Director: José Luís Araújo
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N.º 283
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30 de Novembro de 2016
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Preço 4,00 Euros
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Ecoraia junta produtos portugueses e espanhóis
Feira de Santa Luzia “agita” Trancoso
Vinhos do Dão gozam de imagem e prestígio”
Sonhos de Inverno!
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Sumário Sumário Sumário Sumário Sumário Sum 4 “Viseu Natal, Sonho Tradicional” com muita animação até 8 de Janeiro
5 Confraria dos Enófilos do Dão realiza XIV Entronização de novos confrades
6 Autarquia promove o Penamacor Vila Madeiro para atrair visitantes
7 Penela Presépio com mais novidades tecnológicas 8 Ponte de Lima promove I Feira do Mel, Sidra e da Doçaria 10 Feira Anual de Santa Luzia “agita” Trancoso 12 Feira Ecoraia junta os melhores produtos portugueses e
23 Queijo Serra da Estrela brilhou mais alto com o talento de grandes chefs de cozinha
24 Crédito Agrícola distingue 10 projectos portugueses com 40 mil euros
27 Rede Nacional de Montanhas de Investigação quer valorizar os recursos existentes
28 Montalegre e Boticas querem candidatar o Barroso a património paisagístico
29 Montalegre quer promover e rejuvenescer fileira do fumeiro
16 “Os vinhos do Dão gozam hoje de uma imagem de
30 Vinhais é um exemplo no apoio aos produtores de suínos 32 Governo garante apoio ao sector nacional de azeite 33 Mercado Magriço levou 20 mil pessoas a Penedono 34 Primavera chuvosa e Verão quente ditam mau ano
diferenciação e prestígio”, diz o presidente da CVR Dão
agrícola
espanhóis
15 Lusovini deve fechar 2016 com crescimento de 23% no Brasil
19 Apresentado Plano Estratégico de Apoio à Fileira dos Vinhos das DO do Centro
35 Parque Botânico Arbutus do Demo foi distinguido 36 Projecto-piloto quer valorizar a pinha e o pinhão em
2015
38 Festival da Filhó Espichada no ‘Pampilhosa da Serra
20 Casa de São Matias lança edição limitada de Encruzado 22 Crédito Agrícola distinguiu 62 vinhos nacionais
UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO 2017 São os desejos do Crédito Agrícola a todos os seus Associados e Clientes.
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Carregal do Sal Inspira Natal’
mário
Solar do Vinho do Dão
2 a 4 Dezembro Salão de Vinhos de Inverno
Workshops vínicos
Dão Petiz
Sabores do Dão
Dão Party
Música e Animação
Espaço Infantil
Tinto no Branco Festival Literário
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Presépio gigante criado pela Bordallo Pinheiro é atracção
“Viseu Natal, Sonho Tradicional” com muita animação até 8 de Janeiro Mais de 300 mil luzes iluminarão 26 ruas e praças, jardins e edifícios da cidade de Viseu durante a quadra natalícia, que terá como destaque um presépio gigante criado pela Bordallo Pinheiro, empresa do Grupo Visabeira. O presidente da Câmara de Viseu adiantou que “380 peças decorativas iluminadas de grande escala prometem criar novas paisagens” na cidade. Almeida Henriques acrescentou que a bola de Natal gigante regressará ao Rossio com novas cores. Um dos destaques da programação deste ano é um presépio gigante criado pela Bordallo Pinheiro a convite do município e oferecido pelo Grupo Visabeira à cidade. O autarca estimou que, se a peça fosse comprada, custaria cerca de 30 mil euros. O presépio estará exposto a partir de 05 de Dezembro, num local ainda não anunciado, mas que terá as necessárias condições de segurança, de forma a evitar actos de vandalismo. “Este presépio de grande escala será uma novidade de bom gosto deste Natal em Viseu, que faz apelo da memória dos presépios tradicionais”, frisou. Até 08 de Janeiro, o “Viseu Natal, Sonho Tradicional” oferece mais de cem espectáculos de música e de teatro, 24 animações de rua, 12 exposições e dois mercados de Natal (no Mercado 02 de 4
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Maio desde o passado dia 25 de Novembro e no Mercado Municipal a partir de 16 de Dezembro). Haverá ainda mais de 300 actividades infantis, em 20 espaços diferentes, nas quais a autarquia espera envolver 20 mil crianças. “Esta agenda intensa e ampla é inclusiva em dois planos: inclusiva nos públicos, nos interesses e nos gostos e inclusiva nos agentes envolvidos”, considerou Almeida Henriques, estimando que estejam envolvidas cerca de 2.500 pessoas, de mais de 120 instituições. Segundo o autarca, “o orçamento é muito pequeno para a riqueza da programação”, o que foi possível graças às parcerias criadas com as instituições e os agentes culturais que nela estão envolvidos. A programação teve também a preocupação de manter uma agenda descentralizada de eventos, que se realizam em 50 espaços diferentes, como, por exemplo, nas 25 freguesias do concelho. Mais de 300 mil luzes iluminam a cidade de Viseu na quadra do Natal, durante a qual haverá 43 dias de actividades, que custarão cerca de 200 mil euros. “O Natal começou um pouco mais cedo em Viseu, com mais dias de programação e a garantia de realizações todos os dias”, afirmou o presidente da Câmara, na apresentação do “Viseu Natal, So-
nho Tradicional”. Segundo o edil, dos 200 mil euros do orçamento (metade do qual assumido pela Associação Mutualista do Montepio), 74 mil euros dizem respeito à iluminação. O autarca avançou que a passagem de ano será assinalada com um espectáculo piromusical e de teatro aéreo, com a actuação do grupo espanhol “Voalá”. A noite termina com a animação do DJ Wilson Honrado. O objectivo foi “manter o mesmo padrão de qualidade” a que os munícipes estão habituados, realçou. A 06 de Janeiro realiza-se o concerto de Ano Novo e Reis, no Teatro Viriato, que tem como convidado especial Mário Laginha, que se junta à Orquestra Filarmonia das Beiras.
Fim-de-semana de 2 a 4 de Dezembro com vinhos e livros No âmbito da programação de Natal, em Viseu, destaque para a segunda edição do festival literário Tinto no Branco, que decorre de 2 a 4 de Dezembro, e que resgata o romance “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco. O evento integra o salão Vinhos de Inverno, que terá lugar no Solar do Vinho do Dão.
“Vinhos e livros são uma extraordinária e convidativa combinação. Se juntarmos o amor temos uma harmonização perfeita”, considerou o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques. O amor trágico de Simão e Teresa vão servir de mote a conversas literárias e a espectáculos de poesia e ‘stand-up’ literário. No total, o salão Vinhos de Inverno e o festival literário vão ter “40 momentos de programação ao longo de três dias, entre conversas e espectáculos literários, provas de vinhos e sabores do Dão, ateliês artísticos, apresentação de livros, ‘workshops’ vínicos, Dão ‘parties’, con-
certos e muita animação musical”, disse Almeida Henriques. No evento, que se realiza no Solar do Vinho do Dão, vão participar ainda 30 escritores, entre romancistas, poetas, historiadores, ensaístas e cronistas e, segundo Almeida Henriques, “voltará a reanimar o solar quinhentista do vinho do Dão, a reacender as suas lareiras, a desafiar a população e visitantes a apaixonarem-se” pela cultura e pelos sabores de Viseu no inverno. A primeira iniciativa do programa é uma conversa entre Almeida Henriques e o seu congénere do Porto, Rui Moreira, na companhia de Francisco José
Viegas, tendo como tema os “amores às cidades”, às suas histórias e ao seu futuro. A leitura de poesia num quarto escuro, apelidada de “Amor às cegas”, a conversa “Tomai todos e bebei”, com António Marujo, Daniel Jonas e Frederico Lourenço, e o espectáculo de poesia satírica e humor “Missa mal dita”, de Renato Filipe Cardoso, são outros pontos do programa. Almeida Henriques garantiu que o evento vai continuar a surpreender os participantes, com “novos espaços nos jardins do solar, novas áreas dedicadas à gastronomia e aos sabores do Dão, mais momentos de animação e melhores espectáculos”.
A 3 de Dezembro, na Igreja da Misericórdia e no Solar do Vinho do Dão
Confraria dos Enófilos do Dão realiza XIV Entronização de novos confrades A Confraria dos Enófilos do Dão e a Comissão Vitivinícola Regional do Dão vão realizar, no próximo dia 3 de Dezembro, a partir das 15 horas, a XIV Entronização de novos Confrades, na Igreja da Misericórdia e no Solar do Vinho do Dão, em Viseu. A Cerimónia, integrada nas comemorações dos 25 anos da Confraria, irá entronizar 28 novos Confrades, entre os quais o presidente da Assembleia da
República, Eduardo Ferro Rodrigues. A recepção aos convidados e aos Confrades está marcada para as 15 horas, na Igreja da Misericórdia. A Cerimónia de Entronização terá início às 15,30 horas, sendo seguida pelo habitual desfile de Confrades até à Câmara de Viseu, pelas 16,45 horas, onde serão recebidos pelo presidente da Câmara, Almeida Henriques. Inserido no programa da
Entronização está, também, prevista a visita ao evento “Vinhos de Inverno”, a decorrer no Solar do Vinho do Dão. O Salão “Garrafeira do Bispo”, no Solar do Vinho do Dão, acolherá o Jantar Vínico da Cerimónia. A Confraria dos Enófilos do Dão tem como objectivo principal a defesa, valorização e promoção dos produtos vínicos da Região Demarcada do Dão. www.gazetarural.com
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Entre 7 e 25 de Dezembro
Autarquia promove o “Penamacor Vila Madeiro” para atrair visitantes A Câmara de Penamacor volta a dinamizar entre 07 e 25 de Dezembro o “Penamacor Vila Madeiro”, evento que alia o maior madeiro de Natal de Portugal a diversas actividades festivas e que pretende atrair visitantes ao concelho. “Creio que, com pouco dinheiro, conseguimos fazer uma programação cultural diversificada e para todas as faixas etárias. Queremos que possa ser um cartaz cultural atractivo e que possa trazer gente a Penamacor, não só das freguesias, mas também de toda a região e de todos os pontos do país”, referiu o presidente do município, António Luís Beites. Com actividades de animação musical e de rua programadas para os fins-de-semana entre os dias 07 e 25 de Dezembro, o “Penamacor Vila Madeiro” 6
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contará com espectáculos de música, tasquinhas de gastronomia, espaços de exposição e um mercado de Natal, que ajudam a dinamizar as principais artérias da vila. Segundo António Luís Beites, a adesão da população local a estas iniciativas é cada vez mais entusiasta, ao ponto já se ter verificado alguma dificuldade para se encontrar espaços. Os momentos altos do programa continuarão a realizar-se nos dias 08 e 23 de Dezembro, ou seja, primeiro quando os troncos do madeiro são transportados para junto da Igreja num cortejo que é habitualmente muito participado, e, depois, dia 23 de Dezembro, à meia-noite, hora em que se acende a tradicional fogueira de Natal. Além disso, a edição deste ano
contará também com uma aposta educativa e ambiental, sendo que está prevista uma actividade específica para as crianças, que se baseia numa prova de orientação - Orimadeiro - e a qual é vista pela organização como uma mais-valia para os mais novos, já que os ajudará a consciencializar sobre os processos de tomada de decisão. “Na vertente educativa e ambiental temos também uma acção de sensibilização que se realiza no centro escolar e que será centrada na temática do sobreiro, árvore que está tão intimamente relacionada com a tradição do nosso enorme madeiro. Ou seja, queremos começar nas escolas a fazer a sensibilização sobre as questões ambientais”, afirmou o presidente deste município do distrito de Castelo Branco.
