Gazeta Rural nº 379

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InvestBraga marca edição 2021 da AGRO para Setembro

Feira do Fumeiro de Vinhais será em formato online

Concurso destaca Projetos Agroalimentares Inovadores

Carnaval de Bragança muda-se para a Internet com caretos, butelo e casulas Marca ‘Terras de Trás-os-Montes’ quer valorizar os produtos da região Município de Manteigas dá apoios para a produção de feijoca Câmara de Proença-a-Nova elabora carta gastronómica do concelho

Festival Internacional de Chocolate de Óbidos vai continuar… online Produtores de leite da Região Centro receberam prémios no valor 355 mil euros

Quinta da Perpita lança novo Encruzado e um Alfrocheiro

Ficha técnica Ano XVI | N.º 379 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba Júlio Sá Rego | Gabriel Costa Departamento Comercial: Luís Cruz Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Beatriz Pereira Impresão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 3000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

Vinhos sétima edição do Concurso de Vinhos do CA Vinhos da Beira Interior estão à distância de um clique

Concurso Vinhos de Portugal 2021 com Inscrições abertas até 26 de Fevereiro Antiga aluna da UA lidera estudo que pode poupar milhões à fileira da batata-doce Projeto transnacional vai estudar e promover o património olivícola

Opinião: Como evitar perdas na agricultura com as mudanças do clima Consumo continuado de mirtilo tem um forte impacto no fígado

Produtos de Viseu chegam a todo o país com entregas gratuitas Câmara de Viseu abre candidaturas para subprograma de resiliência cultural

Praia da Vieira vai ter Centro Interpretativo da Arte Xávega Edição da Ovibeja 2021 será assinalada em formato virtual



Certame adiado devido à “incerteza associada à pandemia”

InvestBraga marca edição da AGRO 2021 para Setembro

A InvestBraga – Agência para a Dinamização Económica avançou com o adiamento da quinquagésima terceira edição da AGRO Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação. A feira, inicialmente prevista para o primeiro trimestre deste ano, deverá ocorrer de 16 a 19 de Setembro.

Queremos que a AGRO aconteça num ambiente de qualidade e com a segurança a que já habituámos expositores e visitantes, melhorando, simultaneamente, a experiência de todos os que possam passar pelo Altice Forum Braga durante a feira”, adiantou Carlos Silva, administrador da InvestBraga. Apesar de dispor de um plano de contingência rigoroso, que cumpre todas as recomendações da Direcção Geral de Saúde (DGS), a InvestBraga não encontrou outra opção que não a de alterar o calendário do certame. “Dada a incerteza associada à pandemia neste primeiro trimestre, não tivemos outra alternativa e avançámos com o reagendamento da feira. Acreditamos que em Setembro já possam existir condições para a concretização da AGRO. Contamos também que o certame, em 2022, volte a acontecer no primeiro trimestre do ano, retomando a sua posição na agenda nacional e internacional de feiras agro-alimentares”, acrescenta o responsável pela organização da histórica feira bracarense. Recorde-se que este é um dos mais importantes certames de

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agricultura do Noroeste Peninsular e o mais relevante no Norte de Portugal, sendo a AGRO a única feira nacional a integrar a Eurasco – European Federation of Agricultural Exhibitions and Show Organizers. De sublinhar que a InvestBraga está a acompanhar a evolução pandémica e o quadro de medidas impostas pelas autoridades competentes.


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Plataforma www.fumeirodevinhais.pt disponível a partir de 1 de Fevereiro

Feira do Fumeiro de Vinhais será em formato online Mais de meia centena de produtores, mais de metade do concelho, aderiram à plataforma online de venda de fumeiro que a Câmara de Vinhais promove, em virtude da não realização presencial da Feira do Fumeiro.

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feira, com a presença de produtores do pavilhão de exmunicípio criou uma plataforma digital (www.fumeirodevinhais.pt) posições, mas também de forma digital”. Contudo, face onde serão exibidos os enchidos tradicionais e onde os clientes podeao momento que o país atravessa “tal não será possível”. rão fazer as compras, com a autarquia transmontana a suportar os custos de O autarca garante que “tal como em anos anteriores, envios para compras superiores a 50 euros. A plataforma está disponível a há fumeiro em quantidade e qualidade, num ano frio, propartir de 1 de Fevereiro e, paralelamente às vendas, vão realizar-se outras pício para a sua produção”. Luis Fernandes salienta que “as iniciativas online, como as habituais jornadas técnicas do porco bísaro, eleperspetivas de escoamento do fumeiro são boas, tendo em mento distintivo destes enchidos transmontano. conta a procura que tem existido”, para além de que há proO tradicional concurso do melhor salpicão também se mantém, assim dutores que já têm clientes certos para esta altura do ano. como demonstrações gastronómicas, a cargo de chefes de cozinha, dos pratos que podem ser confeccionados com estes produtos certificados com Indicação Geográfica Protegida (IGP), nomeadamente o salpicão, Perdas de “centenas de milhares de euros” a chouriça de carne, a alheira, o butelo, a chouriça doce e o chouriço para a economia local azedo e o presunto. A feira está prevista para o fim de semana de 11 a 14 de Fevereiro, A Câmara de Vinhais realiza o certame por via digital com mas não se realizará nos moldes habituais, embora o presidente da perdas de “centenas de milhares de euros” para a economia Câmara de Vinhais, Luis Fernandes, ainda acalente alguma esperança, do concelho e da região. O presidente do município acredita se a situação pandémica mudar nas próximas semanas. que o fumeiro tem venda garantida, mas admite consequências Recorde-se que este é maior evento anual do concelho de Vinhais, negativas da não realização da mais antiga feira gastronómica da que dá à vila o nome de “Capital do Fumeiro”, que conta habitualregião para toda a actividade que gerava nos anos anteriores. mente com cerca de 400 expositores e recebe mais de 80 mil visiA feira do fumeiro, que se realizou ininterruptamente nos últitantes. mos 40 anos em Fevereiro, não terá este ano a mesma dimensão, Na apresentação do certame, Luis Fernandes afirmou que a aucomo salientou Luis Fernandes na apresentação do certame, pois tarquia a que preside “sempre manifestou a vontade de fazer a será limitada e sem a presença de dezenas de milhares de visitantes 6

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que anualmente acorriam a Vinhais à procura do fuMunicípio vai apoiar produtores pecuários meiro, numa fileira que movimenta anualmente cerca de 10 milhões de euros no concelho. A autarquia A Câmara de Vinhais vai apoiar os produtores pecuários, o que tem sido estima - sem as actividades e a dinâmica em torno da uma constante por parte do atual executivo municipal, tendo em conta as feira, o concelho e na região, - um impacto económico consequências nefastas que a pandemia COVID-19 tem trazido a vários setonegativo “na ordem das centenas de milhares de eures sociais e económicos, sendo a pecuária um deles, urge ainda mais apoiáros”. -lo. O investimento rondará os 25 mil euros. O presidente da Câmara está certo de que “os produComo tal, o município de Vinhais, por proposta do presidente da autartores não vão deixar de vender o fumeiro”, mas faltarão quia, Luís Fernandes, vai assegurar a desparasitação gratuita de todos os as restantes actividades que abrangiam centenas de exanimais de interesse pecuário, cuja sanidade é efetuada pela Organização positores, outros produtos regionais, sector empresarial de Produtores Pecuários (OPP), bem como a comparticipação dos mediligado à agricultura, animação, restauração e comércio. Os camentos utilizados para terapêutica de bovinos, ovinos, caprinos e suícondicionalismos da pandemia ocorrem num ano considenos que sejam assistidos pelo piquete veterinário, neste ano de 2021. rado “bom” para o fumeiro com as geadas e frio a ajudarem De salientar que estas medidas dão continuidade às que foram tomadas à qualidade dos enchidos. no ano de 2020. Com as consequências da crise sanitária, a autarquia de Sendo este um setor de importância vital para o concelho e atenVinhais tem reclamado do Governo apoios a estes produtos, dendo que os efeitos da pandemia se mantêm, sem ter ainda um fim à nomeadamente a redução da taxa do Imposto sobre o Valor vista, é fundamental apoiar os produtores. Acrescentado (IVA) para o mínimo de 6% para os produtos cerTodas estas medidas, conjuntamente com as já tomadas, têm como tificados com Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indiobjetivo não só ajudar no combate à pandemia, mas também, apoiar cação Geográfica Protegida (IGP). O município de Vinhais já fez a economia do concelho, o que significa, ajudar as pessoas. chegar esta reivindicação ao Governo, assim como a Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes. www.gazetarural.com

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Promovido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Concurso destaca Projetos Agroalimentares Inovadores A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) deu a conhecer os vencedores da segunda edição do NewFood, concurso que visa incentivar a inovação alimentar e que atribuiu aos projetos finalistas e vencedores um total de 30 mil euros em prémios.

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ste concurso tem com Júri membros da UTAD, da Escola de Hotelaria de Lamego e da Associação dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro. “Mousse D’Olive”, produto alimentar composto por variedades tradicionais de azeitona incorporando outros produtos tradicionais como figo seco, mel da Terra Quente e ervas aromática obteve o primeiro lugar. O segundo classificado foi “Healthy Gums”, gomas sem açúcar produzidas à base de batata-doce de Aljezur, cherovia, banana da Madeira, abacate, ananás dos Açores, cereja portuguesa e citrinos do Algarve. O terceiro classificado foi a “Broa de Shiitake”, produzido com broa de milho e shiitake fumado. Foi ainda atribuído o Prémio Inovação ao projeto “Salsichas Vegan de grão e dreche”, um enchido à base de ingredientes vegetais, cuja base inclui grão-de-bico e dreche, um subproduto da industria cervejeira. O projeto NewFood é financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Estado Português, através do NORTE2020- Programa Operacional Regional do Norte e visa “apoiar a criação de novos produtos, dinamizando a utilização dos recursos endógenos, promovendo e dando visibilidade a produtos com potencial para acrescentar valor para o setor agroalimentar, em particular para produtos transformados”.

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De 1 a 16 de Fevereiro, através de várias iniciativas online

Carnaval de Bragança na Internet com caretos, butelo e casulas Os festejos vão chegar a “casa de todos os portugueses” com festivais para apoiar os produtores locais, com o fumeiro à venda online, além de aulas com chefes ou oficinas de máscaras. O festival das tradições de Carnaval de Bragança, em torno do típico enchido butelo e dos Caretos, decorre este ano online, na primeira quinzena de Fevereiro, devido à pandemia de covid-19.

