Gazeta Rural nº 269

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Director: José Luís Araújo

UDACA 50 anos

Entrevista a Barros de Figueiredo

Ciclismo nas estradas das Beiras

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N.º 269

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1 de Maio de 2016

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Preço 2,00 Euros

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significativas”

27 Câmara apostada em dinamizar a

Sumário 04 Festa do Caçador de Alijó promove o território e os produtos locais

07 FICOR mostra importância da cortiça e os sabores do montado

08 Semana Gastronómica do Bacalhau em Miranda do Douro

09

Dia

Nacional

da

Gastronomia

Portuguesa comemora-se em Aveiro

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Feira Nacional de Agricultura com

fruta nacional em destaque

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Ponte da Barca recebe décima

promoção turística de Estarreja 16 UDACA “está avançar para aquilo 30 Açores tem de exportar mais as suas para que foi criada”, diz Carlos Barros produções

Figueiredo

Governo quer criar 80 cooperativas 18 Quinta Mendes Pereira lançou novo 32 agrícolas por ano Tinto DOC Dão 2012 19 Adega de Sendim vai apostar mais 34 Grande Prémio Internacional de ciclismo percorre as Beiras e Serra da

nos vinhos engarrafados

Estrela 20 Confraria dos Vinhos Transmontanos 35 Confraria Saberes e Sabores da Beira entronizou novos confrades elegeu novos corpos sociais 22 “A união dos produtores é a auto- 37 Festival de Street Art renovar estrada para a esperança”, diz Telmo Moreira

23 Tanoaria e produção de cortiça “têm

edição da Festa das Tradições

grande importância” em Miranda do Douro

vinhos do concelho de Palmela

Churra

12 Aldeia vinhateira é palco da festa dos 26 13

Vinícola de Nelas lançou novos

vinhos da gama ‘Estrémuas’

14 Carvalhão Torto lançou Encruzado 2015 e prepara Jaen/Alfrocheiro 2007

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Qualidade de ovinos da Raça “apresentou

melhorias

muito

paisagens e mostra sabores da região

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Vinhos e Sabores ‘à solta’ em

Albufeira


FESTA DO CAÇADOR

ALICAÇA

ALIJÓ

2016

coelheiro o ã c m o c o lh a b a Prova de(Provtra a contar para o campeonato nacional)

Tiro

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14|15

maio Organização:

MUNICÍPIO DE ALIJÓ

Apoio:

MAP

CONSTRUÇÕES

FUMEIROS &

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NUNES Alijó

Padaria

Alto do Pópulo

CABELEIREIRA Ana Campos


Alicaça decorre no fim-de-semana de 14 e 15 de Maio

Festa do Caçador de Alijó promove o território e os produtos locais Alijó recebe no fim-de-semana de 14 e 15 de Maio a “Alicaça – Festa do Caçador”, um evento do Município de Alijó que pretende promover o território de uma forma geral. A Alicaça tem um conjunto de iniciativas viradas para os amantes da caça, mas terá também uma exposição de produtos locais, ou não estivéssemos a falar de um concelho onde o vinho é rei. Em conversa com a Gazeta Rural, o vice-presidente da Câmara de Alijó diz que o evento é “um vector essencial para a promoção do território do concelho”, com “momentos de confraternização e competição positiva e saudável entre os caçadores”. Para José Rodrigues Paredes o sector do vinho é “o motor da economia” de Alijó, onde se pode apreciar, para além do vinho, uma excelente gastronomia.

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Gazeta Rural (GR): O que se pretende com a Alicaça? José Rodrigues Paredes (JRP): É um evento que se iniciou em 2015 e que tem como objectivo principal promover o território. Pese o facto de o nome poder ser visto como um evento virado para a caça, fazemos questão que não o seja. Pretendemos que a Alicaça seja um vector essencial para a promoção do território de Alijó, com momentos de confraternização e competição positiva e saudável entre os caçadores do concelho, com a realização de diferentes provas, para que consigam competir em diversas áreas de tiro. Associada a este evento, haverá uma mostra de produtos locais, nomeadamente o que de melhor se produz no concelho, como o vinho, o azeite, os enchidos, entre outros, numa tenda montada para o efeito. GR: O que representa a caça para o concelho? JRP: A caça traz anualmente muitos milhares de caçadores a Alijó. Na altura

da caça ao tordo, por exemplo, temos em cada fim-de-semana mais de um milhar de caçadores por dia, oriundos de todo o país, com tudo o que isso representa para a nossa economia. É um número muito significativo para um concelho do interior como o nosso. Alijó está dividido orograficamente, mesmo em termos culturais, em duas partes muito demarcadas. O Sul, mais virado para a cultura da vinha, e o Norte, onde predomina a pastorícia e a floresta, que acolhe uma grande densidade de algumas espécies cinegéticas, nomeadamente o coelho, fértil nesta zona, a perdiz e, sobretudo, a caça grossa, reflectida nos altos índices de javali existentes. Tal como o ano passado, vamos realizar duas montarias ao javali, normalmente muito participadas por caçadores de todo o país, com números de abate significativos. Com a Alicaça pretendemos que haja momentos de confraternização com os caçadores do concelho, e todos os que nos visitam, pois levam longe o nome de Alijó.


GR: A floresta representa uma área significativa do concelho, a rondar os 70%? JRP: Esse número não será tão expressivo, pois os incêndios dizimaram uma parte significativa da área florestal, mas mais de metade do concelho, especialmente o Norte, tem uma grande aptidão para a floresta e tudo o que a ela está associado, nomeadamente a pastorícia e a caça. GR: Falou da pastorícia. Que importância tem no concelho? JRP: Temos um número significativo de rebanhos, alguns com muitas cabeças de gado, o que representa uma grande fonte de rendimento para as famílias que vivem no meio rural, produzindo aquilo que nalgumas épocas do ano, como a Páscoa, nas festas de verão e no Natal, é muito apreciado, como são o cabrito e o cordeiro. Diria que temos cerca de duas dezenas de rebanhos com um número significativo de cabeças de gado, essencialmente virados para a produção de carne. Temos tentado promover a produção de queijo tradicional, com uma ajuda e apoio por parte do Município a pequenos empreendedores, mas ainda não conseguimos totalmente os nossos intentos. Temos um gabinete de apoio ao desenvolvimento local, que integra a Divisão de Estratégia e Empreendedorismo, composto por técnicos credenciados para o efeito, para tentar dinamizar esta área.

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GR: Virando-nos para Sul. O que representa o sector do vinho? JRP: Alijó não é só o concelho com maior área de vinha, como também em número de pipas de vinho do Porto produzido. Diria que é o motor da economia do concelho. As grandes quintas do Douro estão aqui instaladas ou representadas. Aliás, algumas já transferiram para cá a sua sede e empregam muita mão-de-obra, o que para um concelho de baixa densidade populacional como o nosso é importantíssimo.

franca expansão, através de novas vinhas e a plantação de castas nobres do Douro, o que perspectiva um futuro risonho para este sector.

GR: Favaios é a marca mais importante? JRP: O famoso Favaios, produzido a partir da casta moscatel, está em franca expansão e já compete com grandes marcas internacionais. A Martini, há não muitos anos, quis adquirir toda a produção e mesmo a marca. Não conseguiu, felizmente, porque devemos percorrer esse caminho pelo nosso pé e, se assim não fosse, as mais-valias resultantes não ficariam cá.

GR: Com o Favaios para aperitivo, os enchidos, a caça, o cabrito, o cordeiro e o vinho temos uma gastronomia apetecível no concelho? JRP: Somos um concelho com uma boa gastronomia. Temos o cabrito no forno, o cordeiro de leite, a carne de porco bísaro, com algumas unidades de produção e transformação, os bons vinhos e uma doçaria rica, com alguma especificidade e tradição. Alijó não é só a paisagem do Douro Vinhateiro, a caça ou degustar os nossos vinhos, mas pode-se apreciar uma excelente gastronomia, com um nível de restauração aceitável. Temos, por isso, inúmeros atractivos e o desafio é que nos visitem, apreciem as nossas paisagens deslumbrantes, o património edificado, mas também os nossos sabores. Alijó é o coração do Douro Património Mundial. A vila do Pinhão recebe cerca de 400 mil turistas por ano, um número que por si diz tudo.

GR: Há mais gente a voltar à terra? JRP: Sim. É para nós confortável percorrer o concelho, nomeadamente a parte Sul onde predomina a viticultura, e verificar que há empenho e investimento no sector agrícola, nomeadamente na reconversão de vinhas antigas. Penso que o sector está no bom caminho e consolidado. A área de produção de vinho está em

GR: E o azeite? JRP: É um produto nobre das nossas terras viradas ao Douro, mas não é um sector tão organizado como o do vinho. Temos algumas unidades de transformação, que já embalam e comercializam. É um azeite quase todo produzido em modo biológico.


De 25 a 29 de Maio, em Coruche Coruche prepara-se para receber, de 25 a 29 de Maio, a VIII edição da FICOR – Feira Internacional da Cortiça, certame promovido pela autarquia local e que concentra todo o sector associado ao montado. No lançamento do certame, à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Coruche realça a importância da FICOR para o sector e para o concelho. Francisco Silvestre de Oliveira salienta o conjunto de iniciativas constantes do programa de um certame de cariz “empresarial e temático”, onde a gastronomia associada ao montado estará também em destaque. Gazeta Rural (GR): Que terá a FICOR de diferente este ano? Francisco Silvestre de Oliveira (FSO): Vamos para a oitava edição e procuramos sempre algo de novo que motive a vinda das pessoas e, fundamentalmente, daqueles que têm interesses económicos no sector florestal associado à cortiça. Queremos sempre inovar, recriar situações, que possam atrair visitantes. A Feira, em termos daquilo que é o seu layout, assentará nos modelos anteriores, sendo que tem uma vertente mais comercial e de demonstração de produtos de inovação relacionados com o sector da cortiça no espaço expositivo da Central de Camionagem, nomeadamente expositores vestuário, acessórios e moda, mas também a Associação de Produtores Florestais, a Filcork, a APCOR, o ICNF, a Entidade de Turismo, e outras. São convidadas a estar pressente no certame entidades que representam o sector florestal associado à cortiça, mas também muito daquilo que a floresta tem enquanto património turístico e de valorização do ecossistema. O ano passado criamos um espaço novo dedicado à inovação, um sho6

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FICOR mostra “importância da cortiça e os sabores do montado”


wroom, onde são apresentados novos produtos e aplicações para a cortiça nas várias vertentes, cada vez mais alargadas. Esse espaço tenta apresentar sempre algo de novo, que seja apelativo, mesmo em áreas de negócios e empreendedorismo, porque neste sector, apesar de termos um Cluster relacionado com a actividade industrial, procuramos sempre que novas empresas e empreendedores venham para esta actividade, até porque, paralelamente, estamos a desenvolver uma área de 47 hectares para um parque industrial relacionado para os sectores agroalimentar, agroindustrial e agro-florestal. É que o concelho de Coruche tem uma dimensão territorial significativa, onde a primeira actividade é o sector primário, muito associado à área florestal e ao regadio. Contudo, entendemos que devemos valorizar os nossos produtos, especialmente aqueles em que somos bons, como é a riqueza natural do nosso território associada à floresta e ao regadio. GR: O Observatório é o segundo polo da FICOR? FSO: Sim. Para além das iniciativas expositivas na Central de Camionagem, temos actividades que vão decorrer no Observatório do Sobreiros e da Cortiça, localizado no Parque Industrial. O Observatório congrega todos os workshops científicos, seminários relacionados com o sector, promovidos na sua maior parte entidades que connosco colaboram na FICOR, e onde o mesmo é discutido, nomeadamente em questões fundamentais para a sobrevivência do montado, que tem alguns problemas de ordem sanitária, mas também de mortandade. É importante que estas questões sejam debatidas e encontrados caminhos para salvaguardar este importante património que é emblemático para o país, para além de que o sobreiro é a árvore nacional. GR: O Observatório do Sobreiro e da Cortiça tem sido o local de discussão e estudo desses problemas? FSO: É verdade. O Observatório apela ao território e à cortiça, de que é revestido. Para além do auditório, tem um laboratório e salas de formação, onde promovemos iniciativas viradas para a floresta. Estamos associados a várias universidades para desenvolver áreas de investigação direccionadas para os produtores florestais. É que a indústria tem as ferramentas necessárias para fazer investigação sobre o produto final, que é a rolha de cortiça, que representa cerca de 70% do valor económico do sector. A cortiça, enquanto material 7

