendas para a restauração sofreram uma quebra de perto de 50% tanto em volume como em valor e não é expectável que a situação melhore nos próximos meses, pois a situação epidemiológica é grave, a confiança dos consumidores está em níveis muito baixos e não iremos contar com o fluxo de turismo que tivemos nos anos anteriores”, apontou a ACIBEV. Só nos primeiros nove meses do ano anterior, o mercado nacional de vinho, que inclui a distribuição e a restauração, sofreu uma quebra de 10,9% em volume e 24,2% em valor, face a 2019, tendo o preço médio diminuído 14,9%. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), as exportações de vinho nacional registaram um aumento de 3,4% em volume e 2,3% em valor em Julho e Agosto, em comparação com o mesmo período de 2019.

No primeiro semestre de 2020, estas exportações tinham registado descidas de 1,2% em volume e 0,9% em valor, sobretudo impactadas pelos resultados do segundo trimestre (retrocessos de 4,9% em volume e 2,9% em valor”, quando a pandemia de covid-19 “começou a afectar drasticamente os países da Europa”, explicou a ACIBEV. Conforme sublinhou a associação, verifica-se “uma grande volatilidade nos mercados internacionais”, com “quebras acentuadas” nas exportações portugueses para a China, Angola, Alemanha e França. “O sector vitivinícola é um grande impulsionador da economia nacional e um instrumento relevante para a manutenção das comunidades rurais e ordenamento do território, por providenciar emprego, oportunidades de investimento, estabilidade económica e sustentabilidade ambiental”, vincou a ACIBEV.

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Tecnologia faz parte de uma patente internacional

UTAD usa tecnologia do DNA dos vinhos para deteção rápida do COVID A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) tem em fase adiantada a criação de um biossensor para deteção rápida do SARS-CoV 2, concebido a partir da tecnologia utilizada para a identificação do DNA das castas dos vinhos. Trata-se de uma tecnologia que faz parte de uma patente internacional, desenvolvida no âmbito do WineBioCode e da Plataforma INNOVINE & WINE, recentemente registada pela UTAD.

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a origem, o projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e com a parceria de diversas instituições nacionais, foi concebido para a identificação e autenticação do vinho da Região do Douro, a partir do DNA das castas, aliando a composição varietal à respetiva denominação de origem. Uma das investigadoras responsáveis pelo projeto, Paula Martins Lopes, docente do Departamento de Genética e Biotecnologia da UTAD, realça o facto de o trabalho de autenticidade dos vinhos, que a Universidade desenvolve há vários anos, constituir conhecimento valioso que pode agora ser transposto para a situação muito preocupante que vivemos. O protótipo em vias de conclusão garante resultados em 20 minutos na deteção do SARS-CoV 2, desde o momento da recolha da amostra e não requer pessoal especializado para a realização dos testes. A equipa de investigadores considera possível a utilização em massa do novo protótipo no próximo ano.

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Usando plantas autóctones mais resistentes ao calor

Universidade de Évora está a desenvolver um projeto para criar jardins sustentáveis A ideia é usar plantas autóctones, mas mais resistentes ao calor e aos longos períodos de seca. Carla Pinto Cruz, professora do Departamento de Biologia e investigadora no MED da Universidade de Évora (UÉ) lidera este projeto de conservação e gestão do património natural, que tem como finalidade impulsionar o uso de plantas autóctones nos espaços verdes de localidades do Alentejo Central, mas que pode ser replicado em todo o território nacional.

