Director: José Luís Araújo | N.º 214 | 30 de Novembro de 2013 | Preço 2,00 Euros
w w w. g a z e t a r u r a l . c o m
“Corrida” aos cogumelos silvestres
Método identifica castas pela imagem
18
Vila Real
MAGRIL
Manchete
Máquinas Agrícolas Lda
Identificar castas e videiras através de uma imagem
Investigadores da Universidade de Vila Real desenvolveram um novo método “mais rápido, económico e fácil” que identifica castas das videiras através da captura de imagens hiperespectrais da folha da planta.
O utros destaques
5 8
10 12
Estoril
Congresso Mundial de Turismo de Culinária 2015
Portugal vai receber, de 8 a 11 de Abril de 2015, o Congresso Mundial de Turismo (World Food Travel Summit), evento que vai decorrer no Estoril e onde são esperados mais de 500 participantes de todo o mundo.
Oleiros Entrevista a Fernando Marques Jorge
O concelho de Oleiros tem-se vindo a destacar pela aposta nos produtos locais, nomeadamente no medronho e na castanha, mas também na gastronomia e no turismo de natureza.
Viseu Adegas do Dão mostram de vinhos do sector
É uma iniciativa inédita, que junta as cinco adegas cooperativas do Dão numa mostra de todos os seus vinhos, que vai decorrer na Pousada de Viseu, no dia 7 de Dezembro, entre as 15 e as 20 horas.
Guarda
Jornadas de Enoturismo mostraram potencial da Beira Interior
Decorreram na Guarda as III Jornadas de Enoturismo, iniciativa que destacou as condições existentes no Centro de Portugal para esta actividade, onde estão reconhecidas as regiões vitivinícolas demarcadas da Beira Interior, da Bairrada e do Dão, que produzem vinhos distintos, mas que se harmonizam particularmente com a gastronomia local.
SEDE: Lugar o Barbeiro - Est. Aeródromo 3515-342 CAMPO VISEU Tel.: 232 424 182 - E-mail: geral@magril.mail.pt - www..magril.pt FIlial: EN 111 - Quimbres - 3025-528 SÃO SILVESTRE COIMBRA
15
Vila de Frades
16
Vidigueira
22
Vitifrades mostra Vinho da Talha
A Vila de Frades, no concelho da Vidigueira, recebe de 6 a 8 de Dezembro mais uma edição da Vitifrades – XVI Festas Báquicas, que este ano têm como atractivo suplementar a realização do I Congresso dos Vinhos Históricos, que decorrerá a 7 de Dezembro.
Adega inaugurou nova unidade industrial
A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) inaugurou uma nova unidade industrial, incluída num projecto de modernização de infraestruturas de 3,5 milhões de euros para melhorar e aumentar capacidades de produção.
Leiria
Jornadas Frutícolas mostraram novas estratégias de combate às pragas e doenças
Em Outubro passado, a Estação Experimental de Lérida (E.E.L.), organismo do IRTA da Catalunha, levou a efeito, na sua exploração de Mollerussa, as XVIII Jornadas Frutícolas, que, uma vez mais foram presenciadas por um elevado número de fruticultores espanhóis, e alguns portugueses, das áreas da produção de maçã, pêra, pêssego e amêndoa.
Nos dias 6, 7 e 8 de Dezembro
AAMARG promove VIII edição da Festa do Míscaro-amarelo de Mira o país. Hélder Patrão alerta para a necessidade da partilha de saberes e sabores, mas também na mudança comportamental e preservação sustentada do cogumelo silvestre. Gazeta Rural (GR): Que objectivos têm com esta edição? Hélder Patrão (HP): É uma acção que visa chamar a atenção para as boas práticas da apanha de cogumelos. O objectivo é alertar para as boas práticas de colheita e de identificação das espécies. Para o efeito, vamos ter várias oficinas, apreendendo a apanha e identificação no campo, a prepará-los, a conservá-los e a cozinhá-los, assim como aprender a cultivar cogumelos, de várias variedades, em casa. Nesta oitava edição decidimos associarmo-nos à Casa Agrícola do Limonete e fazer a Festa dos Cogumelos.
Numa iniciativa da Associação dos Amigos dos Moinhos e Ambiente da Região da Gândara (AAMARG) vai decorrer, de 6 a 8 de Dezembro em Mira, a Festa do Míscaro-amarelo de Mira 2013, evento que vai na oitava edição. Após sete edições de “Percursos Micológico e Oficinas de Cogumelos da Gândara” e a convite da Casa Agrícola do Limonete, resolveu-se abraçar um projecto mais completo, aberto a todos, com uma renovada festa dos cogumelos. Perceber mais de cogumelos; sensibilizar para práticas de identificação e co4
www.gazetarural.com
lheita; saborear gastronomia regional; ensinar a produzir, conservar e confeccionar cogumelos; realizar feira de produtos da terra, exposição de fotografias, palestras e momentos de animação musical; garantir a sustentabilidade para futuras edições, são objectivos desta iniciativa. O presidente da AAMARG, à Gazeta Rural, destacou a importância desta iniciativa no sentido de sensibilizar as pessoas para os cuidados a ter na apanha, cumprindo boas práticas para manter um produto que pode ser uma grande fonte de rendimento não só para a região mas para
GR: A região é muito procurada por gente de outros pontos do país para apanha, nomeadamente, de míscaro amarelo. Que peso esta actividade tem na economia local? HP: Tem muito pouco, porque não há disciplina ou regulamentação. Um dos objectivos da AAMARG é que isto possa ser uma fonte de rendimento para a região, porque nas zonas da Serra, onde o míscaro de Mira é muito famoso, já há muito poucos, porque as pessoas, pelas más práticas de apanha, destroem o micélio, comprometendo colheitas futuras. Essas pessoas têm vindo para as matas de Mira, Vagos e Cantanhede, usando as mesmas práticas e técnicas com que destruíram os míscaros nas suas zonas de origem. Este tipo de práticas tem que mudar, porque isto poderia ser uma grande fonte de rendimento. GR: Há alguma falta de rigor e legislação, que termine com este tipo de práticas que destroem esta riqueza natural? HP: A lei está feita e bem-feita, mas não está regulamentada. É proibido apanhar míscaros ou outros cogumelos silvestres com sacos de plástico, baldes, ancinhos ou enxadas. Porém, quem for apanhado com qualquer daqueles instrumentos não lhe acontece nada, porque a lei não está regulamentada. Portanto, as pessoas andam à vontade.
APTECE coloca o país nas rotas gastronómicas mundiais
Portugal recebe Congresso Mundial de Turismo de Culinária 2015 Portugal vai receber, de 8 a 11 de Abril de 2015, o Congresso Mundial de Turismo (World Food Travel Summit), evento que vai decorrer no Estoril e onde são esperados mais de 500 participantes de todo o mundo. A candidatura da Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia (APTECE) foi a vencedora e Portugal recebe assim, pela primeira vez, aquele que é considerado o maior e mais importante evento de gastronomia mundial. A riqueza e variedade gastronómicas, aliadas à história e cultura da cozinha portuguesa, contribuíram para que a candidatura da APTECE fosse aceite, fazendo de Portugal o anfitrião da próxima edição do certame. A edição de 2015 será a terceira do evento bienal que este ano decorreu em Gotemburgo (Suécia), no mês de Setembro. Trata-se de um congresso de referência mundial no âmbito do turismo de culinária e gastronomia e que reúne milhares de profissionais do turismo, culinária e gastronomia. O objectivo do World Food Travel Summit é criar um espaço de diálogo e troca de conhecimentos sobre as tendências em turismo de gastronomia, pretendendo, também, apoiar a indústria a inovar nos seus modelos e processos de negócio e a desenvolver networking, fomentando novas parcerias e negócios. O Congresso Mundial de Turismo de Culinária, originalmente designado World Food Travel Summit, é uma iniciativa da World
Food Travel Association (WFTA), uma associação mundial que integra uma rede de mais de 16 mil associados de vários países, da qual a APTECE é membro, representando Portugal, e a quem foi entregue a organização para o ano de 2015. A APTECE surgiu no final de 2012 e tem como objectivo impulsionar a economia portuguesa através da promoção da culinária regional como património cultural, local e nacional e elemento estratégico para desenvolvimento da economia local, implementando actualmente um projecto de recuperação e promoção das tradições culinárias portuguesas designado “Portugal Exclusivo - Comida com histórias” com apoio de fundos do SIAC do COMPETE. A APTECE pretende ligar, de forma dinâmica e inovadora, “comida e viagens, através de histórias muitas das quais que nem os próprios portugueses conhecem, permitindo a criação de produtos experienciais únicos, que contem as histórias, que revelem segredos e dêem a conhecer a nossa herança culinária e gastronómica, tão rica, tão saudável, tão única e sobretudo ajudem os agentes locais a saber tirar partido delas. Trata-se de valorizar e promover ingredientes, alimentos e tradições gastronómicas de cada uma das regiões portuguesas, contribuindo para uma prática de cross-selling regional”, adianta José Borralho, presidente da associação.
www.gazetarural.com
5
No Palácio da Bolsa, Porto, no fim-de-semana de 7 e 8 de Dezembro
Chefs de cozinha mostram receitas da época no “Essência do Gourmet - Natal” E se o tal chefe de cozinha que habitualmente vê na televisão lhe ensinasse, ao vivo, preciosas dicas para elaborar tentadoras receitas de Natal? O “Essência do Gourmet - Natal” promete cumprir esse desejo, durante as 50 aulas de cozinha diárias que realizará nos dias 7 e 8 de Dezembro, no Palácio da Bolsa, no Porto. E, no final, pode agradecer ao Pai Natal, que também já confirmou presença. Chakall, Hêrnani Ermida, Francisco Ferreira e Lígia Santos, a primeira “Master Chef” portuguesa, são apenas alguns dos conhecidos chefes de cozinha que vão ensinar-lhe a confeccionar um admirável receituário de Natal, de criações mais tradicionais a outras, mais vanguardistas. Além do bloco de notas para não esquecer cada etapa da receita, o visitante é desafiado a ajudar o chefe na elaboração de iguarias que privilegiam os sabores da Ceia de Natal. Cada sessão terá uma duração média de 45 minutos e a participação é assegurada através de inscrição, 15 minutos antes do início da respectiva aula. O “Essência do Gourmet - Natal” prepara-se ainda para projectar jovens chefes, em sessões exclusivas para crianças dos 6 aos 12 anos. Com ajuda do Pai Natal, a equipa da Nutrir dará largas à imaginação dos mais novos, em aulas diárias bem divertidas. Em contraste, o singular Salão Árabe do Palácio da Bolsa recebe grandes chefes em apresentações de cozinha ao vivo: Rui Paula (restaurantes DOP, Porto, DOC, Douro, e Rui Paula Recife – Brasil), Pedro Lemos (restaurante Pedro Lemos, Porto), Sónia Carocha (participante no concurso “Master Chef”), Arnaldo Azevedo (Hotel Teatro, Porto), Francisco Gomes (Pastelaria A Colonial, Barcelos) e Ruy Leão (restaurante Quarenta e 4) estão já confirmados. A eles juntam-se as bloguistas Isabel Zibaia Rafael (Cinco Quartos de Laranja) e Luísa Ginoulhiac (No Mundo de Luísa). Mercado de Natal com mais de 300 produtos O “Essência do Gourmet - Natal” assume-se também como um evento privilegiado para realizar compras. Azeites, bolachas e doçaria tradicional, cogumelos e trufas, compotas, conservas, chás e infusões, queijos, enchidos e frutos secos, chocolates e vinhos… há mais de 300 produtos gourmet e delicatessen para provar e comprar, num autêntico mercado de Natal. No evento poderá ainda fazer uma pausa para petiscar. A área de restauração apresentará degustações com as assinaturas de quatro dos mais conceituados restaurantes do Grande Porto: deCastro Gaia, Góshò, Pedro Lemos e Quarenta e 4. Na varanda do Palácio da Bolsa, a Super Bock terá disponível um bar lounge, com destaque para a gama de cervejas artesanais, Selecção 1927.O “Essência do Gourmet” será palco para mais um lançamento sob a chancela Super Bock Selecção 1927, cervejas especiais de diferentes origens, de forma sazonal, que reforçam o carácter natural desta bebida. Neste espaço, as novas cervejas artesanais poderão também harmonizar com um conjunto de tapas preparadas pelo projecto “Comida de Rua”. Para os fãs de cozinha com música, o evento tem a receita ideal. Numa das cozinhas do evento haverá sessões bem ritmadas, onde a preparação de pratos é acompanhada pela actuação de DJ’s. 6
www.gazetarural.com
De 8 de Dezembro até 5 de Janeiro de 2014
Em Penela o presépio está ainda maior em 2013 O Penela Presépio está de regresso para se transformar no palco do maior evento da quadra natalícia da região centro, uma vez mais, com uma programação alargada para todas as famílias. A partir do próximo dia 8 de Dezembro e até 5 de Janeiro de 2014, a autarquia promete muita brincadeira, animação, cor, música e alegria, com a criação de muitos espaços temáticos. A grande atracção do evento, o maior presépio animado de Portugal, é, este ano, ainda mais grandiosa. São mais de 140 bonecos animados que se podem ver ao longo dos 700m2 de extensão, na perfeita recriação do quotidiano e ritmos da realidade de época. Desde os palácios dos reis magos, passando pelos pastores, carpinteiros, agricultores, fiadeiras, toda a Jerusalém está representada numa tenda gigante no Castelo de Penela. Não faltam as casinhas em miniatura, há “senhoras” que amassam pão ou sacodem tapeçarias às janelas e “homens” no campo a varejar as oliveiras. A escassos quilómetros de Penela, na vila do Espinhal, está instalado um presépio especial com cerca de 260 metros quadrados, representando toda a freguesia numa maqueta onde não faltam as figuras típicas, o património natural e um comboio em movimento que nos conduz, como que por magia, para outros tempos. Em paralelo, decorre ainda na vila de Penela, a rota dos presépios e o mercadinho de natal, recheados de magia, estes espaços de animação, prometem aquecer os corações de todos, não esquecendo os ingredientes indispensáveis para se viver um Natal autêntico.