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para outras aplicações, na construção civil ou na inovação, como acessórios, tem uma cota de mercado muito baixa. A rolha ainda é o maior valor económico. O Observatório tem tido a virtualidade de conseguir congregar todos os parceiros para desenvolver áreas de investigação muito direccionadas para a produção e, também, para a indústria. O problema muitas vezes da investigação é que não é direccionada para a identificação dos problemas. Aquilo que temos procurado, neste centro de competências, é que a investigação que seja produzida e direccionada para os verdadeiros problemas dos produtores florestais. O Observatório com conseguido produzir muitos estudos sobre estes problemas, associando-os à biblioteca digital, que estamos a compilar para depois ficarem disponíveis para que os produtores, ou simples curiosos, possam aceder a este espaço e retirar daí a informação necessária. GR: A FICOR tem, também, uma vertente gastronómica importante? FSO: Sim. O montado é um ecossistema perfeito para congregar a questão dos sobreiros com os nossos produtos autóctones, como os cogumelos, os espargos ou a silvicultura, que permite a pastorícia e criação de gado. A gastronomia, neste período da FICOR, é muito

direccionada para os sabores do montado. Teremos três restaurantes na Feira para oferecer aos visitantes o ‘conforto’ do estômago com a nossa gastronomia mais tradicional, mas também provas de vinhos. A nossa indústria produz mais de cinco milhões de rolhas por dia, o que revela a sua importância para o sector do vinho, não só para o mercado nacional, mas também para exportação. Haverá também vários workshops culinários e degustações de outros produtos oriundos do montado. GR: Há também a competente cultural? FSO: A FICOR é um certame empresarial e temático, mas a componente cultural é, também, muito importante. Este ano, com quatro dias de feira, é necessário ter animação cultural e musical. Uma das grandes atracções é o desfile de moda que tem lugar na noite de sexta-feira. Para além do comércio local, com acessórios feitos de cortiça, alguns criadores de moda portugueses produzem algumas peças que desfilarão no nosso anfiteatro do Parque do Sorraia, num dos momentos altos do certame, e onde se poderão ver as novas aplicações da cortiça e as novas tendências do design, num desfile que, normalmente, atrai sempre muita gente.


De 7 a 15 de Maio, nos restaurantes aderentes

Semana Gastronómica

do Bacalhau em Miranda do Douro De 7 a 15 de Maio, Miranda do Douro recebe mais uma Semana Gastronómica do Bacalhau, naquele que é já um evento de referência na região transmontana que anualmente atrai milhares de visitantes ao concelho mirandês. Tal como aconteceu em edições anteriores são vários os restaurantes que aderem a esta iniciativa, e oferecem os melhores pratos de bacalhau aos apreciadores do “fiel amigo” dos portugueses. De referir que este é um certame organizado pela Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro.

No fim-de-semana de 21 e 22 de Maio

Montra da Cereja em Lamego apresenta bebida com gás inovadora As cerejas da Penajóia são as primeiras em toda a Europa a aparecer no mercado e, por esta razão, têm conquistado uma crescente notoriedade. A Associação AMIJÓIA - Amigos e Produtores da Cereja da Penajóia e a Câmara de Lamego, com o apoio de outras entidades, vão promover no fim-de-semana de 21 e 22 de Maio, a VI Montra da Cereja da Penajóia, na Av. Dr. Alfredo de Sousa. A iniciativa pretende divulgar e oferecer, a quem visita a cidade de Lamego e a região, momentos de prazer e degustação deste fruto carnudo e doce. Está prevista a participação de mais de 20 produtores que vão vender a cereja ao mesmo preço. A grande novidade na edição deste ano do certame será a apresentação da “Cherry Sparkle”, uma bebida de cereja com gás, produzida pela OPEDOURO - Organização de Produtores do Douro. Com o objectivo de incrementar a atractividade da VI Montra da Cereja será oferecido, em paralelo, um programa de animação cultural, com a exibição de ranchos folclóricos, grupos de dança e declamações de poesia. Recorde-se que na última edição foram vendidas cerca de 10 toneladas deste fruto, um enorme sucesso comercial, superando as expectativas iniciais da própria organização. A cereja da Penajóia tem um grande potencial gastronómico, podendo ser utilizada na confecção de diversos produtos, diferenciadores e inovadores, como é o caso de compotas e licores. Já este ano, a AMIJÓIA marcou presença na XVII edição da XANTAR – Salão Internacional de Gastronomia e Turismo de Ourense, no stand oficial da Entidade do Turismo Porto e Norte, para promover a Cereja da Penajóia, bem como o seu principal evento.

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A 29 de Maio, com muitas actividades

Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa comemora-se em Aveiro Numa iniciativa da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal assinala-se a 29 de Maio, em Aveiro, o primeiro Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa. O projecto, aprovado no ano passado pela Assembleia da República, que instituiu a celebração deste dia nacional no último domingo de Maio, pretende mostrar que “a gastronomia é transversal na forma como se cruza com áreas como a agricultura, a economia e a história”, afirmou a presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, Olga Cavaleiro. Neste primeiro ano, Aveiro foi a cidade escolhida como capital da gastronomia de Portugal, albergando no Mercado Manuel Firmino produtores de todo o país para divulgarem os seus produtos, como queijos, enchidos, vinhos, pães, frutas, legumes e doces. No mesmo espaço vai ser possível assistir a “showcookings” (demonstrações culinárias) dirigidas pelos chefs Hélio Loureiro e Luís Lavrador. Como forma de mostrar que a “gastronomia também pode ser arte”, vai realizar-se na cidade a ‘Exposição onde se come e se bebe’, na qual vão estar expostos produtos trabalhados de forma

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criativa e que no final do dia poderão ser degustados. Como forma de integrar os mais novos no evento, as crianças vão ser convidadas a semear chícharos, para conhecerem melhor a leguminosa e terem contacto com a terra e com a agricultura. Segundo a organização, a gastronomia vai ainda servir de inspiração para quatro escritores comporem, em conjunto e ao longo do dia, um conto. Serão criados um selo e um carimbo oficial do Dia da Gastronomia, a lançar pelos CTT – Correios de Portugal, um dos parceiros da iniciativa. O evento conta também com a parceria da TAP – Portugal, que vai disponibilizar uma refeição alusiva à efeméride a 29 de Maio, desenvolvida pelo chef Vítor Sobral, e da CP – Comboios de Portugal, que vai promover uma ‘viagem especial’. Durante a semana que antecede o evento, vários restaurantes de Aveiro vão inserir no seu menu um prato de gastronomia portuguesa com um desconto de 50 por cento, vão ser expostas em candeeiros e árvores bandeirolas alusivas ao tema e as lojas da cidade vão ser desafiadas a decorar as suas montras com pormenores relacionados com a gastronomia. Olga Cavaleiro acredita que a realiza-

ção deste dia funcionará como um “veículo de agregação entre os portugueses”, na medida em que une diferentes áreas e mostra a variedade gastronómica de Portugal. “Queremos mostrar que a gastronomia pode ser bandeira deste país e ser factor de agregação”, celebrando a ideia de que “à mesa somos todos iguais e estamos todos juntos”, acrescentou a presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas.


De 4 a 12 de Junho, em Santarém

Fruta nacional em destaque na Feira Nacional da Agricultura A 53.ª edição da Feira Nacional da Agricultura (FNA) vai decorrer, de 4 a 12 de Junho, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, tendo este ano por tema a “Fruta Portuguesa”. Ao longo de nove dias, o certame vai mostrar “o melhor da produção nacional”, aliando aos eventos de promoção dos produtos agroalimentares a exposição de equipamentos e máquinas agrícolas, com destaque para as inovações tecnológicas no sector, informa o Centro Nacional de Expositores e Mercados Agrícolas (CNEMA), que organiza o evento. O certame, que integra também a 63.ª Feira do Ribatejo, conta ainda com a presença de associações e cooperativas agrícolas e com espaços dedicados ao artesanato, às vendas e à gastronomia.

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Um dos pavilhões acolhe o salão “Prazer de Provar”, com a mostra e degustação do que de melhor se produz em Portugal e com acções dirigidas a produtores, consumidores e profissionais, com destaque para a área dedicada aos vencedores dos Concursos Nacionais de produtos portugueses, que têm vindo a decorrer no CNEMA ao longo dos últimos meses. A feira inclui, ainda, um programa de seminários e colóquios para “debate e discussão dos principais temas agrícolas”, adianta a nota. Aproveitando os milhares de visitantes que anualmente visitam a Feira Nacional da Agricultura, o espaço do CNEMA acolhe os certames Fersant, Feira Empresarial da Região de Santarém, promovido pela Associação Empresarial da Região

de Santarém, e Lusoflora de Verão — Exposição e Venda de Flores e Plantas de Portugal, organizada pela Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais (APPPFN). Do programa de animação constam vários concertos, com destaque para os D.A.M.A (10 de Junho), David Fonseca e Agir (11 de Junho) ou a banda de David Antunes com os convidados Pedro Fernandes, Jorge Palma, Rui Unas e João Paulo Rodrigues (9 de Junho). Tradições ribatejanas, como largadas de toiros, desfiles e provas de campinos, actividades equestres, demonstrações de escolas de toureio, treino de forcados, provas de velocidade, perícia e condução de cabrestos, exibições de folclore e música tradicional e popular, marcarão também presença.


De 6 a 8 de Maio, no Centro de Exposição e Venda de Produtos Regionais

Ponte da Barca recebe décima edição da Festa das Tradições A Festa das Tradições está de regresso a Ponte da Barca no fim-de-semana de 6 a 8 de Maio. O certame, que vai já na sua décima edição, é promovido pela Câmara Municipal em colaboração com Associações, Artesãos e Ranchos Folclóricos locais e pretende, à semelhança das edições anteriores, promover os usos e costumes minhotos e estimular a sua preservação. O programa da edição 2016 da Festa das Tradições conta com um conjunto de iniciativas que caracterizam o concelho de Ponte da Barca, como o artesanato, as danças e cantares regionais com Ranchos Folclóricos, Rusgas, Grupos de Bombos e Encontro de Concertinas, o Feirão de produtos locais e a gastronomia onde não vão faltar os tradicionais petiscos, tais como o caldo verde, o caldo de farinha, o bacalhau frito, o chouriço assado, a massa à lavrador ou o arroz de feijão, regados pelo distinto vinho verde da região. Este ano como novidade decorre também o Concurso Pecuário de gado barrosão, que tem no município de Ponte da Barca o maior número de exemplares. “Elevar os saberes e os sabores do concelho” são, para a vereadora da Cultura, Sílvia Torres, o objectivo deste certame, salientando ainda que “a dinâmica e o crescimento registado ano após ano têm levado a que esta iniciativa seja procurada, cada vez mais, não só pela população local mas por muitas pessoas de outras regiões”.

