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Director: José Luís Araújo | N.º 245 | 15 de Abril de 2015 | Preço 2,00 Euros
Na Rota do Dão
Sumário
04
Tasquinhas em Valença oferecem
“Sabores da Aldeia”
05 ‘Estrelas Michelin’ rendidos ao Queijo
Serra da Estrela
06 “O próximo governo não pode apoiar
apenas quem tem condições para exportar”, diz Manuel Casto e Brito
08
Feira Franca valoriza “o melhor” de
Amares
10 Albergaria-a-Velha recebe maior feira florestal da Península Ibérica
12
“O sector florestal está a atravessar
uma conjuntura difícil”, diz o presidente da Unimadeiras
14 Casa de São Matias é a nova marca de
vinhos do Dão
16
Rota dos Vinhos do Dão inaugurada
com seminário de partilha de experiências
18
Matias Michelini ou “o incansável
criador”
22 Cartaxo premeia vinhos na produção 25 Vila Nova de Foz Côa convida para três
dias a provar vinhos do Douro Superior
26
Frueat investe 1,35 milhões em nova
fábrica para desidratar fruta
28 Comunidade Viseu Dão Lafões apela à certificação do queijo da Serra da Estrela
28
Turismo do Centro quer contrariar
litoralização e sazonalidade
29
Cooperativa dos Olivicultores de
Valpaços vira-se para o mercado externo
31
União Europeia preocupada com
bactéria que ataca oliveiras
33
Opinião: Fundo Florestal Permanente
com novo regulamento
34
Governo diz ter dispositivo mais
musculado para combater fogos florestais
35
Miranda
do
Douro
cria
centro
intracomunitário para comercializar gado
Fim-de-semana gastronómico, de 24 a 26 de Abril
Anho assado e cavacas à mesa em nove restaurantes de Resende Nove os restaurantes do concelho de Resende aderiram ao fim de semana gastronómico dedicado ao anho assado com arroz no forno e cavacas, uma sobremesa tradicional da região, que ali vai decorrer de 24 a 26 de Abril. A iniciativa do Turismo do Porto e Norte de Portugal, em parceria com o Município de Resende, oferece um desconto de 10% nas refeições do prato tradicional de Resende, a começar no jantar de sexta-feira e a terminar no almoço de domingo, nos restaurantes aderentes. O anho é uma carne tenra do cordeiro de leite que, depois de preparada com ingredientes que lhe irão conferir particular sabor, é cozinhada no tradicional forno a lenha, acompanhada com arroz e batata assada. Para sobremesa a proposta vão para as afamadas Cavacas de Resende. Este doce regional é uma fatia de pão-de-ló húmida, com uma coroa doce e alva, conferida pela cobertura de açúcar e farinha que delicadamente só a mão hábil da doceira de Resende lhe pode proporcionar. Estas são as iguarias tradicionais de Resende que farão com toda a certeza as delícias de quem nos visita, acompanhadas do melhor vinho da região que pode ser um maduro do Douro ou um verde de transição.
No fim-de-semana de 17 a 19 de Abril
Tasquinhas em Valença oferecem “Sabores da Aldeia” O território de Montanha e em particular o concelho de Seia, em plena serra da Estrela, possui um património gastronómico único, testemunho de gerações passadas inspirado nos produtos locais da montanha e na vida quotidiana das populações. Assim, desde 28 de Março e até 12 de Abril, decorre nos restaurantes e outros espaços aderentes do concelho, mais uma edição da mostra de Gastronomia “Aromas e Sabores da Montanha”. No decorrer da Mostra os pratos mais emblemáticos da região vão estar à mesa, confeccionados nas mais variadas formas. De entrada, ou petisco a prato principal, de forma tradicional, ou num prato mais sofisticado, serão várias as opções em destaque, que privilegiam, entre outros, o uso do cabrito, borrego, Queijo Serra da Estrela, mel, requeijão, enchidos, o Pão do Sabugueiro e a Broa de Loriga, enquanto produtos locais, mas também outros pratos típicos, onde não faltarão sugestões de vinho do Dão, produzido no concelho. Esta mostra promete sabores e saberes que reflectem os hábitos e tradições da Montanha e que o convidam a viver verdadeiras experiências gastronómicas. 4
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Evento Queijo Serra da Estrela à Chef
‘Estrelas Michelin’ rendidos ao Queijo Serra da Estrela Seis Chefs, entre os quais se encontram três reconhecidos com Estrelas Michelin, irão criar show cooking inédito e elegante com o objectivo de promover e valorizar o Queijo Serra da Estrela DOP. O evento “Queijo Serra da Estrela à Chef”, que já vai na sua segunda edição, irá decorrer no hotel Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, no próximo dia 18 de Abril. O desfile gastronómico estará a cargo de Albano Lourenço, chef residente da Quinta das Lágrimas (Coimbra), Francisco Siopa, que após experiência em Londres abriu o seu próprio espaço de pastelaria em Cascais, João Rodrigues, com uma Estrela Michelin no Feitoria em Lisboa, Ljubomir Stanisic, conhecido pelos seus espaços 100 Maneiras na capital, Miguel Laffan, reconhecido desde há dois anos com Estrela Michelin pelo seu trabalho no L´AND Vineyards em Montemor-o-Novo, e Vincent Farges, chef francês da Fortaleza do Guincho (1 estrela Michelin). Já o sommelier Rodolfo Tristão apresentará os vinhos do Dão, que irão casar com os pratos preparados pelos Chefs. O show cooking será composto por um amusebouche, para encetar a refeição, duas entradas, dois pratos - um de peixe e outro de carne - uma sobremesa e ainda uma pequena surpresa preparada pelo chef pasteleiro Francisco Siopa ao café. O elemento comum a todas as criações dos Chefs será o Queijo Serra da Estrela certificado. No conjunto, será um menu de degustação elegante, que irá servir de pano de fundo a um debate sobre a revalorização do Queijo Serra da Estrela DOP, autêntico desde o século I.
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O evento, organizado pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, pretende sensibilizar o consumidor final para a importância da certificação do Queijo Serra da Estrela, única garantia da genuinidade do produto. A iniciativa irá ainda alertar para o facto de o Queijo Serra da Estrela só poder ser produzido na sua área geográfica, com leite de ovelhas da raça Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, que pastam e que dormem nesta região. “Sabemos que a preservação do Queijo Serra da Estrela está em risco. Colocando este produto tradicional nas mãos dos melhores Chefs, estamos a chamar a atenção para o potencial económico do Queijo Serra da Estrela e a alertar entidades públicas e privadas, e o próprio consumidor, para a exclusividade daquilo que se faz nesta região. Fico muito satisfeito por perceber que este evento está a envolver toda uma comunidade de produtores e especialistas que também partilham desta nossa preocupação”, defende José Morgado Ribeiro, presidente do Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões. O show cooking irá ser seguido por um painel de debate que terá o mote “Queijo Serra da Estrela: Da produção à mesa” e contará com a presença de representantes do sector e especialistas. O dia terminará com uma sessão de prova-cega de Queijo Serra da Estrela promovida pelos produtores locais, acompanhada por vinhos da região.
Manuel Casto e Brito sobre a 32ª OVIBEJA
“O próximo governo não pode apoiar apenas quem tem condições para exportar” “Esperamos que o primeiro-ministro venha à OVIBEJA inaugurar os dois últimos blocos de rega de Alqueva” afirma Manuel Castro e Brito em vésperas de mais uma Feira do Alentejo, que se realiza no Parque de Feiras e Exposições de Beja, de 29 de Abril a 3 de Maio. O presidente da Comissão Organizadora da 32ª OVIBEJA considera também que o próximo governo tem que ouvir todas as associações de agricultores e não apenas as de cúpula e, sobre a OVIBEJA, sublinha o facto deste ano se “homenagear o cante alentejano, que é o mesmo do que homenagear a nossa identidade cultural”, com um espaço próprio e uma grande presença de grupos na Feira, onde irão cantar algumas modas em conjunto, no sábado, dia 2 de Maio. Gazeta Rural (GR): A 32ª OVIBEJA abre portas no final deste mês de Abril. Há mudanças significativas ou esta é uma feira já muito consolidada? Manuel Castro Brito (MCB): A OVIBEJA é um marco por onde todos os alentejanos passam e que atrai muitas pessoas, muitas empresas e também muitas representações dos vários países que aproveitam a OVIBEJA para conhecerem melhor a nossa região e também os agentes económicos e as empresas que aqui têm interesses. Tudo isto somado ao facto do Alentejo ser, presumivelmente, um dos únicos pontos no país onde há possibilidades de investir, agora com o novo regadio do Alqueva e com a nova imagem que o Alentejo vai adquirindo também na vertente turística, torna a feira muito atractiva para visitantes e expositores. GR: Essas são as marcas fundamentais que caracterizam a OVIBEJA? MCB: Tudo isso é muito importante para nós. A Ovibeja constitui-se desde sempre como um lobby, não só um lobby agrícola, mas um lobby regional. A OVIBEJA ajudou muito os agricultores. No governo do engenheiro António Guterres, quando havia a necessidade de termos mais quotas de produção, por exemplo, conseguimos aumentos de quota no trigo rijo e a possibilidade de trocarmos as quotas de cereais de sequeiro por cabeças de gado bovino, tudo isto no âmbito da discussão da PAC na União Europeia. 6
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GR: E a defesa do regadio de Alqueva esteve também sempre muito presente na OVIBEJA. MCB: Sim. Pela OVIBEJA passou também a grande luta que travámos para a continuação do regadio do Alqueva, em que a conclusão destes dois últimos blocos foi aqui anunciada e que certamente estarão em condições de serem inaugurados nesta edição da OVIBEJA. “A floresta é mal tratada no novo Quadro Comunitário” GR: Sobretudo devido ao regadio de Alqueva, a agricultura hoje no Alentejo é muito distinta daquela que se fazia nos primeiros anos da OVIBEJA. Do sequeiro, na OVIBEJA, começou-se a dar um especial relevo ao regadio? MCB: A agricultura no Alentejo é, em parte, similar à agricultura que se faz nos outros países da Europa, se assim se pode dizer. Temos uma agricultura rica que passa por aqueles que tiveram a sorte de ficarem no perímetro do regadio do Alqueva, embora seja necessário um grande investimento a todos os níveis e uma gestão muito atenta, porque estamos a trabalhar com o regadio, com a água, mas é uma agricultura que, em várias vertentes, está a provar que é uma agricultura de sucesso. Ao lado, temos a outra agricultura de sequeiro que continua com os problemas do antigamente, porque tem que fazer os cereais de sequeiro, porque tem que fazer a criação de gado, ainda mais neste quadro comunitário onde haverá, sem dúvida nenhuma, perdas para as pessoas que se dedicam a estes sectores, e onde entra também a floresta que, quanto a mim, é muito mal tratada neste novo quadro comunitário 20-20. GR: De que tipo de floresta se está a falar? De todo o tipo ou da floresta característica do Alentejo, como o sobreiro ou a azinheira? MCB: Acima de tudo a floresta mediterrânica, em que o sobreiro ou a azinheira chegam a adultos com 70 anos e onde se passou de uma indemnização por perda de rendimento de 20 para 10 anos. Portanto, as pessoas terão só 10 anos de apoio para este tipo de floresta, o que, de facto, é uma tremenda injustiça, uma vez que nos países do norte as florestas fazem-se eventual-
mente em 10 anos. Aqui o nosso tipo de floresta é uma floresta que leva mais do que uma geração. E também, por isso, perdemos nesta área competitividade. GR: Quais são neste momento os sectores de vanguarda da agricultura no Alentejo? MCB: Antes do mais, no regadio destaca-se o sector do azeite e, já com mais anos, o sector do vinho. Portanto, o vinho e o azeite são, de facto, os sectores que se adaptam muito bem a esta nova agricultura com água do regadio aqui na nossa região, o que permite também alargar o perímetro do Alqueva, que está previsto ser de 120 mil hectares de regadio… GR: E quantos ficarão concluídos este ano, em 2015? MCB: Não sei exactamente, mas talvez 80/100 mil de regadio. Mas, como estava a dizer, uma vez que estas culturas – o olival e a vinha – não são esbanjadoras de água permitirá alargar o perímetro do regadio do Alqueva, o que será, sem dúvida, benéfico para a nossa agricultura e uma situação que abrangerá mais área e, obviamente, mais pessoas que poderão desenvolver as suas explorações agrícolas.
“Defendemos o congelamento do preço da água de Alqueva” GR: O preço da água poderá condicionar essa expansão do regadio? MCB: A água é um bem que, pode dizer-se, não tem preço. Economicamente, e falando a nível de explorações agrícolas e numa fase em que há um investimento brutal na transformação do sequeiro para o regadio, não se pode especular com o preço da água. Por isso, já pedimos a este governo, à ministra da Agricultura, que congele o preço da água em 70 por cento das tabelas que estão feitas para estes anos. Isto seria uma grande ajuda aos agricultores e às explorações que fizeram grandes investimentos na transformação do sequeiro em regadio. Estamos à espera dessa resposta, não sei se ela vai ser dada aqui na OVIBEJA, mas seria muito importante. GR: Tem sido fácil aos agricultores conseguirem apoio bancário? Ou têm aparecido dificuldades? MCB: O apoio bancário é só para aqueles que têm dinheiro ou bens para hipotecar. É assim que é normal. Agora aqueles que nada têm, muitas vezes têm dificuldades em conseguirem empréstimos, ainda mais nos tempos que estamos a viver, com dificuldades de crédito, e é-lhes muito difícil desenvolverem os seus projectos. GR: Fala-se também muito do milho como nova cultura do regadio no Alentejo. O milho já tem relevo nas produções da região? MCB: O milho é uma cultura que, embora seja muito mais exigente em água do que a vinha ou o olival, tem aqui também o seu lugar e um lugar importante porque, tanto a nível de solos como a nível de clima, conseguem-se óptimas produções de milho nesta região. No entanto, os preços de mercado do milho variam muito, o mercado é livre e é preciso levar tudo isso em linha de conta. GR: E quanto a produtos hortícolas? Tem havido uma expansão deste sector no regadio do Alqueva? MCB: Poderão não ocupar áreas percentualmente muito significativas, mas estrategicamente são muito importantes, princi7
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palmente os produtos horto-industriais, como ervilhas, tomate, cenouras, seja nos enlatados ou nos congelados. Importantes são também as frutícolas, sobretudo o sector dos frutos secos com uma procura muito grande para a amêndoa, por exemplo, e está-se a avançar para a plantação de grandes áreas de amendoeiras e que têm um maneio muito parecido com a cultura da oliveira, de que existe aqui, embora muito recente, uma grande tradição no olival de regadio. Há outro produto que seria muito estratégico a partir de 2016, quando acabam as quotas, que é a beterraba. A beterraba que nós experimentámos aqui, antes das quotas terem sido resgatadas, e que dá produções altíssimas a nível mundial. O sol, o clima e a abundância de água, agora com este regadio, são condições que existem para termos aqui grandes produções, muito embora a fábrica para o seu processamento esteja no Ribatejo e não seja rentável ter esta cultura aqui e ela ser processada tão longe, porque os transportes absorveriam toda a margem de lucro. Por isso, seria necessária a criação de uma fábrica de transformação de beterraba aqui no epicentro do regadio do Alqueva. GR: Este quadro comunitário de apoio 20-20 trará algumas medidas significativas para o desenvolvimento de projectos ligados à agricultura? MCB: Eu penso que deverá trazer mudanças significativas e isso terá muito a ver com o próximo governo. Se tivermos um governo que tem uma lista de agricultores escolhidos - e que acabam sempre por pertencer àquele lobby que geograficamente está sedeado na região que nós sabemos e que tem muita influência num dos partidos da actual coligação – para receberem grande parte das ajudas comunitárias, isso não será uma boa solução.
