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Director: José Luís Araújo | N.º 220 | 15 de Março de 2014 | Preço 2,00 Euros
Produtores UNI-VOS! Há preocupação nos produtores de queijo sobre o momento actual do sector na região da Serra da Estrela
Sumário 04 Confraria promove I Concurso de Doçaria de Amên-
15 Oleiros promove I Jornadas do Vinho Callum
05 “Chegou a altura de todo o sector do queijo Serra da
tica
doa
Estrela se unir”, alerta dirigente da ANCOSE
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Oliveira do Hospital espera vender cinco toneladas de queijo Serra da Estrela
08 Ferreira do Alentejo promove Março, mês do Azeite 09 Montemor-o-Velho debate “Arroz Carolino” 10 Festival Gastronómico Ibérico com vista para o Tejo
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Vinhos do Tejo relançam projecto da rota enoturís-
19 Braga recebe I Feira do Vinho Verde 21 Aplicação alerta por SMS para doenças e pragas da castanha 22 Novos agricultores trocam a enxada pelo tablet 25
Falta de prevenção e incapacidade política preocupam especialistas
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Lourinhã recebe IIII Quinzena Gastronómicaca da Aguardente DOC
28 Franceses conheceram trabalho executado pela CAULE
12 IX Semana Florestal de Castro Daire para sensibilizar
29 Novo seguro de colheitas já está disponível
população
13 Concurso Nacional de Raça Holstein Frísia é novidade
35 Município de Nelas requalifica Caldas da Felgueira
na XLVII AGRO
36 XXXI Ovibeja mostra Terra Fértil
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37 Feira Nacional do Mirtilo tem inscrições abertas para expositores
Faculdade de Medicina do Porto realiza ensaio para testar vinho sem sulfitos
Diz a produtora da Queijaria Lameiras
“Em breve pode não haver leite para a produção de queijo Serra da Estrela”
É mais um alerta. “Em breve pode não haver leite para a produção de queijo Serra da Estrela”. Quem o diz é Ana Paula Lameira, produtora da queijaria com o seu sobrenome em Oliveira do Hospital. “Os espanhóis começaram a mandar para cá leite muito barato e ‘deitaram abaixo’ os pequenos pastores, que tinham bom leite, porque o preço foi caindo de 90 para 60 cêntimos, o litro”, diz Ana Paula Lameira, adiantando que, entretanto, “o preço subiu e já não há pastores da região a produzir”. Com um rebanho de cerca de centena e meia de cabeças, Ana Paula compra algum leite a familiares, para continuar a produzir queijo Serra da Estrela. A queijeira diz que ainda certifica “para manter o nome e para fazer a diferença entre o queijo Serra da Estrela e o queijo leite espanhol”. Porém, acrescenta, “não vale a pena”, porque “fica muito caro e as despesas são muito grandes”. Ana Paula vive também o problema da continuidade do negócio e é um dos muitos casos que podemos encontrar no sector da produção do queijo na região da Serra da Estrela. Admite, por isso, vir a reduzir o número de cabeças de gado. “Vou reduzir o rebanho”, diz a produtora, justificando a sua decisão porque o sogro, agora com 72 anos, deixou de poder “dar uma mãozinha” e os filhos “também não me parece que queiram continuar com isto”.
Resultados são conhecidos a 22 de Março
Confraria promove I Concurso de Doçaria de Amêndoa
A confraria da Amêndoa do Douro Superior organiza e promove o I Concurso de Doçaria de Amêndoa, em Torre de Moncorvo. Estão a concurso três categorias: bolo de chá, bolo de fatia e doce de colher, podendo concorrer todas as pessoas que desejarem, havendo prémio para o primeiro lugar de cada categoria. Os participantes devem entregar a doçaria acompanhada da respectiva receita no Centro de Informação Turística de Torre de Moncorvo, situado na Rua dos Sapateiros. A apreciação dos produtos a concurso ocorrerá no dia 22 Março, no almoço do
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II Capítulo da Confraria da Amêndoa. Esta iniciativa tem como objectivo defender e incrementar a gastronomia com base neste fruto seco tão comum na nossa região. O I Concurso de Doçaria de Amêndoa tem o apoio do Município Torre de Moncorvo, Arte Sabor Douro, Associação de Municípios do Douro Superior, Cooperativa de Produtores de Amêndoa de Torre de Moncorvo, Cooperativa Agrícola de Produtores de Amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro e Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo.
XXIII edição ocorre a 15 e 16 de Março
Oliveira do Hospital espera vender cinco toneladas de queijo Serra da Estrela
Oliveira do Hospital espera receber 20 mil pessoas na festa do queijo Serra da Estrela, que tem lugar a 15 e 16 de Março, e vender cinco toneladas daquele produto. José Carlos Alexandrino, presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, prevê que sejam vendidas “cinco toneladas de queijo Serra da Estrela”, sublinhando que a sua produção é “de qualidade e não de quantidade”. Na XXIII edição da festa que, segundo o autarca, “é a maior do país”, estarão outros produtos associados, como “os enchidos, o mel e doçaria local, assim como a olaria”, de forma a haver “uma defesa genuína do produto regional”. Este ano, a Câmara de Oliveira do Hospital decidiu “trazer a festa para o meio da cidade”, no largo Ribeiro do Amaral, para que os visitantes “conheçam também o comércio da cidade”, disse José Carlos Alexandrino na apresentação da festa. Durante os dois dias do evento, decorrerão também outras actividades, como um concurso de gastronomia, tosquias, fabrico de queijo Serra da Estrela ao vivo e um “show cooking”, em que crianças irão “ajudar a fazer o queijo com as suas próprias
mãos”, explicou o autarca. Todos os anos há um “queijo convidado”, sendo que este ano a festa decidiu “internacionalizar-se”, estando presentes “tipos de queijos produzidos nas Astúrias”, região espanhola, informou. Para José Carlos Alexandrino, a iniciativa é também uma forma de “homenagear os pastores e queijeiras de Oliveira do Hospital que resistem nestes tempos” e que, “sem sábados nem domingos, à chuva e ao sol, criam um produto de excelência”. “O produto poderá vir a extinguir-se”, alertou, afirmando que são precisos “jovens que se dediquem ao queijo Serra da Estrela”. A Câmara quer aproximar os jovens da produção de queijo e, para isso, apela a que estes “aproveitem o quadro comunitário de 2014-2020”, avançando que a autarquia tem “um gabinete de desenvolvimento económico que ajudará a construir projectos” para o concelho. José Carlos Alexandrino sublinhou ainda a necessidade de se fazer “uma feira em Lisboa e outra no Porto”, em conjunto com todos os municípios produtores de queijo Serra da Estrela.
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Uma aposta virada para o futuro
Queijaria Artesanal Paulo Rogério aposta no agro-turismo Paulo Rogério é um dos mais conhecidos e conceituados produtores de queijo Serra da Estrela, com vários prémios a nível nacional e internacional, que vai apostar no agro-turismo, com uma quinta pedagógica, respondendo assim às solicitações que tem tido. Para o efeito, tem um projecto aprovado, a executar este ano, que irá permitir mostrar todo o ciclo de produção do queijo, desde o rebanho no pasto, passando pela produção, até à exposição de utensílios usados na confecção. O projecto, segundo o produtor de Oliveira do Hospital, integra uma sala de provas, um expositor com os prémios ganhos em diferentes concursos de ovelhas e de queijo, assim como utensílios antigos de queijaria. “O projecto pretende atrair turistas, nacionais e estrangeiros, que podem acompanhar o ciclo do queijo, desde os animais no pasto, passando pela ordenha, até ao produto final”, refere Paulo Rogério, que quer “ver se os jovens a mudar a sua mentalidade, incutindo-lhes uma alimentação mais saudável, tendo como um dos elementos o queijo Serra da Estrela”. “Certificação por carolice” Muito se fala da questão da certificação, um processo a merecer reparos, havendo cada vez menos produtores a optarem por colocar o selo que certifica o seu produto como um genuíno queijo Serra da Estrela. Apesar de ser a favor do processo, Paulo Rogério, diz que certifica “mais por carolice e não por interesses económicos”, pois “com a certificação tenho despesas e não obtenho mais-valias, já que o queijo se está a vender ao mesmo preço, seja certificado ou não”. O produtor diz mesmo que “se não houvesse meia dúzia resistentes, que continuam a certificar, acabava-se o queijo Serra da Estrela”. Além disso, “há muita publicidade enganosa”, nomeadamente com a utilização de nomes associados à região, o que “leva o consumidor a ser induzido em erro, porque não é uma marca certificada”, alerta o produtor, que continua a certificar “mais por prestígio e não para ter lucro”. O momento que o país atravessa também afecta os pastores e queijeiros, que vivem com algumas dificuldades, pois o preço do queijo caiu para valores inferiores de há 10 anos. Num ano marcado por muita pluviosidade, a produção de queijo também se ressentiu, já que as ovelhas acabaram por dar menos leite, o que não significa menor qualidade, “bem pelo contrário”, garante Paulo Rogério.
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Alerta Rui Dinis, dirigente da ANCOSE
“Chegou a altura de todo o sector do queijo Serra da Estrela se unir” É um apelo que vem de dentro do sector do Queijo Serra da Estrela. “Chegou a altura das pessoas se juntarem e do sector se unir”. A afirmação é de Rui Dinis, dirigente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE), sobre a actual situação na Região Demarcada de Produção de Queijo Serra da Estrela”. Para aquele dirigente, o estado actual é “responsabilidade de toda a gente”, sustentando que “chegou a altura das pessoas se juntarem, de todo o sector se unir, numa diálogo franco e sério, o que não tem acontecido”. A Ancose, enquanto estrutura da produção, refere o dirigente, “tem feito várias démarches ao longo dos últimos anos nesse sentido, mas andámos quase sempre a falar sozinhos”. Em todo o processo produtivo há situações a corrigir. “Há algumas lacunas legislativas, que são do conhecimento das entidades competentes”, alertadas para esta situação pela Ancose. Rui Dinis diz que “esta é altura certa para alterarmos esta situação, pois o novo quadro comunitário de apoio (ProDeR 14-20) é a última oportunidade em algumas situações que temos que resolver. E se não formos nós a resolver, mais ninguém o faz”, alerta. O dirigente associativo discorda daqueles que dizem que o queijo Serra da Estrela está condenado, alertando, todavia, para a necessidade de se fazer o trabalho de casa em muitos aspetos. “Há uma questão que para nós é essencial e que tem a ver com o marketing e a divulgação, pois é preciso dizer e explicar ao consumidor menos atento o que é o verdadeiro queijo Serra da Estrela. É que hoje todo o queijo que aparece no mercado de forma redonda e com uma tira de pano à volta é queijo da Serra, o que não é verdade”, pois “a maior parte dele, essencialmente da indústria e nós sabemos, nem sequer é produzido com leite proveniente da região”. Rui Dinis diz que “é isso que hoje está em jogo”, alertando para a necessidade de separar “o trigo do joio e dar uma correcta informação ao consumidor”. Além disso, refere, “há lugar para toda a gente no mercado, mas dizer às pessoas que é tudo igual é enganá-las”. Neste quadro, o dirigente da Ancose salienta a importância da união do sector, além de que “as pessoas já perceberam que têm que se entender e o que têm que fazer”, pois “o orgulhosamente sós trouxe-nos até ao estado em que estamos”, refere Rui Dinis, alertando para a necessidade de união face ao novo quadro comunitário, “pois “os apoios vão ser bastantes significativos”, nomeadamente à comercialização e noutras situações, se, alerta, “houver união”. Outra das questões que preocupa os responsáveis do sector é o rejuvenescimento do sector, já que uma boa parte dos produtores, tem idade acima dos 60 anos, com dificuldades no investimento, para além de ser uma região de minifúndio, de pequena propriedade. Todavia, o dirigente da Ancose, apesar do quadro de dificuldades no sector, diz que há também “uma janela de oportunidade”. Para isso, “há que fazer o trabalho de casa e sermos bastante objectivos naquilo que queremos para o sector. Não podemos querer ter tudo”, defende Rui Dinis, sublinhando que “é o mercado que dita as leis, para o qual temos que ser o mais correctos possíveis e não vender gato por lebre”.
