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Director: José Luís Araújo
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N.º 276 | 15 de Agosto de 2016
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Preço 4,00 Euros
Cuca Roseta em Penalva
Almeida recria Invasões Francesas
Projeto recupera castas tradicionais nos Açores
REGENERA-SE. E depois?
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Sumário 04 IV Congresso Ibérico reúne especialistas no estudo e
20 Caminha recebe no final de Agosto a primeira festa vínica 22 Produtores de tomate estimam quebras de produção até 35% 23 Agricultores podem escolher período de referência para
gestão do lobo-ibérico
receber apoios comunitários
05 Agri Milk Show quer alavancar crescimento do sector
24 Produção de pêssego da Cova da Beira com atrasos e
leiteiro
quebras muito significativas
06 Agrival 2016 espera milhares de pessoais com cartaz de
26 Montalegre incentiva emigrantes a investir na terra para
luxo
ajudar a criar emprego
07 “Cerco de Almeida” recria época histórica das Invasões
28 Universidade de Vila Real está a salvar sementes de
Francesas
árvores em extinção
08 Feira do Vinho do Dão é um ponto alto das Festas de
29 Cooperativa defende plantação de medronheiros nas
Penalva do Castelo
áreas ardidas
11 FICTON anima Tondela durante 10 dias 12 Vinhos do Alentejo no Brasil para estabilizar quebra das exportações
13 Rede Europeia de Cidades do Vinho vai promover o Dia
30 Federação quer separar por distintas entidades conservação e florestas
32 Governo criou grupo de trabalho para fazer reforma da floresta
33 Num balanço de dez anos francamente negativo o país Europeu do Enoturismo 14 Nelas prepara XXV Feira do Vinho do Dão com novidades esquece factores de risco 35 Há muito a fazer na adaptação às alterações climáticas 16 Projeto de recuperação salva da extinção castas 36 AIRV e NERGA investem no potencial exportador das tradicionais nos Açores empresas da região 18 Vindouro – Festa Pombalina regressa de 2 a 4 de 38 Castro Daire prepara Festa das Colheitas Setembro
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De 27 a 30 de Outubro, em Castelo Branco
IV Congresso Ibérico reúne especialistas no estudo e gestão do lobo-ibérico A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco recebe, de 27 a 30 de Outubro, o IV Congresso Ibérico do Lobo, evento que tem como objectivo reunir especialistas envolvidos no estudo e na gestão do lobo-ibérico, de forma a dar a conhecer os resultados e os avanços mais recentes no estudo deste predador, bem como a sua situação populacional, as formas de conservação e medidas de resolução de conflitos. A organização deste Congresso é da responsabilidade do Grupo Lobo e conta com o apoio de entidades nacionais,
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como a: Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco; cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; CIBIO/ InBio – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos; e de entidades espanholas: Asociación Galega de Custodia do Territorio; A.RE.NA – Asesores en Recursos Naturales S.L.; ASCEL – Asociación para la conservación y estudio del lobo ibérico e SECEM Sociedad Española para la Conservación y Estudio de los Mamíferos.
Este Congresso insere-se no âmbito das acções do Projecto LIFE MED-WOLF - Boas Práticas para a Conservação do Lobo em Regiões Mediterrânicas (www. medwolf.eu), que tem como objectivo diminuir o conflito entre as actividades humanas e a presença do lobo, em regiões rurais onde os hábitos culturais de coexistência se perderam. O projecto MED-WOLF engloba organizações não-governamentais, portuguesas e italianas, ligadas ao ambiente e às práticas agrícolas, entidades estatais e centros de investigação.
Feira realiza-se em Novembro e quer agregar as potencialidades do sector
Agri Milk Show quer alavancar crescimento do sector leiteiro Enfrentar com sucesso a abertura global dos mercados e o fim das quotas leiteiras na União Europeia são dois dos principais desafios que fazem nascer, de 3 a 6 de Novembro, o Agri Milk Show – Feira Internacional do Agro-Negócio Leite e Alimentação. A Exponor, em Matosinhos, receberá assim um evento inovador, onde produtores, tecnologia, maquinaria, equipamento agrícola, investigação, biotecnologia e marcas se juntam num grande fórum de reflexão e galvanização do sector. Congressos, seminários, workshops e um concurso da raça Holstein-Frísia - a vaca leiteira por excelência -, marcarão o Agri Milk Show, uma injecção de confiança e motivação para o sector “para que acreditem no potencial que existe no país, acreditando no futuro e na sustentabilidade do sector. É preciso defender a capacidade instalada e o kow- how avançado existente”, sublinha Carlos Diogo Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Criadores de Raça Frísia, que
co-organiza esta feira com a Is International, empresa organizadora de eventos. “O leite é aposta nesta feira de nicho, que quer estar à altura da grandeza do sector em Portugal”, sintetiza o director do certame, Miguel Corais, da Is International, prometendo surpreender o mercado já nesta edição de estreia, na qual estarão presentes todos os agentes envolvidos na fileira, de modo a criar uma “plataforma de negócios e de conhecimento”. O objectivo primordial da feira, que pretende tornar-se numa das principais referências do sector, é fortalecer toda a cadeia produtiva e integrar-lhe também o produto final, associando-lhe para tal os factores qualidade, nutrição e saúde. A Agri Milk Show quer, ainda, ser um fórum de reforço da capacidade de exportação e internacionalização dos diversos operadores económicos ligados ao leite e ao agro-negócio, um sector que representa em Portugal mais de mil milhões de euros. O certame, cujo espaço está já co-
mercializado em mais de 50%, tem como um dos pontos altos o XXXVI Concurso Nacional da Raça Holstein-Frísia, a tradicional vaca preta e branca, também conhecida por “turina”, que é a principal produtora de leite. Paralelamente, a Agri Milk Show pretende também dar um contributo decisivo para alavancar o sector e para tal vai mobilizar produtores de todo o país, do Norte e Centro, do Alentejo e dos Açores, não esquecendo o interesse dos nossos vizinhos da Galiza e das Astúrias. “É cada vez mais importante integrar e ligar a produção, a indústria, a distribuição, as instituições e os organismos governamentais, numa força de cooperação que transmita pujança e perspectivas de futuro”, afirma Miguel Corais. A organização pretende ainda atrair a visita do público/consumidor final, pelo que programou demonstrações, provas, concursos e, ainda, um show cooking onde os principais ingredientes serão os produtos lácteos.
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De 19 a 28 de Agosto, em Penafiel
Agrival 2016 espera milhares de pessoais com cartaz de luxo O Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel vai receber, de 19 a 28 de Agosto, a XXXVII edição da Agrival, evento que, durante mais de uma semana, vai dar a conhecer o melhor que a região do Vale do Sousa tem para oferecer. O certame vai acolher cerca de 300 expositores ligados à produção agrícola, gado, maquinaria, agroindústria, sector automóvel, imobiliária, gastronomia, artesanato, serviços e novas tecnologias. A Agrival, que este ano tem um cartaz de luxo, recebe todos os anos milhares de visitantes que, para além da visita à exposição, têm a possibilidade de usufruírem de um vasto programa para todos os gostos e idades. Duckies, David Carreira, António Zambujo, HMB, Cuca Roseta, Agir, The Black Mamba, Richie Campbell e The Gift são os nomes que compõem o cartaz de espectáculos. Um dos maiores destaques da Agrival é a promoção dos produtos característicos da região, os quais marcam presença em quatro concursos. O concurso “Broa de Milho” e o concurso de “Pão de Ló” têm lugar a 23 de agosto, pelas 16 e 17 horas, respectivamente, e no dia 24, dia de S. Bartolomeu, às 10 horas, decorre o concurso de “Cebolas”. Já o concurso “Melão Casca de Carvalho” vai decorrer no dia 26, às 17 horas. Nota importante para o “Movimento Confrádico”, com as entronizações da Confraria do Melão Casca de Carvalho, no dia 26 de agosto, às 11 horas, e da Confraria do Presunto e da Cebola, no dia 27, às 10 horas, ambas na Igreja da Misericórdia. A estas irão juntar-se várias Confrarias convidadas de todo o País.
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Com um cartaz bastante diversificado, a Agrival volta a contar com espaços de debate sobre a agricultura. A 24 de Agosto, às 10,30 horas, tem lugar no auditório do Pavilhão de Feiras e Exposições, o colóquio “Alternativas para a produção de energia proveniente da agricultura e da floresta (up-running)”, organizado pela CONFAGRI. Já no dia 26, pelas 16 horas, realiza-se o Fórum Regional da Agricultura, organizado pela CooPenafiel – Cooperativa Agrícola de Penafiel. Durante o certame, os visitantes poderão degustar o melhor da gastrono-
mia nacional, desde a região de Trás-os-Montes até ao Algarve e provas de vinho verde das sub-regiões de Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e sub-região do Sousa. A XXXVII edição da Agrival encerra a 28 de Agosto, com várias realizações, como o “Passeio BTT Agrival/Decathlon”, pela manhã, o tradicional Desfile de Tractores com Alfaias Agrícolas, à tarde e ao início da noite o habitual Concurso de Miss Agrival/2016, seguindo-se às 23,59 horas, um espectáculo piromusical.