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De 6 a 8 de Maio, em Fernando Pó

“Aldeia vinhateira” é palco da festa dos vinhos do concelho de Palmela A aldeia de Fernando Pó é palco da XXI edição da Mostra de Vinhos, que decorre de 6 a 8 de Maio, numa organização da Comissão da Mostra e da Associação Cultural e Recreativa de Fernando Pó, com o patrocínio da Câmara de Palmela. Tal como no ano passado, a mostra e o concurso ultrapassam as fronteiras das freguesias rurais de Poceirão e Marateca e acolhem adegas de todo o concelho, constituindo-se como montra privilegiada da produção vitivinícola de Palmela. Os 10 Melhores Vinhos do Ano serão revelados no último dia da Mostra, depois de seleccionados em prova cega pela Câmara de Provadores da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, a partir de um conjunto de 29 tintos, em representação de 29 adegas do concelho. Todos os tintos, a par de 18 brancos, estarão disponíveis para prova pelo público durante o fim-de-semana.

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Ponto de encontro para produtores e apreciadores Um dos grandes atractivos desta Mostra passa pela oportunidade de contactar directamente com os produtores e de conhecer os territórios de produção, entre os extensos “jardins de vinhas” que marcam a paisagem. Tradição e família são dois conceitos fortemente associados à produção vitivinícola desta região, assente numa aposta forte e consciente nos produtos endógenos e na promoção de valores genuínos. Gastronomia e vinhos andam sempre lado a lado e o evento contempla, também, outros produtos locais de qualidade, como queijos, enchidos e doçaria, bem como várias tasquinhas gastronómicas. As actividades enoturísticas voltam a estar em destaque, com visitas a adegas, passeios pelas vinhas, de bicicleta ou a pé, bem como a degustação de produtos locais. Um colóquio técnico, a exposição de alfaias agrícolas e o programa de ani-

mação musical completam três dias de festa e tradição no coração vitivinícola da Península de Setúbal.

Parceria com CP viabiliza comboio turístico O comboio Intercidades, que liga Lisboa (Oriente) e Évora, efectuará paragens em Pinhal Novo e em Fernando Pó, frente ao recinto da Mostra. Esta será, certamente, a forma mais cómoda e segura de visitar o certame e as adegas da aldeia. O Município estabeleceu uma parceria com a CP, que além deste serviço, dará origem, já a partir de Julho, a uma ligação, de carácter turístico, entre Lisboa e Fernando Pó, parte integrante da estratégia delineada no projecto “Centro Rural Vinum”. As entradas na Mostra têm o valor simbólico de dois euros na sexta-feira, e um euro ao sábado e ao domingo. A aquisição do copo oficial da Mostra, que custa três euros, dá acesso à prova de todos os vinhos disponíveis.


Um ‘Quinta das Estrémuas’ branco, com Encruzado e Malvasia Fina, e o ‘Estrémuas’, Alfrocheiro e Tinta Roriz, lançado na ProWein, são os mais recentes vinhos da Vinícola de Nelas a chegarem em mercado. Para além destes, haverá mais dois ou três lançamentos, ainda “um Jaen, um ‘Vinhas Velhas’ e um Colheita Tardia”, adiantou Rui Henriques à Gazeta Rural. Numa altura em que vários mercados tradicionais mostram alguma queda na importação de vinhos portugueses, a Vinícola de Nelas, sem esquecer o mercado nacional, tem “estado a estabelecer contactos nalguns mercados europeus e americanos, que esperamos sejam produtivos”, referiu o administrador da empresa. Gazeta Rural (GR): Colocaram no mercado um novo vinho branco e estão para breve novos lançamentos? Rui Henriques (RH): Sim, o ‘Quinta das Estrémuas’ branco, com Encruzado e Malvasia Fina, já está no mercado e lançamos na ProWein o ‘Estrémuas’, com Alfrocheiro e Tinta Roriz. Temos mais dois ou três lançamentos, dentro da gama ‘Estrémuas’, ainda este ano. Um Jaen, um ‘Vinhas Velhas’ e um colheita tardia. 13

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Tinto Alfrocheiro e Tinta Roriz lançado na ProWein

Vinícola de Nelas lançou novos vinhos da gama “Estrémuas” GR: E a gama Status? RH: Na gama Status vamos fazer um ‘restyling’ da rotulagem. É uma marca que tem uma imagem que estamos a utilizar há cerca de uma dúzia de anos e estamos a estudar um rótulo novo, com uma imagem diferente, que não sendo totalmente radical será mais moderna e apelativa. GR: Alfrocheiro e Tinta Roriz não é um lote muito comum? RH: São duas das castas que mais se plantam na região, embora haja pouco Alfrocheiro, mas como temos vinhas próprias e uma quantidade desta casta assinalável, lembramo-nos de fazer este lote. Um monovarietal Alfrocheiro nem sempre é um vinho muito apreciado, pois é mais difícil que um Jaen ou Touriga Nacional. Deste modo, optámos por este lote com Jaen. GR: O que destaca neste vinho? RH: É um vinho diferente do Quinta da Estrémuas e por isso é que ficou apenas Estrémuas. Não é um vinho tão encorpado e poderoso, mas é mais elegante. É

um vinho que acompanha uma refeição, mas pode também ser degustado como apetitivo numa boa conversa antes de um repasto. GR: Este vinho foi lançado na ProWein, o que quer dizer que a aposta no mercado externo é para reforçar? RH: Sim, claramente. Temos estado a estabelecer contactos nalguns mercados europeus e americanos, que esperamos sejam produtivos. Os mercados tradicionais estão em recessão, como Brasil e Angola que atravessam momentos difíceis. Aliás, há quebras significativas nalguns mercados de exportação de vinhos portugueses. O mercado chinês tem estado a decair, mas por outras questões. GR: E o mercado nacional? RH: O mercado nacional está difícil, pois o poder de compra não é muito e o número de marcas é cada vez maior. As dificuldades em vender são grandes, mas é uma aposta que não podemos deixar de fazer.


Um produtor de vinhos do concelho de Nelas

Carvalhão Torto lançou Encruzado 2015 e prepara um Jaen e Alfrocheiro de 2007 Já está no mercado o Carvalhão Torto Encruzado de 2015, do produtor de Nelas, que prevê lançar ainda este ano um Jaen e Alfrocheiro, colheita de 2007, que vai substituir o icónico de 2005, um vinho que inda hoje é bastante procurado. A Quinta do Carvalhão Torto, sedeada em Nelas, produz, em média, cerca de 25 mil litros de vinho por ano e aposta em lançar os tintos no mínimo com cinco anos de Adega. João Oliveira, que com os filhos gere a empresa, afirma que o Carvalhão Torto aposta em vinhos que expressem “a tipicidade da casta associada ao terroir” da região. Gazeta Rural (GR): O Carvalhão Torto lançou um novo Encruzado 2015? João Oliveira (LO): À semelhança do que lançamos em 2014, é um vinho 100% Encruzado, sem madeira. Pretendemos, tal nos tintos, um vinho onde a tipicidade da casta associada ao terroir esteja expressa. Diria que são vinhos únicos. 14

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GR: O Encruzado permite várias opções, com ou sem madeira ou mais ou menos estágio, mas no vosso caso pretendem que o vinho expresse o que de melhor vem da vinha? JO: No Carvalhão Torto fazemos isso com todos os nossos vinhos. A única diferença dos tintos para os brancos é que os primeiros só vão para o mercado quando achamos que estão aptos para serem consumidos. Aliás, é raro colocarmos no mercado um vinho tinto com menos de cinco anos de estágio em inox/garrafa. No caso do Encruzado, o que sentimos no mercado é que há pessoas que gostam dele ainda jovem, mas há também quem o prefira guardar e beber mais tarde. Foi nesse sentido, que optámos por lançá-lo agora. GR: Nos tintos o ex-libris continua a ser o Carvalhão Torto, Jaen e Alfrocheiro, de 2005? JO: É um vinho marcante, mas podemos nomear outros, como o Touriga Nacional e Tinta Roriz de 2007, um dos Reservas que rapidamente se vendeu e ainda há muita gente que o procura. Aliás, há pouco tempo um artigo de uma revista da especialidade fazias boas referências ao nosso Touriga Nacional/ Jaen 2005, que já não há para venda, e a quem deu uma pontuação excelente.

GR: Entretanto, em breve vão lançar um tinto? JO: Sim. Ainda este ano vamos lançar um Carvalhão Torto - Jaen e Alfrocheiro de 2007. GR: Manter os vinhos na adega durante alguns anos exige alguma estrutura? JO: Naturalmente que sim. Uma das coisas que consideramos fundamental é as condições de laboração e de higiene da adega, para além dos cuidados a ter com os vinhos, o que é crucial. GR: O facto de terem apostado em manter e recuperar vinhas antigas foi fundamental? JO: Essa é uma das nossas riquezas, porque todas as nossas vinhas, exceptuando a de Encruzado, têm muitos anos. Algumas já vêm do tempo do meu pai, e não sabemos ao certo que idade têm, outras foram reconvertidas nos anos 70 e 80, o que quer dizer que já têm uma bela idade e, nalgumas regiões, já são consideradas vinhas muito velhas. GR: Quem anda no mercado o que ouve do consumidor que prova os vossos vinhos? JO: Acima de tudo diferenciação. São vinhos diferentes, sem madeira, que expressam a natureza das castas e o terroir desta região.


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Carlos Barros de Figueiredo é viticultor e um dos mais antigos dirigentes do sector cooperativo. Foi dirigente da antiga Federação dos Viticultores do Dão, presidente da Adega de Silgueiros ‘à força’ e também fez parte da direcção da UDACA nos anos 70 e 80, do século passado. Para comemorar os 50 anos da UDACA, fomos à procura de um dirigente de outros tempos. Carlos Barros de Figueiredo é a memória viva de um tempo difícil, mas de ‘homens de palavra’. Foi presidente da Adega de Silgueiros no período conturbado da Revolução dos Cravos. À Gazeta Rural diz que o Dão está a “renascer” e que a UDACA “tem acompanhado a região nesse renascimento e a caminhar para atingir o objectivo para que foi criada”, para além de ser “uma entidade que tem mantido um status coerente e que prestigia o Dão”. 16

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Diz Carlos Figueiredo, um dos mais antigos dirigentes do sector cooperativo

“UDACA está a avançar

para aquilo para que foi criada” Gazeta Rural (GR): Como era o sector cooperativo do Dão, quando foi dirigente pela primeira vez? Carlos Barros de Figueiredo (CBF): O sector cooperativo nessa altura estava pujante. Havia também o sector da fruta, mas que representava pouco. Foi também por isso que houve dificuldades de congregar o sector, porque cada um queria ser autónomo. Entretanto, na altura do 25 de Abril, havia várias empresas, nomeadamente da zona da Bairrada, que compravam vinho a granel das Adegas. Na altura, na Adega de Silgueiros, tínhamos 8 a 9 milhões de litros de vinho, às vezes 10, e eu tinha um acordo, renovado todos os anos, com duas empresas (José Maria da Fonseca Sucessores Internacional Vinhos e a Sogrape) que nos compravam 50%, ou mais, da nossa produção, para fazer vinhos rosés. Era o auge dos rosés na exportação. Para além destas, tínhamos também acordos com outras empresas que nos compravam mais umas centenas de milhares de litros e o resto do vinho, branco

e tinto, vendíamos a algumas empresas para engarrafar, o que, nessa altura, praticamente ninguém fazia na região. GR: A UDACA aparece com essa intenção? CBF: Sim, mas nessa altura havia muita dificuldade na comercialização dos vinhos engarrafados. Vendia-se, sim, milhares de garrafões, por exemplo para as colónias. A UDACA, que estava instalada nas instalações da Federação, vendia milhares de garrafões no mercado interno e também para exportação. Com o 25 de Abril, o Vasco Gonçalves determinou, por decreto, que todos os dirigentes das Cooperativas eram ‘fascistas’ e era preciso substituí-los. Se não houvesse substituição, o COPCON tomava conta das Cooperativas que não encontrassem novos dirigentes. Nessa altura, o Dr. Emiliano de Carvalho, que era o presidente da Adega de Nelas, que pertencia à direcção da UDACA e tinha sido presidente da Câmara de Nelas, foi exonerado e foi substituído, curiosamente tendo regressado uns