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De 28 a 30 de Março
Há novas modalidades de preços na Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa em Baião Como já vem sendo tradição, o município de Baião prepara-se para receber, no último fim-de-semana de Março, os apreciadores do fumeiro e da boa gastronomia portuguesa, em mais uma edição da Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa. Este ano, o evento que decorre de 28 a 30 de Março promoveu ajustamentos na política de preços, de modo a ir de encontro às necessidades dos milhares de visitantes que recebe. Para além de poderem adquirir vários tipos de fumeiro produzido no concelho, os visitantes têm ao seu dispor seis restaurantes. Ali, podem degustar o cozido à portuguesa, o arroz de moira com grelos, entre outros, podendo optar por meia dose (uma pessoa) ou uma dose (duas pessoas). Existe a possibilidade de degustar um menu completo, que inclui entradas, a refeição e sobremesas, ou de optar apenas pela refeição e pagar os complementos à parte (entradas e sobremesa). Desta forma é possível ajustar o preço da refeição às preferências dos consumidores. Mas as alterações promovidas não colocam, no entanto, em causa a excelência do fumeiro baionense, já que todo o processo de produção é acompanhado por técnicos especializados, desde a criação dos suínos, passando pelo abate e pela avaliação das condições sanitárias do local onde são produzidos os enchidos. Todos os produtos são oriundos do concelho, possuindo um sabor genuíno e muito apreciado. A Feira do Fumeiro realiza-se num recinto coberto com as dimensões de 1800 metros quadrados. Estão inscritos 15 produtores, que irão comercializar vários tipos de fumeiro, como salpicão, presunto, linguiça, moira, alheira, farinheira, pá, barriga e cabeça fumada. O certame irá contar com a participação de seis restaurantes, com capacidade para servir 700 pessoas. Estes restaurantes irão confeccionar os “pratos fortes, como Cozido à Portuguesa e Arroz de Moira com Grelos, uma iguaria região. Estarão ainda presentes expositores de produtos tradicionais como a broa de milho, os doces regionais, os citrinos da Pala, o biscoito da Teixeira, os vinhos verdes de Baião, os doces conventuais ou o artesanato.
Marcarão, também, presença, produtores de licores, mel, chocolates, compotas, queijos e pão-de-ló. O surgimento destes produtos deu-se na sequência das anteriores edições dos eventos gastronómicos promovidos pela autarquia baionense, como a Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa e o Festival do Anho Assado e do Arroz do Forno. A animação do evento será assegurada pela presença de grupos de música tradicional, tocadores de concertina e de cantar ao desafio, ranchos folclóricos e bandas musicais. O evento é organizado pela Câmara de Baião e co-financiado pela Cooperativa Dolmen. O certame dispõe ainda de apoios da Câmara de Resende e da Refer.
Com a realização de vários eventos
Ferreira do Alentejo promove “Março, mês do Azeite”
A Câmara de Ferreira do Alentejo promove, mais uma vez, a iniciativa Março mês do Azeite. Durante o corrente mês, os agentes económicos do concelho, nomeadamente os relacionados com a restauração e alojamento, conjuntamente, com a autarquia de Ferreira do Alentejo, envidaram esforços no sentido de divulgar e dignificar o azeite, um dos melhores produtos locais. Nos restaurantes introduzir-se-á e reproduzir-se-á o receituário tradicional alentejano onde o ingrediente rei - o azeite - estará sempre presente. Nas pastelarias, os clientes poderão degustar, para além da doçaria tradicional, torradas regadas com azeite. Ao longo do mês realizar-se-ão ainda alguns workshops, 8
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como um curso de iniciação à prova de azeite, como fazer sabão tradicional à base de azeite ou biscoitos de azeite. Na realização destes eventos, a autarquia conta com o apoio dos restaurante “Chico” e “Sabores com Memória” que acolherão os workshops e ainda com a Câmara de Mirandela, que se predispôs a realizar, no Museu Municipal, um workshop sobre como fazer sabão tradicional à base de azeite. Realizar-se-á ainda um passeio guiado à quinta de São Vicente, mais-valia patrimonial do concelho e local onde está sediado um dos mais emblemáticos lagares de Ferreira do Alentejo. Esta visita, organizada pelo ‘find Ferreira with us’, conta ainda com a colaboração da empresa Taifas e da Câmara de Ferreira do Alentejo.
No âmbito do Festival do Arroz e da Lampreia
“Em Defesa do Arroz Carolino” é tema de conferência em Montemor-o-Velho Vai decorrer no próximo dia 22 de Março, incluída no programa do Festival do Arroz e da Lampreia de Montemor-o-Velho, a conferência “Em Defesa do Arroz Carolino”, que vai juntar produtores, distribuição e indústria para debater questões relacionadas com aquele cereal. O evento é promovido pela Câmara de Montemor-o-Velho, em colaboração com a Liga dos Amigos dos Campos do Mondego, Associação dos Agricultores do Baixo Mondego, Cooperativa Agrícola de Montemor-o-Velho e Casa do Arroz, uma organização do sector produtivo que Jorge Camarneiro, vereador da autarquia de Montemor-o-Velho, pretende que se constitua como “grande embaixador” da promoção do arroz do Vale do Mondego.
vende em quantidade no mercado”, frisou. O autarca sublinhou o “esforço” da Câmara de Montemor-o-Velho em “recolocar a agricultura no eixo central da vida do Vale do Mondego”, aludindo à conferência “Em Defesa do Arroz Carolino”.
Arroz do Mondego tem de se distinguir pela qualidade A autarquia de Montemor-o-Velho defende que o arroz carolino do Vale do Mondego “tem de se distinguir e afirmar pela qualidade. É preciso que as pessoas venham cá, não por ser barato, mas por ser melhor”, afirma o vereador da autarquia de Montemor-o-Velho. Jorge Camarneiro adiantou que o arroz que se produz no Baixo Mondego “é o rosto da agricultura de qualidade” da região, destacando a aposta da autarquia na promoção daquele produto endógeno. “Hoje já tivemos oportunidade de saber que o que espera esta gente é a redução dos apoios à produção. Esperamos que as pessoas estejam disponíveis para pagar um pouco mais pelo arroz carolino do que aquilo que se
Festival do Arroz e da Lampreia decorre até 23 de Março
Montemor-o-Velho “exalta” sabores do campo e do rio Até 23 de Março a vila de Montemor-o-Velho junta à mesma mesa o genuíno arroz carolino do Baixo Mondego e a intensa lampreia pescada no rio Mondego para protagonizarem uma renovada edição do Festival do Arroz e da Lampreia, agora também com os sabores do campo e do rio. Este ano, o Festival retorna ao centro de Montemor-o-Velho, com vista para o imponente Castelo, e, numa viagem apurada de sabores e emoções, promete divulgar e promover duas das atividades mais singulares da região: a orizicultura e a pesca da lampreia. Durante 10 dias, Montemor-o-Velho é palco de uma exaltação dos sabores do campo e do rio, com o arroz carolino do Baixo Mondego e a lampreia do Mondego a desempenharem o papel de protagonistas, condimentados com outros sabores característicos e diferenciadores da região, como as hortícolas, o sável ou a tentadora doçaria regional. O menu, de fazer soltar água na boca e capaz de deixar qualquer amante da boa cozinha de olhos em bico, está pleno de pratos típicos da região, numa homenagem à memória e identidade das gentes do Baixo Mondego. Com o arroz carolino do Vale do Mondego como denominador comum, o tradicional arroz de lampreia é cabeça de cartaz. Mas, nesta terra de História, o ciclóstomo é reinventado e pode deliciar-se com pratos como
o pastel de lampreia ou a lampreia panada. O arroz de cabidela, sarrabulho ou arroz de pato, típicos da região, vão testar os palatos mais apurados. As tentações moram mesmo ao lado com os doces da região, do reconfortante arroz doce, às cobiçadas queijadas de Pereira, passando pelas singulares espigas doces, sem esquecer os maravilhosos pastéis de Tentúgal. Para além da mostra gastronómica nos restaurantes e nas tasquinhas, o Festival do Arroz e da Lampreia, dos sabores do campo e do rio, vai contar ainda com momentos de animação cultural, com uma mostra de artesanato do concelho, com postos de venda do arroz carolino produzido no Baixo Mondego e com um fresco mercadinho de hortícolas. Com o regresso ao centro histórico da vila de Montemor-o-Velho, o Festival, que é já uma referência na agenda gastronómica nacional, promete programa ainda mais apurado e revigorado, de forma a promover o património do concelho, incentivar o comércio local e conquistar um maior envolvimento junto da população. De 14 a 23 de Março todos os caminhos vão levar os amantes da enigmática lampreia e do versátil arroz carolino a Montemor-o-Velho. A festa dos sabores promete ser de arromba, com o castelo como cenário para uma viagem pela gastronomia tradicional. De chorar por mais. www.gazetarural.com
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Em 57 restaurantes nos dois lados da fronteira
Festival Gastronómico Ibérico com vista para o Tejo A plataforma associativa ibérica Tajo/Tejo Vivo está a realizar um festival gastronómico nos restaurantes portugueses e espanhóis situados em territórios junto ao rio Tejo, com o objectivo de promover a gastronomia e os produtos ribeirinhos, anunciou a organização. O Festival Gastronómico Ibérico decorre ao longo deste mês de Março, envolvendo os mais de 50 estabelecimentos de restauração ribeirinhos dos dois países que se associaram ao evento, para além de produtores de vinho, de azeite, enchidos e fumeiro, entre outros, numa acção integrada no projecto ibérico Tajo/Tejo Vivo e em que participam seis Associações de Desenvolvimento Local (ADL) portuguesas e onze espanholas. Pedro Saraiva, técnico coordenador da Tagus – Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior -, com sede em Abrantes e chefe de fila das associações nacionais, adiantou que a actividade surge no âmbito do projecto Tajo/Tejo Vivo e onde se pretende “afirmar uma valorização e promoção, não só da gastronomia associada ao rio, como também a tipicidade das regiões junto ao Tejo e os seus produtos, incentivando ao consumo dos mesmos”. “Por outro lado”, continuou, “o objectivo é também estimular o trabalho em rede a nível Ibérico dos restaurantes, dos produtores e das ADL parceiras neste projecto de cooperação”. Pimientos de piquillo rellenos de boletos com crema de morcilla, ensalada de hiros, revuelto de morcilla conpiñones, solomillo e presa ibérica, são alguns dos pratos castelhanos integrados na oferta em território espanhol. Já no território nacional, a restauração terá em destaque os maranhos, bucho, cabrito assado, ensopado de borrego, sopa de peixe do rio, pratos de sável, fataça, achigã, enguias, lúcio, lampreia e pratos de caça, a que também se juntam açordas, migas e cozinha fervida. O Tajo/Tejo Vivo abrange municípios desde Castilla (Espanha) ao Ribatejo (Portugal) e este primeiro Festival Gastronómico vai
decorrer em 57 restaurantes localizados em Talavera, Sierra de San Vicente y la Jara, Castilla la Mancha (Espanha), Raia Centro Sul, Pinhal Interior, Sor e Ribatejo (Portugal). Pedro Saraiva disse ainda que neste festival os produtores de vinho, azeite e enchidos “serão também desafiados a realizar provas dos seus produtos e visitas guiadas a instalações, vinhas e olivais”. Segundo adiantou aquele gestor, a plataforma associativa quer criar, entre outras ideias, uma “rota turística integradora”, tendo anunciado que entre os dias 14 e 28 de Junho vai decorrer um “passeio transnacional” em bicicleta todo o terreno (BTT) com uma distância de 1200 quilómetros, num percurso que irá ser operacionalizado entre a nascente e a foz do rio Tejo. O Tajo/Tejo Vivo é um projecto de cooperação ibérica, apoiado pela abordagem LEADER, do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR), e envolve dezoito entidades portuguesas e espanholas.
“Sabores da Lampreia” de 21 a 23 de Março
Lampreia é ‘prato de excelência’ em Valença
A Lampreia de Valença é um prato de excelência, que está em destaque em 24 restaurantes valencianos, durante os meses de Fevereiro e Março. Em Valença será possível saborear as múltiplas formas de confeccionar artesanalmente e apresentar o prato rei desta temporada, numa aposta forte de 24 unidades de restauração locais. 10
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Esta campanha promove os sabores genuínos da lampreia do rio Minho, considerada a melhor do mundo. Este é um convite irresistível para desfrutar dos deliciosos sabores deste ciclóstomo, um prato que se ama ou odeia, uma experiência gustativa única. Pescada artesanalmente, nas comunidades de pescadores locais, é confeccionada nas unidades de restauração locais que apuram segredos seculares da arte de a confeccionar e apresentar. Esta é, também, uma oportunidade, para (re)descobrir os encantos de Valença, numa época repleta de animação cultural e recreativa. Ponto alto na animação, destes dois meses, serão os “Sabores da Lampreia”, a maior mostra gastronómica da região, que decorrerá entre 21 e 23 de Março, na comunidade piscatória valenciana de São Pedro da Torre. Ao longo destes dois meses quem se deslocar a Valença saborear a lampreia terá oportunidade de desfrutar de um amplo cartaz de actividades culturais e de lazer complementar. A iniciativa é da Câmara de Valença e da ADRIMINHO. Para Jorge Salgueiro Mendes “Valença é um destino gastronómico de excelência, para quem gosta de comer bem. Na época da lampreia já são tradicionais as romarias de apreciadores deste prato que não dispensam uma visita aos restaurantes de Valença para a degustar”.