De 26 a 28 de Agosto
“Cerco de Almeida” recria época histórica das Invasões Francesas Destaque do programa: 25 de Agosto (quinta Feira) 9.00 – 13h - X Seminário Internacional - Fortificações e Fronteira, da Idade Média ao Abaluartado - CEAMA 26 de Agosto (sexta-feira) 9.30-17.00 – Seminário Internacional de Arquitetura Militar – CEAMA 14.00 – Içar das Bandeiras dos países participantes - Paços do Concelho 18.00 – 00.00 – Abertura do Mercado Oitocentista – Quartel das Esquadras – Largo da República – Jardim envolvente Ofícios de época (Tanoaria, Oleiro, Calígrafo, Falcoaria, Pedreiro, Lavagem da Lã, Cunhagem da Moeda, Peleiro e Moleiro) – Mercadores, Tabernas, Fazenda dos Animais, Casa do Copo e Casa do Traje. Vista-se à época e entre no espírito da época Oitocentista 18.30 – O heroísmo de Almeida/Contador de Histórias – Escadaria do Quartel das Esquadras 19.00 – Concerto – Património Musical na defesa das Fortificações. 22.30 – Baile Oitocentista – Paços do Concelho 23.30 – Música no Mercado Oitocentista com Galandum Galundaina 27 de Agosto (sábado)
9.30-13.30 – X Seminário Internacional - Fortificações e Fronteira, da Idade Média ao Abaluartado 14.30/00.00 - Mercado oitocentista - Quartel das Esquadras – Largo da República – Jardim envolvente – “Casa do Traje, vista-se à época e entre no Espírito da época Oitocentista 16.00 – Manobras de cavalaria 16.30 – Abertura do Acampamento Histórico com duelo de artilharia – Baluarte de S. Francisco 19h00 – Homenagem dos recriadores históricos ao Executivo Camarário, na pessoa do Prof. António Baptista Ribeiro, Presidente do Município, seguida do Arriar das Bandeiras - Paços do Concelho 21h00 – Festim popular – (Workshop de danças populares de oitocentos, venha dançar!) 22.30 – Desfile dos Recriadores até ao campo de batalha (início: Acampamento Histórico) 23.00 – Assalto à fortaleza e explosão do castelo – Batalha nocturna - Portas de Santo António 00.00 – Espectáculo Piromusical
28 de Agosto
(domingo) 9.30 – Marcha dos Recriadores até à ponte do Côa – Partida do Largo 25 de Abril 10.00 – 17.00 – Mercado Oitocentista – Quartel das Esquadras - Largo da República 11.00 – Combate do Côa – rememoração do combate de 24 de Julho de 1810, seguido de cerimónias de encerramento e do Arriar das bandeiras ao som dos Hinos dos países participantes – Ponte Velha (Vale de Côa) 17.00 – Evocação da lenda do Soldadinho – Quartel das Esquadras 18.00 – “Tu queres é revista” – Revista à portuguesa com To Zé Martinho
Durante três dias, de 26 a 28 de Agosto, a Vila de Almeida regressa ao início do Século XIX, com a recriação do “Cerco de Almeida”, ao tempo da III invasão francesa, que entrou em território nacional por aquela região. Este evento, que tem no rigor histórico um dos aspectos mais relevantes, atrai muitos milhares de visitantes àquela vila da raia. Esta reconstituição histórica transporta-nos para os acontecimentos passados em 1810 com a III Invasão francesa que abordou o território nacional por esta região, cuja posição constituía um obstáculo à sua progressão, pois a sua estrutura era capaz de suportar um cerco prolongado. O exército anglo-luso contava com o seu valor defensivo, pelo que a praça recebeu obras, reforços humanos e materiais para ganhar o tempo necessário para preparar as operações de defesa subsequentes, mas uma violentíssima explosão no seu paiol principal, a 26 de Agosto de 1810, levou à sua capitulação. A autarquia de Almeida pretende com esta recriação não só recuperar um momento histórico, mas também
atrair visitantes ao território e, ao mesmo tempo, promover o seu património através da sua animação histórica, que passa não só pela recriação do Cerco, mas pela realização de um mercado oitocentista, exposições, um seminário internacional, animação histórica, bem como um pacote de animação turístico-cultural único nesta região do interior. O Cerco de Almeida é um evento diferenciador, pois não existe mais nenhum evento anual oitocentista com a mesma qualidade e rigor histórico e com a presença de cerca de três centenas de recriadores de várias nacionalidades em representação das associações napoleónicas internacionais. O cenário particular de Almeida, com a sua fortaleza, permite transmitir ao público de uma maneira o mais realista possível a forma de combater dos exércitos aliados e napoleónicos e a sua vivência quotidiana. Para a criação deste cenário contribui de forma significativa a utilização de pólvora seca, através dos disparos de mosquetes e peças de artilharia (som explosivo e fumo) bem como os ataques de cavalaria, gritos e ordens de comando.
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De 25 a 28 de Agosto, em Penalva do Castelo
Feira do Vinho do DĂŁo ĂŠ um ponto alto das Festas do Concelho 8
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Penalva do Castelo vai estar em festa de 25 a 28 de Agosto, num programa que integra um cartaz de espectáculo de luxo, que tem em Cuca Roseta o nome mais sonante, mas onde a Feira do Vinho do Dão e o Mercado Rural serão os cabeças de cartaz. As festas, promovidas pela Câmara Municipal, apresentam um cartaz variado que, segundo revelou Francisco Carvalho à Gazeta Rural, procura atingir “todos os estilos e gostos musicais”. Para o autarca, as festas são “um momento de confraternização” dos penalvenses com quem os visita, nomeadamente os emigrantes que nesta altura do ano regressam para umas merecidas férias.
Gazeta Rural (GR): O que haverá de novo nas Festas do Concelho deste ano? Francisco Carvalho (FC): Diz-se que equipa que ganha não se mexe. As Festas do Concelho têm-se pautado por uma grande afluência de público. O programa do ano passado deixou as pessoas satisfeitas, pelo que este ano procurámos melhorar em termos de artistas. Em 2015 tivemos um cabeça de cartaz, enquanto este ano teremos três. Teremos, acredito, três grandes espectáculos que vão trazer muitos visitantes ao concelho, que dinamizam a nossa economia. Para além disso, a nossa aposta vai para a III Feira do Vinho do Dão de Penalva do Castelo. Estamos a promover um produto que é nosso, ao mesmo tempo que ajudamos os nossos agricultores e produtores engarrafadores, que ficaram satisfeitos e nos disseram que a devíamos manter. Neste âmbito, o Clube Castendo vai promover um passeio de carros clássicos, que vai trazer muita gente a Penalva e a esta actividade em particular. Naturalmente que espero, em primeiro lugar, que o tempo nos ajude e que o cartaz corresponda às expectativas dos penalvenses, mas também de quem nos visita, especialmente os nossos emigrantes que nesta altura passam aqui as suas férias. Serão quatro dias de diversão e muita animação.
GR: No cartaz houve a preocupação de oferecer vários géneros musicais para diferentes públicos? FC: Quando escolhemos um cartaz torna-se difícil agradar a todos. Todavia, tivemos a preocupação de ouvir colaboradores da autarquia, mas também outras pessoas do concelho, sobre os seus gostos musicais e, com isso, procurámos um cartaz que agrade a todos os estilos e gostos musicais dos penalvenses, dos mais novos aos mais idosos. Penso que todos terão um dia que sentem que lhes é dedicado. O objectivo é esse. GR: Juntamente com a Feira do Vinho vai realizar o Mercado Rural? FC: A Feira do Vinho e o Mercado Rural terão lugar na tarde do dia 28 de Agosto, no largo do Pelourinho. Pretendemos com estas iniciativas promover os nossos produtos endógenos, bem como mostrar também produtos em modo de produção biológica, que começam a ter alguma expressão no concelho. Estarão presentes as estufas de Real e Sangemil e alguns pequenos agricultores, onde os visitantes poderão adquirir produtos de excelente qualidade a bom preço. Neste Mercado Rural pretendemos também mostrar aos turistas espanhóis, que nos visitam em grande número e que ficam instalados no Hotel da Casa da Ínsua, o que de melhor se produz no nosso concelho. www.gazetarural.com
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Esperados cerca de 80 mil visitantes
FICTON anima Tondela durante 10 dias O pavilhão Municipal de Tondela e o espaço envolvente será o palco da XXIV edição da Feira Industrial e Comercial de Tondela (FICTON) que decorrerá de 9 a 18 de Setembro. O certame, promovido pela autarquia local, conta receber mais de 80 mil visitantes num espaço que terá cerca de 180 expositores. O certame conta, este ano, com mais dias do que habitual, justificado pela autarquia com o facto da FICTON “já não ser só uma festa do concelho de Tondela”, mas, “a par de dois ou três outros grandes eventos, ser uma dos maiores que se realiza na região Centro, que associa já uma dinâmica de turismo cultural, empresarial e na dimensão de festa associada”, afirmou o presidente da Câmara de Tondela.