Para continuar a atrair público
Penela Presépio com mais novidades tecnológicas O Penela Presépio vai reforçar a sua vertente tecnológica com a introdução de algumas novidades na edição deste ano, que arranca a 1 de Dezembro e se prolonga até 8 de Janeiro. Salientando que o evento cresce de ano para ano, o presidente da Câmara de Penela anunciou que vai haver um aumento da área visitável de 500 para 600 metros quadrados, mais figuradas animadas (220) e animação para as crianças e ainda um jogo para telemóvel, que funciona através de uma aplicação ‘off-line’. “São novidades que afirmam a vertente tecnológica do Penela Presépio, que não está americanizado e recria o presépio tradicional português”, sublinhou Luís Matias. O jogo “Penela Go” pretende que os visitantes descarreguem uma aplicação para telemóvel e depois partam à descoberta pelo concelho de figuras
esculpidas, com o objectivo de os levar aos pontos de interesse do concelho. Se passarem os três níveis do jogo, explica Luís Matias, os participantes habilitam-se ao sorteio de vários prémios. O autarca espera repetir na décima edição os mais de 40 mil visitantes de 2015, considerado o melhor ano de sempre, mas lembrou que esse objectivo está sempre dependente das condições climáticas, uma vez que o evento se realiza dentro do castelo medieval. Luís Matias considera que se trata de “números muito entusiasmantes e que afirmam Penela enquanto território inovador e diferenciador”, com grandes vantagens para a economia local. “Construir e criar o Penela Presépio, que é o maior evento da região ligado ao Natal, é um desafio de ano para ano, que envolve mais de uma centena de pessoas durante dois meses”, frisou. Apesar do crescimento nos últimos
três anos, altura em que foi lançado o desafio à comunidade criativa e tecnológica local, o presidente do município de Penela frisou que orçamento do evento mantém-se inalterado nos 80 mil euros. No entanto, o Penela Presépio gera receitas na ordem dos 50 mil euros, pelo que “feitas as contas a Câmara apenas despende cerca de 30 mil euros”, refere Luís Matias. A sua realização tem mobilizado recursos e meios do município, que conta nesta edição, pelo segundo ano consecutivo, com o apoio da Turismo Centro de Portugal na divulgação da iniciativa, além de um conjunto de parcerias com várias entidades para atrair público. O evento incluiu um presépio animado, outro ao vivo com animais e um mercadinho de Natal no castelo, além de um comboio e um presépio tradicional e uma exposição de ferromodelismo no Espinhal.
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No fim-de-semana de 10 a 11 de Dezembro
Ponte de Lima promove I Feira do Mel, Sidra e da Doçaria Em Dezembro, mês dos doces por tradição, Ponte de Lima promove a primeira edição da Feira do Mel, Sidra e da Doçaria, evento que vai juntar a doçaria tradicional, mel, sidra, licores, compotas e outros sabores tradicionais, para além de muita diversão e espectáculos que pretendem fazer deste evento um momento dedicado a toda a família.
IX Feira do Porco e as Delícias do Sarabulho
De 1 a 25 de Dezembro
Entretanto, o concelho prepara a IX Feira do Porco e as Delícias do Sarrabulho, que decorrerá de 27 a 29 de Janeiro. O ex-libris da gastronomia limiana, o Arroz de Sarrabulho à Moda de Ponte de Lima, é um dos verdadeiros motores do desenvolvimento económico do concelho, atraindo ao longo de todo o ano milhares de visitantes. A Feira do Porco e as Delícias do Sarrabulho enquadra-se nos Fins-de-semana Gastronómicos promovidos pela Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, e visa promover o Arroz de Sarrabulho à Moda de Ponte de Lima, mostrando também algumas iguarias derivadas do Porco, com destaque para os enchidos e fumados. Neste evento, os visitantes poderão encontrar propostas irresistíveis dos vários restaurantes do concelho, assim como, expositores de produtos regionais e artesanato.
Guarda com neve será “Cidade Natal”
II Feira 100% Agrolimiano
A cidade da Guarda faz da neve um polo de atracção nesta quadra. Assim, de 1 a 25 de Dezembro a autarquia local vai promover a “Cidade Natal”. O presidente da Câmara da Guarda desejou que “possa continuar a cair neve” nos próximos tempos para dar um colorido diferente” a esta iniciativa de animação natalícia. Álvaro Amaro lançou um apelo aos turistas e aos residentes noutros pontos do país para visitarem a cidade. “A Guarda torna-se ainda mais ‘Cidade Natal’ com esta beleza que é a neve, porque a neve, fruto deste trabalho que dezenas de homens fazem em boa coordenação que o município desenvolve, nós transformamos aquilo que poderia ser um bloqueio, numa grande atracção”. “Venham à Guarda, mesmo que porventura não possam subir ao ponto mais alto da Serra da Estrela, venham ao ponto mais alto da cidade mais alta do país, porque ela se torna ainda mais bonita”, concluiu o autarca.
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Para o mês de Fevereiro, a autarquia para a segunda edição da Feira 100% Agrolimiano, que terá lugar a 25 a 26 de Fevereiro. Esta feira tem como principal objectivo a promoção e valorização dos produtos e serviços associados ao mundo rural do concelho de Ponte de Lima, como a produção de vinho verde, leite, enchidos e fumados, animais, sidra, fruta, cogumelos, mel, entre muitos outros.
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No próximo dia 13 de Dezembro
Feira Anual de Santa Luzia “agita” Trancoso Trancoso recebe no próximo dia 13 de Dezembro um dos maiores eventos socioeconómicos daquela cidade do nordeste da Beira. Também conhecida pela Feira dos Capotes ou das Samarras, a Feira Anual de Santa Luzia é um certame marcante, de origens remotas no tempo. A feira é anual e as referências históricas não são abundantes e, embora sem elas, permanece a tradição de um mercado grande, associado ao culto da Santa Luzia cuja capela, de origem medieval, chegou a ser centro de outras localidades do concelho de Trancoso. Era também costume as pessoas deslocarem-se a esta feira para comprarem as roupas que usariam nas festas que se avizinham, mas também as alfaias agrícolas para a labuta da terra difícil beirã, entrecortada por penedias e vales, lameiros e hortas, soutos e olivais. A Feira de Santa Luzia foi sempre um evento económico com uma característica muito especial e diferente das outras feiras que se realizam em Trancoso, de 10
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grande impacto económico no concelho e região interior e do nordeste da Beira. Isto porque “foi sempre considerada a feira dos capotes e das samarras, porque esse saber tradicional que aponta Trancoso como uma terra muito fria, levava a que as pessoas procurassem ir e participar para comprarem agasalhos para o Inverno e como a Feira de Santa de Luzia, a 13 de Dezembro, vinha muita gente para se prevenir do frio”, afirmam os locais. Esta é uma feira com uma característica muito própria, até pelo convívio das pessoas que enchem Trancoso, vindas de outras localidades da Beiras, mas também de Além Douro ou Trás-os-Montes”. Na feira vende-se de tudo, como agasalhos, tecidos, alfaias, sementes, quinquilharias, animais, entre outros produtos. “É uma feira de negócio, de convivência, de participação, em que as pessoas convivem e, antigamente, era tradição os forasteiros trazerem o seu farnel e espalharem-se pelos largos e praças ou
em torno da Capela de Santa Luzia para conviverem e comerem. Era uma festa “, dizem os trancosenses. Era, assim, “uma feira de trabalho, de sacrifício, em que as pessoas procuravam participar e conviver, numa altura em que as terras já estão semeadas, porque esta é altura da colheita da azeitona, quando as couves já estão na terra. Vinha gente de longe, como ainda hoje, para fazerem uns o seu negócio e outros conviverem”. A Feira anual é também uma Mostra e Exposição de gado, evento que vai na sétima edição e que decorrerá no Mercado do Gado de Trancoso. “Os animais sempre foram extremamente importantes para o homem, quer na lavoura, quer por aquilo que nos dão, como o leite e a lã, por exemplo”, referiu o presidente da Câmara de Trancoso à Gazeta Rural. Amílcar Salvador diz que o concelho “sempre teve essa tradição e a Feira de Santa Luzia foi sempre, também, uma feira de animais, nomeadamente de
ovinos”. Neste sentido, acrescentou o autarca, “a Câmara Municipal promove esta iniciativa pela importância que a agricultura tem para o concelho”. O autarca de Trancoso destacou a aposta que o actual executivo tem vindo a fazer no sector primário e “em duas vertentes: na fileira da castanha, onde se tem feito um trabalho excepcional, e na agropecuária, porque, de facto, os animais ainda são extremamente importantes”. Amílcar Salvador releva e homenageia o trabalho das gentes do concelho, nomeadamente aqueles que trabalham o campo, que, apesar de ser “uma população envelhecida, é extremamente importante”, pois arrastam consigo outros sectores, como o turismo, pois “tudo aquilo que produzem e aspecto que dão à paisagem do concelho, com os campos cultivados, faz com que venham mais visitantes a Trancoso”. A Feira Anual de Santa Luzia é um momento para as gentes do campo, “onde os nossos criadores de gado, sobretudo os pastores, se juntam”, e “para além da exposição e venda de animais, é também um momento de convívio”, referiu o autarca, destacando este ano o leilão de borregos,
uma vez que a autarquia pretende promover este produto de Trancoso. Aliás, o sector tem vindo a crescer no concelho, com o aumento do número de criadores e um efectivo que nesta altura rondará as 15 mil cabeças de gado ovino e algumas queijarias artesanais que, diz Amílcar Salvador, “são extremamente importantes”, num concelho que faz parte da Região De-
marcada do Queijo Serra da Estrela. “O nosso queijo é de grande qualidade, num sector com impacto económico, pois temos muitas famílias a viverem da agropecuária”, afirmou o autarca, que destaca também a importância de duas empresas de lacticínios do concelho, como são a Lactovil e a Lacticoa, “que facturam vários milhões de euros”.
Convocatória de Assembleia Geral Ordinária Nos termos da legislação em vigor e do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos estatutos, convoco os Exmos. Senhores associados da CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO VALE DO DÃO E ALTO VOUGA, C.R.L., com o número único de identificação de pessoa coletiva e registo na Conservatória do Registo Comercial de Mangualde 501 119 531, com sede na cidade de Mangualde, que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se em Assembleia Geral, sessão Ordinária, na sexta-feira dia 16 de Dezembro de 2016, pelas 17:00 horas, no salão nobre da sede da Caixa de Crédito Agrícola, sita na Av. da Liberdade, 62 a 64, na cidade de Mangualde, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1.
Apreciação e votação da proposta do Plano de Atividades e Orçamento para o ano de 2017
2.
Deliberação sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da
apresentado pelo Conselho de Administração e respetivo Parecer do Conselho Fiscal. Caixa Agrícola para 2017, bem como a sua determinação. 3.
Apreciação e discussão de outros assuntos de interesse para a Instituição.
Se, à hora marcada para o início da reunião não estiverem presentes mais de metade dos sócios, a Assembleia Geral reunirá em segunda convocatória, uma hora depois (18,00 h), no mesmo local, com qualquer número de associados. Todas as informações referentes aos pontos 1 e 2 desta Assembleia Geral encontram-se disponíveis para consulta dos senhores associados na sede da Instituição a partir do dia 2 de dezembro. Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, por força do disposto no nº 1 do Artigo 42º do Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de agosto, que entrou em vigor a 30 de setembro.
Mangualde, 25 de novembro de 2016 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, (José António de Morais Sarmento Moniz - Dr.)
