Director: José Luís Araújo
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N.º 265
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1 de Março de 2016
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Preço 2,00 Euros
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Tempo de Flor de Cardo!
Sumário
04 Aguiar da Beira homenageia pastores e queijeiras
19 Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa promove
06 A pastorícia “é a área mais importante e mais rentável” em Penaverde ANCOSE: “Novas queijarias podem ter influência positiva no futuro do sector” Oliveira do Hospital recebe a maior Festa de Queijo Serra da Estrela “Deveria haver apoios para os pastores que apostam nas raças autóctones” Câmara de Celorico da Beira projecta Observatório do queijo Serra da Estrela V Feira do Fumeiro do Demo à espera de mais visitantes Jorge Palma é cabeça de cartaz das Festas de Constância 2016
concurso de vinhos Gorgeous Azores promove What`s New for Summer Sever do Vouga na Rota da Lampreia e da Vitela Bagas de Portugal quer organizar a fileira dos pequenos frutos Selectis promoveu workshops de novos produtos Ponte de Lima promove jardins e espaços verdes Festival de Sabores Mirandeses longe da crise Primeiro site turístico de Viseu lançado para seduzir turistas Germinador de plantas autóctones arranca em Tondela
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16 “Fins-de-semana Gastronómicos” em São João da
Pesqueira Festividades da Semana Santa são atracção em Santar Já pode escolher casta e local para produzir diferentes tipos de vinho
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Diogo Piçarra e Paulo Gonzo na Feira do Porco Alentejano Associação de Municípios do Vinho propõe criação de rede das aldeias vinhateiras Aljustrel prepara XVI Feira do Campo Alentejano Alheira de Mirandela é rainha em evento gastronómico
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Em Mosteiro, a 6 de Março
Festa do Pastor e do Queijo de Aguiar da Beira
homenageia pastores e queijeiras
Mosteiro, na freguesia de Penaverde, recebe a 6 de Março a III Festa do Pastor e do Queijo de Aguiar da Beira, uma iniciativa da Câmara Municipal que pretende homenagear todos quantos se dedicam ao pastoreio e à produção de queijo no concelho. O presidente da Câmara de Aguiar da Beira, à Gazeta Rural, destacou a importância do sector para a economia do concelho, que actualmente possui sete queijarias licenciadas, duas das quais a produzir Queijo Serra da Estrela DOP. Joaquim António Bonifácio adiantou ainda que o Mercado do Gado de pequenos ruminantes já está aprovado e deverá estar em funcionamento dentro de um ano. Gazeta Rural (GR): O que se pretende com a Festa do Pastor e do Queijo deste ano? Joaquim António Bonifácio (JAB): Com este evento pretendemos homenagear todos aqueles que contribuem para confeccionar o Queijo Serra da Estrela, uma das iguarias da gastronomia portuguesa, que são os nossos pastores e as nossas queijeiras. A III Festa do Pastor e do Queijo é mais um momento em que se valoriza o Queijo Serra da Estrela, um produto importante 4
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para a economia do concelho. Paralelamente à Festa, vamos promover um concurso pecuário de ovinos da raça Bordaleira, que o ano passado contou com quase meia centenas de produtores. GR: Como está hoje o sector no concelho? JAB: Temos sete queijarias licenciadas, sendo que duas são certificadas. É pena que não haja mais produtores, mas a vida de pastor não é apetecível para os mais jovens. A verdade
é que, apesar disso, os que estão no sector tudo fazem para valorizar este produto, para que contribua ainda mais para a nossa economia. GR: Como está o efectivo ovino no concelho? JAB: Houve um aumento, que não é muito significativo. Haverá nesta altura cerca de 5000 ovinos, em cerca de 90 explorações, entre pequenas e grandes, que produzem na ordem dos 280 mil litros de leite, o que dá uma produção de 14 a 16 toneladas de queijo. Mas na área dos pequenos ruminantes, deixe-me referir, no concelho há cerca de 2000 caprinos, cerca de 500 da raça Serrana, em regime extensivo, e os restantes da raça Murciana, em regime intensivo. Nos grandes ruminantes temos cerca de 400 bovinos da raça Frísia e 300 das raças Charolês, Limousine e seus cruzamentos. GR: Disse que ao mais novos não querem a vida de pastor. É um sector envelhecido no concelho? JAB: Efectivamente são os mais velhos que continuam a não deixar morrer este sector. Contudo, há jovens que têm vindo ao nosso Gabinete de Apoio ao Agricultor pedir esclarecimentos e saber quais as ajudas ao sector. Os mais velhos dão uma ajuda importante na sustentação deste sector, pois o queijo desta região é um produto com uma qualidade impar, valorizado não só cá dentro como também lá fora. GR: Assinou há uns meses um protocolo com a Associação de Apicultores da Beira Alta. O que já mudou neste sector? JAB: Tem havido reuniões mensais com os nossos apicultores, que tem aderido bem a esta iniciativa, em que são elucidados sobre diversas questões, nomeadamente a sanidade animal e os apoios ao sector. Foi uma boa aposta, pois a produção de mel também é uma mais-valia para o concelho. Já o referi noutras ocasiões, o sector primário é que melhor está implantado no concelho, aquele que mais riqueza pode criar e dar uma boa ajuda às famílias que cá vivem. Por isso, nós temos que procurar soluções para valorizar, promover e ajudar as famílias que teimosamente se mantem no nosso concelho. GR: O que é que as pessoas mais procuram ou que tipo de esclarecimentos pede no Gabinete de Apoio ao Agricultor? JAB: As pessoas vêm procurar informações sobre o tipo de ajudas e como proceder na acção que pretendem desenvolver. O Gabinete, coordenado pela Engª Manuela Silva, tem
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procurado dar respostas e encontrar soluções para as questões que lhes são colocadas. A fruticultura e a pecuária são as áreas mais procuradas. GR: O Mercado do Gado em que ponto está? JAB: O mercado do Gado será um local de exposição e venda de pequenos ruminantes. Vai ficar instalado ao lado do Mercado do Queijo, em Mosteiro, na freguesia de Penaverde, equipado com um centro de desinfecção de viaturas. De 15 em 15 dias haverá mercado, havendo períodos do ano em que tal não se justifica. Com este mercado pretendemos escoar os pequenos ruminantes do concelho e dos municípios vizinhos e dinamizar o nosso sector agropecuário. É um projecto muito importante, aprovado em reunião de Câmara, que custará cerca de 230 mil euros e pensamos que dentro de um ano estará já ao serviço dos nossos agricultores e criadores de gado. Terá uma área de 500 m2, metade coberta. É uma obra estruturante para apoio aos pastores e também à produção do queijo Serra da Estrela. Acredito que este mercado vai dinamizar toda aquela zona, para além de que a carne de borrego DOP Serra da Estrela vai ser ainda mais valorizada, contribuindo para a economia local, mas também da região.
Diz o presidente da Junta
A pastorícia “ é a área mais importante
e mais rentável” em Penaverde
A Festa do Pastor e do Queijo, que terá lugar a 6 de Março em Mosteiro, é “evento muito importante” para a freguesia de Penaverde, diz o presidente da Junta local. Armindo Matos Florêncio, à Gazeta Rural, sublinha que a pastorícia e a produção de queijo “ocupam cerca de 40% da população” desta freguesia do concelho de Aguiar da Beira. O autarca destaca também a construção do Mercado do Gado, que será um polo dinamizador e que irá atrair muita gente àquela região. Gazeta Rural (GR) O representa para a freguesia a realização da Festa do Pastor e do Queijo em Mosteiro? Armindo Matos Florêncio (AMF): É um evento muito importante, visto que esta é uma zona essencialmente agrícola, sendo que o sector da pastorícia e da produção de queijo ocupam cerca de 40% da população da freguesia. GR: A abertura do Mercado do Gado que mais-valias trás? AMF: A Feira Nova era um evento com grande tradição e, há muitas décadas, era um mercado de gado que atraia muita gente a esta região, onde a agricultura sempre teve um grande peso na economia da população. Com a quebra verificada na agricultura e a emigração perdeu-se a tradição do comércio do gado. O actual executivo da Câmara de Aguiar da Beira decidiu reabrir o Mercado do Gado, que vai ser muito importante para esta zona, não de forma imediata em termos económicos, mas vai, com certeza, trazer mais gente e mais desenvolvimento à nossa freguesia. GR: Pelos dados conhecidos, houve um aumento do efectivo de ovinos na região. Há gente nova no sector 6
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ou ainda são os mais velhos que estão ligados à produção de queijo? AMF: Diria que não houve um aumento significativo, mas as pessoas voltaram a ter o brio de trazer à feira as suas melhores cabeças de gado. Isso foi visível o ano passado no Concurso de Gado, não só no número de participantes, mas também no aumento do número de visitantes. Há alguma juventude a apostar no sector primário, mas não é muito significativo. GR: Quais as áreas mais procuradas pelos jovens? AMF: Neste momento os mais jovens estão a apostar na pecuária. Penaverde terá nesta altura cerca de uma dúzia de jovens que se dedicam à pastorícia, sendo o principal sector de investimento. Porém, há nesta altura um outro factor que é a ‘fuga’ de jovens para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida. GR: Em que áreas assenta a agricultura nesta região? AMF: Esta não é uma zona muito rica em termos agrícolas, mas a pastorícia é a área mais importante e mais rentável. A outra área de empregabilidade na freguesia é a construção civil.
Diz Manuel Marques, presidente da ANCOSE
“Novas queijarias podem ter influência positiva no futuro do sector” O presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE) está preocupado com a introdução de raças exóticas em rebanhos da região. A falta de incentivos aos pastores para a defesa das raças autóctones leva, segundo Manuel Marques, a estas opções, que podem ser prejudiciais num futuro próximo. Contudo, o dirigente diz-se optimista, pois a instalação de novas unidades de produção de Queijo Serra da Estrela (QSE) pode ter influência positiva no futuro do sector na região. Sobre a ANCOSE, Manuel Marques diz que está “nos carris” e que os problemas financeiros que a associação atravessou estão ultrapassados. Gazeta Rural (GR): Como está a ser a produção de queijo este ano? Manuel Marques (MM): A produção de queijo está bem. Em quantidade talvez haja um ligeiro aumento e a qualidade é naturalmente muito boa, como convém a um queijo Serra da Estrela. GR: Há produtores de queijo a lamentarem o aumento de raças exóticas nos rebanhos da região. Qual a perceptiva da ANCOSE? MM: A ANCOSE, como zeladora das raças predominantes da Serra da Estrela e das quais é seu dever velar, está preocupada com esse aumento de raças exóticas. Tenho a convicção que isto só surge porque os pastores querem mais ‘rentabilidade’ nos seus rebanhos e para as indústrias de produtos lácteos é-lhes indiferente. Tenho esperança que com a implantação de novas queijarias de QSE, com a selecção de raças da Serra da Estrela e a melhoria do preço do leite, se trave a introdução nos rebanhos dessas raças, que produzem mais, mas o leite é de inferior qualidade e não pode ser utilizado na produção de queijo Serra da Estrela. GR: A falta de incentivos aos pastores em defesa nas raças autóctones leva-os a essas apostas ou é a fraca valorização dada ao leite de Ovelha Bordaleira? MM: Trata-se de incentivos. O preço do leite de ovelhas de raças autóctones mantém-se igual há muitos anos. GR: Concorda com a opinião de algumas pessoas do sector que essa opção pode sair cara a médio prazo, com a queda do preço do leite desses rebanhos? Isso pode colocar em causa o futuro do queijo Serra da Estrela? MM: Claramente! Se assim continuarmos pode estar em causa a produção do QSE, que remonta há umas centenas de anos. Já Gil Vicente se referia nos seus escritos ao queijo Serra da Estrela. Além do mais, pode estoirar-se com todo o trabalho 7
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do Estado e da ANCOSE, em todos os investimentos no Melhoramento da Raça Animal. GR: Qual o estado actual da ANCOSE e, numa perspectiva global, que perspectiva tem do sector na região? MM: A ANCOSE, neste momento, está bem e recomenda-se. Vive financeiramente com alguma tranquilidade. Basta dizer-lhe que nesta altura não tenho qualquer aval pessoal nos empréstimos, quando num passado recente os tive num valor de quase 200.000,00€, em que responsabilizei o meu património pessoal com esses avais. Também é oportuno referir que temos os ordenados, subsídios e contribuições fiscais em dia. Se neste momento a ANCOSE encerrasse tinha todo o seu património livre de encargos, quando no passado esteve penhorado e hipotecado, e ainda ficava com algum dinheiro. A Associação está nos carris, quase a sair da estação, para se virar para intervenções juntos dos seus associados. Sobre o estado do sector da Região é preocupante, mas tudo isto se deve à conjuntura e decisões nacionais.