José António Jesus estima que passem pelo certame entre 60 a 80 mil pessoas, admitindo que “o tempo será sempre uma condicionante muito forte”, referindo que os custos associados a este evento rondem os 220 mil euros. Este é um certame com um esforço financeiro considerável, mas a dimensão empresarial, social, cultural e económica leva-nos a assumir este desafio como forma de projectar o nosso território”, justificou o autarca. Os cerca de 180 expositores mostrarão o que de melhor o concelho tem, nas diversas vertentes, incluindo a parte gastronómica, com as tasquinhas, e o espaço “Ao Sabor”, que segundo José António Jesus “tem crescido e tem sido valorizado”. Neste espaço, para além de sessões de show
cooking, decorrerão provas de vinho. A FICTON aposta este ano num cartaz de espectáculos de luxo. À cabeça Tony Carreira, que actuará a 10 de Setembro. O mais caro artista português actua em Tondela numa parceria da autarquia com programa da Festa do Continente. No dia da abertura o palco estará entregue a António Zambujo, a que seguem Raquel Tavares, a 11, Olavo Bilac, a 15, Adriana Lua, a 16, e Expansive Soul, a 17. No último dia sobem ao palco a dupla Nuno Markl e Vasco Palmeirim, com o espectáculo ‘Top Génios’. “Optámos por ter um programa forte durante os fins-de-semana, enquanto os restantes dias serão mais temáticos, centrados em artistas locais”, referiu o presidente da Câmara de Tondela.
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Nos dias 08, 12, 15 e 20 de Setembro
Vinhos do Alentejo no Brasil para estabilizar quebra das exportações Cerca de 20 produtores do Alentejo promovem em Setembro os seus vinhos no Brasil, mercado que nos primeiros sete meses do ano representou quase cinco milhões de euros de vendas, com o objectivo de estabilizar a quebra das exportações. “Cerca de 20 produtores do Alentejo vão apresentar os seus vinhos nos dias 08, 12, 15 e 20 de Setembro, em mais uma edição das provas de vinho anuais no Brasil, desta vez nas cidades brasileiras de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Vitória e São Paulo”, segundo a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). “A estratégia de promoção dos Vinhos do Alentejo no Brasil passa por
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marcar presença frequente na imprensa brasileira” e nos “eventos marcantes” das principais cidades daquele país da América do Sul, disse fonte oficial da CVRA. “As metas dos Vinhos do Alentejo passam pela estabilização do decréscimo que se tem notado no início de 2016. Não gostaríamos de terminar o ano com uma descida superior a 25%, tendo como expetativa um pequeno aumento das exportações no segundo semestre”, adiantou. As exportações de vinho da região alentejana para o Brasil (mercado que tem um peso de 25% nas vendas totais ao exterior) caíram 27% nos primeiros seis meses em volume, nomeadamente por duas razões.
Actividades e eventos pela Europa
Rede Europeia de Cidades do Vinho vai promover o Dia Europeu do Enoturismo A Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN) vai comemorar a 13 de Novembro o Dia Europeu do Enoturismo com um conjunto de iniciativas e eventos nas cidades membros da rede. Desta forma pretende-se promover o turismo do vinho na Europa, as rotas e os diversos territórios vinhateiros. O Dia Europeu do Enoturismo divulga a cultura, o património e as tradições das cidades parceiras da RECEVIN, os produtores de vinho e os seus enoturismos, valorizando, desta forma, os territórios produtores de vinho. Esta iniciativa reflecte o espírito da RECEVIN, procurando um tra-
balho em rede de forma articulada, em que todos beneficiarão desta acção conjunta. Todos os anos aumenta o número de territórios que aderem ao Dia Europeu do Enoturismo. Nesta edição pretende-se que os organizadores das actividades destaquem o consumo moderado de vinho, em cooperação com o programa da Wine in Moderation, associação sem fins lucrativos fundada em 2011 pelo sector vitivinícola europeu que tem como objectivo garantir padrões de consumo de vinho responsável e moderado como norma social e cultural. O Dia Europeu do Enoturismo foi insti-
tuído em 2009 pela RECEVIN e celebra-se anualmente no segundo domingo de Novembro com programas próprios em cada cidade, apresentando conferências, concertos, visitas a adegas e passeios pelas vinhas, provas de vinho e enogastronómicas, exposições, entre muitas outras iniciativas. A RECEVIN tem o apoio das Associações Nacionais de Cidades do Vinho e de várias cidades associadas (Alemanha, Áustria, Bulgária, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Portugal e Sérvia), que se traduzem na força de 700 cidades de toda a Europa. www.gazetarural.com
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Apresentação oficial decorreu na Vinícola de Nelas
Nelas prepara XXV Feira do Vinho do Dão com novidades
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Nelas prepara a edição comemorativa dos 25 anos da Feira do Vinho do Dão, que vai decorrer de 2 a 4 de Setembro. A Vinícola de Nelas foi o palco da apresentação oficial, num espaço pleno de história, tradição e identidade vinhateira, onde foi feito o enquadramento do programa para esta edição e dadas a conhecer algumas das novidades para este ano. O lançamento do Livro Comemorativo dos 25 Anos “O Tempo Certo do Vinho”, a iniciativa gastronómica “Mesa 25”, o prémio para o Melhor Stand da Feira do Vinho e as celebrações conjuntas dos 25 anos da Quinta do Cabriz e da Confraria dos Enófilos do Dão são alguns dos pontos altos que marcam a Bodas de Prata deste certame. Na ocasião o presidente da Câmara de Nelas enalteceu o esforço de todas as entidades envolvidas que têm solidificado e elevado, ao longo de 25 anos, a qualidade deste evento de referência no panorama do enoturismo nacional. José Borges da Silva reforçou, ainda, a importância da Feira do Vinho do Dão no desenvolvimento económico, turístico e gastronómico local, reforçando o visível crescimento do sector vitivinícola que vai muito para além dos limites do Concelho, promovendo durante três dias dias toda a região do Dão. Uma das novidades este ano é o hino oficial do certame. António Leal, presidente da Associação Cultural “ContraCanto” e produtor do hino “Em Nelas Somos Dão” e encenador responsável
pela concepção artística do musical “As Músicas que os Vinhos Dão – Grande Gala dos 25 Anos”, destacou o trabalho que tem sido desenvolvido para a Feira do Vinho do Dão desde 2014 em várias vertentes artísticas, desde a dança ao canto, espectáculo que tem contado com a participação de valores conceituados do panorama cultural nacional, como Vítor de Sousa, em 2015, e Anabela, conhecida cantora e actriz de teatro musical português que marca presença nesta edição. António Leal referiu, ainda, que o espectáculo que animará as noites da XXV Feira do Vinho do Dão está intimamente ligado ao vinho e a toda a região e que está a ser preparado para todas as gentes do Dão, com a certeza de que o resultado final será novamente muito positivo, como foi visível nas edições anteriores perante uma audiência de milhares de pessoas. Presente na cerimónia, em representação da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, António Mendes felicitou a Câmara de Nelas pela qualidade da organização, destacando todo o apoio da CVR Dão a este evento que coloca a região e o vinho do Dão em destaque por mérito dos produtores e da autarquia.
Confraria de Enófilos do Dão festeja bodas de prata Também a Confraria de Enófilos do Dão festeja este ano os seus 25 anos e, por isso, estão preparadas celebrações
conjuntas. Carlos Silva, Grão-Mestre desta Confraria, revelou algumas das iniciativas que assinalam este duplo aniversário, como o Encontro de Confrarias Báquicas e Gastronómicas na Feira do Vinho do Dão, com a presença de confrades de todas as regiões, cujos padrinhos serão o Chef Hélio Loureiro e Mário Louro, especialista sobre o mercado vitivinícola, bem como a homenagem ao Confrade João Barbosa Monteiro.