A realizar de 11 a 13 de Abril em Valpaços
Organização da Feira do Folar reuniu com produtores A organização da próxima Feira do Folar de Valpaços, a realizar de 11 a 13 de Abril, reuniu com os produtores que se inscreveram no certame, a fim de delinear estratégias para que o evento continue a primar pela qualidade e a alcançar o sucesso de anos anteriores. Numa reunião orientada pelo presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, fizeram-se várias recomendações para que se possa garantir a qualidade e o sucesso do maior evento gastronómico realizado no interior norte do país. Acompanhado pela vereadora da Cultura, responsável pelos mercados e feiras, Teresa Pavão, e pela equipa da autarquia empenhada na organização do certame, Amílcar Almeida alertou para o cuidado da imagem e decoração e, sobretudo, para a qualidade dos produtos vendidos no certame. “O sucesso desta feira atingiu esta dimensão pelo que vocês fizeram, pela qualidade dos vossos produtos”, disse, enaltecendo o esforço feito pela autarquia, “não só financeiro como de recursos humanos em prol do desenvolvimento da economia local”. Na mesma linha de anos anteriores, só serão permitidos no certame produtos do concelho de Valpaços. Amílcar Almeida salientou, ainda, o empenho do executivo na defesa e promoção dos produtos do concelho, como são exemplo a participação no 15º Xantar – Salão Internacional de Gastronomia e Vinhos, que decorreu em Ourense, no início do mês de Fevereiro, no Portugal DOP – Roteiro de Saberes e Sabores – que decorreu de 20 a 23 de Fevereiro na Exponor – Feira Internacional do Porto, e, ainda, a presença no mês de Março na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorreu na FIL - Feira Internacional de Lisboa, foi divulgada a XVI Feira do Folar de Valpaços. “Trata-se de um investimento da autarquia tendo em vista o abrir de novas portas para a comercialização dos nossos produtos e a Feira do Folar é sempre um evento de referência. Somos os verdadeiros embaixadores da qualidade dos nossos produtos”, garantiu o edil valpacense.
Entre os dias 20 e 30 de Março
Lourinhã recebe III Quinzena Gastronómicaca da Aguardente DOC A única aguardente de denominação de origem, produzida em solo português, vai proporcionar, de 20 a 30 de Março, uma experiência singular, com a realização da terceira edição da Quinzena Gastronómica da Aguardente DOC Lourinhã. Os dezoito estabelecimentos participantes, representantes da área geográfica da região demarcada, lançaram mãos à obra e idealizaram um leque de pratos inovadores, que constituem um verdadeiro convite à degustação. Ao longo da iniciativa, os restaurantes participantes recebem a visita dos confrades da Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação, que vão proporcionar aos comensais breves notas informativas sobre a aguardente, com a oferta de pequenas garrafas desta bebida. A par
da gastronomia, o programa do evento abrange, ainda, o Dia Aberto da Aguardente DOC Lourinhã, que tem lugar a 22 de Março, nas instalações da Adega Cooperativa da Lourinhã (ACL). A iniciativa tem início agendado para as 16 horas, compreendendo visitas guiadas com provas de aguardente envelhecida, em vários tipos de madeira, comentadas pela enóloga Sara Canas. As participações são gratuitas mediante inscrição prévia. Durante o Dia Aberto serão sorteados (de entre os talões entregues aos participantes) vouchers de refeições a utilizar nos restaurantes aderentes. O evento conta, uma vez mais com a organização do Município da Lourinhã e o apoio da Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa. www.gazetarural.com
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Em Castro Daire de 17 a 21 de Março
IX Semana Florestal para sensibilizar população e comunidade escolar A Câmara Castro Daire vai promover, de 17 a 21 de Março, a IX Semana Florestal, onde se vão realizar varias acções, com o objectivo de sensibilizar a comunidade escolar e a população em geral para a defesa da floresta e destacar o seu interesse económico para a região. A abertura da Semana Florestal decorrerá no dia 17 de Março, no Auditório do Centro Municipal de Cultura, com um encontro distrital de Técnicos dos Gabinetes Florestais das autarquias. No dia seguinte haverá um workshop sobre Floresta e Protecção Civil, dirigido aos alunos do primeiro ciclo do agrupamento de escolas de Castro Daire, onde se fará uma abordagem sobre as medidas de autoprotecção a adoptar para os principais riscos existentes no concelho. No dia 19 de Março decorrerá a plantação de espécies autóctones e aromáticas, na EB2,3, na EBI de Mões e na Escola Secundária de Castro Daire, com a participação dos alunos daquelas escolas. Dirigido aos alunos do pré-escolar do agrupamento de escolas de Castro Daire, terá lugar no dia 20 de Março, o espectáculo músico-teatral “O Tobias e o autotanque”, onde se fará 12
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uma sensibilização para a forma de agir correctamente perante uma situação de incêndio na escola, tendo em conta três linhas de orientação: Prevenir, Planear e Socorrer. No dia 21 de Março será o encerramento da Semana Florestal de Castro Daire com o IX Seminário “Floresta Sem Fronteiras no Montemuro e Paiva”, onde serão abordados temas relacionados com a floresta, a agricultura e a apicultura. A realização de todas estas acções tem como objectivo obter por um lado a sensibilização de todos os participantes para a importância dos espaços florestais na multiplicidade dos seus usos e funções e para a responsabilidade colectiva na sua protecção e valorização, através de um melhor conhecimento do que é a floresta. Por outro obter também a sensibilização dos jovens para as mais correctas práticas ambientais, apontando para a importância da floresta e sua preservação. Apostando desta forma numa faixa etária que está em formação e por isso mais “vulnerável” à aprendizagem, esta iniciativa remeterá um conjunto de práticas que, com certeza, serão interiorizadas por todos.
Em Braga de 27 a 30 Março
Concurso Nacional de Raça Holstein Frísia é novidade na XLVII AGRO
O Parque de Exposições de Braga vai ser palco, de 27 e 30 de Março, da XLVII AGRO - Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, certame que continua a apoiar as fileiras mais representativas do sector primário, apostando na divulgação do evento, mas também com a realização de novas acções atractivas para um público diversificado. O certame é organizado pela InvestBraga - Agência para a Dinamização Económica, E.M. A edição 2014 conta com um marcante factor de atractividade. Assim, pela primeira vez na história da AGRO, o certame acolherá o Concurso Nacional de Raça Holstein Frísia, evento de relevância assinalável a nível nacional, nomeadamente no sector profissional. A administração da InvestBraga, representada pelo seu Administrador Executivo, Humberto Ferreira Carlos, chegou a acordo com a Associação Portuguesa de Criadores de Raça Frísia (APCRF), representada pelo seu presidente, Carlos Diogo, para a realização do Concurso Nacional de Raça Holstein Frísia (Vacas Leiteiras) nesta edição da AGRO. Será a primeira vez que este importante evento da fileira do leite, se não mesmo o mais importante, se realizará em Braga. Recorde-se que as 33 edições anteriores deste Concurso nacional realizaram-se, sempre, em Aveiro, inicialmente na Agro Vouga e posteriormente na Frilac. A deslocação deste concurso de Aveiro para Braga demonstra o forte envolvimento da InvestBraga no papel da AGRO na dinamização do sector agrícola. Com este concurso é reforçado o envolvimento deste importante certame na dinamização do sector primário e elevado o nível da Feira, cujo cariz é, cada vez mais, internacional. Além disso, a AGRO reforça a sua integração na elite de feiras representadas na UFI - União de Feiras Internacionais e na Eurasco - Federação Europeia de Feiras Agrícolas. A realização deste Concurso fará com que o número de animais permanentemente em exposição triplique em relação a 2013 e se aproxime
das duas centenas. Simultaneamente, espera-se uma maior afluência de profissionais à Feira, sobretudo de locais mais distantes do país e da Galiza. Estima-se que dos Açores marcará presença uma delegação superior a 200 pessoas, sobretudo com o intuito de assistir ao Concurso Nacional, que decorrerá nos dias 29 e 30 de Março, sendo que no dia 29, o certame contará com transmissão televisiva pela RTP 1, integrada no programa ‘Aqui Portugal’. Saliente-se que a realização deste Concurso Nacional de Vacas Leiteiras constitui um passo fundamental para a futura realização de um Concurso Luso-Galaico, numa das próximas edições da AGRO.
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Vinhos foram preparados por uma empresa produtora de Carregal do Sal
Faculdade de Medicina do Porto realiza ensaio clínico para testar vinho sem sulfitos
A Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) iniciou um ensaio clínico para testar os efeitos do vinho sem sulfitos, mas com adição de uma substância presente no marisco, na expectativa de não provocar alergias. Usados no processo de vinificação para evitar a propagação de bactérias e a oxidação, os sulfitos podem causar dores 14
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de cabeça, náuseas, irritações gástricas e dificuldades respiratórias, que se manifestam mais em pacientes asmáticos. Os sulfitos serão substituídos por um composto (quitosano) obtido através da casca dos mariscos e de alguns fungos com propriedades antimicrobianas e antioxidantes. Sabendo que algumas pessoas são intolerantes aos sulfitos presentes no vinho,
“a Universidade de Aveiro criou uma alternativa inovadora que permite substituir os sulfitos por um ingrediente natural, extraído da casca de mariscos, um polissacarídeo denominado de quitosano. Mas isso não vai causar problemas às muitas pessoas com alergia ao marisco? É para dar uma resposta cabal a esta questão que se vai realizar este estudo”, salientou o coordenador do ensaio clínico, André Moreira. “O objectivo do nosso trabalho é demonstrar a segurança do consumo de um vinho produzido com a utilização do quitosano em doentes alérgicos ao marisco. O receio da reacção alérgica não tem nenhuma plausibilidade biológica que o justifique, mas são necessários estudos de segurança para comprovar aquilo que é uma evidência biológica e científica”, sublinhou o investigador. O ensaio é dirigido aos pacientes que são seguidos na consulta externa de Imunoalergologia do Centro Hospitalar São João. “Pretendemos recrutar 20 adultos com diagnóstico de alergia grave ao marisco para testarmos os efeitos deste vinho sobre o seu sistema imunológico. A nossa expectativa é que os pacientes não apresentem qualquer sintoma alérgico, uma vez que, embora o composto (quitosano) que substitui os sulfitos possa ser proveniente de casca de crustáceos, não contém as proteínas causadoras da alergia”, frisou André Moreira. O ensaio será conduzido por médicos alergologistas da FMUP nas instalações do Serviço e Laboratório de Imunologia desta Faculdade e no Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de São João. Depois de informados, os voluntários vão realizar testes cutâneos por picada para avaliar a reacção ao vinho (com e sem quitosano). Posteriormente, ser-lhes-á pedido que ingiram pequenas doses de vinho, com intervalos de 15 minutos. Os testes serão apresentados como positivo (existência de sinais alérgicos) ou negativo (inexistência de sinais alérgicos). “O ensaio cumpre todos os protocolos de segurança e os voluntários estarão sempre a ser supervisionados por uma equipa médica experiente”, disse o investigador. Os responsáveis pela investigação consideram que “esta tecnologia poderá revolucionar o processo de vinificação sem acarretar mais custos nem alterar as práticas enológicas comuns a todas as adegas”. Os vinhos foram preparados por uma empresa produtora de Carregal do Sal.
No arranque do VI Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho
Oleiros promove I Jornadas do Vinho Callum O arranque do VI Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho, que terá início a 12 de Abril, vai ficar marcado pela realização das primeiras Jornadas do Vinho Callum. Como se sabe, este vinho exclusivo de Oleiros é um acompanhante de excelência da especialidade oleirense em destaque no Festival, pelo que as duas iniciativas da Câmara de Oleiros vêm dar continuidade a uma estratégia de valorização dos produtos endógenos. Através da sensibilização e do estímulo aos produtores, as Jornadas pretendem garantir a protecção da casta Callum e do vinho que esta origina, evitando que se percam. A ideia passa por apelar e motivar, através de esclarecimentos bastante concretos, para a “preservação de um património ancestral herdado que urge legar às gerações futuras”. Em plena celebração do Ano Internacional da Agricultura Familiar, o objectivo da iniciativa passa assim por elucidar os agricultores sobre a estratégia a seguir, técnicas vitivinícolas mais adequadas, legislação aplicável, apoios existentes e perspectivas
para o futuro, entre outros assuntos relevantes para este nicho de mercado local. Com estas Jornadas, pretende-se também potenciar uma produção uniforme e apostada na qualidade, garantindo um adequado posicionamento do Vinho Callum. Por outro lado, o encontro tem como objectivo o fomento do número de vitivinicultores dedicados a este vinho histórico em Oleiros, aumentando o volume de produção no concelho. Confirmada está já a presença de alguns dos maiores especialistas na matéria, oriundos de vários pontos do país, os quais potenciarão um debate de ideias que se perspectiva bastante interessante. Para além de um momento destinado à degustação de algumas amostras locais, haverá ainda espaço para conhecer outros casos similares existentes pelo país e a estratégia de desenvolvimento seguida em cada um deles. Por todos os motivos, este será certamente um acontecimento a não perder e o pontapé de saída para uma eficaz valorização do Vinho Callum de Oleiros.