anos mais tarde à direcção da Adega. O Dr. Correia Teles, que era presidente da Adega de Tondela, foi também ‘baldeado’ porque tinha sido presidente da Câmara e era ‘fascista’. Também o Fernando Moreira, que era presidente da Adega de Silgueiros, bem como o Eng.º Figueiredo e Castro, da Adega de Vila Nova de Tazem, que faziam parte da direcção da UDACA, juntamente com o Eng.º Madeira Lobo e o Dr. Correia Teles foram todos exonerados por decreto. Na altura, o Fernando Moreira, com outros dirigentes da Adega de Silgueiros, vieram ter comigo para assumir a direcção da Adega, porque ‘não era fascista’, o que veio a acontecer, pois eles estavam de saída ‘obrigatória’. Na altura, o presidente da Federação dos Viticultores do Dão, Fernando Novais, também teve que sair, tendo sido substituído por um membro da confiança do Governo, que veio de Lisboa. Na direcção da Adega de Silgueiros fiquei eu, o Armandinho Ferreira e o José Inácio, tudo para que o COPCON não tomasse conta da Cooperativa. Em Nelas, mandaram embora o Dr. Emiliano de Carvalho e levaram os livros da contabilidade e todos os outros documentos. Quando assumi a direcção da Adega de Silgueiros já a representava na UDACA, tendo depois feito parte da direcção. Entrei também para a Federação dos Viticultores do Dão pelas mesmas circunstâncias em que assumi a direcção de Silgueiros. No início dos anos 80, o ministro da Agricultura do Governo do Professor Mota Pinto resolveu mudar a situação que se vivia na Federação, cujo presidente estava destacado em Viseu e, ao mesmo tempo, funcionário dos Organismos de Coordenação Económica, que fazia a fiscalização destes organismos. Ou seja, o presidente da Federação era fiscal dele próprio. Assim, foi convidado para presidir à Federação o Eng.º Messias de Fuschini, com uma equipa de que fiz parte, com o Dr. Luis Canto Moniz. Nessa altura, a UDACA estava instalada no edifício da Federação, onde engarrafava os vinhos, mas era difícil a comercialização. Os vinhos do Dão eram, na sua maioria, engarrafados por operadores da região de Anadia. Ao tempo, a UDACA era dirigida pelo Dr. Correia Teles, com o meu apoio e do Fernando Moreira, quando se começou a pensar nas novas instalações, pois onde estava eram precárias. O Dr. Correia Teles chamou um grupo de pessoas ligadas às direcções das Cooperativas e disse-nos que tinha tido uma reunião com o Eng. António Campos, na altura deputado, 17

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onde este lhe disse que poderia avançar com o projecto do edifício, pois haveria dinheiro para tal. O Dr. Correia Teles na altura mostrou-se receoso e, apesar de terem sido feitos alguns estudos, não se avançou com o projecto. Com as mudanças politicas, e já nos anos 80, com o Fernando Moreira na presidência da UDACA, avançou-se com o projecto que resultou no actual edifício da UDACA. Visitámos algumas cooperativas na Europa e dimensionou-se o edifício com a intenção de ser armazém para vinho a granel, linha de engarrafamento e intervenções quando algumas cooperativas não tinham capacidade para receber os vinhos dos associados. A UDACA foi construída com dinheiro das Cooperativas e apoios comunitários da pré-adesão, no tempo do ministro Álvaro Barreto. Entretanto, os ministros foram mudando, a política foi tomando conta disto e, a certa altura, houve abertura para as cooperativas comprarem equipamentos, nomeadamente linhas de engarrafamento, e a UDACA começou a viver sozinha, comprando os vinhos às adegas e a marca UDACA foi avançando. A ideia peregrina de que haveria concentração, para não haver ‘barulho’, acerca dos preços praticados, acabou por não resultar, porque com as Adegas começaram a engarrafar e a comercializar as suas marcas. GR: Quer dizer que o objecto para que a UDACA foi criada não resultou? CBF: Não foi cumprido. Só agora é que me parece que se está a conseguir avançar por esse caminho. GR: Porquê? CBF: Porque as adegas hoje têm os equipamentos e vendem pouco, para além de que a UDACA está avançar para aquilo para que foi criada. GR: Está ligado ao sector há mais de 50 anos. Como era nessa altura? CBF: O sector cooperativo nasceu com carolas, homens de barba rija, como o Tomás Tavares Segurão, que veio do Congo, e que prestigiou a Adega de Vila Nova de Tazem e o sector. Em Tondela, não me recordo do nome, era um homem conhecedor do sector e do comércio, que vendia o vinho todo para a zona de Anadia, como fazíamos em Silgueiros e noutras. GR: E pagava-se aos sócios a tempo e horas?

CBF: Sim. Lembro-me uma história que traduz o momento que se vivia. Numa reunião da UDACA, ainda na Federação, falava-se do estado do sector, das vendas do vinho e dos preços praticados. A certa altura o presidente da Adega de Tondela disse que tinha o vinho praticamente todo vendido. O mesmo se passava comigo em Silgueiros. O Tavares Segurão não acreditou e disse: “Eu, que sou da melhor Adega Cooperativa do Dão, ainda não vendi um litro, nem me vão lá perguntar se quero vender”. O presidente da Adega de Tondela respondeu: “Saiba Vª Ex.ª, - era assim que se tratavam pessoas como o Tavares Segurão -, que não duvido que seja da melhor região do Dão, que tem o melhor vinho do Dão e que ainda não vendeu um único litro, mas também lhe quero dizer que se eu fosse director da melhor Adega Cooperativa do Dão, com os melhores vinhos do Dão, nesta altura já tinha o vinho vendido até ao ano 2000!”. Na altura vendia-se o vinho pelo trato e pela palavra das pessoas. A primeira geração de dirigentes foi envelhecendo e vieram outros. Muitas adegas, pelo país, foram ‘tomadas de assalto’, por interesses políticos e económicos de alguns. O sector cooperativo, que naquela altura estava no auge, começou a cair por causa de tudo isso. GR: Como vê hoje para o Dão? CBF: Acho que o Dão está a renascer com muita gente nova que chegou ao sector. A UDACA está acima das Cooperativas, tem acompanhado o renascer da região, e é uma entidade que tem mantido um status coerente e que prestigia a o Dão.


O novo tinto já está no mercado

Quinta Mendes Pereira lançou novo Tinto DOC Dão 2012 A Quinta Mendes Pereira, empresa familiar localizada na histórica aldeia de Oliveira do Conde, no concelho de Carregal do Sal, tem um novo membro na família. Recém-lançado no mercado, o ‘Quinta Mendes Pereira’ Tinto DOC Dão 2012 é um retrato fiel da filosofia da casa, para quem vinho e arte são paixões que devem andar lado a lado, sendo também uma verdadeira homenagem à robustez da região. É assim que Raquel Mendes Pereira, à frente do projecto há mais de 12 anos, vê as suas criações. A inspiração chega-lhe da ousadia da região, que desafia a mão humana a acompanhar as suas vontades, pedindo paciência, astúcia e sabedoria. O novo Quinta Mendes Pereira Tinto DOC Dão 2012 é produzido à base de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro-preto, um clássico da região, e Jaen. Esta última, uma casta muito comum no Dão, é originária do norte de Espanha tendo sido trazida para a região pelos peregrinos de Santiago de Compostela. Juntas, estas castas dão vida a um vinho rústico e equilibrado. A Jaen confere-lhe uma cor intensa e notas florais, a Tinta Roriz frescura e aromas profundos a frutos vermelhos, a Alfrocheiro-preto delicadeza e alguma maturidade e a Touriga Nacional um perfil elegante. À receita base seguiu-se um estágio de um ano com 30% em barricas de carvalho francês, responsável pelos aromas doces e tostados. O resultado é um vinho robusto, com personalidade e com uma enorme aptidão gastronómica. Acompanha na perfeição pratos de carne e enchidos ou, como final de refeição, um queijo da Serra. Pode ser consumido, desde já, para apreciadores de vinhos bem estruturados ou ser guardado na garrafeira, já que se prevê uma boa evolução em garrafa. Já está disponível nas prateleiras, com distribuição exclusiva da OnWine Distribuição Nacional.

Em Oeiras, de 6 a 8 de Maio

“Há Prova em Oeiras” no Palácio do Marquês de Pombal Os jardins e o Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, recebem o evento “Há Prova em Oeiras - Gastronomia e Vinhos” que este ano traz novidades. A quarta edição deste evento enogastronómico terá lugar de 6 a 8 de Maio. A par das áreas de prova e venda de vinhos e de degustação, este ano haverá animação histórica, nos três dias entre as 15 e as 20 horas, com personagens vestidas à época e jogos tradicionais especialmente dedicados a crianças e famílias. Também foi alargado o espaço de esplanada, com mais cerca de 100 lugares sentados. Esta iniciativa, organizada pela da Câmara de Oeiras, tem como objectivo não apenas promover o Palácio do Marquês de Pombal, um monumento nacional que detém uma riqueza histórica e patrimonial única, mas também divulgar a restauração do concelho e os vinhos da região vitivinícola de Lisboa, particularmente os que pertencem à Rota de Bucelas, Carcavelos e Colares. Alguns dos produtores presentes no evento são a Quinta do Alcube, de Setúbal; António Saramago, de Setúbal; Magnum - Carlos Lucas Vinhos, do Dão; Casa da Passarela, do Dão; Adega Mãe, de Lisboa; Quinta das Carrafouchas, de Lisboa; Herdade da Malhadinha, do Alentejo; e Quinta dos Vales, do Algarve. No espaço de restauração do “Há Prova” estarão nove restaurantes, enquanto nos espaços em tenda já confirmaram presença o Chá da Barra, a Maria Cacau, o Don Giovanni, a Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos, com o “Villa Oeiras” e o D’ Alentejo com Amor. O evento estará organizado numa lógica tripartida, com uma área indoor de exposição, prova e venda de vinhos com produtores e distribuidores de Lisboa e outras regiões de Portugal; uma área de degustação gastronómica com restaurantes seleccionados de Oeiras, como venda de comidas e bebidas; e um conjunto de workshops e outras actividades na área dos vinhos e gastronomia.

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A Cooperativa Agrícola Ribadouro (CAR), em Sendim, no concelho de Miranda do Douro vai aparecer em breve com novos vinhos e uma imagem renovada. Essa é a perspectiva da nova direcção da cooperativa, que tomou posse recentemente, liderada por Óscar Afonso. A adega conta com cerca de 2.300 associados, mas na última vindima recebeu uvas de apenas 600, num total de cerca de três milhões de litros de vinho, facto que o novo presidente da Adega pretende ver alterado. À Gazeta Rural, Óscar Afonso adiantou que o futuro passa por apostar em três marcas, com uma imagem renovada, e engarrafar os cerca de 700 mil litros de vinho que considera de “boa qualidade”. Gazeta Rural (GR): Como está a Adega de Ribadouro? Óscar Afonso (OA): O ponto de situação nesta altura é que temos uma boa quantidade de vinho na adega, que até agora era quase todo vendido a granel. Nós queremos acrescentar valor e isso significa vender em garrafa, com marcas próprias, mas para isso temos que mudar rótulos e imagem das marcas mais relevantes da Adega, vendendo o vinho pelo justo valor. Produzimos cerca de três milhões de litros, dos quais 100 mil de vinho muito bom, 600 mil de vinho bom, tipo regional, e o restante de vinho corrente que poderá ser vendido a granel ou em bag-in-box. Do total de vinho da adega, gostaríamos de engarrafar aqueles 700 mil litros,

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Nova equipa directiva tomou posse recentemente

Adega de Sendim

vai apostar nos vinhos engarrafados

e em nova imagem apostando em três marcas: o Ribeiro do Corso, para o vinho de topo, o Lhéngua Mirandesa, como marca intermédia, mas que pode ser alterada, e Pauliteiros, para o vinho corrente. Dados os custos da Adega, como o pagamento das uvas, despesas com pessoal e juros de alguns financiamentos, vendendo a granel não se conseguem mudar as coisas. A ideia é apostar no vinho engarrafado, de qualidade, vendido pelo seu real valor, e com isso libertar recursos que paguem os custos fixos e para valorizar o património. GR: A venda de vinho Pauliteiros para o Nepal foi apenas um acto simbólico ou abriu outras portas? A aposta em tratar as vinhas próprias e de alguns associados resultou? OA: A Adega tem cerca de 12 hectares de vinhas próprias e a ideia, que é para continuar, é apostar em castas brancas seleccionadas. Contudo, vamos ver os resultados dessa aposta, embora nos pareça que há boas expectativas de produção de vinhos de qualidade. No que toca à aposta na internacionalização, houve efectivamente uma venda para o Nepal, que foi mais sim-

bólica, pois não redundou em volume de vendas, mas estamos a tentar outros mercados, como o europeu, mas também o chinês, russo e sul-africano. Iremos também tentar noutros mercados, mas estes têm merecido a nossa aposta. GR: Como está a viticultura na região? OA: Penso que tem muito potencial, mas neste momento não se pode dizer que esteja bem, pois o vinho ou ainda está na adega ou tem sido vendido a granel, muito engarrafado com a marca de outros, não ficando nos associados as mais-valias. GR: Vai haver uma grande transformação na Adega? OA: Vamos ver. Tenho o meu tempo muito limitado, mas gostava que houvesse uma mudança, que espero poder concretizar. É que mudar a imagem e conceber novos rótulos não se faz de um dia para o outro. Estamos todos de acordo quando às reais necessidades da Adega e das apostas que é necessário fazer, mas tudo isso não depende só de nós, mas também de terceiros. Acredito que, aos poucos, vamos proceder a essa mudança.