“Mesa 25” mostra receitas com 25 vinhos Do vasto programa de actividades da Feira do Vinho do Dão, esta edição conta com mais um animado encontro gastronómico com os Vinhos do Dão. Na sequência das duas provas realizadas na Garage Wines, de Matosinhos, e na Garrafeira Nacional, de Lisboa, o Chef Diogo Rocha, que reforçou o crescimento gastronómico que tem decorrido ao longos dos últimos na Feira do Vinho, promove a iniciativa “Mesa 25”, uma prova gastronómica diferente com origem em 25 vinhos seleccionados por Luís Lopes, director e jornalista da Revista de Vinhos, em que cada um dos vinhos dará origem a uma receita original e deliciosa. A apresentação da Feira do Vinho do Dão terminou com um brinde colectivo aos 25 anos de sucesso da Feira do Vinho do Dão. O convite está feito para uma visita a Nelas de 2 a 4 de Setembro. www.gazetarural.com
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Anunciou o secretário regional da Agricultura
Laboratório de Enologia dos Açores já pode analisar vinhos para certificação Os vinhos produzidos nos Açores já podem ser analisados no Laboratório Regional de Enologia para certificação, anunciou o secretário regional da Agricultura, destacando os “ganhos de custo e de proximidade para os vitivinicultores açorianos” da medida. “Além da mais-valia de ser um reconhecimento internacional da sua competência técnica, vai permitir que os vinhos produzidos no arquipélago e que se candidatarem a certificação através da Comissão Vitivinícola Regional sejam analisados na região, mais precisamente neste laboratório”, disse Neto Viveiros, na cerimónia de acreditação do laboratório, na Madalena, ilha do Pico, cuja paisagem da cultura da vinha é Património Mundial. Sobre o laboratório, inaugurado em 2011 após um investimento de 1,2 milhões de euros e que disponibiliza apoios aos viticultores dos Açores em todo o ciclo de produção, Neto Viveiros referiu que registou um aumento em 247% do número de amostras recepcionadas anualmente, tendo passado de 1.375 naquele ano para 3.395 o ano passado. No discurso, o secretário regional da Agricultura e Ambiente referiu, também, a evolução da cultura da vinha no arquipélago, onde, no século XVII, ocupava cerca de 16 mil hectares, correspondendo então a 10,5% da superfície agrícola útil dos Açores, para no final do século XX se situar nos 3.000 hectares, equivalentes apenas a 2,5% daquela superfície. “Esta diminuição teve origem conhecida em factores como a substituição de castas nobres por híbridos de produtores directos, devido ao aparecimento da filoxera e do oídio, doenças que também motivaram o abandono gradual das terras dedicadas à produção de uva”, apontou, destacando, depois, iniciativas do executivo açoriano para relançar a cultura do vinho, como a criação de três zonas demarcadas – Pico, Biscoitos
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(Terceira) e Graciosa -, a criação da Indicação Geográfica Protegida, a constituição da Comissão Vitivinícola Regional e o direccionamento de ajudas ao rendimento. Para Neto Viveiros, os Açores estão a conseguir “inverter a tendência do abandono da cultura e da paisagem tradicional”, assinalando que se vê cada vez mais jovens a iniciar a sua actividade como produtores, “promovendo a diversidade e o aumento da qualidade dos vinhos, muitos já reconhecidos nacional e internacionalmente”. Segundo o governante, actualmente está em restruturação nos Açores “uma área de vinha de mais de 326 hectares, quando, entre 2009-2013, apenas fo-
ram reestruturados 34,05 hectares”. O secretário regional da Agricultura e Ambiente adiantou que o executivo açoriano quer continuar a aposta na dinamização do vinho e da sua cultura, que “passa também por promover o enoturismo na região”. A este propósito, Neto Viveiros informou que a Assembleia das Regiões Europeias Vitícolas, de que faz parte o arquipélago, está a estudar a criação de uma marca enoturística para ser utilizada pelos seus membros. “O objectivo é criar uma marca não comercial que identifique e promova o produto, por exemplo ‘Vinhas da Europa’, permitindo, assim, uma diferenciação relativamente a outros territórios”, acrescentou.
Criados campos de experimentação em três das nove ilhas do arquipélago.
Projecto de recuperação salva da extinção castas tradicionais nos Açores O Governo Regional dos Açores tem em curso um projecto de recuperação de castas tradicionais de uvas, que estavam em risco de extinção, tendo criado campos de experimentação em três das nove ilhas do arquipélago. Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico são as três castas açorianas que há dez anos estão a ser alvo de estudos e análises, com o intuito de preservá-las e melhorar o recurso genético, de modo a aumentar também a produtividade dos vitivinicultores. “Foi decidido criar campos de experimentação destas castas, não só para ver o seu comportamento, mas também seleccionar os melhores clones, que são as videiras que dão origem a material vegetativo, para ceder no futuro a agricultores”, afirmou o director regional da Agricultura, Fernando Moniz Sousa. Actualmente há campos de experimentação nas ilhas de São Miguel, Pico e Graciosa, que ocupam uma área total de um hectare de terreno. O trabalho de campo ao longo do ano envolve, essencialmente, quadros da Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente e um enólogo externo. O projecto, que só vai até à fase de
produção das uvas, foi iniciado há dez anos e passou já para uma segunda etapa, com a criação de campos de multiplicação dos melhores exemplares das castas tradicionais produzidas nos campos de experimentação. Fernando Moniz Sousa adiantou que só no último ano foram cedidos gratuitamente aos vitivinicultores cerca de dez mil “garfos”, permitindo que a vinha e o vinho nos Açores “ganhe uma nova pujança”. “No século XVII havia 16 mil hectares de vinha nos Açores. No final do século XX apenas havia três mil. Foi um sector que as pessoas foram abandonando”, disse o director regional da Agricultora, destacando que nos últimos anos o sector tem alcançado “novo ânimo”, rejuvenesceu e qualificou-se. Além de São Miguel, Terceira, Graciosa e Pico, ilhas tradicionalmente associadas à produção de vinho nos Açores, Fernando Moniz Sousa revelou que “há outras que começam agora a despertar para o sector”, como é o caso do Faial. “Os vinhos dos Açores sempre foram bons. Se calhar, faltava-lhes, à altura,
um pouco de promoção. Os licorosos tinham alguma fama, mas os brancos não tinham essa projecção. Actualmente, felizmente, existem operadores económicos que estão a trabalhar nessa divulgação e estão a levar o nosso vinho além-fronteiras”, afirmou o director regional. Fernando Moniz Sousa destacou, ainda, o facto de cada vez mais conhecedores de vinho elogiarem a produção açoriana pelas suas “características únicas ao nível do paladar”, acrescentando que está em curso uma verdadeira “redescoberta do vinho branco dos Açores”. O presidente do Governo Regional anunciou em Junho, na ilha Graciosa, que estão em recuperação nos Açores mais de 326 hectares de vinha, um crescimento de área que resulta da estratégia de potenciar o sector vitivinícola, prevista na Agenda Açoriana para Criação de Emprego e Competitividade Empresarial. Na ocasião, Vasco Cordeiro disse que, entre 2009 e 2013, foram recuperados cerca de dez por cento.
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S. João Pesqueira detém a maior área de vinha classificada
Vindouro – Festa Pombalina regressa de 2 a 4 de Setembro Produtores de vinhos DOC Douro e Porto, lagaradas tradicionais, jantar e desfile pombalinos, show cooking Rui Paula e concerto de Paulo de Carvalho são pontos altos de um certame que é uma organização da Câmara de João da Pesqueira, com produção da EV – Essência do Vinho, Beira Douro e Cryseia. A grande celebração anual do Douro está de regresso no primeiro fim-de-semana de Setembro. A Vindouro – Festa Pombalina estará de volta, de 2 a 4 de Setembro, a São João da Pesqueira, concelho que possui a maior área de vinha classificada como Património da Humanidade. E não faltam excelentes pretextos de visita. Desde logo, a presença de produtores de vinhos DOC Douro e do Porto, que no Museu do Vinho de São João da Pesqueira apresentam novidades e rótulos de referência. E para assinalar mais uma vindima, à melhor tradição da região serão novamente realizadas lagaradas tradicionais, para as quais contribuem os produtores representados no evento. O programa contempla ainda a realização de conversas sobre vinhos, conduzidas por especialistas. O chefe de cozinha que colocou o Douro no mapa gastronómico contemporâneo será o protagonista de outra novidade da programação, um show cooking, que será realizado no sábado. Rui Paula e equipa, já no primeiro dia, assinam o “Jantar Pombalino”. Aliás, a figura tutelar do Marquês de Pombal estará novamente bem representada na Vindouro. O mercado e o desfile pombalinos continuam a ser pontos fortes do cartaz, que no capítulo musical combina nomes consagrados e novos talentos. Paulo de Carvalho e a Banda Índice atuam no sábado, 3 de Setembro. Na noite anterior, os US7 inauguram o palco, que logo a seguir contará a participação de Patrícia Teixeira, a jovem que recentemente o país passou a conhecer através do concurso televisivo “The Voice Portugal”. 18
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Sobejamente conhecida como destino de excelência
Caminha recebe no final de Agosto a primeira festa vínica No próximo dia 27 de Agosto, sábado, das 18 às 23 horas, o jardim do Design & Wine Hotel, em Caminha, vai encher-se de apreciadores de vinhos e das coisas boas da vida, para a primeira edição da Caminha Wine Party, festa vínica organizada pela revista Paixão pelo Vinho. O evento vai reunir produtores de vinhos e muitas propostas, portuguesas e algumas estrangeiras. Serão várias as regiões representadas, com destaque para Vinho Verde, Douro, Dão, Bairrada e Alentejo, por exemplo. No decorrer do evento serão realizadas, no anfiteatro do Design & Wine Hotel, provas especiais e workshops temáticos, de acesso livre e que prometem ser experiências sensoriais únicas. A Caminha Wine Party será, também, a oportunidade perfeita para degustar petiscos portugueses e tapas. Encontrar as harmonizações perfeitas será o desafio. Em ambiente de festa, com música, um pôr-do-sol que se espera fabuloso, prova de vinhos, espumantes e champanhes, harmonizadas com iguarias gastronómicas de Portugal e Espanha, actividades paralelas no anfiteatro, muitos brindes e muitas selfies a colorir as redes sociais... Assim será o fim de tarde e noite de todos quantos se juntem à festa no dia 27 de agosto, no Design & Wine Hotel. A entrada na Caminha Wine Party tem um custo de cinco euros, com oferta de copo de prova. As actividades paralelas, provas especiais, masterclass e workshops têm acesso livre e gratuito. Tudo estará perfeito para celebrar a vida, a amizade, a partilha e, claro, fazer muitos brindes!