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o propósito de alertar para a necessidade de formar Sargaço (Cistus monspeliensis), a Roselha-grande (Cistus albidus), o as Organizações Não Governamentais de Ambiente, Rosmaninho (Lavandula pedunculata), o Pilriteiro (Crataegus monoas Comunidades Intermunicipais e as Associações de gyna) ou a Gilbardeira (Ruscus aculeatus) são apenas alguns exemplo de Municípios, que de outro modo, não teriam capacidaespécies nativas que a equipa de investigadores vai usar em espaços verdes de nem suporte financeiro para executar este tipo de no âmbito do projeto “Plantas Nativas na Cidade – Repensar os espaços atividades impulsionadoras do debate em torno desta verdes urbanos”, financiado no valor de 37 903,02 euros pelo Fundo Amproblemática. biental e inserido no Programa de Conservação da Natureza e da BiodiverPara Teresa Batista, (CIMAC, e docente da UÉ), este sidade, do Ministério do Ambiente. projeto “tem um enorme potencial de replicação não só Desenvolvido em colaboração com a Comunidade Intermunicipal do nos 14 municípios do Alentejo Central, mas em todo o Alentejo Central (CIMAC), este projeto inclui uma equipa multidisciplinar continente”, e responde ao delineado no Plano Intermucom competências nas mais variadas áreas técnico-científicas, e conta nicipal de Adaptação às Alterações Climáticas no Alentejo com a cooperação da empresa Sigmetum, produtora de espécies natiCentral (PIAAC-AC) elaborado em 2018, que aponta mevas, e dos vários Municípios envolvidos. didas para a racionalização do uso dos recursos hídricos e “É para nós claro que a utilização de recursos vegetais próprios aprea manutenção da biodiversidade, “em especial no Alentejo senta diversas vantagens e permite aumentar a resiliência e sustentamas em todas as áreas do Mediterrâneo” onde se prevê até bilidade dos nossos espaços verdes, o que é especialmente pertinente ao final do século “o agravamento das condições de seca e na realidade atual de intensificação das alterações climáticas” sublio aumento de fenómenos extremos como chuvas torrenciais nha a investigadora Carlos Pinto Cruz. e ondas de calor” recorda Teresa Batista, considerando ainda O objetivo é melhorar o conhecimento e o estado de conservação que o uso das espécies autóctones nas zonas verdes urbanas do património natural e da biodiversidade da região e poder aplicar “afigura-se como a solução adequada, uma vez que se tratam um modelo de desenvolvimento, gestão e valorização de territórios de espécies adaptadas e mais resilientes a condições extremas com um elevado capital natural, como as matas, os jardins ou outras e com menores necessidades de irrigação”. estruturas ecológicas com funções paisagísticas urbanas indispenPor sua vez a Anabela Belo, professora do Departamento de sáveis ao bem-estar e qualidade de vida das pessoas que habitam a Biologia e investigadora no Instituto Mediterrâneo para Agricidade e respetivas zonas periurbanas. cultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), esclarece que a Com atuação já iniciada em Évora, estas ações envolvem os inclusão de zonas verdes em espaços urbanos, sobretudo se as municípios de Montemor-o-Novo, Estremoz, Mourão e Redondo, plantas forem nativas, “é uma maneira de promover ligações encom foco na requalificação de diversos espaços verdes, atualtre as manchas maiores de paisagem que rodeiam as cidades” mente dominados por espécies exóticas, e desta forma promover e deixa-nos o cenário. “Imagine-se que a cidade é um lago, as ações de sensibilização junto dos cidadãos e dos técnicos com 22

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algumas destas espécies competirem com a flora autóctone, “muitas delas construções a água e, a ligar uma margem do lago tornam-se invasoras e conseguem proliferar quase sem controlo passando a à outra, existem pequenas pedras fora de água. Os representar uma ameaça para as espécies nativas, para a diversidade e equijardins são essas pedras. Ao utilizar espécies de planlíbrio dos ecossistemas”. O facto de estas espécies serem importadas de outas nativas no desenho desses jardins, tornamo-los tros países podem ainda “potenciar a introdução de novas pragas e doenças” particularmente importantes para a conservação das alerta a investigadora. nossas plantas, sobretudo para as que estão ameaçaAs principais intervenções do projeto têm em vista a seleção e promoção das, mas também para todos os seres vivos que vivem da produção de plantas nativas, tal como indicado, espécies com interesse com elas desde sempre”, salienta Anabela Belo. de conservação, e a requalificação de espaços verdes urbanos através de No que respeita ao Departamento de Paisagem, Amplantas com valor estético, ecológico e interesse paisagístico. Para tal serão biente e Ordenamento da UÉ, Paula Simões e Rute Sourealizados workshops para capacitação dos profissionais dos Municípios sa Matos frisam que “projetar com espécies nativas em do Alentejo Central e serão produzidos materiais técnicos e didáticos que espaço urbano é educar as comunidades e os políticos, contribuam para a divulgação, sustentabilidade e replicação deste tipo para uma forma de arte que põe em evidência a sazonade iniciativas. lidade e que contribui para a consolidação da Estrutura Esta iniciativa possibilitará a conservação de espécies e habitats proEcológica” sublinham, salientando ainda o facto que, destegidos, através de um aumento da biodiversidade nativa, que permitirá ta forma “estamos a promover a biodiversidade e a susnão só reduzir o consumo de água e utilização de fitofármacos como tentabilidade”. potenciará a sustentabilidade e resiliência destes espaços face às alteNuma vertente mais ligada à área da biologia a investirações climáticas iminentes. gadora do MED da UÉ, Catarina Meireles acresce que “os Prevê-se também uma melhoria na gestão económica em consonânproblemas ambientais decorrentes da utilização de espécies cia com as políticas ambientais nacionais estabelecidas com a União vegetais exóticas tanto em meios urbanos, como em meios Europeia, em particular com a Estratégia Nacional de Conservação da rurais, são vários. A maioria das espécies utilizadas é muiNatureza e Biodiversidade 2030 (ENCNB 2030), criada com o intuito exigente em água e o seu cultivo implica a utilização de to de estancar a perda da biodiversidade nacional, aprofundando a grandes quantidades de fertilizantes, herbicidas e inseticidas”, sua conservação e utilização sustentável e promovendo a respetiva destaca a investigadora referindo que “o elevado consumo de valorização, apropriação e reconhecimento pelos diversos agentes água associado à manutenção destas espécies, tem um grande responsáveis e pela sociedade. impacto, sobretudo na região mediterrânica, onde a escassez de água é um problema cada vez mais grave”. Outro aspeto realçado por Catarina Meireles é o facto de

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Para ajudar a conhecer o concelho

Idanha-a-Nova lança campanha para dinamizar turismo e setor agroalimentar

As inscrições estão abertas até 10 de Fevereiro

“Idanha em Família” é este o nome da campanha promovida pelo município de Idanha-a-Nova, com o objetivo de dinamizar o turismo, o setor agroalimentar, e ainda ajudar a conhecer o concelho.