Nos dias 5 e 6 de Março
Oliveira do Hospital recebe a maior Festa de Queijo Serra da Estrela Nos dias 5 e 6 de Março a Câmara de Oliveira do Hospital promove a “Maior Festa do Queijo Serra da Estrela”. O certame foi apresentado na Baixa de Coimbra, com queijo, vinho e outros produtos endógenos, que estarão expostos no evento, mas também um rebanho, que teve como pastor o actor Manuel Melo. Na ocasião o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, que contou com a presença de Manuel Machado, autarca de Coimbra, confirmou a presença do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, bem como o Presidente da República Eleito, Marcelo Rebelo de Sousa. José Carlos Alexandrino aponta já para a feira do próximo ano, que pretende seja apresentada em Lisboa e sonha com 1000 ovelhas a descer a Avenida da Liberdade. Porém, o autarca aproveitou para deixar muitas críticas, como a comercialização de queijo como sendo Serra da Estrela, mas feito com leite espanhol. Gazeta Rural (GR): Porquê esta apresentação em Coimbra? José Carlos Alexandrino (JCA): É a capital do distrital e pertence à Comunidade Intermunicipal de que fazemos parte. Em Oliveira do Hospital já toda a gente sabe que vamos ter uma grande Feira do Queijo, a maior do país, e precisamos de a divulgar noutras regiões. Este ano foi em Coimbra, mas para o ano tem que ser em Lisboa, com 1000 ovelhas a descer a Avenida da Liberdade. O queijo Serra da Estrela não um património de Oliveira do Hospital, mas de toda a região da Serra da Estrela e também do país e o que pretendemos é uma grande promoção. Temos 8
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a maior Feira do Queijo Serra da Estrela em Portugal, mas o nosso sonho é fazer uma grande feira em Lisboa e no Porto. GR: O que já se pode desvendar da Festa deste ano? JCA: A edição deste ano tem o Fernando Mendes, como padrinho, bem como o Manuel de Melo. São os nossos “pastores”. Vamos ter na feira os melhores produtos de Oliveira do Hospital, num certame com grande potencialidade e de promoção do território, porque aliado ao queijo temos o nosso património natural, histórico e monumental. Viemos a Coimbra apresentar a nossa feira para que as pessoas que vivem no meio urbano se desloquem a Oliveira do
Hospital e nos conheçam melhor, nomeadamente os nossos produtos de excelência. GR: Tem aparecido novos produtores de queijo Serra da Estrela? JCA: Tem havido algumas dificuldades, porque há uma grande concorrência no Queijo Serra da Estrela. Para além disso, os pequenos produtores, face aos preços da certificação dos produtos, certificam meia dúzia de queijos, apenas para dizer que têm produto certificado, e depois vendem os restantes a preços mais baixos, porque, caso contrário, não conseguem ter rendimento da produção do verdadeiro Queijo Serra da Estrela. Há muito produto em que o consumidor leva “gato por lebre” e isso acontece nas faldas da Serra, em que se vende queijo Serra da Estrela feito com leite espanhol. O verdadeiro Queijo Serra da Estrela é produzido com leite de ovelha da raça Bordaleira Serra da Estrela e é isso que temos de continuar defender e a preservar, sob pena de se perder um produto de excelência, um produto gourmet de Portugal. O que estamos a fazer, com toda esta dinâmica que estamos a impor, é para defender o Queijo Serra da Estrela DOP. É um esforço enorme, mas que temos que o fazer. Acho que o governo deveria clarificar esta situação. GR: Falta fiscalização? JCA: Falta muita fiscalização nesta área e falta a facilitação dos pequenos produtores, dos pequenos rebanhos, que para produzir queijo DOP precisa de ser certificado e para isso têm que pagar. Vendem o queijo a 14 euros sem certificação, em vez dos 15 com selo de garantia. E é aqui que começa a falsificação, porque ela existe em relação ao Queijo Serra da Estrela. Uma coisa é um queijo DOP genuíno, outra é o queijo tipo Serra que não tem nada a ver com isto e até é feito com leite espanhol.
“O Queijo Serra da Estrela DOP quando custar 25 euros o quilo chega ao patamar de excelência” GR: A existência de raças exóticas nos rebanhos da região não é também um factor a ter em conta? JCA: O problema não está nos pequenos produtores, nos pequenos rebanhos. Estes continuam a apostar na ovelha Bordaleira Serra da Estrela, que produz o leite genuíno. O problema está na certificação. A Câmara está a fazer um projecto para pagar a certificação aos pequenos produtores locais, para que todo o queijo possa ostentar o rótulo “Serra da Estrela DOP”, para que possam ser competitivos no território.
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O Queijo Serra da Estrela DOP, como produto gourmet, quando custar 25 euros o quilo chega ao patamar de excelência, o que fará com os homens e mulheres que se dedicam à sua produção, que não têm fins-de-semana, tenham uma vida melhor. Temos que fazer este esforço e dar-lhe alguma protecção em relação a algumas medidas governamentais que são necessárias. Na abertura da Feira, contamos com a presença do senhor ministro da Agricultura a quem apresentarei estas reivindicações, de modo a que os pequenos produtores possam ser ajudados nos custos da certificação, um problema que ajuda à falsificação deste produto.
Defende Vítor Pedro Pinto, administrador da Queijaria Flor da Beira
“Deveria haver apoios para os pastores que apostam nas nossas raças autóctones” A Queijaria Flor da Beira “está no topo a nível de produção e qualidade”, mas também está “no limite” da sua capacidade produtiva. Quem o diz é Vítor Pedro Pinto, administrador da queijaria sedeada em Carregal do Sal, que sustenta a necessidade de “apoiar os pastores que apostam nas nossas raças autóctones”. O responsável daquela unidade fabril, em conversa com a Gazeta Rural, reconhece que a introdução de raças exóticas na região tem consequências na qualidade do produto final. “Prefiro pequenos produtores, com leite de ovelha Bordaleira, a rebanhos grandes com raças traçadas, que dão mais leite, mas é de inferior qualidade”. Vítor Pinto prefere “um produto desejado” a ter que oferecer um queijo de menor qualidade. Gazeta Rural (GR): Como está a ser a produção de queijo este ano? Vítor Pedro Pinto (VPP): Está a ser boa, na linha dos anos anteriores. Estamos a produzir no limite da capacidade desta unidade, em termos de espaço e de frio, e também a vender mais. GR: Em termos de matéria-prima? VPP: Há alguma escassez de leite. Temos mais produtores a fornecer leite que o ano passado, mas não está fácil encontrar novos. O tradicional pastor, que tinha o rebanho e fornecia o leite, tem tendência a acabar. É diferente ter um rebanho de cem ovelhas que um de mil. A qualidade do leite não é a mesma. Prefiro pequenos produtores, porque a qualidade do leite 10
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é melhor, de ovelha Bordaleira, enquanto os rebanhos grandes têm raças traçadas, que dão mais leite, mas é de inferior qualidade. GR: Esse aspecto tem-se notado muito na região? VPP: Muito. Temos produtores de leite na região que estão a trocar o gado por raças com mais rentabilidade para eles, mas menos para nós. Têm rentabilidade a curto prazo. GR: Como se pode inverter essa tendência? VPP: Se há subsídios para tudo neste país, deveria haver apoios, com critérios, naturalmente, para os pastores que apostam nas nossas raças autóctones, como a Bordaleira ou a Churra Mondegueira. Um produtor que aposta nestas raças
deveria ser acarinhado e ter mais incentivos para manter o rebanho, do que outros que apostam em raças que dão mais leite, mas que é de inferior qualidade. GR: Isso causa-vos problemas, tendo em conta que estabilizaram num padrão de qualidade muito elevado? VPP: Claro que sim. Temos cerca de 120 produtores leite e sabemos quais são os que nos dão melhor rentabilidade e mais qualidade. Há dias em que sabemos que de um determinado lote de leite a produção vai ser inferior. Fazemos os lotes de leite separados, para que o padrão de qualidade do nosso queijo seja igual. GR: Disse que estão no limite da capacidade produtiva. Isto é uma questão sazonal ou é assim ao longo do ano? VPP: É sazonal, embora desde Setembro que estamos com mais 200 mil litros de leite transformados, o que corresponde a mais de 20 toneladas de queijo que no mesmo período do ano anterior. Nos próximos três meses teremos muita dificuldade em transformar o leite que recebemos dentro no horário normal e teremos que entrar no turno da noite. GR: isso quer dizer que as instalações terão que ser ampliadas? VPP: Não passa por aí. Esta queijaria foi concebida com esta área e com esta capacidade de produção e já a ultrapassou em 50%.
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Estamos no limite, mas vamos ficar por aqui. Preferimos manter a aposta na qualidade, ter um produto desejado e não andar atrás dos nossos clientes para lhes vender um produto de menor qualidade e a um preço inferior. A Queijaria Flor da Beira está no topo a nível de produção e qualidade, que é o mais importante. Apostamos na qualidade em detrimento da quantidade. A primeira é fundamental para que não venhamos a ter problemas no futuro com o escoamento dos nossos produtos. GR: Como olha para o sector na região? VPP: Para nós, nesta indústria, os colaboradores e os produtores de leite são as pessoas mais importantes. Os primeiros trabalham no manuseamento do produto e os produtores, que têm uma vida difícil, são quem nos fornecem a melhor matéria-prima. Tudo isto tem que ser visto com muito cuidado, para que as coisas não se invertam e passemos a ter um produto de inferior qualidade. Temos uma imagem a defender, de rigor e qualidade, e queremos mantê-la. GR: Para o mercado nacional e internacional? VPP: Estamos a fazer uma grande aposta no mercado internacional. Estamos a crescer no Brasil e também no chamado mercado da saudade. Vamos estar no SISAB onde receberemos muitos dos nossos clientes e queremos encontrar novos.