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Notoriedade e afirmação do evento no calendário europeu são reforçadas
“Essência do Vinho – Porto” recebeu 22% de visitantes estrangeiros
A edição 2014 do “Essência do Vinho – Porto” registou uma afluência semelhante à da anterior edição, na ordem das 23.200 pessoas, com a particularidade de 22% serem estrangeiros, o que significa um acréscimo de 5% de públicos internacionais face a 2013. A maioria dos visitantes estrangeiros foi oriunda de Espanha, Reino Unido e Norte da Europa. “Estamos muito satisfeitos por nos termos mantido acima dos 23.000 visitantes e em particular por termos aumentado o índice de visitação estrangeira. Estamos claramente a beneficiar com a maior procura turística que a cidade do Porto tem vindo a acentuar, mas é o próprio evento que também motiva muitas visitas, sobretudo de profissionais e líderes de opinião. Sendo uma iniciativa que desde a primeira hora dirigiu-se a profissionais e consumidores, o “Essência do Vinho – Porto” é hoje também uma montra a nível europeu, que atrai cada vez mais curiosos, especialistas e importadores estrangeiros”, realça Nuno Botelho, director da EV – Essência do Vinho. “A notoriedade do evento fica ainda demonstrada no aumento de profissionais de comunicação social credenciados - mais de 160 -, não só portugueses como de meios internacionais. Por comparação com o ano anterior verificamos que os dois primeiros dias de evento alcançaram um maior número de visitantes, muito em particular de profissionais. O fim-de-semana foi sobretudo aproveitado por ‘wine lovers’ para conhecerem as mais recentes novidades disponíveis no mercado e para participarem também nas várias provas temáticas do programa”, complementa Nuno Pires, também director da EV – Essência do Vinho.
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Com o apoio de 22 produtores e com a participação,
Vinhos do Tejo relançam projecto da rota enoturística Este é o ano em que o projecto da Rota dos Vinhos do Tejo, que conta com o apoio de 22 produtores da região vitivinícola, vai ser relançado. A estratégia de relançamento do projecto iniciou-se, com a participação, pela primeira vez, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a maior feira nacional do sector. “As previsões do Plano Estratégico Nacional do Turismo 2013-2015 revelaram, no ano transacto, um crescimento anual do enoturismo entre 8 a 10% até 2015. Estes dados contribuíram muito para o aumento da nossa confiança na delineação de uma nova estratégia para a Rota dos Vinhos do Tejo”, explica Giovanni Nigra, presidente da Associação da Rota dos Vinhos do Tejo. Nesse sentido, cinco produtores da Rota dos Vinhos do Tejo (Quinta da Lapa, a Casa Cadaval, a Falua, a Enoport United Wines e a Quinta da Lagoalva de Cima) marcaram presença na BTL com o objectivo de dar a conhecer a profissionais e ao público em geral algumas das melhores unidades de enoturismo da região do Tejo, através de provas de vinhos e do contacto directo com os produtores. A participação na BTL é uma das várias iniciativas que irão ser levadas a cabo pela Rota dos Vinhos do Tejo, no ano do seu relançamento. A Rota é composta por quatro percursos, denominados: o ‘Tesouro do Gótico’, do qual fazem parte sete produtores provenientes de seis sub-regiões vitivinícolas, ‘Touros e Cavalos’, que conta com três produtores e duas sub-regiões, ‘Beira Tejo’, composto por oito produtores de quatro sub-regiões e ‘Tesouro Manuelino’, com quatro produtores pertencentes a três sub-regiões. 18
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Vinhos do Tejo querem continuar a crescer no Brasil em 2014 Os ‘Vinhos do Tejo’ irão relançar este mês o seu plano de promoção para o mercado brasileiro com o objectivo de manter os níveis de crescimento deste mercado, anunciou a Comissão Vitivinícola da Região do Tejo (CVR Tejo). Actualmente, o Brasil é o quarto mercado extracomunitário da Região do Tejo e o segundo mercado de investimento da região, o que explica, assim, o crescimento que tem tido ao nível da exportação, que em 2013 atingiu os 42%. Para conseguir cumprir os objectivos traçados, os Vinhos do Tejo promoveram uma Grande Prova Anual Vinhos do Tejo e procederam ao lançamento do projecto Caravana Vinhos do Tejo. “Os resultados positivos que temos vindo a registar no Brasil estão muito relacionados com os projectos que a região tem vindo a desenvolver e estas duas iniciativas são dois desses exemplos”, explica José Pinto Gaspar, presidente da CVR Tejo. “A tipologia das acções que temos em 2014 para o projecto da Caravana são muito idênticas às de 2013, isto é, continuam a ser focadas no consumidor e na restauração, sendo que este ano haverá uma componente educativa da região para importadores e as acções terão algumas novidades na sua dinâmica, sobretudo em locais por onde a Caravana já tenha passado”, explica o presidente dos Vinhos do Tejo.
Nos dias 16, 17 e 18 Maio
Braga recebe I Feira do Vinho Verde
O Parque de Exposições de Braga vai ser o palco da I Feira do Vinho Verde, que se realizará de 16 a 18 de Maio, evento alicerçado na promoção do Vinho Verde, mas que irá simultaneamente promover a gastronomia e o turismo. O certame é organizado pela InvestBraga - Agência para a Dinamização Económica, EM, mas a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e a Entidade Turismo do Porto e Norte de Portugal estão também associadas ao evento. Do programa da Feira constam conferências, durante as quais, entre outros temas, serão debatidos o mercado interno e externo do Vinho Verde; workshops e tertúlias; acções de formação, onde se incluem cursos de provas; concursos; provas de vinhos e degustações. Durante o certame decorrerá a promoção da etnografia da região do Vinho Verde, e realizar-se-á um encontro de Confrarias, durante o qual terá lugar uma entronização. Recorde-se que o sector de produção dos Vinhos Verdes tem actualmente cerca de 12.000 produtores dispersos por 48 concelhos.
Com várias iniciativas ao longo do ano
Barcelos Cidade do Vinho promove “party” direccionada para público jovem
Uma “wine party” especialmente direccionada para os jovens figura entre as duas dezenas e meia de iniciativas do programa de “Barcelos Cidade do Vinho 2014”, evento que decorrerá ao longo de todo o ano. Segundo o vereador do Turismo na Câmara de Barcelos, Carlos Brito, aquela “party” terá como objectivo “namorar” os mais
novos, dando-lhes a provar o vinho, uma bebida que normalmente não faz parte dos seus hábitos de consumo. O “Barcelos Cidade do Vinho 2014” arrancou com fins-de-semana gastronómicos, em que “reinaram” o galo assado e as papas de sarrabulho, com vinho verde a acompanhar.
Até ao final do ano, haverá toda uma série de outras iniciativas, como tertúlias vínicas, concurso internacional de vinhos e acções de formação sobre vinhos. Será também criado o chamado “passaporte Cidade do Vinho”, que proporcionará descontos. A 29 de Novembro, terá lugar a Gala Cidade do Vinho 2014, em que Barcelos passará o testemunho à cidade escolhida para o ano seguinte. Subjacente a todas as actividades está, como sublinhou o presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, o objectivo de “promover um produto muito importante para a economia do concelho”. O município acredita que o título de capital nacional do vinho “poderá ser um bom ponto de partida para uma aposta bem estruturada no turismo com vocação vitivinícola”, pela “visibilidade” que vai conferir ao concelho e à região. Barcelos tem actualmente uma área de aproximadamente 2.042 hectares de vinha, sendo o maior concelho produtor na região do Cávado. No cômputo dos últimos 10 anos, Barcelos produziu cerca de cinco por cento do total de vinho da região dos vinhos verdes. O concelho possui mais de 15 produtores engarrafadores de pequena e média dimensão. Iniciativa da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, a Cidade do Vinho já teve como “capitais” Palmela, Beja, Viana do Castelo e Vidigueira. www.gazetarural.com
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Produtores poderão inscrever os seus vinhos até 24 de Abril
Concurso Vinhos de Portugal com inscrições abertas Estão abertas as inscrições para o Concurso Vinhos de Portugal e os produtores interessados podem formalizar a sua candidatura até ao dia 24 de Abril. As inscrições realizadas até 31 de Março beneficiam de um desconto de 5 euros por cada vinho a concurso, desde que naquela data o processo esteja totalmente finalizado, ou seja, com a documentação e amostras entregues no CNEMA ou na CVR a que pertence e o comprovativo do pagamento enviado para a Sede da ViniPortugal. Para o Concurso, que terá lugar de 13 a 16 de Maio, no CNEMA, em Santarém, estão convidados a participar os vinhos produzidos em Portugal com direito a Denominação de Origem (DOP) ou Indicação Geográfica (IGP), vinhos espumantes, vinhos licorosos e vinhos de casta e/ou ano de colheita. A ViniPortugal pretende através deste Concurso estimular a produção de vinhos de qualidade e valorizar o nível técnico e comercial dos vinhos portugueses. São igualmente objectivos prioritários projectar internacionalmente a imagem da marca Vinhos de Portugal e dos seus vinhos, dar a conhecer aos consumidores os melhores vinhos produzidos com direito as diversas Denominações de Origem (DOP) e Indicações Geográficas (IGP) e os vinhos de casta e/ou ano de colheita e incentivar o espirito do programa Wine in Moderation, assim como contribuir para a expansão da cultura do vinho em geral, através de iniciativas ligadas aos programas de turismo e gastronomia. As inscrições devem ser formalizadas no sítio www. concursovinhosdeportugal.pt.
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AlertCast está a ser implementada em Viseu e na Guarda
Aplicação alerta por SMS para doenças e pragas da castanha AlertCast está a ser implementada em Viseu e na Guarda e poderá gerar uma poupança de milhares de euros na economia nacional. Cientistas do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, estão a desenvolver uma rede de alertas para a detecção, ou risco elevado, de doenças e pragas nos castanheiros, através de SMS gratuitos. A AlertCast está a ser implementada na Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, em Viseu e na Guarda, e poderá gerar uma poupança de milhares de euros na economia nacional. “Os soutos são afectados por um conjunto de pragas e doenças com repercussões económicas importantes, se não forem controladas atempadamente. As perdas ocorrem quer ao nível da produção, quer ao nível da depreciação do valor da castanha. Só em 2011, a cooperativa parceira do projecto registou um quarto de perdas de produção”, explica a investigadora Teresa Pinto. Para desenvolver a aplicação, a equipa multidisciplinar de cientistas relaciona zonas ecológicas, dados como a meteorologia, o desenvolvimento das árvores (fenologia) e os ciclos biológicos das pragas e doenças do castanheiro. As informações são recolhidas pelos investigadores e por técnicos da cooperativa mas espera-se que, nos próximos anos, sejam os produtores a reunir os dados. “A partir deste conjunto de dados é construída uma matriz de decisão que irá determinar os índices de risco. Dependendo dos valores obtidos para estes índices irá ser desencadeada a emissão de avisos, conforme a incidência e perigosidade, que podem ser preventivos ou correctivos. Vão permitir identificar o problema a combater, os danos e a respectiva luta cultural”, adianta a responsável do CITAB. A investigação incide ainda na identificação do melhor local para implementar uma rede de estações meteorológicas, sistemas de transmissão, armazenamento e processamento de dados e na gestão da informação para gerar os avisos. A AlertCast poderá até prevenir prejuízos de agentes ainda não registados em Portugal, como a vespa do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus), que tem causado perdas avultadas na Europa, sobretudo em Itália, afectando 70% da produção em 2013. Nos últimos meses foi confirmada a presença do insecto na Catalunha e na Cantábria, pelo que se espera que o insecto atinja o território nacional nos próximos anos. Os investigadores do CITAB esperam alargar o AlertCast por toda a área de Denominação de Origem Protegida da Castanha dos Soutos da Lapa até 2020.