Município de Torre de Moncorvo vai atribuir 38 Hortas Comunitárias

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ais de 140 famílias receberam o cabaz biorregião, no âmbito da campanha “Idanha em Família”, promovida pelo município local para dinamizar o turismo e o setor agroalimentar e que convida as famílias a conhecer o concelho. O município de Idanha-a-Nova explica que a adesão a esta campanha “está a ser muito positiva”. “Idanha em Família alia o trabalho da Câmara de Idanha-a-Nova e dos empresários do setor do turismo na implementação de medidas de segurança e higiene para criar as condições para receber as famílias em segurança”, lê-se na nota. Os cabazes de produtos regionais e biológicos são oferecidos a famílias que fiquem alojadas duas ou mais noites, em regime de meia stão abertas até 10 de Fevereiro as inscrições para a pensão, numa das unidades de alojamento aderentes do concelho de atribuição de 38 hortas comunitárias, que foram recenIdanha-a-Nova. temente criadas pela Câmara de Torre de Moncorvo. Pode “O cabaz biorregião inclui ainda o “Idanha-a-Nova Passport” e a candidatar-se a horticultor comunitário qualquer pessoa sinpossibilidade de agendar gratuitamente visitas guiadas com operagular, residente no concelho, e que apresente ficha de inscridores locais durante a estadia”, refere o município. ção no gabinete técnico florestal da autarquia. A campanha, que já foi usufruída por mais de 140 famílias de tuCom esta iniciativa a autarquia transmontana pretende foristas portugueses, espanhóis, brasileiros, ingleses e holandeses, mentar a prática da horticultura biológica sustentável, dando prossegue nos próximos meses. aos interessados a oportunidade de cultivar os seus próprios Segundo a autarquia, a campanha “Idanha em Família” é uma produtos aos munícipes que não possuem terreno próprio e primedida de apoio à economia local, com vista a dinamizar a atividavilegiando as famílias mais desfavorecidas. Desta forma, promode das unidades hoteleiras, da restauração, da animação turística ve-se também a alimentação saudável com produtos biológicos e e do setor agroalimentar, promovendo ainda a economia circular proporciona-se uma maior proximidade e estreita conexão com o e os circuitos curtos de comercialização. meio ambiente.

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13/11/2020 16:11


Segundo relatório sobre o Programa Ar Limpo

Comissão Europeia pede mais esforços para redução da poluição atmosférica A Comissão Europeia alertou para a necessidade de os Estados-membros da União Europeia (UE) intensificarem os esforços de redução da poluição, nomeadamente nas cidades e no setor da agricultura.

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o segundo relatório sobre o Programa Ar Limpo, o executivo comunitário destaca que “a plena aplicação das medidas [de redução de emissão de gases poluentes] poderia reduzir em 55% as mortes prematuras causadas pela poluição atmosférica até 2030”, lembrando que “até mesmo níveis relativamente baixos de exposição à poluição são prejudiciais”. “É necessário intensificar os esforços em todos os níveis para reduzir a poluição atmosférica”, alerta a Comissão. “Muito embora os níveis de concentração de poluentes se possam aproximar muito mais dos atuais valores das orientações em matéria de qualidade do ar da OMS, em virtude da aplicação integral das políticas em matéria de clima e energia acordadas e das medidas que visam um ar limpo anunciadas pelos Estados-membros nos seus programas nacionais de controlo da poluição atmosférica, continuará a haver mortes prematuras na UE devido à poluição atmosférica”, salienta o texto. A Comissão Europeia sustenta ainda que, se toda a legislação adotada até 2018 proporcionasse todos os seus benefícios e se os Estados-membros aplicassem as medidas anunciadas nos seus programas nacionais de controlo da poluição atmosférica, o conjunto da UE alcançaria as reduções das emissões de poluentes atmosféricos correspondentes às obrigações estabelecidas na Diretiva Limites Nacionais de Emissões para 2030. Por outro lado, as emissões de amoníaco da agricultura continuam a ser uma questão por resolver. “Mais de 90% das emissões de amoníaco na UE provêm da agricultura, nomeadamente da pecuária e do armazenamento e utilização de fertilizantes orgânicos e inorgânicos. A nova Política Agrícola Comum (PAC) deve desempenhar o seu papel no apoio e contribuição para reduzir a poluição atmosférica e os Estados-membros devem aproveitar as novas oportunidades proporcionadas, por exemplo, pelos regimes ecológicos propostos nos planos estratégicos nacionais e nos objetivos estratégicos propostos (incluindo a gestão de recursos naturais como o ar e a água)”, lê-se no relatório. “Há que avançar com uma PAC com fortes ambições ambientais e climáticas, a fim de refletir as prioridades do Pacto Ecológico Europeu, em consonância com a Estratégia do Prado ao Prato e a Estratégia de Biodiversidade”, defende ainda a Comissão Europeia. 26

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Revela relatório do programa europeu de observação terrestre Copernicus

O ano de 2020 foi o mais quente na Europa e igualou 2016 a nível global O ano de 2020 foi o mais quente da história na Europa e, a nível mundial, igualou o recorde de 2016, segundo o relatório do programa europeu de observação terrestre Copernicus. No relatório anual concluiu que a década de 2010-2020 foi a mais quente da história, fechando 2020 com um aumento de 0,4 graus Celsius face a 2019.