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Ficará instalado no edifício do antigo Mercado do Gado
Câmara de Celorico da Beira projecta Observatório do queijo Serra da Estrela A Câmara de Celorico da Beira anunciou que tenciona criar um Observatório e um Polo de Investigação na área do queijo Serra da Estrela para estudo e divulgação daquele produto. O vice-presidente da autarquia, José Luís Cabral, disse que a autarquia pretende candidatar o projecto a fundos comunitários no âmbito do Portugal 2020. O equipamento deverá ser instalado no edifício do antigo Mercado do Gado, localizado junto do Mercado Municipal da vila de Celorico da Beira, que o município pretende recuperar e adaptar às novas funções, adiantou. Segundo o autarca, ao Observatório e ao Polo de Investigação será também associado um centro de documentação alusivo à temática do queijo de ovelha produzido na região da Serra da Estrela. “Será uma espécie de biblioteca do queijo Serra da Estrela, que não existe na região demarcada de produção”, apontou. José Luís Cabral refere que o projecto será “mais um laboratório, mais um local, onde os produtores poderão fazer as suas experiências, mas principalmente [para a região] trazer novas experiências de outros países”. “Apesar de termos o Solar do Queijo Serra da Estrela, tínhamos que ter um local específico para permitir um diálogo e um trabalho diferente
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entre as escolas e as empresas, sempre na promoção e na divulgação da feitura do queijo, mesmo além-fronteiras”, disse. A autarquia de Celorico da Beira também pretende que no novo equipamento seja “dado a conhecer todo o processo de produção do queijo e os artefactos utilizados no seu fabrico”, segundo José Luís Cabral. O município de Celorico da Beira, que se assume como ‘Capital do Queijo Serra da Estrela’, lembra que aquele produto é hoje reconhecido como uma das Sete Maravilhas Gastronómicas de Portugal, essencialmente devido à dedicação dos seus produtores. Aquela autarquia do distrito da Guarda adianta ainda que possui protocolos com 22 produtores de queijo do concelho, para apoio à implementação do HACCP (Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo) nas queijarias, na realização das análises obrigatórias e na aquisição dos selos de caseína. A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, como Celorico da Beira, Guarda, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Seia, Trancoso, Oliveira do Hospital, Nelas, Penalva do Castelo, Mangualde e Covilhã.
A 13 de Março, em Vila Nova de Paiva
V Feira do Fumeiro do Demo à espera de mais visitantes O Parque Urbano da freguesia de Touro, no concelho de Vila Nova de Paiva, recebe a 13 de Março a V Feira do Fumeiro do Demo, iniciativa promovida pela Câmara de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia de Touro. As tradições gastronómicas e os sabores e saberes genuínos das Terras do Demo reflectem-se na qualidade e no “saber fazer” do fumeiro tradicional desta região. A Feira do Fumeiro terá no plano da animação Augusto Canário e Amigos como atracção principal. A vereadora da Câmara de Vila Nova de Paiva, Delfina Gomes, tem “boas expectativas” para a edição deste ano, num certame que “tem vindo a crescer todos os anos”. Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para a Feira deste ano? Delfina Gomes (DG): Estamos certos que a quinta edição da Feira do Fumeiro do Demo irá continuar a crescer. O elevado número de pessoas que paulatinamente tem vindo a visitar este evento é um indicador que sustenta a tendência de crescimento. A excelência que foi adquirindo ao longo destes quatro anos tem superado naturalmente as nossas expectativas, face a todo o empenho que nela depositamos. A animação também desempenha um papel importante no evento. Este ano está a cargo dos Pauliteiros de Palaçoulo, do artista nacional Augusto Canário & Amigos, encerrando com a prata da casa, o grupo musical Brincó Baile. GR: Qual o efeito da Feira na produção de fumeiro no concelho e na região? DG: Diríamos que resultou num feedback muito positivo e no despertar das consciências para aquilo que é uma das nossas maiores riquezas e valias. Esta tradição, que consiste no aproveitamento em toda a sua plenitude dos nossos produtos endógenos, revive-se cada vez mais nesta iniciativa da Feira do Fumeiro que em boa hora surgiu. GR: Que retorno têm tido da Feira, não só para os produtores, mas também para o concelho? DG: O retorno tem sido muito positivo. É importante ver jovens a abraçar esta causa, sendo que cada vez mais somos 14
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procurados pela qualidade e sabor tradicional que caracterizam o nosso fumeiro. É um investimento com retorno, porque mesmo situados no coração da Beira Alta, num panorama de serranias, com uma identidade muito própria, conquistámos um lugar que é nosso pelo “saber fazer” que tem passado de geração em geração. GR: Este certame é uma forma de divulgação do concelho. Que outros produtos lhe estão associados? DG: Por certo que este evento divulga, de forma genuína, o nosso concelho tão bem identificado pelo Mestre Aquilino Ribeiro nos seus escritos e que se torna um ex-libris destas Terras do Alto Paiva. Neste evento, o fumeiro tradicional é o produto por excelência que queremos promover, aliando outros produtos endógenos de qualidade, dos quais destacamos o pão caseiro, o trigo de ovos, o mel e derivados, queijos artesanais, compotas, biscoitos, cogumelos, cavacas, entre outros. Na área do artesanato, referimos os linhos, a lã merino, o burel, os chapéus de lã e palha, os brinquedos de madeira, os trabalhos em estanho e as miniaturas de alfaias agrícolas. A restauração também estará representada neste certame, com a participação de cinco restaurantes do concelho e das tasquinhas de petiscos que oferecem aos visitantes a possibilidade de apreciar o melhor da nossa gastronomia. Os mais pequenos também não foram esquecidos e terão à sua disposição, durante todo o dia, animação e insufláveis.
Nos dias 26, 27 e 28 de Março, em Constância
Jorge Palma é cabeça de cartaz das Festas do Concelho 2016
As Festas do Concelho de Constância 2016, que decorrerão de 26 a 28 de Março, terão este ano como destaques musicais Jorge Palma, Allen Halloween, Nerve, Ana Laíns com a Banda da Associação Filarmónica Montalvense e Quem é o Bob? (tri-
buto a Bob Marley). Novidade nas Festas deste ano será o Espaço Criança, um local destinado aos mais novos, que funcionará durante todos os dias do evento e onde será possível encontrar um insuflável, pinturas faciais, moldagem de balões e bicicleta estática. Conhecidas pela diversidade da animação, as Festas do Concelho terão mais uma vez muitos espectáculos que preencherão os palcos e as ruas da vila. Paralelamente à animação integram as Festas do Concelho, o XXVIII Grande Prémio da Páscoa de Constância EDP Distribuição em atletismo, uma Mega Aula de Zumba, a Tarde de Folclore, a XXVII Mostra Nacional de Artesanato, a X Mostra de Doces Sabores, as tasquinhas típicas, diversas exposições, a chegada das embarcações a Constância e um espectáculo piromusical. Também as ruas floridas serão, uma vez mais, motivo de grande interesse, resultado de um trabalho colectivo levado a efeito pelos moradores, pelas escolas e por várias instituições do concelho. Este ano, há um destaque especial para o significativo aumento do número de ruas floridas. Ponto alto dos festejos serão as cerimónias religiosas que têm lugar no dia do Concelho, segunda-feira de Páscoa (28 de Março), das quais se destacam a Missa Solene, a Procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem e as Bênçãos dos Barcos nos rios Tejo e Zêzere e das viaturas na Praça Alexandre Herculano.
Em Oleiros, nos dias 19, 20, 26 e 27 de Março
Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho com 10 restaurantes aderentes Uma dezena de restaurantes aderiram este ano ao VIII Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho, que terá em Oleiros nos dias 19, 20, 26 e 27 de Março, dois fins-de-semana ligados às celebrações pascais, Recorde-se que este é um evento gastronómico que privilegia o património caprino do concelho, dando destaque a duas especialidades tradicionais, sendo uma delas exclusiva de Oleiros. Trata-se de “um original cabrito assado em forno de lenha com a pele, o qual é “estonado” e não “esfolado”” e de “um enchido fresco, recheado com carne de caprinos e alguns produtos do fumeiro, arroz e uma quantidade apreciável de ervas aromáticas, sobretudo hortelã”, como é o caso do maranho. Este festival, que vai já na sua oitava edição, pretendeu desde sempre promover a fileira mas também valorizar e afirmar dois produtos endógenos de excelência. No caso particular do Cabrito Estonado, houve a preocupação de consolidar esta marca e hoje a sua Confraria Gastronómica é já uma realidade. Os estabelecimentos são os restaurantes Callum (272 680 010), Carteiro (272 682 596), Casa Peixoto (272 682 250), Ideal (272 682 350), Maria Pinha (965 586 477), Prontinho (272 682 338), Regional (272 682 309) e Salina (961 258 844) em Oleiros; Pérola do Orvalho (272 746 119), em Orvalho, e Slide (965 720 287), em Ponte de Cambas. 15
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Em simultâneo com a Feira do Fumeiro, até 5 e 6 de Março
Festival “Trancoso - Gastronomia com Tradição” para atrair visitantes Trancoso é nesta altura do ano a porta de entrada para uma paisagem única e deslumbrante como são as amendoeiras em flor. É, por isso, ponto obrigatório de paragem nesta altura do ano, para mais quando ali decorre a XIII Feira do Fumeiro, que começou no último fim de-semana de Fevereiro e termina a 5 e 6 de Março. Neste certame, os visitantes podem encontrar para além dos tradicionais enchidos da região, outros produtos da terra, como o queijo, o vinho, o azeite, o mel, a doçaria e outros. Mas, paralelamente com a Feira do Fumeiro, decorre ali o Festival Gastronómico “Trancoso – Gastronomia com Tradição”, iniciativa tem como principal objectivo promover o sector da restauração de Trancoso e os produtos endógenos alimentares da região, possibilitando aos milhares de visitantes que nesta altura se deslocam a Trancoso, uma variedade gastronómica com produtos de excelente qualidade. Das propostas gastronómicas que Trancoso oferece, destaque para o cabrito assado no forno ou de caldeirada, Enguias à S. Bartolomeu, enchidos variados e, naturalmente, como sobremesa as Sardinhas Doces de Trancoso.
De 11 a 13 de Março, no âmbito da Festa dos Saberes e Sabores do Douro
Cozido à Portuguesa nos “Fins-de-semana Gastronómicos” em São João da Pesqueira Inserido no programa da Festa dos Saberes e Sabores do Douro, que decorre em S. João da Pesqueira, vai ter lugar de 11 a 13 de Março o evento “Fins-de-semana Gastronómicos”, que nesta edição propõe o cozido à portuguesa, acompanhado com os melhores vinhos do Douro, com pera bêbeda em vinho do Porto, como sobremesa, para ‘seduzir’ os visitantes. Esta iniciativa decorre nos restaurantes aderentes e é promovida pela Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal em parceria com o município local, A gastronomia no concelho de S. João da Pesqueira está recheada de iguarias, cujos segredos de confecção se perdem nos memoráveis tempos dos nossos avós, em receitas saborosíssimas de culinária, raras vezes passadas a papel. Este município duriense é rico na sua imensa variedade e qualidade gastronómica, os típicos pratos e doçarias regionais são justamente afamados pelo facto de nada ser deixado ao acaso, nunca perdendo aquele toque de rusticidade e autenticidade primitivas. São inúmeros os pratos típicos da região, dos quais se destacam para além do cozido à portuguesa, o cabrito assado, o arroz de cabidela, o bacalhau assado, entre outros. A Festa dos Saberes e Sabores do Douro decorre durante três fins-de-semana, teve início a 27 de Fevereiro e termina a 13 de Março, numa altura em que o nordeste da Beira é muito procurado, uma vez que oferece uma paisagem deslumbrante nesta altura do ano com as amendoeiras em flor.