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“Agroop” vai ligar os produtores às suas associações
Novos agricultores trocam a enxada pelo tablet
O regresso à terra está a ser feito com gente mais jovem, mas também com novas ferramentas. Uma delas, pensada e desenvolvida por empreendedores portugueses, pretende dar aos novos agricultores um meio mais eficaz para gerir a sua actividade. Chama-se Agroop e é uma plataforma tecnológica que vai ligar os produtores às suas associações, permitindo-lhes comunicar dados em tempo real, solicitar assistência remota, receber alertas climatéricos e de sanidade, quantificar os seus custos e até gerir recursos humanos. Bruno Fonseca, licenciado em ‘design’ gráfico, é um dos três promotores da Agroop, que está a ser desenvolvida na Incubadora TagusPark e que conta com mais três elementos na equipa: um parceiro tecnológico e dois consultores agrónomos. A ideia surgiu quando Bruno Fonseca, que tinha acabado de desenvolver um projecto para um agricultor em Castelo Branco, se apercebeu de que não existia “nenhuma plataforma intuitiva e em português” que ajudasse a gerir recursos e processos agrícolas. “Achámos que podíamos complementar essa lacuna e desenvolver uma aplicação mais ‘user friendly’ (amiga do utilizador) 22
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que permitisse uma comunicação eficiente entre os diversos agentes da cadeia produtiva”, contou o empreendedor. A aplicação permite aos agricultores fazer os registos do caderno de campo digitalmente e elaborar uma estruturação de custos e receitas mais eficaz, explica Bruno Fonseca. A aplicação traz também vantagens às organizações de produtores que “podem ter acesso em tempo real aos dados gerados pelos agricultores, o que lhes permitirá minimizar os custos, evitando a deslocação dos técnicos ao terreno”, acrescenta. Bruno Fonseca exemplificou o funcionamento do sistema num protótipo desenhado para o ‘tablet’. O agricultor começa por se registar e acede a um menu, onde pode adicionar colaboradores, maquinaria, parcelas e culturas, bem como a calendarização da actividade. Pode também pedir ajuda remotamente. “Imagine-se que o agricultor vê um fungo numa planta e não sabe o que é. Pode tirar uma fotografia e mandar para o técnico da associação que poderá aconselhá-lo nos procedimentos mais correctos para combater aquele fungo”, explica o jovem promotor. A aplicação permite também ter uma ideia mais clara sobre
a estrutura de custos de uma determinada actividade. “O nosso ‘software’ produz um gráfico de resultados que vai mostrar o tempo gasto em cada actividade, bem como as despesas. Os agricultores podem chegar à conclusão que a cultura onde estão focados não é rentável e devem procurar novas soluções”, disse o fundador da Agroop. João Preto, um dos consultores agrónomos que está a dar apoio ao projecto, destaca que esta ferramenta será igualmente
importante para melhorar a qualidade, permitindo monitorizar com facilidade a rastreabilidade do produto. E não tem dúvidas quanto à receptividade do mercado: “Há cada vez mais jovens agricultores, há cada vez mais pessoas com outras formações que estão, pelos tempos que correm, a desenvolver actividades mais ligadas à terra. Estas pessoas são mais abertas ao uso de tecnologia e aperceberam-se de que o universo agrícola está cada vez mais global e competitivo, daí a necessidade de uma ferramenta que vai aumentar a sua eficiência e a sua rapidez de comunicação com os ‘players’ do mercado”. Segundo a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, no ano passado eram recebidas, em média, quase 300 candidaturas mensais ao apoio à instalação de jovens agricultores. No futuro, o objectivo é desenvolver esta multiplataforma agrícola. Além da aplicação de gestão de processos e recursos agrícolas, Bruno Fonseca quer desenvolver uma rede social e pedagógica que ajude a esclarecer duvidas e, posteriormente, evoluir para um mercado ‘online’ onde se possam comprar e vender produtos, dirigido a compradores de pequenas, médias e grandes superfícies comerciais que teriam assim acesso “a uma vasta gama de produtos e fornecedores”. O projecto é apoiado pelo Passaporte ao Empreendedorismo e arrancou há sete meses. Os próximos cinco meses, ainda no âmbito deste apoio que se traduz numa bolsa mensal de cerca de 700 euros para cada promotor, servirão para desenvolver a ideia e elaborar o plano de negócios. “Estamos a afinar o protótipo e estamos à procura de um parceiro estratégico que nos possibilite fazer uma prova de conceito. Depois será mais fácil depois encontrar investidores”, acredita Bruno Fonseca.
Em Alcácer do Sal, a 28 de Maio
Seminário debate “Valorização da Fileira da Pinha/Pinhão” Numa iniciativa da UNAC - União da Floresta Mediterrânica, vai decorrer no próximo dia 28 de Março, no auditório municipal de Alcácer do Sal um seminário onde vão ser apresentados os principais resultados obtidos do Projecto “Programa de Valorização da Fileira da Pinha/Pinhão”, para além de comunicações na área da Produção e Gestão de Povoamentos, na Valorização do Produto e sobre o Sector e o Mercado do Pinhão, por parte de oradores nacionais e internacionais. Após o seminário será ainda realizada a apresentação do Livro “Receitas com Pinhão”, por parte do Provedor da Confraria Gastronómica do Alentejo, seguindo-se uma sessão de degustação de pinhão e produtos à base de pinhão. O pinheiro manso é uma das espécies florestais mais interessantes na economia das explorações agro-florestais mediterrânicas. Por essa razão, têm sido realizados elevados investimentos por parte dos produtores florestais, que se traduziram num aumento significativo das áreas de pinheiro-manso (46% em área total entre 1995 e 2010), que totalizam actualmente 175.000 hectares. A UNAC identificou o pinheiro manso como uma das suas áreas de trabalho prioritárias com vista a um aumento na profissionalização desta cultura e à promoção da melhoria da competitividade da fileira da pinha/pinhão na região do Alentejo. Não obstante a actual conjuntura de baixa produção de pinha, e que tem gerado preocupação dentro do seio da fileira, a UNAC considera, no que é uma característica intrínseca a qualquer investimento florestal, que deve ser delineada e executada uma estratégia de médio e longo prazo que permita o desenvolvimento das potencialidades desta fileira. Foi para dar resposta a esta estratégia que a UNAC - União da Floresta Mediterrânica executou o Projecto “Programa de Valorização da Fileira da Pinha/Pinhão” uma iniciativa QREN, apoiada no âmbito do INALENTEJO, cujo investimento ascende a 113.660,47 euros, com cofinanciamento FEDER de 79.562,33 euros.
No mês de Fevereiro
Matrículas de tractores agrícolas novos cresceram 3,4% No mês de Fevereiro foram matriculados 304 tractores agrícolas novos, o que significa um acréscimo de 3,4%, relativamente ao mesmo mês do ano anterior. Por tipo de tractor, as matrículas de tractores convencionais novos cifraram-se em 123 unidades o que significa uma descida do mercado de 8,2%, face ao mês homólogo do ano anterior. Por sua vez, as de tractores compactos novos cresceram 4,5% e as de tractores especiais novos (vinhateiros e pomareiros) cresceram 32%. Em termos de valores acumulados, até ao final de Fevereiro, foram matriculados um total de 686 tractores agrícolas novos o 24
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que representa um acréscimo do mercado de 1,2%, face ao mesmo período do ano anterior. Esta evolução positiva do mercado foi determinada pelo crescimento das matrículas de tractores convencionais (+6,8%) e de tractores especiais (+15,3%) visto que as de tractores compactos registaram, no período em análise, um decréscimo de 11,6%. Relativamente à distribuição das matrículas por classes de potência, as classes dos 40 aos 88kw representaram 48,1% do total, os escalões até aos 39kw representaram 42,9 por cento e acima dos 88kw só estão 9 por cento do total das matrículas.
Afirmou o secretário Estado, no Caramulo
“Tudo o que é preciso fazer em planeamento da floresta está feito”
O secretário Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Gomes da Silva, defendeu que a floresta nacional tem uma estratégia e segue um planeamento, não estando lançada ao abandono como por vezes se quer fazer crer. “Ao contrário do que se diz, tudo o que é preciso fazer do ponto de vista do planeamento está feito e não é verdade que se possa fazer em Portugal na floresta o que se quer”, sustentou. No encerramento do Seminário “Caramulo, pensar o presente, planear o futuro”, que decorreu no Caramulo, concelho de Tondela, Gomes da Silva rejeitou que a floresta esteja a seguir um caminho não planeado. Admitiu, no entanto, que nem todos estejam a seguir a lei. “Parece que, quando se fala de floresta, que esta é uma floresta abandonada, em que nada está planeado, mas não é assim. Agora, se me dizem que há quem não cumpra a lei, é verdade, e é preciso ter mais força e maior capacidade de fiscalização”, sustentou. O representante do Governo sublinhou que o papel de fiscalização cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), através do novo regime de arborização. “Em vez de dificultar a acção de quem quer fazer os projectos, criando muita burocracia prévia, é preciso ser leve no início e depois ir para o terreno ver se está bem feito e emendar o que estiver mal”, destacou. Gomes da Silva realçou ainda que não basta ter planos de or-
denamento florestal regionais, sendo fundamental que estes sejam do conhecimento de todos. “Após um incêndio, como o que ocorreu no Caramulo, no verão passado, há a tentação de nem parar para pensar. A floresta não se compadece com ritmos acelerados, nem se move à velocidade do mundo moderno”, apontou. Ao longo do seu discurso, Gomes da Silva referiu ainda que a floresta em Portugal tem dono, mas que esse dono não é o Estado. “Só pontualmente é o Estado, mas é tão residual que, quando digo que não é o Estado, não é mesmo. Mesmo em algumas áreas onde o Estado gere, não é proprietário”, concluiu.
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Incêndios florestais
Falta de prevenção e incapacidade política preocupam especialistas É urgente a adopção de medidas e de políticas integradas na prevenção dos fogos. O alerta é dado pelo cientista do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Paulo Fernandes. “O principal problema dos incêndios é a incapacidade dos decisores políticos, de entender os problemas estruturais, ou pelo menos de os encarar, de concretizar medidas que vão de encontro aos problemas e não aos sintomas”, declara o especialista em incêndios florestais. Paulo Fernandes afirma que a gestão do sector “tem sido muito desequilibrada”, com a atribuição de grande parte dos recursos ao combate e não à prevenção. Exemplo disso será a aquisição de dois aviões Canadair, destinados à luta contra os fogos, anunciada pelo Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo. “Poderá ser um equipamento útil ao combate, mas a grande questão do país em termos de incêndios florestais é a falta de prevenção. Os 37 milhões de dólares, ou 27 milhões de euros, que irão ser investidos em cada Canadair representam cerca de quatro vezes o orçamento nacional destinado à prevenção,” declara Paulo Fernandes. Além disso, o responsável refere que, com a compra destes meios, o Estado passa a ter de suportar os gastos de manutenção, “que serão avultados”, ao passo que, com o aluguer dos aviões, não tinha essa despesa. A juntar à falta de prevenção, o investigador do CITAB aponta
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dificuldades estruturais da floresta. “Há problemas relacionados com o território: a maioria das propriedades são minifúndios, o que conduz a pouca expectativa de rendimento (devido aos incêndios) e cria um ciclo vicioso. As pessoas não investem porque consideram que o investimento não compensa”. Outro problema prende-se com o uso das chamas pela população rural, uma prática que ocorre durante todo o ano, sem precauções, “e que conduz, variadas vezes, a incêndios florestais”, sentencia. O investigador defende também que o sistema de defesa da floresta contra incêndios em vigor deverá, “para funcionar melhor”, apostar numa “maior integração entre os três pilares, cuja responsabilidade está repartida por três instituições: vigilância e detecção (GNR), prevenção (Instituto da Conservação da Natureza e Florestas) e combate (Autoridade Nacional de Protecção Civil). Os alertas do especialista surgem na altura em que se assinalam seis meses sobre o lançamento da Petição Sobre a Gestão do Fogo, uma iniciativa lançada por Paulo Fernandes juntamente com outros investigadores e técnicos. O documento defende a criação de um corpo profissional de bombeiros florestais e a adopção de medidas preventivas de incêndios. Até ao momento, subscreveram a petição mais de 830 pessoas, sendo necessárias quatro mil assinaturas para que o tema tenha de ser discutido na Assembleia da República.
Técnica da Associação de Produtores Florestais de Montemuro e Paiva
“A floresta na área da Associação encontra-se bastante abandonada” florestais; plantações de árvores; manutenção e beneficiação de aceiros; linha corta-fogos; construção e beneficiação de pontos de água, postos de vigia, parques de lazer, acções de vigilância e sensibilização e primeiras intervenções de apoio ao combate e operações de rescaldo de incêndios.