Grupo Lusiaves cria centro de distribuição em Mangualde:
Investimento de 7 milhões de euros gera meia centena de postos de trabalho Fruto de um investimento privado, num total global de sete milhões de euros, irão nascer em Mangualde 50 postos de trabalho. O Grupo Lusiaves está a criar um centro de distribuição frigorífica de aves e a cerimónia de lançamento da primeira pedra contou com a presença de João Azevedo, presidente da Câmara de Mangualde, Rubem Fonseca, Administrador da Lusiaves, e Joaquim Patrício, vice-presidente da Câmara de Mangualde. O grupo, com uma facturação consolidada de 300 milhões de euros, prevê abrir este centro na Primavera do próximo ano, começando de imediato a laborar. Para o edil mangualdense, “é importante termos conseguido este investimento privado para o nosso concelho. Temos de estar permanentemente atentos a estes investimentos para combater de uma forma activa o desemprego e para simultaneamente não permitir que os nossos jovens emigrem”. Por sua vez Rubem Fonseca, “a intervenção desta unidade centrar-se-á nos distritos de Viseu e Guarda, mas poderá estender-se até Salamanca, Espanha”. O Grupo “já tem unidades no distrito de Viseu e analisou outras regiões, mas o presidente da Câmara de Mangualde acolheu este investimento da melhor maneira possível e agilizou todo o processo. Nos dias de hoje, isso é fundamental”, sublinhou Administrador da Lusiaves. www.gazetarural.com
7
Fernando Marques Jorge, à Gazeta Rural
“A marca Oleiros tem um enorme potencial de afirmação” O concelho de Oleiros tem-se vindo a destacar pela aposta nos produtos locais, nomeadamente no medronho e na castanha, mas também na gastronomia e no turismo de natureza. Neste âmbito, a autarquia, agora liderada por Fernando Marques Jorge, aposta na valorização daqueles recursos, nomeadamente na certificação de alguns produtos, como a Broa da Isna, o vinho Callum, o Cabrito Estonado e a Aguardente de Medronho. O autarca, em entrevista à Gazeta Rural, diz que a “marca Oleiros tem um enorme potencial de afirmação”, num território situado no Pinhal Interior. Gazeta Rural (GR): Durante a Mostra do Medronho, disse que quer certificar alguns dos produtos locais derivados do medronho. Que mais valia isso pode trazer para Oleiros? Fernando Marques Jorge (FMJ): A certificação dos produtos locais, onde se enquadram os derivados do medronho, é fundamental para nos assumirmos enquanto território de excelência e assim, conferirmos notoriedade ao concelho. A marca Oleiros tem um enorme potencial de afirmação, alicerçado num saber-fazer ancestral e numa qualidade intrínseca que é hoje reconhecida por muitos. 8
www.gazetarural.com
Nesse sentido, demos já os primeiros passos para certificar vários produtos, tais como a Broa da Isna, o vinho Callum, o Cabrito Estonado e a Aguardente de Medronho. Contudo, a certificação requer a colaboração dos produtores. Sem o empenho deles, nada feito. Virá brevemente a Oleiros um técnico que exporá a forma como podemos desenvolver o comércio destes produtos e trazer riqueza para Oleiros. GR: O concelho oferece, no plano gastronómico, produtos de elevada qualidade. A aposta na gastronomia, associada aos recursos naturais, continua a ser a grande mais-valia para um concelho do interior, como Oleiros, na atracção de visitantes? FMJ: A gastronomia é um dos pontos fortes deste concelho, com produtos de elevadíssima qualidade que têm atraído muitos visitantes. Fomentar esta capacidade de atracção, juntamente com o aproveitamento de recursos naturais de excepção, é a nossa aposta. A estratégia passa pelo “touring cultural e paisagístico”, indo ao encontro da procura que temos tido nessa área. É desta forma que pretendemos dar uma resposta eficaz do ponto de vista da oferta turística, sempre a pensar na satisfação das necessidades de quem nos visita.
Por outro lado, ou nos diferenciamos, ou é mais do mesmo. Queremos um Oleiros com atracções únicas, não só não na região como em Portugal. Falo por exemplo do Trilho dos Apalaches, este com alguns pontos estratégicos com vistas deslumbrantes. Uma vez que já temos, do ponto de vista gastronómico, pratos únicos como o Cabrito Estonado e bebidas únicas como o vinho Callum, há que explorar estas áreas que nos diferenciam positivamente de outros concelhos, também únicos, mas diferentes. GR: O medronho e a castanha são referências de Oleiros. Que outros produtos do concelho podem ser mais-valias? FMJ: Quando falo no Cabrito Estonado, nos Maranhos, no Vinho Callum, na broa, no nosso mel, no azeite, no linho ou no queijo de cabra, já para não falar nos enchidos, verifico que este é um concelho bastante dotado em produtos de excelência. Estes têm a mais-valia de serem diferenciadores e de ajudarem a posicionar Oleiros enquanto território único e genuíno. Mas para além destes produtos, não podemos esquecer as nossas tradições referentes ao artesanato que também queremos manter e dinamizar.
Quintais trazem Natal às Praças do Pinhal
GR: Quais as grandes linhas de orientação deste seu primeiro mandato e quais as prioridades? FMJ: As minhas grandes linhas de orientação para este meu primeiro mandato passam, em primeiro lugar, por fomentar um desenvolvimento integrado, alicerçado em três tipos de crescimento: o crescimento inteligente, o crescimento inclusivo e o crescimento sustentável. No que se refere às prioridades, de uma maneira geral, áreas como a Inovação e Desenvolvimento, o Empreendedorismo e Emprego, a Educação e Formação, a Sustentabilidade Urbana, a Agenda Digital e Tecnológica, a Cooperação e Organização Administrativa ou a Inclusão Social, são encaradas como eixos fundamentais para atingir esse desenvolvimento. Existem também áreas de especialização às quais iremos dar especial enfoque, como o cluster Agroalimentar, a Floresta e o Turismo, nomeadamente ao nível do “touring cultural e paisagístico”. Mas acima de tudo, estão as nossas gentes. É para elas que vamos dedicar os próximos quatro anos.
Oleiros recebe no próximo dia 8 de Dezembro “Os Quintais nas Praças do Pinhal”, que vai ser associado ao espírito natalício que se vive nesta quadra. Assim, para além da venda das iguarias utilizadas na confecção da Ceia de Natal, haverá ainda um presépio elaborado à base de frutos e legumes, um foco de atracção que irá certamente fazer as delícias de todos os visitantes. Outro ponto alto será a animação, com a actuação no período matinal de acordeonistas e da Villa D´El Rei Tuna. Durante a tarde, o palco da mostra irá acolher os grupos da casa, com a actuação do Rancho Folclórico e Etnográfico de Oleiros (15H00) e com a sessão de teatro “Os Olericultores de Oleiros” (16H30). Nesse dia, todos os caminhos vão dar a Oleiros. Os Quintais do Pinhal descem à vila e trazem o Natal à praça. Das 10 às 18 horas, numa tenda situada no Recinto das Feiras, os artesãos e os produtores da região esperam pelos visitantes.
www.gazetarural.com
9
Na Pousada de Viseu a 7 de Dezembro
Adegas Cooperativas do Dão promovem mostra de vinhos do sector
É uma iniciativa inédita, que junta as cinco adegas cooperativas do Dão numa mostra de todos os seus vinhos, que vai decorrer na Pousada de Viseu, no dia 7 de Dezembro, entre as 15 e as 20 horas. Esta mostra de vinhos do sector cooperativo do Dão vem na sequência de uma outra iniciativa conjunta que ocorreu na Feira do Vinho do Dão, em Nelas, onde o sector cooperativo esteve todo representado num único stand. A iniciativa da União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA) junta nesta mostra os vinhos das Adegas de Mangualde, Penalva, Silgueiros e Vila Nova de Tazem e é, segundo o presidente da UDACA, “a continuação de uma estratégia determinada há algum tempo e que teve o seu início de concretização na Feira de Nelas, em que tivemos, conjuntamente, as cinco adegas num único stand, mas também o lançamento de um vinho, escolhido
10
www.gazetarural.com
pelos enólogos das adegas, que têm comercialização directa”, afirma Fernando Figueiredo, frisando que a estratégia delineada prossegue com esta acção na Pousada de Viseu e com a apresentação do vinho ‘Lote Comum’ com a marca ‘Invulgar’. O dirigente cooperativo está confiante que esta prova de vinhos, de cada adega, servirá também para “desmitificar a ideia de que o sector cooperativo não tem vinho de alta qualidade”. Neste âmbito, as expectativas do presidente da UDACA são grandes, pois, “toda a gente comenta”, pelo que, “acredito, vamos ter muita gente a querer comprovar que o sector cooperativo do Dão está em grande e que os nossos vinhos estão muito acima daquilo que se pensa em termos de qualidade, que tem vindo claramente a aumentar, e que as pessoas poderão comprovar nesta acção”. A união efectiva do sector cooperativo do Dão foi um tema que durante muito tempo foi abordado e 2013 foram dados os primeiros passos na consolidação dessa união, com um único stand do sector na Feira de Nelas e esta mostra na Pousada de Viseu. Para o presidente da UDACA, “apesar de, cada vez mais, cada cooperativa promover e levar a cabo acções de promoção dos seus vinhos, temos vindo a dar passos no sentido de uma união efectiva do sector cooperativo do Dão, é um facto que a UDACA está mais vocacionada para o mercado internacional, que representa cerca de 70% do seu volume de negócios”. Aliás, adianta o dirigente, “entre 2009 e 2013 a Udaca cresceu nas suas vendas em 42,6%, o que significa que estamos cada vez mais a absorver vinhos do sector, o que ajuda as cooperativas, para alem daquilo que comercializam directamente com as suas marcas, a combater algum mercado de vinho a granel, que muitas, infelizmente, ainda têm vindo a fazer”. Todavia, garante Fernando Figueiredo, “ainda não resolvemos todos esses problemas, mas queremos, gradualmente, que através da União, consigamos efectivamente absorver a maior parte dos vinhos do sector cooperativo”.
De 2 a 6 de Dezembro em Porto Alegre e Brasília
Semana dos Vinhos da Beira Interior no Brasil A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior está a organizar uma acção promocional dos seus vinhos no Brasil de 2 a 6 de Dezembro, nas cidades de Porto Alegre e Brasília A prova em Porto Alegre decorre no Hotel Lahetto Viverone Moinhos, entre as 16 e as 20 horas e é dirigida a Importadores, Restauração, Hotelaria e Sommeliers. No Dia 5 de Dezembro será a vez de a Embaixada de Portugal em Brasília receber os néctares da Beira Interior. Mais uma vez o foco das provas é dirigido a Importadores, restauração, Hotelaria e Sommeliers. Os produtores presentes nesta acção promocional são a Quinta dos Termos, Quinta dos Currais, 2.5 vinhos de Belmonte, as Adegas da Covilhã e Fundão. Estas acções visam globalmente aumentar a presença dos vinhos da Beira Interior, num mercado tão importante como o brasileiro e aumentar as exportações dos vinhos da Beira Interior, que vêm consolidando as sua aposta na internacionalização.
VITIFRADES 6. 7. 8.
DEZEMBRO 2013
VILA DE FRADES
16
Festas Báquicas www.facebook.com/pages/vitifrades
ORGANIZAÇÃO:
PATROCINADORES OFICIAIS:
APOIOS:
www.gazetarural.com
11
ATEVA
Decorreram na Guarda
Jornadas de Enoturismo mostraram potencial da Beira Interior Decorreram na Guarda as III Jornadas de Enoturismo, iniciativa que destacou as condições existentes no Centro de Portugal para esta actividade, onde estão reconhecidas as regiões vitivinícolas demarcadas da Beira Interior, da Bairrada e do Dão, que produzem vinhos distintos, mas que se harmonizam particularmente com a gastronomia local. Aprender a apreciar essas ligações, bem como a conhecer melhor as boas práticas que o enoturismo empreende com outros produtos turísticos regionais, de modo a fortalecer a oferta conjunta e prolongar a estadia dos visitantes no Centro de Portugal, constituiu um dos objectivos mais fortes desta iniciativa. A iniciativa, que contou com uma elevada adesão, visou também aprofundar o conhecimento do que se passa na actividade do enoturismo noutras regiões, cujo crescimento neste âmbito tem sido assinalável nos últimos anos, tendo sido debatida a realidade actual e potencialidades futuras. A iniciativa foi uma organização conjunta entre a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra / Turismo de Portugal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a Entidade Regional Turismo Centro de Portugal, as Comissões Vitivinícolas Regionais da Beira Interior, do Dão e da Bairrada, a Associação da Rota da Bairrada e a Associação de Municípios Portugueses do Vinho. Esta edição da Beira Interior contou com o apoio das câmaras municipais da Guarda, Belmonte e do Sabugal e da ESEC TV.
da região, mas também de outros pontos do país, e que algumas delas não têm a noção da grandiosidade da Beira Interior. Deste modo, há uma divulgação da região, que é muito importante. Por outro lado há um conhecimento que todas estas entidades trazem e que é passado para os produtores e operadores turísticos locais, para além de outras entidades ligadas ao vinho ao turismo desta região, sendo uma forma de potenciar fortemente a região. GR: Concorda que o que saí daqui é a necessidade de ganhar escala e dimensão, com uma marca chapéu “Beira Interior”? JC: Isso é algo que ando a apregoar há muitos anos, muito antes de ser presidente da CVRBI. Há 12 anos já eu falava num projecto global para toda a Beira Interior, desde Castelo Branco até Viseu. Criar uma confederação ou uma mega associação, ou outra coisa parecida, que pudesse dinamizar a região como um todo. Fiz várias tentativas, mas penso que, agora, com toda a dinâmica que há em torno do vinho, penso que há novamente um reactivar da ideia, perante os autarcas e entidades públicas locais, desta necessidade de criar um interior.