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De 12 a 25 de Março, no concelho de Nelas
Festividades da Semana Santa são atracção em Santar A Semana Santa de Santar aposta na tradição, solenidade, distinção e rigor histórico para atrair mais visitantes nesta altura do ano ao concelho de Nelas. As festividades são organizadas pela Santa Casa da Misericórdia e contam com o apoio do Município de Nelas. À Gazeta Rural, a vereadora da Cultura da Câmara de Nelas sublinha a importância destas festividades para a atracção de visitantes na quadra pascal. É que para além do turismo religioso, Sofia Relvas destaca a oferta turística do concelho, com a gastronomia, em que o vinho do Dão é rei, mas também o turismo de saúde e bem-estar, com as Termas das Caldas da Felgueira, que reabriram para mais uma época balnear. Gazeta Rural (GR): O que vai ser a Semana Santa de Santar? Sofia Relvas (SR): O Município associa-se à Santa Casa da Misericórdia de Santar, enquanto entidade que organiza as festividades religiosas na quadra pascal. São comemorações lindíssimas, em que se evoca a Paixão de Cristo, acompanhadas por um conjunto de procissões das quais destacaria a do Fogaréus, em que toda a Irmandade se veste a rigor, em que a estratificação social que antigamente se replicava nas procissões está evidenciada. São procissões nocturnas, com o ritual dos fogaréus, que só passam por locais onde está o chão queimado. São, diria, momentos de enorme reflexão, numa altura em que esta região também se promove pelo turismo religioso. Juntam-se aliás dois factores, em tempo de férias escolares, em que as pessoas podem aproveitar o turismo gastronómico, mas também de bem-estar e saúde, com as nossas Termas das Caldas da Felgueira, cuja época termal se inicia neste mês de Março. São três atractividades turísticas do nosso concelho, nesta altura do ano. Notámos, aliás, que quem nos visita aproveita as férias, faz termas, conhece a nossa gastronomia e aproveita o fim do dia para as festividades da Semana Santa. GR: Festividades que têm um programa atractivo? SR: É um programa muito interessante, que coloca esta região no mapa da atractividade turística nesta altura da Páscoa e que o Município de Nelas promove graças a esta proposta da Santa Casa da Misericórdia de Santar. São festividades vivas, que merecem ser vistas, a que se junta o património histórico, monumental e religioso da Vila. São momentos em que se ce17
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lebra, se reflecte e contempla-se uma Vila que merece ser visitada. GR: Com as devidas diferenças, são festividades com um cariz parecido ao que se faz em Braga? SR: Há quem compare. A procissão do ano passado contou com mais de 150 figurantes e com alguns milhares de pessoas a assistir. A provedora da Santa Casa, Dr.ª Infância, já partilhou isso comigo. A Semana Santa de Santar, em termos de rigor histórico, não fica nada a dever a Braga. Também várias pessoas ligadas à Igreja nos referiram a dimensão do circuito de procissão e visitação de Santar, mas também o rigor com que está organizado e, à sua dimensão, não há diferença daquilo que se faz em Braga. Respeita-se os trajes, os rituais e os momentos de leitura do Evangelho, bem como o envolvimento da Igreja das Santa Casa, que foi requalificada. Todo o percurso passa pelas zonas mais bonitas da Vila. GR: Poderíamos dizer que, com a abertura das Termas das Caldas da Felgueira, é um três em um? SR: Exactamente. Nesta quadra o concelho oferece três vertentes turísticas: gastronómica, saúde e bem-estar e religiosa. As pessoas podem aproveitar a quadra pascal para ter uns dias de férias, conhecer a nossa riqueza gastronómica, com o nosso vinho do Dão à cabeça, a que podem juntar uma passagem pelas Termas das Caldas da Felgueira e, naturalmente, assistir a estas festividades religiosas, que nos interessa promover, porque são um regalo para os olhos e para a alma, para quem precisa desses momentos de reflexão.
Uma ferramenta desenvolvida pela Universidade de Aveiro
Já pode escolher casta e local para produzir diferentes tipos de vinho Uma ferramenta desenvolvida pela Universidade de Aveiro já permite aos produtores escolher as características do vinho que pretendem produzir, indicando a casta e a localização adequadas para a sua produção. Uma equipa de investigadores do Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro (UA) estudou pela primeira vez, em Portugal, a relação entre o tipo de castas, as características do solo e os factores ambientais que as envolvem, para que os produtores extraiam de cada tipo de casta as potencialidades para o vinho que querem produzir. “Primeiro o produtor pensa no vinho que quer obter, definindo-lhe o aroma, a cor ou a adstringência que deseja tendo em conta determinado mercado. Escolhidas as particularidades do vinho, a hora é de seleccionar não só as castas como também a localização geográfica da vinha, cujas características do solo, da topografia e do clima permitirão aos produtores obter o néctar desejado com o mínimo de processamentos químicos”, esclarece uma nota informativa UA. A investigação mostra aos produtores a importância do potencial enológico de cada casta, ou seja, as características físico-químicas de cada casta nos diferentes locais de cultivo, já que estas, ainda que sejam do mesmo tipo, podem variar consoante as características naturais do local em que são produzidas.
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Com esses dados, conforme o vinho que quer produzir, o produtor pode decidir qual o binómio casta/local que melhor lhe interessa, o que lhe permite produzir com menos custos no processo tecnológico e sem excesso de coadjuvantes enológicos. “Ganha o produtor, ganha a saúde do consumidor pois estará perante um vinho menos processado quimicamente e ganha o ambiente, pela diminuição da necessidade do uso de produtos químicos quer na vinha, quer no lagar”, aponta Sílvia Petronilho, a autora do estudo, no âmbito do doutoramento em Química, sob orientação científica dos professores Manuel António Coimbra e Sílvia Rocha. De acordo com a Universidade de Aveiro, dado o interesse dos produtores na investigação realizada na Unidade de Investigação de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agro-alimentares (QOPNA) do Departamento de Química, estão já a ser estabelecidas parcerias com produtores de várias regiões demarcadas do país, para a aplicação do conceito de qualificação e valorização das castas na produção de vinhos brancos, tintos e rosés. O estudo tem por objectivo “fortalecer o sector vitivinícola em Portugal, criando oportunidades para alcançar mercados mais exigentes, que primam pela qualidade e diversidade em detrimento da quantidade e da homogeneidade”.
Com o objectivo de promover o vinho e a actividade vinícola da região
Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa promove concurso de vinhos A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), em parceria com o Centro Ciência Viva da Floresta (CCV da Floresta), está a organizar o I Concurso “Os Melhores Vinhos da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa” com o objectivo de promover o vinho e a actividade vinícola como produto de importante valor económico, cultural e turístico para a região. Destinado aos vinicultores titulares de marca com certificado de produtos vínicos DOC Beira Interior ou IG Terras da Beira dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão, as inscrições podem ser formalizadas até 15 de Março no CCV da Floresta. “Sendo os vinhos da Beira Baixa um dos produtos que mais têm aumentado na quantidade, qualidade e nos valores das exportações, faz todo o sentido organizar iniciativas que promovam a excelência dos vinhos da Beira Baixa e que incentivem os nossos produtores a distinguirem-se cada vez mais pela qualidade dos seus produtos”, salienta João Paulo Catarino, presidente da CIMBB. Cada participante pode apresentar a concurso vinhos brancos, tintos e rosados da colheita de 2015 (dois por cada categoria) que representem uma existência mínima de dois mil
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litros cada. Numa primeira fase, o CCV da Floresta irá recolher quatro amostras e submeter a análise físico-química. No dia 9 de Abril, um júri composto por nove elementos irá fazer a prova cega dos vinhos a concurso. Aqueles que alcançarem 85 ou mais pontos receberão a classificação de Ouro e ao mais votado de todos será atribuído a categoria de “Beira Baixa Excelência de Ouro”; os vinhos que alcançarem 75 ou mais pontos serão classificados como Prata. As normas de funcionamento do concurso podem ser solicitadas na CIMBB ou no CCV da Floresta, parceiro nesta iniciativa, tendo em conta o trabalho desenvolvido desde 2012 no seu Laboratório de Vinhos e ainda na formação, realização de conferências e apoio aos produtores vinícolas da região. A Denominação de Origem Beira Interior, criada em Novembro de 1999, e IG Terras da Beira compreendem as Beiras Baixa e Alta. Segundo a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior, existem cerca de 16.000 hectares de vinhas nesta região e uma grande variedade de castas. Nos anos mais recentes, um maior número de produtores tem investido neste produto e a sua qualidade tem igualmente contribuído para uma aposta mais consolidada na exportação dos vinhos da Beira Interior.
De 22 a 25 de Abril, em S. Miguel
Gorgeous Azores promove “What`s New for Summer” O “What`s New for Summer” será o evento mais fresco a que alguma vez assistiu e terá lugar nos Açores, na Ilha de S. Miguel, de 22 a 25 de Abril no Pavilhão da Associação Agrícola de São Miguel, na Ribeira Grande. É na sua essência uma feira de promoção e venda de produtos para o verão, com uma vertente mais forte nas bebidas, nomeadamente destiladas, vinhos brancos, verdes, rosés, espumantes, refrigerantes, cerveja, águas harmonizadas com a gastronomia. Possui uma zona de exposições de actividades económicas onde o seu negócio se encaixará na perfeição. A abertura do espaço aéreo trouxe um fortíssimo aumento das visitas aos Açores em 2015 e para 2016 as expectativas são de um crescimento muito maior pois foram considerados o local mais lindo do mundo pela revista Nacional Geographic. O mercado turístico açoriano é o que apresenta um maior crescimento a nível nacional, desde restaurantes, bares, mercados e supermercados, sendo por isto um mercado onde cada vez mais os produtores devem apostar. Os maiores eventos empresariais dos Açores são organizados pela Gorgeous Azores. Apostar nerstes eventos é entrar pela porta grande no mundo dos negócios açorianos.
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Departamento de Ciências da Vida Universidade de Coimbra 23, 24 e 25 ABRIL 2016 Sábado (23): 15h – 19h Domingo (24) e Segunda (25): 10h – 19h
Exposição de Orquídeas Coleções privadas
Venda de Orquídeas Hortos nacionais e estrangeiros
Palestras e Workshops Prémios para orquídeas em exposição Saída de Campo Concurso de Fotografia
Entrada 2€
24 ABRIL 2016 Ciclo de Palestras e Workshops Inscrição 40€
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Organização
Programa e inscrições: www.uc.pt/iii/uc_inproplant
De 12 a 20 de Março nos restaurantes aderentes
Sever do Vouga na Rota da Lampreia e da Vitela A Confraria Gastronómica de Sever do Vouga, aceitou o desafio lançado pelo Município de Sever do Vouga em organizar a XVI Festa da Lampreia e da Vitela, contando para o efeito, com a colaboração da autarquia e da Entidade Regional da Turismo Centro de Portugal, para a sua promoção. A lampreia é um dos ícones gastronómicos de Sever do Vouga desde os tempos da Idade Média, prestando-se também como forma de pagamento de impostos aos senhores feudais. Com data agendada para o período de 12 a 20 de Março, conta com a participação dos restaurantes “Santiago”, “Quinta do Barco”, “Canta a Coruja”, “ O Cortiço”, “O Vitorino ”, “O Júnior” e o “Canastro By Júnior”, integrando assim a “Rota da Lampreia e da Vitela”. Este evento, como tantos outros realizados em Sever do Vouga, visam promover e divulgar o território, contribuindo para a dinamização económica e cultural, através da concertação de sinergias entre os agentes locais, na valorização de produtos locais, - tais como a lampreia e a vitela e o património natural e cultural, - e que já são um forte motivo de visita e de promoção do concelho e da região de Aveiro. É neste ambiente de festa que Sever do Vouga convida os visitantes a saborear a gastronomia local, nomeadamente, o “Arroz de Lampreia”, a “Lampreia à Bordalesa” e a Vitela As-
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sada com Arroz do Forno, associando a estes prazeres gastronómicos outras experiências em busca das belezas naturais e do património histórico do território. São segredos de um povo que do saber e do imaginar temperam estes sabores fortes e requintados.