Na região de Montemuro e Paiva a floresta está “bastante abandonada”. Quem o afirma é Marília Almeida, técnica florestal da Associação de Produtores Florestais de Montemuro e Paiva, entidade sedeada em Castro Daire e que procura apoiar os proprietários e produtores florestais de forma, para que possam executar práticas florestais correctas e olharem para o seu património florestal como um bem do qual retirem rentabilidade económica. À Gazeta Rural, a técnica da APFMP, adianta que a Associação presta um conjunto de serviços diferenciados, no sentido de ajudar a ter uma floresta mais sustentável na região. Gazeta Rural (GR): Qual o estado da floresta na área de influência da Associação? Marília Almeida (MA): A floresta na área de influência da Associação encontra-se bastante abandonada. Isto deva-se ao facto da reduzida dimensão e fragmentação da propriedade florestal, ocupada maioritariamente por povoamentos florestais degradados e sem qualquer gestão, assim como do elevado absentismo dos proprietários e do aumento da população envelhecida do município. GR: Que actividade desenvolve a As-
GR: Quais os principais problemas que afectam a floresta na região? MA: É o abandono da propriedade agrícola e florestal, devido à elevada taxa de idosos existentes no concelho e ao absentismo dos proprietários, levando à ausência de gestão florestal activa em grande parte dos povoamentos de minifúndio, pois estamos numa região em que os terrenos são constituídos por pequenas parcelas dificultando assim a sua gestão e aumentando os custos de produção. Para além destes, a ausência de cadastro florestal e o decréscimo do valor acrescentado silvícola, acompanhado por uma degradação dos preços na produção face aos consumos intermédios. Grande incidência dos riscos bióticos e abióticos, sociação no âmbito da preservação da nomeadamente nemátodo da madeira do floresta? pinheiro e os incêndios florestais. MA: Associação foi criada em 2002 com o objectivo de apoiar os proprietáGR: As ZIF’s trouxeram alguma coisa rios e produtores florestais de forma a de novo? permitir-lhes executar práticas florestais MA: Na nossa zona não houve conscorrectas e olharem para o seu patrimó- tituição de nenhuma ZIF, apesar do intennio florestal como um bem do qual é pos- so trabalho por parte da Associação na sível retirar, em simultâneo, bem-estar e realização de sessões de esclarecimento rentabilidade económica, prestando ser- e sensibilização sobre esta temática. Os viços diferenciados como levantamentos proprietários mostraram-se sempre dede GPS; extensão florestal - assistência sinteressados e desacreditados nas ZIFs. técnica, informação e divulgação; acções de sensibilização de Defesa da Floresta GR: O que há a mudar no sector para Contra Incêndios; representação dos as- termos uma floresta mais sustentável? sociados perante entidades oficiais e insMA: Para que consigamos ter uma tituições; elaboração, execução e gestão floresta mais sustentável em primeiro lude projectos florestais; avaliação de ma- gar é preciso rentabiliza-la, para que os terial lenhoso; recolha de solo para análise proprietários se sintam motivados para e fogo controlado; “zelar” pela sua propriedade. Porque esta Associação está empeAs essências florestais possuem múlnhada no apoio aos seus associados, e tiplos recursos, que vão muito além da outros, que tenham áreas florestais para exploração exclusiva da madeira. São vácuidar ou áreas com aptidão florestal (in- rias as possibilidades que permitem retirar cultos, abandonados ou agrícolas) e quei- proveito do espaço florestal, como, por ram investir na floresta, prevenindo assim exemplo, o aproveitamento recreativo/ os grandes incêndios florestais, formou lúdico da sua floresta e gestão florestal em 2007 uma equipa de sapadores flo- dirigida ao aproveitamento de cogumelos. restais, constituída por cinco elementos Para além disso, seria importante solucom formação em roça de matos; limpeza cionar o problema do minifúndio, através de povoamentos; podas e desramações; do associativismo entre proprietários e a reparação e manutenções de caminhos criação do cadastro florestal. www.gazetarural.com
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No âmbito do controlo e erradicação da doença do nemátodo do pinheiro
Franceses conheceram trabalho executado pela CAULE Um representante do Ministério da Agricultura francês, juntamente com técnicos e dirigentes da maior união de cooperativas ligadas à fileira do pinho na região de Aquitane, Bordéus, deslocaram-se, recentemente, à região da Beira Serra, com o objectivo de conhecer o trabalho que está a ser executado pela CAULE - Associação Florestal da Beira Serra, no âmbito do controlo e erradicação da doença do nemátodo do pinheiro. Um problema que, apesar de ainda não ter chegado a França, nomeadamente à região de proveniência daquela comitiva, o director regional de agricultura, Olivier Roger, garante estar “muito preocupado”, razão pela qual escolheu esta região de Portugal e o contacto com os técnicos da Associação Florestal da Beira Serra para “beber” alguma da sua experiência nesta área. “Viemos conhecer o trabalho que Portugal está a fazer para controlar a doença do nemátodo, porque há especialistas que nos dizem que dentro de poucos anos vamos ter os mesmos problemas que já têm aqui”, afirmou aquele representante do Estado francês, que tem actualmente em preparação um plano nacional para controlo e erradicação da doença do nemátodo. Tratou-se de “uma acção preventiva”, uma vez que até agora “ainda não temos nenhum foco da doença em França”, assegurou Olivier Roger. “Quisemos tentar perceber o que está a ser feito aqui, porque esta é uma questão que se coloca com alguma preocupação na região de Aquitane”, afirmou. O responsável do Estado francês teme pelo impacto económico de uma eventual chegada, mais cedo ou mais tarde, desta
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doença ao país. “Se não se fizer nada arriscamo-nos a que o pinheiro marítimo que temos em França possa desaparecer completamente. É fundamental agirmos como os portugueses estão a fazer”, até porque esta é uma “fileira muito importante em França e que dá emprego a muita gente”, referiu durante a visita. Também o presidente da maior união de cooperativas da região de Aquitane considerou importante esta visita a uma zona fustigada pela doença do nemátodo para “ver o que está a ser feito para a combater”, pois “temos a indicação que o nemátodo vai chegar a França”. “O que vemos aqui mete-nos medo”, constatou o dirigente associativo, que tem esperança no plano que o governo francês está a preparar contra a propagação da doença. A intervir numa área de mais de 50 mil hectares na região da Beira Serra e concelhos limítrofes, o presidente da CAULE, José Vasco Campos, mostrou aos franceses a dimensão do problema que, só nos últimos meses, levou já a associação que dirige a proceder à “marcação” de cerca de 100 mil árvores infectadas com a doença. “Mas há muitas mais a marcar”, afirmou o presidente da Associação Florestal da Beira Serra, dando, ainda assim, a situação como “controlada”, pelo menos nesta região. “A situação em Portugal é complicada e aqui, nesta região, estamos a intervir, a marcar árvores, a cortá-las e a eliminar os sobrantes, mas há zonas do país onde isto não está a ser feito, e isso preocupa -nos”, referiu o dirigente florestal, alertando para o facto deste ser um trabalho que “não pode parar, senão qualquer dia não temos pinheiro bravo em Portugal”.
Milhares de visitantes passaram por Vila Nova de Foz Côa
“Capital da Amendoeira em Flor” celebrou chegada da primavera
Milhares de pessoas passaram por Foz Côa para apreciar um dos mais belos quadros da natureza nesta altura do ano. As amendoeiras em flor são um inigualável cartão-de-visita, em tons rosa/branco, e quem por lá passou pôde disfrutar de uma paisagem única e irrepetível. Em conversa com a Gazeta Rural, o vice-presidente da Câmara e responsável pelo pelouro da cultura, afirmou que Vila Nova Foz Côa se assumiu definitivamente como a “Capital da Amendoeira em Flor”, justificando o forte investimento feito na XXXIII Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais - 2014. João Paulo Sousa refere que apesar de Vila Nova de Foz Côa ser um dos concelhos do Douro superior com maior área de plantação no sector dos frutos de casca rija, reconhece que existem actualmente alguns constrangimentos. O actual executivo está atento, tudo tem feito para ajudar os agricultores, não sendo no entanto impeditivo que a promoção turística e paisagística nesta altura seja uma realidade. Gazeta Rural (GR): Como correu a quinzena da amendoeira? João Paulo Sousa (JPS): Correu muito bem. Tendo em conta os objectivos definidos, as metas foram alcançadas. Tivemos muita gente a visitar Foz Côa, tendo o seu ponto alto, o dia do desfile etnográfico. Uma moldura humana bastante apreciável fez questão de marcar presença e assistir ao desfile de 79 carros alegóricos desfilando pelas ruas da cidade de Foz Côa. GR: E possível contabilizar o peso que esta época tem no concelho? JPS: Estas são as maiores e as mais emblemáticas festividades que o concelho possui. Nesta época do ano, e na região em que estamos integrados, fazemos questão de liderar a chegada da primavera e por isso mesmo a história é narrada em 33 edições. O investimento, porque é de um investimento que se trata, e não de uma despesa, ronda os 120 mil euros, mas o retorno é enorme. Primeiramente para a economia local, nomeadamente para o comércio é bastante positivo, por outro lado o nome de Foz Côa percorre os quatro cantos do país e do estrangeiro, como sendo um local a visitar. Foz Côa possui dois patrimónios da Humanidade. É necessário divulgar os recursos endógenos, o património material e imaterial que possuímos, pois é vastíssimo. É certo que a saúde económicofinanceira que a Camara Municipal respira actualmente permite assumir este investimento com clarividência, mas tudo mais não passa que o estabelecer de algumas prioridades orçamentais. GR: Como está o sector da amêndoa na região? Voltou a ser o que era noutros tempos? JPS: É uma vertente muito importante e preocupa-nos bastante o setor da amêndoa, porque é um dos nossos produtos endógenos e não basta dizer que somos a capital da amendoeira. Claro que a situação tem a ver com a conjuntura nacional, com investimento e com as linhas orientadoras de definição da agricultura nesse sector, mas as pessoas continuam a receber alguns contributos do estado, mas continuam também a não investir aquilo que gostaríamos no sector. Temos uma indústria de transformação em Freixo Numão, com um elevado número de sócios. É uma preocupação constante apoia-los, sabendo que a par do vinho e do azeite estes são os nosso recursos que poderão ser expostos na montra turística e, consequentemente, com um elevado proveito económico. www.gazetarural.com
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Desde 13 de Março
Novo seguro de colheitas já está disponível
O novo sistema de seguros de colheitas já está disponível e prevê o pagamento de indemnizações apenas quando as quebras de produção ultrapassam 30 por cento dos valores históricos e vai abranger culturas e riscos específicos. A portaria que regula o novo seguro foi publicada em Diário da República e prevê um novo modelo ajustado “às reais necessidades dos agricultores” e financeiramente sustentável, sendo financiado a 100 por cento por fundos comunitários. Contempla dois tipos de produtos: um seguro horizontal, para todas as culturas no território continental, e seguros especiais dirigidos a produções específicas e regiões mais vulneráveis a fenómenos climáticos adversos, bem como “coberturas alternativas, podendo os produtores optar entre a contratação isolada de riscos ou a adesão a um conjunto de riscos”. Estas apólices vão contemplar, já em 2014, os riscos de geada para macieira, a pereira e o marmeleiro do Interior Norte, e de chuva persistente para o tomate de indústria, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura e Mar que prevê para 2015 “a criação de mais apólices específicas e de uma maior universalidade”. Por outro lado, o pagamento das indemnizações passa a “restringir-se às situações em que as quebras de produção do agricultor excedem 30 por cento dos valores de produção históricos”. O regulamento introduz também novas condições para a compensação por excesso de sinistralidade, um mecanismo de adesão facultativa, e acaba com as contribuições e mobilizações para o Fundo de Calamidades. O Ministério da Agricultura e do Mar (MAM) adianta ainda que os agricultores que façam seguros terão prioridade e majorações nos apoios às medidas do Programa de Desenvolvimento Rural
2014-2020. O novo sistema, que substitui o anterior SIPAC, “constitui o passo esperado para deixar de acumular dívidas e preparar para o futuro, aquela que será a ferramenta de protecção para os nossos agricultores contra as aleatoriedades climáticas”, segundo o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, citado no mesmo comunicado.