GR: O Dão e a Beira interior encaixam nesse perfil? JC: Penso que encaixam na perfeição e inclusivamente os vinhos das duas regiões têm perfis semelhantes. Diria mesmo que o Dão estaria perfeitamente enquadrado na Beira Interior. Quando falamos do vinho, falamos do queijo, muito importante nos dois “Uma iniciativa muito importante para a região”, diz lados da Serra da Estrela. João Carvalho, presidente da CVRBI GR: Foi um bom ano para os vinhos da região? Gazeta Rural (GR): Que balanço faz destas jornadas? JC: Ainda me assustei com aquelas chuvadas que vieram perJoão Carvalho (JC): Foi uma iniciativa muito importante to das vindimas, mas os vinhos da Beira Interior, nalguns casos, para a região, não só porque estão presentes entidades públicas são muito bons. 12
www.gazetarural.com
Comissão Vitivinícola prepara rota para promover vinhos da Beira Interior A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI) anunciou que está a “desenhar” o projecto de uma rota para promoção dos vinhos produzidos localmente e para ajudar na dinamização da economia local. “Neste momento está-se a desenhar a rota dos vinhos, que englobará as quintas, as adegas, os monumentos, os restaurantes, enfim, tudo aquilo que possa cativar o coração e a alma de alguém” para visitar a região, adiantou João Carvalho, presidente da direcção da CVRBI, que abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel. Aquele responsável falava à margem das III Jornadas de Enoturismo - O Centro de Portugal como destino de Enoturismo, que decorreram na Guarda, por iniciativa da CVRBI e do Turismo Centro de Portugal. Segundo João Carvalho, a futura rota permitirá “atrair as pessoas” para a região, divulgando as potencialidades vitivinícolas. “A rota será a forma de mais facilmente as pessoas
saberem o que é que podem encontrar em cada sub-região, em cada zona”, justificou. O projecto de criação da rota já está em curso, mas o presidente da CVRBI reconhece que demorará “alguns anos a ser tratado” por envolver muitas entidades. O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, que participou na sessão de abertura das jornadas, considerou “importante” que seja definida a futura rota dos vinhos da Beira Interior pelo potencial que representa para o futuro da região. “Nós estamos numa região com um peso muito grande na economia, não apenas na economia agrícola, mas na economia em geral”, observou o autarca. Já Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, disse que a região Centro “tem condições ímpares” para a prática do enoturismo e que a Beira Interior tem “vários produtos” para se afirmar no sector. No entanto, o responsável reconheceu que no processo de implementação do enoturismo os produtores são parceiros “fundamentais”. “Nós não conseguiremos criar rotas de enoturismo, não conseguiremos vender o produto enoturismo, se não tivermos os produtores de vinho ao nosso lado, numa estratégia comum, numa estratégia de cooperação”, alertou.
www.gazetarural.com
13
No próximo dia 4 de Dezembro
Adega de Mangualde encerra comemorações dos 50 anos O ano de 2013 marca o cinquentenário da Adega Cooperativa de Mangualde. No seguimento da celebração de tão significativa data, a Adega programou três dias de actividades intensos nas suas instalações, com a actuação e promoção de grupos musicais, que visam manter viva a autenticidade e identidade local, a par da homenagem aos quatro grandes impulsionadores da qualidade do seu trabalho – a comunidade, os sócios, as tradições e a equipa de colaboradores da cooperativa. No dia 4 de Dezembro serão celebrados os 50 anos da Adega, com uma Assembleia Geral de associados, a que se seguirá a sessão solene comemorativa, seguida de um jantar convívio dos sócios, assinalando, assim, o encerramento oficial das comemorações, que começaram no passado dia 30 de Novembro, com o som do grupo “As Tricanas de Tibaldinho” e da “Alcatuna” de Alcafache. No primeiro de Dezembro, além das actuações dos grupos “Viriathum Cantantes” e “Musicando”, será servido um Dão de Honra, sendo ainda prestada homenagem aos sócios falecidos, durante uma missa celebrada para o efeito. São cinquenta anos de dedicação e trabalho conjunto, de forma a preservar as tradições e particularidades que caracterizam o vinho e a cultura da região do Dão. Os processos de produção do vinho têm evoluído de forma sustentável e com vista ao aprimoramento da sua qualidade, condição indispensável que conduziu a Adega de Mangualde e os seus vinhos ao título de produtor mais premiado no ano do seu quinquagésimo aniversário.
Novas apostas divulgadas no Fórum Vinhos de Portugal
Japão e Singapura são os novos mercados para promoção dos vinhos portugueses
O plano de promoção conjunta dos Vinhos de Portugal – da ViniPortugal e das entidades certificadoras – foi divulgado no Fórum Vinhos de Portugal, organizado pela ViniPortugal, na Curia. Japão e Singapura são os dois novos mercados que passam a integrar o Plano de Promoção da ViniPortugal, focado até aqui em 10 mercados estratégicos. Por apresentarem diversas oportunidades para os vinhos portugueses concentrarão um investimento de cerca de 200 mil euros, num plano de formação e educação de profissionais, jor14
www.gazetarural.com
nalistas especializados e canal Horeca. No primeiro painel do Fórum foram ainda expostas as oportunidades concorrenciais para os vinhos portugueses em mercados não tradicionais, como Marrocos, Colômbia, Rússia, entre outros. Jorge Monteiro salienta que “a ViniPortugal gostaria de sensibilizar os produtores de vinho nacional para as múltiplas oportunidades que existem em mercados que não estão a ser trabalhados. Portugal têm-se especializado num relativo número de mercados mas existem outros mercados em África, onde existe procura e consumo de vinhos com qualidade ou na Ásia, onde há mercados com potencial interessante. Destaca-se o exemplo do Japão com mais de 16.000 escanções, especialistas que têm conhecimento sobre o vinho e conhecem a história de Portugal, mas onde o vinho português está ainda sub-representado”, referiu o presidente da ViniPortugal. “Existem mercados que podem ser abordados directamente pelos produtores, num trabalho minucioso e continuado. É o caso de Marrocos, pela proximidade e afinidade que tem com Portugal. Não tem a dimensão dos 10 mercados estratégicos mas importa 18 milhões de euros e Portugal pode tentar conquistar uma boa posição. A promoção continuará estratificada em ‘Marca País’, ‘Região’ e ‘Marca Privada’, devendo permanecer a promoção Vinhos de Portugal concentrada nos 10 mercados estratégicos das exportações dos vinhos nacionais e nos dois novos mercados, mais distantes e por isso menos fáceis de trabalhar”, acrescenta o mesmo responsável.
De 6 a 8 de Dezembro, na Vila de Frades
Vitifrades mostra Vinho da Talha e recebe Congresso dos Vinhos Históricos Congresso dos Vinhos Históricos O primeiro Congresso Nacional dos Vinhos Históricos, dedicado ao tema “O vinho de talha, uma herança milenar”, vai realizar-se a 7 de Dezembro, em Vila de Frades, no concelho de Vidigueira, durante a edição 2013 da Vitifrades. O congresso, integrado na programação de “Vidigueira Cidade do Vinho 20132, vai decorrer a partir das 10 horas, no auditório do recinto da Vitifrades. Segundo a autarquia, a primeira edição do congresso vai abordar temas ligados à “importância da herança histórica dos vinhos de talha, designadamente a preservação de uma tecnologia da cultura material e imaterial originada no legado da civilização romana”. O congresso vai apostar também na divulgação e dignificação dos vinhos de talha, contribuindo para o seu estudo e valorização, na óptica da criação de novas oportunidades económicas e culturais, que materializem o seu crescimento e a sua penetração nos mercados especializados de consumo e fruição cultural de vinhos e nos territórios onde têm um papel preponderante na herança histórica.
A Vila de Frades, no concelho da Vidigueira, recebe de 6 a 8 de Dezembro mais uma edição da Vitifrades – XVI Festas Báquicas, que este ano têm como atractivo suplementar a realização do I Congresso dos Vinhos Históricos, que decorrerá a 7 de Dezembro. A Vitifrades festeja o vinho da talha e tudo o que ele representa em termos sociais e lúdicos, tendo revigorado o entusiasmo e o apuramento desta técnica secular. Como não podia deixar de ser, o certame está atento à viticultura actual e divulga os produtores e engarrafadores da região, contando com eles na feira, mas também divulga e mostra outros produtos tradicionais e regionais, como o azeite, os enchidos, o pão e o queijo. Para o presidente da Vitifrades, “as espectativas são sempre grandes”, pois este é um certame “que as pessoas já conhecem” e, por isso, “esperamos muitos visitantes”, adiantou Luís Carapeto à Gazeta Rural, referindo que esta “é mais uma edição nos moldes das anteriores, com os pontos simbólicos que costumam marcar as nossas Festas Báquicas, como a Rota das Adegas, o Concurso dos Vinhos da Talha e os colóquios técnicos”. Aquele responsável da Vitifrades destacou ainda a importância deste evento estar integrado na “Vidigueira - Capital do Vinho, mas também a realização do I Congresso dos Vinhos Históricos, que reputa de “muito importante e onde vão intervir varias entidades ligadas aos vinhos históricos, cada vez mais procurados, por serem diferentes e por terem a genuinidade de cada região”. Para Luís Carapeto, a Vitifrades “veio dar um certo alento a esta tradição”, com o Concurso dos Vinhos da Talha, mas também, destacou, “o reconhecimento pela Comissão Vitivinícola, permitindo produzir vinho da talha com denominação de origem”, uma “conquista que demorou alguns anos”. Sobre o Congresso, o presidente da Vitifrades destaca a importância do mesmo, de onde espera que “saia uma estratégia de comercialização e divulgação dos vinhos históricos”, pois “muitas pessoas não o conhecem, tampouco a sua técnica de vinificação”. www.gazetarural.com
15
Num investimento de em projecto de 3,5 milhões de euros
Adega de Vidigueira inaugurou nova unidade industrial
A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) inaugurou uma nova unidade industrial, incluída num projecto de modernização de infraestruturas de 3,5 milhões de euros para melhorar e aumentar capacidades de produção. O projecto permitiu “melhorar e aumentar” as capacidades da adega, situada na Vidigueira, em termos de prensagem de uvas e de fermentação, engarrafamento e armazenamento de vinho, disse o presidente da ACVCA, José Miguel de Almeida. A nova unidade industrial é um hangar onde estão instalados uma nova linha de engarrafamento, com capacidade para engarrafar seis mil garrafas por hora e que veio substituir a anterior, que já não suportava a produção, e um armazém para os vinhos engarrafados, explicou. No âmbito do projecto, que arrancou em 2009, na área do processo de prensagem, que consiste na extracção do mosto/ sumo das uvas, foram substituídas as anteriores prensas mecânicas por duas pneumáticas para permitir obter mostos e, posteriormente, vinhos “de maior qualidade”, indicou. Segundo José Miguel de Almeida, foram também instaladas na adega novas cubas que permitiram aumentar em 60% a capacidade de armazenamento e o tempo de fermentação dos vinhos. O projecto de modernização de infraestruturas da ACVCA, num investimento de 3,5 milhões de euros, foi financiado em 60% por fundos comunitários, através do Programa de Desenvolvimento Rural, sendo os restantes 40% assegurados pela adega. Na cerimónia de inauguração da nova unidade industrial, ACVCA apresentou o “rebranding” dos seus produtos, com a reformulação do portefólio de vinhos em termos de imagem e marcas e apresentado o novo vinho branco, um monocasta Antão 16
www.gazetarural.com
Vaz, com a marca ‘Vidigueira’. Actualmente, a adega produz 14 vinhos, entre brancos, tintos e rosés, uns com a classificação de Vinho Regional Alentejano e outros com Denominação de Origem Controlada (DOC), distribuídos por quatro marcas, três comercializadas no mercado geral e uma em exclusivo para uma cadeia de hipermercados. Segundo José Miguel de Almeida, este ano, a ACVCA, através dos viticultores associados, recebeu e transformou 8,5 milhões de quilos de uvas, o que permitiu produzir 6,3 milhões de litros de vinho, num volume de negócios de cinco milhões de euros até ao final do passado mês de Outubro. Em 2012, lembrou, a ACVCA tinha recebido e transformado 8,7 milhões de quilos de uva e produzidos 6,5 milhões de litros de vinho, num volume de negócios de quase 7,4 milhões de euros. Criada em 1960, a ACVCA, que iniciou a actividade produtiva em 1963, tem 310 viticultores associados espalhados pelos concelhos de Vidigueira, Cuba e Alvito, no distrito de Beja, abrangendo uma área de 1.500 hectares. Novo Branco Vidigueira Antão Vaz A ocasião foi aproveitada para a apresentação no novo Branco Vidigueira, um monovarietal com a casta Antão Vaz, para o qual os responsáveis da Adega têm boas expectativas. João Carvalho, responsável pela Área da Qualidade da Adega, em conversa com a Gazeta Rural, destacou a importância desta casta na região, referindo o esforço feito com este investimento, de forma a dotar a adega de condições para enfrentar os próximos anos e as exigências do mercado.