Por outro lado, este governo também tem tido uma política que se pode resumir como a “política do exportar”. Eu não posso exportar aquilo que não tenho e tenho que ter uma prioridade. E essa prioridade tem que ser o autoconsumo do país, evitando as importações e para desenvolver a agricultura da região. O exportar é só para alguns porque nem todos têm estrutura para isso. E aqui, quando só apoiamos alguns, estamos a voltar àquela lista de que falei antes. Ou seja, a situação existente relativamente aos apoios tem que ser democratizada e mais virada para o interior, esta tendência de apoiar só quem exporta é negativa.
GR: Como tem sido o diálogo com o governo? MCB: Muitas vezes não tem sido fácil. Não podem ser
apenas as organizações de cúpula as interlocutoras com o governo ou com o ministro da Agricultura. Têm que ser também as organizações de base, aqueles que estão no terreno, aqueles que estão com os pés em cima da terra e aqueles que sentem as dificuldades, e a quem não pode ser vedado o diálogo directo com o governo.
“O nosso Cante”
vai ser uma homenagem à nossa identidade GR: Este ano vai haver um novo espaço, “O nosso cante”, em homenagem ao cante alentejano. Tem a ver com o cante alentejano ter sido classificado como património da humanidade? MCB: Sim, também, mas não só. Sobretudo porque, aci-
ma de tudo, na Ovibeja sempre se cantou - e da maneira que eu gosto mais de ouvir cantar e em que, às vezes, também me atrevo a cantar um bocadinho, que é o chamado cante informal. O canto alentejano é um fenómeno cultural que foi também, naturalmente, aproveitado pelos vários regimes políticos, desde o Estado Novo até aos projectos colectivistas que ultimamente tivemos. Todos os que vivem nesta coisa da política se aproveitaram um bocadinho do canto alentejano.
GR: E o que é que vai acontecer, de concreto, nesse sentido? MCB: Para isso, haverá um grande encontro no sábado
da Feira, dia 2 de Maio, como homenagem às nossas modas alentejanas, à nossa poesia e à maneira de a cantar. Cantar à alentejana é uma maneira de exprimirmos a nossa poesia porque “quem canta/seus males espanta” e o nosso cante (também já vou na onde do cante…) é uma coisa muito bonita porque é a maneira de dizermos que estamos apaixonados por isto ou por aquilo, ou por esta ou por aquele, é a maneira de dizermos que apesar de tudo temos a tenacidade para ultrapassar as grandes crises.
GR: Uma Ovibeja cheia de diversidades? MCB: É uma Ovibeja com muita diversidade e também com um espaço para as pessoas cantarem informalmente, com dois mil metros quadrados, que iremos transformar numa adega, numa taberna, mas também num local onde se poderão assistir e participar em debates sobre o cante e ver algumas fotos, alguns filmes e documentários sobre a nossa vida reflectida na forma de cantar à alentejana, que é uma forma central da nossa identidade. 8
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Certame decorre a 9 e 10 de Maio
Feira Franca valoriza “o melhor” de Amares O Largo D. Gualdim Pais vai acolher de 8 a 10 de Maio mais uma edição da Feira Franca de Amares, evento em que estarão em destaque os produtos mais emblemáticos deste Concelho minhoto, como é laranja e o vinho verde. Durante os três dias do certame vão ser realizados diversos concursos. De destacar o concurso de derivados de laranja, que se volta a realizar, após o sucesso da edição anterior, dando a conhecer as iguarias feitas à base deste citrino tão característico deste concelho. Os participantes podem concorrer apresentando pudins, tortas e compotas feitas à base deste fruto. Haverá, também, um concurso de produtos locais, como o vinho verde, laranja, mel e broa. Realizar-se-ão, também, diversos concursos pecuários, de galinhas das raças amarela, branca, pedrês portuguesa e preta lusitana e, de seguida, o concurso de ovinos com churra do Minho e bordaleira. A gastronomia também marca presença no evento, com destaque para os rojões, as pataniscas, o pica no chão e o anho vão fazer as delícias dos visitantes numa festa onde não faltará, ainda, a vivência popular e a boa música tradicional.
Gazeta Rural (GR): Há alguma novidade na Feira Franca deste ano? Manuel da Rocha Moreira (MRM): É mais uma Feira Franca. No seguimento de anos anteriores, continua a ser um evento para desenvolver a marca ‘Amares’ e o concelho. O objectivo principal da Feira é promover os nossos produtos locais. Para além disso, a nossa grande missão é afirmar Amares como destino de turismo de excelência. A Feira Franca, como outros eventos que promovemos, é um sinal de vitalidade e de afirmação do concelho. A Feira deste ano será nos mesmos moldes da edição anterior, mas com alguma inovação. Vamos tentar ter algo diferente, sobretudo na área da restauração. GR: O vinho verde e a laranja são dois produtos de referência em Amares. Em relação à laranja, como está o processo de certificação? MRM: Sobre o processo de certificação da laranja de Amares, a câmara assinou um protocolo com a Universidade do Minho e o que está acordado é que durante este mês de Abril nos vão entregar o resultado desse trabalho. O objectivo é criarmos o BI da laranja de Amares. Não basta andar por aí a dizer que é melhor ou pior que outras. Temos que a identificar. A produção, aliás, não é em todo o concelho, mas numa zona específica. GR: Em relação ao vinho? MRM: O vinho Loureiro de Amares é também uma grande afirmação. Fizemos um protocolo com a Universidade do Minho e com a Associação Comercial do Minho no sentido de criarmos a nossa própria levedura do vinho e, por esta via, ter um produto de excelência. Em 2014 já fizeram a colheita e vão voltar a fazer este ano. Assim, vamos criar a nossa própria levedura, permitindo, assim, dar mais qualidade e muito mais eficiência.
GR: Em relação a laranja há alguma estimativa da produção deste ano? MRM: O problema da laranja de Amares é que nunca foi feito um trabalho para a sua promoção. Grande parte dela cai nos laranjais e ainda recentemente, numa palestra para jovens agricultores, se falava nisso. Temos capacidade de criar uma associação ou uma cooperativa que consiga armazenar o produto para o mercado. Já fomos ouvidos pela indústria de cosmética e um outro passo a dar era tentar, com a Compal, fazer uma linha de produção. Nós temos que lutar. Tenho marcado reuniões com a restauração do concelho, pois queria que todos os restaurantes pusessem na mesa a laranja de Amares, nos meses sem “r”. Como sabe, a laranja de Amares só se come nos meses sem “r”, de Maio a Agosto. Em vez de comprarem laranja de outras regiões, alguma importada de Marrocos, ponham a de Amares na mesa. Outro desafio a lançar é às pastelarias do concelho, no sentido de que cada uma crie um doce com laranja de Amares, porque isso era uma forma de a promover e escoar no mercado. Mas, quero primeiro receber o trabalho da Universidade do Minho para que possa falar em termos científicos da nossa laranja. GR: Como foi a última vindima? MRM: O vinho é muito bom. Foi um ano de boa produ9
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ção e de boa colheita. Somos um concelho pequeno, com 82 quilómetros quadrados, e temos apenas cinco ou seis produtores de vinho Loureiro. Uma coisa já conseguimos, é que não estejam de costas viradas. Quanto mais trabalharem em parceria, mais ganham. Ganhamos todos. O objectivo é tentarmos que trabalhem em conjunto, porque grande parte da produção é para exportação e já perceberam que o vinho da casta Loureiro pode ser uma alavanca para a economia do concelho. GR: Quem visitar a Feira Franca de Amares o que pode encontrar? MRM: Amares é um concelho hospitaleiro, acolhedor, com gente boa que sabe receber. É um concelho em apostamos fortemente na valorização do território. Temos vários patrimónios, mas lamento que pouco ou nada se tenha feito para o potencializar e dar a conhecer. Estou na Câmara há cerca de uma ano e meio e tenho tentado afirmar Amares pela sua excelência, sobretudo no turismo. Venham a Amares, porque a gastronomia é de excelência.
Ministra da Agricultura inaugura Expoflorestal 2015
Albergaria-a-Velha recebe maior feira florestal da Península Ibérica A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, inaugura a nona edição da Expoflorestal que vai decorrer em Albergaria-a-Velha de 8 a 10 de Maio, numa organização da Associação Florestal do Baixo Vouga (AFBV), da Associação dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha, e da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA). O certame conta, uma vez mais, com o Alto Patrocínio da Presidência da República e do Ministério da Agricultura, sinal evidente da importância do sector florestal para o país. Estão reunidas as condições para uma “edição de excelência de Expoflorestal”, refere da organização, que vê reconhecida aquela que é já a maior feira florestal da Península Ibérica, estendido igualmente a nível regional através do apoio da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e da Câmara de Albergaria-a-Velha. “Este ano temos também uma aposta clara na comunicação
e divulgação do evento, com o envolvimento de inúmeros parceiros de divulgação, nomeadamente da imprensa generalizada, do sector florestal e ainda algumas rádios regionais”, afirma a organização, frisando que “este é um aspecto fundamental para o objectivo comum de levar a ExpoFlorestal mais além. As expectativas são as de ultrapassar os 30 mil visitantes registados em 2013, quer pela qualidade e diversidades de expositores associados ao mundo rural e ao sector das florestas em particular, como da dinâmica criada em torno das actividades paralelas a desenvolver na feira. “Ainda estamos a trabalhar no programa da Expoflorestal, em conjunto com os nossos parceiros, mas para já podemos destacar as demonstrações de equipamento, como vem sido habitual nas diversas edições da feira, assim como um simulacro que vamos operacionalizar com a ACT, no âmbito da promoção da saúde e segurança no trabalho florestal”.
No Centro Histórico de Pinhel de 8 a 10 de Maio
Cidade do Falcão regressa à época medieval O Centro Histórico de Pinhel vai receber a I Feira Medieval de 8 a 10 de Maio. A cidade do falcão vai recuar no tempo e viver três dias de grande animação ao estilo de outros tempos. Partindo da grande praça central da cidade, frente aos Paços do Concelho, e prosseguindo pelas ruas do Centro Histórico, a Feira Medieval culminará junto ao Castelo de Pinhel, local de singular beleza e encanto, com as melhores vistas da cidade. Assim se anuncia esta I Feira Medieval de Pinhel – A Cidade do Falcão. Manjares, tabernas, cortejos, torneios, teatro, música, dança e animação de rua, onde de o destaca uma forte componente cénica baseada na representação da Lenda do Falcão (lenda associada à história de Pinhel e que lhe dá o epíteto de Cidade Falcão). Do vasto programa, realce ainda para a realização de uma Ceia Medieval, dia 9 de Maio. 10
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De 29 de Abril a 3 de Maio
FIAPE mostra e promove potencialidades económicas de Estremoz De 29 de Abril a 3 de Maio, decorre em Estremoz a XXIX edição da FIAPE - Feira Internacional de Agropecuária e Artesanato de Estremoz, o grande certame de promoção económica do concelho e um dos mais importantes a nível regional e nacional. São vários os sectores económicos em exposição, com destaque para a pecuária, o artesanato, (com a XXXIII edição da Feira de Artesanato de Estremoz), os produtos regionais, a gastronomia, os vinhos, a maquinaria agrícola e o ramo automóvel, assim como várias actividades comerciais e industriais. Do cartaz de espectáculo destaque para os cabeças de cartaz Anselmo Ralph, Amor Eletro e DAMA, também a animação cultural diária, os concursos animais, as provas desportivas, os colóquios e a animação nocturna serão mais um atractivo para os milhares de visitantes que são esperados no Parque de Feiras e Exposições. Para além das diversas mostras e sectores de actividades económicas presentes na feira, como pecuária, agricultura, artesanato, comércio, indústria, produtos agroalimentares, instituições e gastronomia. O programa da FIAPE completa-se com a Tarde Alentejana que se realiza no último dia da feira, 3 de Maio, com a actuação de ranchos folclóricos e grupos de Cante Alentejano, recentemente declarado Património Cultural Imaterial da Humanidade.
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Feira Medieval em Estremoz evoca figura da Rainha Santa Isabel Irá decorrer nos dias 16 e 17 de Maio, o “Festival da Rainha II Feira Medieval de Estremoz”, que decorrerá no Largo D. Dinis e espaços envolventes ao núcleo medieval da cidade de Estremoz. Os objectivos do “Festival da Rainha” são a promoção turística e o desenvolvimento económico do concelho de Estremoz, através da evocação dos valores subjacentes à sua história e património, recorrendo para tal a uma recriação histórica do período medieval, em concreto no que diz respeito às temáticas relacionadas com a figura da Rainha Santa Isabel (séculos XIII/XIV). O evento está aberto à participação de associações, colectividades, artesãos e mercadores locais (nacionais e estrangeiros), a entidades particulares e outros agentes locais, assim como a outros participantes que a organização entenda que preenchem os requisitos de enquadramento no evento. Esta iniciativa é uma organização do Município de Estremoz e da Escola Secundária Rainha Santa Isabel de Estremoz, através do Curso Técnico de Turismo e Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural.