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Passatempo decorre de Agosto a Novembro
Quinta de Cabriz leva Chef Henrique Ferreira até à cozinha dos vencedores A Quinta de Cabriz, do Grupo Global Wines, promove de Agosto a Novembro o passatempo “Cabriz Faz a Festa – Levamos o Chef a tua Casa”, que promete levar o Chef Henrique Ferreira até à cozinha dos vencedores da iniciativa e que confecionará um menu de degustação exclusivo, harmonizado com os vinhos da marca, na casa dos vencedores do passatempo. Quem pretende concorrer a este passatempo terá de adquirir uma ou mais unidades de vinhos daquela produtora da região do Dão, durante os meses em que
decorre o passatempo, e partilhar uma imagem original com a garrafa na sua conta pessoal de Instagram ou no perfil de Facebook da marca. Durante aquele período será encontrado um vencedor por cada mês, que será contactado pelos responsáveis da marca para a fase seguinte. O vencedor poderá ficar a conhecer os menus disponíveis e fazer a sua escolha, sendo que da “carta” do Chef Henrique Ferreira constam sempre serviços com entrada, prato principal, sobremesa e bebidas.
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Devidos às chuvas de Maio e a redução do preço
Produtores de tomate estimam quebras de produção até 35% As chuvas de Maio e a redução do preço do tomate na indústria estão a preocupar os produtores, que estimam quebras de produção entre os 20 e os 35%. Gonçalo Escudeiro, dirigente da Torriba, organização de produtores de hortofrutícolas, afirmou que as “más condições climatéricas” que se registaram durante o mês de Maio atrasaram em 15 dias o início da campanha do tomate (iniciou-se na segunda-feira), situação que está a deixar os produtores desta fruta “muito preocupados”. “Tivemos chuvas que nos fizeram 22
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atrasar a campanha e dificultaram e muito a nossa actividade. Os produtores estimam quebras de produção entre os 20 e os 35%. Uma quebra muito significativa”, apontou. O responsável referiu que para “minimizar” os estragos causados pela chuva os produtores tiveram de levar a cabo investimentos “significativos”, que fizeram subir os custos de produção “no mínimo em 10%”. “A juntar a isto verificou-se uma redução do preço na indústria entre 5% e os 6%. Face a isto, os produtores iniciam esta campanha numa situação
muito difícil e fragilizada”, apontou. Nesse sentido, Gonçalo Escudeiro defendeu a necessidade de existir tanto do lado da indústria do sector como do Governo uma maior atenção aos problemas dos produtores. “Ainda há pouco tempo o Ministério da Agricultura penalizou os produtores com uma redução dos valores que atribuíam nos prémios do seguro. Isso implica um aumento de 11% no custo do seguro”, lamentou. A campanha do tomate iniciou-se no dia 01 de agosto e vai prolongar-se até ao dia 15 de Outubro.
Prazo limite de pagamento é 30 de Setembro de 2017.
Agricultores podem escolher período
de referência para receber apoios comunitários Os agricultores podem escolher qual o período de referência no qual pretendem receber os apoios comunitários, nomeadamente, para o sector do leite, cujo prazo limite de pagamento é 30 de Setembro de 2017. “O objectivo é ajudar os produtores em dificuldades. As propostas terão de ser apresentadas em Bruxelas até ao dia 25 de Agosto e os agricultores vão escolher quais os períodos de referência em que pretendem receber os apoios”, afirmou Capoulas Santos. O ministro da Agricultura reuniu-se com o Gabinete de Crise para os Sectores do Leite e da Carne de Suínos, para uma análise conjunta dos apoios comunitários disponíveis para o sector e debater a sua aplicação. No final do encontro, o presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal (Confagri), Manuel dos Santos Gomes, disse que “todos os apoios que possam vir são bem-vindos”.
Já a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), pela voz de João Dinis, considerou que “este apoio tem prós e contras: do ponto de vista individual a ajuda é bem-vinda, mas do ponto de vista do sector é prejudicial, na medida em que implica uma redução da produção nacional de leite e derivados”. No passado dia 18 de Julho, Bruxelas apresentou uma proposta de 500 milhões de euros, dos quais 350 milhões eram repartidos pelos 28 Estados-membros, cabendo a Portugal quase quatro milhões. Os beneficiários da medida são os agricultores. Caso estes não sejam beneficiários directos (via organização de produtores ou cooperativa), é necessário garantir que a ajuda chega ao agricultor. O prazo limite de pagamento é o dia 30 de Outubro de 2017. No entanto, os pagamentos podem iniciar-se a 16 de Outubro deste ano, antes da notificação formal das opções nacionais à Comissão Europeia, desde que os estados-mem-
bros garantam o cumprimento de todas as disposições a nível interno. Os restantes 150 milhões destinam-se a “estimular e compensar aqueles que contribuem para a redução da produção e cujas regras de aplicação irão ser definidas, no plano técnico, nas próximas semanas”. Aos 3.988.059 euros que Portugal vai receber de Bruxelas, o ministro adiantou que o Governo irá acrescentar “cerca de outros sete milhões” que resultam de poupanças “na gestão do primeiro pilar da Política Agrícola Comum”. A verba deverá estar disponível em Outubro, salientou. O pacote de ajuda ao sector do leite prevê também que os esquemas de armazenamento de leite em pó desnatado sejam prolongados até final de Fevereiro de 2017. Os Estados-membros poderão ainda antecipar em 70% os pagamentos directos aos agricultores, a partir de 16 de Outubro, e em 85% os do desenvolvimento rural. www.gazetarural.com
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Perdas variam entre os 30 e os 60%
Produção de pêssego da Cova da Beira com atrasos e quebras muito significativas A produção de pêssego na Cova da Beira está a registar quebras significativas que podem variar entre os 30 a 60%, dependendo das variedades, disseram os representantes das duas principais organizações de produtores na região. A situação está relacionada com as más condições climatéricas que se registaram no período da floração, designadamente com a chuva, que impediu o normal desenvolvimento do fruto. “Este ano é verdadeiramente atípico, temos as variedades mais precoces com perdas a rondar os 60 a 70% e as mais tardias com uma quebra na ordem do 30 a 40%, o que naturalmente é uma situação muito complicada para todos os produtores”, disse Isabel Vaz, da Sociedade Agrícola Quinta dos Lamaçais, organização que congrega 23 produtores. No último ano, a Quinta dos Lamaçais trabalhou com cerca de mil toneladas de
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pêssego e nectarina, mas para este ano Isabel Vaz nem sequer adianta estimativas e lembra ainda que, além das quebras, na produção que não foi afectada, está a registar-se um atraso de cerca de duas semanas. Dados que são confirmados pelo responsável comercial da Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira, entidade que representa cerca de 30 produtores e que no ano passado também recebeu cerca de mil toneladas de pêssego e nectarina. Para este ano, as expectativas são bastante mais modestas: “Olhando para aquilo que são os pomares dos nossos associados, podemos dizer que a quebra rondará os 60 a 70%, isto sem querer ser pessimista”, afirmou Pedro Catalão. Este responsável também mantém a esperança que nas variedades mais tardias se consiga alguma recuperação, mas
assume que é “impensável” conseguir chegar à média diária registada em 2015, ou seja, cerca de 20 a 30 paletes de 500 quilos. “Se conseguirmos chegar às 12, 13 ou 14 já será muito bom”, acrescentou, explicando que o quilo do pêssego ao consumidor final e de acordo com a qualidade e diferentes calibres está a ser vendido entre os 0,80 cêntimos e o 1,30 euros, o que representa um aumento de cerca de 20 a 30 cêntimos e que “está longe de fazer face aos prejuízos registados”. De acordo com os dados do INE, compilados no “+ pêssego - Guia Prático de Produção”, a Beira Interior é a principal zona produtora de pêssego em Portugal, representando cerca de 49,2% da produção nacional, estando essencialmente concentrada nos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte, no distrito de Castelo Branco.