Devido ao excesso de humidade
Produção de laranja do Algarve com quebras entre 10 a 20 por cento A produção de laranja do Algarve registou uma quebra entre os 10% e os 20% na campanha deste inverno em relação a 2013, sofrendo também uma redução na qualidade por causa da humidade excessiva, segundo os produtores. “Tivemos menos quantidade do que em 2013 e menor qualidade”, declarou Horácio Ferreira, um dos responsáveis da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (Cacial). Segundo Horácio Ferreira, neste inverno houve “muita humidade no ar” o que veio contribuir para uma menor “resistência da laranja” e provocar quebras de produção na ordem dos 20%. Por sua vez, o agricultor e produtor Fernando Cristina, da Cooprobol (Cooperativa de Produtos Agrícolas de Boliqueime, mas que abrange também as áreas de Albufeira, Lagoa, e Silves) explicou que a humidade no Algarve foi constante dando origem a um fungo, que “ataca de duas maneiras: junto da epiderme [da laranja] e fazer uma mancha e entrar a podridão ou então acumula-se o fungo no pé da laranja (pedúnculo) e cai”, contou Fernando Cristina, referindo que este inverno pior que a podridão foi a “queda da laranja”, provocando uma quebra na produção na “ordem dos 15% a 20%”. Pedro Madeira, presidente da Frusoal, sociedade com 23 anos de existência no Algarve e que congrega cerca de 50 produtores 30
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de citrinos, confirmou a quebra na produção na ordem dos 10% e argumentou que a principal culpada foi a humidade. “Não foi a chuva a culpada, tivemos foi muita humidade que manteve os pomares molhados tempo demasiado e que não permitiu tratar a fruta contra determinadas doenças”, explicou, adiantando que “houve muita fruta que caiu” no chão, o que levou à diminuição da qualidade em termos de resistência do fruto ao transporte até ao ponto de venda. A quebra na produção na campanha de inverno, que está a terminar este mês “vai estender-se à campanha da primavera”, admitiu aquele produtor, referindo que o mesmo período de humidade excessiva afectou a variedade da laranja da primavera em termos de queda de fruta. Na campanha de inverno, a laranja do Algarve é exportada em cerca de 50% para outros países europeus, designadamente para França, Suíça, Alemanha ou Polónia. A laranja do Algarve havia registado, na campanha de verão de 2013, uma quebra global de produção entre 60% a 70% em relação a 2012, provocada pela onda de calor que houve na época da floração e que impediu a floração da laranja que seria para produzir este ano. O Algarve produz em média entre 250 a 300 mil toneladas de laranja por ano.
Segundo dados do Serviço Regional de Estatística
Açores venderam mais carne para fora das ilhas em 2013
Os Açores aumentaram a venda de carne para fora do arquipélago em 2013, alcançando as 7,86 mil toneladas, segundo dados divulgados pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA). Os dados divulgados indicam que a saída de carne bovina para o exterior do arquipélago passou de 7,14 mil toneladas em 2012 para 7,84 mil toneladas em 2013, num aumento próximo dos 10 por cento. Em termos de cabeças de gado bovino, estes números traduzem-se em 32.667 animais em 2012 e 37.453 no ano passado. No que toca às pescas, os dados compilados pelo SREA reúnem informações recolhidas junto da TAP e da SATA e, por isso, só se referem à saída de pescado via aérea. Neste caso, os valores baixaram de 2012 para 2013, passando de três mil toneladas para 2,71 mil (-9,7 por cento). Os dados referentes à carne divulgados pela SREA têm como
fonte o Instituto da Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA) dos Açores. O SREA destaca que dada a “dificuldade” em conhecer o comércio externo numa região com as características dos Açores, tentou com a divulgação destes dados “colmatar algumas lacunas” em algumas áreas, “estimando informação relativa aos principais produtos” açorianos e “utilizando sempre que possível dados administrativos”. No mesmo conjunto de dados que disponibilizou, o SREA revela o resultado de um inquérito às empresas de lacticínios das ilhas, concluindo que a comercialização dos “principais produtos lácteos” dos Açores, dentro e fora do arquipélago, representou 246,3 milhões de euros em 2012. O maior mercado destes produtos é Portugal continental, com 200,9 milhões de euros, sendo o queijo o produto com mais peso, com 115,8 milhões de euros no conjunto de todos os mercados, nacionais e internacionais.
Pizzaria Boccalino apresenta pizza de alheira A trabalhar desde 2005 no ramo da pizzaria, Victor Guedes apostou há cerca de um ano no seu próprio negócio. Conhecedor do ramo, decidiu investir num espaço e abrir uma pizzaria em Mirandela. Com um óptimo ambiente e a decoração bem conseguida, todas as suas pizzas são confeccionadas no forno a lenha. Proporciona ainda a entrega ao domicílio. Situada em Mirandela, Victor Guedes, como não poderia deixar de ser, recomenda a pizza transmontana, bem como a Pizza de alheira, além dos kebabs, como a mais recente aposta. www.gazetarural.com
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Esperados mais de 500 tocadores de todo o país
Associação organiza IV Encontro Nacional de concertinas de Sernancelhe
Pelo quarto ano consecutivo, o Expo Salão Sernancelhe recebe o Encontro Nacional de Concertinas. Organizado pela Associação Desportiva e Recreativa de Sarzeda – Tocadores de Concertinas Terra da Castanha, com o apoio da Associação Sementes da Terra, Município de Sernancelhe e Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Távora e Douro, o evento acontece no dia 22 de Março, a partir das 14 horas, prolongando-se até perto da meia-noite. Depois do sucesso das três edições já realizadas, a organização convidou este ano para encerrar o evento o grupo “Minhotos Marotos”. Tendo como objectivo principal dinamizar culturalmente o concelho, a organização procura também divulgar a concertina como instrumento da moda, que esteve quase extinto e que hoje é tocado regularmente por mais de duas centenas de pessoas só no concelho, em boa parte crianças e jovens. Aliás, a própria Associação Os Tocadores de Concertinas Terra da Castanha, promotora do evento, é o melhor exemplo de como foi possível revitalizar a concertina e cativar jovens para aderirem ao grupo, desdobrando-se hoje em actuações por todo o país. Muita música e demonstrações da cultura popular portuguesa de diversas regiões do País, é o que promete o cartaz deste IV Encontro Nacional de Concertinas. Estão, portanto, reunidas as condições para que o IV Encontro Nacional de Concertinas supere o êxito alcançado pelas edições anteriores e, acima de tudo, seja motivo de convívio e boa disposição entre todos os presentes. É também uma excelente oportunidade para colocar Sernancelhe nos locais a visitar por esta altura do ano, já que, para além da música, poderá desfrutar da inigualável oferta gastronómica, do património e da singular hospitalidade das gentes da Beira.
Especialidades da casa são chamariz
Restaurante Tertúlia é referência em Almeida Quem entra em Almeida, encontra à entrada o Restaurante Tertúlia, uma unidade referência nesta vila raiana. Trata-se de um negócio familiar, onde Pedro Ribeiro e a esposa estão sempre dispostos a bem receber os clientes de forma acolhedora e com bons pratos para satisfazer o apetite de quem por ali passa. Restaurante simples, com boa apresentação, onde se destacam as especialidades da casa, a preços são convidativos, como o bacalhau à Tertúlia, a cataplana de peixe, o cabrito da Malcata, o cabrito de leite assado na brasa e a posta Jarmelista, regadas com os melhores néctares nacionais, em particular da região. Apesar do proprietário reconhecer que, com as novas vias de comunicação que passam um pouco mais afastadas, há menor afluxo de visitantes, o restaurante recomenda-se e há sempre quem, em passeio ou visita, pare para apreciar a gastronomia daquela região. Os eventos e mercados organizados pelo turismo e Câmara de Almeida dão também um contributo importante para o afluxo de gente, que contribui para o comércio local sobreviver. 32
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Realizada em Trancoso durante dois fins-de-semana
Feira do Fumeiro afirmou a projecção e vitalidade da região “Castelos do Côa” cia, garantidos e certificados por marcas de proveniência reconhecidas como exigências de qualidade”, afirmou o autarca. Região aposta no porco bísaro
A edição 2014 da Feira do Fumeiro, dos Sabores e dos Saberes dos Castelos do Côa, que decorreu em Trancoso, afirmou-se, mais uma vez, como um dos principais eventos dedicados ao sector agro-pecuário do país e da região transfronteiriça. Cerca de 30 mil visitantes passaram pelo certame promovido pela Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA), com o apoio da Câmara de Trancoso, Trancoso Eventos EEM e Raia Histórica Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira. Fumeiro, queijos, vinhos, doçaria regional, azeites, pão, artesanato, gastronomia regional rechearam dois fins-de-semana o Pavilhão Multiusos de Trancoso. Foram cerca de 80 expositores presentes na Feira do Fumeiro, entre os quais 18 espaços de artesanato e dois institucionais. Paralelamente estiveram expostos animais suínos da raça bísara na área anexa ao Pavilhão e decorreu um colóquio sobre “Valorização da fileira dos enchidos e a reintrodução das raças do porco bísaro”. Para o presidente da Câmara de Trancoso “a autarquia definiu como prioridade para este mandato autárquico tudo fazer para criar condições para que as pessoas se possam fixar em Trancoso e nas nos-
sas freguesias” tendo decidido “apostar nos sectores criadores de riqueza como o sector da agropecuária, o sector florestal, o sector da indústria transformadora dos produtos da terra, apoiar o empreendedorismo e ajudar os agricultores e criadores de gado no escoamento dos seus produtos”, afirmou Amílcar Salvador. O autarca entende que “é urgente revalorizar, entre outros, o sector pecuário. Temos o saber de séculos, agora há que associar-lhe as últimas inovações científicas e tecnológicas, e transformar este sector num atractivo para os jovens formados e informados, transformá-lo num sector capaz de criar riqueza e empregos”. “O gado ovino, caprino e suíno dão-nos excelente matéria-prima para produtos genuínos de altíssima qualidade, capazes de vingar nos mercados mais exigentes a nível mundial, como o queijo, os enchidos e as carnes. Se soubermos revalorizar a produção agrícola e a transformação dos seus produtos, como o azeite, a castanha, o mirtilo, ou o cogumelo, apercebemo-nos que a nossa região possui um sem número de potencialidades. Tudo inexplorado, tudo por redescobrir, tudo por fazer. O nosso caminho tem de ser o da excelência. Produtos tradicionais de excelên-
Amílcar Salvador salientou a aposta no porco bísaro, tradicional de Trás-os-Montes e beira transmontana, é disto um bom exemplo. Temos de fomentar uma produção agrícola e pecuária que aposte em produtos tradicionais de qualidade elevada que possam apresentar, pela sua excelência, um valor concorrencial elevado sobre produtos similares nacionais e estrangeiros”. O presidente da AENEBEIRA, António Oliveira, afirmou a propósito do certame ser pretensão da entidade promotora “contribuir para que os protagonistas deste sector de actividade dos produtos agro-alimentares tradicionais tenham cada vez mais rentabilidade”, sobretudo os da área de intervenção da AENEBEIRA que vai do Vale do Douro à Serra da Estrela e Cova da Beira que é “o território e coincide com a nova Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela”. António Oliveira evidenciou a importância do sector agro-alimentar no concelho de Trancoso “onde há empresas que são referência “ nacional e internacional, sendo que o peso da produção de enchidos no concelho de Trancoso, no âmbito da Beira Interior Norte, representa 80 a 85%, enquanto a produção de queijo tem também grande relevância existindo no concelho trancosense duas unidades industriais de produção, além de 15 queijarias artesanais licenciadas e em funcionamento. A realização do colóquio sobre a “Valorização da fileira dos enchidos e a reintrodução das raças do porco bísaro” foi sublinhada pelo presidente da AENEBEIRA ao afirmar que “era a nossa raça autóctone e neste momento é determinante para qualquer processo de certificação dos nossos enchidos porque têm que ter como pressuposto a utilização de matéria-prima da raça bísara”. Estima-se em cerca de 500 animais da raça de porco bísaro existentes em Trancoso numa única exploração, gerida pela Casa da Prisca, havendo já outras explorações de menores dimensões na região, facto que António Oliveira entende ser “uma mais-valia” para a fileira dos enchidos, dado que “permite uma maior valorização do produto”. www.gazetarural.com
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Empenhado na promoção do potencial turístico e económico
Município de Nelas requalifica Caldas da Felgueira
Na sequência da abertura oficial da época termal das Caldas da Felgueira, a 1 de Março, a Câmara de Nelas reuniu com cerca de duas dezenas de comerciantes e operadores turísticos, de forma a delinear uma estratégia de promoção cultural e económica para a Felgueira. Empenhado no desenvolvimento dos agentes da economia local e sendo as Caldas da Felgueira um dos principais pólos turísticos do concelho, a autarquia de Nelas pretende dinamizar este espaço, valorizando as suas diversas áreas públicas. Neste sentido, decorre a limpeza das valetas e das bermas, além de outras medidas de requalificação urbanística, de modo a que as Caldas da Felgueira consigam responder às necessidades cada vez mais exigentes dos visitantes e competir com outras termas do país, nomeadamente da Região Centro. Em funcionamento até ao próximo mês de Novembro, as Caldas da Felgueira, conhecidas pelas suas águas sulfurosas com excelentes qualidades terapêuticas, dispõem de uma estância termal que concilia o conceito tradicional de termas, com fins terapêuticos para doenças do foro respiratório e músculo-esquelético, a uma vertente mais moderna de saúde pela água, complementadas por um conjunto de programas de bem-estar e tratamentos de beleza. Os naturais e/ou residentes do concelho podem usufruir de 50% desconto (época baixa e média) e 30% desconto (época alta) em qualquer prática termal ou de bem-estar. Estes descontos não incluem inscrição termal, consultas médias, artigos e acessórios e tratamentos individualizados.