Constituída a 8 de Janeiro, já reúne cerca de meia centena de associados
Bagas de Portugal quer organizar a fileira dos pequenos frutos Constituída a 8 de Janeiro deste ano, a Bagas de Portugal quer assumir a organização da fileira dos pequenos frutos em todo o território nacional. A cooperativa, com sede em Sever do Vouga, conta já com cerca de meia centena de associados e resultou da vontade de um grupo de produtores de dar resposta a várias necessidades sentidas no desenvolvimento da sua actividade, nomeadamente a comercialização. Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da nova cooperativa sublinha a importância da mesma na organização da fileira, mas especialmente na comercialização, onde as dificuldades são maiores. Paulo Lúcio destaca a receptividade dos pequenos produtores à nova estrutura, que pretende também apostar na transformação dos excedentes. Gazeta Rural (GR): Como nasceu a Bagas de Portugal? Paulo Lúcio (PL): Nasceu da necessidade de criar uma cooperativa de produtores para produtores. As pessoas têm que saber produzir, e produzir bem, e deixar a comercialização para outros, para se focarem naquilo que melhor sabem fazer, que é produzir bem e com qualidade. Se nos dispersarmos, se quisermos produzir e comercializar, fica tudo mais complicado. GR: Como têm reagido os produtores? PL: Bastante bem e com boa adesão. Temos uma associação de âmbito nacional, o que é uma vantagem, e é uma cooperativa de pequenos frutos, como mirtilo, goji, groselha, amora, framboesa e morango, mas também maracujá, limão e 22
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lima, porque há bastante apetência no mercado internacional para estes frutos. GR: Como vão organizar a estrutura da associação? PL: Tivemos reuniões de comercialização de fruta até 15 de Fevereiro, com contactos a nível internacional. Embora a sede seja em Sever do Vouga, contamos com produtores de todo o país e vamos ter entrepostos, que receberão a fruta para depois ser exportada. GR: Até onde pretendem chegar? PL: Temos a perspectiva de chegar às 500 toneladas de mirtilo, isto só para falar neste fruto/bandeira. Dois dos asso-
ciados irão produzir cerca de 200 toneladas de mirtilo, o que quer dizer que estamos próximos daquele objectivo. GR: Há outras organizações locais, em vários pontos do país. Pensam juntá-las todas nesta associação? PL: A nossa ideia é sermos muito inclusivos. Incluir todas as pessoas, com os seus problemas e o know-how adquirido. Queremos aglomerá-los na cooperativa, de modo a organizar a fileira dos pequenos frutos e chegar ao mercado externo sob a marca-chapéu “Portugal”. GR: Daí o nome Bagas de Portugal? PL: Sim, para termos uma estratégia. Ao contrário do que eu julgava, a maior parte das pessoas querem a marca no produto e estamos a falar de pessoas que querem comercializar, sem intermediários. Não querem produtos de marca branca, mas sim uma marca no produto. Queremos distinguir o nosso produto de maneira a que possamos potencializar todas as outras frutas e os produtos a elas associados. GR: Depreendo que vão apostar também na transformação? PL: Sim, é um dos grandes objectivos, não só a venda em fresco mas também a transformação dos produtos. Por exemplo, a migalha de mirtilo ou framboesa, em 2015, foi paga a 99 cêntimos. Para isto temos uma série de estratégias e algumas parcerias. Vamos produzir desidratados e purés de fruta para vender a algumas organizações, para tentar que o rendimento final do agricultor seja majorado. Em vez de pensar que vendemos apenas 70% da fruta em fresco, podemos transformar os 30% restantes, nomeadamente em desidratados, como as passas de mirtilo, entre outras.
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Para além disso, há uma série de receitas que tenho e que podem ser aproveitadas, como os chás gelados com diferentes sabores. Por exemplo, as folhas de mirtilo têm o dobro dos antioxidantes relativamente ao fruto. Com isto fechamos o ciclo. Dentro de uma produção vamos vender tudo, menos a terras e as plantas, naturalmente. GR: Por norma, os portugueses são muito fechados e é preciso mudar mentalidades. Como tem sido a reacção dos produtores à proposta da associação? É a necessidade que os leva a pensar no associativismo? PL: O problema em Portugal é muito simples: As pessoas quando chegam ao mercado, e falamos sempre do mirtilo como produto bandeira, e apresentam a sua produção, querem vender não só mirtilo mas também outros produtos, como telas, coberturas, etc. Ou seja, tentam fazer de tudo para sobreviver o que torna tudo mais difícil, pois os pequenos produtores, com menos de dois hectares, que são a grande maioria, estão com um pé, diria curto, na comercialização, apostando no mercado de proximidade, conseguindo escoar alguma produção. Porém, quando falamos de produtores com explorações maiores a estrutura tem que ser maior e profissionalizada. Há que organizar, preparar e vender. O papel que queremos assumir é facilitar a comercialização, mas também apostar na transformação de excedentes, criando produtos novos, para conseguirmos aumentar o rendimento líquido dos produtores que é muito baixo. Temos tido muitos contactos de produtores que querem saber e querem aderir, especialmente aqueles que estão a começar a produzir e outros que querem iniciar a sua actividade nesta área.
No Douro e na região Oeste, com elevada participação
Selectis promoveu workshops de novos produtos A Selectis reuniu a sua cadeia de distribuição em dois grandes eventos, no Douro (Pinhão) e no Oeste (Torres Vedras) para a apresentação de quatro novas soluções para o ano 2016. Em Pinhão, na Quinta das Carvalhas, estiveram cerca de 200 participantes, entre distribuidores, clientes de proximidade e parceiros de desenvolvimento, tendo o evento de Torres Vedras tido aproximadamente o mesmo nível de participação. As sessões de trabalho focaram quatro novos produtos, o Oxford, fungicida para o controlo do míldio da batateira e da alface; o Colombo, um anti-pedrado para pomóideas; o Winner Start OD, um herbicida selectivo para a cultura do milho, e o Arriosta, um inovador fungicida para a cultura da vinha, com uma elevada eficácia sobre doenças como o oídio e black rot. O esclarecimento técnico acerca dessas soluções, o know-how partilhado e a interação entre todos os participantes deram a esta ação características muito particulares, comprovando que neste setor é possível fazer diferente e de forma irreverente. A iniciativa, segundo o Director de Marketing da empresa, “é o culminar do esforço de inovação e desenvolvimento de novas soluções Selectis, que cada vez mais são o parceiro de confiança de muitos agricultores”. João Faria destacou a elevada participação e sublinhou o estímulo que estas iniciativas dão à cultura de proximidade aos parceiros de negócio da Selectis”. Gazeta Rural (GR): Foram duas ações muito participadas. Quais eram os objetivos? João Faria (JF): Em 2016 a Selectis já inovou na forma de apresentar os seus produtos e isso nós queríamos. Convidámos todos os nossos distribuidores, clientes de proximidade e parceiros de desenvolvimento que participaram na experimentação desses produtos. Estes workshops, com o seu modelo multiproduto, permitem sessões de trabalho muito dinâmicas e interativas, com muito fundamento técnico e num ambiente descontraído. São produtos que estão em fase de homologação, mas cujo trabalho de conhecimento técnico é muito importante. Estes dois eventos foram os que considerámos necessários para salvaguardar o nível de proximidade que queremos manter com os parceiros. Só um evento não seria suficiente. Conside24
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ramos essencial o contacto pessoal e a valorização das experiências de cada um e esta dinâmica faz da Selectis um player relevante no quadro da agricultura responsável. GR: Que expetativa tem para este ano? JF: Será um ano de muito trabalho e com expetativas elevadas para lançar novos produtos, trazer novidades para o setor e mostrar a Selectis como uma empresa cada vez mais próxima dos seus distribuidores, clientes de proximidade e dos agricultores. Pretendemos dar continuidade a este trabalho, proporcionando novas e úteis soluções para os nossos agricultores. GR: Os agricultores são cada vez mais exigentes e ‘obrigam’ à inovação permanente?
JF: Procuramos estar atentos às tendências do mercado e às exigências do setor. Vamos interpretando os sinais da agricultura moderna e, com base nisso, trabalhamos para o futuro, criando situações adaptadas, inovadoras e que possam criar valor na nossa fileira. A Selectis tem fábrica e laboratórios próprios, o que, além de uma enorme independência, obriga a um know-how técnico de topo e recursos humanos especializados, que garantem um processo de produção de qualidade. GR: De que forma garantem a qualidade a que se refere? JF: Nós chamamos-lhe o Enhance Technology Process (ETP). O ETP foi a definição que encontrámos para o processo de fabrico sujeito a um rigoroso controlo de qualidade, que segue as normas internacionais de segurança, ambiente e de gestão de energia, que nos permite investir em I&D e criar produtos diferenciados. Tudo isto é suportado com tecnologia avançada de que dispomos no nosso complexo industrial e com a riqueza dos recursos humanos. GR: Os vossos parceiros conhecem a fábrica e os laboratórios de que fala? JF: Muitos deles, sim, claro. Mas estas ações foram uma boa oportunidade para os que não conheciam poderem fazer uma ANUNCIO GAZETA 1 26/02/16 14:50 visita virtual àsRURAL.pdf nossas instalações fabris e laboratoriais. Tive-
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mos disponível uma maqueta e uma aplicação interativa que permitia a visita. Temos orgulho em mostrar a nossa casa a quem confia em nós. GR: A componente técnica destes eventos a que fez referência é muito importante? JF: Sim. Todas as oportunidades de podermos contribuir para um melhor conhecimento, quer dos problemas fitossanitários, como das nossas soluções, são importantes para uma melhoria do nível de serviço aos clientes. Temos proporcionado formação em várias áreas, inclusivamente fora da área técnica, como são exemplos a áreas da formação comercial e motivacional. O objetivo é contribuir para um incremento do nível de profissionalização dos clientes de proximidade e que estes possam ter mais oportunidades de enriquecimento pessoal. GR: Sei que também lançaram uma aplicação para smartphone? JF: Sim, aproveitámos os eventos para o fazer. É uma aplicação que permite a pesquisa da solução adequada para os problemas da cultura e de acordo com o estado fenológico da mesma, disponibiliza informação técnica e de segurança dos produtos e apresenta imagens ilustrativas das doenças. Já está disponível para android e iOS e o utilizador não necessita de acesso à internet para a consultar.