Realizado em Miranda do Douro

Confraria dos Vinhos Transmontanos entronizou novos confrades Miranda do Douro foi o palco da realização do Capítulo da Primavera da Confraria dos Vinhos Transmontanos, em que foram entronizados novos Confrades Noviços. As cerimónias começaram na Câmara de Miranda do Douro, com o presidente da Artur Nunes a saudar os representantes das diversas confrarias báquicas e gastronómicas presentes, a que se seguiu um desfile pelas ruas da cidade até à Casa da Música, onde teve lugar uma mostra de vinhos e produtos regionais, bem como a cerimónia de entronização.

20 www.gazetarural.com > Direcção da Adega de Valpaços

Na ocasião, depois de receberam as insígnias e o traje, juraram defender e promover os vinhos transmontados Anabela Torrão, vereadora da Câmara de Miranda do Douro; António José Rodrigues Vaz, empresário em Trás-os-Montes; António Ramos Preto, advogado; José Preto, produtor de vinho, e Óscar Afonso, presidente da Adega de Ribadouro, em Sendim. O próximo evento promovido pela Confraria dos Vinhos Transmontanos está marcado para 25 Junho, no Hotel Vidago Palace.


> Anabela Torrão

> José Rodrigues Vaz

> António Ramos Preto

> José Preto

> Óscar Afonso

> Telmo Moreira e Artur Nunes

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Durante o Capítulo da Confraria dos Vinhos Transmontanos foram lançados alguns desafios aos produtores da região, nomeadamente uma aposta na união, para que melhor cheguem aos diferentes mercados. Telmo Moreira, produtor e Grão-Mestre da Confraria, diz que essa “é a única via e a auto-estrada para a tal esperança”. O papel da Confraria, acrescenta, “é promover, divulgar e valorizar os nossos produtos” e para isso “não pedimos dinheiro a ninguém, mas sim ideias e projectos”.

Defende Telmo Moreira, da Confraria dos Vinhos Transmontanos

“A união dos produtores é a auto-estrada para a esperança” Gazeta Rural (GR): O que representou a realização deste capítulo em Miranda do Douro? Telmo Moreira (TM): Significa o renascer da esperança nos vinhos transmontanos e na mais-valia que os mesmos representam para a região e de um modo geral para a nossa agricultura, que é a nossa principal fonte de subsistência. Somos uma região vocacionada para o sector agrícola, que dele sempre viveu, e não vemos maneira de ultrapassar esta questão, porque dependemos da agricultura, complementada com o turismo rural, o enoturismo e o turismo em geral. Quando digo que é o renascer da esperança é no sentido amplo, pois o vinho é um dos sectores da nossa agricultura, mas temos também outros produtos de elevada qualidade, como o azeite e a castanha, dois produtos dos melhores do mundo. Nos vinhos não ficamos atrás das grandes regiões, com um terroir único e diferenciador. Os nossos néctares são muito apreciados em países produtores há muitos anos, pelos críticos e consumidores mais exigentes, que dizem que os nossos vinhos têm características ímpares, o que nos dá um enorme conforto e uma expectativa incomensurável para continuar apostar no sector, assim as entidades responsáveis nos ajudem a ultrapassar algumas questões, 22

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que não são fáceis, mas com trabalho o povo transmontano, nas alturas difíceis, sempre soube ultrapassar os momentos menos bons. GR: Foram lançados vários desafios, nomeadamente a concentração da oferta, com a união dos produtores, já que Trás-os-Montes é uma região pequena. Esse é o caminho? TM: Acho que é a única via e a auto-estrada para a tal esperança. Penso que a unidade dos agricultores, dos agentes económicos e dos produtores é o caminho a seguir e é absolutamente necessária. Temos que nos unir em torno de um projecto comum, não dando ouvidos a quem fala com interesses pessoais. Temos a certeza que o interesse comum tem que prevalecer sobre todos os outros e isso passa por manter viva a nossa agricultura e a região. Essa associação da esperança e de unidade que temos que traçar, é garantia para o outro lado, que é a comercialização dos nossos vinhos e dos nossos produtos. Assim, conseguiremos ultrapassar uma fase menos boa e dar uma nova esperança às gentes desta região. GR: Qual é o valor de Trás-os-Montes em termos vitícolas? TM: É um valor incomensurável. Não

faço a mínima ideia de quanto vale, mas tem um potencial enorme. Temos um terroir único e diferenciador, com três sub-regiões diferentes. Chaves e o Planalto Mirandês são regiões óptimas para vinhos brancos, enquanto a zona do Rabaçal tem características únicas para produção de vinhos mais encorpados. Os vinhos de Trás-os-Montes têm uma variedade que nos caracteriza, mas temos que preservar as nossas castas autóctones. Não devemos olhar para outros projectos, porque temos o nosso para afirmar. GR: Os produtores e os agentes económicos estão conscientes e mentalizados para o que acabou de afirmar? TM: Tenho que certeza que sim. Nesse sentido estamos a constituir uma associação que está empenhadíssima na comercialização, por exemplo enviando vinhos para a China, com a ajuda da Câmara de Valpaços, e de outras autarquias, como Miranda do Douro, que nos estão a ajudar de forma indirecta. Repito, não é preciso dar dinheiro, mas sim em termos logísticos. Se aproveitarmos todos os recursos, com o mínimo de custos de produção, conseguiremos chegar mais longe em termos da comercialização dos nossos vinhos.


Lembra o presidente Artur Nunes

A tanoaria e a produção de cortiça “têm grande importância” em Miranda do Douro Miranda do Douro recebeu o Capítulo da Confraria dos Vinhos Transmontanos, facto aproveitado para promover os produtos locais, nomeadamente o vinhos, mas tudo o que a ele está associado. O autarca local destacou a presença e a importância da Confraria no concelho, mas lembrou também as indústrias complementares ligadas ao sector. Artur Nunes lembrou que o vinho “é um dos ex-libris do concelho” e que Miranda do Douro é um grande produtor de cortiça, mas também a tanoaria de Palaçoulo, reconhecida mundialmente nos vinhos e nos whiskies. Gazeta Rural (GR): O que representa para Miranda receber pela segunda vez um Capítulo da Confraria dos Vinhos Transmontanos? Artur Nunes (NA): É efectivamente a segunda vez, no décimo segundo Capítulo, o que nos apraz registar. O vinho é um dos ex-libris do nosso concelho, pelo que valorizamos a presença da Confraria, já que é também uma forma de promoção dos nossos produtos da terra associados à produção e vinho. O vinho transmontano está na moda e devemos valorizá-lo não só internamente, mas também no mercado externo. Compete-nos a todos, autarquias, confraria, produtores e cooperativas, uma dinâmica de comunhão de esforços para que seja valorizado a vários níveis e em patamares elevados, como outros vinhos nacionais. Penso que este é um 23

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trabalho que se vai fazendo, com união de esforços, que acredito dará frutos no futuro. A Confraria é uma das formas de promover o nosso vinho, mas só a união de todos pode criar dinâmicas locais e regionais que possam valorizar os produtos endógenos e a região de uma forma geral. Os novos confrades fizeram o juramento de promover o vinho transmontano. Essa responsabilidade dever ser assumida por todos os que gostamos de Trás-os-Montes. A dinâmica encontrada nas Confrarias também deve emanar para fora, valorizando o que é nosso, nomeadamente o vinho, pois só assim é que conseguiremos valorizar quem se esforça todos os dias em produzir e a encontrar soluções para vender os seus produtos. Essa deve ser uma responsabilidade partilhada e unificadora, porque quando provamos um vinho devemos pensar que há um conjunto de pessoas que todo o ano trabalha para que ele nos chegue ao copo. GR: O concelho é também um grande produtor de cortiça, mas também de tanoaria? AN: No concelho de Miranda do Douro temos encontrado industrias complementares, nomeadamente a tanoaria em Palaçoulo, não só para o vinho mas também para os whiskies, com grande projecção nacional e internacional, destacando as empresas que têm feito este trabalho e valorizando o vinho e as barricas lá fora. Os Estados Unidos, Chile, Nova Zelândia e China são países que estão em crescimento na produção de vinho e que vêm a Portugal e ao nosso concelho procurar as barricas para envelhecer o vinho. Para além disso, no Planalto Mirandês, e noutras regiões de Trás-os-Montes, a

produção de cortiça é um sector dinâmico e com grande procura para a produção de rolhas, bem como para produtos derivados. Queria destacar esta indústria que está um pouco esquecida, pois o concelho de Miranda é um grande produtor de cortiça e este é um sector em que devemos apostar.


Secretário de Estado da Agricultura inaugurou o certame

Festa do Vinho do Cartaxo teve mais produtores e casas agrícolas Decorreu no Cartaxo mais uma Festa do Vinho, que contou com o maior número de expositores do sector vitivinícola dos últimos 10 anos, mas também em número de visitantes. O certame contou, na inauguração, com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, bem como Pedro Magalhães Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo; Frederico Falcão, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho; Maria Elisete Jardim, directora regional da Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, e Ceia da Silva, presidente da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo. Na ocasião Luis Vieira aponta o “percurso notável do sector vitivinícola nos últimos 15 anos”, que considera dever ser atribuído ao esforço dos agricultores, mas também às opções das políticas públicas para o sector. Lembrando que em 2015, as exportações de vinho “atingiram os 736 milhões de euros, com presença em 176 mercados”, o governante destacou o “profissionalismo, inovação e orientação para o mercado, por parte 24

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dos produtores”, como as principais razões para “se ter conseguido atingir este resultado”. A reestruturação da vinha “quase um terço do património vitivinícola nacional, a ser reestruturado neste 15 anos”, foi “certamente factor determinante”, afirmou Luis Vieira. Na região Tejo foram concedidos 31 milhões de euros para a reestruturação de 4 mil ha, de um total de 13 mil e 500 ha existentes. Para além da reestruturação da vinha, o Governo vai continuar o investimento na promoção dos vinhos no exterior, num valor que ronda os 10 milhões de euros por ano, a par do incentivo a uma “agricultura cada vez mais moderna e competitiva”, mas sem descurar a promoção e a valorização do mundo rural, com apoios direccionados para pequenos e médios agricultores. Por seu lado, Pedro Magalhães Ribeiro, o anfitrião da Festa, destacou a importância do certame que revelou ser “o testemunho de um casamento de sucesso, que já dura há 28 anos, entre o vinho e a gastronomia”, lembrando o papel de

Renato Campos e de Maria José Campos, na “promoção e dinamização da Festa do Vinho, que é ainda hoje, um dos maiores eventos do Cartaxo”. Para o autarca, o certame deve às associações e às colectividades do concelho, muito do seu sucesso, afirmando que “são as associações e as freguesias, as responsáveis pelas tasquinhas, trazendo à Festa, o que de melhor a nossa região tem para oferecer na área da gastronomia, com pratos típicos diferenciadores de cada freguesia”. Aos produtores e casas agrícolas agradeceu a “presença, em especial quando temos presente o maior número de expositores do sector vitivinícola, dos últimos 10 anos, mostrando a dinâmica crescente e a qualidade do vinho produzido no concelho e na região”. Em destaque no certame o Seminário “Cortiça e Vinho – Uma União Natural”, tema debatido por profissionais do sector, que antecedeu a cerimónia de entrega dos prémios do Concurso de Vinhos da Campanha 2015/2016 – melhor Vinho na Produção do Concelho do Cartaxo e da Região Tejo.