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relatório indica também que as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera continuaram a aumentar ao longo do ano passado a uma taxa de aproximadamente 2,3 partículas por milhão (ppm), com pico de 431 ppm durante o mês de Maio. O ano de 2020 foi 0,6 graus Celsius mais quente do que a média entre 1981 e 2010 e cerca de 1,25 graus acima do período pré-industrial de 1850-1900. De acordo com essas observações, o maior aumento anual de temperatura em relação à média de 1981-2010 concentrou-se no Oceano Ártico e no norte da Sibéria, atingindo mais de 6 graus Celsius acima da média. A temporada de incêndios florestais na região do Ártico foi extremamente ativa, com fogos registados pela primeira vez em Maio e que continuaram durante todo o Verão e até no outono. Como resultado, os incêndios no Círculo Polar Ártico libertaram um recorde de 244 milhões de toneladas de dióxido de carbono em 2020, mais de um terço a mais do que o recorde de 2019, acrescenta o relatório Copernicus. Durante a segunda metade do ano, o gelo do Ártico ficou significativamente abaixo da média para aquela época do ano, com a menor extensão de gelo do mar registada em Julho e Outubro. Em geral, o Hemisfério Norte teve temperaturas acima da média durante 2020, enquanto algumas partes do Hemisfério Sul registaram temperaturas abaixo da média, especialmente no Pacífico equatorial oriental, associadas a condições mais frias, que se desenvolveram durante a segunda metade do ano. Por sua vez, os incêndios de 2020 no Ártico e na Austrália representam apenas uma pequena fração das emissões globais de incêndios. “Embora as concentrações de dióxido de carbono tenham aumentado um pouco menos em 2020 do que em 2019, isso não é motivo para comemoração. Até que as emissões globais sejam reduzidas a zero, o dióxido de carbono continuará a acumular-se e a impulsionar as mudanças climáticas”, disse o diretor do Copernicus Atmosphere Watch Service, Vincent-Henri Peuch. No contexto da pandemia de covid-19, o Sistema Integrado de Observação de Carbono estimou que em 2019 houve uma redução de cerca de 7% nas emissões de dióxido de carbono decorrentes do consumo de combustíveis fósseis, devido ao declínio geral da mobilidade. O projeto Copernicus, uma iniciativa da União Europeia em conjunto com a Agência Espacial Europeia, visa observar o ambiente para melhor compreender as alterações ambientais que ocorrem na Terra. www.gazetarural.com

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Especialistas portugueses dinamizam sessões formativas

Florestas.pt lança academia de formação para o setor O Florestas.pt – plataforma digital que é já uma referência na partilha de conhecimento técnico-científico sobre a floresta e o sector – vai lançar uma nova área dedicada à formação, denominada de Academia Florestas.pt.

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fortalecer e cuidar destes ecossistemas. s primeiras sessões contam com o contributo de especialistas portuO Florestas.pt conta uma equipa de especialistas gueses em várias áreas-chave do conhecimento florestal e serão disna produção dos conteúdos que produz e ainda com ponibilizadas em formato vídeo, com a duração aproximada de 20 minutos, conteúdos desenvolvidos em cocriação e assinados por acessíveis também em https://florestas.pt/academia/. especialistas parceiros, o que ajuda a estabelecer uma Com estas sessões, todos aqueles que se interessam em saber mais sovia mais direta para divulgar estudos, eventos e projetos bre os ecossistemas florestais portugueses passam a ter acesso a um contécnicos e de investigação científica sobre temas floresjunto de conhecimento e informação contextualizada sobre a floresta nas tais relevantes para conhecer, valorizar e cuidar da floressuas múltiplas dimensões – natural, ambiental, social e económica – pela ta portuguesa. mão de reconhecidos especialistas. “Dinâmica rural e florestal”, “A Floresta que temos e a Floresta que Plataforma Florestas.pt queremos” e “Floresta e Alterações Climáticas” são alguns exemplos de temas que estão em foco nesta Academia de formação e a abordá-los A plataforma Florestas.pt tem como missão recolher, estão nomes conhecidos nesta área do conhecimento como, por exemsistematizar e divulgar informação e conhecimento abranplo, o arquiteto paisagista Henrique Pereira dos Santos, Teresa Soares gente sobre a floresta portuguesa, dando a conhecer a sua David, engenheira silvicultora e investigadora do INIAV – Instituto Narelevância, desafios e oportunidades, de uma forma clara e cional de Investigação Agrária e Veterinária e Cristina Máguas, cooracessível. denadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais É uma fonte de informação fidedigna e contextualizada, (cE3c). que partilha conhecimento científico sobre os ecossistemas Sob o mote “conhecer, valorizar e cuidar da floresta portuguesa”, e florestais, que contribui para clarificar temas essenciais e que enquanto centro de conhecimento sobre os ecossistemas florestais desafia a sociedade – todos nós – a conhecer, valorizar e cuidar portugueses e temas relacionados, o Florestas.pt é uma fonte inforda floresta portuguesa. mativa de referência na disponibilização de informação oficial e coA plataforma Florestas.pt é uma iniciativa do RAIZ – Instituto nhecimento técnico-científico sobre o sector, com dados nacionais de Investigação da Floresta e do Papel, um centro de investique, sempre que possível, são enquadrados no contexto europeu gação privado, sem fins lucrativos, reconhecido como entidade e mundial. do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e como Centro de O seu objetivo é levar os visitantes a conhecer, descobrir e vaInterface – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia, lorizar a importância das florestas portuguesas e as várias dimene da The Navigator Company. sões que cruzam - naturais, ambientais, técnicas, sociais e económicas- assim como partilhar pistas sobre o que pode ser feito para 28