Diz Jorge Loureiro, presidente da Unimadeiras
“O sector florestal está a atravessar uma conjuntura difícil” Jorge Loureiro substituiu há cerca de um ano António Loureiro na presidência da Unimadeiras, a maior fornecedora de madeira de Portugal e líder nacional no sector. Sobre o primeiro ano de mandato, o novo presidente diz que o balanço “é positivo a vários níveis”, numa altura em que “o sector florestal está a atravessar uma conjuntura difícil”. A menos de uma mês da Expoflorestal, Jorge Loureiro lembra que a Unimadeiras “esteve na génese” daquele que é hoje o maior certame ibérico do sector e sobre o qual tem renovadas esperanças de que seja “uma grande montra” do que de melhor se faz no sector. Gazeta Rural (GR): Que balanço faz do ano de 2014, o primeiro que a empresa esteve sob a sua liderança? Jorge Loureiro (JL): O balanço é positivo a vários níveis. A empresa celebra 40 anos de existência e é para mim uma responsabilidade acrescida ombrear o bom nome do meu avô, o fundador da Unimadeiras, que foi um visionário, um empreendedor e uma inspiração, e o do meu primo que comandou de forma exemplar o passado mais recente da empresa. Pessoalmente foi um desafio gratificante liderar esta empresa, a maior fornecedora de madeira de Portugal, que é líder nacional no sector, que conta actualmente com 640 accionistas de norte a sul de Portugal e que gera mais de 2.000 postos de trabalho directa e indirectamente. Ao nível dos clientes tivemos uma maior procura de produto, o que originou um crescimento de 4% no volume de negócios. O grau de exigência dos nossos clientes tem sido impulsionador da nossa pro-actividade e querermos estar na vanguarda dos processos, serviços, qualidade e garantia da oferta. É também um orgulho saber que temos na nossa carteira de clientes os grupos mais fortes e sólidos do mercado. Na perspectiva da qualidade e competitividade a nossa área certificada cresceu para o dobro, de 3 para 6 mil hectares, o que permitiu acrescentar valor ao produto que a Uni12
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madeiras vende. Desta forma, tem vindo a destacar-se pela sua notoriedade e prestígio e a afirmar-se como um selo de qualidade e garantia no mercado. Com o investimento das novas instalações em Albergaria-a-Velha, a capacidade de resposta ao nível dos serviços melhorou, tornando-os mais eficientes e rápidos. Também estamos a avançar com o processo de implementação de ferramentas de gestão da informação mais avançadas, permitindo aos colaboradores um tipo de agilidade diferente e mais adaptada às necessidades modernas do mercado. Relativamente à comunicação interna, teve-se um cuidado particular na sua adaptação, tornando-a mais funcional, equilibrada e ajustada à liderança actual. Notou-se uma maior fidelização dos fornecedores, fruto da competitividade da Unimadeiras dentro do seu sector. Actualmente, contamos com mais de três mil fornecedores. Esta é uma conquista relevante, que só é possível graças à notoriedade e posicionamento que temos no mercado. GR: A nível financeiro, o ano transacto foi melhor do que o registado em 2013? JL: Sim, o ano 2014 revelou-se mais positivo que o anterior, o que se confirma pelo aumento do volume de negó-
cios, bem como pelo aumento dos resultados líquidos. GR: Como está o sector florestal em Portugal? JL: A nível social o sector florestal mantém um papel muito importante para o nosso país, uma vez que assegura milhares de postos de trabalho directos e indirectos. A nível ambiental, a floresta contribui de forma decisiva na conservação do solo, na manutenção da qualidade da água, na fixação de dióxido de carbono, mitigando os efeitos das alterações climáticas e na preservação de espécies e habitats. Do ponto de vista económico e na perspectiva do produtor/empresário florestal, o sector florestal está a atravessar uma conjuntura difícil. Se por um lado os problemas fitossanitários das principais fileiras florestais do país, sobretudo as do eucalipto e pinheiro bravo, comprometem as produtividades das produções, por outro, o desequilibro comercial patente no sector, decorrente da excessiva concentração da procura numa ou duas empresas conduzem à evolução negativa dos preços destas matérias-primas à porta da fábrica, que conjugado com o aumento dos consumos intermédios, conduzem ao decréscimo acentuado do Rendimento Empresarial Líquido da produção florestal. Por último, importa salientar o papel decisivo que a certificação florestal, já tem e poderá vir a ter no sector, uma vez que assenta a sua actuação nos três pilares da sustentabilidade: “ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável”. Neste particular a Unimadeiras é pioneira, pois desde 2007, com a constituição do Grupo de Gestão Florestal, actualmente denominado Unifloresta, contribui de forma proactiva na difusão de boas práticas florestais, por forma a assegurar a manutenção da biodiversidade, o aumento da produtividade, a diminuição dos acidentes de trabalho e no incremento das mais-valias financeiras da floresta gerida pelos seus membros. GR: Os produtores têm queixas quanto à política seguida pelo Governo no sector? JL: Apesar das tentativas que se verificaram nos últimos anos, ainda não dispomos de cadastro predial rústico para cerca de dois terços do País. No que respeita ao enquadramento legislativo, apesar da simplificação de alguns diplomas, ainda existe uma variedade de leis e instrumentos de planeamento, que a mesma propriedade poderá estar contida, que dificulta e onera a actividade florestal em Portugal e que urge corrigir. O diploma sobre a qual recaem mais queixas é o que estabelece o regime jurídico das acções de arborização e rearborização (RJAAR) com recurso a espécies florestais. A simplificação/desmaterialização dos processos de licenciamento, com entrada em vigor do Decreto-lei n.º 96/2013 de 19 de Julho, apenas facilitou a análise e resposta automatizada aos pedidos por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que mesmo assim, na maior parte dos casos, responde em cima do prazo máximo de respostas (que pode ser de 45 dias úteis, contados da data de apresentação do respectivo), o que muitas vezes implica que a plantação tenha que ser adiada por largos meses, com consequências negativas para a produtividade e sustentabilidade económica das propriedades florestais. GR: Vem aí mais uma Expoflorestal. Que expectativa 13
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tem para a maior feira do sector em Portugal? JL: As expectativas são positivas, pois queremos estar mais visíveis que na edição anterior, quer na aposta das condições logísticas, quer na diversificação das actividades e atractivos, com o intuito de envolver o público e os nossos accionistas. A Unimadeiras esteve na génese da Expoflorestal e importa salientar que é a principal realização ibérica do sector florestal e que conta com a presença de mais de 30.000 visitantes. O certame é uma mostra de produtos e equipamentos florestais, incluindo as últimas inovações, representa os subsectores da produção lenhosa, caça e pesca, apicultura entre outros e envolve o sector de prevenção e combate a incêndios florestais. É direccionada para entidades oficiais; associações; indústria; viveiros; empresas de produtos, equipamentos e serviços; empreiteiros florestais e escolas e universidades. A Expoflorestal tem um cariz pedagógico dinâmico que dá especial atenção à população escolar com demonstrações técnicas e actividades diversas, apresenta também seminários sobre temas da actualidade florestal. Além disso decorrem em paralelo muitas actividades culturais e de convívio. A Unimadeira e a Unifloresta não podem deixar de ter presença marcante neste certame, ainda por cima quando se realiza na área da nossa sede. GR: O que gostaria de fazer em 2015 que não conseguiu em 2014? JL: Em 2015 pretendo implementar um plano de formação mais completo, que inclua formação ainda mais especializada para os funcionários, assim como para os fornecedores e os seus colaboradores. Esta formação realizar-se-á, como tem vindo a acontecer, nas nossas instalações. Tenho como objectivo continuar a dedicar especial atenção aos desafios, necessidades e exigências dos nossos accionistas, tendo sempre presente a nossa máxima: “A Unimadeiras será o que os nossos accionistas quiserem”.
Segundo a Associação Mundial de Críticos e Jornalistas de Vinhos e Bebidas
Sogrape e Casa Santos Lima entre as dez melhores empresas do mundo A Sogrape ocupa o quarto lugar da lista das 100 melhores empresas vitivinícolas do mundo da Associação Mundial de Críticos e Jornalistas de Vinhos e Bebidas, relativa a 2014, surgindo a Casa de Santos Lima no oitavo posto. “É mais um galardão internacional que nos enche de orgulho, até por ser atribuído por uma organização que reflecte um painel variado e diversificado”, refere o presidente executivo da Sogrape Vinhos, António Oliveira Bessa, através de uma nota que a empresa enviou à agência Lusa. O administrador sublinha ainda que a produtora, a maior a nível nacional, acabou por ocupar a primeira posição entre as concorrentes nacionais e a segunda entre as europeias, logo atrás da francesa Vranken Pommery Monopole Heidsleck (terceira classificada, detentora em Portugal dos vinhos Rozés e Terras do Grifo). Nos dois primeiros lugares desta lista ficaram a australiana
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Jacobs Creek Pernod Ricard e a norte-americana Ernest and Julio Gallo Family. No ano anterior, a Sogrape ficou no 12.º lugar e também liderou a presença portuguesa. A Casa Santos Lima, a oitava classificada no “ranking” de 2014, é uma empresa familiar há várias gerações tendo sido fundada no final do século XIX. Esta empresa afirma-se como “o maior produtor de Vinho Regional Lisboa e DOC Alenquer e um dos produtores portugueses mais premiados em concursos internacionais”. As propriedades da Casa Santos Lima estão situadas no concelho de Alenquer, 45 quilómetros a norte de Lisboa, numa região onde a tradição vitivinícola é secular. A Associação Mundial de Críticos e Jornalistas de Vinhos e Bebidas baseia as suas classificações, iniciadas em 1996, nos prémios conquistados por cada produtor em 75 concursos internacionais, de um total de quase meio milhar, realizados ao longo de um ano.
Meio milhão de euros investidos na sub-região Serra da Estrela
Vinhos ‘Casa de São Matias’ é a nova marca de vinhos do Dão A Sub-Região da Serra da Estrela é o berço de um novo projecto vínico de base familiar, que começou a ser pensado em 2011, envolveu um investimento de meio milhão de euros e chega este mês ao mercado. Os vinhos, um tinto, um branco e um reserva, vão ser comercializados sob a marca ‘Casa de São Matias’, nome de uma propriedade do século XVIII situada em Seia, no distrito da Guarda, explicou António Montenegro, que abraçou o projecto depois de dez anos ligado à empresa Sogevinus, detentora da Calém, Kopke e outras marcas. Montenegro tem sete irmãos: “Três estão directamente ligados ao projecto”, salientou. Com experiência profissional desde sempre ligada ao vinho, nomeadamente na área comercial, diz ser ele o “rosto mais visível” deste novo projecto nascido no Dão. “Estivemos ano e meio, afincadamente, a levantar este projecto”, procurando restaurar assim a vertente agrícola associada à Casa de São Matias, salientou. O vinho e o azeite eram os produtos cultivados ali. Montenegro convidou o enólogo Francisco Gonçalves para o acompanhar. Trabalharam juntos “quase dez anos nos Douro”, realçou. A relação profissional entre a família Montenegro e o enólogo deu agora origem a três vinhos feitos com “uvas oriundas de vinhas com idades entre os 20 e os 40 anos, situadas entre os 450 metros e os 550 metros de altitude”, junto à Serra da
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Estrela. Todas as castas são do Dão. A família recorreu à vizinha Adega Cooperativa de Vila Nova de Tazem para fazer a vinificação, porque não tem instalações próprias, e comprou uvas a produtores locais, porque a quinta ainda não as produz em quantidade suficiente. António Montenegro disse que foram lançadas 40 mil garrafas de vinho Casa de São Matias Tinto 2012, 12 mil de branco 2014 e “2.934 garrafas de Reserva tinto”. Apesar da sua juventude, os vinhos “já estão em quatro mercados: Portugal, Brasil, Angola e Suíça”. Daqui para a frente, o objectivo é “manter a consistência” no que diz respeito à qualidade e “ir aumentando em termos de volume”. Nos próximos três anos, o objectivo passa por “crescer 15 por cento”, anualmente. “Queremos muito lançar já para o ano um reserva branco e estamos já a trabalhar para daqui a dois ou três anos lançar uma garrafeira, um vinho de gama superior”, adiantou António Montenegro. O rosto do novo projecto é da opinião de que “o Dão tem um problema de imagem”. “Falta-lhe comunicação nova e geração nova, que veja o negócio de uma forma diferente, que olhe para o produto, que tem de ter qualidade, mas que também preste atenção à maneira de comunicar”, argumentou. “Começa-se a ver uma nova geração e novos projectos, que, em conjunto, estão a contribuir para que a região do Dão volte a ser aquilo que era. Há um enorme potencial”, concluiu António Montenegro.