Gazeta Rural (GR): Temos a Adega Cooperativa da Vidigueira virada para o futuro? João Carvalho (JC): Sem dúvida. Esse investimento é o exemplo de que a Adega Cooperativa da Vidigueira está a fazer um esforço permanente capaz de satisfazer as necessidades, quer as expectativas dos clientes nos próximos anos. GR: Há uma aposta em novos equipamentos, para a melhoria da qualidade dos vinhos, mas também numa imagem renovada? JC: Sem dúvida, porque todo o investimento é sustentado desde o processo produtivo até a imagem final e não fazia sentido desgarrar o processo. O investimento em curso termina no final do ano e começa no processo produtivo, desde a recepção das uvas até ao engarrafamento dos vinhos, e tem continuidade na alteração e na renovação quer da imagem dos vinhos, quer na imagem corporativa da adega. GR: O que esteve na origem dessa mudança? JC: Sem dúvida a necessidade do mercado e a visão que a direcção da adega tem em relação àquilo que é o mercado e que tem obrigatoriamente de ser o futuro da adega. Olhando para a frente é que nos conseguimos antecipar as realidades, as necessidades e as expectativas do mercado. Foi com base nesse pressuposto que realizamos este investimento de 3,5 milhões de euros nas instalações, mas também uma imagem refrescada dos vinhos da Adega. GR: O que representa o mercado internacional na facturação da Adega? JC: Ainda não representa muito, naquilo que é o total do volume de negócios. No entanto, este investimento tem uma vertente muito grande naquilo que é a necessidade de nos afirmarmos, da nossa presença no mercado internacional e foi também a pensar nisso que também projectámos esse investimento. GR: Qual é a capacidade produtiva da Adega? JC: A capacidade de vinificação da Adega anda na ordem de 9 milhões e meio de uvas, mas está preparada para receber, seguramente, aumentos de produção na ordem dos 10 a 11 milhões de quilos de uvas por ano. GR: O que marca os vinhos desta região? JC: Há características edafoclimáticas muito específicas nesta região, que permitem nomeadamente brancos da casta Antão Vaz, resultados que não se conseguem em mais parte nenhuma do país e, se calhar, do mundo. São essas características, em particular, que nos permitem distinguir-nos, enquanto produtores de vinhos brancos. Em relação ao investimento e esforço que é feito na vinificação das uvas tintas, permitem-nos também chegar à conclusão que somos produtores de excelência de vinhos tintos. GR: Nos anos 80 houve incentivos a reconversão da vinha de brancos para tintos. Essa tendência mudou? JC: Eramos uma região essencialmente produtora de vinhos brancos. Olhando para as necessidades e as exigências do mercado, a Adega fez um esforço muito grande, na altura, para reconverter as vinhas, incentivando o plantio e cultivo de uvas tintas e, nesse sentido, ter uma situação de equilíbrio que entendemos ser mais adequada. Sem nunca deixarmos de ser produtores vinhos tintos de excelência, queremos continuar a afirmamos no mercado como produtores, também de excelência, de vinhos brancos. As castas Trincadeira, Castelão e Aragonês são referências nos tintos, enquanto nos brancos Arinto e Antão Vaz são as castas tradicionais desta região.
www.gazetarural.com
17
Desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Novo método permite identificar castas e videiras através de uma imagem Investigadores da Universidade de Vila Real desenvolveram um novo método “mais rápido, económico e fácil” que identifica castas das videiras através da captura de imagens hiperespectrais da folha da planta. “O que fizemos foi simplificar todo o conjunto de metodologias que já existiam e fazer a identificação através de uma simples imagem. Ganhamos em rapidez e em custos”, afirmou o investigador Pedro Melo-Pinto. O projecto foi desenvolvido pelo Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-ambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em colaboração com a universidade espanhola de La Rioja. O novo método recorre à captação de imagens das folhas das videiras através de uma câmara hiperespectral, que depois são analisadas através de uma aplicação informática. “É um processo simples e automático, através de uma câmara hiperespectral, que mede comprimentos de onda, captamos o espectro da planta e passamos essa informação para o software, que converte os dados, utilizando métodos matemáticos avançados e permite identificar variedades de videira”, explicou. A imagem captada fornece mais informação do que uma fotografia normal. “Em vez de vermos três frequências, verde, azul e vermelho, vemos mil bandas de comprimentos de onda, o que nos oferece, além de mais dados, mais precisão e rigor”, acrescentou ainda. Até agora, a identificação das castas era feita através da ampelografia, que estuda as variedades base na descrição morfométrica das características dos vários órgãos da planta, como a forma e coloração das folhas, dos cachos e bagos de uva, ainda de processos químicos baseados em isoenzimas e análises de ADN. “Qualquer uma destas técnicas traz custos directos através da própria tecnologia, como seja o laboratorial e o problema dos recursos humanos e especializados que estão envolvidos”, referiu Pedro Melo-Pinto. Para além disso, são ainda, segundo o responsável, “métodos mais demorados e que não permitem uma identificação rápida de um grande número exemplares”. Apesar do novo processo ainda estar em fase de desenvolvimento, o investigador salientou que a “vantagem e a ideia é que possa chegar mais próximo dos interessados”, ou seja, que possa ser acessível a, por exemplo, qualquer viticultor. Pedro Melo-Pinto destacou ainda como vantagens a possibilidade de detectar rapidamente castas proibidas em determinadas regiões vinícolas, averiguar a autenticidade de plantas compradas, para assegurar práticas de corte adequadas à variedade, para estimar os exemplares existentes ou os preços. Nesta primeira fase, o método está preparado para identificar três castas, nomeadamente a Tempranillo (tinta Roriz) e a Grenache e a Cabernet Sauvignon, cuja utilização é proibida para fazer vinhos na região de La Rioja. O objectivo é que depois se evolua lentamente para outras castas. Este projecto insere-se numa estratégia mais geral do CITAB de desenvolver tecnologias avançadas baseadas em imagens para os sectores agro-florestal e ambiental. 18
www.gazetarural.com
Jantar vínico marcou o lançamento no mercado
Casa da Ínsua lançou primeiro Grande Reserva Branco no Dão A Casa da Ínsua apresentou o primeiro Branco Casa da Ínsua Grande Reserva 2012, um vinho de excelência com o qual a marca entra num novo segmento do mercado. Feito a partir das castas Encruzado, Semillon e Malvasia-Fina, o Branco Casa da Ínsua Grande Reserva 2012 apresenta um sabor frutado, com toques de ananás e maracujá, assumindo-se como um extraordinário vinho de mesa. Resultado de um apurado processo de vinificação, o Branco Casa da Ínsua Grande Reserva 2012 estagiou durante sete meses em barricas de carvalho francês, encomendadas aos melhores tanoeiros do mundo, de Bordéus e da Normandia, após o que foi submetido à Câmara de Provadores da Comissão Vitivinícola Regional do Dão Região Demarcada do Dão. A qualidade do néctar apresentado valeu-lhe a designação “Grande Reserva”, no que constitui não só a primeira vez que a Casa da Ínsua produz um vinho desta categoria, mas também uma estreia absoluta no Dão. Apresentado e degustado, durante um jantar vínico que decorreu na Casa da Ínsua, o Branco Casa da Ínsua Grande Reserva 2012 junta-se assim ao portfólio de vinhos de grande qualidade que a unidade da Visabeira Turismo produz e que tem vindo a conquistar sucessivos prémios em concursos internacionais. Os vinhos Casa da Ínsua podem ser adquiridos em http://lojaonline.casadainsua.pt. www.gazetarural.com
19
Numa iniciativa da ViniPortugal e CVR Dão
Encruzado do Dão foi protagonista em prova varietal no Porto
Vinhos de diversos produtores do Dão foram dados a conhecer nesta prova, pela mão dos seus enólogos e produtores. Marcaram presença a Quinta dos Carvalhais, Quinta de Cabriz, Fontes da Cunha e Casa da Passarela que apresentaram vinhos brancos Encruzado, revelando as potencialidades desta casta e a sua contribuição na produção de vinhos diferentes e interessantes. Embora a sua zona de influência esteja restringida ao Dão, a casta Encruzado representa um dos valores seguros da enologia portuguesa. Uma das suas maiores virtudes é a capacidade única para manter um equilíbrio quase perfeito entre açúcar e acidez, proporcionando vinhos sérios e estruturados, e com uma extraordinária capacidade de guarda. Quinta da Pellada no Wine&Spirits Top 100 Tasting
A Quinta da Pellada, na Região Demarcada do Dão, foi umas das três adegas portuguesas seleccionadas para o Wine&Spirits Top 100 Tasting, um ranking da responsabilidade da revista especializada Wine&Spirits. A casta Encruzado foi a protagonista da prova varietal proEste top, que identifica as melhores adegas do mundo, inclui movida pela ViniPortugal, em conjunto com a Comissão Vitiviníainda duas referências portuguesas, nomeadamente, a Quinta da cola Regional do Dão, que decorreu na Sala de Provas dos Vinhos Foz de Arouce (Beiras) e Niepoort (Douro). de Portugal, da ViniPortugal, no Palácio da Bolsa, no Porto. A revista publica este ranking há já dez anos.
20
www.gazetarural.com
Produto das Cave Central da Bairrada
A elegância do Espumante M & M para brindar nesta quadra Nesta quadra, há sempre momentos e motivos para comemorar e a proposta que lhe deixamos é o espumante “M & M” Beira Atlântico, a mais recente jóia da Cave Central da Bairrada, lançado recentemente, que tem vindo a destacar-se pela sua excepcional qualidade. A garrafa, diferente e apelativa, marca também este produto. “Resolvemos mudar e, ao lançar um novo produto, decidimos que tinha que ter uma apresentação diferente e fugimos de uma garrafa tradicional para uma diferente”, afirmou Margarida Matos, à Gazeta Rural. Sobre o novo espumante, a administradora das Cave Central da Bairrada diz que é um produto “da região e um Beira Atlântico, que além de um visual diferenciado, tem a característica de ser um bruto não agressivo, com um bom equilíbrio entre a acidez e os açúcares, por forma a ser fácil e agradável de beber”, para além de ser “extremamente elegante”. Para Margarida Matos “tem que haver equilíbrio entre o conteúdo e a embalagem”, porque “o consumidor é cada vez mais exigente e para além do produto, neste caso um espumante, também gosta de uma boa apresentação e se for diferente melhor ainda”. “Foi nesse sentido – acrescenta - que decidimos fazer este novo espumante”. O nome M&M “resultou da vontade de dois dos principais accionistas da empresa, (quando ainda eram vivos) e que foi registado, que é Matos e Moura, o meu pai e o meu tio, sendo, este produto uma homenagem aos dois”, adiantou Margarida Matos. Este é, por isso, uma boa prenda para este final de 2013, que pode encontrar no mercado, distribuída pela Meiral – Companhia Espirituosa SA, distribuidora criada pela J. Carranca Redondo, Lda, proprietária da marca Licor Beirão, que comercializa os produtos da Cave Central da Bairrada. Numa altura em que o mercado de vinhos nacional vive alguma retracção, Margarida Matos diz que, para a Cave Central da Bairrada, “o mercado nacional não está mau e continuamos com um volume de vendas interessante”. Uma das vantagens é o prestígio já granjeado pela empresa, que tem produtos “já reconhecidos no mercado, não só em termos de marcas, mas também pela qualidade dos produtos, que o consumidor já reconhece”. A empresa tem vindo também a apostar no mercado internacional, embora “por força de questões internas, diminuímos essa área nos últimos anos e estamos agora a rever essa situação e a aumentar o volume de exportação, que nesta altura ronda os 10 a 15% da nossa produção, mas temos como objectivo aumentar, embora estejamos a exportar indirectamente, por via de tradings em Portugal, que nos compram o produto e o trabalham lá fora”, explicou Margarida Matos.
REPORTAGEM ESPECIAL
Jornadas Frutícolas Estação Experimental de Lèrida mostraram novas estratégias de combate às pragas e doenças
Em Outubro passado, a Estação Experimental de Lérida (E.E.L.), organismo do IRTA da Catalunha, levou a efeito, na sua exploração de Mollerussa, as XVIII Jornadas Frutícolas, que, uma vez mais foram presenciadas por um elevado número de fruticultores espanhóis, e alguns portugueses, das áreas da produção de maçã, pêra, pêssego e amêndoa. O facto destas Jornadas se realizarem ininterruptamente desde há dezoito anos, e do número de participantes e de expositores comerciais crescer de edição para edição, são o melhor testemunho da sua qualidade organizativa e técnica e da preocupação da E.E.L. na divulgação oportuna do conhecimento técnico, seja ele fruto dos ensaios realizados na sua própria exploração, ou transmitido por técnicos de alto gabarito, oriundos de outros países frutícolas, tanto europeus como de outros con22
www.gazetarural.com
tinentes. Face ao programa e à forma como decorreram estas XVIII Jornadas Frutícolas, e pesando a importância das diferentes temáticas expostas, torna-se realmente difícil escolher qual delas se poderá considerar como mais relevante. Com efeito, e se é verdade que foi muito importante tomar conhecimento com os resultados experimentais (ensaio de novas variedades de maçã, pêra e pêssego) ou com as estratégias que estão a ser implementadas no controlo de doenças de elevado grau de complexidade (fogo bacteriano), foi igualmente muito marcante ficar a conhecer o estado da produção da maçã, pêra e pêssego nos Estados Unidos, pela mão de Ji McFerson, investigador do Washington Tree Fruit Research Comission. Analisando agora, embora superficialmente, os aspectos mais
relevantes referentes aos ensaios de variedades de maçã, que entre as culturas apresentadas é a mais importante para a nossa região, pudemos comprovar que as variedades Reinders (Grupo Golden), Jeromine e Scarlet Spur (Grupo Red Delicious), Brookfield, Gala Schniga e Gala Venus (Grupo Gala) e Fubrax e Zhen Aztec (Grupo Fuji) continuam a reunir as melhores condições de produção e produtividade e, por isso, a serem as preferidas pelos fruticultores. Apraz-nos registar que os resultados obtidos nos ensaios dalgumas daquelas variedades são genericamente coincidentes com os que obtivemos na Estação Agrária de Viseu, e que também nos levaram a elegê-las como as mais interessantes para a nossa região. Quanto às resistentes ao pedrado, tanto a Fujion como a Story Inored mereceram um destaque especial, podendo tornar-se, num futuro não muito longínquo, como variedades de grande interesse, uma vez que a sua qualidade intrínseca as coloca num patamar bem superior relativamente às outras “resistentes”. Relativamente à Fuji, variedade cuja produção vem crescendo na Europa, a situação, na Região Autónoma da Catalunha, tem merecido cuidados muito especiais, uma vez que a sua elevada sensibilidade ao escaldão, conjugada com o aumento das temperaturas durante nos últimos verões, obriga os produtores à utilização de redes de sombreamento, tecnologia que também favorece a coloração final dos frutos. A situação em Portugal, ainda que não seja tão preocupante, deverá, também, começar a merecer a atenção dos fruticultores interessados na produção de Fuji, nomeadamente das estriadas, pois as elevadas temperaturas estivais e os fortes golpes de sol, têm vindo a acentuar-se. Os resultados dos ensaios com aplicação de caulino, que temos vindo a realizar na Estação Agrária de Viseu, embora ainda não consolidados, vêm-nos mostrando que, de ano para ano, o escaldão tem assumido maior proporções, nomeadamente nos frutos expostos a oeste e sudoeste, situação que, necessariamente, merecerá a nossa atenção, estando previsto que, na próxima campanha, ensaiemos um novo produto anti escaldão.