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Nos dias 10 e 11 de Dezembro, no Recinto de Feiras de Salamanca
Feira Ecoraia junta os melhores produtos portugueses e espanhóis O Recinto de Feiras de Salamanca recebe nos dias 10 e 11 de Dezembro a VI Feira Transfronteiriça ECORAIA, evento que se desenvolve no âmbito do Projecto BIN-SAL EMPREENDE candidatado ao Programa Operacional INTERREG V-A Espanha -Portugal e está inserido nas actividades da Comunidade de Trabalho BIN-SAL AMCB – Diputación de Salamanca. A ECORAIA tornou-se um acontecimento que já fidelizou quer os produtores, quer os visitantes. “Este ano, e à semelhança dos anos anteriores, vão estar presentes mais de cem produtores portugueses e espanhóis que terão, mais uma vez, a oportunidade de exporem os seus produtos regionais, de excelente qualidade, permitindo ao público conhecer, provar e adquirir o que de melhor se produz na nossa região”, afirmou o presidente do Conselho Directivo da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB). José Manuel Biscaia acrescentou que “ninguém tem dúvidas de que o desenvolvimento sustentável da nossa região passa por potenciarmos e dinamizarmos os nossos excelentes produtos regionais e a Ecoraia traduz isso mesmo, ou seja, temos aqui mais uma grande 12
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oportunidade para os nossos produtores mostrarem os seus produtos, algumas inovações e ao mesmo tempo estabelecerem contactos e trocarem experiências com novos produtores e com o mercado espanhol”. O também presidente da Câmara de Manteigas diz ainda que este evento “acaba também por ser um encontro anual entre os produtores que já participam desde a primeira edição, em 2010”. A Ecoraia contribui em larga medida para o processo de dinamização, modernização, internacionalização e diversificação do sector agro-alimentar e turístico da Região da Beira Interior e da província de Salamanca. “Estou convicto de que esta mostra de produtos terá também impacto na dinamização turística desta região transfronteiriça”, afirmou na apresentação do certame José Manuel Biscaia. Na edição deste ano, para além da exposição de produtos regionais, a Ecoraia vai oferecer também outro tipo de actividades como show cookings diversos de cozinha portuguesa e espanhola; um magusto à Portuguesa; vários workshops monográficos e sessões de vídeo; degustação de porco no espeto;
degustação da “Feijoca de Manteigas” e de produtos típicos de Celorico da Beira, para além de muita animação com música tradicional portuguesa e espanhola e actividades permanentes de animação infantil, entre outras. A AMCB terá também um stand representativo de promoção turística de todos os municípios portugueses envolvidos - Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel Sabugal, Seia e Trancoso. “Na minha opinião é importante que se aposte cada vez mais no crescimento da produção regional e nacional no sector agrícola e rural, especialmente porque a nossa Região é riquíssima em recursos endógenos, que devem ser aproveitados. Hoje ainda continuamos a sentir os efeitos de uma conjectura económica desfavorável e é fundamental procurarmos acções de forma a apoiar o empreendedorismo, nomeadamente para os jovens agricultores e, ao mesmo tempo, dinamizarmos as actividades já existentes”, afirmou o presidente da AMCB. José Manuel Biscaia destacou o papel
importante da AMCB e da Diputación de Salamanca na realização deste certame. “Têm feito um excelente trabalho nesta iniciativa, através de uma candidatura ao POCTEP (Programa de Cooperação Transfronteiriça), candidatura essa que surgiu por solicitação dos Municípios e permitiu a realização das primeiras cinco edições do evento”, salientou o presidente da AMCB. “Nós, enquanto autarcas, temos o dever de sensibilizar a população para as mais-valias da aposta no mundo rural, quer em termos turísticos quer em termos agro-alimentares, e em muito contribuem estes eventos para o desenvolvimento regional”, acrescentou José Manuel Biscaia. O dirigente apontou as três grandes prioridades que justificam a realização da Ecoraia, assentes na “competitividade territorial, relacionada com a reavaliação de terrenos através da promoção de actividades de investigação, desenvolvimento e inovação; a internacionalização das empresas e a sustentabilida-
de territorial associada à preservação e promoção dos recursos naturais, ambientais e áreas culturais e, finalmente, a cooperação territorial, associada ao fortalecimento da cooperação e integração social e institucional dos grupos raianos”. A terminar José Manuel Biscaia deixou uma novidade. “O Festival Ecoraia, que
se irá realizar no concelho do Sabugal em Junho de 2017, tendo como temática a tauromaquia, sendo o formato em espaço aberto onde estarão presentes os produtores, e onde existirá muita animação de forma a captar turismo para esta região e promover todos os associados da Comunidade de trabalho BIN Sal’’, adiantou o presidente da AMCB.
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No Pátio da Galé, a 3 e 4 de Dezembro
Terra Sã Lisboa marca compasso bio na cidade de Lisboa O Pátio da Galé, em Lisboa, recebe a 3 e 4 de Dezembro a Terra Sã Lisboa 2016 - Feira Nacional de Agricultura, um evento onde vão acontecer múltiplas actividades e um conjunto vasto de oportunidades de aprendizagem. A feira, que acontece desde 1988, tem vindo a crescer desde então, ganhando novas formas em novos espaços. O tema da feira será a alimentação saudável e sustentável e contará com a presença das maiores marcas de agricultura, alimentação e cosmética biológica do mercado, com as diferentes quintas biológicas do país assim como as principais organizações ambientais de Portugal. Na inauguração do evento espera-se a presença do Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, do vice-presidente da Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro e Jaime Ferreira, presidente da direcção da Agrobio. Logo depois os visitantes poderão participar em duas oficinas de alimentação saudável com Isabel Costa e com a associação Com Medida. Maria João Parreira estará responsável pelas actividades com as crianças e à hora do almoço a Vitis Tuna, Tuna Académica da Escola Superior Agrária de Coimbra, vai actuar, trazendo calor ao início de tarde de Dezembro. Depois do almoço as plantas tomam conta da saúde com a participação de Fernanda Botelho e Miguel Boieiro. Pela tarde, as oficinas continuam passando pelas Hortas com o livro “Uma Horta em Casa” de Isabel Mourão. O painel principal de sábado acontecerá a partir das 16,30 horas com o tema “Alimentação Biológica e Segurança Alimentar”. Neste painel participarão Jorge Ferrei14
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ra, com o tema do Glifosato e dos Organismos geneticamente modificados. Convidado está também o bastonário da Ordem dos Médicos para falar sobre os pesticidas e o impacto na saúde pública. Confirmada está já a presença de Daniela Seabra que irá dar o contributo para a compreensão da importância da alimentação biológica na saúde humana. Finalmente, o presidente da direcção da Agrobio, Jaime Ferreira falará sobre o tema da sustentabilidade alimentar. Porque dançar faz bem ao corpo e à mente, André Cid Lauret animará o final do dia de sábado com um Baile de Danças Europeias. Domingo de manhã, a feira abrirá as portas com uma oficina de meditação com mantra, dada pela escola Ananda Marga. Logo depois decorrerá a apresentação da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica. Neste painel será também abordado o tema da conver-
são para a agricultura biológica e será apresentada a plataforma “Agro Smart Coop” pela Uninorte. Um projecto em que cooperativas espanholas, francesas e portuguesas se unem, com objectivos comuns. Imperdíveis serão as passagens pelas oficinas Farmácia Bio e pelas palestras sobre os novos regimes alimentares com Beatriz Batista, sobre o Veganismo, e Iara Rodrigues, com as Intolerâncias Alimentares. Numa parceria com o espaço A Sociedade, no final da feira, vai acontecer o painel sobre a importância do solo. Neste painel será apresentada a campanha europeia “People 4 Soil” pela Quercus, Cláudia Villax falará sobre o solo como um organismo vivo, Miguel Andrade abordará o tema do desperdício alimentar e da influência no solo e Nelson Silva fechará o painel com o tema da importância do solo.
Casimiro Gomes homenageia avô com espumante Regateiro 2013 Bruto
Lusovini deve fechar 2016 com crescimento de 23% no Brasil A distribuidora de vinhos Lusovini prevê terminar o ano de 2016 com um crescimento na ordem dos 23 por cento no mercado brasileiro, com mais 50 mil garrafas vendidas do que em 2015. “Calculamos chegar aos 22 a 23 por cento, o que é fantástico, tendo em conta que o Brasil é um país em crise. Serão vendidas cerca de 250 mil garrafas a um preço médio de cinco ou seis euros, representando cerca de 1,5 milhões de euros”, evidenciou o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes. No último ano, o crescimento no mercado brasileiro “já tinha sido significativo”, rondando os 18 por cento, tendo sido vendidas cerca de 200 mil garrafas. No seu entender, este crescimento tem sido possível graças à criação de uma empresa no Brasil, que se encarrega de fazer a entrega e a divulgação dos vinhos nacionais, que têm levado à redescoberta do seu potencial gastronómico. “A exportação só por si baseia-se muito no preço, mas estando mais perto dos mercados, mostrando que somos um país pequeno, mas com diversidade de vinhos e castas, é possível credibilizarmos aquilo que temos”, justificou. A favor conta ainda com o facto de o mercado brasileiro “estar a ficar mais maduro”, com os consumidores a evoluírem e a preferirem vinhos diferenciados. “Como em qualquer mercado que está a ficar maduro, os consumidores evoluem e já não querem vinhos fáceis, mas diferenciados. E se há coisa que Portugal tem para oferecer é a diversidade”, sustentou. O mercado brasileiro foi também, em tempos, uma aposta do seu avô, Manuel Gomes Regateiro, que abriu no Rio de Janeiro estabelecimentos comerciais para distribuir os vinhos que importava da Bairrada, em pipos. Numa altura em que completaria 120 anos, Casimiro Gomes decidiu homenagear o avô Regateiro - um homem inovador, que dinamizou a indústria cerâmica na Bairrada, modernizou a produção de uvas na região e foi um dos primeiros e mais activos exportadores do seu
vinho - dedicando-lhe um espumante “exigente” da Bairrada, lançado só em garrafas de 1,5 litros. O Regateiro 2013 Bruto “tem uma grande estrutura, uma secura que lhe dá um grande potencial gastronómico, uma acidez elevada que garantiu uma boa evolução em cave antes de ser lançado no mercado”. Segundo Casimiro Gomes, Manuel Gomes Regateiro era também um
homem “exigente”, como o espumante que agora lhe dedica. “O meu avô soube criar diferenças em actividades tradicionais como a cerâmica na Bairrada ou a produção de vinho. Não era fácil acompanhá-lo nos seus empreendimentos e, por isso, lembreime de homenagear a sua personalidade forte com um espumante exigente, próprio para consumidores habituais que gostem de desafios”, concluiu. www.gazetarural.com
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Diz Arlindo Cunha, presidente da CVR Dão
“Os vinhos do Dão gozam hoje de uma imagem de diferenciação e prestígio” Manter e reforçar a estratégia definida nos primeiros três anos são os propósitos do novo mandato de Arlindo Cunha à frente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão). As eleições, que decorreram no final do mês de Outubro, mantiveram os três elementos da Comissão Directiva, com alterações ao nível de gestão interna da Comissão, mais profissional, decididas pelo Conselho Geral. Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da CVR Dão adiantou que irá ser aberto “um amplo espaço de debate” entre produtores e clientes, com vista à elaboração, neste mandato, de um Plano Estratégico a 10 anos para o Vinho do Dão. Arlindo Cunha afirmou ainda que a CVR irá manter os eventos que promove e apoiar outros, mas avançou a criação do Dão Invicto, que irá decorrer na cidade do Porto. Gazeta Rural (GR): Foi reeleito para mais um mandato à frente da CVR Dão. Quais as metas traçadas para o mesmo? Arlindo Cunha (AC): Quando assumimos a direcção da CVR do Dão, estabelecemos uma estratégia que tinha como objectivos modernizar e simplificar os procedimentos administrativos e de certificação, por forma a que os agentes económicos do sector (produtores, cooperativas, empresas) possam despender menos tempo e dinheiro para tratar das burocracias em que a CVR tem de intervir por força da lei; restabelecer o equilíbrio financeiro, de modo a poder reforçar os recursos necessários ao reforço dos planos de promoção; e reforçar a notoriedade da Denominação de Origem Dão, enquanto marca colectiva de vinhos diferenciados e de prestígio. Neste próximo mandato iremos continuar a trabalhar para obter mais resulta16
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dos dentro desta mesma estratégia, pois como sabemos a modernização nunca pode parar e a promoção, para dar resultados, tem que ser continuada no tempo. GR: Muito se falou acerca do modo de governança da CVR. Vai haver alterações ou vai manter-se o modelo actual? AC: Não há, na verdade, uma alteração, em substância, ao modelo de governação da CVR, pois não foram alterados os poderes estatutários da Direcção e dos demais Órgãos Sociais. O que o Conselho Geral da CVR, enquanto autoridade de deliberação máxima, decidiu foi uma forma diferente, mais profissional, de gestão interna da Comissão. GR: Como foi o ano de 2016 para os vinhos do Dão e como foi a vindima deste ano? AC: Em qualidade, será uma boa