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à base de produtos locais. Para o efeito, alguns chefes de s ruas da cidade de Bragança e uma tenda instalada na Praça Camões focozinha vão “colocar as mãos na massa” e revelar alguns dos ram, em anos anteriores, o palco do festival do Butelo e das Casulas e do seus segredos para a confecção destes pratos. Carnaval dos Caretos, organizados pelo município que este ano decidiu levar os Os tradicionais mascarados que costumam sair à rua por eventos a “casa de todos os portugueses” através da Internet. altura do Carnaval, os Caretos, vão ter uma época festiva “A qualquer hora, a partir de qualquer lugar e à distância de um simples mais resguardada, mas marcarão também presença de forma clique, assim será o Festival do Butelo e das Casulas e Carnaval dos Caretos digital, através de iniciativas como oficinas pedagógicas, des2021 que, pretendendo contrariar os obstáculos e dificuldades originados tinadas, sobretudo, à comunidade escolar. Entre 10 e 12 de pela covid-19, se reinventou”, segundo a apresentação feita pelo município Fevereiro, os mais pequenos podem aprender online, e sob a esta quarta-feira. orientação de artesãos, a construir máscaras em lata e fatos de Assim, de 1 a 16 de Fevereiro, “é através de um conjunto de iniciativas caretos do território de Bragança. online que o município de Bragança promove o Festival do Butelo e das A 13 de Fevereiro será inaugurada a exposição “Máscara: o Casulas e o Carnaval dos Caretos em 2021, com o objectivo primordial de ser e o fazer”, do artesão Isidro Rodrigues, no Museu Ibérico da apoiar, dentro das possibilidades que permite a actual situação pandémica, Máscara e do Traje, seguida da iniciativa “Diálogos com Arte”, os produtores locais e de continuar a dinamizar a cultura e as tradições com o autor e o estudioso destas tradições António Tiza. Estas inibrigantinas”. ciativas têm transmissão e directo através da rede social Facebook O festival que promove o prato típico do Carnaval nesta região, à base do município de Bragança. do enchido de ossos, o butelo, e as casulas ou cascas, as vagens de feijão As festividades do Carnaval online terminam a 16 de Fevereiro, secas, realiza-se através da plataforma Dott/Ctt e que contará com a parcom o actor André Gago a falar sobre “O Papel da Máscara no Teaticipação de 17 produtores do concelho de Bragança. tro”, na iniciativa “Diálogos com Arte”, transmitida também na págiAlém do butelo e das casulas, os produtores terão também para venna do Facebook do município. da outros enchidos do fumeiro regional, como salpicões e chouriças, e produtos locais, desde o azeite ao mel ou artesanato regional. A Câmara de Bragança revelou que investe “14 mil euros” neste formato, que proporcionará também aos “apreciadores da boa gastronomia” a oportunidade de aprenderem a confeccionar alguns pratos 10

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Chegará em Março e quer ser “um distintivo de garantia”

Marca ‘Terras de Trás-os-Montes’ quer valorizar os produtos da região A nova marca Terras de Trás-os-Montes vai estar no mercado em Março com o propósito de valorizar os produtos regionais dos nove municípios deste território.

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iniciativa é da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes que nos últimos três anos desenvolveu o processo que culmina agora com a criação de uma marca chapéu para os produtos da região que abrange os concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Vimioso, Miranda do Douro, Vinhais e Vila Flor, no distrito de Bragança. A CIM preparou um regulamento com as condições de acesso à marca por parte de empresas e produtores, que já foi publicado em Diário da República, e, segundo o presidente da comunidade intermunicipal falta apenas criar a comissão de validação e acompanhamento da marca. Artur Nunes acredita que, apesar do confinamento devido à pandemia de covid-19, a constituição da comissão de acompanhamento será um processo rápido e indicou que as entidades interessadas em usar a marca podem começar a candidatar-se, nomeadamente através de formulários disponibilizados no site oficial. A adesão obedece a regras, nomeadamente a obrigação de os produtos que vierem a ostentar o selo Terras de Trás-os-Montes serem produzidos no território e terá de ser aprovada pela comissão, tendo em conta os critérios estabelecidos no regulamento. A CIM Terras de Trás-os-Montes é a entidade gestora da

marca criada no âmbito de uma estratégia de promoção do território como “factor agregador e conciliador da oferta territorial ao nível da promoção turística, produtos endógenos e serviços contribuindo para a valorização do território”. O uso da marca Terras de Trás-os-Montes consiste na utilização de um distintivo (selo) com o seu logótipo inscrito num desenho gráfico. Segundo o presidente da CIM, a preparação deste trabalho envolveu empresários e produtos locais, nomeadamente em visitas a regiões que já usam esta estratégia conjunta, tanto da vizinha Espanha como portuguesas, concretamente aos Açores. Através desta denominação comum para os produtos e oferta regionais, a CIM propõe-se promover e aumentar a notoriedade do território e valorizar o que ali se produz, assim como contribuir para a criação de emprego e riqueza. O acesso ao selo com a marca Terras de Trás-os-Montes é gratuito e entre os benefícios apontados para a adesão estão a integração numa estratégia colectiva de promoção, nomeadamente através das campanhas de comunicação e marketing promovidas pela CIM, permitir ao consumidor identificar de forma simples e imediata a origem local do produto. De acordo com a titular, “a marca Terras de Trás-os-Montes é um distintivo de garantia da região de produção/transformação dos produtos ou prestação de serviços, cuja propriedade está devidamente registada como marca da união europeia no EUIPO - European Union Intellectual Property Office”. Aqueles que vierem a candidatar-se e forem autorizados a usar a marca passarão a integrar um catálogo de utilizadores, criado pela entidade gestora, no qual constarão os dados da empresa ou produto. www.gazetarural.com

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Para a comparticipação dos custos relativos à produção

Município de Manteigas dá apoios para a produção de feijoca A Câmara de Manteigas quer incentivar a produção de feijoca no concelho. Para esse efeito, o presidente da autarquia, Esmeraldo Carvalhinho, publicou um edital em que o muncipio apoia com um incentivo financeiro para a comparticipação dos custos relativos à produção de feijoca é de 0,80 cêntimos de euro por metro quadrado, para áreas compreendidas entre 50 e 500 metros quadrados, e de 0,40 cêntimos para áreas de produção que possuam entre 501 e 1.500 metros quadrados. A feijoca é uma leguminosa típica daquele concelho da região da Serra da Estrela.

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om o Regulamento Municipal de Incentivo à Produção da Feijoca, a de Abril de cada ano”. autarquia de Manteigas pretende “combater o abandono das terras, Manteigas possui uma associação de confrades que preservar o solo e o meio ambiente, privilegiar a utilização dos recursos loadotou a feijoca “como talismã das especialidades regiocais, dignificando a agricultura, os seus agentes e o meio económico em que nais com singulares sabores de montanha, cuja produção estes se inserem”. local urge incentivar para as preservar”, segundo os pro“É também objetivo do município incentivar e apoiar o aparecimento de motores. novos produtores locais de feijoca, um produto que apresenta reconheA Confraria da Feijoca de Manteigas, criada em 2007, cida qualidade e potencialidades ímpares no domínio da gastronomia”, “promove convívios gastronómicos e outros eventos que lê-se no documento. têm como principal objetivo levar os seus membros e conviAs feijocas produzidas no concelho de Manteigas costumam ser servidados a redescobrir os saberes, sabores e aromas da cozinha das nos restaurantes locais com carnes de porco e enchido regional, mas de montanha e com isso induzir os restauradores de Manteitambém são utilizadas na confeção de sobremesas e pasteis. gas a melhorar a sua oferta gastronómica ao privilegiarem a De acordo com o documento, os produtores devem dirigir-se aos utilização de produtos locais de qualidade”. serviços autárquicos do município de Manteigas para se candidatarem ao apoio financeiro que está previsto no Regulamento Municipal de Incentivo à Produção da Feijoca. Devido à pandemia causada pela Covid-19, o autarca Esmeraldo Carvalhinho aponta no edital que no cumprimento das normas de segurança em vigor, nas deslocações à Câmara Municipal, “será sempre necessário a respetiva marcação prévia”. O documento esclarece ainda que a decisão sobre a atribuição do incentivo financeiro por parte do município de Manteigas “ocorre até ao dia 15 12

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No âmbito das celebrações do Ano Municipal dos Sabores Tradicionais

Câmara de Proença-a-Nova está a elaborar a carta gastronómica do concelho A Câmara de Proença-a-Nova vai elaborar a carta gastronómica do concelho, no âmbito das celebrações do Ano Municipal dos Sabores Tradicionais. O município do Pinhal Interior refere que, para concretizar este projeto, qualquer pessoa pode contribuir, disponibilizando as suas receitas tradicionais.

Também as associações do concelho foram desafiadas a fazer essa recolha nas suas comunidades, através do preenchimento de um formulário específico onde são solicitados dados como a história da receita, em que altura do ano era confecionada, a fonte e a aldeia da recolha, para além dos ingredientes e modo de confeção”, refere a autarquia em comunicado. Citado no documento, o vice-presidente da Câmara de Proença-a-Nova diz que “não se pode falar de carta gastronómica sem falar com as pessoas e sem a recolha das receitas mais tradicionais que fazem parte da tradição”. João Manso salienta que “ainda que as receitas possam ser muito semelhantes, há especificidades de cada aldeia que queremos que fiquem espelhadas nesta carta gastronómica. No final, teremos um documento que abordará a parte histórica do nosso concelho e das nossas gentes”, sustenta. O município de Proença-a-Nova sublinha ainda que vai convidar vários especialistas com o objetivo de contribuírem para o estudo das questões associadas a um documento desta natureza, nas vertentes da gastronomia, da história, da sociedade e do território. “Serão eles a fazer a seleção final do receituário mais representativo do concelho”, concluiu João Manso. A Câmara de Proença-a-Nova celebra em 2021 o Ano Municipal dos Sabores Tradicionais, com a realização de um conjunto de iniciativas que têm como objetivo destacar a importância da gastronomia local. O objetivo passa por publicar a carta gastronómica do concelho, em que pratos como o maranho, o plangaio, o peixe do rio, o cabrito, o bolo finto ou a tigelada estão presentes, por serem os mais conhecidos e procurados por quem pretende degustar a gastronomia de Proença-a-Nova. Para o efeito, mensalmente, as capas das agendas culturais da autarquia vão apresentar um prato típico, divulgando-se igualmente a receita. www.gazetarural.com

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Apesar das circunstâncias

Festival Internacional de Chocolate de Óbidos vai continuar… online O regresso presencial do Festival Internacional de Chocolate de Óbidos vai acontecer, mas não é para já. “No primeiro semestre de 2021 não há, ainda, condições de segurança sanitária e o necessário sentimento de segurança colectiva para fazermos grandes eventos presenciais”, refere a Câmara de Óbidos em comunicado.