O programa que os governos central e autónomo colocaram em prática para o combate ao Fogo Bacteriano foi outro dos temas que merece ser destacado, pois trata-se dum esforço muito grande no sentido de controlar uma doença que é extremamente devastadora. E se na sua essência o programa espanhol e português são similares, há uma “pormaior” que faz a grande diferença: enquanto que em Espanha as áreas afectadas, se submetidas a arranque, são indemnizadas – 17.500 €/ha -, em Portugal não existe quaisquer mecanismos de apoio financeiro para os fruticultores que se vejam confrontados com uma ataque da doença que justifique o arranque de áreas significativas. Enfim, uns têm dinheiro e os outros não têm… Por último uma breve abordagem à comunicação apresentada por Ji McFerson, investigador do Washington Tree Fruit Research Comission, uma vez que, para além dos aspectos técnicos excelentemente focados pelo orador, foi muito gratificante ouvir um investigador dum país com uma fruticultura muito desenvolvida, afirmar que toda a estratégia se baseia em dois pilares fundamentais: na investigação/experimentação e na extensão, o que equivale a dizer que, se a produção do conhecimento é fundamental, não é menos importante que se disponha dum forte e bem estruturado serviço de divulgação, para que esse conhecimento chegue a quem dele necessita – o fruticultor. Perante aquela afirmação e porque sempre achámos que esse teria de ser o caminho para desenvolver este e outros sectores ditos estratégicos, não podemos deixar de lamentar que, por insuficiências várias, nomeadamente decorrentes de decisões muitas vezes incompreensíveis (…), e, por vezes, mais decisivas do que as dificuldades financeiras, continuemos a assistir à realização de investimentos cuja rentabilidade se queda muito aquém do possível e desejável. Sem formação especifica e alguma capacidade técnica, não há ninguém que consiga rentabilizar devidamente os investimentos, mesmo que lhe sobre muita vontade e capacidade de trabalho. Francisco Fernandes
www.gazetarural.com
23
Num concurso europeu
Projecto português nomeado a melhor solução contra as alterações climáticas adaptadas ao solo local e às condições climáticas. Até agora, 50 000 hectares de pastagens foram semeados desta forma, principalmente nas zonas sul e centro de Portugal que correm um elevado risco de desertificação. Estas pastagens já ajudaram a armazenar mais de um milhão de toneladas de CO2 no solo. As Pastagens Semeadas Biodiversas são, igualmente, mais férteis e resistentes à erosão dos solos do que as pastagens naturais. Este projecto é promovido pela empresa Terraprima. “O facto de termos ganho o concurso significa que estamos a obter reconhecimento pelo nosso trabalho. Temos, agora, a oportunidade de aumentar a visibilidade do projecto e de obter incentivos adicionais para podermos expandi-lo para mais explorações agrícola, áreas maiores e novos países, tanto na Europa como em todo o mundo», afirmou Tiago Domingos, fundador da Terraprima e gestor do projecto «Pastagens Semeadas Biodiversas», que irá receber um vídeo profissional e apoio para o promover em toda a comunicação social europeia. O vencedor do concurso foi seleccionado pelo Comité dos Prémios Sustainia, composto pela Comissária Connie Hedegaard (na foto), pelo ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, pela ex-Primeira Ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland e pelo presidente do Painel sobre as Alterações Climáticas O concurso «Um mundo que me agrada» da Comissão Euro- da ONU Rajendra Pachauri. peia para a melhor solução contra as alterações climáticas selecAntecedentes cionou o projecto português «Pastagens Semeadas Biodiversas» como vencedor. Este projecto não só aumenta a produtividade O concurso faz parte integrante da campanha de sensibilizadas pastagens, mas também ajuda a reduzir as emissões de CO2, ção pública da Comissão Europeia «Um mundo que me agrada a erosão do solo e o risco de incêndio. com um clima de que gosto», que visa promover as soluções mais A Comissária Europeia para a Acção Climática anunciou o criativas, impactantes e eficazes contra as alterações climáticas. vencedor na cerimónia de entrega dos prémios Sustainia realizaPara além do grande vencedor do concurso, foram seleccioda em Copenhaga. “As Pastagens Semeadas Biodiversas estão de nados vencedores nacionais em cada um dos cinco países partiparabéns! Este projecto é o exemplo perfeito de como uma solu- cipantes na campanha – Bulgária, Itália, Lituânia, Polónia e Porção prática contra as alterações climáticas pode também poupar tugal. Foram criados júris em cada país para escolher o vencedor, dinheiro e criar emprego. O número e qualidade de projectos que que foi recompensado com a afixação de cartazes publicitários participaram no facto do concurso ter atraído tantos projectos nas capitais dos seus países. O vencedor europeu «Pastagens inovadores de toda a União Europeia reforça a mensagem posi- Semeadas Biodiversas» foi, igualmente, o vencedor de Portugal. tiva desta campanha, e demonstra-nos que que existem muitas Desde o seu lançamento em Outubro de 2012, a campanha soluções eficientes e inovadoras. Há que desenvolver mais estas alcançou milhões de europeus, atraiu mais de 70 000 seguidores soluções para construirmos um mundo que nos agrada com um nas redes sociais e recebeu o apoio de mais de 320 organizações clima de que gostamos”, afirmou Connie Hedegaard. parceiras de toda a UE e de várias personalidades célebres, como O projecto «Pastagens Semeadas Biodiversas» envolve o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e o actor galardoado mais de 1 000 agricultores portugueses. Cada agricultor utiliza uma mistura específica composta por, no máximo, 20 sementes Colin Firth.
24
www.gazetarural.com
Num debate acerca “A Ovinicultura de Leite e Queijo na Região da Serra da Estrela”
Autarca de Trancoso reafirma apoio ao sector agro-pecuário
O presidente da Câmara de Trancoso reafirmou o apoio do Município aos agricultores e criadores de gado do concelho, considerando a agro-pecuária um sector vital para a economia e uma das formas de travar-se a espiral recessiva da economia do concelho de Trancoso e da região. Amílcar Salvador participou no debate acerca “ A Ovinicultura de Leite /Queijo na Região da Serra da Estrela” inserido no ciclo que a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro tem vindo a desenvolver. O autarca entende que a agricultura é um “sector vital e importante” para o desenvolvimento do concelho e recordou que o apoio ao sector por parte do Município constitui uma das prioridades que desde sempre definiu na sua actuação autárquica, cumprindo a promessa de “apostar nos
sectores criadores de riqueza, como o sector agro-pecuária, o sector florestal, o sector da indústria transformadora dos produtos da terra e apoiar o empreendedorismo”. Realçando este último vector, Amílcar Salvador entende que a agro-pecuária “é uma actividade geradora de sinergias que podem dar origem a novas actividades socioeconómicas, contribuir para a fixação da população sobretudo dos jovens e participar na inovação, dinamização e inovação económica do concelho de Trancoso”. Nesse sentido, o presidente da Câmara reafirmou a “determinação da autarquia em apoiar os agricultores e os produtores pecuários auxiliando-os nas suas queijarias e produções, na prestação de informação e formação, escoamento dos produtos agrícolas e dinamizar as feiras e mercados em Trancoso”. “Assim se pode criar uma cultura empreendedora e promover o espírito de iniciativa, valorizar a terra e os nossos recursos, o melhor que ela tem e produz, promover a cooperação e a criatividade, estimulando a participação activa e fomentar uma nova maneira de encarar o sector agro-pecuário. Os agricultores e criadores de gado poderão contar com o empenho e com o apoio da Câmara Municipal”, expressou. No encontro em Trancoso, em que esteve presente o director regional-adjunto de Agricultura e Pescas do Centro, Sidónio Santos, foram abordados temas relativos a “Raça Ovina Churra Mondegueira, sua situação actual e perspectivas futuras”, “Processo de reconhecimento e perspectivas de apoio às organizações de produtores de concentração e comercialização da produção”, “Princípios gerais da Reforma da PAC” e “Divulgação da Bolsa de Terras como instrumento da mobilidade do factor Terra”.
www.gazetarural.com
25
Duas jovens empreendedoras apostam nesta espécie autóctone
Autarquia da Povoa de Lanhoso apoia produção de medronheiro
A Câmara da Póvoa de Lanhoso apresentou um projecto pioneiro no norte do país, que procura incentivar a plantação de uma espécie autóctone, o medronheiro, com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento da economia local e para a prevenção de incêndios florestais. Na mesma ocasião teve lugar a assinatura de um protocolo de cedência de terreno (por 15 anos) entre a Câmara Municipal e duas jovens empreendedoras para a plantação daquela espécie autóctone numa área superior a dois hectares, nas imediações do Castelo de Lanhoso, o que assinalou de uma forma simbólica o arranque do projecto. Com a plantação de 1400 exemplares, consegue-se aumentar a biodiversidade daquele espaço. “Trata-se de um reaproveitamento florestal, em que predominava o eucalipto e o pinheiro, mas de forma desordenada. Trata-se também de apoiar mais uma iniciativa empreendedora com recurso à floresta, o que permite actuar em diversas vertentes: na defesa da floresta, na prevenção da erosão, na prevenção de incêndios. É uma forma de apoiar o desenvolvimento de uma espécie autóctone, é um apoio ao desenvolvimento socioeconómico do concelho e, como sempre, a autarquia está disponível à criação de empresas no concelho, que proporcionem o 26
www.gazetarural.com
seu desenvolvimento e a sua promoção”, referiu a vice-presidente da autarquia, Gabriela Fonseca. Por sua vez o vereador da Protecção Civil considerou que, com esta iniciativa, “vamos deixar de ter incêndios naquele local para passarmos a ter uma espécie florestal, que, para além de fortalecer e contribuir para a dinâmica da economia do concelho, serve também a vertente de ordenamento florestal e de combate a incêndios”, salientou Armando Fernandes, relembrando que “este é um projecto pioneiro”, assegurando que a Câmara da Póvoa de Lanhoso, através do seu Gabinete Técnico Florestal, está disponível para apoiar este e outros projectos que surjam “até para que, mesmo nesta área, possamos aqui ter escala”. As jovens produtoras partilharam os seus objectivos, agradecemos à Câmara “a oportunidade, que é algo inovador”, referiu Cecília Geraldo, considerando que pode ser uma mais-valia para o concelho “e é isso que nós procuramos. Ser inovadoras com um fruto que é pouco conhecido em Portugal. É algo que é nosso e temos de fazer avançar a produção portuguesa”. Fomentar as espécies florestais autóctones; potenciar o aproveitamento florestal; diversificar e aproveitar a multifuncionalidade da floresta; criar e dinamizar a
economia e produtos locais; promover o ordenamento florestal e a diminuição de incêndios florestais; e apoiar o empreendedorismo são os principais objectivos deste projecto da Câmara da Póvoa de Lanhoso, apresentados pela responsável pelo Gabinete Técnico Florestal, Manuela Freitas. De lembrar que são diversas as potencialidades do medronheiro e do medronho, que pode ser consumido como fruto, para curtimento de peles, para fins medicinais, na produção de doces e compotas, na produção de aguardente, vinagre e mel e mesmo para a produção de madeira. A apresentação deste projecto integrou as comemorações do Dia da Floresta Autóctone, que inclui a realização de sementeiras de espécies locais, no Centro de Interpretação do Carvalho de Calvos. Através do ordenamento florestal, é ainda intenção fazer olhar a floresta como fonte inesgotável de recursos, que, para além de proporcionarem rendimento, contribuem ainda para a sua protecção e melhoria de qualidade ambiental.