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Em áreas como o alojamento turístico ou a pecuária
Montalegre incentiva emigrantes
a investir na terra para ajudar a criar emprego A Câmara de Montalegre está a incentivar os emigrantes a investirem no concelho, em áreas como o alojamento turístico ou a pecuária, para ajudar a emprego e travar o despovoamento deste território. Nos meses de Julho e Agosto, a população deste concelho do distrito de Vila Real triplica com a chegada dos emigrantes. Para aproveitar este regresso à terra, a Câmara de Montalegre promoveu uma reunião para dar a conhecer os canais proporcionados pela autarquia para ajudar a concretizar investimento. “Até hoje ninguém olhou para os emigrantes como uma oportunidade de transformar o nosso território e eles são, de facto, grandes potenciais porque ainda gostam da terra e têm grande capacidade de investimento”, afirmou o vice-presidente do município, David Teixeira. A autarquia quer ainda definir uma estratégia conjunta para gerar emprego no concelho, aproveitando o conhecimento e a experiência dos emigrantes nos países onde vivem e trabalham. O município disponibiliza um gabinete 26
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técnico para ajudar a “tratar de toda a burocracia” e, por exemplo, na reconstrução de casas velhas para alojamento turístico, concede isenção de taxas e disponibiliza técnicos que ajudam nesse processo de reconstrução. E quem quiser recuperar habitações inseridas nas áreas de reabilitação urbana (ARU), classificadas recentemente pela autarquia, pode usufruir também de “importantes benefícios”. No sector pecuário, a câmara atribui ainda apoio, como por exemplo à sanidade animal. A estratégia passa também pela afirmação do “cluster do presunto e do salpicão”, já que o fumeiro é uma importante fonte de receita do concelho, e pela criação de um “banco de casas e de terrenos”, que fará a ligação entre quem quer vender e quem quer investir. “Contamos com os nossos emigrantes para desenhar o futuro. É obrigatório fazer algo diferente e com coragem”, salientou David Teixeira. Montalegre continua a ser um concelho de emigração. Muitos dos que partem são agora licenciados e seguem viagem
para países como o Luxemburgo, Suíça, Bélgica, Franca e Inglaterra. O autarca deu como exemplo os oito enfermeiros que partiram recentemente porque não encontraram emprego na região e que eram voluntários na corporação de bombeiros de Montalegre. David Teixeira disse que é preciso que o concelho “se volte a povoar e se consiga regenerar” para que “mais ninguém precise de sair para ter condições de vida”. Uma outra janela de oportunidade que se quer aproveitar é o “clima de insegurança” que se vive em países como a França, depois dos ataques terroristas. “Os emigrantes e até os franceses procuram um destino para fazer as suas reformas em segurança e qualidade de vida e nós queremos que Montalegre seja esse destino”, afirmou. Acrescentou ainda que “não se faz mais desenvolvimento a olhar para o paralelo nem para o rio que passa”. “É preciso transformar estas mais-valias de segurança, de paisagem e de qualidade ambiental em dinâmica e em negócio”, sustentou.
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Já plantou 300 mil espécies autóctones
Universidade de Vila Real está a salvar sementes de árvores em extinção A Universidade de Vila Real está a salvar sementes de árvores que estão em extinção e já plantou 300 mil espécies autóctones para ajudar a garantir o futuro da floresta em Portugal. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) disse, em comunicado, que a floresta corre “grandes perigos” e “há espécies autóctones em vias de extinção”. A academia transmontana associou-se a várias entidades para ajudar a recuperar e proteger as sementes de muitas dessas espécies com o objectivo de “assegurar a sua salvaguarda e a possibilidade de reflorestação dos territórios no futuro”. Esta “forte aposta” no estudo das sementes visa recuperar espécies em extinção, protege-las e garantir a qualidade das sementes, um “importante aspecto” a ter em conta em qualquer programa de arborização. João Fidalgo Carvalho, docente e investigador do Departamento Florestal, vê com preocupação a “degradação do território e a consequente destruição da floresta autóctone, em grande parte pela mão do homem” e considerou que o “flagelo dos incêndios é apenas uma das faces visíveis do fenómeno”. “Se a sociedade hoje não desperta para este grave problema tempos virão em que perceberá que, sem a biodiversidade activa, estará em causa a qualidade de vida nos territórios”, alertou o especialista. O investigador defendeu que, neste contexto, “assume importância crucial a preservação da floresta autóctone, em especial as espécies folhosas” e porque se trata de espécies relevantes “a nível ambiental, ecológico e económico”. Das 60 espécies autóctones estudadas pela UTAD, há 10 espécies hoje muito raras e quatro já praticamente extintas. “Do mostajeiro, uma espécie outrora muito usada para madeira e artesanato e cujo fruto as populações aproveitavam para uma excelente compota, já só conheço duas árvores, uma nas Beiras e outra em Trás-os-Montes”, exemplificou João Fidalgo Carvalho. Segundo explicou, “contrariamente ao que sucede com as espécies introduzidas, as autóctones adaptam-se melhor às condições climáticas locais, resistem melhor às pragas e doenças e, inclusive, contribuem para a mitigação das alterações climáticas.” João Fidalgo Carvalho é um dos responsáveis, juntamente com os seus estudantes, pela plantação de 300 mil árvores nos últimos anos. “Infelizmente na geração actual ainda há muita gente que negligencia a floresta e olha as árvores como algo descartável na natureza, mas temos de manter a esperança de que outras gerações virão e perceberão como a floresta é fundamental para a sobrevivência da humanidade”, salientou. Daí que, na sua opinião, “proteger os recursos genéticos e promover a arborização de espécies autóctones, seja também uma forma de proteger o futuro.” 28
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Presidida pelo biólogo Carlos Fonseca
Cooperativa defende plantação de medronheiros nas áreas ardidas A Cooperativa Portuguesa do Medronho (CPM), com sede em Proença-a-Nova, defende o cultivo do medronheiro e de outras espécies autóctones nos espaços florestais destruídos pelos incêndios. “O medronheiro surge com uma das espécies mediterrânicas mais bem adaptadas ao nosso clima e aos nossos solos”, disse o biólogo Carlos Fonseca, presidente da direcção da CPM. Nas áreas ardidas, o medronheiro (Arbutus unedo) “é das primeiras espécies nativas que se regenera, protegendo também desta forma o solo”, acrescentou. “Enquanto espécie nativa mediterrânica, é uma das plantas mais bem adaptadas ao fenómeno dos incêndios, a par do sobreiro e de alguns carvalhos, além de ser uma planta rústica, que tanto tolera a falta de água como o frio”, afirmou, frisando que a sua existência em Portugal, há milhões de anos, “permitiu uma coevolução num ecossistema em que os fogos naturais são uma realidade”. À passagem do fogo, “o medronheiro é geralmente uma das espécies que mais rapidamente recupera e regenera, rebentado desde a base do tronco ou da raiz e contribuindo para a protecção e reabilitação do solo”, segundo Carlos Fonseca, professor da Universidade de Aveiro. “O fomento de espécies como o medronheiro, em consociação ou não com outras espécies arbóreas e arbustivas, representa um positivo contributo para a sustentabilidade ecológica e ambiental dos ecossistemas mediterrânicos e para a valorização económica dos nossos territórios e funciona, sem dúvida, como uma solução contracorrente nos tempos pós-incêndios que se avizinham”, preconizou. Face à calamidade dos incêndios florestais, que “invade ciclicamente o país de norte a sul”, são cada vez mais “as vozes que evidenciam a necessidade urgente de melhor e mais eficaz ordenamento e gestão florestais”, ajudando à prevenção dos fogos. “Anualmente, são milhares os
hectares de floresta e matos destruídos no nosso país pelos incêndios, tornando mais pobres os solos, a paisagem, a biodiversidade e parte das pessoas que vivem nos territórios ardidos”, sublinhou o presidente da Cooperativa Portuguesa do Medronho. Ano após ano, as estatísticas “demonstram que é nas regiões de minifúndio que ocorrem mais ignições e onde os incêndios são maiores” em termos de área queimada. “Também as espécies de rápido crescimento, quase todas exóticas, são as mais devastadas pelos incêndios, enquanto as espécies nativas, arbustivas e arbóreas são as menos afectadas”, sublinhou. Defendendo que importa “entender o que irá acontecer no pós-incêndios”, o biólogo disse que Portugal “apresenta fundamentalmente dois padrões em termos de dimensão da propriedade rústica”: o latifúndio, associado a parte da Beira Baixa, Ribatejo e Alentejo, e o minifúndio, que predomina no resto do país. “Mais recentemente, o medronheiro tem vindo a ser encarado pelos proprietários rurais de várias regiões do país, com especial destaque para o Centro e o Algarve, como uma mais-valia económica à qual se associa um elevado valor ecológico e ambiental”, enfatizou. As plantações de medronheiro, com diferentes áreas, “funcionam como autênticos mosaicos de fragmentação de manchas florestais contínuas, contribuindo por si só para a descontinuidade florestal” e para a prevenção dos fogos. “O medronheiro é uma das espécies arbustivas que actualmente apresenta um maior potencial económico, principalmente devido às múltiplas utilizações do seu fruto”, disse. Carlos Fonseca enumerou a importância do medronho na produção de bebidas e derivados, o consumo como fruto fresco ou sumo, além da sua aplicação em iogurtes, compotas, pastelaria, cosmética, medicina e nutricionismo, entre outras utilizações. www.gazetarural.com
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Defendendo o “regresso” do guarda-florestal
Federação quer separar por distintas entidades conservação e florestas Os trabalhadores em funções públicas defenderam a extinção do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), criando entidades distintas para estas áreas, e o regresso da carreira de guarda-florestal, criticando a destruição de serviços no sector. A propósito dos incêndios que têm destruído tanto floresta como casas e causado mortes, em vários pontos do país, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais insiste na aposta na prevenção. Para obter uma prevenção efectiva, salientam os sindicatos, é necessário reconstruir e dar operacionalidade aos serviços florestais públicos, “alvo de um processo de destruição”, nas últimas duas décadas, “a pretexto da necessidade da contenção de despesas públicas”, dando-lhes um estatuto de referência e de autoridade na defesa da floresta. “Continuamos a defender a separação
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dos serviços florestais dos serviços de conservação da natureza, uma fusão que só serviu para desresponsabilizar o Estado”, na tarefa de conservação deste património nacional, salienta um comunicado da Federação. Para esta estrutura sindical, “é indispensável que, a curto prazo, o ICNF seja extinto e recriados os organismos dedicados especificamente à conservação da natureza e à floresta, com os respectivos serviços desconcentrados e os adequados recursos humanos especializados”. Dez anos depois da extinção do Corpo Nacional da Guarda Florestal, os profissionais integrados na GNR devem ser valorizados pelos seus conhecimentos específicos, aponta a Federação. Entre as medidas que propõe, está a “revogação da legislação que impõe a extinção da carreira de guarda-florestal e impede o recrutamento de novos efectivos”, já que os atuais 317 guardas, integrados
no Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, “são manifestamente insuficientes” para a área que tem de ser policiada e fiscalizada. Aliás, acrescenta a federação ser urgente o reforço do número dos vigilantes da natureza, “considerando a situação dramática hoje vivida, com áreas protegidas de grande dimensão e somente um ou dois profissionais daquela carreira”. As tarefas dos guardas-florestais não ficam por aqui e também abrangem a investigação das causas dos fogos florestais, a validação das áreas ardidas e a fiscalização das actividades de caça e de pesca. No âmbito da conservação da natureza, a Federação considera ser indispensável que as áreas protegidas voltem a ter direcções próprias, “com grau de autonomia suficiente para a planificação da intervenção dos serviços”, e reforço dos meios humanos e técnicos, “hoje, em gritante degradação”.