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CIM’s Viseu Dão Lafões e Região de Coimbra investem mais de 3,3 milhões de euros

Sistema de Videovigilância Florestal avança nas regiões de Viseu e Coimbra

As Comunidade Intermunicipais (CIM) de Viseu Dão Lafões e da Região de Coimbra realizaram as reuniões de arranque dos trabalhos para a implementação do Sistema Integrado de Videovigilância para a Prevenção de Incêndios Florestais nestes territórios.

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própria CIM de ferramentas que lhes permitam proteger melhor as nossas ste sistema, que representa um investimento glocomunidades e a nossa floresta”. bal de mais de 3,3 milhões de euros, irá contribuir Por sua vez o presidente da CIM Região de Coimbra salientou que “este para a deteção precoce de incêndios florestais e, coné um projeto que tem a particularidade de ter sido idealizado por duas sequentemente, uma mais rápida ativação dos meios de Comunidades Intermunicipais, de forma a tornar mais eficientes os incombate, bem como uma melhor definição das estratévestimentos que estamos a realizar, e que se enquadra nas politicas que gias de combate e apoio à decisão. temos vindo a implementar no nosso território nas áreas das florestas e Este projeto, financiado pelo Programa Operacional de da proteção civil, visando dotar as estruturas operacionais dos meios e Sustentabilidade e Uso dos Recursos (POSEUR), Fundo de recursos necessários e mais adequados para fazer face aos incêndios ruCoesão e Portugal 2020, irá permitir a estas duas Comurais”. José Carlos Alexandrino disse ainda que, com esta iniciativa, “estanidades Intermunicipais a instalação de uma rede de 37 mos a mobilizar recursos financeiros para colocar a melhor tecnologia torres de videovigilância para a prevenção de incêndios floem prol da defesa da floresta contra incêndios”. restais, abrangendo os 33 municípios do território. Além da presença da CIM Viseu Dão Lafões e da CIM Região de O presidente da CIM Viseu Dão Lafões adiantou que “no Coimbra, na reunião marcaram presença os 33 municípios abrangiâmbito da estratégia da CIM Viseu Dão Lafões para a área da dos, os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) e os proteção civil, este é mais um investimento que conseguimos Comandos Territoriais da GNR de Viseu, Coimbra, Aveiro e Guarda, trazer para a nossa Região, que é sempre tão fustigada pelos e, ainda, o consórcio vencedor do procedimento, a empresa MEO incêndios florestais, com o intuito de a tornar mais resiliente”. - Serviços de Comunicações e Multimédia, S.A e a empresa INOV Rogério Mota Abrantes acrescentou que “com este sistema, a - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação. CIM pretende dotar as forças de segurança e de combate a incêndios, em como os Serviços Municipais de proteção Civil e a

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Para implementar fixação de aves no concelho

Projeto ambiental “Alojamento Local para Aves” arranca em 2021 em Lagoa “Alojamento Local para Aves” é o nome do projeto de educação ambiental que vai ser implementado durante os anos de 2021 e 2022 no concelho de Lagoa. A iniciativa desenvolve-se no âmbito de um protocolo assinado entre o Município e a Vita Nativa, uma Associação sem fins lucrativos dedicada à conservação do ambiente.