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egundo a autarquia, nos próximos meses “o festival tratará sobretudo renovação periódica”, refere a Câmara de Óbidos, agora de assinalar algumas datas significativas, associando-as ao chocolate, apostada “numa sofisticação que permita a introdução como produto de excelência no diálogo estabelecido dessas datas com os da loja online, mas também estamos mergulhados nos valores e emoções que celebram e promovem. Datas que nos aproximam, nossos arquivos, para que daqui a algum tempo, se possa ainda que tenhamos de manter a distância física por mais algum tempo, recordar o que foi cada uma das edições passadas, das como nos aproxima a oferta de uma caixa de bombons ou uma tablete, emoções e alegrias que vivemos em cada edição, da felimesmo que tenhamos de a degustar à distância, que a pandemia ou outras cidade que é revivermos a história deste evento, também circunstâncias da vida nos impõe”. Deste modo, acrescenta a Câmara de um pedaço de património e de identidade de Óbidos, e de Óbidos, “vamos continuar a nossa afirmação, essencialmente, nos meios todos os que já conheceram esta experiência”. online e nas aproximações que essas plataformas nos permitem”. No comunicado o município de Óbidos garante que vai Conteúdos digitais, aposta no simbólico, no conhecimento e na transfe“continuar a trabalhar, para voltarmos a estar juntos quando rência de saber através de uma nova plataforma, orientada para conteúo pudermos fazer e frequentar eventos”. Até lá “continuados informativos e formativos, de carácter técnico, pedagógico e didácmos próximos pela partilha de experiências virtuais, e porque tico. A plataforma pretende divulgar e conhecer o melhor que se faz em não, a degustar um bom chocolate, daqueles que só se entorno do chocolate, em Portugal e no mundo. contram em Óbidos e em breve entregues à sua porta”, refere A Câmara de Óbidos diz que não esquece os parceiros e o público. o documento. Por isso “queremos voltar a aproximar estes dois universos”, garantindo a criação de uma plataforma comercial online onde se podem adquirir os produtos do Festival Internacional de Chocolate de Óbidos. “Produtos de grande qualidade e alguns tão exclusivos, que tirando o evento quase não se conseguem adquirir em qualquer circuito comercial”, sustenta, referindo que em breve haverá novidades, disponibilizando já alguma oferta numa época emblemática para os amantes de chocolate. Agora que a proximidade é sobretudo virtual e simbólica, “vamos melhorar substancialmente os nossos meios e ferramentas de comunicação e proximidade”, desde logo “o website, que está a passar por uma transformação que vai muito para lá da já habitual 14 www.gazetarural.com


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No âmbito do Programa de Valorização da Fileira do Queijo DOP

Produtores de leite da Região Centro receberam prémios no valor 355 mil euros A Associação do Cluster Agroindustrial do Centro (InovCluster) e as Comunidades Intermunicipais da Beira Baixa, das Beiras e Serra da Estrela, da Região de Coimbra e de Viseu Dão Lafões atribuíram prémios, no valor de 355 mil euros, a 129 produtores de leite das regiões DOP Serra da Estrela, Beira Baixa e Rabaçal.

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salientou que “esta iniciativa é um bom exemplo de coesão territorial e traduz atribuição destes prémios visa fomentar, capauma aposta clara na valorização das atividades tradicionais deste território, citar e desenvolver a atividade agropastorícia, através da inovação, do conhecimento e do trabalho em rede, que traz frutos como parte integrante do processo de melhoria da para os que se dedicam a este saber fazer e para os consumidores deste proqualidade na produção de leite destinado ao fabrico de duto de origem protegida”. queijo com denominação de origem protegida (DOP). Criados no âmbito do Programa de Valorização da Fileira do Queijo da ReNa ocasião a presidente da Inovcluster afirmou que gião Centro, os prémios (Vale Pastor e Vale Pastor +), foram atribuídos pela “esta ação vem dar um impulso positivo à Fileira do Queijo Inovcluster e pelas Comunidades Intermunicipais da Beira Baixa, das Beiras e reflete-se numa ajuda para incrementar e valorizar a proe Serra da Estrela, da Região de Coimbra e de Viseu Dão Lafões, parceiras dução de leite de qualidade na Região Centro, contribuindo do projeto. O “Vale Pastor” é um incentivo no valor de 5.000 euros e foi para a continuidade de um produto endógeno de excelênatribuído a 14 alunos que concluíram com sucesso a “Escola de Pastores” cia, o queijo com DOP” referiu Cláudia Domingues. e que se encontram instalados ou que se pretendem instalar na ativiJá a presidente da Comissão de Coordenação da Região dade da agropastorícia. Já o “Vale Pastor+” é um incentivo no valor de Centro disse que “tratando-se de um projeto que concretiza 2.500 euros e foi atribuído a 115 produtores de leite fornecedores de uma estratégia concertada à escala regional para fortalecer e queijarias que fabricam queijo com DOP e que apresentaram a convalorizar a cadeia de valor dos queijos DOP, insere-se num plano curso o leite de melhor qualidade. mais vasto de valorização de recursos endógenos e de dinamiEste projeto é cofinanciado pelo CENTRO 2020, Portugal 2020 e zação dos territórios de interior e de baixa densidade da Região União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento ReCentro,” referiu Isabel Damasceno. gional (FEDER). Por sua vez a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, 16

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Uma edição limitada de 700 garrafas cada

Quinta da Perpita lança novo Encruzado e um Alfrocheiro A Quinta da Perpita vai lançar, em Fevereiro, um Encruzado da vindima de 2019 e um Alfrocheiro de 2018, o primeiro tinto do produtor. O primeiro vinho foi um Encruzado de 2018, que esgotou rapidamente.

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om vinhas centenárias situadas no coração de Oliveira de Barreiros, nos arredores de Viseu e com vista privilegiada para a Serra da Estrela, na Região Demarcada do Dão, a Quinta da Perpita pertencia à família de Armando Ferreira de Almeida, a que agora o genro, Kennedy Magno e os filhos, querem dar continuidade. O primeiro vinho da quinta foi um Encruzado 2018, que rapidamente esgotou, a que se seguem, agora, um Encruzado de 2019 e um Alfrocheiro de 2018, em quantidade limitada de apenas 700 garrafas de cada. A opção de lançar apenas monocastas deve-se, segundo Kennedy Magno, ao enólogo João Maria Cabral de Almeida. “Quisemos começar devagarinho, produzindo poucas garrafas, mas vinhos de qualidade, e ir vendo a receptividade da crítica e dos consumidores”, referiu à Gazeta Rural. Para já a estratégia está a dar resultado. “O branco Encruzado 2018 foi muito bem recebido e esgotou rapidamente. O de 2019 segue a linha do anterior e esperamos que seja bem aceite”, destacou o produtor, que está com elevadas expectativas em relação ao Alfrocheiro de 2018. Kennedy Magno mostra-se satisfeito com a opção dos filhos em darem continuidade à tradição da família. O filho Gonçalo já está à frente da quinta e a irmã, Maria Eduarda, segue-lhe as pisadas. Nos cerca de seis hectares de vinhas, a maior parte delas no coração de Oliveira de Barreiros, predominam as castas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Jaen e Rufete, nas tintas, e Encruzado e a Malvasia-Fina nas brancas. O produtor selecciona parte das uvas para a produção própria, sendo as restantes vendidas a outros viticultores da região ou entregues da Adega de Silgueiros.

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Na sétima edição do Concurso de Vinhos

Crédito Agrícola distinguiu 58 Vinhos Nacionais

O Crédito Agrícola revelou, numa cerimónia totalmente digital, os vencedores da sétima edição do Concurso de Vinhos CA, organizado em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal.

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os 183 vinhos brancos, tintos e espumantes colocados à prova por 109 produtores nacionais das várias regiões vitivinícolas do país, o júri distinguiu 58 vinhos, três com a Grande Medalha de Ouro, para os melhores vinhos branco, tinto e espumante; e 55 com a distinção Tambuladeira dos Escanções de Portugal de Ouro, a vinhos engarra-

fados, nas categorias de branco, tinto e espumante. Na edição deste ano foram reconhecidos vinhos oriundos de várias regiões vitivinícolas: Vinhos Verdes (duas medalhas), Douro (oito medalhas), Távora-Varosa (uma medalha), Dão (seis medalhas), Bairrada (duas medalhas), Tejo (seis medalhas), Lisboa (11 medalhas), Península de Setúbal (cinco medalhas), Alentejo (16 medalhas) e Algarve (uma medalha). A iniciativa do Crédito Agrícola pretende apoiar o sector vitivinícola e o desenvolvimento das economias locais, especialmente as Cooperativas e os Produtores, promovendo e colocando à prova a qualidade dos vinhos nacionais.

VINHOS PREMIADOS Grande Medalha de Ouro Vinhos Brancos Vinhos Tintos

Quinta da Atela Vinho Regional Tejo Branco 2018 | Quinta da Atela

Foral de Cantanhede Gold Edition Baga DOC Bairrada Tinto 2011 | Adega Cooperativa de Cantanhede

Vinhos Espumantes

Medalha de Ouro

Dona Berta Rabigato Reserva Espumante DOC Douro Branco 2017 | H. & F. Verdelho

Adega da Vermelha Grande Reserva DOC Óbidos Branco 2017| Adega Cooperativa da Vermelha Adega da Vermelha Grande Reserva DOC Óbidos Tinto 2013|Adega Cooperativa da Vermelha Adega de Palmela Grande Reserva DOC Palmela Tinto 2017 | Adega Cooperativa de Palmela Adega de Palmela Premium Reserva DOC Palmela Branco 2019 | Adega Cooperativa de Palmela Adega de Pegões Grande Reserva Vinho Regional Península de Setúbal Tinto 2017| Cooperativa Agrícola Sto. Isidro de Pegões Aldeias de Juromenha Colheita Seleccionada Vinho Regional Alentejano Branco 2019 | Adega Herdade das Aldeias de Juromenha Apelido Vinho Regional Alentejano Tinto 2017 | Miguel Barroso Viegas Louro Artesano by Helena DOC Alentejo Tinto 2018 | Elite Vinhos Avô António Encruzado Reserva DOC Dão Branco 2018 | Quinta dos Monteirinhos Carvalhas DOC Douro Branco 2018 | Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro – Real Companhia Velha Casa da Ínsua Reserva DOC Dão Tinto 2015 | Empreendimentos Turísticos Montebelo Casa Velha DOC Douro Tinto 2018 | Adega de Favaios Casal das Freiras Reserva Vinho Regional Tejo Tinto 2018 | AgroValente Castelo de Azurara Touriga Nacional DOC Dão Tinto 2014 | Adega Cooperativa de Mangualde Caves Dois Portos Reserva Vinho Regional Lisboa Tinto 2016 | Adega Cooperativa de Dois Portos Caves Rendeiro Reserva Especial Vinho Regional Lisboa Tinto 2017 | Caves Rendeiro Cerval DOC Douro Tinto 2014 | Sociedade Agrícola da Casa d’Arrochella Conde de Arraiolos Superior Vinho Regional Alentejano Tinto 2017 | Sociedade Agrícola da Herdade das Mouras de Arraiolos