Nasce oficialmente a 27 de Abril
Rota dos Vinhos do Dão inaugurada com seminário de partilha de experiências O Dão vai descobrir a 27 de Abril como o Alentejo chegou a Melhor Região de Enoturismo do Mundo em 2014 e como La Rioja, em Espanha, é uma das mais conceituadas regiões vitivinícolas do planeta. No dia em que a CVRD certifica os 40 aderentes à Rota, o Solar do Vinho do Dão recebe especialistas e os mais altos responsáveis pelo vinho e turismo de Portugal A Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD) inaugura oficialmente a 27 de Abril a sua Rota dos Vinhos do Dão – Um Destino Enoturístico –, com um seminário no Solar do Vinho do Dão, em Viseu, onde, além da apresentação das potencialidades da região, serão conhecidas as perspectivas futuras do enoturismo na zona geográfica do Dão. Com a presença de convidados nacionais e internacionais, será ainda descrito o percurso que conduziu o Alentejo à categoria de Melhor Região de Enoturismo do Mundo em 2014 e serão desvendados os argumentos que fazem de La Rioja, Espanha, uma das mais conceituadas regiões vitivinícolas do planeta. Arlindo Cunha, presidente da CVRD, Pedro Machado, presidente da ERTCP, e João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, darão o “tiro de partida” para um evento em que o Dão, e em particular os seus vinhos, quem os produz, comercializa ou os dá a conhecer, serão cabeças de cartaz. Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro, e Adolfo Mesquita Nunes, Secretário de Estado do Turismo, farão as honras de encerramento do Seminário. Um vídeo promocional de cinco minutos mostrará todas as potencialidades e perspectivas da nova Rota da centenária região vitivinícola, com imagens e palavras que serão posteriormente enquadradas e explicadas por António Fontes, Coordenador do Estudo para a definição, estruturação e gestão da Rota dos Vinhos do Dão. Dora Simões, presidente da CVRA, apresentará a Rota dos Vinhos do Alentejo, descrevendo o seu percurso até à eleição como Melhor Região de Enoturismo do Mundo em 2014. A experiência internacional de sucesso será retratada por Tom Perry, responsável pela comunicação da Great Wine Capitals, da Região Demarcada de La Rioja, uma das mais conceituadas de Espanha e uma referência vitivinícola a nível mundial. Após um almoço no Salão Garrafeira do Bispo, no Solar do Vinho do Dão, um painel de especialistas em temáticas vínicas debaterá as “Perspectivas para o Mercado do Enoturismo”. O jornalista da RTP Luís Costa será o moderador deste momento de partilha de experiências em que intervirá Maria João de Almeida, jornalista e autora do “Guia do Enoturismo em Portugal”, ficando a discussão do tema a cargo de Manuel Pinheiro, presidente da Associação Nacional das Denominações de Origem Vitivinícola (ANDOVI), Jorge Sampaio, presidente da Direcção da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal, João Marinho Falcão, Director-Geral da empresa Vinitur – Turismo, Vinhos e Gastronomia, e de Alexandra Prado Coelho, jornalista do Público. Pouco antes do encerramento do Seminário, decorrerá uma cerimónia de assinatura da Carta do Aderente à Rota dos Vinhos do Dão, com entrega das respectivas placas de sinalização aos 40 aderentes oficiais. O evento terminará com a inauguração de um Welcome Center da Rota no Solar do Vinho do Dão, com um momento musical e um Dão de Honra. 16
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O projecto Rota dos Vinhos do Dão tem como base um estudo para a Definição, Estrutura e Gestão da rota, no quadro de um projecto apoiado pelo QREN/Plano Operacional do Centro (POC), e cuja componente nacional foi financiada pela Comunidade Intermunicipal da Região Dão Lafões e pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão, tendo um custo total estimado numa primeira fase de 465 mil euros.
Escolhidos os 41 aderentes à primeira fase Produtores, quase todos com adega, muitos com serviço de enoturismo, todos com condições básicas de acolhimento de visitantes, foram os seleccionados pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD) para constarem na Rota que mostrará aos visitantes a diversidade e qualidade da região. Descubra o nome dos escolhidos nesta primeira fase. A Rota dos Vinhos do Dão, que vai nascer oficialmente a 27 de Abril com 41 aderentes, permitirá aos visitantes, entusiastas e curiosos por esta região vitivinícola descobrir vinhas com um ADN muito particular, adegas com características irrepetíveis e ricas casas senhoriais ostentando brasões, agora transformadas em espaços de degustação e apreciação dos néctares do Dão. Os 41 produtores de vinhos da Região Demarcada do Dão perceberam que o vinho é um bom guia para partir numa viagem à descoberta da região, das suas vinhas, quintas e adegas, dos seus produtos, da obra de homens e mulheres que moldaram a pulso as suas terras graníticas e acidentadas e das histórias de vida que têm para contar. Beneficiando de uma gastronomia local ímpar e de vinhos que se harmonizam na perfeição, a Rota abre agora caminho à descoberta da melhor oferta enoturística da Região Centro do país. O ponto de partida pode ser o Welcome Center do Solar do Vinho do Dão, em Viseu, mas também uma visita directa às quintas e enoturismos locais, que serão devidamente sinalizados e de localização facilitada através do sítio na internet ou da aplicação mobile Rota dos Vinhos do Dão para smartphones. Nesta primeira fase do projecto, reuniram todas as condições e critérios de qualidade para a aderirem à Rota a Adega Cooperativa de Mangualde; Adega Cooperativa de Penalva do Castelo; Caminhos Cruzados, adega em Nelas; Casa da Ínsua, enoturismo
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em Penalva do Castelo; Casa da Passarella, enoturismo em Gouveia; Casa de Santar, enoturismo em Nelas; Quinta de Chão de São Francisco, enoturismo em Lourosa de Cima, Viseu; Quinta Fonte do Gonçalvinho, adega em Paranhos da Beira, Seia; Julia Kemper Wines, adega em Oliveira, Mangualde; e Ladeira da Santa, adega em Tábua. Na lista de aderentes constam também: Lusovini, enoturismo em Nelas; Madre de Água Hotel Rural, enoturismo em Gouveia; Magnum Vinhos, adega em Carregal do Sal; e os enoturismos do Paço dos Cunhas de Santar e Pedra Cancela Vinhos do Dão, em Nelas; Quinta do Penedo dos Mouros, em Tondela; Quinta da Bica, Seia, Quinta da Boavista, Penalva do Castelo; Quinta da Boiça, Canas de Senhorim, Nelas; Quinta da Fata, Vilar Seco, Nelas; Quinta da Nespereira, Gouveia; Quinta da Vegia, Penalva do Castelo; Quinta das Camélias, Sabugosa, Viseu; Quinta das Marias, Oliveira do Conde, Carregal do Sal; e Quinta de Cabriz, Carregal do Sal. Entre os 41 produtores da Rota surgem ainda a Quinta de Lemos, enoturismo em Silgueiros, Viseu; Quinta de Reis, adega em Silgueiros; Quinta do Cerrado, adega em Oliveirinha, Carregal do Sal; Quinta do Medronheiro, enoturismo em Represes, Viseu; Quinta do Perdigão, adega em Pindelo de Silgueiros, Viseu; Quinta dos Cedros, enoturismo em Alcafache, Mangualde; Quinta dos Penassais, adega em São João de Lourosa, Viseu; Quinta dos Roques, adega entre Mangualde e Nelas; Quinta Mendes Pereira, adega em Carregal do Sal; Quinta Vale das Escadinhas, adega em Silgueiros, Viseu; Quintas de Sirlyn, enoturismo em Tondela; Seacampo, enoturismo em Vila Nova de Tázem, Gouveia; Sociedade Agrícola Boas Quintas, adega em Mortágua; Quinta do Sobral, enoturismo em Santar, Nelas; UDACA, União das Adegas Cooperativas do Dão, enoturismo em Viseu; e a adega da Vinícola de Nelas.
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Líder de uma revolução no vinho argentino
Matias Michelini ou “o incansável criador” Matias Michelini é o enólogo mendocino líder de uma revolução no vinho argentino. Após anos de experiência elaborando vinhos para renomadas bodegas em Mendoza, decide realizar o seu sonho pessoal de fazer vinhos fora do “lugar comum”. É criador de caldos ousados e surpreendentes, aplaudidos por sommeliers e pela crítica especializada. Junto com seus dois irmãos, Juan Pablo e Gerardo criou a Passionate Wines/Super Uco, vinícola totalmente aberta a novos experimentos, desafiando os paradigmas da vitivinicultura tradicional Argentina. Criador do primeiro vinho laranja da América do Sul, acaba de lançar um livro chamado “Todo lo Otro”, onde conta a trajetória de sua carreira, demonstra seu conhecimento e respeito pela natureza e dá voz a outros enólogos da nova geração a qual ele está liderando.
Wagner Gabardo (WG): Qual é a filosofia de trabalho que norteia o projeto Passionate Wines? Matias Michelini (MM): É um caminho de incansáveis buscas, aquele que não queres chegar nunca, aquele onde transitar é imensamente melhor que chegar. Também é o abandono de experiências vividas no passado, de frustrações, desencontros e privações. É algo como a vingança as estruturas, as modas, as tendências de mercado e as regras do jogo. Então é um desafio constante, o uso da criatividade sem limites, é mostrar quem sou e quem quero ser. Ao mesmo tempo é uma escola onde se aprende, se arrisca, se ganha e se perde, se constrói e desconstrói, que tem desatinos, angustias e eternas alegrias.
WG: Quais são as variedades que você mais gosta de trabalhar e por que? MM: A Sauvignon Blanc, por ser desafiadora em território argentino. Malbec, por ser nossa bandeira. Cabernet Franc, por ser um mundo a conquistar. E finalmente a Pinot Noir, por sua frágil elegância
WG: Porque a escolha do manejo orgânico e biodinâmico dos vinhedos? De que maneira você crê que estas práticas impactam no resultado final do vinho? MM: Há certos vinhos que transmitem algo em particular,
logos o porquê desta forma tão particular, similar a de um ovo. Os argumentos eram em sua maioria muito lógicos. Alguns diziam que pela espessura das suas paredes, de 18 centímetros, as temperaturas do exterior não afetavam as do seu interior. Outros afirmavam que o ovo é a única forma na qual os líquidos se mantem em constante movimento, o que mantém a mesma temperatura em todo seu conteúdo, aspecto fundamental durante a elaboração. No entanto, houve uma revelação que me encantou sobre este conceito: “Na forma do ovo há uma grande atração de energia dos astros, que fazem com o que os vinhos ali feitos sejam mais intensos em sabor, aroma e cor.” Essa frase foi suficiente pra me convencer e, em pouco tempo, já estava fabricando meus próprios “ovos” de cimento sem resina epóxi; somente concreto – a partir de materiais que vem da natureza.
WG: Qual o primeiro vinho “não convencional “que fizestes? Como foi recebido? MM: Inédito Torrontés Brutal 2011, o primeiro vinho laranja
que enchem de emoção a quem sabe desfrutá-los. Ainda que na maioria das vezes não se saiba exato o que há de tão intenso que eles provocam, mas o fato é que nos apaixonamos por certos vinhos para o resto de nossas vidas. Geralmente são vinhos que levam consigo uma energia diferente; é como se estivessem realmente vivos, com uma “eletricidade” que muito poucos têm e conservam através do tempo. Ao longo da minha vida como enólogo, pude experimentar esta sensação em um punhado de exemplares ao redor do mundo. E há algo em comum em muitos deles, pois foram elaborados – tanto no vinhedo como na vinícola – seguindo a filosofia da agricultura biodinâmica. Isto me levou a pensar, inevitavelmente, que eu também trabalhasse da minha maneira meus vinhos, também tivesse esse “algo a mais”, que os torna distintos, que a meu ver é sinônimo de qualidade.
da América do Sul. O público o recebeu muito melhor do que eu esperava. Hoje é um vinho de culto.
WG: Como surgiu a ideia de fermentar seus vinhos em ovos de cimento? Quais são as diferenças e vantagens em relação aos modernos tanques de aço inox? MM: Quando comecei a estudar e a entender a viticultu-
Blanc)
ra biodinâmica foi impossível não perceber um detalhe: muitos produtores seguidores desta filosofia usavam vasilhas ovaladas, com forma de um ovo, para fermentar e amadurecer seus vinhos. Curioso como sempre, decidi pesquisar entre estes enó19
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WG: Qual o novo vinho que estás fazendo cujo resultado te deixa ansioso? MM: Muitos, todos! Estou sempre metido na busca por ex-
plorar.
WG: Se não estivesses em Mendoza, que outra região do mundo gostarias de trabalhar? MM: No Loire, na França. WG: Se tivesses que levar um dos seus vinhos a uma ilha deserta para o resto da sua vida, qual levarias? MM: Montesco Agua de Roca (feito a partir de Sauvignon WG: Se fosses uma uva qual seria e porquê? MM: Uma mistura de brancas e tintas crescendo livremente
entre um emaranhado de árvores silvestres.
Wagner Gabardo - Sommelier (wineoone.wordpress.com) Nota: A publicação desta entrevista respeita a ortografia original
In Douro Wine Export Business
Evento quer potenciar a exportação de vinhos a partir de Vila Real Importadores de vinhos da Alemanha, Canadá, China, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Irlanda, Japão, Polónia, Reino Unido, República Checa, Rússia e Suíça, vão estar presentes no In Douro Wine Export Business, que vai decorrer de 16 a 18 de Abril, em Vila Real, no Hotel Quinta do Paço, numa organização da NERVIR - Associação Empresarial, com o apoio da DouroAlliance e da Câmara Municipal de Vila Real. Vão estar presentes importadores de 15 países, provenientes de 3 continentes, cujo objectivo é o de fazer negócio com os produtores presentes neste evento, aumentando assim os respectivos portfólios de vinhos Douro e Porto e abrindo novos mercados aos produtores. Os produtores presentes vão poder estabelecer contactos com estes importadores que vem ao Douro, em regime de exclusividade, na procura de novos produtos para os respectivos mercados, cumprindo assim o objectivo principal deste evento que é o de promover a exportação dos produtos da Região, principalmente o vinho, mas também o azeite, por exemplo. Evento exclusivo para produtores/empresas de Vinhos Doc Douro e Porto.
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Júri reúne 10 enólogos para avaliarem 85 vinhos entre tintos, brancos e rosés
Cartaxo premeia vinhos na produção O Centro de Promoção Vitivinícola do Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo recebeu enólogos e especialistas que provaram 41 vinhos tintos, 32 vinhos brancos e 12 vinhos rosé, para dois concursos que vão premiar o melhor vinho na produção do Concelho do Cartaxo e do Tejo. O concurso de vinhos do concelho do Cartaxo teve, este ano, a sua XXXI edição, enquanto o concurso de vinhos do Tejo, celebrou 16 anos – entre os dois reuniram 85 vinhos concorrentes. As provas dos dois concursos tiveram como presidente do júri, José Rodrigues, que contou com mais sete provadores – Pedro Gil, Francisco Cruz Ferreira, Maria Vicente, Gisela Machado, Carlos Sardinha, João Sardinha, Carmen Santos, Azoia Bento e Carlos Céu. Sérgio Oliveira, técnico municipal e enólogo e um dos responsáveis pela organização do concurso, assegurou que “a qualidade dos vinhos a concurso tem sido uma constante ao longo dos anos”, sendo que “apesar de este ano termos mais dois vinhos do que em 2014, alguns produtores não concorreram por considerarem que as condições que se viveram este ano não permitiam aos seus vinhos chegarem ao concurso no seu melhor. O que mostra o alto sentido de responsabilidade dos produtores”, frisou. A cerimónia de entrega dos prémios dos dois concursos terá lugar no âmbito da Festa do Vinho do Cartaxo, que decorre de 30 de Abril a 3 de Maio.