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implementação do projeto começa com a instalação e manutenção de várias dezenas de caixas-ninho em locais a identificar conjuntamente pelos técnicos da associação e do município. Esta e outras ações a desenvolver durante a vigência da parceria agora estabelecida, têm como objetivo promover a educação ambiental e divulgação científica junto de vários públicos, entre os quais a população escolar e vários agentes locais e regionais envolvidos na gestão do território. Estimular a fixação de mais aves em locais específicos é um dos propósitos do “Alojamento local para aves”. Pretende-se assim aumentar o interesse, o conhecimento e os contactos mais diretos da comunidade humana, tanto com pequenas espécies como com algumas aves de rapina de média dimensão. Para reforço da sensibilização dos cidadãos, este projeto contempla a instalação de câmaras de vídeo nalgumas caixas-ninho com transmissão em direto para uma plataforma on line de acesso público. O texto do protocolo assinado, e já em vigor, prevê que após os dois anos de vigência inicial possa vir a ser renovado mediante avaliação dos resultados. Desta forma, o Município de Lagoa desenvolve mais um projeto alinhado com a estratégica de implementação dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), nomeadamente com o 15º ODS que propõe “Proteger a Vida Terrestre”, e com a eleição da sustentabilidade, pelo segundo ano consecutivo, como tema orientador e prioritário da sua ação política. 30

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Devido à pandemia e aos efeitos associados

Parque Biológico de Vinhais esteve vazio em Dezembro

Junta os municípios de Ansião, Figueiró dos Vinhos e Pombal

“Territórios de Pedra” com candidatura aprovada

A pandemia e as restrições a ela associadas esvaziaram as reservas no Parque Biológico de Vinhais, um dos locais turísticos mais procurados do distrito de Bragança e sinónimo de ‘lotado’ no mês Dezembro. O diretor do parque,

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iguel Fernandes, salientou que em anos anteriores, no início de Dezembro, já tinham as reservas fechadas até depois do ano novo, enquanto este ano andaram na ordem dos 50% e foram feitas na base da incerteza. Este espaço de ecoturismo é uma iniciativa municipal, criado há 12 anos para ser uma mostra da fauna e flora do Parque Natural de Montesinho, onde se situa, e que dispõe de vários atrativos e de alojamentos em plena natureza. De ano para ano, a procura pelos alojamentos tem crescido e, em anos anteriores, o mês de Dezembro ficava lotado com antecedência, sobretudo para os períodos de Natal e Ano Novo. Em Dezembro “notou-se bastante o impacto da pandemia”, referiu Miguel Fernandes, concretizando que já nos fins de semana prolongados dos feriados “notou-se um decréscimo acentuado.

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uma aposta na promoção cultural em rede, Ansião viu aprovada, conjuntamente com Figueiró dos Vinhos e Pombal, a candidatura “Territórios de Pedra”, apresentada ao Programa Operacional Regional do Centro 2020. O projeto irá desenvolver-se no âmbito dos três concelhos que integram esta parceria, tendo o Município de Ansião assumido junto da Autoridade de Gestão a liderança da candidatura e estatuto de entidade coordenadora desta rede de cooperação, que visa valorizar a pedra, enquanto elemento característico da nossa paisagem, assim como as tradições associadas que importa e urge valorizar. O investimento de cerca de 300.000,00€ tem como objetivos valorizar o património cultural local ao nível da exploração da pedra, calcetaria, cantaria ou escultura, assim como promover cruzamentos artísticos contemporâneos que valorizem a memória e envolvam as comunidades e as novas gerações. Irá assim, dinamizar o trabalho de programação cultural em rede, com impacto à escala regional, pela itinerância de projetos artísticos e dos grupos da comunidade envolvidos, e em simultâneo criar valor material, potenciando, desta forma, o turismo na região e criando um circuito de visitação intermunicipal através das peças escultóricas que irão ser criadas. Desta forma, a iniciativa, não só promove a parceria entre municípios, como fomenta a dinamização, promoção e desenvolvimento do património cultural, enquanto meio de valorização, diferenciação e competitividade dos territórios.

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Das empresas agroalimentares portuguesas

PortugalFoods lança guias informativos para promover transição digital e ambiental Os três documentos estratégicos, que apresentam recomendações e boas práticas, versam sobre três temas fundamentais para o futuro e competitividade do setor: Indústria 4.0, Economia Circular e Economia Digital.

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PortugalFoods acaba de disponibilizar três guias informativos dedicados a três grandes desafios que se impõem à economia nacional, e ao setor agroalimentar em particular: Indústria 4.0, Economia Circular e Economia Digital. Estes documentos explicam, passo a passo, como as empresas agroalimentares podem adotar modelos de negócio que apostam na integração de novas tecnologias e de práticas de sustentabilidade com vista à melhoria da produtividade e da competitividade. Tecnologias como Realidade Aumentada, Internet of Things Industrial, Simulação 3D e Big Data e Analytics, entre muitas outras, estão a impor-se no quotidiano das empresas e transformar os seus modelos de gestão. A integração destas práticas inovadoras possibilita a otimização inteligente dos processos, com base em informação em tempo real, pelo que permite às empresas adaptarem-se e responderem aos cada vez mais exigentes desafios do mercado e dos seus consumidores. Maior segurança alimentar, incremento da certificação da qualidade, melhor capacidade de gestão da cadeia de fornecedores, mais agilidade e mais transparência são algumas das vantagens e oportunidades que estas tecnologias oferecem às empresas do setor. Os guias informativos agora publicados, foram elaborados no âmbito do PortugalFoods_Qualifica, que tem como objetivo sensibilizar e dinamizar o tecido empresarial do setor agroalimentar nacional para os desafios do futuro, através da partilha de conhecimento e divulgação de tendências e boas práticas em temas relacionados com Inovação Tecnológica, a Indústria 4.0, a Economia Circular, a Economia Digital e a Literacia Financeira. Ao identificar os fatores críticos de competitividade, este projeto tem por missão o reforço da competitividade empresarial do setor agroindustrial a partir do incremento do índice tecnológico com recurso à produção, transferência, aplicação e valorização do conhecimento orientado para a inovação. O projeto PortugalFoods Qualifica é financiado pelo Compete2020, Portugal2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. 34