De 5 a 8 de Maio, no Museu do Vinho Bairrada em Anadia

Bairrada recebe o gigante dos concursos do vinho Considerado um dos mais importantes e maiores concursos mundiais de vinhos, o ‘Wine Trophy’ regressa este ano a Portugal e vai “montar palco” na Bairrada, mais propriamente no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, de 5 a 8 de Maio. O certame, organizado pela Deutsche Wein Marketing (DWM), é habitualmente realizado em Berlim, na Alemanha, tendo a edição de 2015 decorrido em Daejeon, na Coreia do Sul. Agindo sob o “guião” da OIV - Organização Internacional da Vinha e do Vinho, o ‘Portugal Wine Trophy 2016’ será uma repercussão do sucesso da primeira edição em território nacional: no Porto em 2014. O painel internacional de jurados conta com cerca de setenta provadores que premiarão os melhores vinhos de entre os cerca de 1750 submetidos a concurso por produtores de todo o mundo. Os 117 produtores associados na Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) têm a vantagem de poder registar cinco vinhos sem qualquer encargo, enquanto os concorrentes de outras zonas do país pagam uma taxa de 135 euros por amostra submetida.

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O XXI Concurso Nacional decorreu em Malhadas, Miranda do Douro

Qualidade de Ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa “apresenta melhorias significativas” O concurso decorreu no Mercado de Gado de Malhadas, em Miranda do Douro, e contou este ano com 18 expositores, que apresentaram 123 animais a concurso, num total de 59 lotes. Os prémios foram divididos em diferentes categorias, nomeadamente carneiros, malatos, ovelhas e malatas. No ano transato inseriu-se uma nova categoria, prémios funcionais (Prolificidade e Jovens de substituição), que pretende premiar os criadores que se destaquem quer na forma de criação, quer nos registos da produção e na renovação do efectivo. “É com extremo orgulho que conseguimos, neste momento, premiar criadores que possuem quase na sua totalidade das fêmeas dois partos ao ano, o que é de realçar devido à rusticidade da raça, contrariando alguns dizeres que a raça Churra é pouco produtiva”, refere a directora técnica da ACOM. Os prémios de prolificidade foram atribuídos a três criadores segundo os tamanhos dos rebanhos, destacando-se o primeiro escalão, rebanho com 16 fêmeas, que ti26

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veram 41 cordeiros, comprovando assim a capacidade das fêmeas churras mirandesas terem dois partos ao ano e uma elevada taxa de partos duplos. No leilão estiveram inscritos seis carneiros, tendo sido combinados para a transacção cinco, a um preço um pouco abaixo do espectável, mas com um ambiente animador e satisfatório. “O feedback auscultado no final do dia e as novidades introduzidas este ano, ao nível da apresentação do espaço e a colaboração de casas comerciais, permitiu uma pequena mostra de produtos agrícolas, exposição de máquinas agrícolas e produtos regionais o que agradou ao público em geral”, afirmou a Secretária Técnica da Associação Nacional Criadores de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM). Andrea Cortinhas salientou que “o leilão de animais reprodutores animou ainda mais esta festa anual”, para além de que, “segundo o painel de jurados, a qualidade dos animais a concurso apresentou melhorias muito significativas”. A Churra Mirandesa, “tal como tantas ou-

tras raças autóctones existentes no nosso país, encontram-se a passar tempos difíceis, devido às políticas nacionais assumidas nestes últimos tempos, pois decidiram suspender os apoios a novos criadores que pretendam explorar a raça Churra Galega Mirandesa e impedir o apoio a aumentos de efectivo”, explicou Andrea Cortinhas. Com o Concurso Nacional “pretende-se valorizar e premiar os criadores que ainda exploram os animais em linha pura, fazendo-se uma avaliação morfológica dos mesmo a concurso por técnicos experientes da pecuária”. A ACOM, como entidade gestora dos Livros Genealógicos, “está insistentemente a tentar contrariar a tendência regressiva do número de fêmeas exploradas em linha pura, para que a manutenção do efectivo da raça se mantenha num patamar considerado confortável, não deixando mesmo assim de ser uma raça, classificada como grau B, em risco de extinção”, adianta. Actualmente o efectivo desta raça tem registado no Livro de Adultos 7024 fêmeas e 186 machos.


Parceria pretende alcançar nichos de mercado internacionais

Câmara apostada em dinamizar a promoção turística de Estarreja cer uma rede de contactos e parcerias e de criar oportunidades, que classificou de “atitude extraordinariamente única e rara”. Por seu lado, os empresários do concelho agradeceram “a oportunidade de participar nesta bela jornada de aprendizagem, que decorreu de forma simultaneamente intensiva e descontraída”, comentou Teresa Beirão, proprietária do Pátio de Canelas. A autarquia tem já em preparação uma outra acção, desta vez sobre o BioRia, dirigida prioritariamente a este grupo de alojamentos locais e promotores de actividades de animação turística e valorização do património local. ObservaRia 2017 será palco de promoção internacional

A Câmara de Estarreja tem vindo a consolidar uma relação de parceria com a entidade do Turismo do Centro de Portugal e com a Agência Regional de Promoção Turística do Centro de Portugal (ARPT Centro de Portugal), tendo em vista a promoção turística dos recursos do seu território e apostando, particularmente, nos produtos “turísticos de nicho”, como o birdwatching. Procurando trabalhar em rede, a autarquia envolveu igualmente os agentes turísticos locais, recolhendo os seus contributos e opiniões, de forma a estar “preparada para receber quem nos visita”, sublinha o presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina, que tem liderado directamente todo este processo. O autarca acredita que “o trabalho desenvolvido em conjunto, de forma consistente, consciente e partilhada, trará resultados muito positivos que perdurarão no tempo e no espaço. Contribuirá para a projecção de Estarreja fora das nossas fronteiras, promovendo e valorizando o nosso território, e para dinamização da economia local”.

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Acções direccionadas para os agentes locais Após uma primeira reunião nos Paços do Concelho, à qual foram chamados os alojamentos locais, empresas de animação turística e de actividades de lazer (passeios de charrete) e espaços de restauração mais emblemáticos e de preservação do património local (Casa do Tear ou tecelagem), para além de técnicos da Câmara Municipal, os agentes turísticos foram convidados a participar num workshop na Casa da Cisterna, que decorreu numa das mais belas aldeias históricas de Portugal, Castelo Rodrigo. Promovida em parceria com a ARPT Centro de Portugal, esta acção teve como objectivo a compreensão por parte dos empresários convidados de como um projecto de qualidade e com propostas de criação de valor com base no ecossistema da Região pode ser comercializado com sucesso. Estando inserida numa área que abrange mais de uma centena de municípios do Centro de Portugal, a directora executiva da ARPT, Marli Monteiro, elogiou a postura do Município de Estarreja de estabele-

Um dos objectivos específicos em cima da mesa diz respeito à preparação da terceira edição da ObservaRia – Estarreja Birdwatching Fair, que se realizará no próximo ano, em 2017, de 6 a 9 de Abril. Num trabalho em estreita parceira com a ARPT Centro de Portugal, entidade que tem por objectivo a promoção externa de Portugal, pretende-se organizar uma “Pre Convention Tour” trazendo a Estarreja operadores turísticos e jornalistas dedicados ao turismo de natureza e mais especificamente ao birdwatching, provenientes de diversos países europeus, com especial incidência para o Reino Unido, Escandinávia e Alemanha. Especialistas de renome já confirmados A feira dedicada ao turismo de natureza e observação de aves passa a ter uma periodicidade bienal, permitindo um reforço na promoção do evento e a concentração dos recursos municipais, de forma a aumentar a sua dimensão e qualidade. A edição de 2017 da ObservaRia reúne expositores, palestras, workshops, ateliers, exposições, actividades de campo e passeios (pedestres, de barco, veículo elétrico e kayak) e tem já alguns especialistas confirmados, como a editora da revista Wildlife da BBC, Sheena Harvey, o autor sueco Erik Hirschfeld e Dale Forbes, da Swarovski Optik.


No New York International Olive Oil Competition

Azeite português OLMAIS triunfa nos Estados Unidos O azeite biológico OLMAIS acaba de receber a Medalha de Ouro no prestigiado concurso internacional New York International Olive Oil Competition. A edição deste ano concurso recebeu 827 amostras, sendo o maior concurso de azeites do mundo. O galardão americano volta a colocar o azeite OLMAIS entre os melhores do mundo depois do recente êxito alcançado entre os azeites biológicos. A Medalha de Ouro recebida em Nova Iorque junta-se às duas distinções já obtidas este ano, melhores azeites do mundo biológicos, Premio BIOL e primeiro concurso de Londres, London IOOC. “Estávamos certos da qualidade do nosso azeite mas receber três prémios em três meses de marca é formidável. Ainda faltam outros concursos mas esta Medalha de Ouro em Nova Iorque, pelo prestígio e visibilidade é sem dúvida das melhores notícias que poderíamos receber”, diz Júlio Alves. O Azeite Biológico Virgem Extra OLMAIS é extraído a frio e proveniente de uma colheita realizada muito cedo de oliveiras cultivadas em modo biológico nas encostas de Vila Flor, sendo um azeite frutado e óptimo para grelhados, sopas e molhos de salada. Este azeite pode ser adquirido na loja online em olmais.com. Para saber mais sobre a marca, o azeite e a quinta pode visitar a página oficial do Facebook.