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Côro Reserva Syrah & Touriga Nacional IGP Tejo Tinto 2017 | Sociedade AgroAlimentar da Mascata Edd’s Reserva Vinho Regional Algarve Tinto 2016 |Concepts by Edd’s II Encostas de Melgaço Único Alvarinho DOC Verde 2018 | Quinta da Pigarra Fernão de Magalhães DOC Douro Tinto 2017| Adega Cooperativa de Sabrosa Fidalgas de Santar Grande Reserva DOC Dão Tinto 2012 | Vinassantar, Sociedade Agrícola Folha do Meio Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2017 | Terrenus Veritae Fonte das Moças Grande Escolha Vinho Regional Lisboa Tinto 2017 | João Melícias Fonte Mouro Grande Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2015 | Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha Guadelim Dona Teresa Grande Reserva DOC Alentejo Tinto 2015 | Sul Estoril Margarida Alicante Bouchet Vinho Regional Alentejano Tinto 2012 | Monte dos Cabaços Margarida Encruzado Special Edition Vinho Regional Alentejano Branco 2015 | Monte dos Cabaços Marquês de Marialva Arinto Reserva DOC Bairrada Branco 2019 | Adega Cooperativa de Cantanhede Monsaraz Bruto Natural Espumante DOC Alentejo Branco 2017 |CARMIM Montaria Escolha do Ano Vinho Regional Alentejano Tinto 2017 | Parras Wines Morgado de Silgueiros Touriga Nacional DOC Dão Tinto 2017 | Adega Cooperativa de Silgueiros O Mordomo Touriga Nacional Reserva Vinho Regional Tejo Tinto 2019 | Casa Agrícola Solar dos Loendros Oneness Vinho Regional Alentejano Branco 2019 | Oneness Outeiro Velho Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2015 | Mário Meireles OXE Échanson Selection Vinho Regional Alentejano Tinto 2018 | Rodrigues Santanita Family Winery Pai Horácio Grande Reserva DOC Douro Tinto 2017 | Vinilourenço Pegos Claros Grande Escolha DOC Palmela Tinto 2016 | Herdade Pegos Claros Porta da Ravessa Grande Escolha Vinho Regional Alentejano Tinto 2017 | Adega Cooperativa de Redondo Quinta da Badula Reserva DOP Do Tejo Tinto 2015 | Quinta da Badula Quinta da Mimosa Castelão DO Palmela Tinto 2017 | Casa Ermelinda Freitas Quinta das Cerejeiras Grande Reserva DOC Óbidos Branco 2018 | Companhia Agrícola do Sanguinhal Quinta do Cerrado Reserva DOC Dão Branco 2017 | União Comercial da Beira Quinta do Couquinho Colheita DOC Douro Tinto 2017 | Quinta do Couquinho Quinta do Gradil Chardonnay Vinho Regional Lisboa Branco 2019 | Parras Wines Quinta do Portal Grande Reserva DOC Douro Tinto 2016 | Sociedade Quinta do Portal S. Sebastião Reserva Syrah & Touriga Nacional Vinho Regional Lisboa Tinto 2017 | Multiwines Talismã Reserva Vinho Regional Lisboa Tinto 2017 | Adega Cooperativa da Labrugeira Terras do Demo Malvasia-Fina Espumante Bruto VEQPRD Távora-Varosa Branco 2018 | Cooperativa Agrícola do Távora Troviscal Grande Reserva Vinho Regional Lisboa Branco 2017 | Cerrado da Porta Troviscal Syrah & Touriga Nacional Grande Reserva Vinho Regional Lisboa Tinto 2017 | Cerrado da Porta Vale do Chafariz Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2018 | Herdade da Ajuda Nova Via Latina Grande Reserva DOC Verde Branco 2018 | Vercoope Zé da Leonor Reserva Vinho Regional Tejo Tinto 2017 | Casa Agrícola Rebelo Lopes

Touriga Nacional autorizada na região de Bordéus

Alterações climáticas estão a mudar a produção de vinho

A

s alterações climáticas estão a incentivar mudanças nas produções agrícolas em todo o mundo, e a realidade na produção vinícola não é diferente. Com o aumento das temperaturas e instabilidade nos períodos de precipitação, o desenvolvimento da videira e do fruto estão a ser Maserlan, a Castets, a Arinarnoa, Alvarinho, Petit Manseng afetados. Segundo o relatório da Wines & Vines, a radiação, a humidade e Liliorila. No entanto, “as novas uvas vão constituir apenas e as temperaturas diurnas, são fatores que têm prejudicado o “amadu10% da combinação final, e compor apenas 5% da área vinírecimento dos frutos”, “o aroma, o sabor e os compostos fenólicos”. cola”, explica a revista. Para conseguirem acompanhar estas mudanças e manter a sua proPara um setor que prima pela tradição, esta ação demonstra dução sem prejudicar a qualidade do vinho, os profissionais estão a os riscos atuais que os produtores enfrentam. Jane Anson, corcomeçar a plantar outras uvas que aguentam melhor o calor sem respondente da Bordeaux, afirma que “esperava que a burocraamadurecer rapidamente. cia de Bordeaux fosse mais lenta, mas claramente os Órgãos de Segundo a Decanter, em 2019 a Assembleia Geral de ViniculGoverno vêem a importância de dar aos vinicultores a flexibilidade tores de Bordeaux e Bordeaux Supérieur AOCs votou para que e agilidade para reagir”. fossem introduzidas sete novas castas de uvas nas suas produções. São elas a Touriga Nacional, a Green Savers www.gazetarural.com 19


A partir de 2 de Fevereiro em www.vinhosdabeirainterior.pt

Vinhos da Beira Interior estão à distância de um clique A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVR BI), através da Rota dos Vinhos da Beira Interior, inaugura a sua loja online a 2 de Fevereiro. Desta forma, em www.vinhosdabeirainterior.pt, os vinhos da região chegam a todo o país num formato diferente.

Propomos que aproveite esta nova oportunidade, para se sentar à mesa na companhia de uma vasta gama de vinhos de excelência, com forte influência da montanha e da altitude”, refere o presidente da CVRBI. “Num período particularmente difícil para os produtores vínicos, disponibilizar uma ferramenta para escoarem os seus produtos é vista como um ganho, afirma Rodolfo Queirós. É um lançamento assente no e-commerce, que procura acompanhar as tendências de consumo, disponibilizando aos cosmopolitas e dinâmicos amantes de vinho a possibilidade de adquirirem e degustarem os néctares da Beira Interior sem saírem do conforto das suas casas. Para Rodolfo Queirós “este é um passo importante para estreitar a relação entre os vinhos da Beira Interior e o público. Na nova loja, terão acesso a mais de 140 diferentes vinhos da Beira Interior, entre brancos, rosés, tintos, espumantes e colheitas tardias. Haverá ainda oportunidade de adquirirem outros produtos endógenos, como o azeite e o mel”, acrescentou. Este novo projeto vem reforçar a importância, quer do trabalho em rede, quer da digitalização que o mundo tem vindo a adotar. A Beira Interior pretende através deste e-commerce, inovar e levar os seus vinhos mais longe. Este projeto insere-se na estratégia da Rota dos Vinhos da Beira Interior que agrega, além dos produtores locais, vários parceiros como o Turismo do Centro de Portugal, as Aldeias Históricas de Portugal, os Municípios da Guarda, Oleiros, Vila Velha do Ródão, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Castelo Branco, Pinhel e Trancoso. 20

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Primeira fase, com condições especiais para produtores

Concurso Vinhos de Portugal 2021 com Inscrições abertas até 26 de Fevereiro Estão abertas as inscrições para a edição de 2021 do Concurso Vinhos de Portugal que decorrerá de 19 a 23 de Abril. A iniciativa da ViniPortugal vai distinguir, pelo oitavo ano consecutivo, os melhores vinhos nacionais.

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s produtores que se inscreverem até 26 de Fevereiro vão beneficiar de um desconto de cinco euros por cada referência inscrita, uma vantagem exclusiva durante este período, que não será aplicada nas duas fases seguintes de inscrição. O registo pode ser feito no site http://concursovinhosdeportugal. pt até 1 de Abril. A primeira fase do Concurso Vinhos de Portugal decorrerá de 19 a 21 de Abril, no CNEMA, em Santarém, na qual os vinhos inscritos serão avaliados por um júri, composto por especialistas em vinhos portugueses e internacionais, entre os quais jornalistas, sommeliers, wine educators e outras profissões ligadas ao sector. Setúbal é o distrito anfitrião da fase final do Concurso. O Grande Júri, composto por especialistas nacionais e internacionais de reconhecido mérito do sector, vai reunir nos dias 22 e 23 de Abril para a selecção dos Grandes Ouros e os Melhores no Ano. Os grandes vencedores serão conhecidos na cerimónia de entrega de prémios, no dia 23 de Abril. Em 2019 foram a concurso 1.382 vinhos que arrecadaram 423 medalhas, das quais 29 na categoria Grande Ouro, 98 Ouros e 296 Pratas. O Concurso Vinhos de Portugal é uma iniciativa da ViniPortugal que pretende ser um ponto de encontro e de troca de experiências entre produtores e especialistas de todo o mundo, reafirmando a aposta na produção nacional de vinho de qualidade com o intuito de se afirmarem enquanto produtos de excelência nos mercados de exportação.

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Agora a trabalhar nos Jardins de Kew

Antiga aluna da UA lidera estudo que pode poupar milhões à fileira da batata-doce

Ana Rita Simões, antiga aluna de Biologia na Universidade de Aveiro (UA), agora a trabalhar nos Jardins de Kew, Reino Unido, lidera estudo de 40 autores, de 17 nacionalidades, publicado no prestigiado periódico científico Taxon que defende a conservação do nome científico da batata-doce cultivada: “Ipomoea batatas L.”. A mudança de nome causaria grandes transtornos e despesas ao sector agroalimentar.

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m causa estaria a eventual mudança de género (grupo taxonómico) desta espécie, o que obrigaria a outra nomenclatura científica. A batata doce cultivada, mais conhecida e consumida, de nome científico Ipomoea batatas, pertence ao género Ipomoea, onde se incluem 900 espécies de plantas, sendo uma delas a conhecida planta ornamental bons-dias, invasora em Portugal. Ora, verificou-se, recentemente, que a espécie tipo que era usada para caracterizar o género Ipomoea é muito afastada da batata doce, o que colocaria em causa a continuação da espécie neste género. Assim, no estudo agora publicado, os 40 investigadores propõem escolher outra espécie-tipo para a definição do género Ipomoea, nomeadamente Ipomoea triloba L., uma espécie que é parente próximo da batata doce, assegurando o mesmo nome científico para a espécie cultivada e permitindo a mudança de nome/ género de alguns grupos de espécies mais afastados que estão agora incluídas no género Ipomoea. Sem esta proposta de mudança de espécie-tipo de Ipomoea, a mudança de nome científico da batata doce poderia ocorrer brevemente, o que resultaria em inúmeras alterações e atualizações administrativas, na legislação e nas orientações de segurança e saúde, em alterações no empacotamento e marketing que comercializam esta espécie ou os seus sub-produtos. A antiga aluna da UA, que fez o doutoramento no Museu

de História Natural em Londres e agora trabalha nos Jardins Botânicos Reais de Kew, espera que o estudo também contribua para a mudança de nome científico das espécies selvagens que são parentes mais afastados da batata doce (por exemplo do género Argyreia, que recentemente foi transferido para o grupo da batata doce por outros autores) e que de momento são associadas a esta espécie cultivada por compartilharem o nome do seu género – Ipomoea. Os autores esperam conseguir também, além da proteção e estabilidade do nome científico da batata doce, uma maior atenção da comunidade científica e do público em geral para a conservação destas espécies que, por serem ainda associadas à batata doce, tornaram-se menos prioritárias em termos de conservação das espécies. Mestrado resulta em descoberta de nova espécie Uma destas espécies é Argyreia paivae A. R. Simões & P. Silveira, endémica de Timor, e descoberta em 2011 pela antiga aluna da UA e pelos orientadores, Paulo Silveira e Helena Silva (professores do Departamento de Biologia), durante o Mestrado em Ecologia, Biodiversidade e Gestão de Ecosistemas na Universidade de Aveiro (https://www.ua.pt/pt/noticias/9/9550). Esta espécie tem propriedades medicinais e foi apontada como possivelmente ameaçada, pela sua raridade. O seu nome havia sido, também, recentemente mudado para Ipomoea paivae (A. R. Simões & P. Silveira) J.R.I.Wood & Scotland. A mudança da espécie-tipo de Ipomoea permitirá, assim, também, recuperar o nome original desta espécie ameaçada e contribuir para uma comunicação mais eficiente da sua necessidade de conservação. Nos Jardins Botânicos Reais de Kew está também a trabalhar outra antiga aluna da UA, Sara Bárrios. www.gazetarural.com

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Autarquia enaltece trabalho desenvolvido pela cooperativa agrícola

Macedo de Cavaleiros registou a melhor campanha de azeite de sempre

O concelho de Macedo de Cavaleiros registou a melhor campanha de azeite de sempre, com a Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros a registar quase seis mil toneladas de azeitona entregues pelos associados. Resultados que não surpreendem o presidente da autarquia macedense. “É, desde logo, fruto do excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Cooperativa, na pessoa do seu presidente, Luís Rodrigues”, refere Benjamim Rodrigues.