campanha, segundo as indicações que temos. Quanto à quantidade, infelizmente foi bastante inferior à de 2015. Segundo as estimativas do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) a produção de vinho na Região Demarcada do Dão/ Terras do Dão será de menos 25% do que no ano anterior. Ou seja, ainda menos do que no conjunto do País, onde a redução estimada pelo IVV é de 20%. GR: Na sua perspectiva, como estão os vinhos do Dão e em que patamar? AC: Ano após ano é notório que o Dão está a fazer um percurso de recuperação face ao mercado e à imagem que perdeu, especialmente na última década do século passado e no início deste. Desde 2013/14, ano em que se inverteu a tendência, a quantidade de Vinho do Dão certificado como DOP Dão e IGP Terras do Dão aumentou, em termos
acumulados, 18%, o que constitui um notável desempenho. Só neste ano, considerando os meses de Janeiro a Outubro, o crescimento foi de 14% face ao período homólogo do ano anterior. Podemos dizer que os vinhos do Dão gozam hoje de uma imagem de diferenciação e prestígio por parte da crítica especializada. É um trabalho que se deve aos profissionais do sector na Região: produtores, cooperativas, empresas, enólogos, etc. E que, obviamente tem que continuar, pois como acima referi, é preciso estar sempre presente no mercado com uma política continuada de promoção, para alavancar a qualidade que os produtores têm conseguido. GR: Teve reuniões na CCDR Centro, juntamente com as outras CVR da região. Que resultados saíram dessa reunião? AC: Ao longo de mais de um ano e meio, conseguimos fazer um trabalho de boa cooperação entre as cinco CVR´s da Região Centro (Dão, Bairrada e Beira Interior, parcialmente, Lisboa e, residualmente, o Tejo) e a Comissão de Coordenação da Região Centro, que teve uma enorme capacidade de compreender a importância do vinho na economia regional, disponibilizando-se desde logo a apoiar a nossa iniciativa. Nessa sequência iremos ter para os próximos 3 anos uma dotação de 3 milhões de euros do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) para apoiar a competitividade da fileira do vinho na Região Centro, um terço para acções de inovação e de investigação na vinha e no vinho e dois terços para acções de promoção. Este apoio será realizado no âmbito de um projecto aprovado pelo Programa Operacional do Centro, gerido pela CCDRC, e irá alavancar um investimento geral de mais de 3,5 milhões de euros. Para além das cinco CVR´s estarão também envolvidos como parceiros, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAVE), os Institutos Politécnicos de Viseu e Castelo Branco e o Turismo do Centro de Portugal. GR: Que apostas vão ser feitas em termos de promoção e marketing nos vinhos do Dão? AC: Vamos continuar nas mesmas frentes em que temos trabalhado. No plano interno vamos continuar a realizar os eventos habituais, como o Dão Primores e a Gala Os Melhores do Dão, em Viseu, e o Dão Capital, em Lisboa. A novidade em 2017 será um novo even-
to, que designaremos por Dão Invicto, de apresentação dos nossos vinhos ao público e media portuenses. Além disso continuaremos a participar, apoiando os nossos produtores, nos eventos Essência do Vinho, no Porto e Encontros com o Vinho, em Lisboa. Importa ainda referir as parcerias da CVR com alguns Municípios em eventos de sua iniciativa para promoção dos respectivos territórios através do vinho. Destaco aqui a Feira do Vinho, em Nelas, os Tons de Primavera, a Festa das Vindimas e o Salão Vinhos de Inverno, em Viseu, sem esquecer outras iniciativas de Municípios em que a CVR tem sido também parceira, como Penalva do Castelo, Gouveia, Tábua, ou Tondela. No plano dos mercados externos, vamos continuar a trabalhar com a VINIPORTUGAL, no quadro do Protocolo de colaboração que celebrámos em 2014 e no quadro do qual a CVR co-financia a participação produtores do Dão em eventos promocionais nos mercados que mais nos interessam. Assim, para além das frequentes visitas à nossa região de comitivas de compradores e jornalistas de vários países, temos participado em provas e outras acções promocionais realizados em Países Terceiros e da União Europeia. Iremos também abrir um amplo espaço de debate entre os nossos produtores e clientes, com vista à elaboração, neste mandato que agora iniciamos, de um
Plano Estratégico a 10 anos para o Vinho do Dão. GR: Como olha para o actual momento dos vinhos portugueses, e o Dão em particular, no mundo? AC: O vinho do Dão acompanha, de forma geral, as tendências de mercado do conjunto dos vinhos portugueses. E neste aspecto, creio que é por demais evidente estarmos a atravessar um bom momento, com as exportações dos nossos vinhos a crescerem consecutivamente há mais de meia dúzia de anos a esta parte, atingindo em 2015 cerca de 740 milhões de euros. Este excelente desempenho dos vinhos portugueses nos mercados mundiais resultam, antes do mais, do mérito de quem produz as uvas e faz os vinhos: produtores, empresas, cooperativas, enólogos, viticólogos e demais profissionais do sector. Mas resulta também dos apoios que têm sido concedidos no âmbito dos fundos comunitários destinados à internacionalização da economia e, especialmente, da excelente actividade promocional desenvolvida pela VINIPORTUGAL, enquanto Associação Interprofissional responsável pela promoção dos vinhos portugueses no Mundo. E neste contexto, o que as CVR´s, em geral, fazem, incluindo a nossa, é complementar este trabalho de promoção nos mercados onde temos maior expressão, ou queremos ter. www.gazetarural.com
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A 14 de Dezembro, em Vila Real
Douro Património Mundial comemora 15 anos A cidade de Vila Real acolhe a 14 de Dezembro as comemorações do décimo quinto aniversário da elevação do Alto Douro Vinhateiro (ADV) a Património Mundial da Unesco. Foi a 14 de Dezembro de 2001 que o Douro foi inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade, na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva. “Vila Real é porta do Douro, entrada privilegiada para esta região classificada, e é para nós uma honra, um gosto, comemorar aquilo que é uma data marcante e simbólica para toda a região” afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos. O autarca referiu que a classificação pela Unesco, conquistada há 15 anos, “permitiu avançar na transformação do território”. “Ainda não temos tudo o que queríamos, é verdade que esta classificação também implicou responsabilidades, nomeadamente na capacidade de mexer no território em termos urbanísticos, de construção e de
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cuidado com o território, mas julgo que é inegável que foi um factor positivo”, frisou. Para Rui Santos, “hoje o Douro é claramente uma marca em expansão e em afirmação em termos mundiais”. Uma das consequências mais visíveis da inscrição pela Unesco é, segundo o presidente, o turismo. Mas o Património Mundial tem sido, ao longo destes 15 anos, palco para investimentos quer na área do enoturismo, hotelaria quer também em vinhas e centros de vinificação. A sessão evocativa dos 15 anos do Património Mundial está a ser organizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), através da Missão Douro, em parceria com a Câmara de Vila Real, a Comunidade Intermunicipal do Douro e a Liga dos Amigos do Alto Douro Vinhateiro. A sessão terá como objectivo apresentar um balanço da projecção do ADV nos últimos anos e demonstrar como é
que o território tem sabido preservar e conciliar os valores fundamentais da região com o seu crescimento. O ADV corresponde à área mais representativa e melhor conservada da Região Demarcada do Douro (RDD), que é a mais antiga região vitícola demarcada e regulamentada do mundo, com delimitações desde 1756. A área classificada compreende 24.600 hectares, cerca de um décimo do total da RDD, tendo a sua zona tampão uma área de 225.400 hectares, e abrange 13 municípios. São eles Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Mesão Frio, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real, e a sua zona tampão inclui ainda os municípios de Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Mirandela, Murça, Resende, Vila Flor, na região Norte, e Figueira de Castelo Rodrigo e Meda, na região Centro.
Ministro Capoulas Santos defende investimentos na vitivinicultura
Apresentado Plano Estratégico de Apoio à Fileira dos Vinhos das Denominações de Origem do Centro O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural defendeu a aposta na vitivinicultura enquanto subsector da agricultura portuguesa com maior vocação exportadora. “Este é um sector cuja dinâmica nos deve orgulhar”, disse Luís Capoulas Santos, em Coimbra, na apresentação do Plano Estratégico de Apoio à Fileira dos Vinhos das Denominações de Origem do Centro. Na sua opinião, “faz todo o sentido apostar no sector vitivinícola, para honrar o passado”, mas também numa perspectiva de futuro. No sector vitivinícola, Portugal “situa-se entre os 10 primeiros países do mundo”, realçou o ministro da Agricultura, ao classificar o plano como “opção estratégica muito válida”. Financiado pelo Programa Operacional do Centro 2020, o projecto visa
“apoiar a cadeia de valor dos vinhos, desde os recursos naturais até à promoção junto do consumidor final”, segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC). O plano representa 3,5 milhões de euros de investimento total, dos quais três milhões são financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), cabendo aos privados um encargo de 500 mil euros. “Ninguém perde identidade por trabalhar em conjunto”, salientou a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, na cerimónia de apresentação da iniciativa. Dos três milhões de euros de apoio do FEDER, “um milhão é para inovação”, disse Ana Abrunhosa. O plano estratégico envolve a CCDRC e as comissões vitivinícolas regionais
(CVR) de Lisboa, Dão, Bairrada, Beira Interior e Tejo. “Congregar os esforços das cinco CVR da região Centro, intensificando as colaborações e reforçando o trabalho em rede, quer ao nível da inovação quer do desenvolvimento tecnológico na produção dos vinhos, deverá ser um dos principais resultados da concretização deste programa, que pretende reforçar o peso na economia regional da fileira do vinho e afirmar a nível nacional e internacional a Região Centro como uma região vitícola”, segundo a CCDRC. Em 1970, quando a população de Portugal rondava os 10 milhões de pessoas, cada uma “bebia em média 85 litros de vinho por ano”, disse o presidente da Comissão Vitivinícola de Lisboa, Vasco Avilez, a quem coube apresentar o plano estratégico, que junta pela primeira vez as cinco CVR do Centro. “Hoje, bebe-se menos, mas bebe-se melhor”, sublinhou, explicando que cada português consome actualmente uma média anual de 42 litros de diferentes vinhos. Com 240 mil hectares de vinha plantada, nas diferentes regiões vitivinícolas, Portugal produz sete milhões de hectolitros (700 milhões de litros) de vinho. Destes, quatro milhões de hectolitros de vinho são consumidos no mercado interno, enquanto o restante se destina à exportação, no valor de 1.000 milhões de euros, enfatizou Vasco Avilez. “Este programa deverá contribuir para aumentar a competitividade do sector, mas também para fomentar a sua internacionalização e notoriedade”, defendeu Ana Abrunhosa. Da parte do financiamento atribuído à CVR Dão, um terço é destinado à componente de investigação, que será coordenada pelo professor Pedro Rodrigues, docente da Escola Superior Agrária de Viseu e vice-presidente do Instituto. A região Centro integra as denominações de origem da Beira Interior, da Bairrada e do Dão, parcialmente a de Lisboa e residualmente a do Tejo. A região é responsável por cerca de 37% da área total de vinha existente em Portugal e 35% da produção de vinho nacional. O Centro exporta entre 40 a 50% da sua produção, consoante as regiões. www.gazetarural.com
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Portfólio alargado a cinco referências distribuídas em seis mercados
Casa de São Matias lança edição limitada de Encruzado 2015
Um ano após o arranque do projecto, a Casa de São Matias, produtor da região do Dão, apresenta um novo membro da família muito especial. São Matias Reserva Branco – Encruzado 2015 (Edição Limitada) é a mais recente referência do portfólio, que será agora distribuída no mercado nacional, numa edição numerada e limitada de 4266 garrafas. Com a chancela do enólogo Francisco Gonçalves, o São Matias Reserva Branco – Encruzado 2015 (Edição Limitada) revela boa intensidade aromática, muitas flores amarelas, citrinos maduros a que se juntam notas subtis de madeira num final harmonioso e prolongado, a sublinhar a mineralidade e a frescura do terroir. A nova referência junta-se a São Matias Rosé 2015 (lançado em Julho de 2016), a São Matias Branco 2015, São Matias Tinto 2012 e São Matias Reserva Tinto 2011, que são distribuídos em Portugal Continental e Ilhas, para além de mercados externos como a França, Alemanha, Luxemburgo, Suíça e, mais
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recentemente, os Estados Unidos. Localizada na sub-Região da Serra da Estrela, a Casa de São Matias é cartão-de-visita do Dão em toda a plenitude que o carácter de um vinho deve apresentar. Com o objectivo de dotar a Região de mais um projecto de referência, a Casa de São Matias apresenta cinco vinhos únicos, ímpares e distintos. Na Família Montenegro há seis gerações, a Casa de São Matias ostenta uma íntima ligação aos vinhos, numa história que tem passado de pais para filhos durante décadas e que, agora, se materializa na produção de vinhos de excepção. A escolha das melhores uvas, a garantia de uma vinificação irrepreensível, o envolvimento de uma equipa de enologia experiente e um lote de dedicação e de compromisso são as notas de prova das referências colocadas no mercado. Uma imagem sóbria que não esquece o arrojo que as opções clássicas devem ter, veste vinhos assinados pelo enólogo Francisco Gonçalves num projecto cuja coordenação e gestão está a cargo de António Montenegro e António Montenegro (filho).