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Anunciou a ministra da Administração Interna
Governo criou grupo de trabalho para fazer reforma da floresta A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, anunciou que o Governo decidiu criar um grupo de trabalho para fazer a reforma da floresta. “O Conselho de Ministros aprovou a criação de um grupo de trabalho, composto pelos ministérios da Agricultura, do Ambiente, da Administração Interna e da Justiça, para tratar, de uma vez por todas, da prevenção estrutural e de fazer a reforma da nossa floresta”, disse a ministra. “A nossa prioridade actual é combater estes incêndios e depois pensarmos a sério na reforma da nossa floresta”, vincou a ministra, lembrando que há dez anos foi feita uma reforma na protecção civil. “Muitos destes fogos são postos”, declarou ainda Constança Urbano de Sousa, em Arouca. “Nascem às três e quatro da manhã e garanto-vos que não é por obra do acaso”, realçou. A governante considerou, por isso, que a penalização legal para os autores de incêndios “também é uma questão que seriamente tem que ser decidida”. A petição apelando ao agravamento da moldura penal para autores de fogos florestais foi lançada por iniciativa do cidadão Rafael Carvalho e reclama o aumento para 25 anos da pena máxima associada a casos de fogo posto. No texto em que justifica o recurso à petição, Rafael Carvalho descreve-se como “um cidadão português cansado de assistir ano após ano à destruição do património florestal principalmente devido a mão criminosa”. “Basta de ter mão leve para os criminosos que, por prazer ou interesses económicos, destroem o nosso património, põem vidas humanas em risco e nos fazem gastar milhares de euros no combate aos incêndios”, acrescenta. De acordo com as regras estipuladas no ‘site’ oficial da Assembleia da República, o apelo de Rafael Carvalho deverá agora ser analisado pelo Parlamento. “Tratando-se de uma petição subscrita por um mínimo de 1.000 cidadãos, a mesma é obrigatoriamente publicada no Diário da Assembleia da República; se for subscrita por mais de 4.000 cidadãos, é apreciada em plenário da Assembleia”, esclarece a página. Actualmente, o artigo 274.º do Código Penal indica que “quem provocar incêndio em terreno ocupado com floresta, incluindo matas, ou pastagem, mato, formações vegetais espontâneas ou em terreno agrícola, próprios ou alheios, é punido com pena de prisão de um a oito anos”. Essa pena pode ser agravada até 12 anos se o autor do crime tiver actuado “com intenção de obter benefício económico”, deixado “a vítima em situação económica difícil” ou criado “perigo para a vida ou para a integridade física de outrem, ou para bens patrimoniais alheios de valor elevado”. Ainda a propósito daquela que tem sido a origem de muitos dos fogos que assolaram o território nacional, a ministra da Ad-
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ministração Interna afirma que também se impõe “uma maior consciência cívica quanto às questões de Protecção Civil, porque qualquer cidadão tem que pensar duas vezes antes de agir” em contexto florestal. “O simples accionar de uma máquina rebarbadora para se fazer um trabalho agrícola pode despoletar um incêndio de grandes proporções”, refere a governante a título de exemplo.
Alerta o presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil
Num balanço de dez anos “francamente negativo” o país esquece “factores de risco” Um balanço sobre incêndios na última década “é francamente negativo”, com o país a centrar-se no combate e esquecendo factores de risco como a desertificação, defende Ricardo Ribeiro, académico, dirigente associativo e comandante de bombeiros. “A desertificação é um factor de risco crítico que nunca é abordado. Mas há uma relação directa entre a densidade populacional e a área ardida, os grandes incêndios ocorrem em zonas do interior onde houve um êxodo para o litoral”, disse o responsável, que também é o presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (Asprocivil). O dirigente avisou que o paradigma dos incêndios vai alterar-se dramaticamente, do ponto geográfico e cronológico. É que, esclareceu, com as alterações climáticas, os incêndios vão deixar de ser um problema do verão e vão estender-se também a outras zonas do país, até agora mais poupadas. Ricardo Ribeiro defendeu recentemente, na Universidade Europeia, em Madrid, uma tese de doutoramento na qual avalia o resultado de dez anos de aplicação do Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios. No estudo, de mais de 600 páginas (que admite possa vir a ser
publicado), defende, como fundamentais, políticas de prevenção e lembra que, em 2013, ardeu em Portugal metade de toda a área consumida pelas chamas na Europa. Uma das causas, adianta, é a “precariedade da conservação das matas”, aliada ao êxodo rural, à construção de habitações em locais de risco, aos efeitos das alterações climáticas e à negligência das pessoas. Ricardo Ribeiro propõe que as boas práticas da população seja matéria do sistema de ensino e que deve haver campanhas publicitárias. Os bombeiros devem ter também mais formação e deve criar-se um sistema de incentivos públicos para o ordenamento do território e para limpeza do biocombustível, para a qual deviam ser criadas equipas de intervenção. Apostar na criação de um mercado ibérico de biocombustível, aprofundar a “actuação punitiva”, implementar meios permanentes de combate a fogos a partir de Março, criar medidas sociais para pessoas até 50 anos, para combater a desertificação, criar incentivos fiscais para fixação de jovens no campo ou apostar na videovigilância são algumas das propostas de Ricardo Ribeiro. O responsável defende especificamen-
te que sejam criadas equipas de intervenção idênticas às dos combates a incêndios para que atuem no fim do inverno, a criação de medidas de intervenção e prevenção, e que os terrenos junto de estradas e casas sejam efectivamente limpos. “Nesta problemática, há a prevenção, a resposta [ao fogo] e a reposição da normalidade. Mas, em Portugal, incide-se especialmente na resposta, esquecendo-se a prevenção e a reposição da floresta”, disse Ricardo Ribeiro, acrescentando que “Portugal foi o país europeu que menos reflorestou nos últimos 20 anos”. Nem parece que ardem em média cada ano 150 mil hectares de floresta, ou que, em 2003, ardeu quase meio milhão de hectares, lembrou, acrescentando que, entre 2002 e 2013, morreram, devido aos incêndios, 97 pessoas, 51 delas bombeiros. E nem assim, disse, há mudanças de comportamento ou há um planeamento eficaz, esquecendo os políticos que, quando “fecham um centro de saúde, estão a estimular as pessoas a irem embora”. Os incêndios, como os dos últimos três dias, provocam um prejuízo médio anual “superior a duas centenas de milhões de euros”, mais outros 200 milhões em prejuízos ambientais e materiais, disse o responsável. www.gazetarural.com
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Obra financiada pelo Município de Oleiros
Flora da Serra do Muradal apresentada em livro Integrada nas celebrações do Dia do Concelho de Oleiros, teve lugar no auditório da Casa da Cultura de Oleiros, a apresentação pública de um estudo da flora da serra do Muradal. A investigação esteve a cargo das botânicas Doutora Sílvia Ribeiro e Doutora Fernanda Delgado e foi financiada pelo Município de Oleiros e pelas Juntas de Freguesia de Estreito - Vilar Barroco, Orvalho e Sarnadas de S. Simão. Neste estudo, que vem valorizar o património natural onde se enquadra o Trilho Internacional dos Apalaches português, as investigadoras recolheram dados e classificaram cerca de quatro dezenas de plantas arbustivas. Merece especial destaque o azereiro (Prunus lusitanica subsp. lusitanica), espécie relíquia que se desenvolvia há cerca de 20 milhões de anos, neste mesmo território, em clima muito semelhante aos subtropicais. Os artigos científicos integram o Boletim Cultural e Informativo (Cardo nº 8), um número monográfico relativo ao ano de 2016, financiado pelo Município de Oleiros e editado pela Associação Recreativa e Cultural dos Amigos da Cardosa (ARAC), lançado na ocasião. A anteceder o estudo botânico, a obra inclui ainda uma introdução genérica ao território da serra do Muradal, escrita pelo editor.