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campanha de 2020/2021 chegou ao fim e o presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros adianta que os números finais, ainda por apurar, devem ficar perto das seis mil toneladas, muito acima das 4,2 mil toneladas do ano passado. Os motivos para estes resultados, diz Luís Rodrigues, são simples de explicar. “Desde logo a natureza ajudou a que houvesse mais azeitona e de maior qualidade. Depois é também a consequência da angariação de novos sócios nos últimos anos, cerca de duas dezenas em 2020, o que resulta numa maior capacidade de produção de azeitona”, sustenta o presidente da cooperativa macedense. Benjamim Rodrigues enaltece o trabalho da cooperativa e espera que o preço a pagar pelo quilo de azeitona reflita a excelência da qualidade de azeite produzido. “Tendo em conta não só a quantidade, mas também a qualidade do fruto, estou convicto de que os nossos olivicultores serão devidamente recompensados”. O presidente da cooperativa admite que o valor possa chegar aos 2,75 euros por quilo, quando na campanha anterior se cifrou nos 2,25 euros. “Depende de vários fatores, desde logo a procura por parte da restauração que, como sabemos, será mais reduzida

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devido ao encerramento generalizado dos espaços”, confessa Luís Rodrigues, que adianta que no início da campanha “houve uma procura muito grande de azeites verdes e picantes”. O presidente da autarquia de Macedo de Cavaleiros compreende esta situação e recorda que “a plataforma ‘Consuma Local’ pode ser um veículo muito interessante para ajudar a escoar toda esta produção”. “Através do Gabinete de Empreendedorismo e Desenvolvimento Rural temos vindo a estabelecer protocolos com algumas superfícies comerciais para escoar produtos endógenos do nosso concelho e, claro, o azeite será um produto a ter em conta”, acrescenta Benjamim Rodrigues. “A Cooperativa sabe que conta com o apoio da Câmara Municipal para, dentro das nossas possibilidades, ajudar não só a associação como os seus produtores”, frisa Benjamim Rodrigues. O autarca sustenta que “é importante que mais olivicultores se associem à cooperativa pois ganhando escala, todos ganham mais força e capacidade de produção”.


Coliderado pelo Politécnico de Leiria

Projeto transnacional vai estudar e promover o património olivícola Um projeto transnacional, coliderado pelo Politécnico de Leiria, ganhou o concurso europeu “Património Cultural, Identidades e Perspetivas: Responder às Sociedades em Mudança”, recebendo os investigadores um financiamento de 550 mil euros para estudar e promover o património olivícola.

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Politécnico de Leiria refere que este projeto, dagem crítica do património”, visa “dar visibilidade a um aspeto muitas vezes denominado “Olive4All -- Património da Oliveinegligenciado do património rural, bem como às partes interessadas e às cora para o Desenvolvimento Sustentável: Sensibilização munidades a ele ligadas, nem todas conscientes do seu valor social”. da Comunidade para o Património Vivo”, é desenvolvido “O ‘Olive4All’ destaca os processos de patrimonialização e de constituição por um consórcio liderado pela universidade francesa de comunidades em torno da oliveira, questionando o conceito de patrimóde Avignon, pela universidade de Salónica, na Grécia, e nio”, esclarece o resumo. O projeto, focado em dispositivos que possibilitem pelo Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação o acesso inclusivo ao património, vai “desenvolver ferramentas específicas em Turismo (CiTUR) da instituição portuguesa. “Com esta para ajudar as partes interessadas locais a dialogar, formar redes e integrar distinção, os investigadores vão receber um financiamento o património no desenvolvimento do seu território”, refere o Politécnico de 550 mil euros, para estudar e promover o património de Leiria. olivícola, eleito pela sua qualidade representativa dentro da Os investigadores salientam que o projeto pretende “valorizar o paidentidade mediterrânica, portador de valores e símbolos trimónio na sociedade através de ações direcionadas ao fortalecimento fortes, mas insuficientemente valorizados na região eurodas políticas públicas”, salientando que “o objetivo é demonstrar que, -mediterrânica”, adianta. ao dar mais espaço ao património nas sociedades, podemos responder Segundo os promotores, “o projeto, que pretende consaos desafios globais que se tornam ainda mais urgentes pela atual crise truir uma metodologia inovadora, interdisciplinar e transpode saúde pública”, afirmam, defendendo que “valorizar o património nível, não só foi um dos seis selecionados entre os 90 projetos alimentar nas sociedades europeias serve para aumentar a sensibilizaconcorrentes, como ficou classificado em primeiro lugar no ção para o desenvolvimento sustentável nas suas dimensões humana, ‘ranking’ dos 67 projetos na fase de avaliação final”. social, económica e ambiental”. Na parte portuguesa, a rede de investigadores inclui, além Segundo os investigadores, o objetivo passa, também, por “partide membros do CiTUR, elementos de outras instituições, “delhar conhecimentos, aprender com as boas práticas e realizar musignadamente da Universidade da Madeira, e dos politécnicos de danças sustentáveis, para construir a sociedade resiliente de amaBragança e de Beja”. nhã”. O resumo do projeto explica que este, “partindo de uma aborwww.gazetarural.com

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Num investimento de 1,2 milhões de euros

Pinhel avança com projeto de Parque Verde na localidade de Freixedas A Câmara de Pinhel prevê investir 1,2 milhões de euros na criação de um Parque Verde no centro da localidade de Freixedas, anunciou o presidente do município. Segundo Rui Ventura, o executivo camarário aprovou o projeto por unanimidade, na sua última reunião, e o município já procedeu ao lançamento do concurso para execução da primeira fase da obra, pelo valor de 420 mil euros.

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primeira fase do investimento prevê a execução de obras na área destinada à realização de feiras e na zona dos estacionamentos. Na segunda fase, indicou o autarca, será efetuado o tratamento do próprio parque, “que vai ter as características que hoje tem, mas também outras, como um estacionamento para autocaravanas e zonas de lazer para os mais jovens”. Com o investimento, o município pretende dotar a Freguesia de Freixedas, a maior do concelho, com “um equipamento muito parecido àquele que existe hoje na cidade” de Pinhel, disse Rui Ventura. O responsável considera que a obra, a executar ao longo dos próximos três anos, “vai ser uma mais-valia, não só para as Freixedas, mas também para o concelho”. O Parque Verde de Freixedas vai ocupar um terreno que é propriedade da Irmandade local, mas que cedeu o direito de superfície à Câmara Municipal de Pinhel por um período superior a 50 anos. Na zona envolvente da área que vai ser intervencionada encontram-se equipamentos comunitários como Centro de Dia, Igreja Paroquial, Escola Primária, Junta de Freguesia, CTT, Posto da GNR e vários estabelecimentos comerciais. O projeto foi elaborado pela mesma equipa de arquitetos paisagistas responsável pelo projeto do Parque Urbano de Pinhel e, segundo a autarquia, “é notória a preocupação em criar um ambiente visual agradável que potencie o bem-estar e conforto humano, para quem aceda ou esteja na área de intervenção, ou te26

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nha acesso visual para o mesmo”. “Por outro lado, o espaço terá de ser versátil e polivalente, possibilitando o recreio e o lazer, assim como a prática de desporto informal, de modo a poder ser usufruído pela população local, mas também por visitantes, motivo pelo qual também inclui uma área destinada a acolher caravanas”, acrescenta. O município esclarece que a intervenção foi dividida em três importantes linhas de ação: área de recreio e lazer (que corresponde em concreto ao parque verde), área de feiras (para instalação de 76 lugares para tendas e criando na sua envolvente 45 lugares de estacionamento para viaturas ligeiras, dois lugares para autocarros e ainda um pequeno parque para motociclos) e vias circundantes (criação de passeios e requalificação dos pavimentos). O projeto “teve em conta as condicionantes e potencialidades do espaço onde vai desenvolver-se, procurando dar resposta às necessidades da população e às pretensões do município que, com este investimento, acredita na revitalização desta área central da freguesia de Freixedas”, conclui.


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Segundo relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

Como evitar perdas na agricultura com as mudanças do clima A agricultura é uma actividade dependente de fatores climáticos e a mudança no clima pode afetar a produção agrícola de várias formas, seja por alterar a frequência de eventos extremos, relacionados com os regimes térmico e hídrico ou pelo aumento dos problemas causados por pragas e doenças, entre outros. O assunto é importante para toda a sociedade, pois a agricultura é responsável por participação relevante na economia nacional. Os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) demonstraram que o clima do planeta está a mudar e que a elevação da concentração dos gases de efeito estufa é a causa principal. Por exemplo, a concentração de CO2 na atmosfera, que em 1960 era de 315 ppm, hoje está acima de 412 ppm, além da velocidade de aumento dessa concentração estar cada dia sendo acelerada. A partir dos relatórios do IPCC começaram a ser desenvolvidos estudos relacionados às mudanças climáticas em diversos locais do mundo e seus potenciais impactos na agricultura. No Brasil, a Embrapa tem trabalhado em alguns projetos de pesquisa envolvendo a questão do aquecimento global e a adaptação de culturas às novas condições ambientais esperadas. Com o passar dos anos, o clima foi mudando e causando impactos, tanto positivos quanto negativos, na produção de alimentos. Anderson Santi, investigador em mudanças do clima da Embrapa Trigo, destaca os trabalhos realizados sobre emissão e sequestro de gases de efeito estufa e quais os 28