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Na terceira edição do Concurso de Vinhos
Crédito Agrícola distinguiu 62 vinhos nacionais Tambuladeira de Ouro
O Crédito Agrícola revelou, em cerimónia realizada na Estufa Fria, em Lisboa, os vencedores do III Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola, uma iniciativa dinamizada em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal. Dos mais de 200 vinhos brancos, tintos e espumantes colocados à prova por 121 produtores nacionais das várias regiões vitivinícolas do país, o júri distinguiu, durante as provas cegas realizadas a 28 e 29 de Outubro na Feira Portugal Agro, 62 vinhos com a Tambuladeira dos Escanções de Portugal, 27 com medalhas de ouro e 35 com medalhas de prata. A cerimónia de entrega dos prémios, que contou com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, Luís Medeiros Vieira, e do Director Regional-Adjunto da Direcção Regional da Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, Jorge Capitão, foi conduzida por Sílvia Alberto e reuniu mais de 200 pessoas, entre produtores, representantes de cooperativas, enólogos, escanções e responsáveis do Crédito Agrícola de todo o país. Nesta terceira edição foram distinguidos vinhos, oriundos das regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes, Douro, Távora-Varosa, Beiras, Dão, Bairrada, Tejo, Lisboa, Península de Setúbal, Alentejo e Algarve. Nas duas edições anteriores registou-se a inscrição de 450 vinhos e foram premiados 125 brancos e tintos com as medalhas de Ouro, Prata e Bronze. Com este concurso, que coloca à prova a qualidade dos vinhos nacionais, o Crédito Agrícola pretende apoiar o sector vitivinícola e o desenvolvimento das economias locais. O Crédito Agrícola, a única instituição cooperativa portuguesa, de capitais exclusivamente nacionais está presente em todo o país e detém a segunda maior rede de Agências. 22
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Adega de Pegões Alicante Bouschet Vinho Regional Península de Setúbal Tinto Adro da Sé Encruzado DOC Dão Branco 2015 ANIMA de Fornalhas Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2014 AR Reserva DOC Alentejo Tinto 2013 Dona Ermelinda Reserva DO Palmela Tinto 2014 Guadelim Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2009 Herdade da Ajuda Reserva Vinho Regional Alentejano Branco 2014 Herdade de Conqueiros Vinho Regional Península de Setúbal Tinto Malaca Aragonez Reserva Vinho Regional Algarve Tinto 2014 Mamoré de Borba DOC Alentejo Branco 2015 Margarida Cabaço Edição Especial Alicante Bouschet Vinho Regional Alentejano Tinto 2010 Marquês de Marialva Grande Reserva DOC Bairrada Tinto 2010 Morais Rocha Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2012 Olho de Mocho Reserva Vinho Regional Alentejano Branco 2014 QO Reserva Vinho Regional Algarve Tinto Quinta Brejinho da Costa Selection Vinho Regional Península de Setúbal Tinto 2012 Quinta do Isaac DOC Douro Tinto 2013 Quinta Vale de Fornos DOC Tejo Tinto 2013 Quinta Vale do Bragão DOC Douro Branco 2015 Roma Pereira Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2008 Roquevale Reserva DOC Alentejo Tinto 2010 Serras de Grândola Touriga Nacional Vinho Regional Península de Setúbal Tinto 2014 Solar dos Loendros Cabernet Sauvignon Vinho Regional Tejo Tinto 2015 Tavares Touriga Nacional Reserva do Administrador Tinto Torre do Frade Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2007 Várzea do Minho Touriga Nacional Reserva Vinho Regional Minho, Tinto 2011 Vida Nova Reserva Vinho Regional Algarve Branco 2015 Tambuladeira de Prata Adega de Corga DOC Dão Branco 2015 Adega de Palmela 60 Reserva D.O. Palmela Tinto 2013 Alma Vitis DOC Torres Vedras Tinto 2012
Barão de Alenquer DOP Alenquer Tinto 2015 Casa da Ínsua Espumante DOC Dão Branco 2014 Confraria Chardonnay & Arinto Vinho Regional Lisboa Branco 2015 Côto de Mamoelas Espumante Bruto DOC Verde Branco 2013 Cruz Velha Reserva DOC Douro Tinto 2013 doispontocinco DOC Beira Interior Tinto 2013 Dona Anca Vinho Regional Tejo Tinto 2015 Encostas da Cabana Alvarinho Biológico DOC Verde Branco 2015 Folha do Meio Reserva Vinho Regional Alentejano Tinto 2012 Fonte Mouro Vinho Regional Alentejano Branco 2014 Fora de Jogo DOC Beira Interior Tinto 2013 Herdade de São Miguel Reserva Tinto 2013 Marquês de Marialva Arinto Grande Reserva DOC Bairrada Branco 2013 Mingorra Reserva Vinho Regional Alentejano Branco 2014 Monte da Colónia Reserva Vinho Regional Alentejano Branco 2015 Mundus Espumante Bruto Vinho Regional Lisboa Branco Nunes Barata Espumante Bruto Vinho Regional Alentejano Branco 2011 Os Xistos Altos DOC Douro Branco 2013 Páteo do Morgado Alicante Bouschet/ Cabernet Sauvignon Vinho Regional Alentejano Tinto 2012 Pegos Claros Grande Escolha DOC Palmela Tinto 2013 Peripécia Pinot Noir Vinho Regional Lisboa Tinto 2012 Quinta da Carregosa Reserva DOC Douro Tinto 2013 Quinta das Cerejeiras Reserva DOC Óbidos Branco 2015 Quinta do Bucheiro Touriga Nacional Reserva DOC Douro Tinto 2014 Quinta do Escudial Encruzado DOC Dão Branco 2015 Régia Colheita Reserva DOC Alentejo Branco 2015 Tapada das Lebres Premium DOC Alentejo Tinto 2014 Terras do Demo Touriga Nacional Espumante DOC Távora-Varosa Rosé 2015 Varandas Grande Escolha DOC do Tejo Branco 2015 Vidigueira Grande Escolha DOC Alentejo Tinto 2014 Vinha da Avó DOC Douro Branco 2015 Viognier Vinho Regional Alentejano Branco 2015
Queijo Serra da Estrela à Chef reuniu mais de 200 pessoas
Queijo Serra da Estrela brilhou com o talento de grandes chefs de cozinha Sete chefes de cozinha, quatro com estrela Michelin nos respectivos restaurantes, elevaram o Queijo Serra da Estrela a um patamar diferente. O evento Queijo Serra da Estrela à Chef, realizado no Parador Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, revelou novos horizontes gastronómicos para um dos produtos mais nobres da região. Mais do que um show cooking tratou-se de uma autêntica experiência para as mais de 200 pessoas que participaram no evento, na sala Príncipe das Beiras. Paulo Cardoso, o chefe de cozinha anfitrião, foi o primeiro a subir ao palco, tendo apresentado um “dueto de maçã e presunto em esfera, areia de azeitona e Queijo Serra da Estrela”. Depois de degustado o amuse bouche, a entrada ficou a cargo de Vítor Matos (do restaurante Antiqvvum, Porto, novo estrela Michelin) – “ravioli de Queijo da Serra com manteiga das Marinhas e salva, trombetas da morte, folhas de capuchinha e flores”. Seguiu-se uma sopa, “sopa de peixe assado com nhoques de queijo Serra da Estrela”, com assinatura do convidado internacional, o chefe Fernando Agrasar (estrela Michelin no restaurante As Garzas, na Galiza). O festim gastronómico prosseguiu com a participação de Rui Silvestre, que viajou do Algarve (restaurante Bon Bon, Carvoeiro, estrela Michelin) até à Beira
Alta. “Ostra do moinho dos ilhéus, agrião e Queijo da Serra” foi a proposta. A representação feminina ficou muito bem entregue a Marlene Vieira (Mercado da Ribeira, Lisboa), que propôs “bacalhau frito, consomé de cebola, couve Bruxelas e soufflé com Queijo da Serra”. O capítulo carnívoro foi assegurado por André Silva (Largo do Paço – Casa da Calçada, Amarante, estrela Michelin), com “vitela com Queijo da Serra, raiz de cerefólio, alcachofras, foie gras e cogumelos. A fechar, a doçaria por Luca Arguelles, mestre pasteleiro de Arronches, Norte do Alentejo. “verrine de alperce, Queijo da Serra e sopa de eucalipto”, como sobremesa, e “mini-tarte de castanhas, Queijo da Serra e aguardente velha”, a acompanhar o café. A programação do dia culminou com o workshop “Queijo Serra da Estrela – da produção à comercialização”, que teve as participações de Jorge Coelho (Queijaria Vale da Estrela, Mangualde), José Matias (Queijaria Casa da Ínsua), Joana Osswald (proprietária da loja gourmet Mercearia da Rua das Flores, Porto) e o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, José Morgado Ribeiro. Findo o workshop, decorreu uma prova cega de Queijos Serra da Estrela, de diferentes produtores, tal como no show cooking, de novo em harmonização com vinhos da região do Dão.
“A CIM Viseu Dão Lafões orgulha-se de ter proporcionado um momento único a todos os participantes. Mas, mais importante ainda, por contribuir para o enaltecer de um dos produtos regionais de maior potencial na região, o Queijo Serra da Estrela. A economia local e regional, a gastronomia, os vinhos, o turismo cultural e o de natureza, o nosso património edificado e a nossas tradições constituem o melhor cartão de visita de Viseu Dão Lafões. Contextualizá-los devidamente e posicioná-los como elementos atractivos para quem nos possa visitar é uma obrigação de todos os agentes económicos e políticos. Iniciativas como o Queijo Serra da Estrela à Chef contribuem para esta estratégia de valorização e atracção do território”, sublinhou o presidente da CIM Viseu Dão Lafões, José Morgado Ribeiro. De referir ainda que a CIM Viseu Dão Lafões convidou um grupo restrito de jornalistas especializados em gastronomia para realizar um conjunto de visitas pelo território, durante dois dias, que se traduziu num contacto estreito com queijarias, especialistas em cogumelos, doçaria tradicional, fumeiro, culinária tradicional e contemporânea e vinhos. Queijo Serra da Estrela à Chef foi promovido pela CIM Viseu Dão Lafões, em parceria com o Grupo Visabeira e o município de Penalva do Castelo. www.gazetarural.com
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Terceira edição do “Prémio Empreendedorismo e Inovação”
Crédito Agrícola distingue 10 projectos portugueses com 40 mil euros O Crédito Agrícola revelou os vencedores do “Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola”, numa cerimónia que contou com a presença do Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e onde foram atribuídos 40 mil euros a 10 projectos nacionais. Este prémio, que vai já na terceira edição e que resulta de uma parceria com a INOVISA, está dividido em seis categorias, havendo um vencedor e uma menção honrosa para cada uma, com excepção das categorias Jovem Empresário Rural e Projecto de Elevado Potencial Promovido por Associado do CA. Na categoria Produção e Transformação o primeiro prémio foi atribuído ao Black Block, um sistema solar híbrido para secagem agroindustrial de ervas aromáticas, fruta, cogumelos e cortiça, controlado à distância (inclusivamente através de uma app) que consome menos energia do que os equipamentos convencionais. A menção honrosa foi para o Azeite em pó com ervas aromáticas, da empresa MC Rabaçal & Aragão, resultando da desidratação do azeite de Trás-os-Montes com maltodextrina de tapioca e adição de ervas aromáticas da região utilizado por chefes de alta gastronomia. O sistema Arge Ruris, uma 24
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aplicação móvel para o controlo remoto de explorações de produção extensiva para animais, desenvolvida pela empresa GlobalBit, ficou em terceiro lugar. Este sistema pretende tornar mais rentável e prática a produção pecuária, nomeadamente do porco preto alentejano. Na categoria Comercialização e Internacionalização o vencedor foi o projecto “Lotes Reserva”, do Cantinho das Aromáticas. O projecto associa a recolha selectiva das extremidades das espécies Limonete, Erva-príncipe, Hortelã-vulgar e Tomilho-limão nos dias mais compridos do ano com o melhor método de extracção, resultando numa experiência sensorial única. A menção honrosa foi para o projecto Pôpa Art Projects, que associa uma abordagem artística à produção e experimentação de vinhos. Produtores e artistas recriam uma história ou um conceito numa garrafa de vinho. O terceiro lugar foi arrecadado pelo também vencedor da categoria Projecto de Elevado Potencial Promovido por Associado do CA, o Vinho da Água, da Ervideira. Trata-se de um vinho que estagia no Grande Lago do Alqueva, a 30 metros de profundidade durante oito meses, recriando-se as condições de estágio de vinhos resgatados de naufrágios.
Na categoria Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, o primeiro prémio foi atribuído ao BIOSUBSTRATPOT, um projecto do Horto da Cidade que vem substituir o uso de vasos de plástico na produção de plantas. Além de mais amigo do ambiente, por ser 100% biodegradável, o BIOSUBSTRAPOT reduz o consumo de água e de fertilizantes. A menção honrosa foi atribuída ao Coolfarm, um software que controla a água, o ar e a luz no interior das estufas. Esta é uma ferramenta de apoio à gestão do produtor que permite analisar e avaliar a saúde das plantas, assim como integrar e analisar todos os dados da estufa. O terceiro lugar foi para a Torre de Fluxos de Carbono em Montado de Sobreiro. Uma torre que mede as trocas de CO2 e água entre o ecossistema terrestre e a atmosfera, avaliando o impacto do stress ambiental no montado de sobreiro. Desenvolvida pelo Instituto Superior de Agronomia em colaboração com outras entidades como a Herdade da Machoqueira do Grou e a Corticeira Amorim, a torre de Fluxos de Carbono é única em montado de sobreiro e uma das poucas na região mediterrânica. Na categoria Desenvolvimento Rural a Porta do Mezio foi a grande vencedora.