XI JORNADAS DE ETNOBOTÂNICA

VIII Fim de Semana da Urtiga

14 e 15 | maio | 2016 FORNOS DE ALGODRES

‘‘Capital da Urtiga’’

Um fim-de-semana diferente para fruir, conhecer e valorizar o património rural e as paisagens culturais desta região. ORGANIZAÇÃO:

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APOIO:

FORNOS DE ALGODRES MUNICÍPIO


Facebook: Amora Brava 29

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Anunciadas em Ponta Delgada

Governo toma novas medidas

para minimizar impacto da crise no sector leiteiro O Governo vai excluir a componente dos subsídios ao investimento dos agricultores do cálculo de rendimento para efeitos de contribuições à Segurança Social e promete bater-se em Bruxelas por um envelope adicional para o sector leiteiro. As medidas foram anunciadas pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, tendo ao seu lado o primeiro-ministro, António Costa, após os executivos da República e da região autónoma terem assinado uma declaração conjunta, em Ponta Delgada. Por este documento, o executivo liderado por António Costa assume como sua “a pretensão do Governo Regional dos Açores de defender junto das instituições europeias a criação de uma envelope financeiro adicional, no âmbito do POSEI (programa destinado às regiões europeias ultraperiféricas), que permita ajudar a fazer face à situação existente”. O sector leiteiro atravessa uma crise comercial ao nível europeu e a produção açoriana representa cerca de 30% do total nacional. António Costa e Vasco Cordeiro acordaram ainda a “exclusão dos subsídios ao investimento como rendimento resultante de prestação de serviços, para efeitos de rendimento 30

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relevante e apuramento da base de incidência contributiva dos trabalhadores independentes (produtores agrícolas)”. Antes do anúncio destas medidas, António Costa e Vasco Cordeiro receberam em audiências os representantes das federações patronais açorianas. Na reunião considerada mais importante, com a do sector agrícola, o presidente desta federação, Jorge Rita, advertiu o primeiro-ministro que a falência da produção leiteira “será também a falência da economia açoriana”. “Ao contrário do continente e da Europa, aqui não há alternativas para o sector leiteiro”, sustentou o presidente da Federação Agrícola dos Açores, antes de exigir que sejam suspensos os pagamentos por conta, já que a maioria das empresas está “descapitalizada”. De acordo com Jorge Rita, o primeiro-ministro ter-se-á comprometido em empenhar-se neste problema que afecta o sector leiteiro açoriano, “mas, até agora, o Governo da República ainda não adoptou qualquer medida específica a favor da agricultura dos Açores”. Jorge Rita defendeu ainda “um novo comportamento” por parte do sector da distribuição e da indústria em relação à agricultura, assim como uma atitude diplomática activa para um maior acesso

aos mercados de Angola e dos Estados Unidos. “Angola carece de produtos que a agricultura tem em excesso e as negociações da base das Lajes podem ter entre as contrapartidas nacionais uma abertura às exportações açorianas”, declarou. No mesmo sentido, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo, Sandro Paim, advertiu para as consequências transversais da crise no sector leiteiro para toda a economia da região. O presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualberto Rita, advertiu que será inaceitável se no próximo biénio se verificar algum corte imposto pela União Europeia. Para já, Gualberto Rita disse que recebeu a garantia da parte do primeiro-ministro de que o Governo, em Junho, com dados completos, fará a defesa dos interesses da pesca açoriana. “Qualquer corte será uma afronta, porque, ao contrário de outras zonas, fazemos aqui uma gestão rigorosa dos nossos recursos pesqueiros, com uma elevada preocupação com a sustentabilidade dos recursos”, justificou o responsável. Em volume, a pesca açoriana do atum está em primeiro lugar, mas a do goraz é a que atinge maior valor comercial, sendo a que está mais pressionada por Bruxelas em termos de quotas.


Defende o presidente do Governo Regional

Açores tem de exportar mais as suas produções O presidente do Governo Regional dos Açores defendeu uma união de esforços entre as entidades públicas e a iniciativa privada, para que a região consiga criar condições para aumentar as exportações dos seus produtos regionais e reduzir as importações. Vasco Cordeiro falava, na ilha Terceira, na inauguração das novas instalações da Cooperativa Frutercoop, um investimento superior a três milhões de euros. O presidente do Governo Regional sublinhou a necessidade de serem criadas condições “não apenas para, com os recursos próprios, reduzir importações, mas também incentivar as produções regionais para transformá-las num sector de exportação”, lembrando que o Governo dos Açores disponibiliza um conjunto de mecanismos, caso do POSEI e o sistema de incenti-

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vos de apoio aos transportes. “É nesta união que se estabelece, a cada momento, entre as entidades públicas e a iniciativa privada, disponível para aderir aos incentivos e aos apoios existentes, que reside a razão deste progresso e desta evolução que, nos mais variados sectores, temos verificado no sector agrícola”, acrescentou. Vasco Cordeiro lembrou que a agricultura nos Açores se debate com grandes desafios, em particular o sector leiteiro, mas reiterou que o seu executivo está a “mobilizar” todos “os recursos” para que os produtores ultrapassem este “momento de maior dificuldade”. “O facto de mobilizarmos todas estas competências e todos estes recursos não quer dizer que as dificuldades desapareçam, quer dizer, isso sim, que o Governo está ao lado de todos os pro-

dutores agrícolas e do sector leiteiro para ultrapassar este momento de maior dificuldade que se vive na Região e que, na ilha Terceira, assume particularidades e contornos muito especiais”, sustentou. Vasco Cordeiro recordou as medidas específicas implementadas pelo executivo que lidera, como a antecipação do pagamento de prémios comunitários, aproveitando as possibilidades abertas pela Comissão Europeia, o que, segundo refere, permitiu injectar cerca de 54 milhões de euros na economia, assim como o aumento do prémio à vaca leiteira em ilhas que estão a ser particularmente atingidas por esta situação. O reforço do abastecimento de água e energia às explorações e o melhoramento nos caminhos agrícolas no arquipélago foram outros dos investimentos que destacou.


Uma medida inserida no Plano Nacional de Reformas

Governo quer criar 80 cooperativas agrícolas por ano O Governo quer criar 80 cooperativas agrícolas por ano para promover o emprego, prevendo abranger 2.750 jovens, segundo o Plano Nacional de Reformas aprovado no Conselho de Ministros. O objectivo da medida é apoiar os jovens “a criar 80 cooperativas agrícolas ou a promover a criação de emprego líquido em cooperativas já existentes”. O programa, com um custo estimado de 13,9 milhões de euros e financiado através do Portugal 2020, será avaliado pela Comissão Permanente da Concertação Social 18 meses após entrar em vigor. Programas para que jovens desempregados criem produtos artesanais ou que promovam cooperativas agrícolas são algumas das medidas previstas no Programa Nacional de Reformas, aprovado em Conselho de Ministros. O Programa Nacional de Reformas (PNR) apresenta quinze medidas para a requalificação dos portugueses, avaliadas em cerca de seis mil milhões de euros. A pensar nos jovens que não estão a trabalhar nem a estudar, os NEET (“Not in Education, Employment, or Training”), o 32

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PNR apresenta várias medidas, entre as quais conseguir fazer uma “identificação precoce de 55 mil NEET”, até 2020. Além da sinalização destes jovens, o PNR prevê ainda o desenvolvimento de estágios profissionais, o apoio à sua contratação e o incentivo para que voltem a estudar. No total, estas iniciativas destinadas a 625 mil jovens NEET terão um custo de 995 milhões de euros. Sem custos previstos, uma vez que a ideia é potenciar os recursos já existentes, cerca de três mil desempregados poderão participar em um programa relacionado com a produção de produtos artesanais. Desenvolver a criação de 80 cooperativas agrícolas por jovens desempregados/NEET, em projectos que pretendem envolver 2.780 jovens, são outras das medidas avaliadas em quase 14 milhões de euros, segundo o documento. Com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) será ainda dada formação a 75 mil pessoas, que vai custar ao Estado cerca de seis milhões de euros, e destina-se a desempregados mas também a pessoas em actividade.

Programa Nacional de Regadios O Governo pretende lançar um Programa Nacional de Regadios com cerca de 90 mil hectares, metade dos quais para a expansão do Alqueva, que poderá ser financiada pelo Plano Juncker, revelou o ministro da Agricultura. O Programa Nacional de Regadios, “que corresponde a cerca de 90 mil hectares em todo o país, metade dos quais no Alqueva”, está integrado no Programa Nacional de Reformas, aprovado em Conselho de Ministros, explicou Luís Capoulas Santos. Segundo o ministro, uma das fontes de financiamento previstas para o programa é o Plano Juncker, o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, com o qual o Governo está, actualmente, “a negociar o financiamento de cerca de 200 milhões de euros” necessário para expandir a área de regadio do Alqueva em mais 45 mil hectares, além dos 120 mil inicialmente previstos no projecto e que deverão ficar concluídos na actual campanha de rega.


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José Ernesto Silva reeleito para mais um mandato

Confraria Saberes e Sabores da Beira

comemorou aniversário e elegeu novos corpos sociais José Ernesto Silva foi reeleito para mais um mandato à frente da Confraria Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. As eleições decorreram nas comemorações do XIV aniversário, no Hotel Príncipe Perfeito, em Viseu, que contou com a presença do Embaixador Murade Isaac Migulgy Murargy, Secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a quem foi atribuído o Título de Comendador da Confraria. Estiveram também presentes o presidente da Casa de Viseu no Rio de Janeiro, Flávio Martins, recentemente eleito presidente dos Conselheiros da Diáspora; o presidente da Assembleia Geral do Arouca Barra Clube, do Rio de Janeiro, César Soares; o jornalista Igor, do Rio de Janeiro, e o representante da Confraria, na Alemanha, José Loureiro. Em representação da Câmara de Viseu passaram o vereador João Paulo Gouveia e o vice-

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-presidente Joaquim Seixas, bem como outras entidades, como o deputado Helder Amaral, também Confrade e amigo do Embaixador Murade Isaac Migulgy Murargy, e Agostinho Ribeiro, director do Museu Grão Vasco. Na eleição para os novos órgãos sociais da Confraria, para o triénio 2016/2018, foi eleita a única lista que se apresentou a sufrágio, encabeçada por José Ernesto Silva, com António Vidal a presidir à Assembleia Geral, José Coelho, ao Conselho Fiscal e Garcia Mendes ao novo Conselho Consultivo. Foi mandatário da lista Fernando Almeida Ruas, médico em Viseu e um dos fundadores da Confraria. Entre outras actividades, a Confraria vai levar a efeito os habituais capítulos trimestrais, a comemoração do Dia Nacional do Vinho e um Capítulo de Entronização de novos confrades a levar a

cabo no último trimestre do ano. Nos vários discursos foi salientada a dinâmica que a Confraria tem imprimido às diversas actividades que leva a cabo, não só a nível nacional como internacional, nomeadamente junto da diáspora portuguesa, como destaque para a Suíça, Canadá e Brasil. Aos convidados foram ofertadas lembranças da Confraria, com motivos de Viseu, bem como uma garrafa de vinho Quinta de Lemos, a quem a Confraria aproveita publicamente para agradecer. A ocasião foi aproveitada para a apresentação do livro “As Artes e Tradições Portuguesas”, uma edição da Confraria, que prevê o lançamento de outras ainda este ano. A Tuna Sabores da Música encerrou as cerimónias com cantigas da nossa música popular e Fados cantados por alguns dos seus membros.


Na estrada de 13 a 15 de Maio, de Pinhel às Penhas da Saúde

Grande Prémio Internacional de ciclismo percorre as Beiras e Serra da Estrela Pela primeira vez a região das Beiras e Serra da Estrela irá ter uma prova Internacional de ciclismo disputada em todo o seu território, que se denomina I Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela, e que estará na estrada de 13 a 15 de Maio. A prova, com três etapas, inicia-se em Pinhel e termina nas Penhas da Saúde e contará com um pelotão de mais de uma centena de ciclistas em representação de 13 equipas, sete nacionais e seis oriundas de Espanha, República Dominicana, Inglaterra, Dubai, Rússia e Itália. A prova visa utilizar o ciclismo como um importante veículo de promoção e divulgação da região das Beiras e Serra da Estrela, tendo como alvo principal a promoção regional e a projecção desta região, com enormes potencialidades naturais e diversificado património natural, cultural e gastronómico, enquanto destino turístico sustentável, durante todo o ano. Os três dias de prova, 13, 14 e 15 de Maio, estão estrategicamente colocados no calendário 35

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Internacional de Ciclismo, dado ser início de época e esta prova poder captar o máximo de Equipas de nível internacional. As três etapas deste Grande Prémio foram estrategicamente desenhadas para que a prova percorra todo o território abrangente dos 16 municípios envolvidos no evento. Ao captar para o seu território uma prova internacional, que junta os melhores ciclistas do pelotão internacional, a Associação de Municípios da Cova da Beira, em parceria com a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e o Turismo do Centro de Portugal, vislumbra uma oportunidade soberana de aprofundar e divulgar no contexto europeu a região que conta com uma grande envolvência na relação transfronteiriça com uma comunidade autónoma espanhola, geograficamente contígua, com mais de 2,5 milhões de habitantes, não só no plano desportivo, como também no cultural, social e económico, estando já em análise a proposta de, na próxima edição do evento, ser realizada uma etapa na província espa-

nhola de Salamanca. A Associação de Municípios de Cova da Beira, como entidade promotora, propõe-se assumir a realização futura do evento, como uma prova de referência internacional de realização anual com o objectivo estratégico de promover a região sendo para isso fundamental os apoios regionais e nacionais bem como as parcerias entretanto já assumidas com a TVI, o Jornal de Noticias, o Jornal do Fundão, o Turismo do Centro, a CIM Beiras e Serra da Estrela e todos os municípios e demais instituições regionais/nacionais envolvidos. A apresentação da Prova, que decorreu no H2otel, em Unhais da Serra, contou com a presença de José Manuel Biscaia, presidente da Associação de Municípios de Cova da Beira; Paulo Fernandes, CIM Beiras e Serra da Estrela, Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, bem como de Carlos Pereira, responsável da FullSports, que organiza a prova, e Adriana Rodrigues, Chefe de Núcleo Administração Geral da Turismo do Centro.