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sistemas que melhor se adaptam à realidade brasileira. “O sistema plantio direto trabalha toda a questão de solo e de planta e, automaticamente, envolve o clima, porque esse sistema absorve bastante carbono, por meio de um dos principais gases de efeito estufa, que é o CO2”, diz. Segundo Santi, se o sistema plantio direto for trabalhado de forma adequada, conforme as recomendações técnicas, quando é mantida cobertura vegetal, com palhada no sistema o ano todo, o agricultor estará a retirar CO² da atmosfera e, indirectamente, colocando-o no solo. “Essa cobertura orgânica, com plantas vivas e restos culturais, visa a proteger o solo contra o impacto direto da chuva e do vento, que causam erosão. Além disso, a cobertura do solo auxilia na regulação da temperatura, que fica menor, e pode favorecer as plantas e também contribuir para menor evaporação da água e assim manter o solo húmido por mais tempo. Ou seja, trabalhar corretamente o manejo, protegendo e favorecendo a reciclagem de nutrientes e não somente fazendo o uso de uma única cultura o ano todo, é uma alternativa viável e eficaz no combate dos impactos relacionados com extremos climáticos” afirma o investigador. Impactos no trigo Alguns estudos trabalharam com simulações de cenários, com um possível aumento das temperaturas. “Os cereais de Inverno poderiam, julgando por hoje, ter a sua área tradicional de cultivo no sul do Brasil afetada, caso


inconvenientes para a agricultura brasileira. “Em muitos a temperatura aumentasse 1 a 3ºC nos próximos 100 anos”, afirma Santi. aspectos, essa mudança, se usada com inteligência esAs projeções para a região norte do Rio Grande do Sul, por exemplo, inditratégica, pode trazer benefícios. Como exemplo bem cocam que a humidade na Primavera tende a aumentar e, com isso, a incidênnhecido, a inovação e a criação de novos negócios, como cia de doenças fúngicas na cultura do trigo seria mais frequente com maior foi o caso da indústria de biocombustíveis, que se estapotencial de danos, considerando a atual base genética e a tecnologia de beleceu no rasto da onda da economia verde associada à proteção de plantas disponíveis. “No Rio Grande do Sul uma das principais mudança do clima”, afirma. doenças no trigo é a giberela, causada por um fungo que ataca a espiga O pesquisador também faz menção ao selo de sustendesse cereal, que se agravaria ainda mais com o aumento projetado de tabilidade que a agricultura brasileira pode alcançar com a chuva e de temperatura”, aponta o pesquisador Anderson Santi. adoção predominante do sistema plantio direto. “Nas nosAlguns estudos, que avaliaram os impactos da mudança do clima no sas áreas que estão em cultivo, da nossa produção pecuária trigo, mostram que, pelas características fisiológicas desse cereal, o auser baseada em pasto direto pelos animais e da possibilidamento das temperaturas e, em consequência, o aumento do CO2 na atde de intensificação do uso da terra, sem a necessidade de mosfera, poderia também trazer efeitos benéficos na produção em terabertura de novas fronteiras agrícolas em áreas intocadas, mos de qualidade de grão. Em contrapartida, com o aumento do calor, o a partir da integração de sistemas de produção, a exemplo desenvolvimento da planta poderia ser comprometido, pela falta de frio da Integração entre Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). Além que é necessário para a cultura do trigo, o que poderia implicar, potendas inúmeras possibilidades abertas pela nova bioeconomia, cialmente, em menor produtividade. em que os nossos recursos naturais, pela diversidade de esDados observados no laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo pécies, podem-nos conferir um diferencial competitivo releregistam que nos últimos 100 anos houve um aumento de 4 mm de vante”, diz. chuva por ano. “Em Passo Fundo, - interior do estado do Rio Grande Outro aspecto destacado por Cunha é que, efetivamente, do Sul, - a temperatura média aumentou quase 1ºC nos últimos anos. está a chover mais no sul do Brasil. “Isso, especialmente para Esse é um indicador de que o clima do sul do Brasil está em mudança, as culturas de Verão, no caso da soja, tem sido benéfico, inclua exemplo do que tem sido diagnosticado em outros locais do mundo”, sive para a incorporação de novas áreas cultivadas com essa relata Santi. oleaginosa na metade sul do Rio Grande do Sul, onde, historiA partir da comprovação científica do aumento gradual das tempecamente, chovia menos”, conclui. raturas nos anos 2000, a Embrapa passou a contratar pesquisadores O grande desafio para as instituições que lidam com ciência, para atuar em mudanças climáticas. Foi executado um projeto abrantecnologia e inovação para agricultura, finaliza Cunha, “é criar gendo todo o Brasil, simulando alterações no clima que podem ocora capacidade de adaptação das plantas cultivadas, seja pela via rer no futuro. “Com certeza teremos alguns problemas relacionados da mudança genética, com biologia avançada, ou por meio de ao aumento de temperatura, principalmente na questão de deficit novas práticas de manejo que confiram maior resiliência aos hídrico nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Nesses estudos procunossos sistemas agrícolas para lidar com um clima em evolução rámos encontrar soluções como a adaptação das culturas para supermanente. O caminho é o da ciência!”. portar esses fenómenos extremos que poderão ocorrer ainda antes do final desse século”, finaliza Anderson Santi. Oportunidades Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo, reforça que a mudança do clima global não necessariamente traz só www.gazetarural.com

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Opinião *

Agricultura 2030: Que impacto económico e ambiental com 25% da área agrícola da EU-27 em Modo de Produção Biológico? *

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superfície agrícola da EU-27 é de 156,7 milhões de hectares. Em 2019 cerca de 8% dessa área foi ocupada com agricultura biológica, seja, cerca de 12,5 milhões de hectares. Em Portugal a área de agricultura biológica representa 6% da superfície agrícola. A EU-27 pretende que em 2030 25% da superfície agrícola esteja em agricultura biológica, o que corresponde a 39,2 milhões de hectares, ou seja, um incremento de 26,7 milhões de hectares face a 2019. A distribuição da agricultura biológica na EU-27 e em Portugal em 2019, é a seguinte: Seria interessante haver dados sobre a dimensão das áreas de pastagens permanentes abandonadas, e, de culturas permanentes abandonadas, que não eram produtivas e foram convertidas para agricultura biológica. Essa conversão não trouxe nada para a sociedade além de subvenções a áreas que nada produziam e que na sua maioria assim continuam. A análise que efetuaremos parte do princípio de que todas a ocupações culturais são impactadas da mesma forma com a agricultura biológica. Principais produções da EU-27, tendo como referência a safra de 2019, estimando a produção em 2030, e, tendo em conta o aumento de 26,7 milhões de hectares para agricultura biológica com uma redução da produtividade de 60% nessa área:

BIO. Globalmente poderá haver um aumento dos preços dos produtos agrícolas. Que impacto tem tido a Agricultura Biológica no consumo de Pesticidas e Fertilizantes?

Segundo dados do Eurostat, o risco da utilização de pesticidas na EU-27 caiu 17% entre 2011 e 2018, por um lado foram banidas inúmeras substâncias ativas mais nocivas para o ambiente, por outro lado pela utilização de novos pesticidas que se utilizam em doses muito baixas (quantidade de substância ativa por hectare). Entre 2011 e 2018 o consumo de pesticidas tem estado estável nas 360.000ton, isto apesar de um aumento da agricultura biológica para 13 milhões de hectares (8% da superfície agrícola) e do uso de pesticidas de baixas doses. Nos fertilizantes o consumo mantém-se estável nos 11,3 milhões de toneladas entre 2008 e 2018. Não deixam de ser surpreendentes estes dados face ao grande aumento de área da agricultura biológica e à evolução tecnológica dos pesticidas e fertilizantes. Conclui-se que apesar de 8% da superfície agrícola da EU-27 estar dedicada a agricultura biológica, o consumo de pesticidas e fertilizantes, que deveria ter descido pela sua evolução tecnológica, se mantenha constante. O que é que se está a passar?

Qual a evolução da performance do sector agrícola entre 2005-2019?

Estima-se uma redução global da produção agrícola da EU-27 de 56,13 milhões de toneladas. Esta redução resultará nuns casos na redução das exportações e noutros no aumento das importações. No caso concreto de Portugal resultará num aumento significativo das importações, consequentemente do transporte marítimo e rodoviário, e, consequentemente da pegada de carbono dos alimentos. A redução da produção agrícola na EU-27, o aumento da população global, e consequentemente da procura, irá deslocalizar a produção para países com regulamentação diferente da EU-27. Resultará provavelmente em redução da segurança alimentar da EU-27 e aumento da pegada de carbono dos alimentos consumidos. Aumento da pressão noutras zonas do planeta já com problemas sérios de desertificação. Os preços do BIO são o dobro dos não 30

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Também de acordo com o Eurostat, há um aumento dos consumos intermédios de 6% e da produção agroindustrial de 12%, face a 2005. Estes indicadores indiciam um aumento da eficiência, uma vez que a produção cresce o dobro dos consumos intermédios, mas aa nossa opinião não reflete, uma vez que na produção agroindustrial estão contabilizadas matérias-primas que não foram produzidas na EU-27. Portugal apresenta neste período um crescimento dos consumos intermédios ligeiramente superior a 20% e da produção agroindustrial um pouco abaixo dos 20%. A situação de Portugal é bastante sensível, uma vez que a agroindústria nacional tem um peso de matérias-primas importadas de países terceiros e de transações intracomunitárias muito superior à média da União Europeia. A pegada de carbono dos alimentos portugueses é


enorme. Também estes indicadores mostram que os 8% de agricultura biológica em nada contribuíram para reduzir os consumos intermédios. Quanto à produção agroindustrial ela pode reduzir em 56,13 milhões de toneladas em 2030. A importância do solo Melhorar as funções do solo é a resposta a muitas das preocupações atuais da agricultura europeia e mundial, nomeadamente a adaptação e mitigação às alterações climáticas, o aumento da produção de alimentos e uma melhoria da eficiência do uso de fatores de produção. As principais funções do solo são o fornecimento de nutrientes, água e oxigénio às plantas, o suporte de máquinas e animais e a decomposição de pesticidas utilizados no proma baseia em 3 princípios: a não mobilização do solo como forma de reduzir as cesso produtivo. São muitas as propriedades do perdas; a devolução dos resíduos das plantas ao solo, como forma de aumentar solo que influenciam as suas funções, mas a prinos ganhos; e a rotação de culturas como forma de aumentar a biodiversidade cipal é o seu teor em matéria orgânica. O solo é do sistema. A agricultura biológica, que também reclama este objetivo, só o um corpo vivo e os organismos que nele vivem, consegue de forma falaciosa. Ao promover a mobilização do solo, por proibir essenciais em todas as funções acima referidas, o uso de herbicidas, aumenta as perdas de carbono do solo, que depois comsão heterotróficos, ou seja, precisam de carbono pensa pelo recurso a aplicações maciças de estrumes e composto. Mas, de orgânico como fonte de energia. facto, este enriquecimento é feito à custa da delapidação do carbono do solo Um aumento do teor do solo em matéria orgânica numa área muito superior à beneficiada. permite ainda contribuir para a mitigação das alteEstudos de longo prazo, feitos na Universidade de Évora, mostraram que rações climáticas, pois em conjunto com os oceanos, a agricultura de conservação pode conseguir aumentar o teor de carbono o solo é um grande sumidouro de carbono. Estima-se orgânico do solo a um ritmo de 0,1% ao ano (Carvalho e Lourenço 2014). que desde a revolução industrial a emissão de carEste valor é surpreendentemente elevado, se considerarmos que o grande bono para a atmosfera pela queima de combustíveis desafio proposto, no âmbito dos acordos para a combate às alterações fósseis foi de 270±30 Pg (Pentagrama=109 toneladas), climáticas de Paris, é um aumento anual de 0.04%. No mesmo estudo proenquanto que a perda de matéria orgânica do solo devou-se que um aumento do teor de matéria orgânica do solo de 1% para vido às alterações do seu uso e ao seu cultivo, no mes2% permitiu duplicar a eficiência energética na produção de trigo (trigo mo período, foi de 136±55 Pg (Lal 2004). produzido por unidade de energia gasta em todos os fatores de produPara se conseguir aumentar o teor de carbono orgâção). A agricultura de conservação permite, assim, aumentar a saúde dos nico do solo é preciso, simultaneamente, aumentar os solos, a sua produtividade e a dos consumos intermédios (o que reduz o ganhos (resíduos orgânicos adicionados) e reduzir as impacto ambiental da produção) e, simultaneamente, contribuir para a suas perdas. A principal causa antropomórfica das permitigação das alterações climáticas. das de carbono são a mobilização do solo, que aumenta as perdas por erosão e mineralização. A fonte de carbo* Por: Mário Carvalho (Professor Catedrático da Universidade de Évono do solo é, em última análise, os resíduos das plantas. ra) e Nuno Marques Quando o aumento das adições se faz pela aplicação de (Agricultor) estrumes, o que se está a fazer é a transferir carbono de uns solos para outros. Os animais não fazem fotossíntese Fontes: e, considerando uma digestibilidade do seu carbono pelos • Agriculture, forestry and fishery statistics 2020 edition, Euruminantes de cerca de 50%, para serem produzidos 500 rostat kg de carbono sob a forma de estrume, os animais têm que • Donnés et Bilans - Grandes Cultures de FranceAgriMer, ingerir cerca de uma tonelada. Para se conseguir aumentar 2020 a matéria orgânica do solo com a aplicação de estrumes é • Lal R. (2004) Soil carbon sequestration to mitigate climate necessário aplicar, pelo menos, 20 t de estrume por hectare change. Geoderma, 123: 1-22. e ano. Assim, é evidente que o que se está a fazer é transferir • Carvalho, M. and Lourenço E. (2014) Conservation agricarbono dos solos que produziram o alimento, para a parcela culture – a portuguese case study. Jornal of Agronomy and Crop que vai receber o estrume. Science, 317-324 O sistema de agricultura que permite aumentar o teor do solo em matéria orgânica é a agricultura de conservação. Este sistewww.gazetarural.com