Trata-se de uma iniciativa da Associação Regional de Desenvolvimento do Alto Lima (ARDAL), em parceria com a Câmara de Arcos de Valdevez e outras entidades, que pretende divulgar e promover o Parque Nacional da Peneda Gerês, enquanto infraestrutura potenciadora de negócios de operadores turísticos da região. A Firerisk, a aplicação para o cidadão que reúne informação de diversas fontes sobre incêndios florestais, permitindo o acesso em tempo real ao nível de risco de incêndio, foi distinguida com
a menção honrosa desta categoria. Os seus utilizadores recebem avisos sobre incêndios florestais que deflagrem na proximidade do seu terreno, sobre as áreas a limpar para proteger os seus terrenos e sobre medidas preventivas e de actuação a adoptar. O terceiro lugar, e também vencedor da categoria Jovem Empresário Rural, foi para a Quinta da Fornalha. Uma exploração algarvia com 30 hectares que aposta numa gestão agrícola ecológica e regenerativa associada ao aproveitamento inteligente de todos os recursos e que promove
ainda o ecoturismo e a animação. Durante o evento, o presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola, Licínio Pina, sublinhou que “com este projecto pretendemos potenciar a inovação no sector primário e agro-industrial, um sector que conhecemos como ninguém e que sabemos que tem grande potencial.” O Crédito Agrícola, a única instituição cooperativa portuguesa, de capitais exclusivamente nacionais está presente em todo o país e detém a segunda maior rede de Agências.
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Diz Vítor Gomes, presidente do Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga
“As pessoas preferem investir com capitais próprios”
Numa altura em que o novo PDR 2020 tem candidaturas abertas a apoios comunitários, na área de intervenção da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Vale do Dão e Alto Vouga (CAVDAV), que engloba os concelhos de Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão e Vila Nova de Paiva, não têm aparecido projectos de investimentos candidatados a fundos comunitários. Vítor Gomes, presidente do Concelho de Administração da CAVDAV, à Gazeta Rural, diz que as pessoas preferem investir capitais próprios a elaborar candidaturas. É que, refere, “a agricultura na região está cada vez mais abandonada e não há motivação para atrair os jovens para dar continuidade aos projectos dos seus antecessores”. Quanto ao grau de satisfação dos seus clientes, Vítor Gomes diz que o Crédito Agrícola está bem e recomendase. 26
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Gazeta Rural (GR): O Crédito Agrícola é uma das instituições financeiras com menos reclamações e com clientes mais fidelizados. Como vê neste momento o mercado na região de abrangência da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Vale do Dão e Alto Vouga? Vítor Gomes (VG): Em termos de satisfação de clientes, de atendimento, da qualidade dos produtos e o resultado do estudo da Marktest, é com alguma satisfação que o Crédito Agrícola se posiciona no topo da tabela. Também na publicação do supervisor, o Banco de Portugal, o Crédito Agrícola é a instituição bancária com menos reclamações, comparada com as congéneres do sector, reportando aos primeiros meses de 2016. Relativamente à nossa área de intervenção, felizmente partimos de um grau de satisfação elevado, pois a qualidade do serviço prestado não nos dá grande índice de reclamações, e as que são feitas são muito pontuais. Isto significa que o Crédito Agrícola, tanto a nível local como a nível nacional, é reconhecido pelos seus clientes como um modelo de atendimento e relacionamento, mas também pela qualidade e flexibilidade dos seus produtos e serviços financeiros. GR: O Crédito Agrícola continua mais virado para o sector primário ou neste momento é um banco de intervenção em toda a área económica? VG: Actualmente o Crédito Agrícola é um banco universal, pois fazemos todo o tipo de operações e apoiamos todo o sectores, desde a indústria ao comercio. Não nos esquecemos da parte agrícola, porque essas são as nossas raízes. Infelizmente a agricultura na região está cada vez mais abandonada e não há motivação para atrair os jovens para dar continuidade aos projectos dos
seus antecessores. No entanto, nós, enquanto instituição ligada ao sector e que nasceu do sector, não nos esquecemos dele. Para o efeito, temos técnicos disponíveis, em qualquer altura, para aconselhar ou elaborar projectos de candidaturas. Fazemos parte da Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD) desde a sua fundação, integramos os seus órgãos fiscais, pelo que estamos sempre disponíveis para colaborar com ADD para apoiar a agricultura da região, nos quatro concelhos da nossa área de intervenção. Em relação a projectos comunitários, temos um técnico disponível que pode ajudar e fazer gratuitamente estes serviços para os agricultores que sejam nossos clientes e associados. GR: Disse que a agricultura está cada vez mais abandonada na região. Há, no entanto, alguns novos projectos a aparecerem. Tem chegado esses projectos ao Crédito Agrícola? VG: Confesso que relativamente ao novo quadro comunitário não tenho grande fé, como muitos políticos e pessoas ligadas ao sector. Pelas candidaturas que nos chegam, vejo as pessoas algo desmotivadas e para pequenos projectos, que são os da nossa região, ainda não sentimos nada e não apareceu nada de especial. Os últimos projectos que nos chegaram da região foi na área dos mirtilos, tudo o resto é o tradicional. As pessoas preferem investir com capitais próprios em vez de apostarem em candidaturas a fundos comunitários. Não sei se haverá falta de esclarecimento ou serão as burocracias. O que sabemos é que, nas nossas quatro agências, não temos qualquer associado, ou cliente motivado, para apresentar candidaturas ao novo quadro comunitário.
Serras de Montesinho, Estrela e Pico lançam projecto
Rede Nacional de Montanhas de Investigação quer valorizar os recursos existentes As serras de Montesinho, em Bragança, Estrela, na Guarda, e Pico, nos Açores, foram as escolhidas para lançar uma Rede Nacional de Montanhas de Investigação para valorizar os recursos existentes. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, subiu à serra de Montesinho para a apresentação formal do projecto do Governo que pretende aproveitar o conhecimento científico para explorar e valorizar as áreas de montanha nas diferentes vertentes, desde a preservação, agricultura, clima, ao património e turismo científico. As instituições de investigação como os politécnicos de Bragança e da Guarda e a universidade dos Açores são os parceiros nesta rede que arranca com três projectos-piloto e que o ministro espera ver alargada a outras zonas de montanha do país. O lançamento desta rede é, explicou o governante, a concretização de uma ideia iniciada há pouco mais de um mês, quando em Bragança, por iniciativa do Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), o único do país, se realizou a conferência europeia Euro Montana. Um conjunto de parceiros europeus
desafiou, então, as entidades nacionais a trabalharem para transformar Montesinho numa serra de investigação e pertencer à rede europeia da Biosfera. Com o Politécnico de Bragança, aceitaram também o desafio o da Guarda e a Universidade dos Açores e foi formalmente criada esta que “é sobretudo uma rede de investigação em montanha que tem como génese o trabalho de várias décadas do Centro de Investigação de Montanha do IPB”, segundo o ministro. Manuel Heitor explicou que, no caso de Montesinho, o trabalho passará pela activação das infraestruturas do Planalto da Lama Grande para investigação do clima, do viveiro das Trutas, na aldeia de França, e pela valorização, desenvolvimento e promoção da actividade de corantes naturais. “A ideia é associar a estas actividades científicas outras de desenvolvimento regional, de ligação do conhecimento à valorização do território, passando, por exemplo, pelo desporto aventura, pelo turismo, e o turismo científico em particular, de forma que possamos também pôr Montesinho no mapa europeu das montanhas onde e faz investigação, onde os cientistas vão fazer pesquisa, onde os turistas vão estar em contacto com cientistas, e acreditamos que pode
ser um projecto que dá uma nova centralidade a Portugal no espaço europeu”, concretizou. A rede não tem um orçamento, sendo que o desafio é cada um dos membros “desenvolver ideias, o conceito, preparar propostas” para serem candidatas a financiamento. Além das instituições de ensino e investigação, cada território vai trabalhar com diversos parceiros, desde empresas a entidades oficiais como o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) ou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Montesinho “está numa fase mais avançada” nesta área, com o trabalho desenvolvido pelo Centro de Investigação de Montanha do politécnico de Bragança, nomeadamente o grupo liderado por Isabel Ferreira, uma das investigadoras portuguesas mais citadas a nível internacional. O presidente do IPB, Sobrinho Teixeira, quer que este seja “um projecto transversal de preservação, mas também de retorno das mais-valias para a região”, lembrando que a zona de Montesinho é uma área protegida e também parte integrante do território da Meseta Ibérica, classificado como Reserva Mundial da Biosfera. www.gazetarural.com
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Delegação da FAO visitou os dois concelhos do distrito de Vila Real
Montalegre e Boticas querem candidatar o Barroso a património paisagístico Os municípios de Montalegre e Boticas querem avançar com a candidatura do território do Barroso a património paisagístico da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. “A ideia é concertar esforços a nível dos dois municípios para fazermos uma candidatura do nosso território a património paisagístico reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para nós o reconhecimento pela FAO significa tanto ou mais do que o reconhecimento pela Unesco”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira. Isto porque, acrescentou, a FAO, com sede em Roma, Itália, preocupa-se com a alimentação, a agricultura, os agricultores e o território. “Esta classificação garante duas coisas em simultâneo que é a permanência das pessoas e a sua actividade e a conservação do património paisagístico”, salientou.
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David Teixeira garantiu que no Barroso, que se estende pelos dois municípios, estão reunidas as condições exigidas pela organização, nomeadamente de “ter territórios cuidados, onde a agricultura faz ainda a preservação da paisagem e os produtos regionais são a base da economia”. Uma delegação da FAO visitou e está a avaliar os dois concelhos do distrito de Vila Real. “Queremos promover este território a nível nacional e uma certificação e um reconhecimento da FAO vai ajudar a projectar o território de uma forma diferenciada”, sublinhou. David Teixeira sublinhou ainda que o Barroso poderá ser o primeiro território classificado pela FAO em Portugal. A este projecto juntam-se ainda as universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e pretende-se que seja apoiado pelas
associações locais e o Ministério da Agricultura. Artur Cristóvão, vice-reitor da UTAD, disse que foi uma “visita exploratório” para estudar a “possibilidade deste território ser classificado”. “No fundo o que fizemos foi uma visita prévia a todo este processo para que o especialista e responsável por esta área na FAO nos possa aconselhar sobre a preparação da própria candidatura”, acrescentou. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura é uma organização intergovernamental que conta com 194 estados membros, dois membros associados e uma organização membro, a União Europeia. Alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos de boa qualidade para que possam levar uma vida activa e saudável é a essência das actividades da FAO.
No âmbito de uma candidatura ao Portugal 2020
Montalegre quer promover e rejuvenescer fileira do fumeiro Montalegre vai dispor de meio milhão de euros, no âmbito de uma candidatura ao Portugal 2020, para dinamizar a fileira do fumeiro, introduzir novos métodos de fabrico e atrair jovens à actividade, disse fonte autárquica. A candidatura do projecto “Fumeiro de Montalegre – Cooperar para competir e desenvolver” foi elaborada pela Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã e dispõe de 85 por cento de financiamento de fundos comunitários. O vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, disse que os 500 mil euros, a investir nos próximos dois anos, “vão servir para organizar a produção e definir acções conjuntas”. O projecto inclui o desenvolvimento de um “plano estratégico âncora” de promoção da competitividade do sector, pretende estimular a competição dos agentes económicos da fileira e a adopção de boas práticas e novos métodos nos processos de fabrico do fumeiro. Tem ainda como objectivo rejuvenescer a fileira do fumeiro de Montalegre através da atracção de jovens, sobretudo dos que têm tradição familiar no negócio, para estimular a sucessão geracional e o aparecimento de novos produtos inovadores. O projecto quer garantir a qualidade
do fumeiro e valorizar a origem e modo de produção dos diferentes produtos e promover estes produtos ao nível nacional. A candidatura inclui ainda a criação de uma plataforma (sítio na Internet), uma página de Facebook e de Linkedin e um canal do Youtube para divulgação do projecto. O vice-presidente lamentou o “pouco arrojo empresarial” e mostrou-se frustrado pela “residual iniciativa empresarial dos produtores de fumeiro”. “Os nossos agricultores não se consideram empresários. Isso tem trazido alguma inércia, falta de ambição e de iniciativa para dimensionar estes investimentos que têm tudo para crescer. Numa fase em que a economia local precisa de um abanão, os nossos jovens queixam-se que não há emprego e nada melhor de que um auto-emprego”, frisou. David Teixeira considerou que falta aos produtores “capacidade de se agregarem e constituírem uma pequena indústria”. “Sempre que trabalhamos em conjunto temos menos custos e mais rentabilidade”, sustentou. A fileira do fumeiro possui já um “forte impacto” na economia de Montalegre, com muitas pessoas a trabalharem directa e indirectamente em actividades relacionadas com a produção, trans-
formação e comercialização de produtos como o presunto, chouriça, carne, salpicão, chouriço de abóbora, morcela de sangue ou bola de carne. No entanto, trata-se de uma actividade constituída maioritariamente por micro e pequenas empresas, muitas delas de matriz familiar e tradicional, com reduzida escala económica e financeira e que é afectada pela elevada média de idades dos agentes. A próxima edição da Feira do Fumeiro de Montalegre, no distrito de Vila Real, realiza-se entre os dias 26 a 29 de Janeiro. Uma das novidades da edição 2017 vai ser o leitão de porco bísaro. “Vamos introduzir a oportunidade de o visitante provar e até comprar leitão. A produção dos animais para venda também não está a cumprir expectativas. Como tal, é preciso potenciar o negócio do leitão. Espero que os restaurantes também percebam isso e possam apostar no produto”, salientou. Boaventura Moura, responsável pela Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã, acrescentou que, nesta edição do certame, vai também ser colocado “um selo inviolável no presunto”, vai ser “mantida a tatuagem nos porcos” e “quem desejar poderá optar por uma máquina para apertar o fumeiro em vez do habitual fio”. www.gazetarural.com
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Concelho transmontano ultrapassou o objectivo nacional
Vinhais é um exemplo no apoio aos produtores de suínos Vinhais é um concelho “exemplar” na implementação do Plano de Controlo e Erradicação da Doença de Aujesky (PCEDA), da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), referiu Margarida Bairrão, Coordenadora Nacional do PCEDA. Numa sessão de esclarecimento promovida pela Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) que decorreu no Centro Cultural de Vinhais, aquele foi um dos temas abordados. De acordo com as informações da DGAV, Vinhais já ultrapassou o objectivo nacional do PDEDA, que é ter mais de 80% das explorações com estatuto sanitário A4, porque neste momento mais de 90% das explorações do concelho são já A4 (indemne à doença de Aujesky), enquanto a média nacional é de 36%. Estes resultados só foram possíveis graças a um enorme esforço da Câmara de Vinhais, que em protocolo estabelecido com a OPP Vinhais e a ANCSUB está a apoiar financeiramente a execução deste Plano.