Fileira dos pequenos frutos no topo das prioridades
Agim aprovou Plano de Actividades e Orçamento para 2014
Os associados da Agim – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial aprovaram por unanimidade o Plano de Actividades e Orçamento para 2014. As deliberações foram tomadas em Assembleia Geral ordinária que se realizou nas instalações do Vougapark, em Sever do Vouga. Relativamente ao Plano de Actividades, a Agim irá actuar em duas áreas principais: fileira dos pequenos frutos e no desenvolvimento económico do concelho de Sever do Vouga. Relativamente à fileira dos pequenos frutos o Plano de Actividades aprovado pelos associados da Agim inclui a promoção e divulgação dos pequenos frutos a nível nacional; a representação e dinamização da fileira dos pequenos frutos em Portugal; a promoção do aumento de produtividade dos pomares de pequenos frutos; a promoção da cooperação entre os agentes da fileira; o desenvolvimento de acções de investigação, experimentação e demonstração; a disseminação do conhecimento e informação técnica a todos os agentes da fileira; a promoção da qualidade e a certificação dos produtos; e o apoio à comercialização na prospecção e observação de mercados internacionais. No que respeita ao desenvolvimento económico do concelho de Sever do Vouga as iniciativas previstas para o decorrer do próximo ano passam por promover e potenciar a marca Sever do Vouga - Capital do Mirtilo; lançar as bases para criar um centro de conhecimento e de inovação em pequenos frutos no Vougapark; dinamizar o Vougapark; promover o desenvolvimento económico do concelho assente em actividades de base rural; e apoiar o processo de capacitação das empresas de Sever do Vouga. Relativamente ao Orçamento aprovado o seu valor total ascende a 698 mil euros, sendo as fontes de financiamento provenientes de financiamentos públicos no âmbito do QREN, COMPETE, FSE – POPH, IEFP e Município de Sever do Vouga e privados, repartidos entre serviços prestados, donativos, patrocínios e pagamento de quotas. Ao longo do ano 2013 a Agim fortaleceu o seu posicionamento enquanto associação de representação socioprofissional da fileira dos pequenos frutos. Assim, a elaboração do plano de actividades da associação divide-se entre a sua intervenção a
nível nacional e a nível local, no que respeita à promoção do desenvolvimento rural do concelho de Sever do Vouga, incentivo ao empreendedorismo, à criação de empresas e de emprego. Agim promoveu palestra sobre certificação GlobalGAP Cerca de seis dezenas de interessados participaram na sessão de esclarecimento sobre a certificação GlobalGAP, promovida pela Agim – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial, em colaboração com o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) e a Naturalfa, que decorreu no Centro das Artes e do Espetáculo de Sever do Vouga. As boas vindas aos participantes ficaram a cargo de António Coutinho, presidente da Agim e da Câmara Municipal de Sever do Vouga, e de Sofia Freitas, coordenadora da Agim, tendo a sessão de esclarecimento contado com as intervenções de Catarina Ribeiro e Pedro Nunes, do COTHN, de Liliana Perestrelo, da Naturalfa, e de Paula Pinho, da Agim. As intervenções incidiram sobre as vantagens para o produtor em adoptar a certificação GlobalGAP e como proceder para obter essa certificação. No final da sessão os participantes fizeram uma visita ao Campo Experimental de Pequenos Frutos da Agim, onde puderam ver aplicadas no terreno as normas da certificação. Os produtores que pretendam iniciar o seu processo de certificação GlobalGAP podem contactar a Agim, que formaliza e desenvolve toda a sua implementação, um procedimento único que tem um custo de 600 euros. Posteriormente, a empresa Naturalfa procede à certificação, cujo valor ronda os 200 euros/ano em áreas até um hectare. O sistema GlobalGAP é um conjunto de normas técnicas promovido por uma organização privada que estabelece a certificação de produtos agrícolas a nível mundial. O GlobalGAP funciona como um manual de boas práticas agrícolas onde estão explicados todos os procedimentos que devem ser seguidos pelos produtores e comercializadores e apresenta várias vantagens, nomeadamente o reconhecimento internacional da certificação dos produtos do agricultor e a garantia de escoamento dos produtos para os mercados mais exigentes, entre outras. www.gazetarural.com
27
Garantia dada por Vasco Cordeiro
“Lavoura açoriana é cada vez mais parte do processo de discussão e decisão” O presidente do Governo dos Açores assegurou que o sector da produção de leite saiu reforçado com a cada vez maior intervenção que o movimento associativo e cooperativo tem assumido no processo de discussão e de decisão das medidas para esta área. “Quer através de cooperativas, quer através do movimento associativo, o sector da produção de leite ganhou intervenção social, ganhou intervenção política e ganhou a capacidade de ter uma voz activa e interventiva”, salientou Vasco Cordeiro. O presidente do governo açoriano, que foi entronizado Confrade Honorário pela Confraria do Leite do Açores, assegurou que, fruto da capacidade do movimento associativo e cooperativo, a lavoura é “cada vez mais parte integrante do processo de discussão e de decisão das medidas que, aos mais variados níveis, interessam ao sector”. Na cerimónia promovida pela Confraria do Leite dos Açores, que decorreu na Freguesia dos Arrifes, Vasco Cordeiro defendeu, por outro lado, que um dos desafios do sector passa por, cada vez mais, analisar, em permanência, a sua rentabilidade. “Quer isto dizer que, sobretudo no âmbito do novo período de programação financeira, a componente da rentabilidade do sector deve ser constantemente analisada e, se necessário, corrigida”, explicou Vasco Cordeiro, para quem é imprescindível ter a consciência de que o caminho percorrido até aqui “não se compadece com a produção a qualquer custo, em quaisquer condições ou com recurso a quaisquer meios”. O governante salientou que os Açores assentaram este sector numa produção e numa transformação que tem associada uma forte imagem de qualidade e de segurança, frisando que esse deve ser um aspecto a salvaguardar em qualquer caso e em qualquer cenário. “Nada, absolutamente nada, pode fazer perigar este importante activo que é da Lavoura e dos Lavradores Açorianos”, preconizou Vasco Cordeiro, adiantando que, perante 28
www.gazetarural.com
a decisão comunitária de eliminar o regime de quotas leiteiras, o Governo dos Açores tem vindo a implementar medidas que visam tornar o sector da produção de leite nos Açores mais forte e mais competitivo. “Foram significativos os investimentos efectuados na modernização das explorações agropecuárias açorianas, representando cerca de 80 milhões de euros de investimento entre 2007 e 2013”, recordou. Vasco Cordeiro adiantou ainda que o executivo açoriano tem vindo também a apoiar investimentos na indústria de transformação de lacticínios, através de estruturas modernas e capazes de dar resposta ao aumento da capacidade produtiva do sector e às exigentes condições dos mercados, em termos de formatos, imagem, quantidades e qualidade. “Esta aposta levou a que, no actual período de programação 2007-2013, tivéssemos ao dispor das nossas agroindústrias cerca de 50 milhões de euros de fundos comunitários, que permitiram gerar um investimento superior a 90 milhões de euros, contribuindo, assim, decisivamente para a modernização do sector agroindustrial”, disse. De acordo com Vasco Cordeiro, todo este trabalho só será eficaz se a Região souber fazer a alteração decisiva nesta fileira, olhando para a sua dimensão num mercado aberto e perceber que só conseguirá ganhar terreno se os produtos açorianos forem diferentes do que fazem os outros. A terminar, Vasco Cordeiro deixou um “sinal de esperança e confiança” de que os Açores saberão, apesar das dificuldades, dar a resposta necessária a estes novos desafios. “Este sinal de confiança e de esperança é transmitido também pelo importante rejuvenescimento dos nossos activos agrícolas”, disse Vasco Cordeiro, ao exemplificar que, até Setembro, foram aprovados 168 pedidos de apoio à instalação de jovens na Agricultura nos Açores.
Afirmou Luís Neto Viveiros
Reduzir importação de hortícolas é um objectivo do Governo dos Açores O Secretário Regional dos Recursos Naturais afirmou que um dos objectivos da política agrícola do Governo dos Açores é “reduzir as importações de produtos hortícolas”. “Trata-se de uma área de produção em que a Região é deficitária e, portanto, tudo aquilo que se produz [nesta exploração] é destinado ao mercado interno”, contribuindo para “um dos objectivos do Governo relativamente à sua política agrícola, que é reduzir as importações de produtos hortícolas”, disse Luís Neto Viveiros. O Secretário Regional salientou que “os investimentos em todas as áreas da diversificação agrícola representaram, no Quadro Comunitário de Apoio (QCA) que agora termina, cerca de 12% do investimento global efectuado em toda a Região”, correspondendo a mais de nove milhões de euros. Os investimentos nas áreas da diversificação foram executados por 85 beneficiários, dos quais 53 investiram na área da horticultura, 20 na floricultura e 12 na fruticultura. Os empresários agrícolas açorianos, ao abrigo do ProRural, antevendo as necessidades do mercado interno, já iniciaram importantes investimentos nas áreas da diversificação agrícola, nomeadamente no sector da horticultura. A Secretaria Regional dos Recursos Naturais, além dos apoios existentes, tem incentivado a diversificação agrícola através da formação profissional e da assistência técnica prestada pelos serviços em todas as ilhas. Na visita que realizou a uma exploração no concelho de Ponta Delgada, em São Miguel, Luís Neto Viveiros destacou o empreen-
dedorismo revelado por “um jovem agricultor, dinâmico, que viu na horticultura uma área de desenvolvimento económico da sua actividade”, considerando a exploração visitada como “um contributo importante” para a autosuficiência e destacando o investimento realizado na sua modernização. “São investimentos que o Governo vai continuar a apoiar”, assegurou, tendo em vista “a satisfação do mercado regional e, quiçá, numa fase mais avançada, promovendo mesmo algumas exportações, que já existem, particularmente na área da floricultura.” O governante destacou ainda o reforço dado às organizações de produtores nas grandes linhas de orientação da nova Política Agrícola Comum (PAC), defendendo a importância do seu papel na “comercialização dos produtos e regulação dos mercados, criando equilíbrio entre aquilo que se produz e aquilo que o mercado absorve”. O Secretário Regional salientou ainda que também se insere no espírito da PAC o incentivo à instalação de jovens agricultores que “garantirão a sustentabilidade da agricultura no futuro”, contribuindo para a criação de emprego. Nesse sentido, estão acauteladas pelo Governo dos Açores na proposta de Plano para 2014 as verbas necessárias à continuidade dos investimentos nestes sectores, garantindo a comparticipação dos projectos em execução, bem como as dotações necessárias ao início do próximo Quadro Comunitário de Apoio.
www.gazetarural.com
29
Uma loja de produtos regionais de qualidade
“Sellecção de Sabores” abriu no centro histórico de Viseu Ceifeira condicionadora
SERVIÇOS:
Abriu em Viseu, no Largo General Humberto Delgado, uma loja de produtos regionais de qualidade, onde se pode encontrar uma vasta gama de vinhos, mas também enchidos, queijos, fruto secos e outros. O novo espaço nasceu numa zona nobre da cidade, que a autarquia de Viseu há muito anda a revitalizar, procurando atrair gente ao centro histórico. Situada perto de algumas unidades hoteleiras de referência, a “Sellecção de Sabores” procura assim dar resposta aos turistas que por ali passam, mas também à cidade. José Coelho, administrador da empresa da Trevolosango, SA, proprietária do espaço, adiantou à Gazeta Rural que, para além de um desafio, foi também contribuir para o revitalizar do Centro Histórico de Viseu, ao mesmo tempo que dá à cidade um conceito que ela não tinha.
clientes mais exigentes, nomeadamente os turistas que nos visitam.
Gazeta Rural (GR): O que esteve na origem da abertura da loja? José Coelho (JC): Por um lado foi um desafio, no sentido de dar o nosso contributo na revitalização do Centro Histórico de Viseu, retomar as nossas tradições e podermos dar à cidade um conceito que não tinha. No espaço serão promovidos e vendidos produtos regionais de alta qualidade, desde os nossos melhores queijos, aos enchidos e aos vinhos, numa oferta muito variada que dá resposta aos
GR: Que expectativa tem para a loja? JC: São grandes, porque é um espaço situado numa zona nobre da cidade, que a vem engrandecer, e dar resposta aos turistas que nos visitam, nomeadamente aqueles que ficam instalados no Hotel Grão Vasco ou na Pousada de Viseu, mas também nas outras unidades hoteleiras da cidade, que a caminho do Centro Histórico por aqui passam e que, assim, terão oportunidade de poder adquirir produtos regionais de alta qualidade que podem levar no regresso aos seus países de origem.
Fardos de Rolos Simples ou Plastificádos
PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE PLANTAS Rua Miguel Bombarda, n.º 80 | 3430-518 Beijós | Carregal do Sal Quinta do Paitor - Canas de Senhorim Telem.: 96 51 25 790 | Fax: 232 673 352 www.gazetarural.com 30 Email: viveirosbatista@gmail.pt | http://viveiros-batista.blogspot.com
GR: Como foi feita a selecção dos produtos expostos? JC: No que toca aos vinhos, a Sogrape tem destaque no nosso espaço, mas também outros produtores e fornecedores de outros produtos, que foram seleccionados de uma forma muito criteriosa de norte a sul do país. Temos enchidos da região da Beira, do Alentejo, de porco preto, mas também de Trás-os-Montes, de porco Bísaro; temos, entre outros produtos, os melhores queijos Serra da Estrela, mas também uma grande selecção de frutos secos. Nesta área não foi fácil, pois tivemos que fazer muita “pesca à linha” para encontrar os melhores fornecedores destes produtos.