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Em vigor há dois anos no âmbito da reforma da floresta

Lei sobre terras sem dono conhecido deve ter operacionalização em 2024 Em vigor há dois anos no âmbito da reforma da floresta, a lei que determina o registo provisório a favor do Estado de terrenos sem dono conhecido deve ter operacionalização em 2024, após a conclusão do cadastro simplificado.

R

correr o processo de análise dos pedidos, em que foi solicitado um total de 24 esponsável pela tutela do registo predial, o milhões de euros. O apoio financeiro foi dirigido “aos 152 municípios do Norte Ministério da Justiça disse que “só após a idene Centro que não dispõem de cadastro”, acrescentou o gabinete da ministra tificação de todos os prédios em cada município será da Justiça, Francisca Van Dunem. possível reconhecer quais destes estarão na condição Considerando a importância de “conhecer profundamente o território, os de prédio sem dono conhecido”, referindo que a conlimites e a titularidade da propriedade”, o cadastro simplificado foi “recoclusão da implementação do Sistema de Informação nhecido como uma reforma estrutural” a ser financiada no âmbito do Plano Cadastral Simplificada (SICS) “está prevista para final de Recuperação e Resiliência, entre outros financiamentos públicos previsde 2023”. tos, como é o caso do Fundo Ambiental e do Fundo Florestal Permanente, Em causa está a operacionalização da lei que cria o avançou a tutela. procedimento de identificação e reconhecimento de No Plano de Recuperação e Resiliência, financiado pela União Europeia, prédio rústico ou misto sem dono conhecido e respetivo através de subvenções a fundo perdido (e a preços correntes), Portugal registo, em vigor desde 22 de Janeiro de 2019, que preespera arrecadar 665 milhões de euros para as florestas, dos quais 96 vê o registo provisório a favor do Estado de prédios sem milhões de euros são destinados à reorganização do cadastro de prédios dono conhecido e o registo de “aquisição definitivo” após rústicos e da cartografia do território. o período de 15 anos. De acordo com a legislação, os membros do Governo responsáveis Cumprindo-se os prazos previstos no SICS, o que “depelas áreas das finanças, da modernização administrativa, da justiça, penderá da respetiva operacionalização em cada municídas autarquias locais, do ordenamento do território e da agricultura pio”, ressalvou o Ministério da Justiça, a lei sobre terrenos e florestas têm que aprovar, através de portaria, “o regime de funciosem dono conhecido pode ter aplicação a partir de 2024. namento e financiamento do modelo de organização” da aplicação do Em resposta à agência Lusa, a tutela adiantou que a exSICS a todo o território nacional. pansão do Balcão Único do Prédio (BUPi), que operacionaliO projeto-piloto do cadastro simplificado SICS, que arrancou em za o SICS em todo o território nacional, se inicia no primeiro 2017 e integrou 10 municípios, “permitiu a identificação, num ano, trimestre deste ano: “Em Janeiro e Fevereiro entrarão nove de uma área conhecida de mais de 50% daquele território, o que municípios, com foco nos que têm um maior risco de incêndio correspondeu a mais de 139 mil representações gráficas georrefe– com incidência no Pinhal Interior, sendo Oleiros e Vila de Rei renciadas (RGG)”, apontou o Ministério da Justiça. [ambos no distrito de Castelo Branco] os primeiros”. O SICS é um dos diplomas da reforma da floresta, que avançou em De acordo com o Ministério da Justiça, há depois um prazo 2017, com maior celeridade após o grande incêndio de Pedrógão de “até final de Março” que se aplica aos 138 municípios das reGrande, em 17 de Junho desse ano, um fogo que alastrou a concegiões Norte e Centro que apresentaram candidatura a financialhos vizinhos e provocou 66 mortos e 253 feridos. mento do total de 20 milhões de euros disponíveis para apoiar a implementação do cadastro simplificado, apesar de ainda de32 www.gazetarural.com


No âmbito do projeto NAPOCTEP

Região de Coimbra instala painéis informativos sobre as Rotas Napoleónicas

A FORÇA DA UNIÃO CASTRO DAIRE VILA NOVA DE PAIVA

O

s concelhos e Mortágua, Penacova e Mealhada, na Região de Coimbra, já têm os primeiros painéis das rotas napoleónicas entre Portugal e Espanha. Cumpre-se assim um dos principais objetivos do projeto, que passa por criar uma marca diferenciada e comum que identifica o conjunto de rotas desenhadas pelo projeto NAPOCTEP e que fazem parte do itinerário cultural europeu designado “Destination Napoléon”, um dos 33 itinerários culturais do Conselho da Europa geridos pela Federação Europeia das Cidades Napoleónicas. Os painéis vão acompanhar as sete rotas napoleónicas promovidas pelo projeto NAPOCTEP, financiado pelo programa europeu Interreg POCTEP (Espanha-Portugal), que tem como objetivo transformar o importante património histórico dessa época numa oportunidade de crescimento económico em áreas altamente afetadas pela despovoação. A marca deixada pelas invasões francesas nestes locais torna-se agora um recurso turístico muito interessante, especialmente em 2021, ano em que se comemoramos o Bicentenário da morte de Napoleão. Os painéis foram instalados em locais-chave. No caso da Mealhada foram instalados junto ao Obelisco, à Capela de Santa Ana e ao Museu Militar do Buçaco; em Mortágua, os painéis estão junto aos moinhos de Moura e Sula (quartéis-generais de Massena e Crawford) e junto ao Centro de Interpretação da Batalha do Buçaco; e, finalmente, em Penacova foram colocados junto ao Rio Mondego, a Santo António de Cântaro e ao Mosteiro de Lorvão. No âmbito de outras candidaturas, a Região de Coimbra adotou esta mesma sinalética para outros pontos do território ligados à temática. O turismo militar relacionado com as invasões francesas é um dos eixos da estratégia turística da Região Centro, que possui um excelente património da época, desde as Linhas de Torres Vedras à cidade murada de Almeida, passando pelo Bussaco, Vimeiro, Roliça, Coimbra, Viseu, etc. O design gráfico dos painéis foi criado pelo consórcio do NAPOCTEP para identificar os pontos de interesse nas rotas e incluiu a imagem do itinerário cultural europeu designado “Destination Napoléon”. A adesão a esta rota europeia é outra mais-valia deste projeto e liga as rotas do NAPOCTEP a outros itinerários culturais europeus, da Rússia a Portugal, seguindo os passos de Napoleão Bonaparte.

SÃO PEDRO DO SUL

AGUIAR DA BEIRA SÁTÃO

OLIVEIRA DE FRADES VISEU

VOUZELA

PENALVA DO CASTELO

MANGUALDE

NELAS TONDELA

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Revela investigação da Universidade de Coimbra

Consumo continuado de mirtilo tem um forte impacto no fígado

Cientistas da Universidade de Coimbra (UC) descobriram que “o consumo continuado de mirtilo tem um forte impacto hepático”, fornecendo pistas importantes para orientar o consumo saudável destas “bagas muito ricas em antioxidantes”, anunciou a instituição.

U

ma investigação desenvolvida por uma equipa multidisciplinar de cem por esclarecer. cientistas da UC concluiu que “o consumo continuado de mirtilo, Os investigadores acreditam que “o forte impacto em doses diárias de cerca de 240 gramas, tem um forte impacto hepático, hepático gerado pelo consumo continuado de mirtilo fornecendo pistas importantes para orientar” o seu “consumo saudável e pode permitir prevenir ou atenuar contextos de doença, seguro”, afirma a UC. como, por exemplo, a diabetes e a obesidade”, mas não é A descoberta, já publicada na revista Pharmaceutics, aconteceu no dede descartar a hipótese de poder “provocar algum tipo de correr de um estudo que pretende avaliar os possíveis efeitos benéficos desequilíbrio e ter consequências nocivas para a saúde”. do sumo de mirtilo no contexto da pré-diabetes, em modelo animal. Por isso, o estudo vai agora centrar-se em clarificar Considerando a composição fitoquímica enriquecida do mirtilo, numa ambas as hipóteses, para contribuir para um consumo de diversidade de compostos bioativos que “parecem poder conferir inúmirtilo seguro e perceber se se traduzirá em benefícios ou meros efeitos protetores em distintas condições, pareceu [aos invesefeitos nefastos. tigadores] muito pertinente perceber igualmente qual o impacto do “No contexto dos hábitos atuais de uma parte da popuconsumo deste ‘superalimento’ de forma prolongada, numa condição lação, esta investigação reveste-se de particular relevância”, saudável”, explicam os coordenadores do estudo, Flávio Reis e Sofia assinalam Flávio Reis e Sofia Viana. Viana, do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra Os benefícios do mirtilo para a saúde, esclarecem os in(iCBR), da Faculdade de Medicina, citados pela UC. vestigadores, estão intimamente relacionados com a atividaOs investigadores avaliaram, para isso, um conjunto de parâmetros de antioxidante, “principalmente devido ao seu alto teor em metabólicos, com destaque para o fígado, e em particular para as funcompostos fenólicos”. As suas “propriedades antioxidantes ções mitocondriais, em ratos adultos submetidos durante 14 semae anti-inflamatórias são, de certa forma, responsáveis pelo nas a um consumo regular de sumo natural de mirtilo (equivalente aumento do consumo” nos últimos anos. Mas, advertem, no homem a um copo e meio de sumo por dia). “alguns trabalhos têm alertado para possíveis efeitos adverObservou-se que nos ratos pré-diabéticos “havia uma proteção da sos resultantes de um consumo descontrolado e excessivo de esteatose hepática (acumulação de gordura no fígado) e um impaccertos produtos antioxidantes, incluindo os enriquecidos em to enorme ao nível da mitocôndria”, afirma Sara Nunes, aluna de compostos fenólicos”. doutoramento no âmbito deste projeto. Este estudo faz parte de um projeto de investigação mais No caso dos ratos saudáveis, destaca Sara Nunes, verificou-se alargado, que conta com a parceria da Cooperativa Agrope“que o consumo de sumo de mirtilo não teve impacto no perfil cuária dos Agricultores de Mangualde (COAPE) e da MIRTILUSA metabólico e não foram registadas alterações a nível intestinal. No (Sever do Vouga), focado no potencial terapêutico da planta do entanto, o impacto hepático foi surpreendente, particularmente mirtilo no seu todo. na função mitocondrial, semelhante a um efeito de uma dieta hiAlém de estudar as bagas (casca e polpa), a equipa liderada percalórica”. por Flávio Reis e Sofia Viana está a explorar o potencial das foOs resultados observados nos ratos saudáveis sugerem que o lhas, particularmente das folhas caducas, que neste momento são consumo continuado de mirtilo força uma reprogramação meum desperdício, que, “cumulativamente, tem uma quantidade de tabólica, cujas consequências (benéficas ou nefastas) permanecompostos bioativos muito maior que o fruto”. 34