Escola Secundária do Cartaxo presente no decorrer das provas As provas do concurso contaram este ano com a participação de alunos do 1.º Ano do Curso de Viticultura e Enologia, da
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Escola Secundária do Cartaxo. A professora Inês Bernardo optou por transformar a sua aula de Enologia numa visita às provas. “É uma oportunidade única. Assim, os alunos podem perceber o processo que envolve uma análise sensorial, podem ver como se faz uma prova real e conhecer profissionais com uma experiência enorme”, referiu a docente.
Festa do Vinho do Vinho
Debate sobre as alterações no sector do vinho abre Festa do Vinho O Pavilhão Municipal de Exposições recebe de 29 de Abril a 2 de Maio a edição 2015 da Festa do Vinho do Cartaxo, que propõe uma viagem ao mundo dos vinhos, proporcionando o conhecimento e a descoberta das características dos néctares representados neste certame por um vasto leque de expositores. Apresentação de novos vinhos, provas guiadas, seminários, concursos de vinhos e gastronomia fazem da Festa do Vinho um certame marcante da “Capital do Vinho”, no primeiro fim-de-semana do mês de Maio. O seminário “As Mudanças do Mundo do Vinho” é um dos destaques do programa do certame, que contará, também, com dois cursos de Iniciação à Prova de Vinhos e uma “Prova Conduzida de Vinhos”, orientada pelo enólogo Aníbal Coutinho. Para além do programa de animação com artistas do concelho, destaque para a gastronomia local, uma corrida de toiros e um desfile de campinos pelas ruas da cidade. A Festa do Vinho é uma organização conjunta da Câmara do Cartaxo, Associação de Municípios do Vinho e da Rede Europeia de Cidades do Vinho.
Um produtor de vinho verde em Amares
Quinta do Cruzeiro lançou branco “Namorar Portugal” “Namorar Portugal” é o mais recente lançamento da Quinta do Cruzeiro, um produtor de vinho verde no concelho de Amares. Actualmente com 3,25 hectares de vinhos produz cerca de 25000 garrafas por ano, com as castas Loureiro, Arinto e Trajadura. Situada na encosta da Abadia, de olhos postos no rio Cávado e na Pousada de Santa Maria de Bouro, e de onde se avista a barragem da Caniçada e o Gerês, a Quinta do Cruzeiro é um espaço que faz parte da história e do património rural e vitícola da Vila de Bouro Santa Maria e do concelho de Amares. A designação, “Quinta do Cruzeiro”, está associada ao singular e secular cruzeiro em pedra situado na antecâmara do portal de acesso, que aí terá sido colocado, em data que se perde na memória do tempo, como que a receber e a dar as boas-vindas aos visitantes. A quinta, predominantemente ocupada por vinha, desenvolve-se em socalcos, característica do terreno que deu nome ao vinho actualmente produzido na Quinta do Cruzeiro, o “Socalcos do Bouro”. A excelente exposição solar, as características do solo e o microclima da região formam um terroir único, que se descobre e sente nas notas aromáticas dos vinhos. 23
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“A última campanha foi um pouco atribulada, pois o clima complicou a vida aos viticultores”, afirmou Victor Gonçalves, um dos sócios da quinta, à Gazeta Rural, acrescentando que “quando era necessária chuva ela não veio e apareceu depois na campanha, para mal dos nossos pecados. A falta de chuva no tempo certo afecta sempre a maturação das uvas”. Sobre o desafio lançado pelo presidente da Câmara de Amares para que os produtores criem o próprio mosto e lúpulo para a fermentação, Victor Gonçalves diz que “é uma questão interessante, mas não sei se exequível”. Para este produtor de vinho verde “é uma questão que envolve questões culturais, que são as mais difíceis, e económicas”, referindo que é preciso “escala para se avançar nesses projectos”. Victor Gonçalves destaca “um projecto interessantíssimo” sobre este tema em Vila Verde (a Yeast Wine), mas diz que “é necessário que as pessoas se agrupem, encontrem consensos e escala para isto funcionar”, pois “a mais-valia dessa ideia é fazer vinhos únicos e não massificados”. Se na produção tudo vai bem, com apostas certas na qualidade, o escoamento do produto “é a parte em que poucos trabalham a sério”, refere o produtor, que já exporta, uma área que, diz, “é seguramente onde mais temos de investir”.
Novo regime vigorará a partir de 1 de Janeiro de 2016 e até 2020
Comissão Europeia Bruxelas liberaliza plantio de vinha para aumentar produção Cinco anos depois de ter patrocinado o arranque de vinha para combater excedentes de produção, a Comissão Europeia apresentou um plano para aumentar a produção vinícola e que acaba com o regime de direitos de plantação. O novo regime de autorizações para plantações de vinhas, que vigorará a partir de 01 de Janeiro de 2016 e até 2020, prevê o crescimento de 1% anual da superfície vinícola de modo a responder à procura no mercado e a enfrentar a concorrência do chamado Novo Mundo, com o Chile e a Austrália à cabeça. “Os Estados-membros devem conceder anualmente autorizações de novas plantações correspondentes a 1% da superfície total efectivamente plantada com vinhas nos respectivos territórios, embora possam fixar limites inferiores, o que deve ser solidamente fundamentado”, prevê o texto, publicado no Jornal Oficial da União Europeia (UE). “O declínio da produção foi superior, quase o dobro do que se pagou para o arranque”, disse fonte comunitária, comentando os prémios dados pela Comissão Europeia entre 2008 e 2010 para promover o arranque da vinha na UE, nomeadamente de vinhos sem designação. Este declínio levou agora Bruxelas a investir no aumento da produção, esperando resultados especialmente “no vinho de qualidade”, salientou a mesma fonte. O novo regime prevê restrições às autorizações “desde que a decisão se justifique pela necessidade de evitar um risco comprovado de desvalorização significativa de determinada denominação de origem protegida (DOP) ou indicação geográfica protegida (IGP)”, como por exemplo o vinho do Porto ou o champanhe. “O regime de autorizações permite que se continue a controlar a expansão -- nomeadamente para DOP e IGP -- mas os limites têm que ser bem definidos e explicados”, disse fonte comunitária. O novo regime aplica-se a novas plantações, a replantações e à conversão de direitos de plantação e, no primeiro caso, as autorizações são concedidas anualmente e, ao contrário dos direitos, não podem ser transaccionadas entre produtores. Os direitos de plantação que continuem válidos em 2016 e 2017 serão automaticamente transformados em autorizações. Em termos de mercado, e segundo dados de Bruxelas, os maiores aumentos de consumo de vinho verificam-se fora do espaço europeu, principalmente nos EUA, a partir de 2009, e na China, desde 2012, sendo que a UE exporta 15% da sua produção para países terceiros. 24
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IV Festival decorre de 22 a 24 de Maio em Vila Nova de Foz Côa
Três dias a provar vinhos do Douro Superior Depois do sucesso das edições anteriores e da importância de um evento como este, a quarta edição do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ está já marcada para 22, 23 e 24 de Maio. Uma iniciativa que, pelas mãos da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, veio para ficar, afirmando a cidade como a “Capital do Douro Superior” e a sub-região como produtora de vinhos de qualidade e com identidade e carácter muito próprios. Em jeito de rescaldo da última edição, foi escrito na imprensa que “todas as regiões vitivinícolas deveriam sentir-se obrigadas a realizar anualmente um festival popular com os seus vinhos. Isso educaria os consumidores. E, já se sabe, consumidores esclarecidos são uma boa ajuda ao negócio. Ajuda ao negócio dos produtores, ajuda ao negócio das comissões vitivinícolas e ajuda aos cofres da Dra. Maria Luís Albuquerque.” (in Jornal de Negócios, 06.06.2014). “É com orgulho que recebemos este tipo de feedback. Trabalhamos para aumentar a notoriedade do território, dos vinhos e dos demais produtos autóctones e, para isso, nada melhor do que convidarmos as pessoas a visitarem-nos, descobrindo e deliciando-se com o que de melhor a região tem para oferecer”, afirma Gustavo de Sousa Duarte, presidente da Câmara Municipal de Vila 25
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Nova de Foz Côa. Os moldes do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ mantêm-se, com a realização da feira de vinhos e sabores; das provas de vinhos comentados por especialistas da Revista de Vinhos (produtora do evento); do colóquio para profissionais; e do concurso de vinhos do Douro Superior. Todas elas actividades que vão ter lugar no ExpoCôa - Pavilhão de Exposições e Feiras e às quais se junta a oferta gastronómica e a animação musical na noite de Sábado. Dos mais conceituados e mediáticos aos menos conhecidos, são mais de 200 os vinhos que vão estar em prova livre – e alguns deles à venda, a preços especiais – ao longos dos três dias de feira. Integram este certame cerca de 70 produtores, vindos de Vila Nova de Foz Côa, mas também dos concelhos vizinhos de Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Flor. São esperados mais de cinco mil visitantes, de onde se destacam cerca de trinta jornalistas e bloggers. A estes juntam-se também profissionais do comércio, que vão estar em Foz Côa para o Festival e para o ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’, também ele na sua 4.ª edição.
Sedeada em Cabril, no concelho de Viseu, a inaugurar em Setembro
Frueat investe 1,35 milhões em nova fábrica para desidratar fruta A empresa portuguesa de ‘snacks’ de fruta Frueat está a investir 1,35 milhões de euros na construção de uma nova fábrica, em Viseu, a inaugurar em Setembro e que mais do quintuplicará a sua capacidade de produção. O director-geral, Filipe Simões, explicou que “o sucesso da marca” desenvolvida pela empresa - a Fruut, que consiste em ‘snacks’ 100% feitos de fruta (maçãs e pêras) natural desidratada - “ultrapassou largamente o previsto”, levando-a até ao “limite da capacidade de produção”. “Tivemos que refrear um bocado os nossos ímpetos e planos de desenvolvimento de novos sabores e novas linhas. Mas estamos a construir uma fábrica a um quilómetro da nossa actual, em Cabril, Viseu, com inauguração prevista para Setembro e que nos vai permitir passar a produção das atuais 1,5 para oito milhões de embalagens/ano”, disse. Embora admita que “há conceitos semelhantes” aos produtos da Fruut, Filipe Simões garante que “é só mesmo em termos de conceito, porque na prática os processos de desidratação [da fruta] utilizados são completamente diferentes”. “Os produtos concorrentes que existem lá fora normalmente têm uma textura mole e pastosa, que competem mais com os frutos cristalizados. E mesmo a estratégia de comunicação das empresas não passa tanto pela construção de marca, não se preocupam muito com a imagem e com a comunicação, nem investem nisso”, disse. O selo português do produto é também, para o empresário do Porto, “claramente uma mais-valia”, nomeadamente no mercado europeu: “Existe por parte dos consumidores uma aversão ao que é chinês, dada a tão grande invasão de produ26
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tos feitos no Extremo Oriente, por isso o facto de dizermos que o produto é português é um sinónimo de garantia”, sustentou. Paralelamente, disse, “todo o crescimento da agro-indústria em Portugal, com várias empresas de grande sucesso na área dos vinhos, da fruta, azeites e conservas a aparecerem e a realçarem a qualidade do produto português”, tem também beneficiado a imagem da Fruut. Apesar de neste momento estar concentrada em internacionalizar -- nomeadamente para Espanha e para o Norte da Europa - os seis sabores de fruta (seis de maçã e um de pera) já no mercado, a Frueat garante que “não se quer ficar por isto” e pretende aproveitar o aumento da capacidade produtiva com a entrada em funcionamento da nova fábrica para lançar novos frutos desidratados e também novas linhas de produtos. Então, antecipou, será lançado o novo sabor banana da Madeira e, “logo a seguir”, o ananás dos Açores, mantendo-se a aposta da empresa na utilização de frutas nacionais. “É tudo fruta 100% portuguesa e fazemos constar isso das embalagens. Não será de admirar se, em 2016, lançarmos o sabor laranja do Algarve”, revelou. Além da aposta na produção nacional, a Frueat diz manter como outro dos pilares da marca a contribuição para a “diminuição do desperdício alimentar”: “Aproveitamos maçãs e pêras de calibre reduzido, que não são aceites pela grande distribuição, e vamos aproveitar bananas que caem dos cachos. Acrescentamos valor a fruta que, de outra forma, era destruída ou vendida para refugos”, explica. A este propósito, Filipe Simões diz já terem sido aproveitadas, desde o início da operação da Frueat, cerca de oito milhões de maçãs, 85% das quais da região de Viseu.
Bolachas, compotas, licores e outros
Produtos ‘Quelha Branca’ feitos a partir de laranja de Amares Da carolice do casal Fernando e Albertina Macedo nasceu em 2007 a “Quelha Branca”, uma micro empresa sedeada em Amares, que se dedica ao fabrico de delícias artesanais de qualidade reconhecida, como bolachas, compotas, licores, pasta de azeitona, azeite aromatizado, entre outros produtos, que têm como ingrediente principal a laranja de Amares. “Gostávamos de fazer licores, que oferecíamos a pessoas amigas, que, entretanto, quiseram comprar para oferecerem a outras pessoas”, começou por referir Fernando Macedo. Entretanto, a professora Albertina Macedo, depois de uma feira quinhentista, achou “que havia mercado para os produtos e começámos a fazer feiras medievais de caris histórico”. “Com as pessoas a elogiar os nossos produtos, apareceram também lojas interessados em os comercializar e decidimos investir em instalações em Amares, em 2009, uma vez que utilizávamos a laranja desta região nos nossos produtos”, referiu Albertina Macedo. Oito anos depois, Fernando Macedo diz que “valeu a pena, mas ainda temos muito para crescer”, destacando a “forma artesanal de fazer os nossos produtos, o que os torna únicos, produzidos numa zona rural com produtos da terra, sem corantes, nem conservantes”. Por exemplo, refere Albertina, “as nossas compotas têm uma baixa adição de açúcar e as bolachas são isentas de glúten”. A produtora destaca os licores e as compostas, produtos feitos com a laranja de Amares, mas especialmente a compota ‘Verde Amares’, “feira com laranja e vinho verde de Amares”, a pasta de azeitona com laranja de Amares, adiantando para breve “uma compota de laranja com espumante, que vamos lançar este ano em parecia com a Espumanteria Portuguesa, de Braga”.