No capítulo de Outono da Confraria Saberes e Sabores da Beira
Embaixadores da Indonésia e Iraque receberam título confrádico Os embaixadores da Indonésia e do Iraque, em Portugal, Albert Matondang e Hussain Sinjari, respectivamente, foram agraciados com o título de Comendadores da Confraria Saberes e Sabores da Beira “Grão Vasco”, no Capítulo de Outono que decorreu em Viseu. A iniciativa, que juntou mais de meia centena de confrades, contou também com a presença de Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, também Comendador da Confraria. Na ocasião, o Almoxarife da Confraria falou do papel da mesma no contexto cultural da região, bem como da importância de a levar além-fronteiras. José Ernesto referiu ainda que, a convite de muitas comunidades lusas na Diáspora, a Confraria tem-se internacionalizado e tem levado as marcas culturais beirãs aonde são solicitadas, realçando o papel relevante de muitos confrades, que tudo têm feito para a dinamização e projecção da mesma. No final da sua intervenção, José Ernesto lembrou a todos a importância da Campanha de Solidariedade que, à semelhança de anos anteriores, se vai realizar no mês de Dezembro. António Vidal, antigo presidente da Câmara de Viseu e empresário com ligações àqueles dois países, destacou ligações estreitas que Iraque e Indonésia têm com Portugal, mas também importância da internacionalização dos nossos produtos. Os embaixadores também usaram da palavra, referindo aspectos culturais dos seus países bem como a relevância dos laços culturais entre povos diferentes. Albert Matondang, embaixador da Indonésia, e Hussain Sinjari, embaixador do Iraque, sublinharam a qualidade dos produtos portugueses, disponibilizando-se a colaborar no sentido da sua promoção nos respectivos países. Presente esteve também o presidente da Câmara de Comércio Luso-Iraquiana, criada ao tempo em que o actual presidente da Câmara de Viseu era Secretário de Estado da Economia, o
que, segundo Almeida Henriques, pode significar um incremento das trocas comerciais entre os dois países. O autarca de Viseu agradeceu à Confraria o trabalho realizado em prol da preservação e divulgação da cultura beirã, bem como o seu papel relevante na divulgação cultural além-fronteiras Os vinhos da UDACA, Adega de Penalva e Quinta de Lemos, que ‘regaram’ o repasto, serviço pelo Hotel Grão Vasco, agradaram aos dois ilustres convidados, que mostraram disponibilidade para encetar contactos para que estes produtos possam chegar aos seus países.
www.gazetarural.com
31
Fungicida Amistar Opti chega aos cerealicultores em 2014
Syngenta lançou campanha de cereais 2013/2014 em Beja tratadas com Ortiva”, afirmou António Stott. Recorde-se que a média nacional do rendimento na cultura da cevada é de 2,5 toneladas/hectare. Patrícia Cotrim, gestora de projectos da Maltibérica, também realçou a importância da aplicação de fungicidas em cevada, comprovada nos ensaios realizados com 14 variedades, em Elvas e Beja, no âmbito do projecto de investigação “Null-Lox 2013Valorização da produção nacional de cevada dística - introdução de variedades diferenciadas”. As variedades tratadas com fungicida tiveram uma produção média superior às não tratadas, com um incremento de 737 kg/ha (Elvas) e 1.337 kg/ha (Beja). Amistar Opti aumenta rendimento dos cereais
A Syngenta apresentou em Beja, no Auditório da EDIA, a sua oferta relativa à campanha de cereais 2013-2014. O fungicida Amistar Opti é uma das novas ferramentas que coloca à disposição dos cerealicultores em 2014. Após a consolidação da posição no segmento da cevada, a Syngenta ambiciona conquistar quota de mercado no trigo, através de um portfólio de soluções único e inovador. Beja foi o local escolhido pela Syngenta para apresentar os resultados obtidos na campanha de cereais 2012-2013 e lançar as bases para 2013-2014. No auditório da EDIA reuniu alguns dos principais agricultores e distribuidores do Alentejo, região onde existem cerca de 86.000 hectares de terras com aptidão para a cultura dos cereais, segundo dados da EDIA, empresa gestora da infraestrutura de rega de Alqueva. António Stott, colaborador Syngenta para o MaltingUP, apresentou os resultados da campanha de cevada dística, cultura na qual a Syngenta trabalha em parceria com a Maltibérica para melhorar a quantidade e qualidade da matéria-prima usada no fabrico do malte para a indústria cervejeira. A campanha foi marcada por chuvas intensas no Outono e Inverno, que atrasaram as sementeiras e condicionaram as operações culturais, e por tempo seco na Primavera, que impediu a cevada de expressar todo o seu potencial produtivo, diminuindo o rendimento da cultura. Ainda assim, os agricultores que recorreram às melhores sementes, que souberam proteger a cultura de fungos e infestantes e adubaram convenientemente obtiveram bons resultados. O controlo dos fungos foi um dos factores que ditou o sucesso dos cerealicultores, como comprovam os resultados das explorações agrícolas aderentes ao protocolo MaltingUP. “Os agricultores que usaram os três produtos da gama Syngenta, incluindo o fungicida Ortiva, tiveram um aumento de produção de cerca de 1,5 ton/ha, atingindo as 3,214 toneladas/hectare, mesmo num ano tão adverso. Também se comprovou o aumento no calibre da cevada, muito valorizado pela indústria, nas parcelas 32
www.gazetarural.com
Atenta às necessidades dos agricultores, a Syngenta reforça a sua gama de fungicidas para cereais com o Amistar Opti. Este novo fungicida, que chegará ao mercado em 2014, controla as principais doenças dos cereais, através da sua acção preventiva, curativa e antiesporulante. O Amistar Opti é uma suspensão concentrada, com 80 g/L de azoxistrobina e 400 g/L de clortalonil. Amistar Opti ajuda a manter as folhas dos cereais verdes por mais tempo (efeito greening), induzindo a planta a usar melhor a água e o azoto disponíveis no solo. A consequência é o aumento do rendimento da cultura. Apesar de ser um produto de contacto, o Amistar Opti resiste muito bem à lavagem das folhas pela chuva, garantindo uma protecção persistente. A abordagem da Syngenta ao mercado dos cereais vai além da sua gama de soluções para a protecção da cultura e portfólio de sementes. “A nossa presença no terreno, com uma equipa de colaboradores que tem o domínio técnico da cultura e está sempre disponível a prestar assistência aos agricultores, e a nossa rede de distribuidores, são recursos que nos distinguem no mercado português”, explica Maria do Carmo Pereira, responsável de Marketing da Syngenta em Portugal. A empresa A. Cano Associados, SA, um dos principais distribuidores Syngenta no Alentejo, sublinha a importância da parceria entre ambas as empresas. “A Syngenta é o principal parceiro de negócio da A. Cano Associados e tudo temos feito para maximizar a participação de ambos no mercado local”, declara Gaspar Pinto, gerente da empresa, realçando a excelente “qualidade do portfólio Syngenta no controlo de gramíneas mais frequentes na nossa região, em pós-emergência de trigo e cevada, onde o Axial garante a melhor eficácia, tal como o Biplay, que dá garantias de muito bom controlo nas maioria das infestantes dicotiledóneas aqui existentes”. Este distribuidor está confiante no benefício que a água de Alqueva aporta aos cereais de Outono/Inverno, considerando que é um factor chave na melhoria da cultura, afirmando que “será possível tirar o melhor partido do nível genético de produtividade das diferentes espécies, ao anular um dos principais factores limitantes dessa produtividade, que é a falta de água quando as plantas mais dela necessitam”. Após a consolidação da sua posição no segmento da cevada, a Syngenta ambiciona conquistar quota de mercado no trigo, através de um portfólio de soluções único e inovador. “Na próxima campanha o nosso desafio é conquistar uma posição diferente no segmento do trigo, onde claramente temos um portfólio para crescer e um conjunto de soluções que nos permitem ser mais ambiciosos”, revela Maria do Carmo Pereira.
Associação autorizada na gestão de propriedades para fins agrícolas e florestais
CAULE é parceira da Bolsa de Terras
A CAULE – Associação Florestal da Beira Serra e a Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais são parceiras da Bolsa de Terras, sendo entidades autorizadas para a prática de actos de gestão operacional. A Bolsa de Terras é uma iniciativa que integra propriedades do Estado e de particulares que se encontram sem uso ou gestão agrícola e florestal ou terras que não tenham dono conhecido. Tem como objectivo geral facilitar o acesso à terra no absoluto respeito pela propriedade privada, sendo a adesão a esta iniciativa efectuada de forma voluntária. Em termos concretos a Bolsa de Terras visa facilitar o acesso ao arrendamento, compra, venda, permuta ou cedência de terras através de uma melhor identificação e promoção da sua oferta e procura, para fins de exploração agrícola, florestal ou silvopastoril. Pretende ainda combater o abandono, contribuir para aumentar a dimensão das explorações, atrair mais gente activa para a agricultura e floresta e contribuir para a identificação de terras abandonadas. Assim, foi construído um sistema de informação das terras
disponíveis onde, a nível local, a CAULE pretende agilizar o encontro entre a oferta e a procura, podendo os contratos serem sempre celebrados entre privados, sem nenhuma interferência do Estado. O acesso à informação referente a cada um dos prédios disponibilizados na Bolsa de Terras é efectuado nos termos autorizados pelos respectivos proprietários. Ao promover este novo mecanismo, o Governo decidiu, simultaneamente, conceder benefícios fiscais, nomeadamente a redução do IMI, que pode atingir uma redução entre 50 a 75 por cento, para quem disponibiliza a terra e para quem a trabalha. A Bolsa de Terras poderá, assim, ser uma forma das pessoas tirarem rendimento dos bens que têm, seja através da venda, arrendamento ou estabelecimento de um contrato de parceria com quem estiver interessado em trabalhar as terras. Se pretender rentabilizar as suas propriedades através da Bolsa de Terras pode contactar a CAULE - Associação Florestal da Beira Serra, através do número 238 602444; na sede - rua Dr. António Costa Júnior em Covas, Tábua ou através do email: cauleflorestal@gmail.com.
No Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, a 6 de Dezembro
Seminário encerra projecto “Corknow-how: Conhecimento Suberícola em Rede”
O reforço da competitividade dos produtores suberícolas depende, entre outros factores, da melhoria da qualidade do processo produtivo e da sustentabilidade do montado de sobro, e da divulgação de métodos e práticas inovadoras aplicados às várias fases do processo produtivo e de comercialização da matéria-prima. Foi para dar resposta a estas necessidades que a União da Floresta Mediterrânica (UNAC) executou o Projecto “Corknow-how: Conhecimento Suberícola em Rede”, uma iniciativa comunitária promovida pelo Ministério da Agricultura, cofinanciada pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural - A Europa investe nas zonas rurais - no âmbito do Programa da Rede Rural Nacional, cujo investimento ascende a 113.796,37 euros,
com cofinanciamento FEADER de 108.407,60 euros. No âmbito da execução do referido projecto, a UNAC está a organizar o Seminário de Encerramento que se vai realizar no próximo dia 6 de Dezembro, no auditório do Observatório do Sobreiro e da Cortiça em Coruche. Com este Seminário pretende-se apresentar os principais resultados deste projecto, destacando-se o Balanço das Campanhas de Cortiça 2012 e 2013, o Guia de Comercialização de Cortiça, o Modelo Base da Conta de Cultura para o Sobreiro (Conta SB 1.0) e o “Estudo de Determinação dos Pontos de Valor Acrescentado da Fileira da Cortiça”, elaborado para a UNAC pela AGRO.GES. www.gazetarural.com
33
No I Encontro Empresarial Ibérico sobre a fileira industrial florestal
FSC procura fortalecer parcerias em Portugal e Espanha Demonstrar o impacto e o valor da certificação FSC para as empresas e marcas ibéricas da fileira industrial florestal e fortalecer parcerias no desenvolvimento de um sector ambientalmente benéfico e socialmente responsável são dois dos grandes objectivos do I Encontro Empresarial Ibérico do FSC – Forest Stewardship Council, organização não-governamental independente, sem fins lucrativos, fundada há vinte anos com o propósito de dar resposta às preocupações sobre a desflorestação global, através da promoção de uma gestão responsável das florestas do mundo inteiro. O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, foi o responsável pela abertura dos trabalhos do encontro, realçando a importância desta indústria exportadora para o país e o valor acrescentado que a certificação florestal da fileira apresenta para uma indústria no qual Portugal é um player global de referência, nomeadamente nos sectores da cortiça, pasta e papel e mobiliário. Actualmente, a fileira florestal representa 9,3 por cento do total das exportações nacionais e é responsável por uma contribuição positiva de 2,25 mil milhões de euros para o saldo da balança comercial do país. Neste encontro do FSC estiveram reunidos os principais actores do mercado ibérico e foram apresentadas as melhores práticas mundiais, com o objectivo de impulsionar a gestão responsável e a sua certificação, enquanto instrumento determinante de diferenciação e mais-valia em termos de gestão empresarial. Efectivamente, a certificação FSC, utilizada por alguns dos gigantes multinacionais de diversas indústrias, como a The Coca Cola Company, Ikea, Tetra Pak, entre outras, tem demonstrado ser um trunfo para as empresas e marcas no seu processo de internacionalização. Assim revelam os resultados do mais recente estudo da FSC, realizado pela GfK em 11 países, que concluiu que 80% dos consu34
www.gazetarural.com
midores à escala mundial querem que as empresas se envolvam activamente e contribuam na resolução dos problemas ambientais e alterações climáticas. O estudo regista que os consumidores têm maior confiança nas empresas e produtos quando estes são apoiados por marcas de certificação, indicando também, de forma esmagadora, que preferem produtos sustentáveis e que tenham por base uma gestão responsável. A pesquisa global do FSC conclui igualmente que os consumidores da ‘economia verde’ sugerem que as empresas se envolvam mais e assumam responsabilidade na resolução da crise ambiental. Os consumidores confiam nas certificações e são mais leais às marcas ambientalmente responsáveis, e o estudo revela que, no próximo ano, e à escala global, estes pretendem consumir mais produtos amigos do ambiente – confirmando o potencial de crescimento das marcas e empresas que optam pelas práticas sustentáveis. As conclusões da pesquisa global do FSC indicam claramente que é prioritário incrementar hábitos de consciencialização, e motivar as empresas a colaborar e implementar práticas ambientais, como factor de crescimento, diferenciação e valor acrescentado do seu negócio. Nuno Calado, presidente da Direcção do FSC Portugal é peremptório, afirmando que ‘estes resultados asseguram-nos que a certificação florestal FSC é uma abordagem essencial para criar valor para o futuro e para uma diferenciação junto dos mercados, através de uma escolha consciente e informada por parte dos consumidores de produtos de origem florestal.” Actualmente o FSC está representada em 45 países e já certificou cerca de 183 milhões de hectares de floresta e 28.000 empresas. Presente há seis anos em Portugal, o FSC quase que quadruplicou a área florestal certificada atingindo cerca de 335.000 hectares, distribuídos por 19 certificados de gestão florestal.