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Com o objetivo de dar uma maior dignidade e conforto para quem o visita

Câmara de Ílhavo requalifica receção e área envolvente ao Navio-Museu Santo André Com o objectivo de dar uma maior dignidade e conforto para quem visita o Navio-Museu Santo André, a Câmara de Ílhavo aprovou a abertura de um concurso público para a construção da nova receção e área envolvente daquele equipamento museológico.

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nquadrada no plano de manutenção física e requalificação expositiva do Navio-Museu, a obra prevê um investimento base na ordem dos 274 mil euros e uma duração de cinco meses, contemplando a melhoria do espaço de acesso no cais, nomeadamente a construção de edificado com um novo enquadramento e requalificação daquele espaço emblemático do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré. Autarquia melhora política ambiental com otimização de gestão de resíduos A Câmara de Ílhavo aprovou, também, a assinatura de um protocolo com a empresa HAPPYGREEN, especializada na gestão de resíduos, para implementação de recolha seletiva do resíduo tinteiros e tonners, nos espaços públicos sob gestão Municipal e nos Estabelecimentos de Ensino do Município. Esta opção política ambiental “surge na sequência do trabalho, há muito iniciado, de otimização da gestão dos resíduos no município, com foco na prevenção, redução, reutilização e reciclagem, existindo, neste caso em particular, a possibilidade de serem geradas receitas financeiras, através da recolha dos consumíveis de impressão, que podem ser encaminhadas para Instituições Sociais, ou outras, do município”, refere a autarquia em comunicado.

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Percorrerá cerca de 760 quilómetros e visitará quase 80 dos 124 geossítios

Grande Rota do Estrela Geopark terá percursos pedestres e cicláveis O Estrela Geopark vai ter uma Grande Rota pedestre e ciclável que percorrerá cerca de 760 quilómetros e permitirá “a visitação e o conhecimento de quase 80 dos 124 geossítios” inventariados até ao momento.

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egundo a Associação Geopark Estrela, o início da implementação do projeto decorrerá durante este mês de Janeiro e a sua conclusão está prevista para o outono de 2022. A Grande Rota representa um investimento total de cerca de 250 mil euros e o financiamento é assegurado pela Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal. O projeto da Grande Rota do Estrela Geopark “consiste num conjunto de percursos pedestres e cicláveis, interligados, e que, de forma integrada e complementar, permitem a visitação de uma vasta área do território do Geopark, uma grande parte dos seus geossítios (75 dos 124 geossítios inventariados) e de todas as sedes dos nove municípios que integram este território”, refere a organização em comunicado. “Tendo em conta as características, quer do território quer de ambas as modalidades que se pretendem disponibilizar ao público, ou seja, `Cycling & Walking`, esta Rota será desenvolvida numa lógica de visitação independente e complementar, e até coincidente em alguns troços, e tem vindo a ser pensada de modo, a que sempre que possível, possa estruturar os diversos trilhos de percursos pedestres que proliferam, de forma fragmentada e de âmbito municipal, pelo território”, segundo a associação que tem Emanuel de Castro como coordenador executivo. A nota acrescenta que a Grande Rota do Estrela Geopark pretende “permitir uma nova forma de conhecer, experienciar e viver o território, sem fronteiras”, dado que o seu intuito “é a fruição global” do território da Serra da Estrela. “Entre percursos pedestres e cicláveis, este projeto percorrerá cerca de 760 km de trilhos de pastores, caminhos ancestrais ou outros mais modernos, mas ainda de vocação rural e florestal, passando por um mínimo de estradas asfaltadas, apesar de, mesmo neste caso, a passagem ser sempre efetuada por itinerários secundários e com tráfego reduzido, permitindo a visitação e o conhecimento de quase 80 dos 124 geossítios, até agora inventariados no Estrela Geopark, correspondendo a mais de 60% da sua totalidade”, lê-se no documento. A Grande Rota do Estrela Geopark irá intersetar ou coincidir parcialmente com as duas Grandes Rotas já existentes na região - a GR22 - Rota das Aldeias Históricas e a GR33 Grande Rota do Zêzere - e com o traçado dos Caminhos de Santiago. “Além dos traçados de uma grande parte dos percursos pedestres municipais de Pequena Rota existentes, ou seja, 44 percursos inventariados no conjunto dos nove municípios, a Grande Rota do Estrela Geopark interliga 40 deles, distando de uma curta distância dos restantes quatro, assumindo, de forma determinada, uma função profundamente estruturante para a dinâmica do Turismo de Natureza em todo o território da Estrela”, remata a nota. A Associação Geopark Estrela tem sede no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e é composta por nove municípios dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Coimbra (Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia), pelo IPG e pela Universidade da Beira Interior (UBI). 36

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X Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra

Prémio CA Ovibeja 2021 aposta na qualidade e o potencial de exportação do azeite A ACOS - Associação de Agricultores do Sul, em colaboração com a Casa do Azeite, vai realizar em 2021 o X Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja, com o patrocínio exclusivo do Crédito Agrícola. Mantém-se a abrangência internacional do concurso e dos membros do Júri, assim como a presidência de José Gouveia, especialista em azeites a nível mundial.