De “um pé de laranja de Amares” nasceu a Quelha Branca, uma micro empresa dedicada ao fabrico de delícias artesanais como bolachas, compotas, licores, pasta de azeitona, azeite aromatizado, chutneys…
Rua S. Pedro Fins n.º 73A, 4720-201 - Caires – Amares Contacto: 917836482 - 917837976 www.quelhabranca.com – quelhabranca@gmail.com
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Afirmou o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro
Turismo do Centro quer contrariar litoralização e sazonalidade
“Está em risco enquanto produto tradicional”
Comunidade Viseu Dão Lafões
apela à certificação do queijo da Serra da Estrela
O secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, defendeu a necessidade de se sensibilizar o consumidor final para a importância da certificação do queijo Serra da Estrela, que “está em risco enquanto produto tradicional”. “A única garantia da genuinidade do queijo Serra da Estrela é a sua certificação. Queremos sensibilizar o consumidor final para a importância da certificação do queijo Serra da Estrela, que está em risco enquanto produto tradicional”, alegou. Nuno Martinho evidenciou que o queijo Serra da Estrela é um produto de excelência do território Viseu Dão Lafões, sendo imprescindível assinalar a sua notoriedade. “Para dar nota da sua notoriedade, estamos a preparar um evento gastronómico, em que o queijo Serra da Estrela vai estar no centro, mas que é também um evento enogastronómico, porque lhe vamos associar ao Vinho do Dão”, avançou. O evento “Queijo Serra da Estrela à Chef” está agendado para o dia 18 e irá decorrer no Hotel Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo. Promovida pela CIM Viseu Dão Lafões, esta iniciativa vai juntar seis “chefs”, três deles reconhecidos com “Estrelas Michelin”, que irão criar um “showcooking” inédito que visa a promoção e valorização do queijo Serra da Estrela. Albano Lourenço, Francisco Siopa, João Rodrigues, Ljubomir Stanisic, Miguel Laffan e Vincent Farges são os seis “chefs” que terão como tarefa criar um menu de degustação inédito que terá o Queijo Serra da Estrela certificado como o elemento comum a todas as criações. Para além do “showcooking”, terá ainda lugar um “workshop” que tem como objectivo chamar a atenção para todo o percurso do queijo Serra da Estrela, desde a sua produção até à sua distribuição. Com isto, pretende-se alertar para o facto de “o queijo Serra da Estrela só poder ser produzido na sua área geográfica, com leite de ovelhas da raça Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, que pastam e que dormem nesta região”. “Já a manhã contempla uma visita a um conjunto de queijarias certificadas da região Viseu Dão Lafões, que vão ser acompanhadas por técnicos e especialistas”, acrescentou. Ainda no mesmo fim-de-semana, a região Viseu Dão Lafões contará com a visita de uma centena de operadores turísticos. “De 17 a 19, em articulação com a Turismo de Portugal, vamos realizar um programa educacional para mais de 100 operadores turísticos de norte a sul do país, que vão estar na nossa região a viver experiências do nosso território, no âmbito do enoturismo, turismo termal e património”, concluiu. 28
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O presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, Pedro Machado, afirmou, em Coimbra, ser prioritário o combate à litoralização e sazonalidade da actividade turística na região. “A forte sazonalidade” e “a forte litoralização” da Turismo do Centro, que é a maior região turística do país, abrangendo cem municípios, são “problemas estruturantes” desta área, que é urgente combater, defendeu Pedro Machado, que falava, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, numa sessão informativa sobre os instrumentos financeiros europeus de apoio a projectos na área do turismo. Por isso, a coesão territorial é a principal “linha orientadora” da acção da Turismo do Centro, sublinhou Pedro Machado, apelando às centenas de empresários e agentes turísticos que participaram na sessão a definirem os seus investimentos de acordo com esta realidade. Os investimentos que promovam a coesão territorial “têm de ser prioritários”, mas também têm de ser “sustentáveis e de complementaridade” com as estruturas que já existem, sustentou. A baixa taxa de permanência dos turistas na região (média de 1,78 noites, contra a média nacional de 2,2 noites por turista) é outro dos problemas estruturantes da região, disse Pedro Machado, apelando aos empresários que também definam os seus projectos em função deste fenómeno. O presidente da Turismo do Centro acredita que o combate a estas e outras dificuldades da região passa pela diversificação e qualificação da oferta, apontando o Centro de Convenções e Espaço Cultural, no Convento de São Francisco, em Coimbra, que deverá ficar concluído no final deste ano, como um importante meio para diversificar a oferta turística da região, onde falta um centro de congressos com a dimensão (1.125 lugares) e características daquele. “A actividade turística não se confina apenas à cadeia do alojamento”, alertou Pedro Machado, referindo que um estudo recente da AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) concluiu que este sector representa 14,5% da economia de turismo, significando os transportes 33,7%, as agências de viagens e operadores turísticos 11,6%, as actividades recreativas e culturais 4,2% e a restauração e bebidas 36%. “As empresas de animação, as actividades culturais, o comércio, os serviços e a restauração são igualmente importantes para podermos ter um destino [turístico na região Centro] mais maduro e mais competitivo”, concluiu o presidente da Turismo do Centro.
Paulo Ribeiro diz que é a aposta do novo mandato
Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços vira-se para o mercado externo Os azeites de Trás-os-Montes estão em alta e para isso muito contribui a Cooperativa dos Olivicultores de Valpaços (COV), hoje com cerca de dois mil associados e com uma produção de cerca de 10 milhões de quilos de azeitona. A Cooperativa tem visto a qualidade dos seus azeites reconhecida em diferentes concursos. A colheita de 2013/2014 recebeu 23 medalhas e a de 2014/2015 já vai com dois galardões em concursos internacionais. Paulo Ribeiro, presidente reeleito para um novo mandado, definiu a internacionalização como aposta para os próximos três anos. À Gazeta Rural adiantou que a COV tem espaço para crescer, mas entrada de novos associados depende da abertura de novos mercados para escoamento do azeite.
Gazeta Rural (GR): Como foi a campanha deste ano? Paulo Ribeiro (PR): Em Trás dos Montes, e falo da Coope-
rativa de Olivicultores de Valpaços, há bons azeites. A campanha deste ano rendeu 1,7 milhões de litros de azeite, todo extra virgem, com uma acidez muito baixa, entre duas a três décimas.
GR: Os azeites da COV continuam a ser galardoados? PR: Sim, os azeites da campanha 2014/2015 já ganharam
uma medalha no concurso “Mário Solinas”, promovido pelo Comité Oleico Internacional, e uma medalha de bronze no concurso da Agence pour la Valorisation des Produits Agricoles (AVPA), em França. Os azeites da campanha 2013/2014 já obtiveram 23 medalhas. Isso demostra a qualidade excepcional dos nossos azeites, que continuam a ser premiados a nível nacional e internacional.
GR: Há uma grande aposta no olival em Trás-os-Montes? PR: Sim, há uma grande aposta na região, especialmente em
novos olivais. Nas variedades é que não se muda. A Verdeal, a Madural e a Cobrançosa são excelentes e dão óptimos azeites. Os nossos sócios estão a aumentar a produção. Temos dois mil associados e temos pedidos de entrada para cerca de 500, o que demonstra também a importância que o olival tem na nossa região.
GR: Significa que esta nova fase de regresso a terra também ‘assentou’ no olival? PR: Este não falaria em regresso, porque, efectivamente, as
pessoas nunca saíram da terra. No interior, e falo da região de Valpaços, tem que se viver essencialmente da agricultura, nomeadamente do olival, dos frutos secos e do vinho. Neste caso, como temos uma boa cooperativa, que recebe 10 milhões de quilos de azeitona, as pessoas apostam no olival porque temos vendido bem o azeite.
GR: E com isso, os sócios são recompensados? PR: Os sócios têm sido recompensados. Reconhecem o 29
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esforço que as direcções têm feito e têm-nos apoiado. Isso faz também com que tenhamos mais responsabilidade, mais trabalho e nos preocupemos cada vez mais em vender bem o azeite para termos mais rentabilidade e recompensar os nossos associados por isso.
GR: A COV tem vindo a apostar na exportação? PR: O nosso azeite é comercializado em Portugal nas gran-
des e pequenas superfícies do Minho ao Algarve. Agora, estamos a apostar na exportação, mas ainda em pequena escala. Quando tomei posse para este novo mandato de três anos defini a internacionalização como meta a cumprir. Queremos apostar na exportação, que nesta altura representa apenas cerca de 15% do nosso volume de vendas. Para o efeito, vamos apostar em pessoal qualificado. Inglaterra e Rússia são dois países em que queremos marcar presença, mas há outros.
GR: Tem tido feedback do estrangeiro? PR: Sim. Temos um azeite de grande qualidade que o consu-
midor reconhece. A COV começou por ser uma pequena cooperativa e hoje é a segunda maior do país, em produção e qualidade. E não é por acaso que as pessoas querem tornar-se sócios. Temos espaço para crescer, mas não queremos admitir novos associados sem primeiro ter mercado garantido. Temos que ir passo a passo, de forma segura, como temos feito ao longo dos anos.
Em 2014 registou a produção mais baixa dos últimos 32 anos
Cooperativa de Olivicultores de Borba exporta 40% da produção de azeite engarrafado
A Cooperativa de Olivicultores de Borba, no Alentejo, exporta cerca de 40 por cento da produção de azeite engarrafado para os mercados do Brasil, Japão, Alemanha, Macau, Holanda, Singapura e França, revelou o director executivo. Segundo Paulo Velhinho, esta cooperativa do distrito de Évora, que produz azeite com Denominação de Origem Protegida (DOP), está a apostar no mercado de Macau, para o qual espera aumentar as exportações. França, Alemanha e o mercado nacional são outras apostas da cooperativa para o crescimento das vendas, mas, de acordo com o responsável, este ano, “as exportações devem manter os mesmos valores, ou até baixar, devido ao aumento do preço do azeite e à falta de produto”. Paulo Velhinho explicou que, em 2014, a Cooperativa de Olivicultores de Borba, uma das principais do Alentejo, registou a produção mais baixa dos últimos 32 anos, devido a “situações climatéricas atípicas e a uma praga de mosca da azeitona e à doença da gafa nos olivais”. No ano passado, a cooperativa recebeu 650 toneladas de azeitona, o que correspondeu a cerca de 100 mil litros de azeite, um terço da produção de 2013, quando a empresa recebeu 2,1 milhões de quilos de azeitona e produziu cerca de 310 mil litros de azeite. A cooperativa concluiu, antes do início da campanha de 2014, um projecto de 230 mil euros, com 30 por cento de apoio de fundos comunitários, que envolveu uma linha completa de engarrafamento, melhoria nas instalações, um armazém para azeite e uma pequena estação de tratamento de águas residuais (ETAR). “Este investimento veio permitir a melhoria da qualidade do azeite”, salientou Paulo Velinho. Fundada em 1951, a Cooperativa de Olivicultores de Borba, que produz a marca “Dom Borba”, tem cerca de 600 associados e abrange vários concelhos dos distritos de Évora e Portalegre. O azeite “Dom Borba” já foi premiado com medalhas de ouro e ouro prestígio nos concursos Terra Olivo, em Jerusalém, Israel.
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Estados-membros não se entendem sobre as medidas a adoptar
União Europeia preocupada com bactéria que ataca oliveiras A União Europeia está preocupada com os riscos de propagação de uma bactéria que mata as oliveiras, perante um surto no Sul de Itália, mas os Estados-membros não se entendem sobre as medidas de emergência a adoptar. O comité fitossanitário reuniu-se em Bruxelas, a pedido de Portugal, Espanha e França, para analisar o surto no Sul de Itália da bactéria xylella fastidiosa, onde já atinge 10% das oliveiras, e que ameaça propagar-se ao Sul da Europa, inclusivamente a Portugal. Apesar da preocupação dos países, não foram tomadas mais medidas emergência devido às posições diferentes dos Estados-membros, com França e Espanha com orientações mais duras uma vez que temem que a bactéria ameace também as suas vinhas. Segundo os peritos, a solução poderá passar por sacrificar oliveiras para evitar a expansão do surto. A bactéria xylella fastidiosa propaga-se através dos insectos que a transportam de árvore em árvore e tem no verão o período de maior disseminação. Para já foi pedido que os Estados-membros façam uma avaliação do Estado das suas árvores e solicitado à Agência Europeia de Saúde Alimentar que estude as medidas já adotadas contra a epidemia com vista a reforçá-las. Questionado sobre a posição de Portugal, o Ministério da Agricultura disse que desde que esta bactéria foi detectada 31
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pela primeira vez no território da União Europeia, em Outubro de 2013 na região italiana de Pouilles, que o Governo tem “vindo a solicitar à Comissão Europeia a intensificação e o alargamento das medidas de emergência que estão a ser aplicadas pelos serviços italianos”. Na reunião de Bruxelas Portugal defendeu o “rápido estabelecimento de medidas adicionais” para combater o surto, caso do “alargamento da actual restrição do movimento de plantas destinadas a plantação, nomeadamente de citrinos e de videira e que tenham origem nas áreas italianas afectadas”, assim como a “implementação de medidas locais mais rigorosas no controlo da dispersão da doença e dos insectos vectores”. O ministério da Agricultura não indicou, contudo, que posição Portugal terá na nova reunião do comité fitossanitário que está prevista para este mês de Abril e em que poderá ser realizada uma votação dos Estados-membros por maioria qualificada, o que impedirá Itália de bloquear decisões. Além das oliveiras, a xylella fastidiosa também ataca vinhas e citrinos e para já ainda não foi encontrado tratamento. Os principais países produtores de azeite da União Europeia são Espanha e Itália. França, Portugal e Grécia importantes olivicultores.