OPINIÃO
Regime jurídico da (re)arborização em debate
O processo de aprovação, suspensão e revogação do Código Florestal deixou uma importante lição: os diplomas estruturantes para a intervenção sectorial, nomeadamente no sector florestal que se caracteriza por exigir políticas e compromissos de muito longo prazo, não se compadecem com consultas públicas apressadas “para cumprir calendário”, nem com meros “factos” políticos. Bem pelo contrário. As políticas públicas florestais exigem uma reflexão profunda sobre os seus impactos (positivos e negativos) e uma auscultação de base alargada, quer do sector quer da sociedade civil. Daí, a importância acrescida que reveste a apreciação parlamentar em curso do Decreto-lei n.º 96/2013, de 19 Julho, que estabelece o regime jurídico aplicável às acções de arborização e rearborização. Trata-se de um diploma que irá, necessariamente, ter repercussões na actividade florestal nacional e, desejavelmente, um impacto positivo na transparência e funcionamento do sector florestal. Trata-se, portanto, de um regulamento basilar para a política florestal nacional, que visa a simplificação e agilização dos processos de arborização e rearborização e que se afigura importante para o cumprimento dos requisitos de “diligência devida” da rastreabilidade da legalidade da origem da madeira, exigidos pelo Regulamento europeu para o comércio florestal em vigor desde Março deste ano. Uma vez em plena aplicação, este instrumento legal poderá ser promotor da agilização dos processos de arborização e da redução dos “custos de contexto” inerentes a estes processos. No entanto, este diploma surge de uma forma avulsa, desligado de um pacote legislativo integrado - Código Florestal e que deveria dar sequência a uma autorização/comunicação prévia de corte nos casos de rearborização. Mais, este diploma não resolve o problema da proliferação de “micro-arborizações”, que vão surgindo pelas serranias do norte e centro do país, sobretudo após os incêndios florestais, sem obedecer a qualquer lógica de ordenamento florestal do território e comprometendo os esforços da infraestruturação estrutural dos espaços florestais face aos incêndios. São estes territórios florestais desordenados que frequentemente constituem pasto para as chamas, donde resultam avultados encargos económicos, sociais e ambientais para o País. Todavia, contrariamente às vozes que exigem a revogação do diploma, eu advogo que deveria ser equacionada a sua suspensão por parte da Assembleia da Republica, conforme sucedeu com o Código Florestal. Deste modo seria possível realizar o estudo de avaliação estratégica dos impactos da aplicação do diploma, conforme é sugerido pela Liga para a Protecção da
Natureza, bem como dotar o ICNF dos meios humanos e materiais necessários para assegurar a resposta técnica aos pedidos de licenciamento e assegurar o desenvolvimento da aplicação informática que permite a desburocratização dos processos e o armazenamento digital dos dados. A suspensão do diploma também possibilitaria a conclusão do processo de revisão dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (a fazer fé nas palavras do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, este processo estará concluído até ao final de 2014) e, assim, obstar o actual desligamento das orientações estratégicas dos PROF relativamente às metas de arborização regionais. De facto, existe um risco real do diferimento tácito das arborizações, pois continuamos a assistir ao desmantelamento dos serviços florestais, tanto nos serviços centrais como nas delegações regionais. Para além de não entrar pessoal para o quadro da ex-AFN desde o final do seculo passado em resultado da integração dos “recibos verdes”, o Orçamento de Estado para 2014 prevê a redução do pessoal afecto a esse organismo, o que irá certamente condicionar o bom desempenho do sistema de avaliação dos pedidos de licenciamento. E, daqui, decorre uma das principais ameaças da aplicação deste diploma – a incapacidade logística dos serviços competentes darem a resposta em tempo útil, com o consequente deferimento tácito dos pedidos de arborização. Na minha perspectiva, a pedra angular para o sucesso do funcionamento deste novo regime de licenciamento da arborização assenta no bom funcionamento do sistema de análise, fiscalização e de informação. E, neste aspecto particular, o diploma é omisso na obrigação do ICNF proceder ao reporte publico regular (mensal, trimestral, quadrimestral, semestral ou anual), dos resultados da aplicação e fiscalização deste regime jurídico. Julgo que a polémica que todos assistimos no verão de 2012 e a preocupação que a sociedade civil manifestou durante o processo de consulta pública justifica que a lei preveja essa obrigatoriedade de comunicação. Independentemente do seguimento da apreciação parlamentar, este diploma encerra a oportunidade de se desenvolver uma base de informação sólida sobre a dinâmica de arborização em Portugal. Um aspecto essencial para aprofundar o conhecimento da floresta portuguesa e, deste modo, melhorar a formulação das políticas públicas com incidência no sector florestal, quer na perspectiva do fomento da produção florestal, quer nas valências ambientais da promoção da biodiversidade e do combate às alterações climáticas. Miguel Galante (Eng. Florestal) www.gazetarural.com
35
Sessão decorreu em Penalva do Castelo
“A ovinicultura de leite e queijo na região da Serra da Estrela” esteve um debate A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) promoveu a realização de um debate “A Ovinicultura de Leite/Queijo na Região da Serra da Estrela – Gestão de efluentes na ovinicultura de leite e queijo|A Bolsa de Terras|Organização da produção para a comercialização|Reforma da PAC”, cuja iniciativa decorreu em Penalva do Castelo e que se integra num ciclo de debates realizados na região. O programa contou com a participação de várias entidades e técnicos das instituições promotoras, como a DRAPC e Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD). A sessão de abertura foi feita pelo chefe do gabinete de apoio à presidência, António Cabral, que sublinhou o relevo desta iniciativa e a importância da abordagem destas matérias num concelho essencialmente agrícola; o delegado de Viseu da DRAP Centro, Jorge Carreira, fez o enquadramento das temáticas inerentes ao debate, transmitindo também dados relevantes sobre a actividade da ovinicultura na região. Idílio Neto, da DRAPC, abordou a problemática da gestão de efluentes das explorações de ovinos de leite, salientando a
necessidade dos produtores terem a actividade pecuária licenciada e fazerem um armazenamento e aplicação adequados do estrume e do chorume, como excelente adubo natural. Por sua vez António Arlindo, chefe da divisão de Desenvolvimento Rural, apresentou o processo de reconhecimento e perspectivas de apoio às organizações de produtores, para que estes implementem boas práticas agrícolas e consequentemente possam escoar o produto no mercado. Na sessão Carla Moreira, da ADD, apresentou a temática da “Bolsa de Terras”, cujo objectivo é facilitar o acesso à terra através da sua disponibilização, sobretudo quando as mesmas não são utilizadas. Os princípios gerais da Reforma da PAC – Política de Agrícola Comum também foram apresentados pela equipa técnica do PROSE da DRAP, sendo explanadas as novas regras que entrarão em vigor no dia 1 de Janeiro de 2015. Portugal chegará a 2020 com uma ajuda média por hectare de 200 euros, o que representa 14 euros a mais do que vigora actualmente. À apresentação destas matérias seguiu-se um período de debate, esclarecimentos e partilha de ideias entre os técnicos e os participantes.
Ano X - N.º 214 Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), jla.viseu@gmail.com | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda. Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Helena Antunes Opinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320 Fax: 232461614 - E-mail: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS - Inscrição nº 124546 Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada Administração José Luís Araújo Sede Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores - Telf. 232 422 364 | E-mail: ajsapinto@mail.telepac.pt | Marzovelos - Viseu Tiragem média Versão Digital: 73000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores
36
www.gazetarural.com
BREVES No próximo dia 13 de Dezembro
Lourinhã recebe Congresso Local sobre Património Cultural Imaterial
Assente nas expressões culturais e tradições de um grupo de indivíduos, o património imaterial será tema de um congresso que decorrerá na Lourinhã, no próximo dia 13 de Dezembro, no auditório da Associação Musical e Artística Lourinhanense. Aberta ao público em geral, esta iniciativa pretende dar a conhecer o trabalho de recolha de património cultural imaterial efectuado pelos alunos das escolas do ensino básico e secundário do concelho, que incidiu no domínio dos Saberes e Ofícios Tradicionais, das Tradições Orais e das Tradições Festivas. A dinamização do projecto - Recolha do Património Cultural Imaterial Concelhio – e a realização do congresso são da responsabilidade do Município e do Museu da Lourinhã, em parceria com os Agrupamentos de Escolas da Lourinhã e D. Lourenço Vicente. O projecto envolveu os jovens alunos na recolha e registo de expressões orais (contos, cantos, lendas, adivinhas, provérbios e outras) de rituais e festas, bem como de conhecimentos e modos de fazer enraizados no quotidiano das populações. Para tal os jovens contaram com o precioso apoio dos seus professores, bem como dos familiares, amigos e vizinhos que, com os seus testemunhos, permitiram que mais uma parte do património local seja preservado e divulgado. Desenvolvida no último ano lectivo, esta tarefa teve por base a aplicação do Kit de Recolha PCI, disponibilizado pelo IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, e direccionado a alunos do 2.º e 3.º ciclos. O objectivo do kit é o de uniformizar o trabalho de recolha, reunindo e documentando relatos e tradições a nível nacional. Durante o congresso será dado a conhecer todo o projecto de Recolha do Património Imaterial Concelhio e o inventário online - uma publicação que reunirá, de uma forma organizada, todo o trabalho desenvolvido. O site do Município da Lourinhã alojará esta ferramenta, potenciadora do reforço da identidade colectiva local, permitindo assim uma mais ampla divulgação e fruição deste património por parte da comunidade. Às escolas e aos alunos participantes será lançado o repto para que o trabalho de recolha e registo do património imaterial local tenha continuidade no próximo ano. No final do congresso será ainda divulgado o resultado do desafio, lançado às escolas da região, para a construção do e-book Identidade(s) – uma antologia de contos e poemas dos jovens do oeste, que estará disponível na plataforma Escrytos da editora Leya.
Academia de Música de Lagos - Actividades Concerto de Natal: Quarteto de Cordas da Academia Inserido na estrutura financiada pela dgARTES/Secretaria de Estado da Cultura, projecto CA13 - Concertos da Academia 2013, a Academia de Música de Lagos, com o apoio da Câmara de Lagos, apresenta o dia 21 de Dezembro, pelas 21,30 Horas, no Centro Cultural de Lagos, o Quarteto de Cordas da Academia, com João Pedro Cunha (violino), Oxana Temniakova (violino), Gina Grigore (viola d’arco) e Sunita Mamtani (violoncelo), num concerto dedicado aos compositores da Alemanha e da Áustria. Concerto de Fim-de-Ano: Canto e Piano, com Ângela Silva e João Luís Rosa Inserido na estrutura financiada pela dgARTES/Secretaria de Estado da Cultura, projecto CA13 - Concertos da Academia 2013, a Academia de Música de Lagos, com o apoio da Câmara Municipal de Lagos, apresenta no dia 28 de Dezembro, pelas 21,30 Horas, no Centro Cultural de Lagos, um concerto para Canto e Piano, com Ângela Silva (canto) e João Luís Rosa (piano). Este concerto faz parte do projecto Itinerâncias pela Europa onde, nesta data, será da especial atenção aos compositores dos Cárpatos e Eslávia.
A partir do dia 9 do mês de Dezembro
ACOS ministra formação em “Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos” A ACOS – Agricultores do Sul vai promover em Beja, a partir de 9 de Dezembro, uma acção de formação sobre “Aplicação de produtos Fitofarmacêuticos” em horário pós-laboral. A acção, com duração de 50 horas, é destinada a todas as pessoas que aplicam produtos fitofarmacêuticos, como agricultores e prestadores de serviços nesta área. A habilitação em aplicação de produtos fitofarmacêuticos, obrigatória de acordo com a Lei nº 26/2013, de 11 de Abril, confere Cartão de Aplicador. Os cursos são homologados pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAPAL). Os interessados em participar nesta acção de formação deverão enviar a sua inscrição para formacao@acos.pt ou entregá-la directamente no Departamento de Formação Profissional da ACOS, na Rua Cidade de S. Paulo, em Beja. Para mais informações os interessados poderão ligar para o telefone 284 310 350. www.gazetarural.com
37
Para ajudar comércio local
Município de Sernancelhe organiza Feira de Natal Fernando Correia Marques é o artista cabeça de cartaz da Feira de Natal, que decorrerá no Expo Salão de Sernancelhe, de 13 a 15 de Dezembro. A iniciativa, organizada pelo Município de Sernancelhe, acontece pelo segundo ano consecutivo, e tem como principal objectivo impulsionar o comércio local e regional, proporcionando a dezenas de retalhistas uma oportunidade única de se mostrarem e comercializarem os seus produtos, já que centenas de pessoas, e também muitos emigrantes, estão de visita a Sernancelhe nesta altura do ano. A poucos dias da quadra natalícia, o Expo Salão recebe perto de meia centena de expositores, na sua maioria do concelho de Sernancelhe. Realizar bons negócios, contrariar os tempos de crise que vivemos e obter retorno da actividade comercial é o que todos procurarão, ajudando para isso preços convidativos e promoções únicas. Durante os dias da Feira de Natal em Sernancelhe, que funciona entre as 10 às 23 horas, estarão à venda electrodomésticos, roupa e calçado, vinhos e azeite, gastronomia, ourivesaria, artesanato, decoração, bacalhau, bijuteria, cabazes, brindes, livros, flores e arte. Divertimento e muita animação não faltarão no Expo Salão, estando garantida a presença de ranchos folclóricos e tocadores de concertina, mas também o reconhecido artista Fernando Correia Marques, no dia 14 de Dezembro, a partir das 21 horas. Com serviço permanente de restaurante e bar, a gastronomia local está igualmente assegurada, podendo desfrutar das iguarias que são menu requintado na “Terra da Castanha”. A entrada custa 1 Euro.
Concessionรกrio Morada Contactos Site