Breves Aguiar da Beira recebe II Encontro Nacional de Formadores e Técnicos de Micologia

Técnica espanhola debate a fertilização nos pequenos frutos

O Município de Aguiar da Beira promove o II Encontro Nacional de Formadores e Técnicos de Micologia no dia 7 de Maio, evento que este ano conta com a presença do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, estando no programa a realização de uma mesa redonda para debater a regulamentação dos recursos micológicos nacionais. Pela primeira vez vão ser apresentados em Portugal os resultados de um estudo inédito a nível mundial realizado numa Universidade Portuguesa, relacionados com a descoberta de um antídoto para cogumelos venenosos. Está também prevista a apresentação de nova regulamentação da formação sectorial na área da micologia. Vão estar presentas os representantes das principais organizações e instituições ligadas aos recursos micológicos, como a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza; Xixorra – Associação Micológica da Terra Fria; EcoFungos – Associação Micológica; A Pantorra – Associação Micológica; ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e Florestas; Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; Universidade de Évora; Universidade do Porto e a Escola Superior Agraria de Viseu.

A Agim – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial vai organizar uma palestra sobre o tema “Fertilização nos Pequenos Frutos”, no próximo dia 6 de Maio, pelas 15 horas, no VougaPark, em Sever do Vouga. O evento terá como oradora convidada a técnica espanhola Alejandra González, engenheira agrónoma na empresa Kimitec e especialista na área de fertilização. A segunda parte desta palestra estará a cargo dos técnicos da Agim. Alejandra González virá falar sobre a sua experiência nesta importante área e, em conjunto com os técnicos da Agim, irá abordar temas como as bases de fertilização para os pequenos frutos, exigências nutricionais dos pequenos frutos, a fertilização em vaso e a fertilização em solo e propostas de fertilização. A sessão termina com um período destinado a esclarecimento de dúvidas. O valor de participação nesta palestra é de 25€ para associados da Agim e de 30€ para o público em geral. As inscrições podem ser feitas através do e-mail eventos@gim.pt, número 912010596.

Maio Pedestre em Castro Daire

A Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) acolhe no próximo dia 5 de Maio nas suas instalações o “I Workshop de Inovação & Desenvolvimento no Sector Agroalimentar”. A inovação e o desenvolvimento assumem-se como fundamentais, em particular para as empresas, no sentido de se encontrarem novos produtos capazes de conquistar o mercado, contribuindo para o seu sucesso ao mesmo tempo que vão ao encontro das necessidades dos consumidores. Por outro lado, é importante perceber como esta inovação e desenvolvimento nascem muitas vezes no seio das instituições de investigação e ensino, ou através de iniciativas próprias ou, mais comummente, como forma de dar resposta a solicitações de empresas com problemas específicos. Este workshop é o primeiro realizado na ESAV que aborda a inovação e o desenvolvimento no sector dos produtos agroalimentares, que na região conta com inúmeras empresas de pequena e média dimensão.

O Município de Castro Daire encontra-se a organizar, pelo sétimo ano consecutivo, o “Maio Pedestre”. Durante um mês serão realizados alguns dos percursos pedestres que o Município implementou no território, incluindo também um troço da “Última Rota da Transumância. Esta actividade tem como objectivo dar a conhecer, a todos os participantes, experiências únicas e privilegiadas, conciliando o património natural, cultural, histórico, paisagístico, a gastronomia e a aventura envolvidos num plano de dinamização e de animação. Percorrem-se velhos carreiros de moleiros, carteiros, pastores e rebanhos transumantes, convive-se com as pessoas locais, descobrem-se recantos naturais ímpares, cascatas deslumbrantes, aldeias típicas, costumes e tradições que ainda resistem à evolução dos tempos, deixando-se invadir pelo encanto de contos e lendas imemoriais.

ESAV promove I Workshop de Inovação & Desenvolvimento no Sector Agroalimentar

Ano XII | N.º 269 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante Departamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica2@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

FICHA TÉCNICA

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Em Viseu, de 19 a 22 de Maio

Festival de Street Art renova paisagens e mostra sabores da região Viseu recebe, de 19 a 22 de Maio, o Festival de Street Art de Viseu, evento que cresce para reinterpretar as marcas da cidade e renovar paisagens. Participam 12 artistas nacionais e internacionais que fazem de Viseu o coração da arte urbana em Portugal, com a promessa de renovar as paisagens da “cidade-jardim”, da “cidade-vinhateira do Dão” e da “cidade de Grão Vasco”. As marcas identitárias, antigas e contemporâneas, de Viseu serão assim a motivação das intervenções artísticas previstas na cidade, tornando o festival único e irrepetível noutro destino. AKA Corleone e Kruella D’Enfer são os curadores artísticos convidados. Pelo menos quatro artistas locais juntar-se-ão ao movimento, interpretando em pinturas murais as identidades de Viseu. O II Festival de Street Art de Viseu integra e é o principal evento do “Tons da Primavera”, iniciativa promovida pelo Município e a Viseu Marca, que dá o pontapé de saída na agenda enoturística anual do concelho, com um mix de programação artística, vinhateira e de animação. Dos 12 artistas confirmados para o Festival de Street Art de Viseu, a representação internacional fica entregue aos italianos Agostino Iacurci e BASIK, “seniores” da arte urbana cujas criações e trabalhos figuram nos cinco continentes do globo. Kruella D’Enfer, Gonçalo MAR, Lord Mantraste, Mário Belém e ALMA são alguns dos artistas nacionais participantes, aos quais se juntam AKA Corleone, DRAW e Martinho Costa, artistas que marcaram a estreia do Festival, em 2015. Para Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, “o Festival cresce e dá um passo no sentido da internacionalização, atraindo já grandes nomes. Consolidamos a aposta na criatividade 37

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urbana e na renovação da imagem da cidade aos olhos de quem a vive e visita, mas reforçamos também a evidência das grandes marcas da nossa identidade.” Uma das surpresas mais aguardadas no festival respeita à pintura mural alusiva a Grão Vasco e à sua obra, no ano do centenário do “seu” Museu Nacional. O italiano BASIK assumirá a assinatura dessa criação, numa parede junto ao Orfeão de Viseu e ao rio Pavia. Uma das intervenções mais espectaculares está a ser estudada para uma das fachadas do “Prédio da Caixa”, edifício “mal-amado” na cidade, sede distrital da Segurança Social. Agostino Iacurci deverá ser o autor do projecto, confirmando-se a sua viabilidade técnica. Confirmadas estão intervenções em equipamentos municipais como o Mercado Municipal (que terá em Gonçalo MAR o seu intérprete), o Centro Municipal de Transportes (a cargo de Lord Mantraste) e os Bairros Municipais da Balsa e da “Cadeia” (com as assinaturas de Kruella D’Enfer e DRAW, respectivamente). Será ainda prioridade do Festival ajudar à renovação da imagem urbana de edificados no Centro Histórico, nomeadamente devolutos e/ou degradados. “Requalificar o ambiente destes vazios ou chamar a atenção para eles é também um propósito programático”, justificou o presidente da Câmara. Neste âmbito estão previstas intervenções nas ruas Silva Gaio (ALMA), Serpa Pinto (BASIK) e dos Loureiros (Mário Belém). A intervenção mais simbólica no domínio da identidade vinhateira ligará Viseu e Nelas. Numa oferta “de amizade” de Viseu ao concelho vizinho, será criada uma imagem comunicante entre duas cubas de vinho do Dão. Separadas por 24 Km, duas velhas cubas vínicas – uma em Viseu, outra em Nelas – farão

“um elo” na região vinhateira, marcando uma identidade comum. “Esta criação testemunha um diálogo regional positivo e valoriza um percurso enoturístico que une Viseu à sua vizinhança, na paisagem vinhateira. Será um marco deste festival”, destacou Almeida Henriques. O Mercado 2 de Maio será o ‘meeting point’ do evento, onde se concentrará a instalação das provas de vinhos do Dão na “Entre Aduelas”, com dezenas de produtores representados, música e um restaurante residente. Este ano os sabores apresentam-se com a instalação de uma zona dedicada ao “street food”, no piso superior do Mercado, o que é uma novidade. O conceito “ready-to-eat”, a condizer com o street art, irá oferecer aos visitantes novos produtos, sem esquecer as iguarias da região. Destaque ainda para o grande concerto da banda portuguesa BEST YOUTH, a 21 de Maio. O palco será imperdível, no Largo Pintor Gata, com a parede pintada por “Mariana, a Miserável” na edição do Festival de Street Art de 2015 a servir de pano de fundo. Fernando Alvim fecha a noite, ainda no Largo Pintor Gata. O acompanhamento in loco das intervenções artísticas está também à disposição de todos os visitantes interessados, com bicicletas e “trikkes” disponíveis no Mercado 2 de Maio permitirão acompanhar as novas criações artísticas e os seus autores. O BiG é o patrocinador principal do evento, dando continuidade à sua aposta em associar-se à agenda de eventos enoturísticos de Viseu. O “Tons da Primavera” tem ainda como parceiros institucionais a Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão) e o Museu Nacional Grão Vasco. Dão também o seu apoio à programação a EDP Distribuição (com o concerto dos BEST YOUTH), a Galp Energia e a Litocar.


Semana Enogastronómica decorre até 8 de Maio

Vinhos e Sabores ‘à solta’ em Albufeira Decorre até 8 de Maio, Albufeira vai ser percorrida por vinhos e sabores, numa Semana Enogastronómica que inclui a VIII Mostra de Vinhos de Portugal, que decorrerá de 6 a 9 de Maio. A iniciativa é promovida pela Confraria Bacchus de Albufeira, em parceria com a Makro da Guia, e conta com alguns dos restaurantes mais carismáticos da cidade algarvia, que oferecerão uma ementa especial em que a gastronomia casa com o vinho, a um preço apetecível. Na abertura do evento, que teve início a 30 de Abril, marcaram presença o presidente e vice presidente da Bacchus, respectivamente Carlos Oliveira e Helena Dias, do presidente da Câmara de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, bem como a directora geral da Makro, Tânya Kopps, e o director da loja da Guia, Mário Campos, que brindaram ao sucesso de uma semana dedicada ao vinho e aos sabores. Os mais carismáticos restaurantes de Albufeira aceitaram o desafio, que serve também de aperitivo à VIII Mostra de Vinhos de Portugal, que decorrerá de 6 a 9 de Maio no Espaço Multiusos de Albufeira. Assim, e durante uma semana, os restaurantes seleccionados apresentam ementas especiais, que propõem uma fusão de sabores em harmonia com vinhos das várias regiões vitivinícolas patentes no certame. Os menus da semana Vinho & Sabores têm um custo único de 16 euros por pessoa, onde são servidos uma entrada, um prato principal e degustação de dois vinhos a copo, sendo a sobremesa facultativa.

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