Depois do sucesso da Feira 100% Agrolimiano
Ponte de Lima promove jardins e espaços verdes Foi um êxito a I Feira 100% Agrolimiano, uma mostra de produtos e dos empresários de Ponte de Lima. O presidente da Câmara local, à Gazeta Rural, realçou a adesão de “meia centena de expositores com produtos diversificados” ao evento e que foi “um excelente fim-de-semana para sector agroalimentar” do concelho. Mas de Ponte de Lima não pára e no fim-de-semana de 5 e 6 de Março recebe a II Feira dos Espaços Verdes e de Jardins, que, segundo Vítor Mendes, é “uma oportunidade para darmos a conhecer os nossos jardins e espaços públicos, mas também mostrar uma área que tem tido uma evolução muito grande nos últimos anos”. Gazeta Rural (GR): A 100% Agrolimiano é uma mostra de produtos do concelho? Vítor Mendes (VM): É uma feira/mostra dos produtos e dos empresários de Ponte de Lima e daí o nome. Dá a conhecer um conjunto de empresas e de projectos nos sectores agrícola, florestal e agroalimentar como sendo bons exemplos de um conjunto de empresários limianos, nomeadamente jovens, que têm apostado fortemente no sector primário. GR: Este certame é o espelho da aposta do concelho na valorização dos seus recursos endógenos? VM: Ponte de Lima tem procurado, dentro daquilo que é a sua estratégia de desenvolvimento, assentar a sua aposta na valorização dos recursos endógenos, nomeadamente no mundo rural. Felizmente, temos tido ao longo dos anos essa política, espelhada num conjunto de projectos, alguns de enorme sucesso, que têm como objectivo nichos de mercado com muita criatividade e inovação, que são verdadeiramente exemplos de empreendedorismo ligado ao mundo rural. Foi nesse sentido que o município decidiu, num contexto
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de um conjunto de feiras temáticas em que se pretende dar a conhecer os novos recursos e promover o nosso território, apostar nesta evento com produtos unicamente do concelho, sendo certo que as outras feiras que promovemos dão oportunidade também a outros empresários da região e do país para aqui exporem os seus produtos. GR: O saldo é amplamente positivo? VM: Sim. Tivemos meia centena de expositores com produtos diversificados e só não tivemos mais porque o espaço físico não o permitiu. Foi um excelente fim-de-semana para sector agroalimentar de Ponte de Lima e, acima de tudo, para que possa constituir um estímulo para que outros jovens possam investir neste sector, que é muito importante no contexto da economia local, regional e nacional. Tivemos nesta feira produtos de excelente qualidade, alguns de referência nacional, e o município tem-se constituído como uma alavanca fundamental na sua promoção, com a realização destes eventos e inclusivamente com alguns projectos-piloto que tem feito no âmbito de um equipamen-
to que temos em Ponte de Lima, que é a Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, com uma quinta pedagógica, onde temos feito alguns projectos no âmbito da cidra e das nossas raças autóctones, em colaboração com as nossas escolas, sejam do ensino corrente, profissional ou superior, as nossas associações, nomeadamente o sector cooperativo, e todos os agentes económicos ligados ao sector. GR: O município não pára e no próximo fim-de-semana há já outro evento? VM: É a II Feira dos Espaços Verdes e de Jardins, na sequência de uma que organizámos o ano passado no âmbito do Congresso Mundial de Jardins e Espaços Verdes Públicos, que aqui teve lugar, um evento anual onde estão presentes os maiores especialistas mundiais nesta área. GR: Essa é outra aposta conseguida? VM: Ponte de Lima tem apostado na valorização dos espaços verdes, ambiente e jardins. Temos o único equipamento em Portugal, o Festival Internacional de Jardins, que é uma referência nacional e internacional, que recebe cerca de cem mil pessoas por ano e que tem também um conjunto de candidatos dos quatro cantos do mundo. É também uma referência a nossa estratégia ambiental e de espaços públicos, pois temos muitos jardins diversificados, alguns com mensagens para a sensibilização ambiental e da
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importância dos jardins e espaços verdes para o ambiente e para a qualidade de vida das nossas populações. Ponte de Lima é, seguramente, a vila mais florida de Portugal e isso ficou demonstrado num concurso que se realizava há uns anos em que, sistematicamente, ocupávamos o primeiro lugar e tínhamos uma menção honrosa a nível europeu. Esta é também a afirmação de Ponte de Lima neste contexto, para estarmos na presença de um território diferente e hoje os jardins e os espaços verdes são um atractivo para conseguirmos trazer gente a este território à custa destas áreas específicas. Felizmente Ponte de Lima está ligado à gastronomia, ao turismo de habitação, ao património, mas também «aos jardins e espaços verdes e esta é uma imagem de marca que queremos consolidar e aumentar em quantidade e qualidade. GR: A Feira é uma forma de mostrar as potencialidades deste sector Ponte de Lima? VM: A Feira dos Espaços Verdes e de Jardins é uma oportunidade para darmos a conhecer os nossos jardins e espaços públicos, mas também mostrar uma área que tem tido uma evolução muito grande nos últimos anos, com muitos empresários a apostar neste sector, nomeadamente na produção ou em empresas de manutenção e gestão destes espaços. É um sector que nos últimos anos tem tido uma dinâmica muito forte não apenas em Ponte de Lima, mas em toda a região. Estamos convictos de que vai ser uma feira com sucesso à semelhança do que aconteceu o ano passado.
Festival decorreu no Jardim dos Frades Trinus, no centro histórico de Miranda
Sabores Mirandeses muito procurados por visitantes Produtos de qualidade, muita animação e o saber receber foram os ingredientes para o sucesso do Festival de Sabores Mirandeses que este ano teve por palco o Jardim dos Frades Trinus, em Miranda do Douro. A mudança de local, mais próxima do centro histórico de Miranda, agradou a expositores e visitantes. “O espaço está mais perto do centro da cidade e é muito mais fácil o acesso das pessoas e acho que está melhor”, referiu um dos expositores. Para o presidente do município, Artur Nunes, a mudança permitiu a participação de mais expositores e pretendeu contribuir para “a valorização do centro histórico”. O Festival de Sabores Mirandeses contou também este ano, pela primeira vez, com representantes de Aranda do Douro, Bimenes e Pola de Siero, Espanha. Ao longo dos três dias os expositores não tiveram mãos a medir e escoaram todo o produto que trouxeram para o certame. Nem o frio que se fez sentir nos últimos dias intimidou os milhares de visitantes que passaram pelo evento para comprar o bom fumeiro mirandês, os roscos, os sodos, a bola-doce, o pão, o folar, o queijo e o artesanato de Miranda. “Vim de propósito do Porto. Levo a mala do carro cheia para mim e para alguns amigos que provaram e gostaram dos produtos de Miranda. De fato vale a pena”, afirmou uma das visitantes que passaram pelo certame. Também os expositores ficaram satisfeitos com as boas vendas que conseguiram realizar. “Este ano foi um dos melhores, tanto a nível de vendas como a nível de visitantes e mesmo organização”, afirma um dos cerca de 70 expositores. Ao longo dos três dias do Festival o número de refeições servidas no restaurante do recinto do evento, também superou todas as expectativas. “Todos os dias houve filas para entrar no restaurante”, afirmou Artur Nunes, que destacou também o facto da hotelaria do concelho ter esgotado. “Este foi também um ponto positivo”, sublinha o edil mirandês e acrescenta que “este tipo de iniciativas são sempre importantes, porque trazem muita gente, desde os caçadores para 28
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as montaria, pessoas que vieram participar na prova de BTT, os curiosos e aqueles que apreciam a nossa terra tanto a nível cultural, social e gastronómico”, termina Artur Nunes. No âmbito do Festival de Sabores Mirandeses decorreu o Concurso da Tabafeia, que teve como vencedora a produtora Maria Pera. O concurso teve como objectivo promover e divulgar a produção e consumo da tabafeia, sensibilizando a população para a valorização dos recursos e produtos locais. A Tabafeia é um enchido fumado, de carne de aves e porco, pão regional de trigo, azeite, condimentada com sal, alho, colorau ou pimenta e salsa. A pasta final assim obtida é introduzida em tripa delgada de porco ou vaca, a qual é sujeita ao processo de secagem e fumagem pelo período mínimo de sete dias. Das nove tabafeias a concurso, o júri decidiu que a de Maria Pera, Cozinha Regional José Maria Pera era a que melhor respondia aos critérios e avaliação. “Estou muito contente por ter ganho este concurso”, referiu Maria Pera. O segundo lugar ficou para a Cozinha Regional Bina e o terceiro para Piedade Gonçalves.
Miranda do Douro realiza Festa da Bola Doce Mirandesa e Produtos da Terra Na quadra pascal, o Município de Miranda do Douro promove um dos seus produtos mais emblemáticos, a Bola Doce Mirandesa, mas também outros produtos da terra, num certame que decorrerá de 24 a 26 de Março. A Festa da Bola Doce Mirandesa e Produtos da Terra tem como principais objectivos contribuir para a divulgação, promoção e venda de produtos regionais e locais e fomentar o convívio e animação no espaço em que se insere. Neste evento, que decorrerá no Largo do Castelo, os visitantes podem encontrar Bola Doce Mirandesa, Folar de Carne, Bola de Carne, Pão Tradicional, Fumeiro, Doçaria Regional, Mel, Frutos Secos, Doces e Compotas, Licores e Vinho.
XVI ROTA DA LAMPREIA E DA VITELA SEVER DO VOUGA 12 A 20 MARÇO’16
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Apresentado na Bolsa de Turismo de Lisboa
Primeiro “site” turístico de Viseu lançado para seduzir turistas O primeiro “site” turístico de Viseu foi lançado com o objectivo de melhorar a promoção do destino, de organizar a oferta de experiências de visita e de seduzir turistas. Promovido pelo município e pela Viseu Marca (associação de marketing territorial), o VisitViseu aposta naqueles que são considerados os principais atributos identitários de Viseu: “Cidade de Viriato”, “Cidade vinhateira” e “Cidade-jardim”. Segundo o presidente da Câmara, Almeida Henriques, este `site` “vem preencher uma lacuna de informação turística sobre Viseu na Internet, com a garantia aos visitantes de uma actualização permanente”. “Este instrumento é um passo em frente numa estratégia de afirmação turística de Viseu”, sublinhou o autarca, acrescentando que “a cidade quer atrair mais turistas, qualificar e diversificar a visita” de quem a procura e aumentar a estada média. Através do `site` turístico, Viseu será também promovida como “Cidade de eventos”, apresentando as principais propostas de experiências culturais, enoturísticas, de arte urbana e de animação nas quatro estações do ano. O `site’ foi lançado na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), passando o endereço visitviseu.pt a ser a principal janela de informação turística de Viseu. O gestor da “Viseu Marca” e responsável pelo projecto, Jorge Sobrado, explicou que o `site` “estará organizado na óptica do visitante”, privilegiando “a navegabilidade `mobile`, informações 30
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úteis e uma linguagem simples e atractiva”. O VisitViseu será um “espelho da sedução de Viseu como destino actual” e apresentará “propostas de experiências de redescoberta de uma cidade histórica que se renova”, frisou. Para já, apresenta-se em português e inglês, estando previsto que, ao longo deste ano, sejam integrados outros idiomas, nomeadamente o espanhol e o francês. Uma “versão mobile” facilitará a sua consulta nos dispositivos móveis. A plataforma estará estruturada nas áreas “Cidade de Viriato”, “Cidade vinhateira”, “Cidade-jardim” e “Cidade de eventos” e possibilitará a escolha de sugestões de programas de visita para um, dois ou três dias. As principais ofertas de Viseu de hotelaria e gastronomia também estarão disponíveis. O herói lusitano Viriato servirá de mote para abordar o património material e imaterial de Viseu, com 2.500 anos de história, enquanto a área “Cidade-jardim” apresentará os parques, matas, canteiros, ruas e até as rotundas ajardinadas. A área “Cidade vinhateira” convidará a conhecer a oferta enoturística, vinhateira e gastronómica de Viseu, as suas quintas e vinhos, a restauração e a rota da Região Demarcada do Dão. Já a “Cidade de eventos” integrará a agenda das principais realizações culturais da cidade, de que é exemplo a secular Feira de São Mateus. O VisitViseu demorou um ano a ser desenvolvido e contou
com diversas colaborações especializadas e uma produção fotográfica original. As actualizações serão diárias, tendo em atenção a actualidade, a pertinência e adequação aos interesses do público. Como se pretende uma gestão aberta e participada, estará disponível um formulário onde qualquer operador ou visitante poderá deixar sugestões e opiniões. Segundo Almeida Henriques, este `site` é “apenas uma parte de um processo de estruturação e promoção de uma oferta turística de excelência de Viseu, dentro e fora de portas”.