Num investimento da Cooperativa de Olivicultores local
Museu do Azeite abriu em Fátima
O Museu do Azeite abriu em Fátima, distrito de Santarém, num investimento da Cooperativa de Olivicultores local que quer aproveitar os visitantes que se deslocam à cidade santuário. “O espaço é para estar aberto todos os dias e para aproveitar os quatro, cinco milhões de turistas que, anualmente, visitam Fátima”, adiantou Pedro Gil, membro da direcção da cooperativa. O dirigente adiantou que o investimento foi na ordem dos 50 mil euros, dado que se aproveitou o primeiro lagar e o espaço original da Cooperativa de Olivicultores de Fátima, criada há cerca de 60 anos. “Apresentámos um projecto ao Proder [Programa de Desenvolvimento Rural] no qual, além da requalificação deste espaço, estavam incluídos outros equipamentos para a produção”, explicou o responsável, observando: “O objectivo foi aproveitar os fundos para reformular a área da produção e outro de promoção de produto”. A intervenção no espaço - concluída há três anos - passou pela pintura, arranjo da cobertura e aquisição de mobiliário. “Não abriu portas antes porque houve outros projectos prioritários”, justificou Pedro Gil. O museu mostra equipamentos antigos ligados à produção do azeite, desde o la-
gar onde era moída a azeitona, à batedeira que aquecia a massa da azeitona, passando pelas seiras, onde se coloca a massa da azeitona para espremer. “O espaço inclui uma área de promoção dos produtos da cooperativa e de outros produtos rurais, como o mel, os queijos ou vinho”, acrescentou o dirigente, referindo que vai ser possível ver um pequeno filme que “mostra a azeitona desde o estado verde ao maduro, a apanha, a entrega no lagar, a limpeza e a transformação em azeite”. Ao entrar no museu, o visitante é confrontado com uma passagem das Memórias da Irmã Lúcia: “Quando não havia luar, dizíamos que a candeia de Nossa Senhora não tinha azeite”, lê-se. “A apanha da azeitona é uma actividade com muita tradição em Fátima e arredores”, realçou Pedro Gil, notando que quando a agricultura foi o único meio de subsistência da região a oliveira era das culturas mais importantes, devido ao terreno calcário e ao clima. Segundo o dirigente, “em Fátima existiram mais de dez lagares de azeite, mas todos fecharam, com excepção do da cooperativa, que se modernizou, mas deixando este espaço como memória de como foi produzido o azeite durante décadas”.
Com cerca de 900 associados, a quase totalidade da região do Maciço Calcário Estremenho, a Cooperativa de Olivicultores de Fátima laborou na campanha 2012 - 2013 “cinco milhões de quilos de azeitona que corresponderam a 650 mil litros de azeite”, afirmou o responsável. Quanto aos subprodutos, o bagaço é encaminhado para outras empresas, enquanto o caroço serve para o aquecimento do lagar e, ainda, é vendido como biomassa.
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Certame mostra “Terra Fértil”
Inovação Agrícola e Agrobusiness revelam-se na XXXI Ovibeja
A XXXI Ovibeja, que se realiza de 30 de Abril a 4 de Maio, revela “Terra Fértil – Mostra de Inovação Agrícola e Agrobusiness” como tema central. O certame que se realiza no Parque de Feiras e Exposições de Beja, é organizada pela ACOS – Agricultores do Sul. De entre as palavras-chave a partir das quais foram construídos o conceito e a exposição temática que vai ser apresentada, partilhada e participada pelo público visitante, destacam-se a reconversão agrícola, novas culturas, inovação e investigação, agricultura de precisão, agronegócio, marketing rural. As alterações estruturantes, que têm vindo a ser operadas na agricultura, fruto, em grande medida, da persistência e do investimento dos agricultores, são reveladas através da apresentação e demonstração de inovações agrícolas em várias categorias e áreas de actuação. Os projectos apresentados em “Terra Fértil” relacionam-se com a reconversão agrícola operada por via do regadio de Alqueva, mas não só. A inovação agrícola e agrobusiness vão ao encontro da valorização e aperfeiçoamento de toda a cadeia de valor dos produtos e serviços agro-alimentares que começa nas pessoas que fazem da agricultura o seu modo de vida, também enquanto guardiões da natureza, e termina na melhoria da comunicação de todo o processo ao público em geral e ao consu-
midor. Com recurso a meios audiovisuais e multimédia, o espaço expositivo, integrado no Pavilhão Sabor Alentejo, está a ser concebido com uma forte componente de design gráfico e de ambientes, cruzando elementos gráficos com elementos do campo e da natureza que transportem o visitante ao contexto em que as inovações decorrem. Transversais a todo a feira, a inovação agrícola e os agronegócios vão criar pontos de contacto em diferentes espaços, de entre os quais se destaca a Alameda principal e o Campo da Feira, uma zona de demonstração do que de melhor se faz a nível produtivo, de investigação e de equipamentos agrícolas. Apresentação de projectos, demonstração e degustação de produtos, debates e workshops são outras formas de “Terra Fértil” ir ao encontro dos visitantes da feira. Os projectos inovadores vão ser submetidos, através de concurso, à apreciação dos visitantes que poderão votar nos da sua eleição. O projecto “Terra Fértil” está a ser concebido e revela-se ao público da Ovibeja com o apoio de vários parceiros, de entre os quais se realçam o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo, o Instituto Politécnico de Beja e o Centro Operativo e Tecnologia de Regadio.
Ano X - N.º 220 Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), jla.viseu@gmail.com | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda. Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena Morais Opinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320 E-mail: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS - Inscrição nº 124546 Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís Araújo Sede Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores - Telf. 232 422 364 | E-mail: ajsapinto@mail.telepac.pt | Marzovelos - Viseu Tiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores
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BREVES Feira Ibérica de Turismo vai decorrer na Guarda A Câmara da Guarda promove, de 1 a 4 de Maio, a Feira Ibérica de Turismo (FIT), um projecto pioneiro e único, onde operadores e agentes do sector do turismo, de Portugal e Espanha, terão a oportunidade de apresentar e promover os seus produtos, serviços e recursos. Promover o progresso, o intercâmbio transfronteiriço, estimular o relacionamento comercial e o desenvolvimento económico do sector são os objectivos primordiais da realização deste evento. Este evento procurará assim ser uma plataforma de divulgação, promoção, captação e desenvolvimento de fluxos turísticos e de valorização dos recursos endógenos desta vasta e riquíssima região transfronteiriça. Paralelamente, aposta-se num evento diferenciador com a vivência de experiências únicas de Aventura e Eco Turismo.
Vidigueira na Associação das Rotas dos Vinhos O município de Vidigueira anunciou que vai integrar como associado fundador a Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP), apresentada durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Segundo a Câmara de Vidigueira, a ARVP, que tem sede estatutária no Museu Rural e do Vinho do Cartaxo, visa promover a viticultura e as relações entre os vários agentes ligados ao sector do vinho dentro do território de influência da associação. Promover o desenvolvimento sustentável do enoturismo e a criação de produtos turísticos e actividades que favoreçam a descoberta e a interpretação da cultura do vinho são outros dos objectivos da ARVP. De acordo com a autarquia, a ARVP quer também adaptar a oferta vitivinícola ao desenvolvimento enoturístico e às necessidades e exigências do público-alvo e valorizar o património e promover e apoiar iniciativas que visem a defesa e a promoção da cultura do vinho.
Em Abril e Maio
Palmela promove produtos endógenos do concelho O município de Palmela tem agendado para os meses de Abril e Maio três eventos que visam promover e divulgar os produtos endógenos do concelho. Assim, de 4 a 6 de Abril tem lugar o XX Festival Queijo, Pão e Vinho, que decorrerá em S. Gonçalo, Quinta do Anjo, seguindo-se dois Fins-de-Semana Gastronómicos do Queijo de Ovelha, nos dias 4, 5, 6, 11, 12 e 13 de Abril, e de 9 a 11 de Maio a XIX Mostra de Vinhos de Marateca e Poceirão, e Feira de Vinhos do Concelho de Palmela, em Fernando Pó.
Errata
Na edição de 15 de Janeiro da Gazeta Rural o proprietário do Restaurante Stop Tir chama-se Pedro Cunha e não Pedro Ribeiro. Ao visado as nossas desculpas.
Em Sever do Vouga de 26 a 29 de Junho
Feira Nacional do Mirtilo tem inscrições abertas para expositores A VII edição da Feira Nacional do Mirtilo já tem abertas inscrições para os expositores que pretendam participar neste certame. O regulamento e ficha de inscrição estão disponíveis em www.feiradomirtilo.pt ou podem ser solicitados pelo e-mail eventos@agim.pt ou número 912010596. A Feira Nacional do Mirtilo 2014 vai decorrer em Sever do Vouga nos dias 26, 27, 28 e 29 de Junho no Parque Urbano da Vila e espaços adjacentes. A edição deste ano volta a apostar numa forte componente técnica onde estarão representados expositores directamente ligados à fileira do mirtilo em particular e à dos pequenos frutos em geral. Este ano, é intenção da organização alargar a área técnica, promovendo uma maior interacção com o espaço da Feira Nacional do Mirtilo e aproveitando as potencialidades do Campo Experimental de Pequenos Frutos da Agim e área envolvente, situado junto ao recinto da Feira, e que poderá ser utilizado pelos expositores para eventuais demonstrações práticas dos seus produtos e serviços. Pretende-se que este seja um espaço dedicado aos agentes que operam na área dos pequenos frutos, com particular incidência no mirtilo, onde possam trocar ideias e experiências e onde possam ficar a par das mais recentes inovações relacionadas com esta fileira e estabelecer negócios e contactos. A par da componente técnica, a Feira Nacional do Mirtilo terá, como habitual, espaços dedicados ao artesanato e ofícios, a viveiristas e à venda de mirtilo em fresco e seus derivados.
Marcado para 22 de Junho
Beselga recebe IX Passeio de BTT “Nos trilhos do Ceireiro” Numa iniciativa da Associação Humanitária Cultural e Recreativa Beselguense, em Beselga, Penedono, vai ter lugar a 22 de Junho o IX Passeio de BTT – “Nos trilhos do Ceireiro”, que vai permitir aos participantes a possibilidade de observar a natureza num estado quase puro e sermos envolvidos pela sua magia. “Um verdadeiro património da natureza, com “Canyons” de granito, rios e ribeiros com águas límpidas e cristalinas, carvalhos, pinheiros, castanheiros, entre outros, assim como atravessar campos de cultivo e contemplar as searas agitadas pela brisa, apreciar os sons da natureza e quem sabe saborear umas apetitosas cerejas”, refere a organização.O percurso é alternado com subidas, descidas e zonas rolantes e o piso é em terra na sua quase totalidade: liso, com regos e pedras soltas. www.gazetarural.com
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Com início a 10 de Abril
Mangualde acolhe curso de iniciação à apicultura Mangualde vai acolher mais um curso de apicultura a partir de 10 de Abril. Organizados por Harald Hafner, com o apoio da Câmara de Mangualde, o curso irá decorrer no auditório da autarquia (parte teórica) e na Quinta do Modorno (parte prática) e as inscrições terminam a 5 de Abril. A realizar-se em horário pós laboral (1820 horas), as aulas teóricas realizam-se nos dias 10 e 17 de Abril, 15 e 22 de Maio e 11 e 19 de Junho. As aulas práticas realizam-se nos dias 1 e 25 de maio e 22 de Junho, das 9 às 13 horas, para o grupo A, e das 14 às 18 horas, para o grupo B. Esta formação tem a duração de 24 horas entre aulas teóricas e práticas. Durante o curso serão abordados conceitos sobre o comportamento e a vida das abelhas assim como técnicas para a sua manutenção, aprenderá a interpretar as necessidades delas de forma autónoma e a adquirir os conhecimentos essenciais para cuidar das suas próprias colmeias e serão também demonstradas várias alternativas e exemplos sobre como desenvolver a prática adaptada às suas necessidades e preferências pessoais.
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