A única raça autóctone dos Açores
Especialista defende aposta comercial na carne de vaca ‘Ramos Grande’ O especialista em genética animal Luís Telo da Gama defende que a única raça de gado autóctone dos Açores pode ser uma mais-valia na fileira da carne no futuro da economia açoriana. “Esta raça, Ramo Grande, tem, de facto, um papel importante a desempenhar em termos de produção de carne nos Açores que poderá ser importante no futuro, numa altura em que a produção do leite poderá não ser a vocação única”, defendeu o docente da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. O investigador, pós-doutorado na Universidade de Guelph (Canadá) admite que o número de animais da raça Ramo Grande terá de se expandir, uma vez que a sua população «ainda é muito reduzida», através dos apoios e promoção adequada. Este animal autóctone foi introduzido nos Açores aquando do povoamento das ilhas, no século XV, e, dados as características insulares e o isolamento geográfico, adquiriu características específicas que deram origem aos bovinos Ramo Grande. Luís Telo da Gama esteve nos Açores para participar, na ilha de São Jorge, no “I Dia do Criador da Raça Ramo Grande”, uma iniciativa da Direcção Regional da Agricultura do Governo açoriano, em parceria com a associação de criadores da raça. O docente considera que o programa de melhoramento animal que está a ser desenvolvido com estes bovinos pode revelar-se muito importante, porque irá ajudar os criadores a seleccionar as melhores cabeças, que podem ser potenciadas em termos económicos. O autor do livro “Melhoramento Genético Animal” sublinhou
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o “trabalho notável” que foi desenvolvido nas diferentes ilhas dos Açores no sentido de preservar a raça Ramo Grande, considerando que o efectivo que existe é suficiente para desenvolver um programa de selecção. Estes animais eram utilizados em trabalhos agrícolas pela sua agilidade, considerando o docente da Universidade de Lisboa ser agora necessário conseguir tirar partido dos mesmos de outra forma, nomeadamente, através de produtos com certificação de origem associada à única raça de vacas que é autóctone dos Açores. “Realmente, a vaca preta e branca que se vê em todo o lado é uma raça que foi importada, que se expandiu e adaptou muito bem aos Açores, mas aquela que legitimamente se desenvolveu neste território foi a raça Ramo Grande”, frisou. No âmbito do evento Dia do Criador da Raça Ramo Grande, foi lançado em livro com a primeira avaliação genética da raça. No prefácio da publicação, o secretário regional da Agricultura e Ambiente refere que este é um “ponto de partida para acções futuras, uma vez que o principal objectivo de um programa de melhoramento animal, por selecção, é permitir uma escolha eficaz dos animais com base no seu mérito genético”. “Esta avaliação genética pretende ser o começo de um novo ciclo de trabalho em que todos, técnicos e criadores, têm de se empenhar para que a selecção da raça Ramo Grande seja, cada vez mais, uma realidade e vá ao encontro dos objectivos pretendidos”, escreveu Luís Neto Viveiros. Actualmente, a raça Ramo Grande conta com mais de 1.300 bovinos registados no livro de animais adultos.
Fundo Florestal Permanente com novo regulamento, mas… o que inova? O Fundo Florestal Permanente, criado em 2004, emana da Lei de Bases da Política Florestal de 1996. Constituído nessa altura como um organismo autónomo destinado para promover o investimento, a gestão e o ordenamento florestal, actualmente este fundo financeiro público é gerido pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), sendo o seu financiamento assegurado por uma “eco-taxa” (concretamente, um adicional do imposto sobre o consumo de produtos petrolíferos e energéticos) que gera cerca de 20-22 milhões de euros anuais. O Governo publicou na Portaria n.º 77/2015, de 16 de Março, um novo regulamento de gestão do Fundo Florestal Permanente (FFP) com o objectivo de promover a simplificação das regras aplicáveis ao procedimento concursal e à formalização da atribuição dos apoios, introduzindo o regime forfetário de pagamento de apoios ao funcionamento das equipas de sapadores florestais. O novo regulamento também estabelece uma alteração no quadro de elegibilidade das acções a financiar, em reforço e complementaridade com o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020) e autonomiza a competência para a decisão e controlo da execução das candidaturas de que o ICNF, I. P. seja beneficiário, sendo criada para o efeito a Comissão de Acompanhamento e Análise de Candidaturas (CAAC). Portanto, evidencia-se que o Governo pretende inovar este instrumento financeiro de apoio ao sector florestal. No entanto, para uma análise mais fina sobre o novo regulamento do FFP importa fazer um pouco de retrospectiva na vigência do actual Governo e, nessa perspectiva, sobressai na linha cronológica a “manchete” que a ministra da Agricultura Assunção Cristas fez, em Novembro de 2011, quando foi ao Parlamento determinar uma auditoria sobre este Fundo para “averiguar como foi usado o dinheiro”. O resultado da auditoria realizada pela Inspeção-Geral do Ministério da Agricultura não deu provimento às suspeitas panfletárias da Ministra Cristas, tendo tecido nas suas recomendações que o Governo “reflectisse sobre a manutenção das despesas de funcionamento das equipas de sapadores florestais e dos gabinetes técnicos florestais no Fundo Florestal Permanente”, despesas que no seu conjunto representam uma parte muito significativa das verbas distribuídas anualmente e que verificamos com alguma surpresa que são mantidas neste novo regulamento no eixo II “Defesa da Floresta Contra Incêndios”. Também não posso deixar de comentar uma das principais inovações introduzidas no novo regulamento: a criação da Comissão de Acompanhamento e Análise de Candidaturas. Sem questionar a bondade que presidiu à criação desta “unidade externa” de aprovação, fiscalização e acompanhamento dos projectos da responsabilidade do ICNF - uma comissão constituída por dois (!) elementos, um nomeado pelo IFAP que preside e um outro nomeado pelo membro do governo que tutela as florestas que garante o quorum – sim, porque em caso de desempate entre ambos, o presidente da referida Comissão tem voto de qualidade… resulta numa formulação caricata e muito pouco transparente para a aplicação dos dinheiros públicos. Ainda sobre a transparência e rigor, recorde-se que esta foi a grande preocupação da Ministra Cristas sobre a gestão do Fundo Florestal Permanente. No entanto, numa consulta da página do ICNF, a entidade gestora do FFP, constata-se que nada existe sobre o destino dado a estes dinheiros públicos, nem é possível escrutinar o plano de actividades para 2015, o que, aliás, contraria as disposições regulamentares. Mas, voltemos ao novo regulamento e aqui quero lamentar, de forma bem vincada, a ausência dos apoios ao associativismo florestal, uma reivindicação antiga do sector e que passo a citar: “A
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FORESTIS defende que os serviços de Extensão Florestal (serviços de transferência de conhecimento e tecnologia aos proprietários) sejam contratualizados com as OPF, com recurso ao Fundo Florestal Permanente através de um Contrato Programa onde, para além da Extensão Florestal, se prevejam outros serviços de apoio aos proprietários. Este programa deve ser contratualizado para um período de cinco anos com avaliações intermédias de execução.”. Uma proposta de intervenção válida e que ganha nova força com a aprovação da nova Estratégia Nacional para as Florestas e com a entrada em vigor do novo PDR 2020. Por outro lado, este novo regulamento abre a porta para canalizar verbas para suportar a componente nacional da comparticipação pública dos projectos apoiados no PDR 2020, ao arrepio das disposições inscritas no seu diploma fundador, o Decreto-lei n.º 63/2004, de 22 de Março. Por aqui se percebe as intenções do Governo na gestão dos dinheiros angariados para o Fundo Florestal Permanente. Termino com aquela que a meu ver é a principal questão de fundo: Será que os agentes do sector se revêem neste novo regulamento? A verdade é que não lhes foi dada a oportunidade para se pronunciarem, de modo formal (leia-se, colegial), sobre este importante instrumento financeiro de apoio do sector florestal, pois não foi previamente apreciado em sede do Conselho Florestal Nacional (CFN). O Conselho Florestal Nacional foi instituído pelo Decreto-lei n.º 29/2015, de 10 de Fevereiro, como um órgão de consulta na área das florestas, que funciona junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, e ao qual compete pronunciar-se sobre a definição da política florestal nacional, nomeadamente sobre as medidas e os principais instrumentos de execução desta política. No entanto, o CFN não foi convocado para este efeito, sublinho. Será que esta aprovação apressada do novo regulamento do FFP foi motivada pelo “financiamento inicial” dos novéis Centros de Competências do sector florestal criados pelo Ministério de Assunção Cristas em ano de eleições? Esta nova tipologia de financiamento constitui uma outra inovação no regulamento do FFP. Não faço aqui qualquer juízo de valor sobre a criação destes Centros de Competências, apenas questiono o modelo de financiamento adoptado. Num Governo que tem revelado uma postura (ultra)liberal, verifica-se que afinal vai ser o erário público a financiar a instalação destes centros de conhecimento, que, no entanto, irão beneficiar toda a fileira florestal, quer a montante, na produção, como a jusante, na transformação e comercialização. Não seria mais justo um modelo de financiamento assente numa partilha de custos entre sector público e sector privado, aliás à semelhança do que sucede na Suécia, por exemplo? Fica a nota para reflexão. Embora o novo regulamento do FFP seja uma matéria da exclusiva competência do Governo, dada a ausência de um processo de auscultação formal dos agentes do sector florestal, sou da opinião que este normativo regulamentar merecia ser analisado, em detalhe, em sede parlamentar, nomeadamente sobre os potenciais ganhos de eficácia introduzidos na simplificação burocrática proposta e sobre os impactos positivos que são esperados ocorrer no sector florestal com a aplicação destas verbas do erário público. Em ano de eleições, sem um plano de actividades aprovado e publicamente publicitado, existe um risco elevado do Fundo Florestal Permanente servir como um instrumento político ao sabor das decisões emanadas a partir do Terreio do Paço. Miguel Galante Engenheiro Florestal
Grupo de peritos da Comissão Europeia visitou Oleiros
Europa quer travar doença do pinheiro bravo em Portugal Um grupo de peritos europeus, especialistas na doença do nemátodo do pinheiro bravo, esteve em Oleiros a visitar o trabalho que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com o apoio do Município de Oleiros, tem realizado no âmbito da erradicação desta doença. A liderar a comitiva, composta por especialistas de vários países comunitários, estava uma responsável da Comissão Europeia, Pascal Metez, a qual considerou esta deslocação “importante para verificar o que pode ser feito para conter a doença em Portugal e para que o país possa manter a sua floresta de pinho”. Na visita foi ainda possível verificar as técnicas utilizadas e os resultados obtidos numa zona onde, segundo os peritos, “a situação seria muito mais grave se não existisse um trabalho de ataque permanente ao nemátodo”. Com a vinda a Portugal do grupo de especialistas, a Comissão Europeia demonstra o seu empenho em encontrar novas soluções para não deixar que a doença se propague pelo território.
João Almeida assistiu a um simulacro em Viseu
Governo diz ter “dispositivo mais musculado” para combater fogos florestais O secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, considerou que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais previsto para 2015 “é mais musculado”, conta com mais meios, formação e treino operacional. “Temos um dispositivo mais musculado para dar resposta às ocorrências que vamos enfrentar. É um dispositivo que tem ficado cada vez mais forte do ponto de vista dos meios e que tem sido reforçado do ponto de vista operacional”, alegou. Depois de uma visita ao posto de comando montado para um simulacro de incêndio florestal, que decorreu em Viseu, o representante do Governo sublinhou que tanto os meios de combate aéreos como os terrestres foram reforçados. “Para este ano, mantivemos aquilo que foi o crescimento do dispositivo do ano passado, em termos de meios aéreos: mais quatro, com especial saliência o termos em permanência no dispositivo uma parelha de meios aéreos anfíbios de asa fixa, para além de dois médios, em acréscimo ao que tínhamos em 2013, totalizando 49 meios aéreos”, informou. Do ponto de vista do dispositivo terrestre, João Almeida aludiu a um reforço de 34
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17 equipas e a decisões “focadas no que são os problemas diagnosticados, como, por exemplo, aquilo que é o recrutamento no distrito de Viana do Castelo, com mais três equipas de intervenção permanente”. De acordo com o secretário de Estado da Administração Interna, para além do reforço de meios no terreno, tem havido uma evolução em termos de formação e treino operacional. “A preparação das forças, o capacitar todos os meios que estão à disposição e a capacidade de decidir de forma certa, de intervir de forma certa, é tão importante como a quantidade de meios que temos disponíveis. Felizmente temos evoluído nos dois pontos”, sustentou. No seu entender, quando se prepara uma nova época, é essencial “pensar para além dos meios e todo o planeamento de meios”. “É fundamental também trabalhar aquilo que é a formação, o treino operacional, a capacidade do saber fazer no terreno. É isso que temos estado a trabalhar, num planeamento que é feito desde o fim de uma época até ao início da seguinte”, destacou. João Almeida sublinhou a importância dos exercícios como o que aconteceu em Viseu e noutros distritos do país, que per-
mitem trabalhar cenários próximos do real para depois haver capacidade de resposta dos meios e de todos os agentes de protecção civil. Sobre os primeiros incêndios do ano, o representante do Governo admitiu que “o nível de resposta foi muito adequado”. “Nos dias mais difíceis deste ano, a resposta ainda sem estarmos na Fase Bravo [segunda fase mais crítica de combate aos fogos florestais] foi adequada, com uma capacidade de mobilização muito possante do ponto de vista de todos os meios”, concluiu.
Realiza-se na primeira quarta-feira de cada mês
Miranda do Douro cria centro intracomunitário para comercializar gado A Câmara de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, vai criar um mercado mensal que permitirá aos produtores pecuários fazerem transacções intracomunitárias de gado bovino e ovino. A vereadora com o pelouro da Agricultura, Anabela Torrão, disse que o espaço já foi licenciado para o efeito e que está aberto a comerciantes de gado e produtores pecuários de todo o país. “Este novo espaço vai permitir que os diversos operadores que pretendam comercializar animais para a região, para vizinha Espanha ou para outro país comunitário o possam fazer sem intermediários”, frisou. A primeira edição deste mercado realizou-se a 8 de Abril e as seguintes ocorrerão todas as primeiras quartas-feiras de cada mês, excepto se esse dia coincidir com um feriado. “Até aqui, só operavam
na região agentes privados. Com este espaço público queremos ajudar a dinamizar o sector pecuário na região e no país”, acrescentou a autarca. O Centro de Agrupamento de Gado, uma espécie de “entreposto pecuário”, ficará instalado no Mercado de Gado de Malhadas, equipamento com “condições” para este tipo de actividade. Está licenciado para 100 cabeças gado de bovinos e 45 cabeças ovinos. Funcionará sob supervisão de um veterinário ao serviço do município ou da Direcção Geral de Veterinária. Ao apostar neste equipamento, a autarquia de Miranda do Douro pretende demonstrar a sua vontade em “apostar forte no sector pecuário” como forma de ajudar a fixar jovens agricultores na região.