“Viseu Cidade-Jardim” vai ter roteiros e inventário de árvores “Viseu Cidade-Jardim” vai ter roteiros e inventários de árvores até ao final de 2017, adiantou o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, na sequência da aprovação de um acordo de cooperação entre o Município, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a QUERCUS e a Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu (ADVID) para a elaboração de um “inventário arbóreo” da cidade de Viseu e um “sistema de gestão das árvores” do Município. Para Almeida Henriques, “esta medida é inovadora e honra a tradição de Viseu como cidade-jardim da Beira”. Para o autarca, o projecto “reforçará o planeamento do património arbóreo da cidade e a adopção de boas práticas na sua salvaguarda e manutenção”.
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Do projecto resultará, entre outras vantagens, a criação de percursos e roteiros de árvores, com um mapa associado e a identificação das espécies de árvores; um plano de rearborização de Viseu com prioridade para a plantação de espécies autóctones e a correcção de situações problemáticas; um inventário georreferenciado de árvores; uma caracterização específica sobre o Parque Aquilino Ribeiro e a Mata do Fontelo; e um “manual de boas práticas de arborização urbana” para Viseu. O Município de Viseu investirá cerca de 70 mil euros na execução do projecto.
Associação Viseu Marca vai organizar a Feira de S. Mateus A Câmara de Viseu criou a Associação Viseu Marca, uma nova entidade de marketing territorial de divulgação da marca Viseu e da cidade/região. A nova entidade será liderada por João Cotta e ocupara o lugar da extinta Expovis na organização da Feira de São Mateus. O objectivo passa por promover da cidade de Viriato. Nas novidades da Feira de São Mateus deste ano destaque para a presença de David Carreira, bem como de artistas locais. Durante o certame serão organizadas visitas guiadas à cidade, destinadas a turistas e a todos quantos queiram redescobrir a sua cidade.
Construído na Secundária de Tondela
Germinador de plantas autóctones arrancou em Tondela A recuperação de áreas da Serra do Caramulo destruídas pelo grande incêndio de 2013 estão na base da criação do germinador de plantas autóctones, construído na Secundária de Tondela, com o objectivo de respeitar a genética das plantas locais. “O germinador de plantas autóctones visa reflorestar o espaço destruído pelo incêndio de 2013, recuperando assim a flora. As plantas produzidas também podem vir a ser usadas em jardins públicos”, revelou Luís Costa, director adjunto do Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro. Durante a cerimónia de inauguração do germinador de plantas autóctones, construído na Escola Secundária de Tondela, no âmbito do projecto “Renascer das Cinzas”, Luís Costa explicou que primeiro “recolhem sementes e estacaria de plantas da Serra do Caramulo, nas franjas que não foram destruídas pelo incêndio de 2013, para respeitar a genética das plantas locais e com isso produzir novas plantas”. “Fica situado no espaço exterior da Escola Secundária de Tondela e tem uma área considerável, constituída por um armazém, onde estão as máquinas que controlam os equipamentos automatizados para abertura e rega e uma mini-estação meteorológica. Tem ainda a estufa propriamente dita, onde ocorre a geminação e crescimento inicial das plantas, e uma outra parte que é o ambientador, para as plantas se adaptarem ao meio ambiente”, acrescentou. Apesar de o dia ter marcado o arranque oficial do germinador de plantas autóctones, Luís Costa informou que já vêm produzindo algumas espécies como o carvalho e o sobreiro. “Já temos cerca de 600 árvores produzidas e que vamos utilizar na campanha de reflorestação levada a cabo pelos dois agrupamentos de escolas do concelho de Tondela. Esta campanha terá início a 01 de Março”, frisou. Ao longo de 2016, vão produzir outras espécies, entre as quais o castanheiro, azevinho e abrunheiro. “Penso que será um projecto sustentável, porque no país só há um outro com esta lógica de funcionamento, em Lisboa. Também contamos com a ajuda da Câmara de Tondela e do seu pessoal técnico da área da jardinagem”, sustentou. Quanto ao investimento no germinador de plantas autóctones, “foi suportado pelo valor do prémio escolar Montepio 2013, no valor de 25 mil euros”. “Este montante foi quase todo gasto na estufa e na compra de materiais necessários para que a estufa se mantenha”, referiu. A vereadora da Câmara de Tondela, Carla Antunes, considerou que o germinador de plantas autóctones é um projecto no qual acreditam e que “vai trazer frutos no futuro”. “É na escola que tudo nasce e queremos que este trabalho passe de geração em geração e quando forem adultos criem laços com a floresta”, concluiu.
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Anpromis reuniu produtores de milho em Ponta Delgada
“O futuro da Europa agrícola é o desafio que nos deve mobilizar” Mais de 300 pessoas estiveram reunidas em para debater os desafios e oportunidades dos sectores do milho e do leite. Apesar da conjuntura de baixos rendimentos que as explorações agrícolas nacionais enfrentam, o Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, encerrou o VIII Colóquio Nacional do Milho, que decorreu em Ponta Delgada, com uma palavra de “confiança, solidariedade e estímulo” aos agricultores. A direcção da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS) alertou para o “desígnio de manter a produção agrícola em Portugal e na Europa” e para a necessidade de “a União Europeia encontrar rapidamente um caminho de competitividade e eficiência produtiva, como única forma de sobreviver perante as ameaças da globalização”. Luís Vasconcellos e Souza, o presidente da direcção da Anpromis, que terminou o seu mandato nesta ocasião, disse que a realização do Colóquio nos Açores “é um ato de justiça para com os produtores do Arquipélago, porque aqui se produz mais milho do que em grande parte das direcções regionais do Continente” e realçou o “dinamismo da agricultura e pecuária açorianas, onde o milho tem enorme potencial produtivo e é essencial como matéria-prima numa alimentação de qualidade do efectivo leiteiro da região”. A área de milho nos Açores aumentou mais de 50% nos últimos anos, de 3.700 hectares para 11.000 hectares, em 2015, e esta cultura agrícola constitui um “factor de produção decisivo no sucesso nas explorações leiteiras açorianas”, reconheceu o Secretário Regional de Agricultura e Ambiente. “Os preços leite à produção desceram em toda a Europa, mas não devemos desanimar nem desistir da nossa identidade, futuro e país. Prosseguir o caminho da valorização, da inovação, da internacionalização e reduzir custos na exploração são essenciais. Queremos reforçar a competitividade e a imagem de marca de qualidade aliada à origem Açores”, disse Luís Neto Viveiros. O Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que encerrou o Colóquio, afirmou estar “profundamente empenhado” em encontrar medidas de apoio ao sector do leite que vive uma ‘conjuntura explosiva’ – fim das quotas leiteiras, embargo russo às importações, desaceleração económica nos países 33
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emergentes, aumento da produção, decréscimo do consumo. “São precisas soluções à escala nacional e europeia para que os produtores sobrevivam, numa primeira fase, e para que retomem a normalidade da sua actividade, numa fase posterior”, disse Capoulas Santos. O ministro da Agricultura garantiu ainda a “relativa continuidade das políticas que têm sido chave no sucesso da nossa Agricultura” e disse que a verba de 1.052 milhões de euros destinados à agricultura inscrita na proposta de Orçamento do Estado (OE) permitirá executar a 100% o PDR2020 em 2016.
José Luís Lopes é o novo presidente da Anpromis Entretanto, tomou posse a nova direcção da Anpromis, dando continuidade ao projecto e à missão que desde a sua génese, a 31 de Maio de 1988, esteve na base desta associação, que é representar e defender os interesses dos produtores nacionais, participando, propondo, discutindo e debatendo todas as questões que afectam a produção de Milho e Sorgo em Portugal e constituir-se como um centro de apoio e informação aos produtores e suas organizações. “Com momentos de maior ou menor fulgor e rentabilidade para os produtores nacionais, desde a fundação da Anpromis há 28 anos, o milho continua a ser a cultura arvense de referência em Portugal, estruturante na agricultura de regadio e exemplo ao nível da evolução tecnológica e produtividade alcançadas. A actual direcção tudo fará na sua missão de defesa dos interesses da fileira do milho, prosseguindo o caminho rumo à inovação e à competitividade do sector nacional do milho”, afirma José Luís Lopes. A Anpromis agradeceu todo o empenho e dedicação com que Luís Vasconcellos e Souza sempre defendeu os interesses dos produtores nacionais de milho ao longo dos últimos vinte e quatro anos. Nos novos corpos sociais, José Luís Lopes preside à direcção, com Luís Vasconcellos e Souza a transitar para a presidência da Assembleia Geral. Pedro Maria Seabra preside ao Conselho Fiscal.