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Agricultura é um sector com futuro!
Conferência na Madeira apontou caminhos para os Jovens Agricultores A visão da sociedade sobre a agricultura mudou de forma radical, assumindo hoje em dia um tom de optimismo, ambição e futuro. Estas foram as palavras mais ouvidas na Conferência Jovem Agricultor, que reuniu cerca de 300 pessoas na Madeira. Os jovens agricultores portugueses contribuem com 20% do valor (VAB) da agricultura, apesar de representarem apenas 2% da população activa do sector, a percentagem mais baixa da União Europeia. A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) reuniu na Calheta, Madeira, um conjunto de conhecidas personalidades da vida política e empresarial portuguesa para discutir os novos horizontes e paradigmas dos Jovens Agricultores. Marques Mendes, um histórico do PSD, afirmou que a agricultura é hoje “um sector em alta e com futuro e não apenas uma moda”, explicando que a crise alimentar de 2008 ajudou a criar um novo olhar sobre a agricultura, que voltou a estar na agenda política e social em Portugal. Na qualidade de comentador ao painel de debate, onde intervieram diversas personalidades, Marques Mendes elencou as funções vitais da agricultura na sociedade portuguesa, como a ajuda ao crescimento económico do país, colmatando o défice alimentar nacional e contribuindo para o aumento das exportações, essencial à coesão do território e ao equilíbrio social, ajudando a fixar as populações no mundo rural. Apesar do quadro optimista, os desafios dos Jovens Agricultores são muitos.
O custo da terra e capital, inovação, tecnologia, mercados, internacionalização, segurança alimentar e bem-estar animal, sustentabilidade e ambiente são alguns desafios a ultrapassar. A agricultura deu um salto qualitativo e está num novo patamar de exigência, mas continua a defrontar-se com fragilidades ao nível da tesouraria e da capacidade de gestão das empresas, reconheceu Gabriela Freitas, ex-gestora do PRODER, programa de Desenvolvimento Rural que antecedeu o actual PDR2020. “Os jovens agricultores precisam de ter no Governo um parceiro previsível, que canalize verbas para a tesouraria das empresas, porque não há investimento sem gestão de expectativas, ou seja, previsibilidade”, concretizou. Ideia reforçada pelo director-geral da AJAP, Firmino Cordeiro, segundo o qual a agricultura é “uma actividade que exige investimentos avultados, com retornos mais ou menos longos, que precisa de quadros legislativos e de apoio ao investimento estáveis, que inclusive possam ultrapassar os ciclos políticos”. A aposta na formação e qualificação das novas gerações é essencial, e na perspectiva da AJAP é necessário assegurar que os futuros agricultores permaneçam na actividade, agindo, para diminuir a elevada taxa de insucesso de muitos projectos de investimento, por falta de acompanhamento adequado aos jovens empreendedores. Este acompanhamento deve comtemplar a definição de planos de longo prazo para os seus projectos, de forma a reduzir o encerramento das novas empresas agrícolas a níveis aceitáveis.
Na Conferência esteve também presente o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, que sublinhou a importância do associativismo para defender as posições do sector perante as instâncias políticas nacionais e comunitárias. João Machado recordou que a Política Agrícola Comum (PAC) gasta apenas 1% do seu orçamento com a agricultura, quando os agricultores prestam um serviço inestimável aos cidadãos europeus, garantindo alimentos seguros e de qualidade, a um preço acessível. “Temos que lutar por mais Europa, por regras e políticas de tratados de comércio internacional mais coerentes com o que defendemos enquanto europeus – ambiente, bem-estar animal, segurança alimentar”, disse o presidente da CAP. Perspectivando a PAC pós-2020, onde o sector vai lutar por manter o orçamento para a agricultura, o ex-ministro da Agricultura Arlindo Cunha, antecipou que possa vir a existir um terceiro pilar de apoios relativo ao pagamento dos bens públicos, ou seja, a compensação aos agricultores pelo serviço público prestado à Sociedade: combate à desertificação, ordenamento do território, segurança alimentar, entre outros. O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, deixou uma mensagem de optimismo, lembrando que “Portugal terá todos os benefícios da posição periférica na Europa, se assumir o seu posicionamento geopolítico no Atlântico, explorando melhor as relações comerciais com o continente americano”. www.gazetarural.com
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Ministro abriu seminário “O Sector do Azeite em Portugal”
Governo garante apoio ao sector nacional de azeite O Pavilhão de Exposições do Instituto Superior de Agronomia recebeu no Dia Mundial da Oliveira, celebrado nos vários países produtores sob a égide do Conselho Oleícola Internacional, o seminário “O sector do Azeite em Portugal – crescimento e competitividade”, organizado pela Casa do Azeite, que celebra este ano o seu 40º aniversário. O seminário teve início com uma intervenção do Ministro da Agricultura, que reforçou a intenção do Governo continuar a apoiar o sector do azeite em Portugal, “que tem tido um desenvolvimento notável, atravessando uma fase de forte crescimento e dinamismo no nosso país”. Capoulas dos Santos referiu ainda a existência de “muitos obstáculos à internacionalização dos nossos produtores”, algo que o respectivo ministério continuará a tentar colmatar. Luís Folque, presidente da Casa do Azeite, sublinhou a opinião de Capoulas dos Santos, informando que se tem assistido a um “extraordinário aumento da qualidade do azeite português, sendo que cerca de 75% da produção no nosso país é virgem extra”, uma situação que, segundo Luís Folque, permite concluir que “o sector tem claras condições para continuar a crescer em quantidade e qualidade”. Portugal regista a terceira maior produção de azeite dos últimos 100 anos´ Na campanha oleícola de 2015/2016, e segundo os dados do INE, a produção portuguesa atingiu as 109.052 toneladas, valor que representa um enorme aumento da produção nacional, de cerca de 79% em relação à campanha anterior. Este valor representa a terceira maior produção de azeite dos últimos 100 anos e decorre não só da conjugação de um ano de safra com umas boas condições climatéricas, como da entrada em produção de novas áreas de olival, principalmente no Alentejo. De facto, a região do Alentejo continua a reforçar a sua liderança no sector produtivo nacional, representando já cerca de 75% da produção total de azeite em Portugal.
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Edição de 2016 foi um sucesso
Mercado Magriço levou 20 mil pessoas a Penedono Mais de uma centena de empresários e produtores da região e milhares de visitantes marcaram presença no evento promovido pela autarquia do município. Penedono recebeu a sétima edição do Mercado Magriço, numa iniciativa promovida pela autarquia de Penedono que contou com a presença de mais de 20 mil visitantes e 132 empresários e produtores que ao longo dos três dias do certame mostraram o que de melhor se produz na região. Sob o mote “Fomentar o empreendedorismo e valorizar as iniciativas locais”, a edição deste ano do Mercado Magriço reforçou a sua missão de montra das principais actividades comerciais, artesanais pecuárias, agrícolas e industriais do concelho, proporcionando aos intervenientes um espaço de negócio e divulgação dos seus produtos. O interesse que o Mercado Magriço
desperta tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos e segundo a vice-presidente da Câmara de Penedono, o resultado final desta edição reforça essa convicção. “Este certame existe para dinamizar as actividades económicas concelhias e ser um veículo que permita o escoamento dos produtos presentes”, afirmou Cristina Ferreira, acrescentando que “se por um lado este ano a oferta aumentou significativamente, graças ao elevado número de expositores, por outro assistiu-se a uma dinâmica comercial surpreendente, pois casos houve em que a oferta prevista para os três dias do evento se esgotou no segundo dia.” A par da exposição, o evento contou com inúmeras actividades lúdicas e espectáculos musicais promovidos pelas diversas colectividades que promoveram o vastíssimo património cultural e
as tradições da região. Um dos pontos altos da sétima edição do Mercado Magriço foi o Concurso de Ovinos e Caprinos, que decorreu sob a orientação da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, e no âmbito do qual foram submetidos a avaliação 162 animais das raças Fina, Exótica, Churra e Serrana. Encerrada a edição de 2016 com sucesso, a autarquia reforça a importância de colaborar junto dos agentes locais com este tipo de iniciativas. “O Mercado Magriço é um forte catalisador económico que cumpre a missão para a qual foi criado. Assim, e ante estes factos, o Município de Penedono sente que o caminhar do seu executivo com os promotores do município trilha o caminho certo, dinamizando o concelho de Penedono e impulsionando a sua economia”, afirma a vice-presidente da Câmara. www.gazetarural.com
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Com perdas em vários sectores
Primavera chuvosa e Verão quente ditam mau ano agrícola O inverno pouco frio, a primavera chuvosa e o calor de Julho e Agosto determinaram um mau ano agrícola para a generalidade das culturas, antecipando-se perdas de 20% na produção de vinho, 15% nos olivais e 30% nas maçãs. As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (até 31 de Outubro) indicam que “as adversidades climatéricas, concretamente a primavera muito chuvosa” foram negativas para a vinha, propiciando o desenvolvimento de doenças como o míldio e implicando uma redução de 20% da produção. No entanto, embora em menor quantidade, o vinho produzido deverá apresentar boa qualidade tendo em conta que os teores de açúcar foram aumentando ao longo da vinha. Nos olivais, as previsões apontam para uma diminuição de 15% da produtividade face à campanha passada, 34
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“apesar das chuvas outonais terem promovido o aumento do calibre das azeitonas”. Para as produções de maçã, pera e kiwi, afectadas pela falta de frio no Inverno e deficientes condições de polinização e vingamento dos frutos, prevêem-se quebras de 30%, 20% e 25%, respectivamente. A qualidade da maçã é “heterogénea”, com os frutos da região Oeste a apresentarem um calibre menor do que o habitual, “embora com elevada quantidade de açúcar e consistência”, enquanto em Trás-os-Montes existe uma quantidade significativa de fruta sem “as características mínimas exigidas para o consumo em fresco”. A diminuição de produção nos amendoais deverá rondar os 25%, tendo em conta as condições climatéricas adversas e o facto de muitos amendoais ins-
talados nas regiões tradicionalmente produtoras estarem “bastante decrépitos”, enquanto na castanha é esperada uma redução de 5% e frutos com menores calibres. Os picos de calor em Julho e Agosto tiveram também impacto no milho, prevendo-se uma produção total de milho para grão próxima das 700 mil toneladas (-15% face a 2015), e no arroz, cuja produção deverá cair 10%. As elevadas temperaturas condicionaram também o rendimento do tomate para a indústria, estimando-se uma diminuição de 15% da produção. Apesar disso, o ligeiro aumento da área plantada face a 2015 permitiu produzir mais de 1,5 milhões de toneladas (a segunda maior das últimas três décadas), ainda assim bastante abaixo da campanha anterior (1,832 milhões de toneladas).