O futuro do Minho depende da matéria orgânica do seu solo A preocupação com as alterações climáticas, a diminuição da biodiversidade, a saúde e a qualidade de vida, obrigam a um novo olhar sobre o papel da estrumação no Minho. Isto porque encontrar na estrumação do passado, uma prática cultural do futuro, contribuirá para a sobrevivência da natureza e dos ecossistemas. A estrumação no Minho terá sido um esforço superior às três grandes pirâmides do Egito ou à grande muralha da China. O abandono desta prática poderá causar, um dia, o desaparecimento de água, da biodiversidade, e do tão característico verde do Minho no verão, o que põe em risco o turismo, por muito belo que seja o património construído neste território. Isto porque o solo do Minho é pobre do ponto de vista mineral, por excesso de areia e falta de argila, mas é fértil, porque é rico em matéria orgânica, fruto de séculos de estrumação. Sem estrumação, ou prados temporários e permanentes, a matéria orgânica do solo do Minho diminuirá, e em consequência a sustentabilidade do seu território. Entre as funções da matéria orgânica do solo inclui-se a produtividade do solo para a agricultura e silvicultura, o controlo da erosão, a filtragem de partículas, transformação de resíduos, armazenamento e reciclagem de água e de 35
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nutrientes, sumidouro de carbono e fonte de biodiversidade. Com a diminuição da matéria orgânica do solo, a água não se conservará, enquanto a biodiversidade do solo e da sua superfície ficará em risco. Devido à forte precipitação de inverno, o risco de erosão do solo aumenta, enquanto no verão, por falta de água, diminui a vida biológica e a reciclagem dos nutrientes, para além de aumentar a incidência do fogo, que converte os matos, que protegiam o solo, em dióxido de carbono e outros gases que contribuem para as alterações climáticas. O desaparecimento do uso dos matos para a produção de estrume, e o aparecimento de incêndios de grandes proporções, associa-se, também, à invasão do território por espécies invasoras como as Acácias. Estas espécies foram introduzidas em Portugal para evitar a erosão de solos arenosos das zonas costeiras, sendo posteriormente divulgadas como arbustos ornamentais e para produção de madeira. No entanto, as Acácias são espécies altamente competitivas, capazes de invadir o território das espécies nativas e de ameaçar a conservação dos habitats naturais. E atualmente proliferam no Minho, com consequências ainda imprevisíveis. Por esta razão, são necessárias novas formas de valorização para
estes arbustos, tendo em conta a sua abundância em Portugal. A compostagem, para utilização do composto rico em húmus como corretivo orgânico do solo, poderá ser uma das soluções. Todas as razões referidas anteriormente justificam que a sociedade se preocupe com a proteção do solo, até porque assim, também protege o ar, a água, a biodiversidade, as funções dos ecossistemas, a sustentabilidade da agricultura, o turismo e muitas outras atividades económicas e, naturalmente, a própria sociedade. Os custos com a saúde poderão crescer com a poluição da cadeia alimentar, a qualidade de vida e o turismo podem diminuir com o desaparecimento da paisagem, a quantidade e a qualidade da água disponível para as populações pode ficar comprometida, e cada vez mais espécies serão extintas se não protegermos o solo. É uma obrigação da atual sociedade para com as gerações futuras, que tem que obter uma atenção imediata, saltando para o topo da agenda política internacional no mais curto prazo. Luís Miguel Brito Docente da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
De 16 a 31 de Maio, nos restaurantes aderentes
Quinzena Gastronómica da Mealhada ‘oferece’ “Leitão à Mesa” O “Leitão à Mesa” está de regresso à Mealhada e este ano mais cedo. Durante quinze dias, de 16 a 31 de Maio, o Leitão da Bairrada vai estar em destaque em 11 restaurantes do projecto 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada. A iniciativa pretende promover a qualidade do produto leitão e reforçar a marca gastronómica municipal, impulsionando a actividade económica do concelho da mealhada. Os restaurantes aderentes vão ter menus especiais e vão oferecer aos clientes as mais diversas entradas feitas com leitão, da cabidela às iscas, dos croquetes aos rissóis, das empadas à bôla. Cada um terá ainda menus especiais e outras surpresas, que poderão ir de degustações de vinhos e espumantes às mais variadas, e criativas, ofertas. São duas semanas inteiras dedicadas ao prato rei do concelho. A iniciativa é organizada pela Câmara da Mealhada e pela Associação Maravilhas da Mealhada e tem como objectivo promover o principal prato gastronómico do concelho, o leitão, e impulsionar um sector da economia local, a restauração. Quem visitar a Mealhada irá encontrar o melhor leitão, com a tradição e qualidade que a marca 4 Maravilhas exige, a água do Luso, o pão cozinhado em forno a lenha e os vinhos dos produtores do concelho, a mesma hospitalidade e arte de bem servir, e poderá ainda usufruir das ofertas especiais que cada um dos restaurantes preparou para os seus clientes. A iniciativa vai já para a sua terceira edição e tem consagrado o seu sucesso de ano para ano. Tal como em edições anteriores, haverá um sorteio de refeições para duas pessoas por cada restaurante aderente. De 16 a 31 de Maio, todos os que consumirem leitão num dos 11 restaurantes aderentes receberão um cupão por cada refeição efetuada que, no final do evento, irá a sorteio em data a divulgar.
Número de doses servidas aumentou significativamente
Festival Gastronómico em Oleiros bateu todos os records O VII Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho, nos dois últimos fins-de-semana, ficou marcado pela superação de resultados. Ao todo, foram nove os restaurantes do concelho que aderiram a esta iniciativa, num número record de adesão de estabelecimentos aderentes. A fazer jus a estes dados, também o número de cabritos assados excedeu largamente as edições anteriores e nos quatro dias do Festival o número de doses servidas aumentou significativamente face a outros anos, dando resposta à procura das mais de 3.000 pessoas que tiveram a oportunidade de provar esta especialidade Oleirense no seu concelho de origem, assim como os Maranhos do Pinhal, cujo número de doses consumidas também aumentou.
Segundo os participantes, o Festival atrai anualmente um elevado e crescente número de visitantes, fruto do trabalho de divulgação efetuado que envolve os mais variados meios. Nesta edição, houve ainda a preocupação de realizar outras actividades paralelas de animação, que foram do agrado dos mais vários públicos que passaram por Oleiros em busca do turismo de natureza, religioso, gastronómico, da saudade ou de aventura. Segundo os restaurantes aderentes, este é um esforço que tem dado frutos de forma sustentável, verificando-se uma procura frequente ao longo do ano e crescente a cada edição. Quem participa reconhece que o investimento da autarquia se traduz num benefício imediato, acrescido de frequentes mais-valias ao longo do tempo.
Ano X - N.º 245 Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), jla.viseu@gmail.com | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda. Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Fernando Ferreira e José Martins Opinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AV - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320 E-mail: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS - Inscrição nº 124546 Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís Araújo Sede Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica NovelGráfica | Telf. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica1@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121-123, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
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Breves
Sabores do Toiro Bravo em Coruche Coruche promover de 30 de Abril a 3 de Maio a XXII edição do festival “Sabores do Toiro Bravo”. Em 2003, surgiu esta iniciativa única no mundo. Os Sabores do Toiro Bravo é um evento gastronómico que tem como ingrediente principal a carne de gado bravo. Todos os anos, em Maio, Coruche lança o desafio: “Faça uma pega de caras...no prato!” Este ano não é excepção.
Festival Ibérico do Vinho em Setúbal Ao longo de 4 dias, os vinhos de Portugal e Espanha vão estar em destaque num certame a realizar nas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, aberto ao público em geral. Organizado pela Câmara de Setúbal e pela Associação da Baía de Setúbal, com o patrocínio da Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal, o II Festival Ibérico do Vinho conta com uma Feira de Exposição e Venda, sessões de Cozinha ao Vivo, Workshops, apresentações e Provas de Vinho comentadas, bem como animação musical. Com início marcado para as 17 horas de quinta-feira, dia 30 de Abril, o Festival funciona até à meia-noite no dia inaugural, entre as 10 e as 24 horas de sexta-feira, das 14 às 24 horas no sábado e entre as 14 e as 19,30 horas no domingo.
Queijo de Ovelha Curado Flor da Beira conquista Medalha de Ouro em Concurso Nacional O Queijo de Ovelha Curado, produzido pela Queijaria Flor da Beira, de Carregal do Sal, conquistou mais um reconhecimento a nível nacional. Apreciado em prova cega no V Concurso Nacional de Queijos Tradicionais Portugueses, promovido pelo Centro Nacional de Exposições de Santarém e a organização Qualifica, o Queijo de Ovelha Curado Amanteigado Flor da Beira recebeu a Medalha de Ouro na respectiva categoria. Este é já o segundo prémio conquistado em concursos nacionais pela Queijaria Flor da Beira, atestando que esta iguaria é produto de excelência. O galardão reconhece e distingue, uma vez mais, a qualidade de um produto feito em Carregal do Sal, elevando simultaneamente o nome da Vila e do concelho.
ExpoBarrancos de 24 a 26 de Abril O Parque de Feiras e Exposições é o palco da nona edição da ExpoBarrancos 2015, Feira dos Presuntos e dos Enchidos, que terá lugar em Barrancos de 24 a 26 de Abril. O certame apresenta um leque variado de expositores das mais variadíssimas áreas e de distintas regiões do Pais e da vizinha Espanha. Para além de equipamentos agrícolas e industriais, o certame dá especial destaque aos enchidos e presuntos, bem como a outros produtos da terra. No plano de animação destaque para Mico da Câmara Pereira, Sérgio Rossi e Rebeca. O certame encerra com um tributo ao Cante Alentejano, com grupos do concelho. 37
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Em Vila de Rei, de 25 de Julho a 2 de Agosto
XXVI Feira de Enchidos, Queijo e Mel com cartaz de luxo O Parque de Feiras de Vila de Rei vai receber, de 25 de Julho a 2 de Agosto, uma nova edição da Feira de Enchidos, Queijo e Mel (FEQM). Organizado pela Câmara de Vila de Rei, aquele que é o maior certame do concelho volta para divulgar os produtos endógenos e artesanais e promover as actividades empresariais. Com um programa musical variado, o palco principal do Parque de Feiras de Vila de Rei volta igualmente a receber alguns dos principais nomes da música nacional, oferecendo a possibilidade dos seus visitantes assistirem a espectáculos de elevada qualidade. Ala dos Namorados, David Antunes & The Midnight Band, Graciano Ricardo, Rosinha, D.A.M.A., Mafalda Veiga e HMB prometem, por si só, levarem milhares de pessoas a visitar o certame. O certame contará novamente com mais de uma centena de expositores oriundos de vários pontos do país, que apresentarão variados produtos artesanais, para além da gastronomia regional e dos sectores de serviços, industriais e comerciais do concelho de Vila de Rei. Os visitantes podem, uma vez mais, saborear os deliciosos enchidos, queijo e mel da região, admirar e adquirir o típico artesanato local e deliciar-se com a óptima gastronomia regional nas esplanadas instaladas no recinto da Feira.
No fim-de-semana de 18 e 19 de Abril
Cabritinho Mamão da Serra à Mesa em Arcos de Valdevez Os “Ciclos Gastronómicos” regressam a Arcos de Valdevez no fim-de-semana de 18 e 19 de Abril, onde 17 restaurantes arcuenses servirão à mesa mais um prato tradicional da gastronomia daquela região, o “Cabritinho Mamão da Serra”. Além desta iguaria, encontrará em Arcos de Valdevez outros sabores próprios da região, como a broa de milho, a laranja de Ermelo, os charutos de ovos e os excelentes vinhos verdes. A tenra carne do cabrito criado na montanha, acompanhada pelos excelentes vinhos verdes de produtores e engarrafadores locais, fazem deste prato um sabor distinto do mundo rural e as delícias de quem o prova. Neste sentido, convidamo-lo a visitar Arcos de Valdevez, um destino turístico de excelência, e a fazer um itinerário pelos sabores da nossa gastronomia, pelas nossas tradições, pela nossa cultura e pela beleza natural deste Concelho. Na “Feira de Artesanato e Produtos Locais”, venha conhecer o nosso, artesanato entre outros produtos característicos da região. De destacar a programação de animação para este fim-de-semana, com a actuação no sábado do Grupo Musical “Simone de Oliveira e as 3 Marias”, às 22h00 na Casa das Artes, e no domingo o baile mandado e concertinas, com início às 15h00, e o Grupo Musical “Ofir Show” às 15:30.
Capítulo recebeu cerca de 250 confrades
Confraria dos Vinhos Transmontanos entronizou 20 novos confrades Cerca de duas centenas e meia de participantes, em representação de mais de duas dezenas de Confrarias, marcaram presença no Capítulo da Confraria dos Vinhos Transmontanos que entronizou 20 novos confrades, que juraram defender os néctares daquela região. Este Capítulo “foi um marco”, afirmou Telmo Moreira, Grão-Mestre da Confraria, acrescentando que o mesmo “representa a mudança, o rejuvenescimento e a inovação”. O rejuvenescimento, porque foram admitidos jovens ligados ao vinho, e inovação, porque “pretendemos criar uma nova dinâmica na promoção, divulgação e valorização dos produtos de Trás dos Montes, nomeadamente o vinho”. Telmo Moreira, à Gazeta Rural, destacou o rejuvenescimento do sector em Trás-os-Montes e, por consequência, da Confraria dos Vinhos Transmontanos. “Uma instituição como a nossa, que quer ter o futuro garantido, tem que apostar no seu rejuvenescimento”, salientou.
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