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esmo que o formato do concurso tenha de ser adaptado de acordo com medidas nacionais e/ou internacionais de controlo da Covid-19, é imperativo, para os organizadores, a realização do mesmo. Por um lado, porque vem incentivar a aposta na qualidade dos azeites nacionais, e por outro, revelar o seu potencial não só no mercado interno, mas também na conquista de mercados internacionais. Podem ser apresentados a concurso azeites virgens extra provenientes de produtores individuais, de associações de produtores, de cooperativas e de empresas de embalamento devidamente registadas. Os azeites, nas categorias de Frutado Verde Intenso, Frutado Verde Médio, Frutado Verde Ligeiro e Frutado Maduro, devem pertencer à campanha 2020/2021. Os países do hemisfério sul podem concorrer com azeites da campanha de 2019/2020, por causa da diferença na época da apanha. Para estes, a organização definiu uma categoria adicional, sendo esta uma inovação do concurso deste ano. A participação no concurso é gratuita e as inscrições podem ser efectuadas até 19 de Março. Recorde-se que o Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja recebe anualmente cerca de centena e meia de azeites e tem sido sempre classificado em lugar de pódio nos rankings internacionais dos melhores concursos do mundo. A edição de 2020 foi cancelada devido à emergência da pandemia de Covid-19. O regulamento da edição de 2021 do concurso está disponível na página oficial em www.azeite-ovibeja.pt. www.gazetarural.com

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Última Hora Revela um estudo recentemente divulgado

Capacidade das plantas para absorver dióxido de carbono pode baixar para metade A atual capacidade das plantas para absorver quase um terço das emissões de carbono causadas pela atividade humana pode ser reduzida para metade nas próximas duas décadas, e acelerar o aquecimento global.

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tilizando mais de duas décadas de dados medidos em grandes biomas do mundo, o estudo, publicado na revista científica “Science Advances”, identificou um ponto crítico de temperatura além do qual a capacidade das plantas em capturar e armazenar carbono atmosférico (sumidouro) começa a diminuir. A previsão baseia-se no ritmo atual de crescimento de emissões de gases com efeito de estufa e foi feita por investigadores de universidades dos Estados Unidos (Universidade do Norte do Arizona - NAU) e Nova Zelândia (Universidade de Waikato) e do “Woodwell Climate Research Center”, uma organização norte-americana que investiga as alterações climáticas. A biosfera terrestre é a grande responsável pela “respiração” da Terra, consumindo dióxido de carbono e libertando oxigénio, através da fotossíntese. Até agora a biosfera tem absorvido mais carbono do que aquele que liberta, mitigando as alterações climáticas. Os investigadores descobriram que à medida que aumenta a temperatura global a absorção de carbono pelas plantas vai sendo menor. A principal autora do estudo, Katharyn Duffy (da NAU), notou diminuições acentuadas na fotossíntese acima de um determinado limiar de temperaturas em quase todos os biomas do planeta. “A Terra está com um constante aumento de febre e como no corpo humano sabemos que cada processo biológico tem uma determinada temperatura para funcionar de forma perfeita e que acima dessa temperatura a função se deteriora”, exemplificou a investigadora. Os investigadores das três instituições descobriram que os “picos” de temperatura para a absorção de carbono (que vão de 18 a 28 graus celsius consoante as plantas) já estão a ser ultrapassados em vários locais, mas não estão a ser compensados pelas plantas, que vão diminuir a fotossíntese. “Os diferentes tipos de plantas variam nos detalhes das respostas às temperaturas, mas todos mostram declínios na fotossíntese quando fica demasiado quente”, segundo outro dos autores da investigação, George Koch, também da NAU. Atualmente, dizem os investigadores, menos de 10% da biosfera terrestre está exposta a temperaturas além do máximo fotossintético, mas, avisam, ao ritmo atual de emissões até metade da biosfera terrestre poderá ter temperaturas além desse limiar de produtividade até meados do século. E aqui incluem-se biomas como as florestas tropicais da Amazónia ou do Sudeste Asiático, ou a taiga da Rússia e do Canadá. 38

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A FORÇA DA UNIÃO CASTRO DAIRE VILA NOVA DE PAIVA

SÃO PEDRO DO SUL

AGUIAR DA BEIRA SÁTÃO

OLIVEIRA DE FRADES VISEU

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CARREGAL DO SAL SANTA COMBA DÃO

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