Integrado nas Festas do Castelo
Concurso pecuário de Vouzela contou com a participação de 24 produtores Integrado no programa das Festas do Castelo, realizou-se, no dia 3 de agosto, o 46º Concurso Pecuário de Gado Bovino e Caprino de Vouzela. Promovida pela Cooperativa Agrícola de Vouzela e pelo Município de Vouzela, a iniciativa teve como principais objetivos incentivar e divulgar a atividade pecuária na região, premiar a qualidade dos caprinos e bovinos de raça mirandesa e arouquesa, bem como promover o convívio entre produtores. Segundo o veterinário municipal, João Caseiro, o concurso contou com a presença de mais produtores e de mais animais do que a edição passada. “Tivemos a participação de 24 produtores, mais um do que em 2015, e de 102 animais, mais 17 do que no ano passado”, referiu. Os prémios variaram entre os 15 e os 90 euros para os bovinos e entre os 10 e os 40 euros para os caprinos, tendo sido atribuído um valor total em prémios de cerca de 2500 euros. O Concurso Pecuário das Festas do Castelo integra-se na estratégia do Município de apoio aos produtores da Vitela de Lafões IGP, que inclui outras atividades ao longo do ano, como o Concurso Pecuário da Giesteira e de S. Martinho. No mesmo âmbito, a autarquia assume ainda os custos da certificação de todos os animais (IGP- Vitela de Lafões) e ajuda os criadores do concelho através do seu Gabinete de Desenvolvimento Rural. 34
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Com a água em destaque
Há muito a fazer na adaptação às alterações climáticas O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos afirmou que “ainda há muito a fazer” na adaptação aos efeitos da mudança do clima e defendeu uma atenção especial aos recursos hídricos e à agricultura. O investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a propósito dos 10 anos do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), disse que “há ainda muito a fazer” na adaptação, apesar de haver uma estratégia nacional. Na adaptação às alterações climáticas, apontou, trata-se de “tentar minimizar os seus efeitos adversos e também tentar potenciar algumas oportunidades
que estas mudanças trazem”, existindo já um trabalho de desenvolvimento de estratégias municipais, em 26 concelhos a participar no projecto Climadapt. “Agora é preciso dar especial atenção aos recursos hídricos, uma vez que, em Portugal, já se notam as alterações climáticas a nível de menor precipitação média anual”, avançou Filipe Duarte Santos. Para o especialista, “é preciso adaptar os recursos hídricos, a agricultura e as florestas a esta mudança”, sendo a área que merece mais atenção a região interior sul do país, o Alentejo, mas também Trás-os-Montes e beiras interiores. “Os agricultores têm toda a vanta-
gem em ter em conta que estamos perante uma mudança do clima e que as suas práticas podem adaptar-se a um clima mais quente e mais seco”, especificou. Nas florestas, o tempo mais seco e quente aumenta o risco de fogos e nas zonas costeiras, a preocupação deve-se à subida do nível médio do mar. Esta subida, segundo Filipe Duarte Santos, “já foi de 20 centímetros, mas que projecta-se ser de um metro até ao final do século, um processo praticamente irreversível”. A área da saúde humana também foi listada pelo investigador já que ondas de calor mais frequentes podem aumentar o risco de doenças transmitidas por vectores.
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Associações empresariais reuniram em Viseu
AIRV e NERGA investem no potencial exportador das empresas da região A Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV) e a Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA), encontram-se a desenvolver o projecto Exportar + | Valorização dos recursos das regiões de Viseu, Dão, Lafões, Beiras e Serra da Estrela, com o propósito de potenciar o sucesso da internacionalização das PME´s das regiões de Viseu, Dão, Lafões, Beiras e Serra da Estrela, através de um melhor conhecimento sobre os mercados e do estímulo a iniciativas colectivas de cooperação interempresa-
rial, para a internacionalização dos bens e serviços produzidos na região. Esta iniciativa prevê entre outras actividades, a realização de diversas acções principais, como identificar e dinamizar sectores económicos prioritários com maior potencial de internacionalização (Smart Specialization); identificar e caracterizar oportunidades para mercados internacionais de destino dos sectores económicos prioritários e apoiar as empresas no seu processo de Internacionalização, recorrendo aos apoios previstos
no Portugal 2020. Na sessão de lançamento, quer ocorreu nas instalações da AIRV, em Viseu, as entidades presentes evidenciaram a importância do projecto Exportar+, enquanto alavanca para a internacionalização e maior capacidade exportadora das empresas da região de Viseu e Guarda. Este projecto apoiado pelo Sistema de Apoio a Acções Colectivas/SIAC do CENTRO 2020 | Portugal 2020 prolonga-se até Dezembro de 2017 e uma comparticipação de 599 mil euros.
Ano XII | N.º 276 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante Departamento Comercial: Filipe Figueiredo e Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica2@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
FICHA TÉCNICA
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ÚLTIMA H ORA
Poupa recursos como água, eletricidade e tempo
Startup do Porto cria ferramenta que aumenta produtividade agrícola Uma startup do Porto criou um conjunto de ferramentas integradas de apoio à decisão do agricultor, que ajuda a aumentar a produtividade e a qualidade do fruto e a poupar recursos como água, eletricidade e tempo. “O WiseCrop é como um canivete suíço da agricultura”, disse um dos fundadores da empresa, Tiago Sá, explicando que o produto, “completo, prático e fácil de manusear”, pode ser utilizado em diferentes tarefas e, por ser uma solução online, “até cabe no bolso”. De acordo com o empreendedor, as ferramentas interativas estão disponíveis para qualquer tipo de cultura sendo o foco as culturas ao ar livre -, e incluem o apoio à rega, o acompanhamento da evolução da cultura a cada campanha, indicadores de risco de
doenças e pragas, a criação e ajuste do plano nutricional, a elaboração “fácil” de um Caderno de Campo e a gestão da mão-de-obra. A plataforma pode integrar sensores, como estações meteorológicas ou sondas de humidade do solo, bem como equipamentos já existentes na exploração em causa. Serviços de imagem área recolhidas por drones, serviços agrometeorológicos e laboratórios de análises são outras das opções disponíveis no WiseCrop. Por ser uma plataforma colaborativa, permite que diferentes entidades possam “trabalhar simultaneamente sobre a mesma informação”, como é o caso de técnicos, associações de produtores e prestadores de serviços. A ideia para criação da startup sur-
giu, segundo o jovem, em contexto académico, onde os envolvidos no projeto tiveram a possibilidade de trabalhar com uma tecnologia “inovadora” de transmissão de dados sem fios, a partir da qual desenvolveram o produto. “Desde logo percebemos que esta solução teria muito interesse no setor agrícola e que a aquisição de dados nos permitia criar informação precisa e útil, tanto para o pequeno agricultor como para o grande empresário agrícola”, concluiu Tiago Sá. A sede da empresa, que conta com dez elementos das áreas de Engenharia Eletrotécnica, Informática e Agronómica, está situada no polo tecnológico do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC). www.gazetarural.com
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Vai decorrer de 21 a 23 de Setembro
Município de Castro Daire prepara Festa das Colheitas O Município de Castro Daire prepara a Festa das Colheitas que se realizará nos próximos dias 21, 22 e 23 de setembro. O evento está a criar grande expectativa na comunidade local, sendo diversas as iniciativas e acontecimentos que podem ser presenciados no parque Urbano da Vila de Castro Daire, local de realização desta Festa das Colheitas. A recriação da tradição das colheitas na região, a promoção da história e das tradições às colheitas associados são o mote para a realização deste evento que promete envolver toda a comunidade local e atrair muitos visitantes até ao concelho. Na Festas das Colheitas os visitantes vão poder encontrar a riqueza da gastronomia da região, uma exposição e comercialização de produtos agrícolas locais e do artesanato característico, bem como dos produtos endógenos de Castro Daire. Este evento vai ainda contar com um cartaz cultural que preencherá o programa das festas e que, certamente, vai trazer animação e alegria aos visitantes.
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