Como um dos projectos emblemáticos de Vila Nova de Paiva
No Concurso Nacional de Aguardentes não Vínicas Tradicionais Portuguesas
Aguardente de Medronho de Oleiros obteve a medalha de prata A Aguardente de Medronho produzida pela Silvapa, produtor no concelho de Oleiros, alcançou a medalha de prata no Concurso Nacional de Aguardentes não Vínicas Tradicionais Portuguesas, num concurso organizado pelo Centro Nacional de Exposições em Santarém e a Qualifica/OriGin Portugal. Esta iniciativa teve como objectivo estimular a produção de qualidade, dar a conhecer os melhores produtos nas diferentes regiões do país, incentivar o seu consumo, promover o encontro de produtores, empresas, técnicos e apreciadores. O Município de Oleiros tem feito um esforço no sentido de incentivar a produção de aguardente de qualidade de modo a valorizar este produto endógeno. Exemplo disso foi o colóquio “Qualidade da aguardente de medronho e outras potencialidades” decorrido no âmbito da Mostra do Medronho e da Castanha que abordou temas como as boas práticas do fabrico, a definição de uma aguardente de qualidade, a caracterização e o envelhecimento da “medronheira”, a distinção entre aguardentes envelhecidas e preparadas entre outras temáticas que reuniram em Oleiros especialistas da área de todo o país. Recorde-se que em 2015, o “Licor de Medronho Silvapa” foi considerado o “Melhor dos Melhores” do IV Concurso Nacional de Licores Conventuais e Tradicionais Portugueses. Neste sentido, é possível perceber as potencialidades dos produtos derivados do medronho e que têm alcançado cada vez mais o reconhecimento merecido.
Parque Botânico Arbutus do Demo foi distinguido pelo Turismo Centro e QUERCUS O Parque Botânico Arbutus do Demo foi distinguido pelas entidades Turismo Centro de Portugal e QUERCUS como um dos projectos emblemáticos do concelho de Vila Nova de Paiva e, seguramente, um dos mais importantes e significativos entre os desenvolvidos nas últimas décadas. Este espaço, instalado nos terrenos do antigo Viveiro Florestal de Queiriga, acolhe mais de um milhar de diferentes espécies botânicas, dispostas por famílias, usos etnobotânicos e industriais, propriedades medicinais e características aromáticas. Aqui podem ser admiradas desde as pequenas briófitas às gigantescas Sequoia sempervirens, numa notável harmonia estética e ambiental. O Arbutus do Demo assentou numa estratégia de reconstrução fiel da paisagem natural e antropogénica das terras altas do Paiva. Um conjunto de edifícios perfeitamente integrados no parque e adaptados às novas funcionalidades, respeitando a arquitectura original, constituem pólos de desenvolvimento de actividades técnico-científicas, culturais e artísticas relacionadas com este espaço. Durante o ano, o parque acolhe diversas actividades desenvolvidas para diferentes públicos, desde campos de férias, visitas de estudo, encontros micológicos, provas de infusões de diversas espécies aromáticas e medicinais, entre outros.
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Município e CIMVDL aprovam parceria
Projecto-piloto quer valorizar a pinha e o pinhão em Carregal do Sal Carregal do Sal vai receber um projecto-piloto que aposta na valorização da pinha e do pinhão, numa parceria do município local e da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões. O projecto já foi aprovado na reunião ordinária do Conselho Intermunicipal, numa proposta de desenvolvimento, em parceria com o Município de Carregal do Sal. “A proposta vem reforçar a aposta do Município na centralidade da cultura do pinheiro manso, permitindo relacionar esta aposta com a promoção de outras actividades e iniciativas de complementaridade e valorização mútua”, afirma a autarquia em comunicado. Confirmada a enorme diversidade de produtos de valor acrescentado com base no pinhão ou que o integram, - como gastronomia, cosmética e fármacos naturais, - as duas entidades firmaram a necessidade de investigar em que medida o município
poderá reunir as condições para viabilizar a criação ou atracção de actividades económicas de transformação local de alguns desses produtos e/ou inserção em cadeias de valor global e foram unânimes em considerar que tal levará ao aumento da procura, constituindo um estímulo à produção do pinhão e simultaneamente à criação de dinâmicas económicas que podem beneficiar a economia local e fomentar o crescimento da região. A proposta de desenvolvimento deste projecto surgiu após diversas reuniões de trabalho realizadas entre o presidente da Câmara, Rogério Abrantes, e a CIMVDL e, por último, na sequência de uma sessão de trabalho promovida pela Comissão Europeia, no âmbito do desenvolvimento da RIS3 (Estratégia de Investigação e Inovação para uma especialização inteligente) onde representantes da CIMVDL fizeram eco das potencialidades da pinha e do pinhão.
Ano XII | N.º 283 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica2@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
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Tradicional Feira do Mel de Ponte da Barca A Câmara de Ponte da Barca promove no dia 22 de Dezembro (quinta-feira), a partir das 9 horas, na Praça da República, a tradicional Feira do Mel. O certame, que integra a iniciativa Mercado de Natal, a realizar a partir do dia 17 de Dezembro com a comercialização de vários produtos tradicionais e animação variada, conta com a presença dos produtores da região na exposição e venda de mel. Como salienta o autarca de Ponte da Barca, Vassalo Abreu, com esta feira, que todos os anos atrai muitos visitantes, “procuramos apoiar os apicultores na venda do mel, produto tão utilizado na quadra natalícia, facultando-lhes um local com condições adequadas para o efeito.” A par da feira ocupa também lugar de destaque a partir das 10,30 horas, com o apoio da ADERE Peneda Gerês, Associação de Desenvolvimento das Regiões do Parque Nacional da Peneda Gerês, os concursos de mel e de doçaria confeccionada com mel, nomeadamente bolo e rabanadas. Mercadinho de Natal em Carregal do Sal Numa iniciativa da Câmara de Carregal do Sal, vai decorrer de 8 a 11 de Dezembro, entre as 14 e as 18 horas, o Mercadinho de Natal, com tendas com artesanato onde os visitantes terão a possibilidade de encontrar os artigos mais originais e diversificados possíveis. O largo junto ao Julgado de Paz enche-se de produtos que atestam a originalidade, a criatividade e a arte de saber fazer de artesãos do Concelho. Organizado pela Câmara Municipal e “O Prazer de Criar”, o Mercadinho de Natal espera por si propondo-lhe inúmeras alternativas para ofertar no próximo Natal, a preços convidativos e com a particularidade de serem peças inéditas. Mercado Rural Mirandês de 3 a 4 de Dezembro De 3 a 4 de Dezembro, Miranda do Douro acolhe mais uma edição do Mercado Rural Mirandês – Feira Agro- Alimentar, no Mercado Municipal de Miranda do Douro. Esta é uma feira que pretende dar escoamento à produção local de produtos genuínos e de elevada qualidade, a fim de estimular a produção e comércio local. De salientar que este é um certame da responsabilidade da Sabores de Miranda – Associação de Produtores Gastronómicos das Terra de Miranda e da Câmara Municipal de Miranda do Douro. “O Seu pinheiro de Nata” em Miranda do Corvo A Câmara de Miranda do Corvo irá promover no fim-de-semana de 3 e 4 de Dezembro, o evento “O Seu pinheiro
de Natal”, que irá decorrer na aldeia de xisto do Gondramaz. Este é um evento com entrada livre, onde os visitantes poderão ir buscar uma árvore de natal natural. Estas árvores são oferecidas pelos Baldios de Vila Nova, fruto do desbaste sustentável. Desta forma, tenta-se evitar que sejam cortados pinheiros saudáveis. Durante o fim-de-semana os visitantes poderão visitar a aldeia, apreciar vários produtos endógenos e uma mostra de artesanato. A iniciativa irá decorrer das 14 às 18 horas, no sábado, e das 10 às 18 horas, no domingo. Este evento é uma organização conjunta da Câmara de Miranda do Corvo, Junta de Freguesia de Vila Nova e dos Baldios de Vila Nova. Município de Oliveira do Hospital conquista galardão ECOXXI 2016 O Município de Oliveira do Hospital foi novamente premiado com o Galardão ECOXXI, implementado pela ABAE - Associação Bandeira Azul da Europa, que reconhece publicamente a adopção de boas práticas de desenvolvimento sustentável através da concretização de medidas, acções e políticas a nível municipal. A cerimónia de entrega deste galardão, que em 2016 assinala dez anos de existência, decorreu em Coimbra. Oliveira do Hospital foi um dos 46 municípios que se candidatou ao Programa ECOXXI, e é de registar que, neste terceiro ano de participação, aumentou a sua pontuação global no conjunto dos 21 indicadores de sustentabilidade local. Refira-se que estes indicadores são avaliados por um júri, constituído por mais de três dezenas de entidades de referência, e incidem sobre temas considerados chave: Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável; Participação da Sociedade Civil; Participação das Instituições; Conservação da Natureza; Ar; Água e Ruído; Energia; Resíduos e Mobilidade; Agricultura; Turismo; Ordenamento do Território. Certificação de agricultura biológica vai dar benefícios fiscais Os gastos com certificação de produções biológicas vão ter um benefício fiscal que permite aumentar o valor da dedução dos agricultores em sede de IRS ou IRC, segundo uma proposta do PAN aprovada na Assembleia da República. A proposta prevê que os gastos suportados com a certificação biológica sejam majorados, em valor correspondente a 140% do respectivo montante, para efeitos da determinação do lucro tributável ou do rendimento colectável. Esta majoração aumenta o valor da dedução para que o agricultor biológico possa ter uma compensação na devolução (ou menor montante a liquidar) no seu IRC ou IRS. www.gazetarural.com
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De 17 a 20 de Dezembro, no edifício dos Bombeiros Voluntários
Festival da Filhó Espichada no ‘Pampilhosa da Serra Inspira Natal’ A III Edição do Pampilhosa da Serra Inspira Natal, a decorrer entre os dias 17 a 20 de Dezembro, no edifício dos Bombeiros Voluntários. Promovido pelo Município, com a colaboração de todas as Juntas de Freguesia e Bombeiros Voluntários, e evento irá promover o Espírito do Natal Serrano. Nestes quatro dias irá decorrer o Festival da Filhó Espichada, tendo os visitantes a oportunidade de poder usufruir desta experiência colocando as “mãos na massa” e fazer a sua própria filhó, para além de uma vasta animação para crianças e jovens, mostra de produtos artesanais e tradicionais e tabernas. De todas as actividades que irão decorrer, no interior e exterior, é de salientar o bailarico tradicional que irá decorrer no final do dia 17 e a transmissão o programa da TVI em directo de Pampilhosa da Serra e encenação do presépio ao vivo no dia 18 de Dezembro. A receita da venda da filhó espichada reverte para os bombeiros voluntários de Pampilhosa da Serra.
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Em Cinfães, nos fins-de-semana de 10 e 11 e 17 e 18 de Dezembro
Gralheira transforma-se
na Aldeia do Pai Natal A Gralheira renova o encanto e veste o manto branco para se transformar na aldeia do Pai Natal, nos fins-de-semana de 10 e 11 e 17 e 18 de Dezembro. A princesa da serra prepara-se para receber miúdos e graúdos no mundo mágico da quadra natalícia. Na edição de 2015 milhares e milhares de pessoas invadiram o Montemuro para viver a magia do Natal na serra e a Gralheira transformou-se na Aldeia do Pai Natal. Assim, este ano, durante dois fins-de-semana, os mais pequenos voltarão viajar num mundo mágico, onde não faltarão renas, duendes, o presépio, muitas figuras do imaginário infantil e, claro, a presença do Pai Natal. O programa é variado, com destaque para peças de teatro, parada do Pai Natal, gastronomia, animação de rua, artesanato, casas temáticas e parque de diversões.
Feirinha de Natal em Cinfães Entretanto, a Biblioteca Municipal de Cinfães, como o aproximar da época Festiva de Natal, e tendo em conta a associação cada vez maior desta época com os produtos regionais e artesanais, de modo a impulsionar este sector económico, pretende promover mais uma edição da Feirinha dedicada às vendas de Natal onde serão apresentados os trabalhos realizados por artesãos e artistas do concelho. De 15 de Dezembro a 03 de Janeiro a Biblioteca Municipal disponibilizará a Feirinha de Natal e será desta forma aliado o ambiente natalício à oportunidade de dinamizar a divulgação de artigos e partilha de saberes. www.gazetarural.com
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VI Feira Salamanca Beira Interior 10-11 Dezembro de 2016
10-11 Diciembre de 2016
Recinto Ferial Diputación de Salamanca
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Gratuitos s o r r a c o t u A atuitos
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55, Plaza ’’Gran Via a. Zamora’’ Esquina Pt ‘’Av. Italia,
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