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Campanha promocional decorre até 15 de Fevereiro

Produtos de Viseu chegam a todo o país com entregas gratuitas Apesar do novo confinamento, é possível comprar no comércio local de Viseu a partir de casa, com entregas gratuitas em todo o país. Até 15 de Fevereiro, o projeto Viseu Compr’Aqui e os CTT oferecem a taxa de entrega das encomendas realizadas através da APP “CTT – Comércio Local”, nas 39 lojas viseenses já aderentes.

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aos de limpeza automóvel, a oferta é diversificada nesta plataforma digital taxa de entrega gratuita é válida para todo o dedicada ao comércio local e à sua digitalização. país, o que significa que é possível comprar Este projeto constitui uma medida de resposta aos efeitos da crise econóprodutos de Viseu no conforto e segurança de casa e mica junto deste setor, provocada pela pandemia COVID-19. Neste contexto, sem outros custos associados. o município de Viseu assumiu o compromisso de garantir a gratuitidade do O processo de compra é simples, pois o cliente apeprimeiro ano a todos os aderentes. nas tem de descarregar a APP “CTT – Comércio Local” Os interessados em aderir ao projeto e lançar a sua loja online poderão (disponível na Play Store ou na Apple Store), navegar fazê-lo em www.viseucompraqui.pt, o site online onde poderá aceder ao pelas 39 lojas disponíveis online, escolher e encomenformulário e condições de adesão, mas também a contactos úteis de entidar os seus produtos de eleição. Toda a parte associada dades e serviços que prestam apoio nesta inscrição/gestão. ao pagamento e entrega ao domicílio é assegurada pelos O projeto Viseu Compr’Aqui é promovido pelo Município de Viseu, CTT, com comodidade e segurança. tendo como parceiros a Associação Comercial do Distrito de Viseu, a O Viseu Compr’Aqui conta atualmente com 39 lojas onliAssociação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) ne aderentes. Do artesanato às frutas e carnes, dos vinhos e a Viseu Marca. O portal “Centro Market” é parceiro na divulgação. e licores à doçaria, do azeite a outros produtos endógenos, do vestuário à sapataria, dos produtos para casa e jardim

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Até 15 de Fevereiro, com 150 mil euros

Câmara de Viseu abre candidaturas para subprograma de resiliência cultural A Câmara de Viseu abriu as candidaturas para um “subprograma municipal de resiliência cultural à crise pandémica”, que disponibilizará 150 mil euros destinados à criação de uma agenda de atividades ‘online’ e presenciais.

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Cultura” de outros instrumentos de financiamento. presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, disse haver “uma Segundo Jorge Sobrado, este subprograma “não é uma grande preocupação” do município para que o “ecossistema criado vacina que irá resolver todos os males”. No entanto, “é no âmbito da cultura não se perca” com as restrições originadas pela coum suplemento vitamínico para a atividade”. vid-19. “Reagimos com o Cubo Mágico, temos mantido o Viseu Cultura nas O vereador realçou que o objetivo é “estimular a consuas diferentes fórmulas”, mas este subprograma - intitulado “Viseu Cultinuidade da atividade”, em moldes diferentes dos habitura+” - foca-se na preocupação de manter vivos e ativos “os pequenos tuais, “garantindo rendimento e a agenda cultural possígrupos”, explicou, exemplificando com os ranchos folclóricos, as bandas vel” no contexto de pandemia. filarmónicas e os grupos etnográficos. A autarquia avançará com o pagamento de 30% do vaComplementar ao programa “Viseu Cultura”, o “Viseu Cultura +” tem lor, a título de reserva do espetáculo. “Sabemos que muicomo objetivo “apoiar a manutenção da atividade artística e cultural, tos destes grupos têm custos fixos que têm dificuldades em no período do confinamento e pós-confinamento, de artistas, bandas e pagar. As bandas, os ranchos, os grupos etnográficos não coletividades do concelho de Viseu, através de uma agenda supletiva têm atuações. Esta antecipação dos 30% também visa, de de atividades ‘online’ e presenciais”. alguma maneira, dar-lhes tesouraria para que possam subPodem candidatar-se artistas em nome individual e coletividades sistir”, disse Almeida Henriques. artísticas preexistentes, com atividade regular, profissionais ou semiO autarca frisou que os 150 mil euros do “Viseu Cultural profissionais, nas áreas da música, artes performativas, novo circo, +” acrescem ao orçamento anual de 800 mil euros do “Viseu fotografia e cinema, e também as coletividades de folclore e etnoCultura” e aos 400 mil euros de apoio à gestão e programação grafia. “Já têm que ter atividade antes da crise da pandemia”, esclado Teatro Viriato. receu o vereador da Cultura, Jorge Sobrado. A fase de candidaturas decorrerá até 15 de Fevereiro, sendo a Por um lado, será apoiada a produção de conteúdos digitais com análise realizada em contínuo. “As primeiras propostas a serem duração entre 10 e 12 minutos para difusão em `streaming` ou recebidas serão as primeiras a ser respondidas”, garantiu Jorge nas redes sociais e, por outro, serão contratados espetáculos e Sobrado. atividades presenciais, a realizar na Primavera e no Verão. Serão excluídas propostas de iniciativas já apoiadas ao abrigo do “Viseu 36

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No concelho da Marinha Grande

Praia da Vieira vai ter Centro Interpretativo da Arte Xávega A Câmara da Marinha Grande, no distrito de Leiria, vai transformar os pavilhões dos pescadores da Praia da Vieira em Centro Interpretativo da Arte Xávega, num investimento superior a 350 mil euros.

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egundo o município, o projeto do Centro Interpretativo, a instalar na zona sul da Praia da Vieira, terá duas componentes, sendo que uma é “o espaço de acolhimento dos visitantes e exposição dos meios audiovisuais sobre a arte xávega, que ocupará o espaço dos pavilhões 1 e 2”. A segunda são “os espaços ‘vivos’ de apoio à arte xávega nos pavilhões 3 a 8, com a sua utilização pelas campanhas, dos seus apetrechos das artes da pesca tradicional da arte xávega, onde será possível aos visitantes presenciar as tarefas e meios envolvidos na arte”, adianta. A presidente da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira, refere que “esta infraestrutura vai permitir acolher as artes da pesca das companhas da praia e permitir aos visitantes experienciar a cultura e tradição da arte xávega, este ancestral engenho piscatório que representa ainda hoje um elemento marcante na freguesia de Vieira de Leiria, conhecendo também as suas ligações à cultura avieira”. “A Praia da Vieira é amplamente reconhecida pela tradição da arte xávega, que é uma preciosa herança deixada pelos antepas-

sados daquela comunidade que tem lutado e contribuído para que a mesma não se extinga”, salienta Cidália Ferreira. Segundo a autarca, com este centro o município preserva “a memória coletiva ligada ao mar e ao povo que soube manter a tradição”, manifestando orgulho por “guardar estas memórias”. “É ainda um orgulho saber que os pescadores farão parte integrante destas memórias e serão os promotores desta vivência”, adianta, assinalando que “a sua colaboração interliga-se na preservação da história do Centro Interpretativo”. A xávega é a prática de pesca artesanal de arrasto para terra que se realiza com rede de cerco.

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Com actividades agendadas para os dias 22 e 23 de abril

Edição da Ovibeja 2021 será assinalada em formato virtual

A Comissão Organizadora da Ovibeja decidiu cancelar a edição de 2021 em virtude da situação de pandemia pela Covid-19 que o país atravessa. Embora sabendo da importância que este certame representa para a agricultura e para todas as actividades económicas e sociais da região, e até mesmo do país, a Comissão Organizadora viu-se obrigada a reconhecer que não estão reunidas as condições para realizar a trigésima sétima edição da Ovibeja nos moldes tradicionais que caracterizam este evento desde a sua génese. Como alternativa, foi decidido assinalar a data com a realização de uma Ovibeja num formato moderno, com recurso a tecnologias de informação e comunicação e com diversas actividades agendadas para os dias 22 e 23 de Abril de 2021.

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programa da feira, que está em construção, não terá expositores nem espectáculos, mas já é possível adiantar que vão ser realizadas actividades em formato misto, online e presencial, sempre no respeito pelas normas de higiene e segurança definidas pela autoridade sanitária nacional. Aos mais jovens ligados à agricultura vão ser propostos desafios, via net e presenciais, que apelem às suas competências técnicas (práticas e teóricas), atitudes colaborativas, gestão de risco, capacidade de organização, de liderança e de partilha. Com o objectivo de suscitar a discussão e o debate, junto de agricultores e produtores pecuários, estudantes, investigadores, políticos, a Ovibeja vai organizar conferências web sobre agricultura, pecuária, alterações climáticas e biodiversidade, olival e regadio, a nova PAC, entre outras áreas de relevância para o sector. A trigésima sétima Ovibeja vai integrar ainda a realização do décimo Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja, que já está a receber amostras de azeite até dia 19 de Março. Entre os objectivos do concurso - um dos melhores cotados a nível mundial - e da Ovibeja, contam-se a aposta na qualidade, no potencial de mercado e na capacidade de inovar com sustentabilidade. A organização da Ovibeja é da responsabilidade da ACOS, Associação de Agricultores do Sul com cerca de dois mil associados em todo o sul do País e com serviços destinados a todo o sector agrícola, pecuário e florestal. A Ovibeja é um meio de dar a conhecer e projectar o que se faz no campo e como se faz, promover a partilha de experiências e de conhecimentos, contribuir para a visibilidade e o desenvolvimento de “Todo o Alentejo deste Mundo”.

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