Informação apícola
A Varroose A varroose é uma patologia apícola provocada pelo ácaro Varroa destructor. Tem-se verificado que, com o passar dos tempos, há um crescente desenvolvimento de resistências pela Varroa aos acaricidas, sendo por isso necessário o uso de novos métodos de combate. O fato de os Invernos serem cada vez mais curtos e menos rigorosos contribui para que a criação na colmeia perdure por mais tempo, ou até mesmo o ano inteiro, fomentando a sua reprodução durante praticamente o ano todo. A varroa tem um ciclo de vida caracterizado por ter uma parte externa ao alvéolo (fase forética), em que parasita a abelha adulta alimentando-se da sua hemolinfa, podendo deslocar-se para outra abelha de outra colmeia. A parte interna do ciclo de vida é referente ao período em que suga a hemolinfa da larva/ pupa, onde se desenvolve e reproduz (fase reprodutiva). Quando a incidência de varroa numa colónia é elevada, esta fica em risco, uma vez que a tendência é que o parasitismo sob esta forma aumente, tendo como consequência a diminuição da população da colónia, colocando-a em risco de desorganização social, abandono da colmeia ou até mesmo colapso. Um dos sintomas da varroose é o aparecimento de obreiras com as asas deformadas, sendo que esta sintomatologia se relaciona com o fato da abelha ser um vector do vírus das asas deformadas (DWV). Nesta situação é comum observar-se também obreiras a rastejar à frente da colmeia, sem que estas tenham apetência para as normais tarefas e deslocações. A criação nestes casos, também pode apresentar ficar comprometida, uma vez que a varroa também entra nos alvéolos onde está a criação de abelhas, para se alimentar da hemolinfa
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das larvas. A consequência mais grave dessa situação é o desenvolvimento de outras doenças, como é o caso da loque americana, ou por exemplo da Ascosferiose. Como teste “caseiro” para avaliar a infestação de varroa, pode-se realizar o “sugar shake”, que consiste na recolha de cerca de 300 abelhas para um recipiente e se adiciona uma colher de sopa de açúcar em pó. Este recipiente é depois sujeito a uma rotação de modo a que as abelhas fiquem cobertas com açúcar. Este fato vai desencadear um comportamento de limpeza por parte das abelhas, provocando a queda dos ácaros. Posteriormente, com recurso a uma rede, os ácaros são separados e procede-se à sua contagem. Este tipo de teste deve ser executado para avaliar o grau de infestação por varroose e da eficácia dos medicamentos de uso veterinário. A varroose pode ser controlada de acordo com metodologias a adoptar no maneio, em termos genéticos (privilegiar o uso de rainhas com grande capacidade de limpeza), biológicos (aumento de comportamento higiénico através de por exemplo, polvilhamento com açúcar em pó) e biotecnológicos (remoção da criação de zangão). Os medicamentos de uso veterinário contra a varroose homologados em Portugal são: Apitraz, Apivar, Apistan, Bayvarol (de síntese química) e API-Bioxal, MAQS, ApilifeVar, Apiguard, Thymovar (biológicos). Devem ser realizados pelo menos dois tratamentos anuais contra a varroose. Associação de Apicultores da Beira Alta
Em Ourique, de 18 a 20 de Março
Diogo Piçarra e Paulo Gonzo na Feira do Porco Alentejano A edição deste ano da Feira do Porco Alentejano, que vai decorrer em Ourique de 18 a 20 de Março, vai contar, à semelhança dos anos anteriores, com muitas novidades e animação, com destaque para os concertos de Diogo Piçarra e Paulo Gonzo. Assim, a edição deste ano da Feira do Porco Alentejano vai ter uma opening night, a 17 de Março, com concertos da Banda Filarmónica 1º de Janeiro de Castro Verde e de Ruben Baião. No dia 18 de Março, sexta-feira, será a vez de Diogo Piçarra, vencedor do concurso Ídolos, subir a palco. No dia 19 de Março o grande concerto da noite será protagonizado por Paulo Gonzo, um dos nomes incontornáveis da música portuguesa. O último dia da Feira do Porco Alentejano 2016, domingo, será animado pelo programa da TVI, Somos Portugal, a que seguirá o concerto de encerramento do certame pelo grupo Canto Oculto. Destaque ainda para as actividades permanentes que vão decorrer ao longo dos três dias do evento, como um parque de diversões infantil, o corte de presunto, o sorteio de presuntos e os concursos Miss Piggy e de Grunhidos. A Feira do Porco Alentejano, que foi visitada por mais de 60 mil pessoas na edição de 2015, é um certame de referência regional e nacional, que consolida Ourique como Capital do Porco Alentejano, sendo a imagem de um mundo rural com futuro e em constante renovação.
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Assembleia geral decide modelo a 21 de Março
Associação de Municípios do Vinho propõe criação de rede das aldeias vinhateiras
A Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) propôs aos seus associados a criação de uma rede das aldeias vinhateiras, que visa a promoção e valorização socioeconómica das aldeias que têm no vinho o seu elemento diferenciador. “Entendemos que é importante promover a nível nacional uma rede de aldeias vinhateiras, baseando-nos numa experiência que foi feita no Douro, com seis aldeias vinhateiras. Esta rede terá muito a acrescentar em termos de oferta futura de enoturismo”, sustentou o secretário-geral da AMPV. No final de uma reunião da AMPV, que decorreu em Nelas, José Arruda disse que gostaria que ficassem identificadas até Junho as aldeias que irão integrar esta rede. “Numa primeira fase teremos ainda de decidir que modelo iremos seguir, dando início a uma associação de raiz ou criando uma rede nacional assente na experiência da rede das aldeias vinhateiras do
Douro, que se iniciou em 2010 e constituiu-se em associação em 2013. O ideal seria pegar neste modelo que há no Douro e transformá-lo num modelo nacional”, acrescentou. O secretário-geral da AMPV está convencido de que a associação das aldeias vinhateiras do Douro - à qual pertencem Salzedas, Ucanha, Favaios, Barcos, Trevões e Provesende - irá aceitar o desafio de integrar uma rede nacional. “Vamos trabalhar nisso e, no dia 21 de Março, vamos ter uma assembleia geral da AMPV para aprovar o modelo a seguir”, referiu. No seu entender, este projecto tem todas as condições de vingar e de ser um sucesso, já que nas visitas que vão fazendo pelo país percebem que “em todos os municípios há pequenos núcleos urbanos e sobretudo rurais onde o tema do vinho tem um papel muito importante, a nível económico, cultural ou social e que está a ser mal explorado”. “Há uma procura enorme por parte dos turistas no sentido de conhecerem o que é nosso, a nossa cultura, tradição e paisagens. Através de uma rede a este nível, conseguimos ter em todo o país ofertas muito diferentes, mas todas ligadas entre si pelo vinho e cultura do vinho”, sustentou. José Arruda revelou ainda que com esta rede pretendem criar um projecto nacional integrado e estruturado, que possa “sustentar a elaboração de candidaturas para captação de financiamento para requalificar e dinamizar esses territórios”. “Já tivemos oportunidade de estar com o senhor secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, já pusemos esta proposta em cima da mesa e a disponibilidade dele é de poder apoiar uma candidatura ao nível desta rede. Isso para nós é fundamental e vem dar a garantia de que podemos fazer um trabalho no âmbito destas aldeias ou envolvendo as freguesias”, sublinhou. O responsável da AMPV apontou ainda que actualmente conta com mais de 80 associados e que, nas reuniões que foram sendo feitas pelo país, em todos os municípios têm sido indicadas aldeias vinhateiras, não só no continente, como na Madeira e nos Açores. “Não temos um número de quantas aldeias poderão integrar esta rede, mas, como temos 80 municípios associados, serão mais de 100 ou até 200”, concluiu.
Ano XII | N.º 265 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante Departamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica2@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
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ÚLTIMAS
Após obras de remodelação e musealização
Museu do Moinho Vitorino Nemésio reabriu ao público em Penacova Fernanda Veiga, vereadora da cultura da Câmara de Penacova, deu o mote para o descerramento da placa que assinalou a inauguração das obras de remodelação e musealização do Museu do Moinho Vitorino Nemésio com a frase “a memória colectiva prende-se com os vestígios do nosso passado”. Com esta intervenção, o Município deseja ver preservada a história dos moinhos e a memória dos moleiros, bem como prestar uma homenagem ao escritor açoriano. Na década de 1980, o moinho foi doado pelos herdeiros de Vitorino Nemésio à autarquia de Penacova, que posteriormente o recuperou, dando-lhe a funcionalidade de outrora. Localizado no Lugar da Portela de Oliveira, Sazes do Lorvão, em pleno perímetro florestal da Serra do Buçaco, o museu está instalado, de acordo com o presidente da câmara municipal, “no coração de Penacova”. Humberto Oliveira sublinha que este projecto surgiu no sentido de “recuperar um edifício com elevada relevância histórica e cultural para o concelho, consolidando o esforço de recuperação, dotando-o de zonas apropriadas à exposição de todo o espólio ali existente, bem como à sua conservação”. O edifício surge desta forma de “cara lavada”, proporcionando um impacto extremamente positivo, aliando a modernização à tradição. Para que tal fosse possível, o presidente dirigiu um especial agradecimento a Jorge Cruz e José Dias, arquitecto e designer do projecto, respectivamente, que acrescentaram ao espaço um “upgrade de qualidade e modernização”. O autarca fez ainda referência à maneira como a informação está colocada em cada peça, na sua maioria de domínio privado e hoje perfeitamente identificadas no seu nome e função. Diogo
Gaspar, director do Museu da Presidência da República, reiterou as palavras do autarca, afirmando que “não se trata apenas de preservar e conservar as peças, mas sim explicar toda a sua funcionalidade”. O Museu do Moinho Vitorino Nemésio está envolto numa área geográfica molinológica (Penacova detém um dos maiores conjuntos molinológicos do país) onde a altitude e as condições são favoráveis a esta área agrícola. Parafraseando Vitorino Nemésio, “é preciso chegar às abertas e miradouros para achar a razão de ser da fama de Penacova, que é o seu admirável panorama de água, pinho e penedia”.
Empresa reforça a gestão ambiental
Comissão Europeia entrega certificado EMAS à Verallia Portugal No início de Fevereiro 2016, a Comissão Europeia destacou a Verallia Portugal pelas boas práticas ambientais e certificação EMAS (EU Eco-Management and Audit Scheme). Na conferência internacional que decorreu em Novembro 2015, em Frankfurt, com o tema “20 years of premium environmental management – High Level Conference on EMAS: learning from front runners, promoting best practices, and exploiting the full potential of green growth” (http://ec.europa.eu/environment/emas/index_en.htm), a Verallia Portugal foi destacada pelo seu trabalho em termos de gestão ambiental e pelo respeito das normas EU Eco-Management and Audit Scheme (EMAS). EMAS é um instrumento de gestão desenvolvido pela Comissão Europeia para as empresas e outras organizações, para avaliar, relatar e melhorar o seu desempenho ambiental.
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Nessa conferência, foi sublinhado que a Verallia Portugal foi a primeira empresa em Portugal a ter esta certificação e ao longo dos anos manteve este reconhecimento. De facto, em Dezembro de 2003 o registo já tinha sido efetuado e em Setembro de 2013 foi renovada a certificação: Este certificado recebido pela Comissão Europeia em nome do Ambiente destaca, igualmente, quem mais promoveu as boas práticas e procurou explorar o crescimento verde, perante um compromisso de performance, credibilidade e transparência. Este reconhecimento vindo da Comissão Europeia é um orgulho para a Verallia Portugal que continuará a seguir o caminho da protecção ambiental em prol da sustentabilidade. Deste modo, juntos, construímos o futuro!
No fim-de-semana de 5 e 6 de Março
Alheira de Mirandela é rainha em evento gastronómico É um dos produtos tradicionais mais apreciados pelos portugueses, que a declararam vencedora das Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa e é o tema central da feira que decorre de 4 a 6 de Março, em Mirandela. A Alheira de Mirandela tem conquistado um lugar de destaque na gastronomia portuguesa. A tradição na sua confecção e o paladar característico tornaram-na uma das referências da cozinha nacional e valeram-lhe, no início deste ano de 2016, o reconhecimento de Indicação Geográfica Protegida (IGP). No entanto, a riqueza deste enchido passa também pela sua versatilidade e esta tem sido uma forte aposta dos fabricantes de alheira do concelho de Mirandela que têm diversificado de forma criativa e com qualidade o produto original. A Alheira Kids, a Alheira de Caça, a Alheira Vegetariana, a Alheira de Bacalhau, a Alheira Silvestre e a alheira adaptada para doentes com dieta hipossalina e rica em gorduras polinsaturadas (azeite) são apenas alguns bons exemplos da variação da Alheira de Mirandela original. Mais uma vez, na Feira da Alheira de Mirandela marcarão presença as melhores tradições transmontanas, desde a gastronomia de excelência ao artesanato e produtos de qualidade como o mel, o queijo, o vinho, o azeite, o pão e, claro, os enchidos, onde a alheira será a rainha.
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